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#04
quarta edição A revista que muda o mundo e a sua vida!
EDUARDO
faz sucesso com uma paixão dE infância
francisco
transformou uma tragédia em ação social
thaise
valorizou a vida na roça com o turismo
+32
histórias inspiradoras
de gente Como você #04
out/nov 2015
Luislinda Valois, 73 anos, página 13
Tornei-me juíza para lutar por igualdade!
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LER MUDA O MUNDO
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M
MEU PEQUENO DICIONÁRIO
SOLIDÃO
AQUELAS COISAS
QUE A GENTE
SENTE Nem sempre conseguimos encontrar palavras para explicar um sentimento. Mas isso não é um problema para as crianças*: elas relatam uma situação e o sentimento vem junto, como um filme ROMY AIKAWA
“Quando dá aperto no coração.” (João)
PAIXÃO “Proteger a Mata Atlântica.” (João Felipe)
“Sentir falta de um abraço.” (Gabriel)
(Bárbara)
“Amar alguém do fundo do coração.” (Tamyres)
“É o que a minha família sente por mim.” (Bárbara)
OTIMISMO “Vamos ao passeio do Pão de Açúcar!” (Isabela)
“É a vontade de chegar no 5º ano.” (Tamyres)
L e a n d ro L a s s mar
CARÊNCIA
“Me sinto solitária quando ninguém quer brincar comigo.”
PENA
“Quando alguém se machuca.” (Isabela) “Sinto quando vejo um homem na rua sem nada.” (Miguel)
PAZ
SAUDADE “Quando você se lembra de alguém que está longe.” (Isabela)
DESILUSÃO
“Quando tem muito tempo que a gente não vê alguém.” (Tamyres)
“Assim: um dia achei que minha mãe ia me levar na rua, mas ela me levou ao dentista.” (Bárbara)
20 > T O d o s > o u t u b r o / n o v e m b r o
RAIVA “Perder no pinguepongue.” (Gabriel)
“Uma pessoa que vai à praia e fica sentada na cadeira tomando água de coco.” (Pedro) “É como eu me sinto de noite.” (Bárbara)
ÓDIO
DESPREZO “Não dar valor ao que tem.” (Miguel)
ESPERANÇA “Ter certeza de que algo bom vai acontecer.” (Pedro)
“É o que eu tenho por alguma pessoa que fala mal da minha mãe.”
“É se afastar de uma pessoa que faz maldade.” (Yury)
(Bárbara)
“Quando uma pessoa desconta a raiva em alguém.” (Tamyres)
“Quando morre o meu amor por você.” (Andrielle)
EGOÍSMO
“É esperar uma notícia.” (Guilherme)
“Quando eu brigo comigo mesma para me dividir com meus amigos.” (Isabela)
“Confiar nos amigos.” (Isabela)
TRANQUILIDADE “É ver o mar.” (Pedro) “Sou eu na rede, na casa do meu avô.” (Braian)
INVEJA “É o que todos da minha família têm do meu quarto.” (Bárbara)
INDIVIDUALISMO “Não dividir.” (Andrielle)
“Não empresto minha bicicleta para ninguém.” (Miguel) “Eu não divido o meu videogame.” (Marllon)
“É quando uma pessoa tem alguma coisa e não quer dividir.” (Nicoly)
* ESTES SÃO OS AUTORES DAS FRASES DESTA SEÇÃO: Todos eles são alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola do Vale de Luz, em Nova Friburgo (RJ)
Andrielle Gonçalves Caetano 10 anos
Marllon de Souza Barradas 11 anos
Bárbara Barros Alves
Miguel Damazio da Silva
9 anos
Braian Lucas Lopes Torres
11 anos
10 anos
Nicoly Abreu Crescêncio
Gabriel Mello Gomes de Oliveira
Pedro Daniel da Silva
9 anos
Guilherme Bastos Neves 9 anos
Isabela Amaduro de Oliveira 10 anos
João Felipe dos Santos Carrilho
9 anos 9 anos
Tamyres dos Santos Araújo 9 anos
Yury de Oliveira Boquimpani 9 anos
10 anos
Você tem um filho ou neto bastante criativo? Gostaria que ele participasse desta seção? Então envie um e-mail para a redação (todos@editoramol.com.br) indicando o seu pequeno poeta e entraremos em contato.
