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#45
set/out
2015
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PRAZERES SIMPLES
Hora de morfar texto: ARTUR LOUBACK
A
té uns 4 anos de idade, minha irmã mais nova foi obcecada pelos Power Rangers – para quem esteve congelado durante os anos 90, Power Rangers eram estudantes que se travestiam de super-heróis e, assim, salvavam o planeta de terríveis monstros. Eles estavam todo dia na TV e, 24 horas por dia, no imaginário da minha irmã. Ela era uma Power Ranger e, na iminência de alguma ofensa a alguém da família, não importa onde estivéssemos, imediatamente fazia cara de poucos amigos e dava início ao processo de transformação. Para quem não conhecia a história toda, parecia algo entre a evocação de um espírito e um passo torto de balé contemporâneo. Com uma das mãos ela acionava um relógio imaginário, através do qual passava um recado para um Q.G., também imaginário – tipo ligar pro gerente do banco quando a conta bate no vermelho, mas, enfim, em uma versão com superpoderes. A mensagem era: "Hora de morfar!", um código para avisar que naquele contexto não havia outra saída senão apelar à identidade secreta. De certo, na cabeça dela, nesse momento, subia uma trilha sonora emocionante, como acontecia na TV. Mas aí já era a parte da imaginação pura,
14 REVISTA SORRIA
SET/OUT 2015 15
© Foto: NI QIN/Getty Images
sem nenhum rebote na realidade dos familiares mortais. E aí vinha a parte mais sensacional. Depois de "morfar", ela realmente acreditava que estava protegida pela power armadura e munida de power artefatos com raio laser, campo de força e visão além do alcance. Para azar dos malfeitores – em geral, alguém dentro de um espectro entre coleguinha chato da escola e vizinho fanfarrão –, ela desferia uma saraivada de golpes – sempre a distância, já que os heróis modernos evitam o corpo a corpo. Todos riam, menos ela, que só descançava quando a gente ficava com tanta vergonha que dava um jeito de apaziguar a situação. De um jeito ou de outro, como na TV, ela vencia sempre e, por isso, saía satisfeita, retomando seus trajes de ser humano mortal, certa de que fizera um bem para o mundo (ou, pelo menos, para ela mesma). Confesso que eu também tinha uma identidade secreta na idade dela. Era de Robin, já que a fantasia de Batman estava em falta quando minha mãe esteve na loja. Sinto que, graças a ela, pude proteger as damas da família todas as vezes em que meu pai não estava em casa. Nem me atrevo a imaginar como teria conseguido vencer a infância se não tivesse sido um super-herói.
PRAZERES SIMPLES
TÁ NA MESA
DO FORNO
ao coração PÃO É O ALIMENTO MAIS DEMOCRÁTICO QUE EXISTE. E NÃO HÁ QUEM NÃO SE DERRETA QUANDO SAI UMA FORNADA texto: ARTUR LOUBACK
"T
ia, tem pão velho?" Era assim que pediam comida a minha mãe as crianças de rua que tocavam a campainha lá de casa. Nas minhas primeiras lembranças dessa cena – que se repetiu por anos a fio, efetivamente até mudarmos para um apartamento –, eu mal alcançava o beiral da janela e lembro que ficava chocado em saber que havia crianças, como eu, que ficariam felizes se conseguissem um simples pedaço de pão velho. Não era nem "Tia, tem um lasanha quentinha, daquela com queijo puxa-puxa?". Era pão. E velho! Confesso que, na pureza do entendimento infantil, esse adjetivo me deixava estarrecido e eu torcia para a minha mãe dar a eles um pãozinho crocante, com manteiga derretendo, como costumávamos comer do portão para dentro. Pão era do forno pra barriga, de preferência até com umas pontas degustadas no caminho entre a padaria e a mesa da cozinha. Às vezes, não tinha nem a padaria como intermediário. Minha mãe mesmo fazia o pão, o que era uma festa, porque eu podia ajudar a sovar a massa, enfiar queijo e presunto dentro de um bolinho pra ver o que daria dentro do forno e até desenhar um A, que, assado, virava uma pelota crocante, assim como qualquer letra. Pão era, portanto, uma representação de carinho, o que me leva a pensar que, metaforicamente, o que os meninos pediam eram umas migalhas de afeto, aquele que tinha sobrado depois de nutrir a mim e à minha irmã. Mas minha mãe nunca deu a eles o saco de pão dormido. Preparava um prato de comida, com carne e suco, e oferecia a eles. Voltava com pratos vazios, disfarçava o choro e beijava cada um de nós. E eu prometia em silêncio que, quando fosse presidente da República, não deixaria faltar pão quente na mesa de nenhum brasileiro.
