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A VIDA é FEITA DE HISTóRIAS. QUAL é A SUA?
...e mais 13 instituições que apoiam a TERCEIRA IDADE na sua região e em todo o Brasil
#06
sexta edição
roberto
A revista que muda o mundo e a sua vida!
inventou um caminhão que salva vidas pelo brasil
leonides
aprendeu a ler e escrever aos 67 e foi para a faculdade
luiz
está chegando aos 80, mas não abre mão do paraquedismo
+23
relatos inspiradores
de pessoas reais e comuns
(como você!) #06
fev/mar 2016
meu salário é o prazer em ajudar quem precisa
venda exclusiva drogasil
Marcello Pontual, 74 anos, página 17
LER MUDA O MUNDO
bancadobem.com.br
E
EU VENCI
A favor do tempo CAROL PATROCINIO
Só existe uma coisa inevitável na vida: a passagem do tempo. Conseguimos adiar até a morte, mas o tempo é incontrolável, inegociável e irrevogável. cabe a cada um decidir como usar o seu. Há quem fuja dos sinais dos anos e há os que tiram proveito deles, tornando-se mais seguros e sábios a cada dia. Prazer, esta é a nossa turma!
12 > T O d o s > f e v e r e i r o / m a r ç o
Meu primeiro salto de paraquedas foi em 1957. Eu tinha 17 anos e era um jovem soldado do Exército Brasileiro. Não sabia nem ler e escrever. Vim de uma família muito pobre e o Exército surgiu na minha vida, antes de tudo, como um lugar onde poderia comer melhor e ter uma boa cama para dormir. Foi muito mais do que isso. Lá eu estudei e conheci uma coisa maravilhosa: o avião. Já no meu primeiro voo, na metade do caminho, eu saltei. Foi meio assustador, mas achei incrível aquela sensação e segui fazendo saltos pelo resto da vida. Dedicando-me ao paraquedismo civil esportivo, aprendi a ter determinação e a manter hábitos saudáveis: sempre me alimentei bem e nunca caí na besteira de usar drogas. Quando eu era terceiro sargento, fui o primeiro Campeão Brasileiro de Paraquedas, em uma competição realizada em Campina Grande (PB). Eu passei a ser um ídolo dentro do quartel e, ainda hoje, tenho o apreço de muita gente. Afinal, aos 76 anos, tenho no currículo quatro campeonatos mundiais de paraquedismo, já saltei em muitos lugares e tenho aproximadamente 3.900 saltos. Ano passado representei o Brasil no Mundial, na Argentina, e entre 162 competidores fiquei na 20ª colocação. Quando me perguntam ‘mas você ainda salta?’, eu fico pensando: por que ‘ainda’? Eu sou um adolescente quando estou saltando.”
“QUANDO ME PERGUNTAM ‘MAS VOCÊ AINDA SALTA?’, EU FICO PENSANDO: POR QUE ‘AINDA’?”
LUIZ SCHIRMER 76 anos
© Foto: Caio Cezar
Florianópolis (SC)
M
MEU PEQUENO DICIONÁRIO
O que ser
quando crescer Foi-se o tempo em que as opções da carreira se resumiam a médico, advogado e engenheiro. A cada dia, surgem novas profissões e especializações. Mas será que os profissionais do futuro* entendem o que são as carreiras do presente? ROM Y AI K A W A
OBSTETRA
[N. D.: médico especializado em gravidez, parto e saúde da mulher logo após o parto]
“É o médico que faz neném nascer.” (Mariana)
“Pessoa que decora as festas das crianças.” (Eduardo)
“É o professor que faz trava-língua.” (Maytê)
Pa o l a s a l i by
DESIGNER
TRIBUTARISTA [N. D.: advogado especializado em Direito Tributário]
[NOSSA definição: artista gráfico, especialista em comunicação visual]
“Pessoa com tribo, tipo índio.” (Augusto)
“É quem coloca fotos no Facebook, no Instagram...” (Arthur)
“Trabalha ajudando a gente a trabalhar.” (Nicole Lima)
“Faz desenhos no computador.” (Nicolas)
CONTADOR
[N.D.: profissional responsável por cuidar da movimentação financeira das empresas]
“Uma pessoa que conta as moedas.” (Camilly) “Pessoa que conta histórias para crianças do orfanato.” (Arthur) 20 > T O d o s > f e v e r e i r o / m a r ç o
