#Sorria46

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preparar

um delicioso

tender estimular as crianças a gostar de

aprender

escolher melhor seus

alimentos va lo r i z a r o s

pequenos prazeres

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♥ encontros

de família ♥ bebês fofos ♥ saúde na piscina e muitas outras

razões para comemorar a

felicidade

#46

nov/dez

2015

venda exclusiva

droga raia

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geração papai

foi-se o tempo em que criar filhos era função exclusiva das mulheres. os pais estão mudando e, junto com eles, o mundo muda também!

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PRAZERES SIMPLES

tá na mesa

uM BICHO diferente

O tender vai muito bem servido com frutas frescas ou grelhadas, fios de ovos, compotas de frutas e chutneys

TENDER É DESSAS COISAS QUE A GENTE SÓ COME NO NATAL, E NEM SABE DIREITO O QUE É. só que é muito bom mesmo texto ROBERTA FARIA

ra uma tradição da ceia de Natal na casa da minha avó: um tabuleiro com um tender que, para o meu tamanho de criança, parecia enorme, como uma coxa de dinossauro saída de um desenho animado. Eu achava linda aquela casca dourada, toda recortadinha em losangos, com os cravos enfeitando as quinas – e, o mais legal, por dentro a carne era rosa quase pink e tinha gosto de presunto, com um quê adocicado que fazia a gente lamber os dedos. Naquela época – os gloriosos anos 1980 – a moda era assar o tender com Coca-cola, para ficar bem caramelado e agridoce, e servi-lo com fios de ovos, outra moda maravilhosa da década. Na casa da minha avó, as fatias ainda eram cortadas com uma luxuosa faca elétrica, guardada o ano inteiro só para esse momento. Mas bom mesmo, eu achava, não era comer na hora: eram os sanduíches feitos no dia seguinte, com uma pilha de fatias de tender frio dentro de um pão francês lambuzado com mostarda. Afinal, todo mundo sabe que o melhor de uma festa são as sobras na geladeira... Como a maioria das crianças, eu não ligava para o que estava comendo, desde que fosse bom. Mas um dia veio a pergunta: afinal, que bicho é o tender? Investigando em família, eis que surge a resposta: é porco! O tender é um pernil defumado, que quando cozido vira presunto mesmo. Então, por que a gente chama de tender? É porque essa invenção americana, quando foi lançada no Brasil, tinha escrito na embalagem o slogan "tender made", que quer dizer "feito com carinho". O apelido pegou, assim como o hábito de prepará-lo no Natal – embora nada nos impeça de assar um em março. Tem muitas receitas, mas gostinho salgado e defumado combina muito bem com ingredientes doces: frutas, mel, melado ou até refrigerante. O que não muda, como nas melhores tradições, é que ele fica melhor ainda no dia seguinte: com gosto de infância. 22 revista Sorria

© Produção culinária e objetos: Tatiana Damberg / Foto: Elisa Correa

E


receita Tender califórnia INGREDIENTES: 1 kg de tender desossado (minitender) • 1 xícara (chá) de caldo de laranja • 1 xícara (chá) de vinho branco seco • 1 lata de abacaxi em calda • 6 colheres (sopa) de calda de abacaxi • 1/4 de xícara (chá) de mel • cravos-daíndia, pêssegos, figos e ramos de tomilho para decorar

Ingredientes açucarados na marinada deixam o tender caramelado. Para variar, troque o mel por melado e varie os sucos de fruta

modo de fazer:

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2 3 4 No dia seguinte, aproveite as sobras para rechear sanduíches ou para dar um sabor especial ao salpicão ou ao macarrão

Numa tigela grande, em que caiba a carne, misture o suco de laranja, o vinho branco e a calda de abacaxi. Coloque o tender já descongelado, cubra com filme e leve à geladeira para marinar por no mínimo 12 horas. Se preferir, coloque o tender num saco plástico com a marinada e feche bem. Preaqueça o forno a 180ºC (temperatura média). Passe o tender e a marinada para uma assadeira. Com a ponta de uma faca bem afiada, risque a superfície do tender, formando losangos, e espete os cravos nas junções. Cubra o tender com papel-alumínio e leve ao forno preaquecido para assar por 20 minutos. Depois desse tempo, retire o papel-alumínio. Besunte o tender com o mel e volte ao forno, descoberto, para assar por mais 20 minutos. A cada 5 minutos, abra o forno e regue com o líquido da marinada no fundo da assadeira. No centro de um prato, disponha o tender. Corte em fatias e arrume, alternando fatias da carne e do abacaxi. Distribua as outras frutas ao redor e salpique com ramos de tomilho. Pronto!

MOLHO Ingredientes: Todo o líquido da marinada que sobrou na assadeira • 2 colheres (sopa) de manteiga • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo • sal e pimenta-do-reino moída na hora Modo de fazer: Numa panela média, derreta a manteiga, junte a farinha e misture com uma colher de pau em fogo médio por 2 minutos, até que fique dourado. Abaixe o fogo e junte a marinada da assadeira. Misture com um batedor de arame, tempere com sal e pimenta-doreino e cozinhe sem parar de mexer por cerca de 10 minutos, até engrossar e apurar o sabor. nov/dez 2015 23


© Foto: Getty Images Brazil / Iconica - RM Images Ilustrações: Gabriel São Marcos / Editora Mol

PRAZERES SIMPLES

ALEGRIA ESPORTE CLUBE

Quem dera ser um peixe texto Artur Louback

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é como voar, com uma N adar diferença fundamental: não precisamos do auxílio de nenhuma máquina pra conseguir fazê-lo. Embora sejamos seres terrestres e, portanto, não tenhamos brânquias nem barbatanas, somos capazes de circular na água como se aquele fosse nosso ambiente natural. É como se abríssemos a janela e nos lançássemos no ar para dar uma voadinha, por puro lazer, só para refrescar. Quando nos lançamos na água, damos uma folga à nossa espécie, brincando, por alguns minutos, de ser outro animal. Por isso, nadar é tão mágico! E tem gente que faz isso com tanta naturalidade... Vai dizer que os nadadores olímpicos


3 razões

para preferir

a piscina à

a c a dem ia

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Ao mesmo tempo em que exercita o coração e queima calorias, a natação fortalece os músculos do corpo todo.

não parecem golfinhos quando se deslocam sob a água só com o balanço ritmado do corpo. Ou que o pessoal do nado sincronizado não lembra um cardume de carpas multicoloridas se contorcendo em um grande aquário. E o que dizer dos que nadam no mar, às vezes quilômetros, deixando à vista dos que observam da areia apenas um pedaço da cabeça e os braços entrando e saindo da água freneticamente. São tubarões, não são?! E aqueles malucos capazes de passar muitos minutos submersos caçando peixes e crustáceos graúdos... No fundo, não devem ser totalmente humanos, né? O fato é que tanto esses sujeitos sensacionais como cada um de nós viemos ao mundo nadando. Nove meses dentro d'água não é pouca coisa, e deve ser por isso que, por mais

que não sejamos peixes, deitamos e rolamos nas piscinas e mares. Quem sabe se a barriga da nossa mãe se enchesse de ar para nos acolher não seríamos capazes, mesmo sem assas, de, no mínimo, dar uns voos de galinha. Para a nossa sorte, nascemos nadando, porque a natação é o melhor exercício que existe. Nadar faz bem para tudo. E o que é melhor: a água democratiza, liberando os gordinhos da dificuldade de levar os quilos a mais, suavizando o impacto nas articulações dos velhinhos e até dando uma dificultada na vida dos magros, que sofrem para boiar. Se esse estímulo não for suficiente para você se convencer a tirar o maiô da gaveta e correr para a piscina mais próxima, pense no seguinte: se tivesse nascido com asas, você abriria mão de voar?