20 REVISTA SORRIA
1. Nesta versão aperitivo, que é uma delícia antes do jantar, a massa fica baixinha, perfumada com azeite e ervas frescas
RECEITA BÁSICA PÃO BRANCO SIMPLES INGREDIENTES: 3 xícaras de farinha de trigo, mais um pouco para polvilhar • 1 e 1/2 colher de chá de sal • 2 colheres de chá de fermento biológico seco instantâneo • 2 colheres de chá de açúcar • 2 colheres de sopa de manteiga amolecida • 1 xícara e 1/4 de água morna • óleo para untar MODO DE FAZER: Em uma tigela grande, misture a farinha, o sal e o açúcar. Adicione o fermento e a manteiga e misture. Faça uma cova no meio e vá acrescendo água morna aos poucos, mexendo até obter uma massa macia
▶ Pão branco e simples: para deixar a casa cheirando bem e comer em fatias generosas ainda morno, com manteiga derretendo...
3. Para um
lanche diferente, divida a massa em bolinhas e recheie esses pãezinhos com linguiça. Ou com frango, queijo e presunto...
2. A massa também serve para fazer roscas, como esta de coco. E vale testar com chocolate, goiabada, banana...
1
COM AZEITE, ERVAS E SAL GROSSO Na hora de colocar na fôrma, escolha
uma retangular e baixa. Deixe a massa crescer até dobrar de tamanho. Antes de levá-la ao forno, fure-a com o dedo e regue com azeite, sal grosso e ervas frescas, como alecrim e cebolinha.
2
pincele com ovo e salpique com mais coco ralado. Deixe crescer até dobrar de tamanho e asse até dourar.
3
COM RECHEIO DE LINGUIÇA Em vez de colocar na fôrma, divida
a massa em porções do tamanho de bolinhas de pingue-pongue. Recheie
COM COCO E AÇÚCAR
as bolinhas com linguiça defumada em
Em vez de colocar na fôrma, abra a
rodelas e salsinha picada. Coloque as
massa em um grande retângulo, de cerca
bolinhas recheadas em forminhas de
de 1 cm de altura. Salpique com açúcar e
muffin ou empada e deixe crescer até
coco seco ralado. Corte a massa em tiras
dobrar de tamanho. Pincele os pãozinhos
e enrole-as, formando roscas. Coloque
com ovo batido e parmesão e leve ao
as rosquinhas em assadeira untada,
forno para assar até dourar.
SET/OUT 2015 21
© Produção culinária e objetos: Tatiana Damberg / Foto: Elisa Correa
VARIAÇÕES:
e homogênea. Faça uma bola com a massa, coloque em uma vasilha grande untada com óleo, cubra com filme plástico e deixe descansar até dobrar de tamanho. Quando a massa estiver crescida, sove-a para retirar os gases que se formaram. Divida a massa em duas partes e coloque-as em fôrmas de pão de 900 g. Cubra novamente com filme plástico e deixe fermentar até dobrar de volume outra vez. Preaqueça o forno em 220 oC. Asse os pães por cerca de 30 minutos, ou até que estejam crescidos e dourados. Desenforme e deixe esfriar.
VALORES ESSENCIAIS
RENATA MAZZINI, 38 anos, abandonou o mundo da moda para mergulhar no seu cantinho e cuidar do filho pequeno O que te incomodava na vida de modelo? Não há espaço para a introversão no dia a dia de trabalho. Quando você estrela grandes campanhas, sempre há uma equipe te rodeando. E, como uma estrela, só me restava sorrir. Como você desapegou dessa rotina? Quando engravidei do meu filho, senti a necessidade de diminuir o ritmo. Foi como um chamado para olhar mais para dentro de mim. Passei dois anos só com ele, vivendo dentro de casa e conhecendo a mim mesma.
26 REVISTA SORRIA
texto MARIANA SGARIONI ilustração EVANDRO MARENDA
© Foto: Ana Rovati
EM PLENA ERA DO SOCIAL, CONVIDAMOS VOCÊ A FAZER O EXERCÍCIO INVERSO: DEIXAR DE SEGUIR APENAS AS REGRAS IMPOSTAS PELOS OUTROS E CONHECER MELHOR O SEU MUNDINHO INTERIOR
omeçavam os anos 40. O mundo estava em guerra, mas, em Juazeiro, na Bahia, às margens do Rio São Francisco, imperava a paz. A não ser na casa de Dona Patu, onde Joãozinho, o terceiro dos seus seis filhos, dava o que falar. Não por algo de impróprio que tenha feito, mas justamente pelo que ele deixava de fazer. Quieto, estranho, fechado, o menino já era assunto na vizinhança, ainda mais por ser filho do eloquente Juveniano, que ganhava a vida apostando no poder da lábia de comerciante. Aos 11 anos, Joãozinho parte para Aracaju, a capital do estado vizinho, Sergipe, onde poderia estudar em um bom internato. "Quem sabe assim o menino não desembaraça", pensava Dona Patu. Não desembaraçou, ainda mais depois de ganhar um violão e tornar-se obcecado por artistas populares, que tiravam o ganha-pão das cordas e da voz. Joãozinho da Patu encontrara sua forma de expressão e, com o violão debaixo do braço, caiu na estrada, primeiro rumo a Salvador e, ao final de uma longa trajetória, foi parar no Rio de Janeiro. Os familiares sonhavam que o menino chegaria longe, mas não como um projeto mal-acabado de Orlando Silva, o "Cantor das Multidões". Temiam pelo seu futuro, mas Joãozinho seguia em frente, tocando, para quem quisesse ouvir, o que julgava bom para os seus ouvidos. Assim, confiante e, digamos, com um tipo de carisma bem peculiar, em 1957, Joãozinho toca a campainha do famoso produtor Roberto Menescal, durante uma festa no seu apartamento. Sem rodeios nem maiores apresentações, pede um violão, a que Menescal, impressionado com o misto de coragem e estranhice, atende prontamente. Trancam-se em um quarto, onde Joãozinho apresenta sua canção Bim Bom, explicando, em seguida, como inventara a virtuosa batida, diferente de qualquer coisa que Menescal ouvira até então. Sai do quarto João Gilberto e dali parte para escrever seu nome – e da bossa nova – na história da música. Hoje, muitos preferem se referir ao músico baiano mais pelos seus hábitos reclusos, rigor excessivo com a acústica das casas de show e sua completa ausência em qualquer outro meio que leve a palavra "social" acoplada. Esquecem-se do virtuosismo da sua obra e da importância para o cancioneiro nacional. Mas os fãs não se cansam de venerá-lo e ficam imaginando que, recluso no seu apartamento, ele segue dedilhando o seu violão, quem sabe inventando novas sonoridades geniais. É, afinal, o rei dos quietos, que tanto se basta que nem sequer sente a necessidade de ter sua produção venerada por outros. SET/OUT 2015 27
DÁ PRA MUDAR?