ROTEIRISTA
[N. D.: autor dos textos que guiam as ações dos atores na TV, no cinema e no teatro]
“São aqueles que fazem as histórias. Sem eles, os filmes e as histórias seriam uma bagunça, não teriam fim!” (Isabela) “Humm... Essa profissão tem cara de roqueiro.” (Nicole dos Santos)
NUTRÓLOGO
ANALISTA DE MÍDIAS SOCIAIS
[N. D.: profissional que diagnostica, previne e trata enfermidades relacionadas à alimentação]
[N. D.: profissional que gerencia a publicação de conteúdo em redes sociais]
“É um tipo de médico que cuida das coisas que a gente come.” (Rafaela)
“Um tipo de detetive.” (Gabrielly)
ENGENHEIRO
[N. D.: profissional especializado em algum dos ramos da Engenharia]
“Conserta celulares.” (Eduardo)
ARQUITETO
[N. D.: profissional que cria e organiza espaços para abrigar atividades humanas]
“Constrói as casas.” (Mariana)
“É aquele que escuta, não é chato mas também não é legal.” (Isabela)
“Conserta coisas.” (Vinícius)
DIPLOMATA
[N. D.: representante oficial de um país junto ao governo de outro]
“É aquela pessoa que entrega os diplomas para as pessoas ganhadoras.” (Camilly)
“Aquele que manda na obra, manda em tudo.” (Maria Eduarda)
“Quem ajuda a decorar a casa.” (Rafaela)
* ESTES SÃO OS AUTORES DAS FRASES DESTA SEÇÃO: Algumas vivem no município de Atibaia (SP) e outras na capital, São Paulo (SP)
Arthur dos Santos Nascimento 7 anos Augusto Costa Buchuvieser 6 anos
Bruno Ciasca 10 anos
GESTOR DE RECURSOS HUMANOS [N. D.: profissional que gerencia os planos de carreira nas empresas]
“Professor que ensina sobre corpo humano.” (Vinícius)
“Ele ajuda os castores a fazer os rios.” (Sophia)
URBANISTA
Camilly Pinto Soares 10 anos
[N. D.: profissional especializado em lidar com a arquitetura das cidades]
Eduardo Andrade Barreto
“Aquele que cuida das ruas.” (Bruno)
Gabrielly Nicácio de Lima
7 anos
Eduardo Ciasca 7 anos 7 anos
Gerson Alessando Guevara Bustamante 6 anos Isabela Costa 7 anos
Maria Eduarda Pinto Silva
10 anos
Mariana Aikawa da Silveira Peçanha 7 anos Maytê Almeida dos Santos
6 anos
Nicolas Alves de Pinas 6 anos
Nicole dos Santos Nunes 6 anos
Nicole Lima Demarchi 7 anos
Rafaela Sato 10 anos Sophia Pomilio 5 anos Vinícius Pomilio 10 anos
Você tem um filho ou neto bastante criativo? Gostaria que ele participasse desta seção? Então envie um e-mail para a redação (todos@editoramol.com.br) indicando o seu pequeno poeta e entraremos em contato.
f e v e r e i r o / m a r ç o < T O d o s < 21
T
testemunha ocular
HĂĄ quase 40 anos, JosĂŠ Mauro Travassos Freire bota o bloco nas ruas do Recife (PE) assim que o galo canta
Eu pulei Carnaval no
J o s é M au r o T r avas s o s F r e i r e ( e m d e p o i m e n t o À REPÓRTER R a f a e l a C a r v a l h o ) Caco neves
primeiro galo da madrugada!
No Carnaval de 1978, José Mauro estava entre as 75 pessoas que encheram de festa o bairro de São José, no Recife (PE). Surgia assim o maior bloco de Carnaval do mundo, arrastando mais de 2 milhões de foliões e abrindo oficialmente o festejo
O bairro de São José, na região central do Recife, sempre foi conhecido por ser festeiro, especialmente no Carnaval. Mas, nos idos dos anos 60, alguns acontecimentos no bairro, na cidade e no país acabaram por abalar a vocação festeira da nossa vizinhança: o alargamento das ruas, criando grandes avenidas, transformou pontos de encontro em
A primeira edição
do Galo da Madrugada aconteceu no dia 24 de janeiro de 1978 e contou com
75 foliões –
um grupo de amigos acompanhados de familiares e uma orquestra de frevo. Hoje, o bloco segue saindo no sábado de Carnaval, pela manhã, mas arrasta uma multidão estimada em
2 milhões de pessoas.
