ENTREVISTA No comando da Abav Nacional, Geraldo Rocha defende campanhas institucionais mais abrangentes
AVIAÇÃO . Gol apresenta Boeing 737 Max 8; . Latam comemora vendas da nova rota para Lisboa
FEIRAS E EVENTOS Fórum da Clia Brasil debate questões trabalhistas, entraves burocráticos e soluções para o fomento da atividade
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Setembro 2018
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ÁFRICA DO SUL Cultura, história, natureza preservada e bom custo-benefício consolidam destino na rota dos brasileiros
VILA GALÉ TOUROS (RN) Em meio a paisagens paradisíacas, resort com spa foi oficialmente aberto
GOIÂNIA (GO) Capital tem conjunto único e homogêneo de obras que inclui prédios, monumentos e mobiliário urbano
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ENOTEL PORTO DE GALINHAS (PE) Reforma completa incluiu expansão do centro de convenções Pág. 22
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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe
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Sem brasa para a nossa sardinha
odo ano eleitoral a história se repete. Os candidatos transformam qualquer ocasião em palanque, na busca por conquistar a opinião do eleitorado. Foi pensando nisso que tivemos a ideia de publicar uma reportagem abordando os planos para o turismo elaborados pela equipe de cada um dos concorrentes ao cargo mais alto do Executivo nacional. A certeza de conseguir respostas norteou nossa equipe durante a apuração. Consultamos executivos de diferentes esferas do trade para, em conjunto com nossa equipe, elaborar um questionário que fosse, ao mesmo tempo, conciso e certeiro. Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, contribuiu com uma questão específica sobre o prejuízo à competitividade do destino por conta do valor cobrado pelo querosene de aviação; Geraldo Rocha indagou sobre ações relacionadas à alta tributação que encarece os pacotes e impacta os negócios das agências de viagens; Marco Ferraz perguntou sobre possíveis investimentos em portos e marinas brasileiras. Tivemos um cuidado extra para fazer questões mais abertas, enfocando aspectos amplos. A ideia era ter, ao menos, um panorama geral e sinalizar a linha de pensamento de cada candidato. O resultado, entretanto, foi um pouco decepcionante. Apesar dos contatos constantes de nossos repórteres com assessorias dos comitês eleitorais dos seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, apenas um deles respondeu às questões. Mesmo com o prolongamento do prazo, as assessorias dos outros cinco candidatos se limitaram a responder que os assuntos relacionados ao turismo estavam descritos nos planos de governo. Mas a sensação de levar um balde de água fria na cabeça foi rapidamente amenizada pela análise sempre certeira de Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores estudiosas sobre políticas públicas do turismo. Claro que sabemos do potencial da indústria para alavancar a economia do País. Entendemos também que cada setor quer puxar a brasa para sua sardinha. Entretanto, nesse momento – e mais do que em qualquer outro – há questões estruturais de extrema importância a serem resolvidas. E são esses os assuntos que pautam os planos de governo e despertam a atenção de todos. Ou seja, não teremos brasa para o nosso lado agora. Obviamente a resolução dessas questões prioritárias impactará diretamente a atividade turística no médio prazo. “No atual cenário, falar de turismo soaria até hipócrita frente à questão de segurança pública. As ideias para a atividade precisam ser muito específicas ou partir de uma premissa integradora”, afirmou Mariana para a reportagem que você confere a partir da página 38. Resta aos que atuam no turismo e enxergam a atividade como um importante caminho para o desenvolvimento unir-se. Manter a pressão política, capitaneada por representantes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, durante o segundo turno das eleições e durante todo o mandato. E, como bem lembra Mariana, “as ideias para a atividade precisam ser muito específicas ou partir de uma premissa integradora.” Mais do que nunca, é preciso alinhar os discursos. A chegada da Abav Expo torna o momento ainda mais propício. Façamos! Boa leitura, bons negócios www.brasilturis.com.br
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ENTREVISTA
Resgate da confiança Geraldo Rocha Presidente da Abav Nacional
Por Leonardo Neves
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o assumir a presidência da Abav Nacional há cerca de três meses, o economista Geraldo Rocha encontrou um mercado de viagens conturbado pela economia fragilizada com a proximidade das eleições presidenciais, em uma perspectiva de futuro cada vez mais imprevisível e com reflexos inevitáveis para o turismo. O cenário inclui ainda, a fragmentação do Congresso quando o tema é a votação da Lei Geral do Turismo (PL 2.724/2015) e uma esperada elevação no câmbio. Às vésperas da Abav Expo, o novo presidente, que ingressou na diretoria da associação em 2015 e até então esteve na vice-presidência financeira da estadual do Paraná (cargo que acumulará com a presidência nacional até dezembro de 2019), conversou com o Brasilturis e apontou quais são os principais desafios da sua gestão e os esforços para pautar o turismo em Brasília. Como o senhor avalia os últimos anos do turismo no Brasil? Falando pelo agenciamento, que é o nosso segmento particularmente, tivemos, nos últimos dois anos, um cenário muito semelhante, com as vendas se aquecendo gradativamente ao longo dos meses. No geral, estamos esperançosos e acreditamos que o otimismo do mercado se refletirá na Abav Expo 2018. O brasileiro incorporou a viagem em sua cesta de consumo, embora fazendo ajustes no seu orçamento. Essa é uma realidade que abre grandes possibilidades de crescimento para o setor, especialmente o doméstico, que predominou na procura do consumidor nas últimas temporadas. Quais serão os seus principais desafios à frente da Abav Nacional? Correr contra o tempo porque assumi a presidência da entidade três meses antes da Abav Expo, com a 4
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responsabilidade de reordenar um fluxo de trabalho em um momento de transição de gestão. Há seis meses, estava na vice-presidência financeira da entidade, e com meu foco voltado a esse departamento. O olhar agora tem que ser mais amplo e dividido entre a realização do nosso evento e a agenda institucional da entidade, que não é pequena. Atualmente, de que forma a Abav pode continuar melhorando as condições para as agências filiadas? Vamos trabalhar muito no resgate da confiança do associado. Essa meta tem sido, aliás, um pilar forte das últimas gestões e toda ação nesse sentido terá continuidade. A Abav vai completar 65 anos, é uma das entidades mais tradicionais do setor e tem na sua base de representação uma força de vendas que é responsável por cerca de 80% de toda a movimentação do setor. Particularmente, meu compromisso é usar todo o meu conhecimento técnico, como economista por formação, em projetos que estimulem a sustentabilidade do Sistema Abav e, por consequência, dos negócios dos nossos associados. Passada a feira, daremos início ao nosso plano de trabalho nesse sentido. Qual é a expectativa para o futuro das agências? O mercado passou por muitas mudanças nos últimos anos, mas permanecemos como o principal canal de distribuição do setor. No entanto, acredito que é com investimento em capacitação e treinamento constante que os agentes de viagens garantirão que são essenciais também para o consumidor final, que hoje tem acesso a todos os canais de venda direta. O padrão de atendimento e a qualidade dos serviços que prestam deve ser o grande diferencial do agente de viagens que quer se manter nessa atividade dentro de um mercado de concorrência cada vez mais acirrada. Na avaliação do senhor, como o meio on-line pode interferir ou auxiliar no trabalho das agências? Felizmente os agentes de viagens têm aprendido a enxergar a tecnologia como aliada e não como
ameaça. Hoje temos de estar onde o nosso cliente quiser e puder nos acessar, e isso inclui os meios digitais. Ninguém mais pode ir contra essa realidade. Qual é a visão da Abav Nacional sobre o que pode ser alterado e melhorado no setor? Um dos principais entraves para o turismo brasileiro é a falta de competitividade frente a outros destinos internacionais. Isso passa por uma alta carga tributária, malha aérea e infraestrutura urbana deficitária, apenas para citar alguns dos problemas. A iniciativa privada, em que nos incluímos como entidade de classe, tem feito a sua parte, mas sentimos que ainda falta, por parte do governo, uma conscientização maior acerca da relevância do setor. Quais são os caminhos para fortalecer o turismo? Precisamos de políticas de incentivo fortes e campanhas institucionais mais abrangentes para o turismo brasileiro, voltadas até mesmo para o turista doméstico. Tivemos oportunidades de ouro ao sediar aqui uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, mas não soubemos dar sustentação aos resultados, a partir da grande visibilidade que os megaeventos nos trouxeram. O Brasil precisa mirar no exemplo de destinos que emergiram da crise ancorados no turismo. Como as agências podem se preparar para o turismo segmentado (LGBT, melhor idade, etc.)? Nós acreditamos muito no potencial de crescimento do turismo especializado e temos, inclusive, uma vice-presidência trabalhando ativamente no tema. Independentemente do segmento de atuação, uma agência que esteja buscando especialização precisa ter uma boa carteira de fornecedores confiáveis, além de conhecer bem o cliente e suas necessidades para que todas as expectativas sejam não apenas atendidas como superadas. Haverá alterações no corpo diretivo da Abav Nacional? A diretoria da Abav é eleita a cada dois anos, com mandato que pode ou não ser prorrogado por mais
“O Brasil precisa mirar no exemplo de destinos que emergiram da crise ancorados no turismo”
dois. A administração atual foi eleita em dezembro passado e ratificada em junho, quando assumi a presidência em substituição a Carlos Palmeira, que, por motivos de ordem pessoal, optou por não seguir à frente da diretoria. Não esperamos mais nenhuma alteração até o final de 2019. Quais são os principais objetivos para a sua gestão? Ao término da Abav Expo, todo o foco – não apenas meu como de toda a diretoria e equipe – se volta completamente para o institucional, o que inclui a elaboração do nosso plano de metas. Será um momento de reconstrução, a começar pela revisão do nosso estatuto. Quais são os principais projetos de lei pelos quais a Abav tem realizado trabalhos de advocacy? Temos agendas quase semanais em Brasília e uma série de pleitos tramitando no governo, entre os quais estão os 118 itens listados como emendas da Lei Geral do Turismo. Falamos desde carga tributária a ajustes nos dispositivos legais como, por exemplo, o que trata da responsabilidade solidária do agente de viagens. Existem planos para captar e consolidar dados mais precisos do setor de turismo no Brasil? Iniciamos esse trabalho no ano passado, com a aplicação de um censo para identificar a nossa base associada. Ele ainda está sendo mapeado internamente e contempla atualizações periódicas. O projeto Big Data Abav foi lançado na gestão anterior e vamos dar continuidade a ele.
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RAPIDINHAS “Interiorizando” a aviação A Azul pretende inaugurar voos para Pato Branco e Toledo (PR), Serra Talhada (PE) e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, até o fim do ano. Somando a Rosário, Córdoba, Mossoró e São José dos Campos, a Azul fechará 2018 com oito novos destinos em sua malha aérea, que já é a mais extensa do País. Das quatro bases previstas para o ano, três aguardam a certificação do aeroporto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
MS hospitaleiro A hospitalidade do Mato Grosso do Sul foi a melhor avaliada por turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2017. O estado foi eleito com aprovação de 99,8% dos visitantes internacionais, o mais alto entre os 17 pesquisados pelo MTur. Os viajantes consultados eram, em sua maioria, paraguaios, bolivianos e argentinos. No ranking, outros estados bem avaliados foram Santa Catarina (99,2%), Rio Grande do Sul (98,9%) e Paraná (98,5%). São Paulo e Rio Grande do Norte vieram na sequência, empatados com 98,4%.
Movida + Avis A Movida assinou, no fim de agosto, uma carta de intenção com a Avis Budget Group, fornecedora com mais de 11 mil pontos de atendimento em aproximadamente 180 países pelo mundo, para uma Aliança Estratégica com duração de 10 anos e renovável por mais 10 anos. Pelo acordo, a Movida torna-se a franqueadora master da Avis Budget no Brasil e pode, inclusive, adicionar as marcas Avis e Budget em seus pontos de atendimento no País. O tema ainda será analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Reaberta ao público
Saída
Enrique Martín-Ambrosio
Renato Franklin e Charles Sperandio da Movida
Depois de cinco anos gerenciando a expansão da Air Europa no Brasil, Enrique Martín-Ambrosio anunciou que vai se desvincular da companhia no final de 2018. Apesar da saída, o executivo disse que irá continuar no País, envolvido com projetos de desenvolvimento turístico e das relações comerciais com a Europa. Após a saída da Air Europa, o executivo se tornará sócio da Aproximações Brasil Espanha em Cultura e Comércio (Abrescco), entidade que tem sede em Salvador e escritórios em Madri e São Paulo.
Após a passagem do furacão Irma no ano passado, Saint Martin, no Caribe, se prepara para receber turistas na próxima temporada. Em comunicado oficial, Aida Weinum, presidente do Escritório de Turismo do lado francês da ilha, anuncia novidades para o turismo no destino que vem se reerguendo. Cerca de 86% das atrações da região já estão operando normalmente. Até dezembro, os estabelecimentos serão totalmente ou parcialmente reabertos.
Entrada Gonzalo Romero, ex-diretor da Aerolíneas Argentinas no Brasil, assumiu a direção da Air Europa para o mercado brasileiro em 3 de setembro. O executivo atuou na aérea sul-americana por 14 anos, com passagens anteriores pelo Chile e pela Bolívia. Atualmente, a Air Europa atende a 20 destinos nas Américas a partir de Madri, na Espanha, incluindo o voo diário entre São Paulo e a capital espanhola e as frequências semanais que partem do Nordeste – três de Salvador (BA) e duas de Recife (PE). A companhia atua no Brasil há duas décadas.
Para corajosos Gonzalo Romero
“Bahia Descobre a Bahia” A Setur-BA promoveu uma ação chamada “Bahia Descobre a Bahia”, voltada para a divulgação das zonas turísticas locais do estado, em Salvador. As pessoas puderam conhecer um pouco mais dos pontos turísticos baianos e receber informações sobre pacotes para viagem e roteiros. O projeto já foi realizado em Ilhéus, durante o Festival Internacional do Chocolate, e Vitória da Conquista, no Festival de Inverno. O próximo município a ser contemplado é Feira de Santana, durante a Expofeira 2018, de 6 a 9 de setembro. 6
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AJ Hackett Bungy, empresa neozelandesa pioneira na atividade de Bungy Jump, lançou recentemente sua mais nova atração radical, a catapulta Nevis, na região de Queenstown, Ilha Sul da Nova Zelândia. O equipamento arremessa os fãs de adrenalina a quase 150 metros de distância numa velocidade que pode chegar a 100 km/h em apenas 1,5 segundo. O projeto foi desenvolvido por Henry van Asch, que estabeleceu, em 1988, a primeira operação comercial de bungy jump do mundo.
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DIREITO
A insegurança jurídica que nos envolve
João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. Membro da Comissão de Direito Aplicado à Hotelaria e Turismo da OAB-SP. joaobueno@buenonetoadvocacia.com.br
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turismo, sempre exaltado como a mola propulsora para desenvolvimento sustentável do País e grande gerador
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de empregos para diversas camadas que compõem o estrato social brasileiro, permanece, apesar dos esforços e avanços empreendidos nos últimos anos, aquém de seu real potencial. Independentemente dos grandes problemas conjunturais que enfrentamos, é fato incontroverso que as receitas advindas da atividade turística podem superar, em larga escala, os percentuais de outros tradicionais setores da economia, que são muitas vezes mais priorizados e prestigiados nas esferas públicas em detrimento do turismo. Sob o ponto de vista legal, ape-
nas em 2008, o turismo passou a ter sua lei específica, a Lei Geral do Turismo (LGT), que agrupou e normatizou várias questões alusivas ao setor que, muitas vezes, se encontravam soltas e sujeitas a interpretações diversas e não conectadas com a cadeia produtiva. Nela, encontramos a obrigatoriedade do Cadastur, o estabelecimento de normas sobre a Política Nacional de Turismo, além de regras sobre os setores da hospedagem e transporte, entre outros. Independentemente das lacunas ainda existentes, a promulgação da lei foi, sem dúvida, um grande avanço para o segmento. A LGT, inclusive, está em vias de ser reformada, com o aprimoramento do regramento, após amplos estudos e oitiva de representantes de setores que integram a cadeia. Por outro lado, em que pese a LGT, a insegurança jurídica ainda é um dos principais gargalos que atrapalham o pleno desenvolvimento do turismo, quer seja pela falta de normas, passando pela onerosa burocracia estatal, e terminando no já citado desprestígio da indústria, quando confrontado com outras prioridades junto à esfera pública. Temos, em andamento na Câmara Federal e no Senado, uma série de projetos de lei, muitos deles versando sobre o mesmo tema, que estão em completo descompasso com a realidade das atividades que integram o setor.
Se aprovados, trarão ainda mais dificuldades aos empresários já estabelecidos, afastando novos projetos. Por exemplo, recentemente, a hotelaria passou por um período de grande apreensão por força da Lei Brasileira da Inclusão (LBI), que foi um grande avanço para o Brasil, mas, especificamente no trato com a indústria da hospitalidade, criou grande insegurança durante sua tramitação, já solucionada após grande atuação em conjunto de todos os envolvidos. Ainda sobre o ponto de vista legal, outro grande gargalo sempre foi a legislação trabalhista brasileira e sua incapacidade de absorver as várias realidades dos trabalhadores que integram a cadeia produtiva, tanto no lazer, quanto no corporativo e seus inúmeros eventos que movimentam o turismo durante todo o ano, sem sazonalidade. A mão de obra envolvida nestas operações, muitas vezes, atuava à margem da Lei, pela inexistência de mecanismos adequados ao trabalho em alguns períodos, por exemplo. A reforma da Legislação Trabalhista, recentemente aprovada e ainda em disseminação, apesar de muitas dúvidas ainda pairarem, trouxe uma luz no final do túnel. A estreita conexão entre a esfera pública e a iniciativa privada é a única alternativa para desatar os nós existentes, criando um ambiente propício para o pleno desenvolvimento, amparado pela Legislação e também pelas melhores práticas do mercado, difundidas em boa parte pela atuação das associações do setor. Espera-se, com muita ansiedade, a aprovação do Projeto que transformará a Embratur em agência, nos moldes do Sebrae e da Apex, deixando de ser uma autarquia, buscando maior competitividade e recursos para fazer frente à concorrência global dos destinos turísticos mundiais. Às vésperas das eleições, os candidatos tragam um olhar mais atento para o turismo em seus programas de governo, permitindo que medidas sustentáveis sejam concebidas e possibilitem o incentivo à atividade, gerando renda, preservando as riquezas naturais, qualificando profissionais e, principalmente, criando um ambiente juridicamente seguro e propício à realização de negócios.
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INOVAÇÃO
Momento zero da verdade no turismo Ricardo Pomeranz Diretor de estratégia da Inroots, especialista e consultor em transformação digital. ricardo@inroots.com.br
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á 20 anos, quando alguém queria fazer uma viagem, era normal consultar algum amigo ou parente e, em seguida, procurar uma agência de viagens
para cuidar de todo o pacote. As opções eram limitadas e, se você não gostava das ofertas da agência, a solução era procurar outra. Hoje as pessoas ainda pedem conselho para os amigos, algumas ainda utilizam as agências de viagens, mas a grande maioria consulta a internet. Para quê? Para procurar as melhores ofertas de passagens, estadas em mais variadas opções, com os preços e formatos mais variados. Você pode ver o
lugar mesmo antes de sair de casa. O que mudou com a internet? O comportamento do consumidor! Esse é o grande impacto da internet. Os consumidores de hoje são bem diferentes dos consumidores de 20 anos atrás. Nós estamos na era do consumidor digital, que usa extensivamente a internet para várias coisas, entre elas: pesquisar produtos, fazer suas compras e interagir com as empresas. Hoje os consumidores digitais são uma parcela expressiva de qualquer mercado. Não são apenas os jovens ou as pessoas das classes mais altas. De qualquer ângulo que você analise a representatividade da internet, os números são impressionantes. Já são mais de 110 milhões de pessoas conectadas no Brasil. O Google criou um termo para representar essa nova forma de comportamento do consumidor com a internet. Ele a chamou de momento zero da verdade ou de maneira simplificada Zmot. Para entender o Zmot, vamos imaginar a situação do nosso consumidor na era pré-internet. Quais eram os passos que existiam até ele chegar ao produto?
• Passo 1 - Estímulo: a propaganda chegava à casa dos consumidores com a informação do produto ou serviço. • Passo 2 Primeiro momento da verdade ou, 10 Brasilturis
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de maneira simplificada, Fmot. Esse é o momento que ele fica familiarizado com o produto, antes de efetivamente comprá-lo. • Passo 3 - Segundo momento da verdade ou Smot. É o momento que ele experimenta, consome o produto. Na era da internet, o Zmot surge entre o estímulo e o Fmot. É mais um elemento no processo. O que isso significa?
• As pessoas não se dirigem mais diretamente ao ponto de venda depois de serem estimuladas. Elas vão buscar informação para escolher, de maneira muito mais certeira, o produto que querem comprar. • Quem vai a uma concessionária, hoje em dia, para comprar um carro sem antes pesquisar na internet? • Quem compra um imóvel sem pesquisar antes na internet? • O Zmot é justamente essa busca por informação antes da compra. É a pesquisa sobre os produtos e/ou o serviços e também sobre as empresas que os comercializam. Nas várias indústrias, o estímulo, o Zmot e Fmot vivem juntos. Não se trata de excluir um em função do outro. Porém, dependendo do segmento que estivermos analisando, a importância varia. Na indústria de viagens, isso não é diferente:
• O Zmot é o elemento de maior importância com 99%, comparado com 67% para o estímulo e 34% para o Fmot. • Estamos falando em 99%! Isso significa que praticamente todas as pessoas que fazem viagens consultam a internet antes de fechar um pacote. Exatamente por isso, nenhuma empresa que pertence ao segmento de viagem pode estar fora da internet. E, por consequência, nenhum profissional do turismo tampouco.
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CORPORATIVO
As vantagens do multiconteúdo Demetrius Miguel Diretor de relacionamento e novos negócios da Maringá Turismo, com mais de 25 anos de experiência em viagens corporativas. www.maringaturismo.com.br
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om a benéfica e frenética evolução tecnológica, cada vez mais, encontramos diferentes opções de canais para consumo de produtos e serviços. Quando observamos este tema pelo prisma da gestão de viagens corporativas, os gestores
se deparam com inúmeros questionamentos de seus clientes internos. Os gestores têm de prover soluções que defendam os interesses da corporação, assim como do cliente interno. Mas, boa parte das expectativas dos mesmos, se atendidas, podem gerar perda de controle ou mesmo descumprimento de conceitos fiscais. Exemplo disso é a distribuição hoteleira. Existem várias opções de canais para fazer uma reserva, entretanto, cada qual tem sua metodologia e processo que podem não ser aderentes às necessidades de cada empresa. Uma das limitações mais comuns ocorre nos casos em que as empresas exigem a nota fiscal de hospedagem, pois, dependendo do canal distribuidor, isso não é possível, já que alguns fornecem apenas recibos. Isso, entretanto, não impede a empresa de consumir somente os canais que oferecem um processo que contemple a nota fiscal. Diante desses novos cenários, algumas empresas adotaram o modelo de consumo direto e exclusivo do distribuidor, utilizando as TMC’s somente nos casos em que ficam descobertos. Um ponto de atenção nestes casos é que eles perdem a possibilidade de comparação com os demais canais, desperdiçando possíveis economias. Entretanto, a utilização de diferentes canais permite uma competitividade entre eles e, consequentemente, redução de custos para os clientes. Atualmente, os processos de comparação de multiconteúdo de hotelaria são on-line e podem apresentar sempre a melhor opção de preço, de forma simples e eficiente. Converse com sua TMC e identifique as oportunidades. Alguns OBT’s estão aptos a oferecer todos estes conteúdos, proporcionando ampla transparência e principalmente redução de custos.
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
Hiper Feirão Flytour destaca destinos asiáticos e reforça potencial de vendas Por Leonardo Neves
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quarta edição do Hiper Feirão Flytour, realizada entre 31 de agosto e 2 de setembro, atraiu cerca de 30 mil pessoas ao Mendes Convention Center, em Santos (SP), com a oferta de até 50% de desconto em passagens, pacotes e serviços. A grande novidade foi a chegada de novos destinos internacionais do Sudeste da Ásia e Emirados Árabes; Dubai retornou ao evento após um hiato e a Tailândia marcou sua estreia. Segundo os dados oficiais da Flytour MMT Viagens, o evento teve crescimento na comercialização de produtos turísticos. A edição deste ano contabilizou 15.325 pacotes vendidos para embarques nacionais e internacionais nos próximos 12 meses, tirar com a inclusão de bilhetes aéreos, locação de carros, passeios, shows, circuitos, cruzeiros e produtos hoteleiros. Do total das vendas, 70% foram de produtos nacionais e 30% de produtos Internacionais. O ticketmédio das compras variou de R$ 2 mil a R$2,7 mil. O Feirão consolida o crescimento da Flytour, que registrou alta de 11% em 2017, no comparativo com 2016, de acordo com o CEO do Grupo, Christiano Oliveira. Além de destacar o volume e o sucesso do evento, o executivo não deixa de lado a participação em feiras do trade. “Neste ano, devemos ter um faturamento de R$ 6,2 bilhões, mantendo crescimento contínuo. O Feirão é uma oportunidade para que as agências tenham contato direto com o público, mas a relação com o trade e a participação
A abertura do Hiper Feirão Flytour reuniu executivos e parceiros da operadora em Santos (SP)
nas maiores feiras do mercado é de grande importância”, salientou. Na programação, os participantes puderam assistir a um painel especial trazendo dicas importantes e diferenciais para vender destinos asiáticos. Bárbara Picolo, diretora de produtos EUA, Canadá, Europa, África, Ásia e Oceania da Flytour MMT Viagens, atentou para alguns pontos específicos. “Em Dubai, não é permitido beber na rua e não é todo hotel que permite o consumo de álcool, especialmente os de cadeias locais. Se estamos indo às mesquitas, é preciso se vestir apropriadamente, sem mostrar os braços. Há animais que são considerados sagrados e, por isso, não pode haver desrespeito a eles, entre outros cuidados”, ressaltou a diretora. O evento deste ano reuniu cerca de 250 expositores em Santos, cidade onde a operadora se consolidou e descobriu potencial para captar milhares de clientes. “Quan-
do trouxemos o Feirão para Santos, tivemos uma grata surpresa. Desde a primeira edição, a programação é um sucesso. É uma cidade que concentra muitos aposentados que viajam em qualquer época do ano e observamos uma grande oportunidade de negócios na região”, apontou Michael Barkoczy, presidente da Flytour MMT Viagens. Apesar das recentes altas do dólar, que chegou a R$ 4,16 no fim de agosto, Barkoczy acredita que os valores descontados serão o suficiente para manter as vendas. “O viajante vê o Feirão como um momento de oportunidade. Todos baixaram os preços, desde companhias aéreas a destinos, e quando ele vê o preço final com desconto, a cotação do dólar deixa de ser relevante”, defendeu o presidente.
Em alta
De acordo com Bárbara, o mercado do Sudeste Asiático está
cada vez mais em alta e sendo procurado por viajantes que querem viver uma experiência diferente. “De uns cinco anos para cá, virou um ‘boom’ conhecer a região que tem a Tailândia como porta de entrada, inclusive, como importante destino de lua de mel. É interessante conjugar a viagem com Dubai, onde o viajante leva de 6 a 7 noites, em média, para conhecer e fazer compras, para se adaptar ao fuso-horário de 6 a 7 horas e ao clima antes de seguir para a Tailândia”, sugeriu a diretora de produtos. Bárbara também sinaliza uma mudança de perfil na venda de roteiros. “As viagens em família estão voltando a se tornar tendência com a chegada desse turista que tem procurado mais por experiências. Já não vemos mais tanto aquele perfil de jovem que quer viajar sozinho”, finalizou.
Campanha de incentivo
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Marcelo Cukierkorn 14 Brasilturis
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omo parte das comemorações de seus 27 anos de atuação, a operadora paulistana Bon Voyage Tur lançou uma campanha de valorização destinada aos agentes de viagens. Até 30 de novembro deste ano, os agentes cadastrados receberão uma pontuação a cada R$ 500 em vendas de pacotes e serviços para viagens internacionais. “É uma forma de nos aproximarmos cada
vez mais dos agentes e retribuirmos o respeito e o carinho desses talentosos profissionais, indispensáveis para o nosso trabalho”, disse Marcelo Cukierkorn, diretor da operadora. Ao final da campanha, o agente poderá trocar seus pontos por prêmios como smart tvs, tablets e bicicletas, entre outros aparelhos. Segundo Cukierkorn, a meta inicial da ação é atingir 250 profissionais.
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MARKETING
Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação. ricardo@promonde.com.br
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á pouco mais de 40 anos, a cantora franco-egípcia Dalida lançava uma canção com Alain Delon, tão dramática quanto cafona. A novidade é que ela está de volta nas playlists mais descoladas do planeta: Paroles, Paroles, Paroles. Na obra, uma mulher desiludida, exausta de ser enganada, se recusa a aceitar as desculpas e juras de amor de seu namorado. Em todo momento, repete “palavras, palavras, palavras, apenas palavras”. Pensando em Dalida e na liquidez da modernidade, segundo o filósofo Zygmunt Bauman, pode-se afirmar que o mercado chegou ao limite do ridículo ao tentar empurrar
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Viagens transformadoras? qualquer coisa para o consumidor, com pretextos novidadeiros, usando palavras e expressões de efeito. E que são apenas isso, palavras, apenas palavras. Uma série delas já perdeu seu sentido (como, por exemplo: luxo, glamour, fashion, gourmet) e precisam ser ressignificadas. No turismo, a mais nova abominação é o conceito de “viagens transformadoras”. Ora, desde que o conceito de turismo existe, viagens sempre foram transformadoras. Todo indivíduo que saía da sua rotina, de sua cultura e entrava em contato com saberes e viveres diferentes mudava seu olhar e pensar. O filme Sabrina, por exemplo, mostrava a filha de um mordomo que, após uma viagem a Paris, na década de 1960, volta outra mulher. Dizia-se com frequência em nosso País, antes da era da internet, que bastava uma ida a outro país para se tomar um banho de civilização. Não importa o quão anacrônica parece essa percepção, mas ela apenas retrata o caráter transformador de uma viagem. Até a trilogia Senhor
dos Anéis exagera na abordagem do mito do herói e cai no clichê quando coloca na boca dos hobbits a fala de que existe um mundo incrível muito além do Condado. Uma jornada, mesmo a alguns quilômetros de sua casa, pode ser renovadora. E a renovação é transformação, já que propõe algo de novo. Um indivíduo, vivendo uma rotina estafante, pode modificar sua saúde mental e física passando alguns dias na praia ou no campo. Ou ainda reconstruir seus laços afetivos e familiares, passando alguns dias com os seus em um hotel fazenda ou parque temático, saindo de sua realidade. O que querem dizer então os trend setters quando se referem a viagens transformadoras? Pode-se falar, quando se pensa em Nepal, Índia, Butão ou Amazônia, em viagens espirituais. Porque nelas é possível um reencontro do turista com seus valores mais profundos. E espiritual não quer dizer religioso. Espírito, na raiz, quer dizer essência. Resgatar a essência e a huma-
nidade é algo que se faz necessário nos dias atuais. Trocar o acúmulo de tranqueiras por experiências regeneradoras é algo que as pessoas em todo o mundo vêm buscando. Quando um executivo altamente competitivo decide passar duas semanas na África, ou no vale do Jequitinhonha, como voluntário junto a comunidades carentes, pode encontrar um sentimento de cooperação nato que estava perdido dentro de si. Quando jovens nascidos após o ano 2000 são colocados em contato com práticas meditativas algo há de se transformar interiormente. Mas viagens espirituais tampouco são novidades. Algumas vezes, os destinos é que mudam, mas não as experiências. É preciso que destinos saibam comunicar com precisão, sem perder a poesia, o que realmente podem oferecer. Seja gastronomia, imersões linguísticas, culturais ou apenas, e puramente, momentos epicuristas e hedonistas. Insistir na palavra transformadora é o mesmo que uma grife afirmar que é fashion. Não diz nada.
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AVIAÇÃO
Um novo destino por semestre Chegada do Boeing 737 Max 8 permitirá expansão da malha internacional da Gol Por Giovana da Costa
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o fim de agosto, a Gol reuniu cerca de 500 pessoas para mostrar, em primeira mão, a nova aeronave Boeing 737 Max 8, primeira deste modelo em operação no Brasil e que já foi incluída na malha da companhia. “Estamos oferecendo voos com a mais alta tecnologia disponível na aviação mundial. É um marco para a Gol, para a aviação brasileira e para a Boeing ter esse modelo voando pela primeira vez no País”, comemorou Paulo Kakinoff, presidente da Gol. A estreia é parte de um plano de renovação da frota da aérea, que será concluído até 2027. Ao todo, a Gol encomendou 135 novas aeronaves. “A expectativa é receber um avião a cada 40 dias nos próximos anos”, explicou Kakinoff. O principal benefício do Boeing 737 Max 8 em relação ao 737-800 Next Generation - modelo usado anteriormente é a capacidade de economia de combustível. A nova aeronave funciona com um consumo 15% menor e, consequentemente, tem aumento de 15% no alcance – o que significa 90 minutos extras de autonomia para alcançar maiores distâncias. Até o momento, a companhia confirmou a utilização da aeronave nas rotas para Miami e Orlando (EUA), saindo de Brasília (DF) e de Fortaleza (CE), a partir de novembro deste ano. Além disso, ela também irá operar a nova ligação entre São Paulo e Quito, no Equador, prevista para iniciar em dezembro. “Ainda vamos trabalhar a expansão para outros destinos da América Latina e do Caribe, mas já podemos calcular uma média segura de um novo destino a cada semestre”, afirmou Kakinoff. O novo jato possui 186 assentos e uma antena que permite aos passageiros acessarem a internet durante os voos. Basta fazer a conexão por meio de um smartphone, tablet ou notebook. A preparação da equipe comercial e da tripulação técnica vem sendo feita há quatro anos. 18 Brasilturis
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Equipe de líderes da Gol e da Boeing
Aeronave Boeing 737 Max 8 ficou disponível para visitação durante evento no Hangar da Gol, em São Paulo
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Novidade no RIOgaleão
Gol inaugurou outra facilidade e , em agosto, que reforça a aposta da companhia em tecnologia para melhorar a experiência do viajante. O sistema de ‘Bagagem Expressa’ promete o despacho de malas em até 40 segundos por meio de um novo sistema desenvolvido pela Sita, inédito na América Latina. Em operação no RIOgaleão, a novidade funciona alinhada aos totens de autoatendimento para check-in e deve aumentar a capacidade aeroportuária de 30%
a 40%, além de reduzir a espera. Segundo Ana Cristina Souza, gerente operacional de aeroportos da Gol, o modelo automatizado em dois passos pode atender até 60 viajantes por hora – um por minuto - , enquanto o tempo médio de espera no sistema convencional é de 3 a 4 minutos. A novidade deve chegar ao GRU Airport (SP) até o fim deste ano e, inicialmente, será oferecida apenas em voos domésticos. Elbson Quadros, vice-presidente da Sita para América Latina, destacou a facilidade de operação. Além de estar alinhado com o check-in (dispondo da informação de quantidade de bagagem a ser despachada por passageiro, por exemplo), o equipamento também está integrado à balança que pesa cada volume e sinaliza, caso haja excesso de peso ou incongruência nas dimensões. (Camila Lucchesi)
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AVIAÇÃO
Latam conecta Europa e América do Sul, via Portugal Brasil já é o quinto emissor de turistas para o país do Velho Continente Por Giovana da Costa
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o início deste mês de setembro, a Latam começou a operar sua nova rota, conectando São Paulo e Lisboa em aproximadamente 10 horas. No final de agosto, Daniel Aguado, gerente sênior de marketing da Latam, informou que o voo inaugural tinha ocupação superior a 90%. “Guarulhos passa a ser nosso principal hub internacional, já que Portugal é uma das mais relevantes vias de entrada para a Europa. No sentido oposto, a rota também abre as portas de Lisboa para a América do Sul”, detalhou. O voo começa com cinco frequências semanais, operado por um Boeing 767 nas classes Economy (187 passageiros) e Premium Business (28 passageiros). A intenção da Latam é expandir a frequência da operação para oferecer o voo diariamente nos próximos meses. A portuguesa TAP já opera 18 fre-
quências semanais na rota Brasil - Lisboa e duas para a cidade do Porto. Segundo João Pita, executivo de negócios Aéreos do GRU Airport, há uma diferença importante entre as operações das duas companhias: “Os voos da TAP servem 10 cidades brasileiras, mas não possibilitam a ligação direta com a América Latina. Por meio do hub da Latam, a partir de agora, podemos movimentar turistas de outros países, como Argentina e Chile”. Bernardo Cardoso, diretor do escritório de Turismo de Portugal, destacou, ainda, que o Brasil está ranqueado como o quinto país que mais viaja a Portugal. “No primeiro semestre, houve um crescimento de 11,3% na taxa de brasileiros que visitaram Portugal. Isso mostra que há aumento contínuo mesmo com as situações adversas da alta do dólar”, apontou.
Daniel Aguado, gerente sênior de marketing da Latam
João Pita, do GRU Airport, e Bernardo Cardoso, do Turismo de Portugal
Ligação aérea entre Brasil e Peru em 2020 Decisão é motivada pelo aumento na demanda de viajantes brasileiros; negociações estão avançadas para início de rota entre Rio Branco (AC) e Cusco Por Leonardo Neves
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Peru comemorou o aumento de visitantes brasileiros no primeiro semestre de 2018. De acordo com o escritório de turismo peruano no Brasil, o primeiro semestre deste ano registrou alta de 20% no fluxo de viajantes provenientes de diversas regiões, com destaque para o crescimento de turistas do Nordeste. O Sudeste ainda mantém a liderança no ranking de emissão no acumulado do ano passado, mas destinos como Bahia, Ceará e Pernambuco, que antes registravam números fracionados, começaram a despontar com 2% de emissão cada um, em 2017. Esse crescimento motivou as autoridades dos dois países a investirem na expansão de suas ligações aéreas. O aeroporto internacional Plá20 Brasilturis
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cido de Castro, em Rio Branco (AC), deve iniciar uma frequência ligando a região a Cusco, um dos principais destinos peruanos, em 2020. Viajantes de Porto Velho (RO) também poderão aproveitar a frequência, já que a aeronave fará escala nesta capital. Segundo Milagros Ochoa, diretora do Escritório de Turismo do Peru no Brasil, as negociações estão avançadas, mas ainda não é possível dar detalhes. Representantes de estados nordestinos também iniciaram negociações com companhias aéreas e com o turismo peruano para o início de frequências diretas partindo das principais capitais da região para Lima. A expectativa é que os voos sejam anunciados nos próximos meses. “Esse crescimento é resulta-
Fanny Nernuy e Milagros Ochoa, da PromPerú
do de um trabalho que vem sendo construído desde 2013, incentivando as viagens ao Peru com partida das regiões Norte e Nordeste. Em Rondônia e no Acre, já temos um
forte turismo de fronteira e atraímos cerca de 20 mil pessoas anualmente, que saem destes estados de carro ou ônibus de turismo”, destacou Milagros.
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Foto: South AFrican Tourism
DESTINO
Vista áerea da cidade Durban
História e natureza exuberantes Centenário de Nelson Mandela impulsiona turismo na África do Sul, destino que só cresce entre brasileiros Por Larissa Coldibeli
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número de turistas brasileiros na África do Sul vem batendo recordes consecutivos e não é difícil descobrir o motivo. O povo animado e receptivo, a vida selvagem preservada, o bom custo -benefício, a cultura rica e uma história de luta que tem muito a ensinar à humanidade são algumas das razões de o destino ter entrado de vez em nossa rota de férias. Em 2017, o número de turistas brasileiros na África do Sul teve alta de quase 75%, com 67.797 viajantes. E a expectativa para 2018 é de continuar em crescimento, especialmente devido às comemorações do centenário de Nelson Mandela, ex-presidente e ícone do país. Vender um destino popular, 22 Brasilturis
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entretanto, também tem seus desafios. Um deles é fazer os turistas que já conhecem quererem voltar. Para isso, que tal investir em um pacote diferente? O país africano tem atrações para além da capital, Cidade do Cabo, que – vale mencionar – é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo. Veja abaixo um roteiro pelas principais atrações turísticas e gastronômicas de Joanesburgo, maior cidade do país, e de Durban, uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2010. Como não poderia deixar de ser em uma viagem à África do Sul, é claro que também tem dica de safári, no Shamwari Game Reserve, a 75 quilômetros da cidade de Port Elizabeth.
Cidade dos museus Joanesburgo nasceu em 1886 a partir da exploração de minas de ouro e diamantes. Hoje é densamente povoada e possui os mesmos problemas que outras grandes cidades de países subdesenvolvidos: violência (evite circular com muito dinheiro e objetos de valor) e dificuldade de locomoção (o carro de mão inglesa - é o principal meio de transporte e o trânsito é confuso). Boas opções de hospedagem são os bairros de Sandton e Rosebank, com shoppings e hotéis 5 estrelas. Além das lojas de luxo, Sandton atrai pela Praça Nelson Mandela, com uma estátua em
O Moses Mabhida Stadium, um dos estádios da Copa do Mundo de 2010, oferece várias atrações
homenagem ao herói da luta pela igualdade racial. Depois das fotos no ponto turístico, uma parada para um drinque e uma refeição no The Big Mouth, restaurante de ambiente tão agradável e cardápio vasto
Foto: South AFrican Tourism
Praça Nelson Mandela
que não dá vontade de ir embora. No quesito museus, Joanesburgo é um prato cheio. Parada obrigatória, o Apartheid Museum abusa de recursos tecnológicos e imagens antigas para contar a história de um dos regimes de segregação mais impiedosos do mundo. É difícil acreditar que, até 1994, o país que tem a maioria da população negra separava as pessoas por raça, com condições insalubres de vida a negros e mestiços, e reprimia violentamente qualquer manifestação contrária ao regime. Reserve pelo
Nelson Mandela Bridge
menos três horas e prepare-se para se emocionar. Quem tem interesse por arte contemporânea africana deve fazer uma parada no Wits Art Museum, parte do distrito cultural da Universidade Wits, a apenas três quarteirões da Ponte Nelson Mandela. Outro programa imperdível é a visita à Soweto, uma das várias townships (há quem chame de bairro, de distrito e de favela) ao redor de Joanesburgo. O local foi um dos principais pontos de resistência do Apartheid, pois abrigava muitos ne-
gros que foram expulsos de suas casas quando a cidade virou território branco. Ali fica a famosa Vilakazi Street, única rua do mundo onde já viveram dois ganhadores do prêmio Nobel da Paz: o bispo Desmond Tutu (premiado em 1984) e Mandela (laureado em 1993). A casa de Madiba hoje é um museu que mostra a simplicidade com que vivia o ex-presidente e sua família. São três cômodos de tijolo vermelho aparente que ainda conservam as marcas de tiros dados pela polícia
para intimidá-los. O endereço também é bom para provar a comida típica local, como o bobotie e o malva pudim. O restaurante Sakhumzi ainda oferece apresentações de música e dança típicas durante as refeições. A dica agora é seguir para o norte da cidade, rumo a Rivonia, para conhecer Liliesleaf Farm. A fazenda que foi sede da resistência contra o Apartheid e escondeu rebeldes como Mandela virou museu e foi aberta ao público em 2008. Se o objetivo é badalar du-
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DESTINO
Casa de Nelson Mandela
rante o dia, também há opção. O Neighbourgoods Market é uma feirinha hipster com todo o tipo de comidas e bebidas e expositores de moda e artesanato. Há discotecagem com gente bonita e moderna circulando. Abre apenas aos sábados, das 9h às 15h. Aliás, todos os estabelecimentos são pontuais em seus horários, inclusive o fechamento dos museus. Programe-se.
Grata surpresa
The Oyster Box Hotel
a um mirante no topo. Para os mais radicais, o Big Swing tem uma queda de 106 metros de altura sobre o campo de futebol. Quem aprecia uma atividade mais tranquila, mas também com emoção, pode se arriscar nas mesas de jogo do cassino e hotel Suncoast. Lá dentro, faça uma refeição no Havana Grill, com várias opções de peixes e carnes. Para provar uma comida típica sul-africana com classe, a recomendação é o restaurante do Hotel Hilton. A carne de jacaré e o bunny chow (cordeiro com molho picante no pão) são imperdíveis. Falando em elegância, o Hotel The Oyster Box precisa ser mencionado. Com sua bela piscina com vista para o Índico e para o farol de Umhlanga, é um dos hotéis mais “instagramáveis” do mundo. O chá da tarde é um espetáculo à parte: doces e salgados de encher os olhos e satisfazer o paladar, inclusive de não hóspedes. Continue a orgia gastronômica no aclamado restaurante The Chef’s Table. O cardápio enxuto, mas diversificado, prioriza ingredientes frescos e da época, por isso, pode mudar. O ambiente é, ao mesmo tempo, chique e descontraído. A cozinha aberta faz parte da experiência.
Safári não pode faltar Não importa quantas vezes a África do Sul tenha sido visitada, o safári sempre vale a pena. Afinal, proporciona o contato com animais selvagens em seu ambiente natural, ou seja, é possível vê-los correndo livres pela savana, se alimentando, brincando com filhotes, dormindo e até se reproduzindo. É sempre uma experiência única. Shamwari Game Reserve, a 75 quilômetros da cidade de Port Elizabeth, é uma reserva de 25 mil hectares com dezenas de espécies animais, incluindo os Big Five, os cinco mamíferos de grande porte mais difíceis de serem caçados pelo homem: leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte. O passeio é feito de manhã e à tarde, em jipes com guias com experiência na visualização dos animais e com conhecimento sobre seus hábitos. Os “rangers”, como são chamados esses profissionais, acompanham os hóspedes em toda a sua estada e até compartilham refeições, como o café da manhã e o jantar. Ideal para tirar todas as dúvidas sobre os safáris e sobre a África do Sul. Para fechar com chave de ouro os safáris, um delicioso piquenique é compartilhado entre “ran-
Não importa quantas vezes a África do Sul tenha sido visitada, o safári sempre vale a pena
ger” e hóspedes em meio à savana durante o pôr do sol. Inesquecível. A reserva possui seis tipos de lodges e um acampamento, com opções de hospedagem que vão do rústico ao 5 estrelas. No Bayethe Tented Lodge, onde a reportagem se hospedou, o luxo dos pequenos detalhes faz a diferença, como o kit de amenities com protetor solar, loção pós-sol, repelente e álcool em gel – todos indispensáveis para o safári. As amplas acomodações de estilo rústico chique, com piscina privativa, cama tamanho Queen, teto de palha e paredes de lona, só não conquistam mais do que a gastro-
Foto: South AFrican Tourism
Durban é a cidade com mais indianos fora da Índia, então, a efervescência cultural é grande. Um bom passeio para começar a conhecer as cores e sabores do lugar é o Victoria Street Market, onde peças típicas da cultura sul-africana se misturam aos temperos indianos. Localizada na costa do Oceano Índico, possui orla com bares, restaurantes, feirinhas, hotéis e points de surfistas. Quem gosta de esportes encontra várias opções pela cidade. O Moses Mabhida Stadium, um dos estádios da Copa do Mundo de 2010, oferece várias atrações - e não virou um elefante branco como aconteceu com os estádios brasileiros. O Sky Car é um passeio para toda a família, no carrinho sobre trilhos que corta o estádio e leva os visitantes
Moses Mabhida Stadium
Safari no Shamwari Game Reserve 24 Brasilturis
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Hotel The Oyster Box e a mesa do chá da tarde
Victoria Street Market, em Durban
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DESTINO nomia. Destaque para as carnes de caça, ricamente harmonizadas com os vinhos sul-africanos. No início da noite, alguma atividade é programada para entreter os hóspedes, como apresentações de dança e música locais.
INFORMAÇÕES ÚTEIS
Moeda: Rand Câmbio: 1 rand = R$ 0,29 (cotação de 27/08/2018). Poucas casas de câmbio vendem a moeda sulafricana no Brasil. Outra opção é trocar dólares por rands no aeroporto de Joanesburgo. Gorjeta: Hábito comum no país. Em bares e restaurantes, cobrase 10% do valor da conta; quem usa o serviço de carregadores de malas desembolsa 5 rands por peça, segundo informações da South African Tourism. No caso dos rangers, o órgão de turismo recomenda uma gorjeta de US$ 10 por dia. Clima: Quente e agradável em quase todo o país, com dias ensolarados e noites mais frescas. As estações se equiparam ao calendário do Brasil: a temperatura média, no verão, oscila de 15ºC a 28ºC, enquanto, no inverno, os termômetros registram entre 19ºC e 23ºC durante o dia. Fuso horário: Os relógios na África do Sul estão 5 horas à frente em
Suite e hall do Hotel Sandton Sun Joanesburgo
Restaurante The Big Mouth
Wits Art Museum
relação ao horário de Brasília (DF). Documentação: Passaporte com pelo menos um mês de validade (considerando a data de retorno ao Brasil) e Certificado Internacional de Vacinação contra febre amarela. Visto: Não é necessário para viagens de até 90 dias. HOSPEDAGEM Hotel Sandton Sun (Joanesburgo) e Southern Sun (Durban):
Comer e beber É claro que Joanesburgo também tem opções para os notívagos. Um jantar no The Local Grill, restaurante especializado em carnes, é uma verdadeira aula sobre a iguaria, com várias opções de corte, tipo de pastagem do gado e maturação da carne. Estique a noite para ouvir boa música no The Orbit, bar de jazz que traz grandes músicos. Tudo isso regado a um bom vinho Pinotage, variedade de uva criada na África do Sul (pinot noir + hermitage). 26 Brasilturis
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www.tsogosun.com Crowne Plaza Johanesburgo - The Rosebank: www.ihg.com/crowneplaza
The Local Grill: www.localgrill.co.za
Shamwari Game Reserve: www.shamwari.com
Durban Victoria Street Market: www.victoriastreetmarket.co.za
GASTRONOMIA
The Orbit: www.theorbit.co.za
Havana Grill: www.havanagrill.co.za
Joanesburgo - The Big Mouth: www.thebigmouth.co.za Sakhumzi: www.sakhumzi.co.za
Hilton Durban: www.hilton.com
Foto: Creative Commons License
A África do Sul está localizada no extremo sul da África, entre os oceanos Atlântico e Índico. A oferta turística inclui ambientes naturais, experiências em meio à vida selvagem, cenários urbanos, cultura e muita história. Latam e South African Airways operam voos diretos partindo do Brasil para Joanesburgo, com duração média de 8 horas. A distância de 550 km até Durban, no litoral, pode ser percorrida pelo ar (em voos de pouco mais de 1h com South African e British Airways) ou por terra (de ônibus ou trem, com duração média de 7h e 3h, respectivamente). www.southafrica.net
The Oyster Box: www.oysterboxhotel.com The Chef’s Table: www.thechefstable.co.za
Viagem realizada a convite do South African Tourism e Latam Airlines, com seguro Affinity
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DESTINO
Os parques abertos chamam a atenção e estão espalhados por toda a cidade
Goiânia é muito mais Viajar é ótimo para desconstruir estereótipos Por Velma Gregório
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ntes de começar a ler esta matéria, feche os olhos e pense no que você sabe sobre Goiânia (GO) - se ainda não esteve por lá. Muito provavelmente, música sertaneja e agronegócios passarão pela sua mente. Se você tem mais de 35 anos, provavelmente vai se lembrar do acidente radioativo do Césio 137. Vire a chave: Goiânia é muito maior que isso. É um destino no interior do Brasil que se orgulha, sim, de sua música e de sua vocação econômica, mas oferece opções turísticas que ajudam muito a sair do “mais do mesmo”. E para todos os perfis de viajantes. Mas o que tem para fazer em Goiânia? Para começar, tem um túnel de vento (e não é qualquer um). É o simulador de queda livre do Co28 Brasilturis
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mando de Operações Especiais de Goiânia, o mesmo lugar onde os paraquedistas do Exército fazem treinamentos militares. E é aberto ao público, tanto para treinamento de atletas, quanto para recreação. Cada entrada no túnel de vento equivale a mais ou menos o tempo de três saltos de paraquedas. A sensação é inexplicável. Basta agendar e qualquer pessoa - inclusive criança - pode voar com paraquedistas profissionais. Essa experiência é uma surpresa que começa a quebrar os paradigmas do que se pode fazer - e recomendar - na capital do estado de Goiás.
Capital art déco Mas se o seu cliente não é assim
tão radical, simplesmente passear em Goiânia é um motivo que já merece a viagem. A cidade, além de linda, tem um patrimônio art déco dos mais completos da América do Sul, parte tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan) desde 2003. A cidade já nasceu com esse planejamento arquitetônico. Um jovem arquiteto carioca, Attílio Corrêa Lima, foi estudar urbanismo na Sorbonne, em Paris, num momento de efervescência artística e cultural da Cidade Luz, depois da Primeira Guerra Mundial. Nesse período, a Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas havia consagrado um novo estilo artístico caracterizado pela geometria. Art déco é uma expressão que nasceu do nome da
exposição, numa contração das palavras ‘arts décoratifs’, principal característica desse movimento. Logo depois de se graduar, em 1930, o primeiro urbanista brasileiro formado pela instituição francesa voltou ao País e foi convidado por Pedro Ludovico Teixeira, então interventor do estado de Goiás, para fazer o Plano Urbanístico de Goiânia, projeto que ficou conhecido como o principal trabalho de Lima. Essa história pode ser conhecida e vivenciada em um passeio pelos edifícios que o arquiteto desenhou. Esse conjunto de obras que inclui prédios, monumentos e mobiliário urbano é homogêneo e único. A sugestão é que o passeio comece pelo centro da cidade, a Praça Cívica, onde tudo começou.
A Praça Cívica , Dr Pedro Ludovico Teixeira, reúne o maior acervo de art déco da cidade
Portal do Parque Municipal do Flamboyant
A Casa de Pedro Ludovico é um dos edifícios tombados pelo patrimônio histórico e hoje abriga um museu que guarda a memória da construção da cidade. Cerca de 140 edifícios foram catalogados como representantes do estilo art déco, contudo, aproximadamente 80 foram tombados pelo patrimônio histórico estadual e 22 prédios e monumentos são tombados pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Na mesma praça, o Palácio das Esmeraldas é a sede do governo estadual. Na frente, o coreto é um dos exemplos mais ricos da art déco de Goiânia. Seguindo em frente, a torre do relógio é o marco do começo da Avenida Goiás. Outros prédios a serem buscados nessa caça ao tesouro de Goiânia são o Teatro Goiânia e os hotéis Goiânia Palace e Dom Bosco. Esse reconhecimento é possível em uma longa caminhada que pode ser muito agradável. A cidade é bastante arborizada e conta com parques abertos que
Simulador de queda livre do Comando de Operações Especiais de Goiânia é opção de recreação
o turista encontra pelo caminho. É bastante inusitado, tanto para quem mora em cidades grandes nas quais os parques são todos cercados, quanto para aqueles que vivem em cidades menores e não contam com uma estrutura tão planejada.
Para comprar Além da história, Goiânia hoje é um centro de compras importantíssimo do coração do País, principalmente no setor de www.brasilturis.com.br
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DESTINO confecções. A cidade é reconhecida como o segundo maior polo de confecção do Brasil, muito por conta da localização geográfica que favorece a distribuição. E realmente vale a pena! Para quem conhece o centro de São Paulo - a Rua 25 de março, em especial -, a região da Rua 44 de Goiânia tem o mesmo espírito. Parece menos caótica, mas recebe cerca de 700 mil pessoas por mês. Não deixe de indicar o Mega Moda, ao menos para conferir uma ação bem curiosa que ocorre por lá. Modelos circulam com as roupas das lojas, como manequins vivos ao longo dos corredores. No começo, é meio estranho ver aquelas pessoas usando roupas com etiquetas à mostra, mas depois que você entende o espírito do marketing, é bem divertido. Outra curiosidade são as feiras do Sol e da Lua. Elas tinham essa aura mística, com vendas de produtos naturais, mas hoje predominam barracas de roupas. O melhor delas é mesmo a comida. A Feira da Lua acontece aos sábados, das 16h30 às 22h, na Praça Tamandaré; e a Feira do Sol aos domingos, durante o dia, na Praça do Sol.
Praça do Sol virou ponto turístico com letreiro
O Teatro Goiânia é um dos principais edifícios representantes da art déco e que tem o formato de um barco
A capital tem um conjunto de obras que inclui prédios, monumentos e mobiliário urbano homogêneo e único
Para comer Claro que Goiânia tem alta gastronomia, mas é um lugar que a gente pode dizer que tem comida boa, sem “gourmetizar”. Os pratos locais são fortes e robustos. Quem vai à cidade não pode deixar de comer empadão goiano. Se parece com uma empada de frango, mas o toque especial dos ingredientes do cerrado muda tudo. Feita com guariroba e, em alguns casos, com pequi, um fruto local típico da culinária sertaneja, tem um sabor próprio e diferente para quem nunca experimentou. Outra iguaria típica imperdível é a pamonha. A variedade de recheios que compõe os cardápios das pamonharias locais é impressionante. Mas um lugar que não se pode perder é o Restaurante Popular, da Tia Lourdes, com comida preparada no fogão à lenha. A cobrança é por pessoa e todos os pratos da cozinha vêm à mesa. Muitos. Incontáveis. A sobremesa de doces também típicos é colocada à mesa em potes gigantes para você se servir. Para conhecer a Tia Lourdes, vá até a cozinha. Ou, se der sorte, ela virá à sua mesa. E ganhe um abraço apertado e um sorriso gostoso que os goianos têm de sobra. 30 Brasilturis
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Relógio da Av. Goiás, um dos mais antigos pontos de referência de Goiânia
Mesa farta do Restaurante Popular Grafite do Beco da Codorna
Serviço Holiday Inn Goiânia - Inaugurado em 2017, fica muito bem localizado em uma região da cidade com excelente oferta de serviços. O hotel é novinho e tem uma piscina na cobertura, ótima para ter uma vista da cidade. Destaque para a academia que também fica no último andar e oferece a mesma vista pelas janelas envidraçadas. www.ihg.com Mega Moda www.megamodashopping.com.br Restaurante Popular (62) 3224-6150 Túnel de Vento (62) 3239-4510 / 3239-4511 Viagem realizada a convite do Hotel Holiday Inn Goiânia, com seguro Affinity
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ACONTECEU
Detalhes de Costa Mujeres
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Palladium Hotel Group realizou uma festa para divulgar seus dois novos hotéis em Costa Mujeres, destino a 20 minutos de Cancun, no México. Com inauguração marcada para novembro deste ano, o Grand Palladium Costa Mujeres, da principal bandeira do grupo, é voltada para famílias e lazer. Já o TRS Coral Costa Mujeres é parte de uma bandeira exclusiva para adultos. Ambos os empreendimentos ficam localizados no mesmo complexo hoteleiro. Esse é o maior investimento da marca nos últimos anos, somando US$ 255 milhões.
Débora Espada, Luiz Rocha, Lilian D’Ângelo, Águeda Iglesias, Carollina Abud, Mario Viazzo, Fernanda Calleja e Fábio Mazzini
Noruega exalta sustentabilidade
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Tlali Tlali, porta-voz da South African Airways, entre a tripulação do voo do mês das mulheres
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Voo com 100% de tripulação feminina
South African Airways realizou um voo em homenagem ao mês das mulheres, que é comemorado no país em 9 de agosto, com tripulação 100% feminina. A data não foi escolhida ao acaso. O período marca a marcha das mulheres negras na luta pela igualdade na África. Para celebrar a chegada da tripulação feminina, a South African realizou um jantar especial no hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista.
Turismo da Noruega promoveu um roadshow pelo Brasil com o foco na sustentabilidade e na inovação tecnológica do país para divulgar as práticas do “Green Travel” (Viagem Verde). “Viagens impulsionadas pela sustentabilidade já fazem parte do mercado brasileiro, mas creio que virá a ser um fator determinante na escolha do destino dentro de alguns anos”, disse Per Holte, diretor de mercado turístico do Innovation Norway. A delegação capacitou 200 profissionais de turismo em São Paulo (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e FortaPer Holte leza (CE).
A Novo formato
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Braztoa apostou em um novo formato de evento para debater temas que podem ajudar os agentes de viagens na comercialização de produtos turísticos. O primeiro encontro da série intitulada ‘Braztoa Desvenda’ debateu as oportunidades relacionadas ao turismo gastronômico e trouxe nomes de peso, como o chef estrelado Jun Sakamoto; Milagros Ochoa, diretora de turismo do Peru no Brasil; Juan Antonio Ruiz Morales, diretor do Escritório de Turismo da Espanha; e Marcia Rezende, da Belotur (MG). A plateia foi formada por agentes de viagens e consumidores que, ao final do evento, puderam degustar vinhos, queijos, azeites, cafés e cervejas, além de conhecer pacotes com foco em gastronomia. 32 Brasilturis
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Atrio comemora 30 anos
Atrio Hotel Management, operadora hoteleira focada em gestão, comemorou 30 anos de existência no fim de agosto. A empresa aproveitou a ocasião para lançar seu novo conceito de marca, com foco voltado para a expansão nacional. Atualmente, a operadora acumula a administração de 54 hotéis em 41 cidades e 12 estados brasileiros. “Somos uma companhia nacional e queremos nos posicionar como players desse mercado. Vamos ser protagonistas na modernização da hotelaria brasileira”, explicou Paulo Roberto Caputo, presidenPaulo Roberto Caputo te da Atrio.
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SUSTENTABILIDADE
Organização da oferta em turismo rural Cássio Garkalns CEO da GKS Negócios Sustentáveis e professor do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade (FIA/USP). cassio@gks.com.br
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incorporação do turismo na rotina de uma propriedade não pode ser improvisada sem uma análise cuidadosa dos riscos e oportunidades. Um dos primeiros passos nesta direção é a sensibilização dos proprietários rurais sobre as mudanças que o turismo pode provocar, como o aumen-
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to do trânsito, alteração da rotina da propriedade, aumento da geração de resíduos, necessidade de compra permanente de insumos, qualificação de funcionários, gestão de risco de acidentes e ajustes legais no cadastro da propriedade, entre outros. É desejável que o empreendedor entenda o processo de planejamento do turismo para poder inventariar e diagnosticar os recursos locais e regionais e, a partir deles e do interesse da demanda, prever serviços, equipamentos e infraestrutura necessários para proporcionar atividades recreativas e culturais internas e externas adaptadas
aos distintos públicos do negócio. Ainda no planejamento, é recomendável exercitar cenários, considerando seus principais diferenciais frente a um perfil claro de turista/visitante, no que diz respeito a variáveis como faixa etária, poder aquisitivo, tempo médio de permanência, número de acompanhantes, expectativa de atividades, etc. Isto significa não só conhecer as variáveis que servem para caracterizar um público, mas desenvolver habilidades de coleta, associação e análise de informações para fundamentar a tomada de decisões. Também é preciso avaliar o espaço físico disponível e desenvolver um projeto harmônico, que respeite e valorize as questões culturais, físicas e da paisagem. Questões relacionadas à segurança, higiene e acessibilidade também passam a fazer parte da preocupação do empreendedor. Após as decisões relativas às adaptações necessárias, é preciso quantificar o montante de recursos necessários para realizá-las. Mais do que isso, uma decisão de investimento pode ser difícil de ser tomada, pois o risco envolvido gera insegurança. Alguns instrumentos de análise de projetos e elementos básicos de matemática financeira podem ser úteis para estudar possibilidades de retorno e gerar confiança, mas é a prática do processo decisório que proporciona convicção. A tomada de decisões em grupos, envolvendo parceiros regionais, pode ser um bom caminho no exercício de desenvolvimento do processo, e estudos de distintos cenários de investimento e prazos de retorno podem contribuir para a identificação de uma solução mais próxima às reais possibilidades do empreendedor. A avaliação do montante a ser investido deve considerar, dentre outros
fatores, o preço que o cliente está disposto a pagar e qual a rentabilidade projetada, quais produtos e serviços poderão ser oferecidos, número de funcionários necessários, quais os meios de comunicação serão utilizados e, fundamentalmente, que o turismo é uma atividade sazonal, com períodos de alta de baixa demanda. O empreendedor rural só poderá prever todos estes aspectos se já possuir alguma intimidade com a operação de meios de hospedagem e/ ou de alimentação. Portanto, é evidente que treinamentos complementares e apoios de técnicos na área são de grande utilidade. O bom funcionamento de um estabelecimento de Turismo Rural é respaldado por um conjunto de práticas comerciais, administrativas e operacionais, e o ajuste destas práticas às características estruturais e conjunturais da demanda, da oferta concorrencial e do mercado turístico depende não só do conhecimento dos instrumentos e práticas tradicionalmente aplicados pelos serviços turísticos, mas também do desenvolvimento de uma aptidão analítica do proprietário rural para conciliar com a dinâmica típica do meio rural. O esforço pela satisfação das expectativas do consumidor, a antecipação de suas necessidades e a habilidade de atender suas vontades alinhadas às mudanças das estações do ano, as oscilações do clima, a imprevisibilidade do comportamento dos animais e a necessidade de ser vendida “qualidade com rusticidade e autenticidade” fazem do turismo rural um negócio bastante desafiador... Mas não impossível! Para ter sucesso, o empreendedor precisa saber que existe este conjunto de fatores a ser considerado e estar disposto a compreender esta dinâmica, lembrando sempre que o Turismo Rural está fundamentalmente relacionado às boas práticas da sustentabilidade e a valorização de características do meio rural. Abrir mão dessas características é perder a essência da atividade, transformando-a em outro tipo de turismo que não o tipicamente rural. Vamos em frente!
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Sem definição Candidatos expõem seus planos para o turismo e trade se une para reforçar os temas mais importantes
Por Camila Lucchesi, Felipe Abílio, Giovana da Costa e Leonardo Neves
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lvaro Dias propõe desenvolver melhorias para o setor de cruzeiros e para a aviação regional, além de criar um programa de incentivo às viagens domésticas. Ciro Gomes promete estimular o turismo para contribuir com o crescimento da economia e com a geração de empregos. Fernando Haddad (por meio do plano de governo de Lula) afirma que o segmento será prioridade de governo e cita a busca por parcerias para obter financiamentos externos, com ações conjuntas da esfera pública e privada. Geraldo Alckmin diz que irá priorizar políticas que ajudem as regiões Norte e Nordeste a desenvolverem suas potencialidades em diversos âmbitos, incluindo o do turismo. Jair Bolsonaro reforça a necessidade de atrair investimen38 Brasilturis
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tos para modernizar aeroportos e buscar um modelo que permita maior participação privada na aviação civil. Marina Silva aponta a importância da atividade para a geração de empregos e promete criar um programa integrado de turismo sustentável. A cada quatro anos, os entraves e anseios que são lugar-comum nas conversas de profissionais do turismo ganham projeção nacional. O tema deveria entrar na pauta política e ganhar espaço nos planos de governos dos concorrentes a ocupar o posto mais alto do Executivo brasileiro, entretanto, a indústria ainda não tem a visibilidade que deveria. “Nesse momento, o fato de o candidato saber ou não sobre turismo é menos relevante do que o conhecimento dele sobre economia e pre-
vidência, por exemplo”, ressalva Mariana Aldrigui, professora doutora e pesquisadora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/ USP). Extremamente impactada pelas políticas públicas, a área de turismo carece de investimentos em itens que são pilares para o desenvolvimento de qualquer nação, como infraestrutura, segurança e saúde. Para a pesquisadora da USP, esse é um alerta de que é preciso analisar a questão por camadas, atribuindo a cada uma delas seu relativo grau de importância. “No atual cenário, falar de turismo soaria até hipócrita frente à questão de segurança pública, em quaisquer das postulações a cargos políticos para este ano. As ideias para a atividade precisam
“Objetivo das entidades é apoiar o governo que se instalar em 2019, com esperança de ter representação e orçamento condizentes para a resolução de hiatos relacionados ao setor.” ser muito específicas ou partir de uma premissa integradora”, reforçou.
