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que apoiam a TERCEIRA IDADE
doados
eni, 83 anos, tornou-se
instrutora de
arte marcial aos 55
pág. 15
carlos é professor
voluntário, e você também pode ser pág. 28
arethuza foi a primeira brasileira a se
di v o rciar , há 40 anos
pág. 32
E mais: aprenda a fazer
manteiga de nuts, barra de cereais e outras 3 receitas #16
out/nov 2017 venda exclusiva
Guilherme Lopes, 54 anos pág. 13
Após três infartos, o esporte me salvou
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E
EU VENCI
Seu corpo foi feito para se mexer. Praticar exercícios físicos é fundamental para ter saúde e levar uma vida mais completa e divertida. Precisa de um empurrãozinho? As histórias a seguir vão dar corda na sua motivação! Ra fa e la C a rva l h o
Willian Santiago
Guilherme Lopes,
O esporte me salvou Em menos de dez anos, infartei três vezes. Minha esposa estava gravemente doente, e deixei minha saúde de lado para tomar conta dela. Quando fiquei viúvo, há sete anos, minha atenção se voltou para a minha filha, que tinha 12 anos quando perdeu a mãe. Cheguei a pesar 160 quilos. Atingi o nível mais grave de apneia do sono e minha pressão chegou a 22 por 12. Percebi que estava perto da morte e decidi mudar. Em 2015, comecei a fazer caminhadas leves, que foram ficando mais longas e rápidas. Há pouco mais de um ano e meio, aderi à bicicleta. Conheci um grupo de ciclistas e, motivado pelos meus novos amigos, passei a me alimentar melhor. Foi muito importante ouvir de outras pessoas que eu conseguiria ser saudável, pedalar mais forte. Por causa desse apoio, mesmo quando estou desacompanhado, não me sinto sozinho. Hoje pedalo ao menos 40 quilômetros por dia, durmo melhor do que nunca e minha pressão está controlada sem a ajuda de medicamento. Nunca vou me esquecer da primeira vez em que consegui pedalar até o alto da ladeira da minha casa, após meses de esforço. Fiquei tão eufórico que pulei e gritei de felicidade. O esporte me deu força física e emocional. Hoje, estou apenas começando a viver.”
© Foto: Fabíola Freire / Caixa de Fósforo
54 anos, de Salvador. Após infartar três vezes, ele começou a pedalar e conquistou uma vida saudável
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T
testemunha ocular
Arethuza de Aguiar, juĂza de paz do Rio de Janeiro, obteve o primeiro divĂłrcio do Brasil, em 1977: "Meu pioneirismo foi uma carta de alforria para muitas mulheres"
O PRIMEIRO DIVÓRCIO no Brasil foi o meu Arethuza de Aguiar, em depoimento a Gabriela Portilho
caco neves
Há 40 anos, dois dias após a lei do divórcio entrar em vigor, Arethuza tornou-se a primeira brasileira oficialmente separada. Juíza de paz, orgulhosa dos milhares de casais que uniu, ela acredita que o poder de escolha é crucial para a felicidade
Casei-me aos 23 anos, quando estava no penúltimo ano da faculdade de Direito. Mesmo sem amor, tivemos duas filhas e ficamos juntos por sete anos. Amigavelmente, decidimos nos separar. Na época, 1969, o que havia era o desquite: fazia-se a separação de bens, as pessoas passavam a morar em casas diferentes, mas o vínculo matrimonial se mantinha. Era impossível casar-se de novo, por exemplo. Não foi fácil. Eu era de família católica, e a separação era muito malvista. Tanto eu quanto minhas filhas enfrentamos um pesado julgamento social. A mulher desquitada era vista como uma ameaça à sociedade, 'aquela que não conseguiu segurar o marido'. Em algumas escolas, filhos de pais casados se recusavam a ter amizade com crianças de casais separados. Mas eu estava longe de ser um caso isolado. Nesse período,
trabalhava como juíza de paz e advogada especializada em Direito de Família, e ficava angustiada em ver a quantidade de casais que viviam juntos, mas profundamente infelizes. No início de 1977, começaram a borbulhar conversas sobre a Lei do Divórcio. Eu conhecia o senador Nelson Carneiro, que estava à frente destas discussões no Congresso, e ficamos amigos. Nesse período, me envolvi num intenso debate social, participando até de programas de TV. Sabendo do meu grande interesse pelo assunto, no dia 26 de dezembro de 1977 uma amiga que trabalhava no Senado me telefonou e disse: 'Arethuza, você está ouvindo esse alvoroço? Estou dentro do Senado e estão votando a Lei do Divórcio'. Já eram quase 3 horas da manhã, mas fiquei na linha ouvindo tudo. Quando os parlamentares disseram
40 anos do divórcio no Brasil O divórcio entrou em vigor no Brasil em
© Foto: Ana Rovati
27 de dezembro de 1977.
A lei, dos senadores Nelson Carneiro e Acioli Filho, foi sancionada pelo presidente Ernesto Geisel, durante a ditadura.
Até então, o que havia era o desquite, em vigor desde 1916. Marido e mulher podiam encerrar o regime de bens do matrimônio, mas não podiam casar-se de novo.
Até 1989, só era possível se divorciar uma vez na vida. Até 2007, era preciso que um juiz autorizasse a separação. Até 2010, o divórcio só podia ocorrer após um ano do casamento.
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M
MEU DICIONÁRIO
Caipiracicabano Assim se chama o modo de falar típico da região de Piracicaba (SP), espécie de capital da cultura caipira. O caipiracicabano, inclusive, foi declarado patrimônio imaterial desse município. Confira algumas expressões características desse pedaço do Brasil heloísa iaconis
samuel rodrigues
Onde você vai todo grostoroso? Ele tem açuca no bigode.
Nos tempos da brilhantina, uma das marcas mais famosas desse cosmético para o cabelo era a Glostora. Daí o termo "grostoroso", que define quem está bem arrumado, nos trinques.
É assim que os caipiras se referem a um sujeito bom de conversa, simpático, conquistador, que encanta os outros com seu papo doce.
Para abalar a serenidade bovina apenas com uma careta é preciso estar com o semblante muito amarrado. Imagine quão enfezado está alguém capaz deste feito!
Estou com a maior fiaca.
Licença, preciso i pra fora.
Na região de Piracicaba, ninguém tem preguiça. Não que naquelas bandas não haja um momento de adiar os afazeres. É que a tal moleza tem outro nome: fiaca.
Essa é do tempo em que o banheiro era um cômodo separado da casa – a latrina. Para usá-lo, era mesmo preciso ir para fora.
Deus me livre do céu das cabra! Vem de longe a associação do bode, ou de sua fêmea, com o diabo. Pensando nisso, os caipiras criaram essa expressão, perfeita para quem evita referir-se diretamente ao inferno.
Esse barbero é dos bons. Em Piracicaba, você pode ser "barbero" (sem o "i") sem nunca ter cortado cabelo, barba ou bigode. O termo é sinônimo de motorista. 36 > TO d o s > o u t u b r o / n o v e m b r o
Ficou com cara de espantá vaca.
Na dúvida, é melhor carçá as butina! Calçar as botinas é o mesmo que se precaver. Possivelmente a expressão surgiu a partir da experiência de algum caipira que caminhou descalço e pisou onde não queria.
Ih, aquele ali só dá banho em minhoca! Numa pescaria, quando um sujeito quer zombar do desempenho de outro, usa essa expressão para dizer que ele só molha a isca, sem pegar nenhum peixe.
Tá pensando que seu pai é vidraceiro?
Eu falo assim
Diz-se isso para reclamar de quem fica na frente do que está sendo observado. Em outras palavras: "Tá pensando que você é feito de vidro?".
Num há tatu que guente essa situação.
Nossos entrevistados revelam expressões do próprio vocabulário que representam a cultura do interior do estado de São Paulo. Confira!
Tirou férias, tá na panqueca! Estar na panqueca é ter uma vida mansa, ficar despreocupado, curtindo sombra, água fresca – e, quem sabe, até mesmo uma panqueca.
Mell Ferraz,
Parece que, no universo caipira, o tatu é tido como um animal muito tolerante. Porque, quando algo é insuportável, diz-se que nem mesmo esse animal resistiria.
1
"Na faculdade, ao entrar em contato com várias pessoas de outras regiões do país, muitas questões regionais se tornaram evidentes para mim. Uma palavra que sempre gera discussões engraçadas é 'colante', que cresci ouvindo e falando. Claro que eu também conhecia 'adesivo', mas a versão que aprendi na infância sempre me pareceu mais significativa: afinal, é algo para colarmos, certo?"
Não vá espaiá brasa por aí! Brasa espalhada é incêndio em potencial, problema grande à vista. "Espaiá brasa", portanto, é isso: causar confusão.
Vai puxá uma ferpa?
Renata Gava,
Essa expressão tem dois sentidos. Pode significar tanto tirar um cochilo quanto almoçar. Ou seja: é possível "puxá uma ferpa" seguida de outra sem ser repetitivo.
39 anos, historiadora de Piracicaba (SP) 2
"'Porta', 'porteira' e 'portão' representam o 'erre' retroflexo falado pelo caipira, ao mesmo tempo em que identificam peculiaridades do seu modo de viver. Não à toa, essas palavras estão no nome da exposição sobre as maneiras de falar e os costumes do interior da qual sou uma das curadoras."