© Foto: Léo Caldas
1995
Em , quando o bloco contava com “apenas” 1 milhão de foliões, ele entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior bloco carnavalesco do planeta.
locais de passagem; a prefeitura assumiu a organização das festas de rua até então geridas pelo povo; e, para completar, a ditadura militar proibia que saíssemos de casa com o rosto coberto, mesmo nos dias do Carnaval. A alegria estava se apagando e, por isso, resolvemos tomar uma providência. No Carnaval de 1978, juntamos amigos e familiares e decidimos organizar uma festa independente. Seria algo simEm 1979, foi criado o ples, um desfile de rua, nos moldes Hino do Galo, canção que é entoada até hoje. dos que davam o tom do Carnaval Além do hino, outro símbolo no Centro do Recife em um passado bloco é a enorme estátua do Galo erguida na do não muito distante. Combinaponte Duarte Coelho. mos sair no sábado, o mais cedo possível. Queríamos ser os primeiO Galo é, claro, o maior atrativo ros a celebrar o feriado! do Carnaval do Recife Antes mesmo de o comércio para os mais de abrir, às cinco e meia da manhã, lá estávamos nós. Tomamos café turistas da manhã na calçada, soltamos que invadem a cidade durante fogos de artifício e começamos a semana festiva.
700 mil
f e v e r e i r o / m a r ç o < T O d o s < 33
R
Receitas de família
po de chamar o
coelho! Romy Aikawa
elisa correa
Tat i a n a d a m b e r g
Não dá para ter Páscoa sem ovo, chocolate, bacalhau, coelhinho e criançada feliz. Mas não é por isso que você precisa repetir as mesmas receitas do ano passado. Aqui vão as nossas sugestões para inovar sem romper com a tradição
ADORARÍAMOS CONHECER SUAS RECEITAS E HISTÓRIAS DE AMOR PELA CULINÁRIA. CONTE-NOS TUDO PELO E-MAIL todos@editoramol.com.br
© Produção de objetos Tatiana Damberg
P
áscoa é uma data repleta de simbologia. Mesmo para quem não é cristão e, portanto, não crê necessariamente na saga de Cristo relembrada nesta semana, o feriado tem significados especiais. A Páscoa é, antes de tudo, uma excelente data para reunir a família. Afinal, a tradição garante o encontro de dois elementos fundamentais para unir gerações: muita comida e diversão para as crianças. Vários dos símbolos da Páscoa associam-se de alguma forma a fartura à mesa. A começar pelo fato de a data marcar, no calendário cristão, o fim da Quaresma, um período de penitências marcado por um longo jejum. Então, temos fartura na cozinha até quando há restrições a 42 > T O d o s > f e v e r e i r o / m a r ç o
serem respeitadas. Na Sexta-feira Santa, por exemplo, os cristãos não comem carne vermelha, o que acaba sendo um convite para aquele delicioso bacalhau que não dava o ar da graça desde a ceia de Réveillon. E o que dizer dos ovos? Ah, esses sim têm história! Muito antes de o cristianismo sequer existir, egípcios e gregos já pintavam ovos de galinha e ofereciam como presente para comemorar a fertilidade – muito tempo depois, viraram de chocolate, para alegrar a criançada. O ovo seguiu na tradição dos judeus, que efetivamente inventaram a Páscoa, comemorando a fuga do Egito rumo à Terra Prometida. Mas, além do ovo, instituíram o cordeiro no banquete e a comilança seguiu adiante.
Aline Soares Miranda 26 anos, Ouro Branco (MG) Minha mãe sempre fazia bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Eu gostava de comer quentinho e preferia as bordas porque ficavam com mais calda. Nunca tinha tentado fazer sozinha, até que um dia, já casada, lembrei do bolo da minha mãe e decidi testar uma mistura para bolos sabor cenoura. Que decepção! Não tinha nem de longe o gostinho do bolo caseiro. Aí fui atrás de uma receita e, como estava fazendo reeducação alimentar, optei pelo integral. Na primeira tentativa, achei que tinha óleo e açúcar demais. Fui aprimorando. Hoje tenho minha própria versão, que faço uma ou duas vezes por mês. Só não faço mais porque como muito! :)
cenoura Bolo de
O clássico da cozinha caseira, em versão integral e com uma cobertura de cream cheese que dá um charme de bolo de festa
Para a massa 1 ⅓ xícara de farinha integral 1 ⅓ xícara de açúcar mascavo 2 cenouras grandes raladas grosso 2 ovos grandes em temperatura ambiente ½ xícara de óleo de girassol ½ colher de chá de fermento em pó ½ colher de chá de bicarbonato
CONFEITEIROS EM Ação Usamos amêndoas e passas na cobertura, mas aqui fica de acordo com o seu gosto. Pode usar minicenouras, gotas de chocolate, bichinhos de pasta americana etc.
de sódio 1 colher de chá de canela em pó 1 pitada de noz-moscada em pó ½ colher de chá de gengibre em pó raspas de casca de laranja 1 xícara de uva-passa 2 xícaras de amêndoas sem sal picadas 1 pitada de sal manteiga para untar e farinha para polvilhar
Para a cobertura 300 g de cream cheese 2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro 2 colheres de chá de extrato de baunilha raspas de casca de uma laranja
Modo de preparo 01 Preaqueça o forno a 180 ºC. Unte a forma com manteiga e polvilhe com farinha. Reserve. 02 Coloque as passas em uma vasilha e cubra com água quente. Reserve por 15 minutos. 03 Peneire em a farinha em uma tigela e junte o bicarbonato, as especiarias, as raspas de laranja, o sal e o fermento. 04 Junte na batedeira o óleo, os ovos e o açúcar. Bata em velocidade alta por 5 minutos, até o creme ficar fofo. Diminua a velocidade da batedeira e junte a mistura de farinha ao creme. 05 Com a batedeira desligada, junte à massa as cenouras raladas, as passas e metade das amêndoas (guarde a outra para decorar). Misture.
06 Transfira a massa para a forma preparada e leve para assar no forno preaque-
DELÍCIA EM DOBRO Esta receita rende umbolo de 26 cm de diâmetro. Para fazer dois andares, duplique a receita
cido por cerca de 40 minutos. 07 Para a cobertura, junte todos os ingredientes na batedeira e bata até formar um creme claro e fofo. Quando o bolo estiver frio, espalhe a cobertura e decore com amêndoas. f e v e r e i r o / m a r ç o < T O d o s < 43
muito obrigado Conheça quem você está ajudando
UM FUTURO DE PRESENTE Dois jovens que viram suas perspectivas de vida mudar graças ao apoio da Obra do Berço e da Turma do Bem, duas das instituições que você ajuda a manter comprando esta revista
Três anos atrás, Lucas da Silva Brunhar encontravase em uma situação desconfortável: o ensino médio entrava na reta final e seu futuro era nebuloso. O mais comum seria entrar em uma faculdade e arrumar um trabalho para bancar os estudos. Mas qual faculdade? É aí que entra a Associação Obra do Berço e seu Programa de Educação Profissional, no qual Lucas ingressou em 2013, cursando a oficina de jardinagem. Ali, aprendeu a cuidar da terra, plantar e podar árvores. “Passei a ensinar coisas para amigos e principalmente para a minha avó, que adora sua horta.” Apesar do interesse pela jardinagem, contudo, Lucas preferiu seguir com a busca pela vocação profissional. Foi então que a Obra do Berço o encaminhou ao Criar, um instituto que forma técnicos para o mercado audiovisual. Lucas escolheu o setor de cenografia e ali encontrou a profissão que estava buscando. “A Obra do Berço abriu alternativas, me mostrou um mundo que eu não conhecia.” É possível colaborar ainda mais com a Obra do Berço fazendo doações, sendo voluntário e visitando a instituição. Saiba mais em: WWW.obradoberco.org.br
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Quando tinha 10 anos, Carlos Gabriel Gonçalves de Oliveira levou um tombo e quebrou os dentes da frente. Além da dor do acidente, ele passou a enfrentar uma dor ainda maior nos meses seguintes. “Meus amigos zombavam muito, me chamavam de banguela, de dentinho”, relata o garoto, morador de Brasília, hoje aos 14 anos. A saída foi fechar a boca para esconder o problema. Deixou de sorrir, evitava conversar e, quando o fazia, tapava a boca. “Sentia uma tristeza horrível me olhando no espelho e não via solução, porque minha mãe não tem condições de pagar um dentista.” Como uma fada madrinha, surgiu então um dos dentistas da Turma do Bem. Na verdade, era “o” dentista: Eric Franco, laureado em 2015 com o título de “Melhor Dentista do Mundo”, em premiação organizada pela Turma. Aí foi só alegria: dentes restaurados e autoestima retomada! “É muito gratificante participar dessa transformação”, comemora Eric, ao lado do agora supersorridente Carlos. Você pode patrocinar o tratamento odontológico completo de uma criança ou jovem atendido pela Turma do Bem. Saiba mais em: WWW.turmadobem.org.br
© Fotos: 1 Déborah Moreno/Editora MOL 2 Gustavo Minas
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