o u t u b r o / n o v e m b r o < T O d o s < 21
Ă&#x20AC;s vezes, na vida, damos o azar de topar com indivĂduos covardes e preconceituosos que se dedicam a estragar a nossa felicidade. Conheça cinco pessoas que passaram por isso mas conseguiram vencer as trevas e voltar a sorrir.
H E L A I N E M A RT I N S E R A FA E L A CA RVA L H O otavio silveira
luislinda valois 73 anos Desembargadora Salvador (BA)
Foi muito cedo, aos 9 anos, que descobri como o racismo dói. Na escola, um dos meus professores havia pedido que levássemos material de desenho para a aula do dia seguinte. Com pouco dinheiro, meu pai, um motorneiro de bonde, comprou o que pôde. Ao ver o que eu tinha levado, o professor disparou: ‘Menina, se seus pais não podem comprar material, pare de estudar! Vá fazer feijoada na casa de uma branca que você vai ser mais feliz’. Saí da sala chorando, mas voltei com a resposta na ponta da língua: ‘Vou é estudar para ser juíza e volto aqui para te prender’. O que parecia apenas um arroubo de valentia infantil acabou se tornando um presságio. Cheguei a estudar Teatro e Filosofia, mas foi no curso de Direito que me encontrei, embora até lá eu tenha passado por constrangimentos por ser negra e pobre. Nada que atrapalhasse meus planos. Tanto que, aos 39 anos, me formei e, em 1984, tornei-me a primeira juíza negra do Brasil. O combate ao preconceito se tornou a minha luta e, em 1993, proferi a primeira sentença baseada na Lei do Racismo no país. Mais de 50 anos depois, voltei àquele colégio com uma resposta: implantei um projeto de inclusão que me rendeu homenagens e prêmios. E sigo firme na busca de uma justiça que valha para todos.”
© Foto: Raul Pina
“ESTOU NA LUTA DESDE criança E, AINDA HOJE, SINTO CHIBATADAS AO LONGO DO DIA.”
T
testemunha ocular
O engenheiro Carlos Henrique Siqueira, 67 anos, comemorou 26 no dia em que a maior ponte do Brasil era inaugurada
Ca r lo s H e n r i q u e S i q u e i r a ( e m d e p o i m e n to a R a fa e l a Ca rva l h o ) mauricio planel
Eu trabalhei na construção da
Ponte Rio-Niterói
O dia 4 de março de 1974 foi duplamente especial para o carioca Carlos Henrique: ficou mais velho e comemorou a abertura da ponte a que dedicou anos da sua vida
Trabalhar na construção e na manutenção da ponte Rio-Niterói é, e sempre será, a maior honra da minha vida profissional. Além de ser uma obra de engenharia única, ela mudou a vida da população do Rio de Janeiro. Lembro como se hoje do dia 9 de novembro de 1968, quando, com a ilustre presença da rainha Elizabeth II, lançamos a pedra fundamental da obra.
Inicialmente, cerca de
35 mil
veículos passavam
Antes da ponte Rio-Niterói,
190 mil
O trajeto tinha cerca de
diariamente sobre a ponte. Hoje, esse número pode chegar a em véspera de feriados prolongados.
a travessia entre as duas cidades de carro era feita por uma rodovia que passava pela cidade de Magé.
130 quilômetros.