© Fotos: 1) arquivo pessoal, 2) Edson Rontani
Essa dieta num tá bolinho. Bolo é aquela guloseima fácil de fazer, de comer, de achar gostoso. Talvez por isso, quando uma situação é difícil, os piracicabanos dizem que ela não está bolinho.
Deu um angu de caroço danado! O angu empelotado é uma metáfora caipira para qualquer situação ruim, que envereda pelo rumo errado. Semelhante a outro clássico rural: "A vaca foi pro brejo".
Vá assombrá porco! Quando queremos afastar um chato, podemos sugerir muitas tarefas: catar coquinho, pentear macaco, plantar batata – e também assombrar porco.
Fonte: Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco, Verva, de Cecílio Elias Netto.
Quer massá barro até a cidade? Quem caminha por uma estrada de terra molhada pela chuva inevitavelmente amassa barro. Está explicado: "massá barro" é o mesmo que passear, andar muito.
24 anos, estudante e blogueira de Jundiaí (SP)
Denis Pinheiro, 1
21 anos, artista visual de Borborema (SP)
"Quando pequeno, nas épocas em que enxergava tudo pelas beiradas da mesa e da pia, no sítio de minha bisavó se ouvia: 'Vou lavar os trem enquanto a gente conversa'. Podemos não ter nada nessa vida, mas trem a gente sempre tem um para lavar. Louças, pratos, talheres – esses eram os trens que lavavam minhas matriarcas. E, assim, a gente, que é neto e bisneto, segue a tradição." Qual expressão típica da sua região você gosta de usar? E o que significa? Conte para a gente! Escreva para todos@editoramol.com.br.
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Receitas de família
feito
em casa Tem certas comidas que costumamos comprar prontas, apesar de suas versões caseiras serem simples de fazer – e, em geral, mais saudáveis. Que tal romper essa rotina? Aprenda cinco receitas para tirar férias do supermercado e do delivery Romy Aikawa
Sheila Oliveira
Calabresa Sobre o molho, ponha linguiça e cebola fatiadas e azeitonas pretas e leve para assar. Fizemos à moda paulista, sem queijo. Se preferir com, é só acrescentar.
Viajei para a Itália em 2013 e provei uma pizza deliciosa, cujo sabor era chamado Etna: queijo, molho de tomate e cebola roxa. Poucos ingredientes, mas excepcional! De volta ao Brasil, tentei prepará-la. A maior dificuldade era chegar ao ponto perfeito da massa. Fiz um workshop com um chef italiano e aprendi uma receita de longa fermentação: são necessárias oito horas, e o resultado é uma massa leve e aerada. Pôr esses conhecimentos em prática junto aos amigos é minha diversão dos fins de semana!”
João Junqueira, 33 anos, São Paulo
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PIZZA
básica
Ingredientes Para a massa: » 3/4 de xícara de água morna » 1 colher (de chá) de fermento biológico seco » 1 colher de chá de açúcar
Sabendo fazer a massa e o molho, é impossível errar. A cobertura aceita praticamente tudo que sua imaginação inventar!
» 1 pitada de sal » 1 colher (de sopa) de azeite de oliva » 2 xícaras de farinha de trigo e mais para polvilhar a bancada Para o molho: » 2 latas de tomate pelado » 3 colheres (de sopa) de manteiga » 1 cebola cortada ao meio » sal a gosto Modo de preparo
1 Preaqueça o forno a 250 ˚C. Enquanto isso, coloque numa tigela a água, o fermento e o açúcar. Misture com uma colher até o fermento agir, formando bolhas. Junte o sal, o azeite e a farinha. Mexa com a colher até incorporar bem. 2 Transfira a massa para uma bancada polvilhada com farinha e trabalhe-a com as mãos até ficar lisa e elástica. Volte a massa para a vasilha, cubra com um pano limpo e coloque perto do forno ligado. Espere 30 minutos, até a massa fermentar, dobrando de tamanho.
Muçarela
Rale o queijo e disponha-o sobre o molho. Acrescente folhas de manjericão só depois que a pizza sair do forno, para a erva manter o frescor.
4 Divida a massa em duas partes. (Se quiser fazer só uma pizza, você pode guardar uma das metades em um pote com tampa, na geladeira, por até cinco dias.) Na bancada polvilhada, use um rolo para abrir a massa, formando um disco com 25 centímetros de diâmetro. 5 Coloque a massa em uma assadeira, espalhe o molho sobre ela e monte a cobertura como preferir. Asse por 20 minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.
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© Produção culinária: Paula Belleza. Produção de objetos: Márcia Asnis
3 Faça o molho. Numa panela, coloque os tomates inteiros, a manteiga e a cebola. Cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos, mexendo de vez em quando. Quando os tomates estiverem desmanchados e o molho encorpado, retire a cebola e acerte o sal. Reserve.