Revista Sorria #40

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O mundo está precisando de mais cuidado. E a nossa cidade. E a nossa família. Vem cá, vamos cuidar disso COMO FAZER A ÁRVORE DA FAMÍLIA! • PELO FIM DA MALANDRAGEM! • COISAS BOAS DA VIDA! HUMMM, BISCOITOS! • ESPORTES PRA SE ANIMAR! • FAÇA VOCÊ MESMO! • VIRE ESCRITOR!


prazeres simples

alegrias do dia a dia

Preciso

ler isso Só maiS uma página e... ah, não! não acredito que ele fez isso! e agora? Tenho que ler mais esse capítulo, senão não durmo. Tá. Só mais esse. nossa, isso é muito bom. Quantas páginas tem ainda? Só isso?! preciso ir mais devagar, senão acaba logo. ai, mas eu quero saber o que vai acontecer! aaaaah, não! não acredito que ela disse isso! e agora? Tá. Que horas são? Só mais esse capítulo. e aí, quando percebo, já é manhã, o livro acabou, eu não dormi um minuto, estou muito feliz porque foi uma história incrível, estou arrasada porque acabou, estou desesperada para ler tudo que essa pessoa já escreveu e não consigo parar de pensar em tudo o que aconteceu comigo neste mundo onde passei as últimas horas. Oi, meu nome é Roberta e sou viciada em livros. não sei bem quando começou, mas foi cedo. gibis, claro. Logo tava matando aula pra ir à biblioteca. meus pais até que tentaram me trazer de volta. insistiam muito pra eu sair do quarto, ir brincar na rua... eu até ia, mas não aguentava: sempre levava um livro junto. O vício tem suas fases. Tinha época em que eu só lia um tipo de coisa, nada mais me satisfazia. pirava mesmo. Detetives mulherengos, fugitivos da Segunda guerra, mafiosos italianos, vampiros, viajantes do tempo, cientistas que salvam o mundo, casais bem complicados, sobreviventes do pós-apocalipse... Já me viciei em tudo. e você cria jeitos pra alimentar isso. não tô falando de ler no ônibus, isso é básico. Viciado mesmo lê no banho, enche metade da mala das férias com livros, lê cinco ou seis ao mesmo tempo, não sente culpa por faltar na festa sábado só pra ficar em casa com o último da trilogia. não dá pra explicar. Tá, vou tentar. Ler é tirar férias da gente mesmo, sabe? Como em qualquer viagem, a gente vê outro mundo, ouve outras vozes, sente outros gostos. Vive, por algum tempo, uma vida que não é a nossa, rotineira. e, no confronto com o que nos é diferente, conhecemos melhor a nós mesmos. na volta, estamos mais vividos. e isso é um prazer imenso mesmo. Hein? Largar esse vício? ih, não, não pretendo. mas, viu, se quiser, posso te indicar uns livros... 14 ReViSTa Sorria

© mladen mitrinovi/gettyimages

texto RObeRTa faRia


LER É TIRAR FÉRIAS DA GENTE MESMO

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COMO EU FAÇO?

manual de boas ideias

SUA ORIGEM, sua história texto CARLA PIMENTEL ilustração GIOVANA MEDEIROS

A árvore genealógica não é apenas aquele diagrama em que colocamos o nome dos parentes e indicamos quem é o pai e a mãe de quem. Siga as dicas e veja que pesquisar a história dos antepassados pode ser um ótimo jeito de juntar a família – e um lindo presente de Natal!

1. CONVERSE COM SEUS FAMILIARES E ANOTE AS INFORMAÇÕES

Comece escrevendo o nome completo, a data e o local de nascimento de todos os familiares que você conhece: pais, avós, bisavós, irmãos, filhos, netos, maridos e esposas – incluindo você mesmo. Pergunte a seus pais e avós quem foram os irmãos, pais, tios e avós deles, sempre anotando as informações. Mas não pense nisso como uma tarefa chata e burocrática. Bem ao contrário: fazer uma árvore genealógica é uma excelente oportunidade de conversar com os mais velhos e conhecer as memórias que eles têm da infância, como viviam seus antepassados, de onde vieram, do que gostavam e o que fizeram, quais eram suas tradições, suas receitas e músicas prediletas. Você vai ouvir histórias incríveis!

2. APROVEITE A INTERNET E AS REDES SOCIAIS

Use a internet para fazer buscas com o sobrenome da família. Mesmo que sejam informações antigas, muita coisa está disponível em bancos de dados on-line. Sites como o do Arquivo Nacional (www.arquivonacional. gov.br) e do Museu da Imigração (www. museudaimigracao.org.br) são bons lugares para começar. Listas telefônicas on-line também. Dedique parte do tempo que passa nas redes sociais procurando parentes distantes. Se encontrar um primo ou tio com quem não tinha contato, converse com ele sobre a família. Quem sabe não nasce uma nova amizade?

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3. GOSTOU? ENTÃO, APROFUNDE SUA PESQUISA!

COMO EU FIZ!

Para confirmar os dados que você já tem e conseguir mais alguns, vale procurar documentos em arquivos de cartórios, bibliotecas, museus e até igrejas. Pesquise também em arquivos da família, procurando anotações, diários, álbuns de fotografia e cartas antigas. Para que sua árvore fique completa, tente conseguir pelo menos uma foto de cada pessoa. Convide seus pais, filhos e irmãos para fazer essas buscas. Assim a pesquisa da árvore genealógica será uma aventura em família!

“ESCREVI A HISTÓRIA DA FAMÍLIA E HOJE ME SINTO QUERIDA POR TODOS”

4. ORGANIZE OS DADOS

Chegou a hora de pôr em ordem as muitas informações que você coletou. É um pouco complicado, mas sites como o www.myheritage.com.br deixam tudo muito mais fácil. Lá você encontra dicas e baixa programas que vão ajudá-lo a construir sua árvore. É gratuito e tem versão em português.

5. CAPRICHE NA APRESENTAÇÃO E DÊ DE PRESENTE!

Agora, não deixe que todas as histórias de família que você descobriu voltem para uma gaveta e juntem poeira: dê asas à imaginação e faça com que todos esses nomes, datas, fotos e memórias virem um quadrinho para pendurar no quarto das crianças ou mesmo um livreto para presentear os avós. Sua árvore genealógica pode ser uma lembrança de Natal bem bonita, singela e significativa, para não deixar a família esquecer suas raízes e os frutos que ela pode dar.

Há quinze anos, meu pai me pediu ajuda para organizar um livro de recordações da família. E assim comecei a fazer nossa árvore genealógica. Busquei em cartórios, arquivos e até na lista telefônica todos os sobrenomes que tivessem relação com o nosso, no Brasil inteiro. Consegui os endereços, enviei cartas e fiz visitas. Quando o livro ficou pronto, mandei um exemplar para cada um dos familiares. Hoje me sinto querida por todos e sempre sou convidada para festas e casamentos! Rosana Reghin, 39 anos, gerente financeira, Curitiba (PR)

“COM A ÁRVORE, ENSINEI A MINHAS FILHAS O VALOR DA FAMÍLIA” Valorizo muito a família e achei que seria legal mostrar um pouco das nossas origens a minhas filhas. Eu me sentei com elas e, enquanto desenhávamos nossa árvore genealógica no papel, fui contando um pouco da história dos nossos antepassados. Foi uma experiência muito bacana, porque agora temos uma relação de afeto mesmo com aqueles parentes que não conhecemos, mas que foram fundamentais para a nossa existência. Minhas meninas perceberam que fazem parte dessa história e que têm o seu lugarzinho garantido na nossa árvore genealógica. Roberta Lippi, 38 anos, jornalista, São Paulo (SP)

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valores essenciais

para refletir e inspirar

COM AÇÚCAR E COM AFETO

eM UM MUNDO QUe ÀS VeZeS PAReCe TÃO AMARGO, AINDA TeM GeNTe QUe eSCOLHe Se DeDICAR AOS OUTROS. e, NeSSe CAMINHO, DeSCOBRe QUe O CUIDADO É O INGReDIeNTe eSSeNCIAL PARA UMA VIDA MAIS DOCe texto Luciana alvarez e roberta Faria