© Foto: Filipe Acácio
A vontade de construir uma via que ligasse Niterói e Rio de Janeiro surgiu por volta de
o Brasil 1875 quando ainda era Império. ,
Dali em diante, era arregaçar as mangas. A partir deste início simbólico, foram mais de cinco anos de muito trabalho, expectativa e polêmica. Ouvíamos críticas de pessoas que duvidavam de que conseguiríamos concluir uma obra desse porte, o que só nos estimulava a trabalhar com mais afinco, vencendo novos desafios que iam surgindo. Quando a obra estava se aproximando do fim, em 1974, comecei a ouvir o boato – depois confirmado – de que a inauA obra contou com guração aconteceria no dia 4 de mais de março, data do meu aniversário. 10 mil Fiz contagem regressiva e, quando operários e a data finalmente chegou, depareime com um dia lindo e ensolarado, pronto para minha festa dupla. engenheiros. Tem E, ao lado de outros 200 engenhei, ros, admirei aquele colosso que haquilômetros víamos ajudado a erguer. Comesobre a água morei meus 26 anos tendo como e 72 metros presente uma obra não só de engede altura no seu nharia, mas de arte! ponto mais elevado.
200 8 83
o u t u b r o / n o v e m b r o < TO d o s < 23
R
Receitas de família
NEM PARECE TÃO
saudável! É de pequeno que se aprende a gostar de legumes, frutas e verduras. Mas, como as crianças adoram “comer com os olhos”, não custa nada dedicar um cuidado especial à apresentação dos pratos saudáveis. Afinal, tanto melhor se for, ao mesmo tempo, bom, bonito e delicioso, não é?!
Romy Aikawa
Produção de objetos Elaine Nunes
T
e l i s a c o rr e a
odo pai sonha com o dia em que os filhos não só vão tolerar comer alimentos saudáveis, mas verdadeiramente gostar de devorá-los. Muitos conseguem, mas nunca sem um esforço de educação alimentar feito dia após dia. E, nesse trabalho de conquista, vale tudo: brócolis viram arvorezinhas, cenoura é o lanche do coelhinho, o espinafre é do Popeye... Assim, os pequenos crescem desbravando cheiros, texturas e sabores dos vegetais, legumes e frutas, o que, conquistado na primeira infância, fica para sempre. De alguma forma, o registro das memórias gustativas associadas a momentos de afeto na infância faz com que, pelo resto da vida,
T at i a n a d a m b e r g
tenhamos uma predisposição a apreciar pratos o mais coloridos que puderem. Por outro lado, uma experiência traumática à mesa na infância pode gerar um eterno nariz torcido para o que faz bem. Portanto, não resta dúvida de que, para ter filhos e netos fãs de comida saudável, o negócio é trabalhar na apresentação dos pratos, de modo a quebrar o preconceito inicial. E, quando o assunto é comida, a rota em direção ao coração começa com o visual e passa pelo olfato antes de chegar à decisiva primeira garfada. Aí vai ou não vai. Mas, com uma cara apetitosa e divertida e um cheirinho de comida bem temperada, fica muito mais fácil ganhar a simpatia do seu pimpolho.
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DE ervilha Ingredientes
200 g de ervilhas frescas ou congeladas 1 batata média 2 colheres de sopa de creme de leite Sal a gosto
Modo de preparo 01 Cozinhe a batata descascada em água fervente.
02 Quando estiver macia, adicione as ervilhas e cozinhe por mais 7 minutos.
03 Bata no processador a batata e as ervilhas cozidas.
04 Adicione o creme de leite, o sal e sirva.
purês coloridos
Quem disse que purê é só de batata? Outros legumes também ficam deliciosos dessa maneira, ajudando a colocar mais cor e saúde no prato
DE abóbora Ingredientes
2 xícaras de abóbora em cubos 1/2 xícara de suco de laranja 1 colher de sopa de manteiga 1 colher de chá de gengibre ralado Sal a gosto
Modo de preparo 01 Asse a abóbora em forno médio até ficar macia (cerca de 15 minutos).
02 Retire do fogo e bata no processador com o suco de laranja, a manteiga e o gengibre. Ajuste o sal e sirva.
de BETERRABA Ingredientes
1 beterraba grande 1 batata-doce pequena 1/2 xícara de leite 2 colheres de sopa de azeite Sal a gosto
Modo de preparo 01 Cozinhe a batata-doce e a beterraba até ficarem macias. Quando esfriarem, descasque-as.