2 Nadar é um exercício obrigatoriamente individual e silencioso. Com a cabeça na água, dá para pensar muito na vida.

3 A água amortece

o impacto, evitando lesões, e deixa o corpo mais leve. Por isso, a natação é um esporte para todas as idades.

nov/dez 2015 25


valores essenciais

26 revista Sorria


bem-vindos ao

Futuro, papais!

Uma revolução silenciosa está em curso. A cada dia, nascem pais diferentes, que, a julgar pela habilidade com que cuidam dos filhos, até parecem mães. Com eles, estamos superando um modelo de família que nos iguala a qualquer animal da floresta texto Artur Louback (com reportagem de Helaine Martins e Mariana Sgarioni) ilustração renato faccini

O que define a paternidade? Oficialmente, para ser pai basta contribuir com um espermatozoide fecundador e assim participar da composição genética do serzinho que, nove meses depois, debutará neste mundão. Tanto que nenhum teste de paternidade conta com um questionário com perguntas como “Ele troca fraldas? Põe pra arrotar? Sabe cantar as músicas da Galinha Pintadinha?”. Historicamente, contudo, as sociedades estabeleceram um papel para o pai, e seguimos com esse modelo por muitos séculos. Como durante a gravidez e na primeira infância a criança depende biologicamente muito mais da mãe do que do pai, convencionou-se uma divisão de papéis em que a mulher cuida da cria e o homem vai pra rua garantir o sustento da família. Esse é o modelo do pai provedor, que, apesar de contar com uma grande variedade nos modos de prover – desde voltar para casa com um animal caçado até chegar com a suada folhinha do holerite –, é mais ou menos o mesmo para todos o bichos, que, como nós, crescem na barriga da mãe e mamam enquanto podem. A diferença é que, em certo momento da história da nossa espécie, as fêmeas decidiram que também queriam prover, e isso mudou tudo, obrigandonos a repensar o papel de cada um dentro da família. É o que temos feito nas últimas gerações. Obviamente que mudanças tão significativas como essa não acontecem assim,

em um estalar de dedos – tanto que, em muito lares, os homens seguem com o tacape na mão. Mas é fato que o lugar da mulher no mercado de trabalho já foi consolidado, aposentando o modelo do homem como provedor exclusivo. E uma vez que elas vão para a rua caçar, eles, automaticamente, têm que assumir funções de criação da prole. Começa assim a grande revolução que temos acompanhado nas últimas décadas: pais assumindo funções de mãe, e muitos adorando fazer isso. A cada dia, um pai provedor dá adeus a esse mundo e nasce um pai do futuro, que só não é uma mãe porque não carrega no ventre nem produz leite. E isso está mudando o mundo para melhor, definitivamente. É o que garante o psicólogo Michael Lamb, professor da renomada Universidade de Cambridge, no Reino Unido. No livro O Papel do Pai no Desenvolvimento da Criança (título traduzido livremente, já que ainda não saiu em português), ele afirma que filhos de pais participativos têm melhor desenvolvimento cognitivo e já crescem livres dos estereótipos de gêneros, ou seja, não dividem as funções na sociedade como masculinas e femininas, conseguindo, dessa forma, desenvolver maior empatia. Em outras palavras, filhos de pais do futuro cuidam mais uns dos outros, e, com isso, todo mundo sai ganhando. Duvida? Então conheça a seguir quatro pais do futuro e julgue se prefere o mundo com eles ou com os selvagens que ainda fazem hora extra em alguns lares. nov/dez 2015 27


manual prático vida feliz Passo a passo

Como escolher melhor

os alimentos que eu como?