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evantar cedo, preparar a mesa do café da manhã, acordar todo mundo, arrumar as crianças para a escola, já começar a pensar no almoço do batalhão. Maria Aparecida de Andrade, de 54 anos, não teve filhos biológicos, mas faz três décadas que seus dias começam assim. Ela é uma “mãe social”: na casa onde mora, em São Bernardo do Campo (SP), vivem crianças que foram abandonadas pelos pais ou afastadas da família por maus-tratos. Aparecida cuida delas pelo tempo que for necessário – até que os parentes biológicos recuperem a guarda judicial, outra família as adote ou, mais comum, as crianças cresçam, façam 18 anos e se tornem independentes. Enquanto o dia de ir embora não chega, Aparecida faz o papel que outros não assumiram: dá casa, comida e roupa lavada, carinho, regras e estrutura. É a mãe delas. É uma trabalheira, como quem tem filho bem sabe. É também uma profissão – das mais difíceis. Aparecida trabalha para a organização não-governamental SOS Aldeias Infantis, que

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tem como missão abrigar órfãos em pequenos núcleos familiares, em lugar dos grandes abrigos públicos, para eles terem a chance de crescer em um ambiente mais afetuoso. E é, sobretudo, uma vocação. “Já me perguntaram se ganho bem, se faço pelo dinheiro”, conta. “Respondi como a madre Teresa de Calcutá: não faria nem por todo dinheiro do mundo. Faço por amor.” Pelo lar de Aparecida já passaram mais de 30 crianças e adolescentes, até nove de uma vez só. Muitos vêm com deficiências físicas ou mentais, além de problemas de comportamento – e todos são igualmente dignos do seu zelo. Certa vez, um menino de 3 anos chegou sem falar nem andar, por causa de uma desnutrição severa. A atenção que essa criança exigia seria, para muitos, um fardo. Não nesta casa. “Foi uma inspiração”, fala Aparecida. Ela se dedicou como pôde. Ele ficou com deficiências cognitivas permanentes, mas os cuidados nunca mais lhe faltaram: Aparecida o adotou oficialmente. “Ele aprendeu a andar e a falar comigo. Mas fui eu que aprendi muito mais com ele.”

Mesmo quando as crianças crescem e encontram seu próprio caminho, o vínculo permanece. “Bianca ficou comigo até os 18 anos. Hoje tem 33 e acabou de dar à luz gêmeos”, conta Aparecida, orgulhosa. “São meus netos.” Como mãe e filha, as duas se encontram todo fim de semana. Bianca agora está construindo uma casa para morar com a família. Aparecida foi quem a ajudou a poupar o dinheiro para a obra. É difícil entender por que alguém faz tudo isso. Há empregos bem mais fáceis, essas crianças são responsabilidade do governo, ninguém precisa se envolver tanto com as mazelas dos outros – não é? Mas é fácil imaginar como seria um mundo com mais pessoas como Aparecida. Gente capaz de se preocupar com as pessoas e tomar conta de tudo ao seu redor – mesmo quando não é problema seu. Gente que faz as menores coisas com muito amor. Gente que acredita que todo esforço para melhorar algo vale a pena. Seria um lugar bem diferente. E muito melhor para todos nós – inclusive para quem acha que não precisa de cuidado nenhum.


“Não faria Nem por todo diNheiro do muNdo. faço por amor.” Maria Aparecida de Andrade, 54 anos, mãe social na onG SoS Aldeias Infantis, dá casa e carinho para crianças

© Foto 1: nina Jacobi / Assistente de fotografia: Paulo otero / Produção de moda: Carol Piza / Produção de beleza: Marcos Rosa / Fotos 2, 3 e 4: Amanda Amaral/Editora Mol

que ficaram sem lar

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tá na mesa

receitas para comemorar

amOR FeItO À mÃO ReCeita siMpLes e saboR iNCRíveL: isso expLiCa poR que os

bisCoitos são uMa Das MeLhoRes LeMbRaNças Da iNfâNCia texto RafaeLa CaRvaLho

foto sheiLa oLiveiRa/eMpóRio fotogRáfiCo

cOm chOcOlate

Misture 60 gramas de chocolate em pó à massa e proceda normalmente. use e abuse das forminhas e formatos! também dá para variar a receita (e a decoração!) usando chocolate em gotas, castanhas e nozes em pedaços, coco ralado, frutas secas, confeitos, amendoim...