02 Bata-as no processador com o leite e o azeite, adicione sal a gosto e sirva.
elaine silveira 49 anos, São Paulo (SP) Nunca vou me esquecer do dia em que deixei minha filha, ainda pequenininha, comer um purê de beterraba sozinha. Ela já sabia segurar a colher, então eu a sentei no cadeirão, coloquei o pratinho na frente dela e saí para lavar a louça. Quando me virei, mesa, chão, parede, tudo estava tingido de vermelho. Meio em tom de brincadeira, meio por desespero mesmo, levei as mãos à cabeça, puxei os cabelos e disse: ‘Ai, meu Deus!’. Pois não é que ela achou graça e copiou o gesto?! E ficou ali, coberta de beterraba, rindo, feliz da vida. Deu um baita trabalho limpar aquela bagunça, mas estou certa de que, graças àquela festa colorida, ela passou a adorar todos os purês que segui fazendo para ela. Sem dúvida, eles foram decisivos para criar os hábitos saudáveis que ela tem à mesa hoje.
azedinho BOM Para dar um gostinho especial, uma boa pedida é acrescentar uma colher de cream cheese sobre o purê de beterraba
muito obrigado Conheça quem você está ajudando
laços de família
Arthur e Matheus são irmãos com personalidades bem diferentes. Arthur, o mais velho, adora tecnologia e, se deixar, fica o dia todo quietinho jogando no tablet. Já Matheus é uma espoleta. Mas os dois têm um gosto em comum: adoram jogar futebol com a avó paterna, com quem moram desde 2012. Dona Marly Ramos Pedrão é, na verdade, muito mais do que uma avó. Três anos atrás ela assumiu o cuidado das crianças como uma mãe após uma fatalidade ter tirado a vida da sua nora. Ao seu lado neste desafio está a Obra do Berço, que lhe dá apoio socioeducativo e acolhe as crianças no contraturno da escola. “Tenho 69 anos e, se não fosse o respaldo da ONG, ia ser muito difícil cuidar das crianças”, conta, emocionada. Arthur adora as aulas de informática, a convivência com outras crianças e, claro, os dias em que tem lasanha ou polenta no cardápio. Apesar dos truques do destino, nesta casa vive uma família muito feliz. É possível colaborar ainda mais com a Obra do Berço fazendo doações, sendo voluntário e visitando a instituição. Saiba mais em: WWW.obradoberco.org.br
Alegria e samba no pé. Este é o lema da família Pimentel, capitaneada pelo simpático Sr. Percival. Ele e os três filhos, Percival, Ludmila e Luiz Miguel, conduzem a tradição do samba na família, famosa por estar à frente de uma das mais antigas escolas de samba de São Paulo, a Lavapés. E foi graças a essa paixão pelo batuque que eles conheceram a Turma do Bem. “Há três anos, fomos tocar em um evento de que a Turma do Bem estava participando e fizemos a inscrição das crianças”, lembra Percival, o pai. Com tratamento odontológico gratuito, os irmãos já fizeram limpeza, tratamento para cáries, aprenderam a usar o fio dental, além de tratamentos específicos para o quadro de cada um. Ludmila colocou aparelho, Percival extraiu dentes e Luiz Miguel, em função de um atropelamento em 2013, teve cuidados especiais para evitar perder dentes. Hoje, como você vê pela foto, os três exibem belos sorrisos, para felicidade do papai. Você pode patrocinar o tratamento odontológico completo de uma criança ou jovem atendido pela Turma do Bem. Saiba mais em: WWW.turmadobem.org.br
© Fotos: Déborah Moreno/Editora MOL
É emocionante ver vidas transformadas pelas ONGs parceiras da TODOS, mas melhor mesmo é quando a transformação muda a vida de famílias inteiras. Veja dois exemplos: