Todos #11

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50% em um hobby. Que será? pág. 28

adão foi lanterninha e lembra a

era de ouro do

cinema de rua pág. 32

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#11

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ajudo imigrantes a recomeçar a vida no brasil

Jonathan Berezovsky, 29 anos – pág. 18 assine já:

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E

EU VENCI

do

mundo para o brasil Conheça imigrantes que adoram viver em nosso país e veja como o encontro entre diferentes culturas pode criar histórias inspiradoras r a fa e l a ca rva l h o

E s pa ç o i lu s ó r i o


“O Brasil me deu as ferramentas de que preciso para continuar sonhando recuperar o meu país”

© Foto: Julia Rodrigues Maquiagem: Renatto de Souza

Genevieve Cherubin, 33 anos, professora. Refugiada haitiana, mora em São Paulo desde 2015. Imagine despedir-se dos seus familiares e amigos sem saber se vai voltar. Esse foi meu sentimento quando saí de Porto Príncipe, no Haiti, em 2015. Meu país é rico em recursos e belezas, mas não sabe administrá-las, o que faz com que muitas pessoas vivam em extrema pobreza. Além disso, temos enfrentado catástrofes naturais que só aumentam o sofrimento. Minha única opção para ter uma vida melhor e ajudar minha

família era ir embora. Ainda em 2015 obtive o visto humanitário para viver no Brasil. Essa concessão do governo brasileiro ajuda refugiados, como eu, a alcançar a única coisa que realmente desejamos: uma vida normal. Queremos trabalhar para pagar nossas despesas, ter uma rotina, fazer amigos. Fui muito bem recebida. Com o apoio do projeto Abraço Cultural (saiba mais no quadro da pág. 14), consigo dar aulas de francês, obtendo uma renda que me

possibilita ter uma vida confortável e ainda ajudar minha família no Haiti. O Brasil me deu as ferramentas de que preciso para continuar sonhando recuperar meu país. Quero criar um projeto pedagógico para educar as próximas gerações haitianas. Ser uma refugiada me fez perceber que, quando uma pessoa está em apuros, o planeta inteiro também está. Fechar fronteiras e não oferecer ajuda é colocar o futuro do mundo todo em risco.”


M

MEU PEQUENO DICIONÁRIO

aventuras

fr at e r na i s

Na infância, irmãos vivem uma relação de amor e ódio – o contexto perfeito para surgirem histórias inesquecíveis. Confira alguns divertidos causos mirins que ilustram as dores e as delícias desse forte e estreito laço familiar A l e s s a n d r a g o e s A lv e s estúdio rufus

Leonardo, Larissa e Luís faziam do tapete da sala uma cidade, onde circulavam carrinhos e bonecos. Ali, a pior profissão era limpar bunda de elefante com cotonete. Um dia, apostaram: quem tirasse o menor número no dado teria de enfrentar o tal desafio. A mãe não entendeu nada ao ver os filhos gargalhando enquanto o caçula esfregava a privada – o elefante imaginário – com o minúsculo palitinho. Leonardo, Larissa e Luís Doin, então com 11, 10 e 8 anos, de São Paulo

Para pôr fim às discussões diárias entre Renata, Taís e Vanessa, o pai delas pendurou uma placa na sala de casa. Ao lado de uma lacuna, aparecia escrito: "...dias sem brigar". À avó das meninas caberia a tarefa de preencher o espaço em branco. Funcionou: com medo de receber longos sermões a cada novo desentendimento, as irmãs passaram a se comportar melhor. Renata Ferreira, Taís dos Santos e Vanessa Ferreira, então com 8, 7

e também 7 anos, de São Paulo

20 > TO d o s > d e z e m b r o / j a n e i r o

Depois de brigar com a irmã, inspirado pelo filme Esqueceram de Mim, Giuliano decidiu espalhar armadilhas pela casa: passou cola na maçaneta do banheiro, colocou farofa na frente do ventilador, jogou tarrachinhas no sofá... Como todos os planos falharam, ele revelou a armação à irmã. Ambos caíram na risada e fizeram as pazes enquanto limpavam tudo antes de os pais chegarem. Giuliano e Andreza Galli, então com 11 e 13 anos, de São Paulo

Um dia, Ana Beatriz lembrou de quando machucou o joelho. Na ocasião, ela ouviu de seus pais que eles iriam tomar um banho de mar para curar o machucado. Morrendo de vontade de ir à praia, ela arquitetou um plano: disse à irmã mais nova para chupar uma lixa de unha. Achava que a família iria ao litoral para curar a boca da irmã... Ana Beatriz Araújo, então com 4 anos, de Taubaté (SP)


Quando os pais de Thamara e Thales chegaram em casa, tomaram um susto: ela parecia uma grande teia de aranha. É que os irmãos haviam inventado uma corrida de obstáculos para o cachorro. O jogo consistia em amarrar um barbante pela sala – da cadeira para a maçaneta, da porta para o pé da mesa, do móvel para o lustre – e ver o animal fazendo acrobacias para pegar o petisco colocado no outro lado da casa. Thamara e Thales Araújo, então com 7 e 10 anos, de Linhares (ES)

Michelle contou a Danilo que havia um tubarão na privada. Assustado, ele ficou dias sem ir ao banheiro. Ao ver a reação do irmão, Michelle começou a acreditar na própria mentira. Ambos foram parar no hospital com constipação intestinal! Michelle e Danilo Mantovani, então com 5 e 4 anos, de Bauru (SP)

Quando Isadora e Leonardo entravam em lojas com sua mãe, tinham uma mania: esconder-se nas araras de roupa e dar sustos nas pessoas. Um dia, a mãe, já conhecendo o truque, procurou os filhos por entre os cabides e não os achou. A aflição só acabou quando uma das vendedoras pediu para que ela retirasse as crianças da vitrine, onde eles faziam poses para todo mundo...

Rodrigo contou para Izabela que havia uma passagem secreta embaixo da cama. Para alcançá-la, a irmã deveria fechar os olhos. Ao ouvir barulhos de móveis sendo arrastados, Izabela suspeitou de que estava sendo enganada, mas foi assegurada de que os ruídos se deviam à travessia. Ao abrir os olhos, viu que estava no mesmo quarto – apenas com duas cadeiras e alguns livros fora do lugar... Izabela e Rodrigo Ramos, então com 5 e 10 anos, de São Paulo

Isadora e Leonardo Labrada, então com 5 e 7 anos, de São Paulo

A professora pediu para os alunos desenharem a pessoa que eles escolheriam para fazer uma incrível viagem para outros planetas. Laura não teve dúvida: quem ela mais queria mandar para o espaço era o irmão, para ficar com a casa só para ela! Laura Cristina de Souza, então com 5 anos, de Avaré (SP)

Quando aprontavam alguma, Pedro e Júlio corriam para o quarto e colocavam inúmeras calças, uma por cima da outra. Essa era a tática para aliviar as dores das chineladas que sabiam que iriam receber... Pedro Paulo e Julio César Alves,

então com 9 e 6 anos, de São Paulo

Você tem um filho ou neto bastante criativo? Gostaria que ele participasse desta seção? Então envie um e-mail para a redação (todos@editoramol.com.br) indicando o seu pequeno poeta e entraremos em contato.

d e z e m b r o / j a n e i r o < TO d o s < 21


T

testemunha ocular

AdĂŁo Matias da Silva, de 61 anos, trabalhou como lanterninha na dĂŠcada de 1970, em Campo Grande. Ao abordar namorados que passavam do ponto, ganhou convites para muitos casamentos


eu fui lanterninha

de cinema A d ã o M at i a s d a S i lv a , e m d e p o i m e n t o a É r i c a G e o r g i n o

caco neves

Adão foi lanterninha quando os cinemas de rua eram um dos principais pontos de encontro da vida urbana. Ele lembra o ritual de cada sessão, os maiores sucessos

© Foto: Marcos Vollkopf

em cartaz e os desafios da profissão – que influenciou fortemente sua carreira

O meu primeiro contato com o cinema aconteceu quando eu tinha 14 anos. Era um menino nascido em Costa Rica, cidade do interior do Mato Grosso do Sul que, em meados da década de 1960, contava umas 30 e poucas casas. Pouco sabia do mundo nessa época, quando eu me mudei para Campo Grande. Instalado na capital, meu irmão me levou para assistir a um filme do Mazzaropi, e assim me apresentou uma experiência completamente nova: eu nunca imaginei que aquilo pudesse existir! Peguei gosto por cinema e passei a frequentar religiosamente as salas da cidade. Ainda jovem, fui engraxate, pintor, auxiliar de pedreiro, entre outras ocupações, e sempre juntava uma graninha para garantir a sessão dos domingos. Não me recordo muito bem quantos cruzeiros custava uma entrada, mas em minha lembrança era o equivalente a um refrigerante. Então cresci, cumpri o serviço militar e, no retorno à vida civil, decidi pedir emprego no cinema Santa Helena, um dos mais populares de Campo Grande. Era 1º de janeiro de 1976 e, por sorte, havia uma vaga de lanterninha. Comecei naquela mesma noite, ajudando a limpar e a organizar a sala de exibição. Logo aprendi que o ritual era sempre o mesmo: havia entre 15 e 20 sessões por semana, desde matinês diárias,

realizadas às 14h, até exibições extras dos filmes mais disputados, às 22h30. Nessa segunda metade dos anos 1970, os sucessos absolutos eram as comédias do Mazzaropi e as sagas norte-americanas de faroeste, sobretudo as que traziam atores como John Wayne. Nos minutos que antecediam o ressoar do projetor, os rapazes ficavam andando ao redor da plateia e lançavam um sinal para as moças solteiras. Se fossem correspondidos, sentavam-se ao lado delas para entabular uma

Salas de cinema no Brasil A primeira sala fixa e regular de cinema no Brasil foi o Salão de Novidades Paris,

inaugurado em 1897 no Rio de Janeiro Hoje, o Brasil possui apenas

306 cinemas de rua

(10% do total). Os demais ficam em complexos comerciais, como shopping centers

Só 7% das cidades brasileiras têm cinema. 55% das salas ficam na região Sudeste. O município recordista é

São Paulo, com 314 salas

O Brasil possui 68 mil habitantes por sala de cinema. O número vem melhorando, mas ainda é baixo. Na Argentina, a média é de 49 mil d e z e m b r o / j a n e i r o < TO d o s < 33


R

Receitas de família

presentes

de com e r Neste fim de ano, que tal emocionar seus amigos e familiares pelo paladar? Eles vão adorar ouvir “Eu que fiz, pensando em você!” Romy Aikawa

alex silva

© Produção culinária: Silvia Marques Produção de objetos: Ellen Annora

e

scolher o presente para alguém não é tarefa das mais fáceis. Tem a questão da idade, do gosto, da ocasião... Mas há um tipo de regalo de apelo universal: comida. Afinal, a alimentação é uma das nossas necessidades mais básicas e, ao mesmo tempo, uma das mais estimulantes formas de prazer. O mimo gastronômico fica ainda mais especial se for feito com as próprias mãos. Dedicar-se a escolher a receita, ir atrás dos melhores ingredientes, caprichar no preparo e cuidar da embalagem pensando em quem vai receber é uma valiosa demonstração de afeto. Cada vez mais pessoas têm percebido que os melhores presentes são os que proporcionam experiências. Afinal, viver vale muito mais do que ter. Comidas são efêmeras: duram só até o momento em que são consumidas. Mas os aromas, texturas e sabores, quando emocionam, ficam para sempre. Ainda mais em datas especiais, como o Natal. Presentes assim são uma forma de perpetuar na memória o sentimento de família reunida, aconchego e amor. Gostou da ideia? Então confira receitas de diversos tipos para conquistar seus presenteados pelo estômago! ADORARÍAMOS CONHECER SUAS RECEITAS E HISTÓRIAS DE AMOR PELA CULINÁRIA. CONTE-NOS TUDO PELO E-MAIL todos@editoramol.com.br 42 > TO d o s > d e z e m b r o / j a n e i r o

TORTANO de calabresa

Em vez de panetone, que tal presentear com outra tradição italiana? Esse delicioso pão de calabresa é feito com massa de pizza

Ingredientes 15 g de fermento biológico fresco 1 colher (de sopa) de açúcar 1 colher (de sobremesa) de azeite (e mais para untar) 1 colher (de sopa) de sal 300 ml de água em temperatura ambiente 700 g de farinha de trigo (e mais para abrir a massa) 300 g de linguiça calabresa em fatias finas


Miolo turbinado Varie o recheio como bem quiser. Junto à calabresa, por exemplo, você pode incluir fatias de queijo e tomatinhos cereja

Pedro Filho 33 anos, São Paulo Provei esse pão de calabresa em uma pizzaria e adorei. Aí fui para a Itália e constatei que o tortano é comum nas regiões de Nápoles e da Calábria. Desde então, passei e prepará-lo nas pizzadas entre amigos. Ele deve ser assado em temperatura mais baixa que a da pizza, para não ficar seco. Se fizer a lenha, a dica é assar enquanto o forno ainda está se aquecendo, longe do fogo e embrulhado em papel-alumínio. E, para a massa não quebrar, só tirar da forma quando esfriar.

Pacote de classe Faça uma bela embalagem rústica usando pano de prato, barbante e raminhos para enfeitar

Modo de preparo 01 Numa vasilha, misture o fermento

proteja com um pano e deixe crescer em

ção de calabresa. Ponha o rolo sobre a

temperatura ambiente por cerca de duas

massa aberta e enrole novamente, unin-

e o açúcar até virar um creme. Junte o

horas, até quase dobrar de tamanho. 03

do as massas. Faça o mesmo com a ter-

azeite e o sal. Enquanto mistura, adicio-

Divida a massa em três partes. Com um

ceira porção da massa e o restante da lin-

ne a água aos poucos. Depois, acrescen-

rolo de macarrão, abra uma das porções

guiça. 04 Unte uma forma de bolo gran-

te a farinha, gradualmente. Misture por

em formato arredondado. Distribua um

de com furo no meio e disponha nela o

cerca de 15 minutos, até a massa se soltar

terço da linguiça sobre a massa e enrole-a

rocambole. Deixe descansar por cerca de

das mãos. 02 Trabalhe a massa até ficar

como um rocambole. Abra a segunda

três horas. Asse em forno médio (180 ºC)

lisa. Cubra com um pouco de farinha,

parte da massa e cubra-a com uma por-

até o tortano crescer e ficar dourado.

d e z e m b r o / j a n e i r o < TO d o s < 43


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