cOm geleIa

Molde a massa na forma de bolinhas. Com o dedão, afunde o meio da bolinha, criando uma cavidade, e preencha-a com goiabada, geleia, doce de leite, chocolate, Nutella, castanhas inteiras... Leve para assar por 10 a 12 minutos. 52 Revista Sorria

cOlORIdO

para divertir a molecada, pingue algumas gotas de corante alimentício em gel nas suas cores preferidas na massa já pronta, até atingir o tom desejado. Depois é só abri-la com o rolo, usar forminhas diferentes para cortar e levar ao forno normalmente.


coM fRutas

A mineirA Deisy FerrAz se lembrA bem das visitas da avó. “ela adorava me encher de agrados. sempre trazia biscoitos”, conta a engenheira de redes. Quando era a neta quem visitava a avó, a história não mudava muito: “Passávamos o dia todo na cozinha, eu comendo a massa crua. Até sofria de ansiedade ao ver os biscoitos crescendo no forno”, ela ri ao lembrar. não existe nada mais fácil que fazer biscoitos, e por isso mesmo as crianças adoram ajudar. “elas podem usar copinhos para modelar a massa”, sugere a doceira Giuliana Azambuja. “ou fazer bolinhas e usar um garfo para decorá-las.” os pequenos também podem participar acrescentando ingredientes à mistura, como pedacinhos de chocolate. “A ajuda na cozinha vira uma grande diversão”, diz Giuliana. Hoje, aos 31 anos e morando em outra cidade, Deisy não recebe muitas visitas da avó. mas, dia desses, ficou surpresa ao receber uma carta dela com a receita de um dos seus biscoitos favoritos. “É por causa dessas lembranças e desse carinho que entendo que não precisamos de muito – só da convivência familiar e da fartura de coisas gostosas.” Quer aproveitar esse Dia das Crianças para celebrar lembranças saborosas? Confira a receita abaixo, as variações, chame a meninada e... mão na massa!

Prepare a massa básica e, antes de levá-la ao forno, misture frutas secas picadinhas ou a casquinha de frutas cítricas. Aqui, usamos frutas cristalizadas, damascos secos picados e a casca ralada de um limão-siciliano. Asse por 15 minutos e pronto!

casadinho

Faça um rolo com a massa, corte disquinhos e leve-os ao forno por 10 minutos. tire, deixe esfriar e passe doce de leite, manteiga de amendoim, creme de avelã, goiabada cremosa ou geleia. Aí é só juntar e montar os sanduíches. se quiser, passe os casadinhos no açúcar, na castanhade-caju triturada ou no coco seco ralado para dar aquele acabamento.

Receita da Massa

RocaMbole

Divida a massa em duas partes e misture a uma delas 2 colheres de sopa de chocolate em pó. Com o rolo, abra separadamente as duas metades sobre folhas de papel-manteiga. Coloque a massa branca sobre a de chocolate e enrole-as, formando um rocambole. embrulhe em filme plástico e deixe no congelador por duas horas para firmar. Aí é só tirar, cortar em fatias de 0,5 cm e assar por 10 minutos.

© Produção culinária: Claudia yoshida / Produção de objetos: márcia Asnis

Ingredientes • 3 xícaras de farinha de trigo • 1 pitada de bicarbonato de sódio • 1 pitada de sal • 200 gramas de manteiga sem sal em temperatura ambiente • ¾ de xícara de açúcar cristal • 1 ovo • 1 colher de chá de essência de baunilha Modo de preparo: misture a farinha, o sal e o bicarbonato de sódio. reserve. Com a batedeira na velocidade média, bata a manteiga e o açúcar por 1 minuto, ou até ficar cremoso. Adicione o ovo e a baunilha e bata, misturando bem. Diminua a velocidade e vá adicionando a mistura de farinha até a massa ficar bem homogênea. escolha um dos sabores da foto ao lado ou siga adiante a receita básica: forme um rolo com a massa e embrulhe com filme plástico. leve ao congelador por duas horas para firmar. Pré-aqueça o forno a 180 oC (médio-baixo) por 15 minutos. retire a massa do freezer, descarte o plástico e corte com uma faca afiada discos de 0,5 cm. espalhe-os sobre uma assadeira antiaderente e leve para assar por 10 minutos. retire do forno e deixe os biscoitos esfriar sobre uma grade.

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