Todos #01

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compre $ 3,90 e ajude! A VIDA é FEITA DE HISTóRIAS. QUAL é A SUA? e mais 13 instituições que apoiam a TERCEIRA IDADE na sua região e em todo o Brasil

#01 Primeira edição Mude o mundo com a gente!

OSMAR

abriu mÃO DE UM BOM SALÁRIO para ficar mais com a famÍLIA

lucina

sedentÁria aos 57, fez 70 correndo maratonas

carla & aurora

desafios e delícias de ser mãe, ontem e hoje

+18

HISTÓRIAS

INCRÍVEIS de gente

como você #01 abr/mai 2015

Judith Caggiano, 83 anos - página 15

usei a dor do passado para ser mais feliz!

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LER MUDA O MUNDO

bancadobem.com.br


E

EU VENCI

mud ança de hábito

H e l a i n e M a rt i n s e R a fa e l a Ca rva l h o

Rotina pode significar conforto e segurança, mas não destino. É duro reverter hábitos, mas, quando eles são nocivos ao corpo, à mente e ao coração, é preciso encarar o desafio da mudança. Inspire-se com as histórias das próximas páginas e retome as rédeas da sua felicidade


d a

Em 2007, fui aprovado em um concurso para trabalhar em Brasília. Era uma oportunidade única para a minha carreira, assim como uma ótima chance de fazer um pé-de-meia. Mas como eu, minha esposa e nossos filhos, de 6, 12 e 13 anos, morávamos no Rio de Janeiro, decidi que iria sozinho. Ficaria lá de segunda a sexta e mataria a saudade nos fins de semana. Eu gostava muito do que fazia. Mas confesso: ficar longe dos meus filhos me fazia pensar que aquela não era a vida que eu queria. Ainda mais quando perdia momentos importantes. No aniversário de um deles, por exemplo, peguei um voo para chegar no Rio de Janeiro na hora Economista da festa, mas, por causa de uma forte chuva, meu Rio de Janeiro (RJ) avião teve que fazer uma escala em Vitória. Cheguei em casa no fim da festa. Quando completei seis anos nessa situação, dei-me um prazo de um ano para sair dela. Em 2014, passei em um concurso público no Rio, mas o salário era menos da metade do de Brasília. Topei. Hoje, ainda estamos cortando gastos e reformulando nosso orçamento, mas eu sei que fiz a coisa certa. Esses dias, quando falei para o meu filho do meio que teríamos algumas dificuldades financeiras, ele me disse: ‘Pai, não tem nenhuma dificuldade. Você voltou!’.”

“FOI COMO COMEÇAR DO ZERO, MAS, FINALMENTE, VOLTEI A FICAR COM A MINHA FAMÍLIA.”

© Foto: Ana Rovati

osmar santos 50 anos


M

MEU PEQUENO DICIONÁRIO

grandes palavras, pequenos autores Esqueça as definições das enciclopédias. Consultamos crianças de 3 a 7 anos para definir o significado mais puro de palavras universais l u c i a n a a lva r e z

fido nesti

Alegria É quando a gente brinca com os amigos e com os nossos brinquedos.” (Vinícius)

amor

“É ficar com o papai e com a mamãe.” (João)

18 > T O d o s > a b r i l / m a i o

Uma coisa que vai para um lugar de montanhas.” (Teresa)

Beleza

Disciplina

“É quando a gente se sente bem e confiante na gente.” (Ana Laura)

“Não poder jogar muito, comer muito, dormir mal.” (Leonardo)

Certeza

Educação

“É quando você acha que nunca está errado.”(Otávio)

“É uma coisa que a gente acredita, que a gente sabe que é. Tipo: eu tenho certeza que a gente não está num sonho neste instante.” (Pedro M.)

Conhecimento É o que faz a gente mais experiente.” (Ana Laura)

Coragem “É quando você está tentando atravessar um vulcão prestes a explodir. Daí você acredita em si mesmo e passa correndo.” (Theo)

Amizade “Fazer amizade é estar em qualquer lugar, ver uma outra criança, daí você brinca bastante com ela e vocês viram amigos.” (Theo)

Aventura

culpa “Dar beijo, fazer carinho e abraçar.” (Marcelo)

É quando você faz algo de errado e parece que o coração vai se partir.” (Otávio)

Ouvir alguém sem interromper.” (Fernando)

Felicidade “Brincar na piscina.” (Fernando)

Imaginação “Ter amigos invisíveis e fazer coisas que não pode, como imaginar que está com uma tesoura com ponta ou segurando uma agulha.” (Leonardo)

Inveja “Querer que uma pessoa seja infeliz porque ela tem algo que a gente não tem.” (Ana Laura)


Justiça É seguir a regra. Hoje por exemplo tinha dois damascos para duas crianças. Cada criança queria dois. Então eu dividi cada damasco em dois e cada criança ficou com duas metades.” (Pedro M.)

PAZ

“É ficar quietinho e ninguém falar alto.” (Anita)

Talento tempo “É quando uma pessoa escolhe uma coisa e faz.” (Pedro B.)

Perdão

tristeza

“É amar mesmo quando a pessoa faz algo de errado.” (Otávio)

Respeito “É quando a gente sabe ouvir o que os outros têm a dizer.” (Ana Laura)

É tipo você tem um cachorro que é bem seu amigo. Daí, cai um raio nele.” (Theo)

vida

“Quando nasce e cresce.” (Teresa)

Riqueza Liberdade “Ler livros.” (Luca)

Limite É a última palavra. É quando a mãe fala pela última vez.” (Anita)

Saudade “É quando uma pessoa vai embora. Quando vai viajar e ficar muito lá.” (Anita)

Autores das definições desta seção: Ana Laura Martinelli, 7 anos, São José

Marcelo Alvarez de Souza Santos,

Anita Contier de Almeida Prado,

Otávio Pietro Farias Costa,

Fernando Hiroaki Schadeck,

Pedro Branco Baraviera,

João Moraes,

Pedro Amorim de Mello,

Leonardo Pardini Toledo Pires,

Teresa Contier de ALmeida Prado,

Luana Rabelo,

Theo Barros Forlani,

Luca Kim Giglio,

Vinícius Maia Baraviera,

dos Campos (SP)

6 anos, Florianópolis (SC) 4 anos, São Paulo (SP)

“É o fim da vida.” (Ana Laura)

5 anos, São Paulo (SP)

Orgulho

7 anos, Santos (SP)

“É quando a gente se sente importante.” (Ana Laura)

Solidão

Brincar com os carrinhos.” (Luca)

6 anos, São Paulo (SP)

Morte

5 anos, São Paulo (SP)

É se sentir vazio, sem ter motivo para viver.” (Ana Laura)

“É uma coisa que passa no relógio.” (Pedro B.)

3 anos, São Paulo (SP)

6 anos, Sorocaba (SP) 4 anos, Porto Alegre (RS) 6 anos, São Paulo (SP)

4 anos, São Paulo (SP) 6 anos, São Paulo (SP) 6 anos, Brasília (DF)

Você tem um filho ou neto bastante criativo? Gostaria que ele participasse desta seção? Então envie um e-mail para a redação (todos@editoramol.com.br) indicando o seu pequeno poeta e entraremos em contato.

a b r i l / m a i o < T O d o s < 19


T

testemunha ocular

Legenda Marlene da ilustra, Mattos, para o leitor 80 anos, de SĂŁo Paulo, entenderbrincou melhor.no TietĂŞ nos anos 1940

20 > T O d o s > a b r i l / m a i o


M a r l e n e M a i a M at to s ( e m d e p o i m e n to a H e l a i n e M a rt i n s ) Mauricio planel

eu n a d e i n o

rio tietê!

Dona Marlene faz parte de uma geração que desfrutou do rio mais famoso de São Paulo como um clube. Difícil acreditar, mas isso não faz tanto tempo

Eu ainda era pequenina quando, em um belo dia de sol, minha irmã mais velha me levou para conhecer o rio. Numa mão, uma pá de padeiro; na outra, o tabuleiro que minha mãe usava para assar pão. A brincadeira era remar no Tietê. Foi uma aventura inesquecível, que até valeu o susto da volta, quando demos de

Com

© Foto: bitenka/Istock

1.010 quilômetros

de extensão, o Tietê nasce em Salesópolis (SP), na Serra do Mar, e corre pelo interior paulista até desaguar no Rio Paraná, bem na divisa com o Mato Grosso.

R$ 3,4 bilhões

é a estimativa de gastos entre 1992 e 2015 do plano de despoluição

Menos de

30%

dos 176 municípios da Bacia do Tietê possuem sistema de coleta e tratamento completo de esgoto.

cara com meu pai, um português muito bravo, e fomos direto para o castigo. Como o Tietê era bonito naquele tempo... Seu curso era cheio de curvas, desenhadas por barrancos floridos com a mata nativa, água tão límpida que dava até para beber. Pescavam lambaris, carás e traíras. Foi ali que aprendi, aos 6 anos, a nadar. Quase todos os dias, eu e meus irmãos saíamos escondidos de casa, que ficava no bairro do Tatuapé, próximo ao rio, para dar nossas primeiras e desajeitadas braçadas. Aos fins de semana, era lá também que as famílias iam O TIETÊ HOJE se divertir. Quem não tinha O crescimento desordenado de dinheiro, nadava e brincaSão Paulo fez com que resíduos da indústria e de residências passassem va nas margens. Quem tinha a ser despejados no rio já a partir da posses, passeava de barco – década de 1940. Hoje, diariamente, ele recebe 134 toneladas de lixo. como o conde Francesco Fontes: Sabesp, Projeto Tietê, Museu do Tietê

a b r i l / m a i o < T O d o s < 21


Q

QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

CHAMMES ROLIM, 97 anos, de Ipatinga/MG, viveu um momento marcante em 2014. O que você acha que ela fez? A Viu nascer seu primeiro tataraneto

26 > TO d o s > a b r i l / m a i o

B Conheceu o Vaticano e viu o papa

C Graduou-se na faculdade de Direito


R a fa e l a ca rva l h o

t h yag o r o d r i g u es

SEMPRE É

tempo

Conheça a incrível história da mulher que, depois de criar filhos e netos, trabalhar com o marido por 50 anos e criar o próprio negócio, decidiu que ainda dava tempo de realizar um sonho

C

hammes Rolim odeia poucas coisas na vida, e uma delas é ficar parada. Mesmo tendo vivido em uma época em que moças eram criadas para o recato – principalmente em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, como Coronel Fabriciano, onde viveu por quase 70 anos –, decidiu logo cedo que, com ela, seria diferente. E foi. Formou-se professora, mas, casada com um dono de farmácia, dedicou-se, com simpatia e disposição, à labuta atrás do balcão por cinco décadas, quando a família decidiu mudar-se para uma cidade

maior, Ipatinga, também em Minas. Lá, Chammes abriu uma lavanderia. “Sempre gostei de me manter ativa. Meu maior objetivo na vida é ser uma pessoa útil”, conta a elegante e sorridente senhora de 97 anos. Se parássemos aqui, já teríamos uma vida significativa, de uma batalhadora que peitou preconceitos e conseguiu conciliar as tarefas de mãe, esposa e dona de casa com quase um século de atividades diversas. Mas a melhor parte estaria por vir: Chammes ainda tinha planos para realizar.


muito obrigado Conheça quem você está ajudando

A arte de sorrir Kevyn e Gabriela tiveram suas vidas transformadas pelas ONGs beneficiadas pela revista TODOS. Você faz parte destes sorrisos! 2

Kevyn Guimarães, 8 anos, encara um tremendo dilema todas as manhãs: será que vai primeiro no escorregador ou no balanço? Por via das dúvidas, ele vai um pouquinho em cada um, depois joga bola, desenha, ouve música, dá mais uma balançada, pinta, enfim, vive a infância sem economizar na diversão. Só não gosta mesmo quando o dia acaba e ele se despede da unidade Jardim Rebouças da Obra do Berço, onde, desde fevereiro de 2014, passa seus dias enquanto sua mãe trabalha. Mais feliz do que Kevyn, só mesmo a mamãe. “Ele aprendeu a conviver. Passou a conversar mais e se tornou mais amoroso. Isso me deixou aliviada. Não é todo mundo que sabe cuidar de uma criança especial”, diz Elaine da Silva, referindo-se à dificuldade cognitiva, hiperatividade e ao atraso neuropsicomotor do filho. Terminando a entrevista, Elaine chama Kevyn para ir para casa. Do alto do escorregador, ele diz: “Posso ficar?” É possível colaborar ainda mais com a Obra do Berço fazendo doações, sendo voluntário e visitando a instituição. Saiba mais em: obradoberco.org.br

50 > T O d o s > a b r i l / m a i o

Gabriela Souza, 19 anos, não sabe o que é viver sem música. Antes mesmo de aprender o primeiro acorde do seu inseparável violoncelo, ela já tinha a música como um elemento vital. Seus pais dizem que, quando bebê, a única forma de colocá-la para ninar era com um radinho de pilha embaixo do berço. Mas a alegria virou paixão mesmo quando Gabriela acompanhou pela primeira vez o irmão mais velho em uma aula de música – ele tocava contrabaixo. Gamou no violoncelo e nunca mais o largou. Mas, mesmo repleta de felicidade, Gabriela quase não sorria. Não tinha nada a ver com apatia: ela simplesmente tinha vergonha da formação irregular da sua arcada dentária. Ela descobriu isso no consultório de um dentista voluntário da Turma do Bem, onde, há quatro anos, começou a redesenhar seu sorriso. Quem ficou enciumado foi o violoncelo, que agora tem de dividir a atenção da Gabriela com o espelho. Você pode patrocinar o tratamento odontológico completo de uma criança ou jovem atendido pela Turma do Bem. Saiba mais em: turmadobem.org.br

© Fotos: 1 Ilana Bar 2 Natália Caseu/Editora MOL

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