UM PASSEIO PELA
SUA HISTÓRIA NOSSA REPÓRTER REVISITOU SEU PASSADO PARA ENTENDER MELHOR O PRESENTE E PLANEJAR O FUTURO texto HELENA FRUET ilustrações GIOVANA MEDEIROS
MISSÃO A repórter
Helena Fruet passou um mês focada no desafio de REVISITAR SEU PASSADO.
34 REVISTA SORRIA
Dizem que os cancerianos são apegados demais ao passado. Ao menos no meu caso, é a mais pura verdade. Nasci em 2 de julho e sou uma autêntica canceriana: adoro relembrar, colecionar objetos, guardar coisas que tenham algum significado emocional. E vivo também o lado ruim disso. Tenho dificuldade em desapegar, lido mal com situações não agradáveis que vivi e, infelizmente, guardo mágoa. Por isso, foi tão interessante o desafio proposto: em 30 dias, reviver situações, reencontrar pessoas, resignificar fatos. Desapegar-se do passado para melhorar o presente e, certamente, também o futuro. Topei na hora! Comecei fazendo uma listinha do que gostaria de fazer nesse período. Os primeiros itens vieram facilmente: reler um livro, rever um filme, reencontrar amigos... Então, percebi que estava sendo boazinha demais comigo mesma e, na verdade, “fugindo” da proposta da matéria – a de melhorar, evoluir. Afinal, os itens que estava escolhendo não seriam nada difíceis de cumprir. Decidi pôr na lista ações que não seriam exatamente prazerosas, mas talvez necessárias para superar o desafio. A minha surpresa é que, apesar de uma ideia inicial de desconforto, os itens que pareciam não ser lá muito agradáveis acabaram sendo os que trouxeram os “resultados” mais significativos. O primeiro desafio foi resolver uma situação do passado que havia ficado mal explicada. Decidi marcar um encontro
TEMPOS MODERNOS
com uma amiga da época do cursinho e de quem tinha me afastado havia mais de 10 anos. Eu tinha uma dúvida se ela havia se chateado comigo por alguma razão, pois a procurei várias vezes nos últimos anos, enviando e-mails, e fui ignorada. Encontrei-a em uma rede social e agendei o encontro. Depois de três ou quatro tentativas frustradas, finalmente fomos jantar em uma segunda-feira. Foi muito especial revê-la. Começamos um bate-papo frenético, daqueles em que a comida esfria no prato porque você só pensa em falar. Em nenhum momento ela parecia ter alguma mágoa de mim ou algo assim. Mas eu estava decidida a trazer aquele assunto à tona. Perguntei o porquê de ela haver ignorado minhas mensagens por tanto tempo e se eu a tinha chateado de alguma maneira. A reação dela foi uma grande risada: ela simplesmente foi morar na Inglaterra por quatro anos e não usava mais o e-mail que eu tinha. Ou seja, ela nunca recebeu minhas mensagens! Disse que de maneira alguma quis me cortar da sua vida – muito pelo contrário. O resultado foi excelente: me reaproximei de uma amiga que achava que havia perdido. Procurei a psicóloga Tatiana Gardellini para falar sobre isso. Segundo ela, a grande maioria das pessoas busca ajuda na terapia por questões mal resolvidas do passado. “Muitas vezes, os pacientes têm um quadro de depressão ou dificuldades em se relacionar e, durante o tratamento, percebem que haviam deixado questões mal resolvidas”, diz Tatiana. Mas nem sempre é preciso rever pessoas para acertá-las. “Depende do caso. Às vezes, basta você resolver a situação consigo mesmo, analisando seus sentimentos.” Fontes: *Pesquisador Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, na Inglaterra **Correios
Com as redes sociais, tornou-se fácil evitar que amizades fiquem relegadas ao passado. Mas nem tanto...
150*
é o número máximo de
AMIGOS PRÓXIMOS
que uma pessoa pode ter
MAIS DE
50%
das pessoas do nosso círculo social
SÃO PARENTES*
O NÚMERO DE cartas pessoais
CAIU 70%
desde o surgimento da internet** SET/OUT 2015 35
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set/out
2015
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