Fazer boas escolhas alimentares não significa somar o mínimo de calorias possível numa refeição ou optar por uma marca mais confiável de comida congelada. É preciso comprar os produtos com sabedoria e comer com consciência para não acabar desperdiçando nutrientes importantes à saúde texto Jaqueline Li ilustração Leandro lassmar

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PREFIRA PRODUTOS LOCAIS

Priorize alimentos produzidos na sua região. Quanto mais longo o tempo de “viagem” de uma fruta, legume ou hortaliça até a gôndola do supermercado, maior é o risco de terem sido cultivados com superdoses de fertilizantes e agrotóxicos para manter boa fisionomia. Pela mesma razão, fique de olho na época natural dos frutos e dê preferência àqueles que se encontram no seu período propício. Bolos, tortas e pães têm maior probabilidade de ser mais frescos se estão perto de onde foram produzidos.

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ENTENDA AS ARMADILHAS DOS RÓTULOS Não se engane com termos como integral, light, diet, sem conservantes. As letras grandes do rótulo nem sempre condizem com as pequeninas, descritas na tabela nutricional. Dica: ela apresenta os ingredientes em ordem decrescente de concentração, então cuidado se açúcares, farinha de trigo enriquecida com ferro (a branca) e gordura hidrogenada (a trans) estão no topo da lista. Também merecem atenção nomes com as terminações “ante” e “or”, como estabilizante e conservador, criados artificialmente para tornar comidas prontas menos perecíveis.


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eu fiz

DIGA NÃO AO DESPERDÍCIO Seguindo as regras tradicionais de preparo, você pode estar jogando fora nutrientes importantes. Quer sugestões para inovar? Folhas de cenoura ficam ótimas refogadas. A casca da manga (onde está a maior concentração de fibras e minerais) pode ser batida no suco verde. Talos de couve-flor cozida turbinam o bolinho de arroz pouco nutritivo. E raspas da casca de limão, que têm altas doses de vitamina C e óleos essenciais importantes, temperam bem saladas, doces e carnes. Nada precisa ser desperdiçado!

“Pelo bem da minha saúde, criei uma rotina de refeições” Eu ignorei vários sinais de alerta até que fui parar no PS com suspeita de pancreatite. A causa: triglicérides e diabetes altíssimos. Depois de sete dias na UTI e mais seis internado, mudei drasticamente minha relação com a comida. Passei a ter horário para refeições e saber o que coloco no prato. Hoje, não preciso mais de insulina e controlo o diabetes só com alimentação. Ricardo Zanei, 37 anos, São Paulo (SP).

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COZINHE SUA VERSÃO EM CASA Você quer ter mais controle do que leva ao prato? Cozinhando a própria refeição, você consegue dosar a quantidade de sal e de azeite e optar por temperos naturais. Além disso, é mais fácil ficar de olho na procedência dos alimentos. Invista nos frescos e orgânicos – que estão mais acessíveis. Pela internet, inclusive, é possível negociar direto com o produtor, encomendar e até dividir a entrega de cestas coletivas. O site feirasorganicas.idec.org.br lista feiras especializadas em nove estados do Brasil.

“Para me alimentar de forma natural, passei a cozinhar em casa” Quando engravidei, percebi que consumia muitos produtos industrializados e decidi cortar o molho de tomate enlatado e o tempero pronto. A segunda fase veio a partir do primeiro

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APOSTE NA VARIEDADE DE FONTES

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Você já ouviu a regra que o ideal é montar um prato bem “colorido”, certo? Ela segue infalível, pois permite, de maneira fácil e muito visual, equilibrar as diversas fontes de nutrientes e minerais, que, quanto mais variadas, reforçam o sistema imunológico. Mas por que a questão das tonalidades? Explica-se: os alimentos são divididos em seis grupos de cores, e cada um deles traz diferentes propriedades e vitaminas importantes para o corpo. A dica é colorir bem sem repetir os tons.

ano da minha filha. Li mais os rótulos e me dei conta de quanto de conservantes, corantes e gorduras consumimos. Resultado: passei a preparar as refeições em casa, em busca de uma alimentação mais natural. Magda Pamplona, 34 anos, Florianópolis (SC).

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