Lição de casa No sentido de unificar as vozes e se proteger contra uma even-
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CAPA tual desestabilização estrutural do País, o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) fez a lição de casa e formatou o documento “Turismo: +desenvolvimento +emprego + sustentabilidade”. Com propostas de políticas públicas que dimensionam a relevância desse segmento para a economia, o compilado foi entregue aos candidatos à Presidência da República. Elaboradas por 25 entidades nacionais e associações que representam a cadeia produtiva do Turismo, sob a coordenação do Cetur/CNC, as propostas apontam caminhos para impulsionar o turismo como vetor da retomada do crescimento econômico e da geração de empregos por meio de cinco pilares: infraestrutura, promoção, gestão e monitoramento, segurança jurídica e competitividade. A produção do material foi concluída em 60 dias e contou com duas reuniões plenárias que reuniram representantes de todas as associações e entidades envolvidas no projeto, como Abav, ABIH, Alagev, Braztoa, FOHB e Unedestinos. O objetivo das entidades é apoiar o governo que se instalar em 2019, com esperança de ter representação e orçamento condizentes para resolver alguns dos principais hiatos relacionados à legislação do mercado. De acordo com Alexandre Sampaio, presidente do Cetur/CNC, foi necessário definir algumas limitações para tornar o documento viável. “Primeiro, prezamos pela objetividade. Depois, selecionamos demandas que caibam apenas ao
âmbito federal e sejam realizáveis em quatro anos. Por último, estabelecemos três pautas prioritárias de cada segmento, como hotelaria, aviação, cruzeiros, etc”, detalhou. Para o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo (FrenTur) e deputado federal Herculano Passos, o documento é importante para elucidar o potencial do segmento. “Se o próximo dirigente eleito tiver uma visão de política de Estado em relação ao turismo, tenho certeza que é possível melhorar muito o desempenho do setor”, opinou Passos. O político ainda citou exemplos de países como Estados Unidos e Portugal, que se apoiaram no desenvolvimento do turismo para sair de momentos econômicos críticos. “São iniciativas reconhecidas pelo mundo todo e que devem servir de exemplo para o Brasil”, completou o presidente da FrenTur, atualmente formada por 250 parlamentares.
Contraponto Para Mariana, entretanto, o compilado traz os fatos, mas não sinaliza os caminhos. “Seria mais fácil que os interlocutores do turismo fossem mais claros ao sinalizar o que é necessário, da mesma forma que é fundamental explicar o que determinadas ações políticas implicariam em arrecadação, geração de emprego, benefícios sociais, etc”, pontua. O descritivo foi entregue aos candidatos durante o período de campanha, ou seja, quando os planos de governos já estavam fechados (saiba mais nas próximas
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ÁLVARO DIAS (PODEMOS) 40 Brasilturis
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lvaro Dias, candidato à presidência pelo Partido Verde (PV), apresentou uma proposta para o turismo que inclui aumentar a participação do setor de turismo e viagens no PIB para, consequentemente, aumentar o percentual de empregos no setor dentro do País, entre outras medidas, conforme descrito no plano de governo. “Aumentar a participação do Brasil no número total de turistas internacionais; promover medidas para aumento dos gastos médios dos turistas estrangeiros
páginas). “Os planos de governo são documentos públicos sobre os quais os candidatos serão sabatinados, especialmente pela imprensa. Esta, por sua vez, busca priorizar temas que são polêmicos, que criam antagonismo e debates, e que afetam o maior número de pessoas. A inclusão de um ou outro tema no plano é ponderada pela equipe que está, diariamente, analisando o que é importante”, explica Mariana. Sampaio reforça que, nesse primeiro momento, as entidades optaram por se posicionar por meio da informação. Assim, reforçaram a importância da indústria do turismo em um pleito conjunto de 25 páginas, destacando as principais questões que interessam à iniciativa privada. “Para o segundo turno, planejamos fazer reuniões com os candidatos e aprofundar a discussão sobre os aspectos mais relevantes do documento”, informa. Detalhando uma perspectiva menos evidente, Mariana lembra que nenhum dos segmentos do turismo representa um grupo que poderia significar votos efetivos. “Não há uma bandeira específica e a polarização atual é visível no turismo. Para que, então, um candidato iria acenar ao setor se não há garantias efetivas de doação de recursos, apoio efetivo na campanha, votos ou outros ativos políticos valorizados?”, questiona.
“Para o segundo turno, planejamos fazer reuniões com os candidatos e aprofundar a discussão sobre os aspectos mais relevantes.”
Durante todo o mês de agosto, a equipe de reportagem do Brasilturis Jornal esteve em contato com os comitês de campanha dos
seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto. Com a ajuda de executivos que comandam as principais entidades de turismo nacional, foi elaborado um questionário resumido relacionado às principais frentes destacadas no documento do Cetur/CNC. Apenas um dos comitês – o do Partido dos Trabalhadores (PT) - respondeu às questões específicas dentro do prazo determinado para veicular o conteúdo nesta edição. Após contatos constantes, os responsáveis pelas campanhas dos cinco outros partidos políticos se resumiram a dizer que os planos para o setor estão descrito entre as diretrizes dos programas de governo. Consultamos os documentos de cada candidato e levantamos as principais questões relacionadas ao turismo. Para ampliar o debate, o trabalho de reportagem incluiu, ainda, a pesquisa e transcrição de entrevistas durante a campanha eleitoral, bem como análise das redes sociais dos concorrentes ao cargo. O resultado você confere nas próximas páginas.
no Brasil; criar áreas de relevante interesse turístico a partir de incentivos, processo de licenciamento ambiental diferenciado e linhas de crédito específicas, desenvolver outras vocações do turismo brasileiro: histórico, rural, de aventura, de observação; promover concessões e a contratação de parcerias público-privadas dos Parques Nacionais para exploração de atividades turísticas”. O plano de Álvaro ainda propõe desenvolver melhorias para o setor de cruzeiros e para a
aviação regional. “Promover o turismo por cruzeiros a partir de melhoria nos terminais e ampliação e criação de novos destinos; reorientar a atuação da Embratur para captação de novos turistas; desenvolver a aviação regional e descentralizar os aeroportos de entrada; simplificar a concessão de vistos a turistas; estabelecer um programa de incentivos ao turismo doméstico; viabilizar a abertura de parques temáticos por meio da facilitação da importação de equipamentos e da concessão de linhas de crédito”.
Com a palavra, os candidatos
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CIRO GOMES (PDT)
candidato do Partido Democrático Brasileiro (PDT) não inseriu nenhum capítulo específico para o turismo em seu Plano de Diretrizes, composto por 12 itens. Há apenas uma citação sobre a importância da atividade para a geração de empregos e recuperação da economia, junto a outros segmentos. “Os setores do agronegócio, agricultura familiar, serviços em geral, comércio, a economia criativa e o turismo também serão estimulados para contribuir ao crescimento da economia brasileira e à geração de empregos”, relata o documento. Em entrevista concedida a uma emissora de TV cearense durante sua pré-campanha, ele afirmou que
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o turismo e a construção civil criam postos de trabalho de baixo custo e que deve focar seus investimentos nisso, na intenção de diminuir o desemprego no País, no primeiro momento. “O grande drama do brasileiro hoje é o emprego. Na indústria convencional, a geração de um emprego custa cerca de US$ 30 mil, na agricultura irrigada de alta linhagem, custa US$ 20 mil na construção civil, custa US$ 7 mil. Pela lei do menor esforço, a urgência aqui é ir pela construção civil e turismo enquanto a gente conserta as grandes contas do País”, disse. Ciro lembrou que, para atrair o turista, é preciso ter infraestrutura preparada para competir com o resto do mundo. “O turismo é um conjunto muito sofisticado de questões. Temos a natureza, mas, em tempos de globalização, estamos rivalizando com a natureza de todo o planeta. Você só consegue fazer turismo profissional se rivalizar em infraestrutura, capacitação de mão de obra, qualidade dos equipamentos e uma população que tenha todos os elementos para ela própria, como saneamento, segurança e educação”, defendeu durante a entrevista.
FERNANDO HADDAD (PT)
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ontatado pelo Brasilturis, Lula havia sido o único candidato a responder as questões. Porém, com a candidatura do ex-presidente indeferida pelo TSE, Fernando Haddad (vice da chapa) assumiu o posto de presidenciável, devendo manter as mesmas diretrizes do possível governo petista. A chapa deu destaque à pauta de turismo no plano de governo, dedicando um subtópico exclusivo entre as medidas previstas para o desenvolvimento nacional. Nos seis parágrafos (ou 2,6 mil caracteres), o presidenciável ressalta a geração de empregos no setor de viagens e afirma que o segmento será
prioridade de governo. “Somos 207 milhões de brasileiros, mas hoje somente 60 milhões viajam pelo Brasil. O potencial do mercado interno é enorme e pode multiplicar os 6,5 milhões de empregos desse segmento”, aponta um dos trechos. O plano também destaca os equipamentos que ficaram ociosos após o fim da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além de reforçar a importância de obras estruturais para aumentar a competitividade. “Para tornar os preços mais acessíveis, devese fomentar a concorrência e melhorar a infraestrutura de nossos portos, estradas e aeroportos.” Sobre a promoção do Brasil no exterior, o documento aponta que a queda dos investimentos
públicos em divulgação - classificada como “brutal” - fez o Brasil perder espaço no mercado internacional, e que é preciso aumentar as verbas para que o País volte a figurar como destino dos viajantes de fora. “Temos turismo de sol e praia, de eventos culturais, religiosos, de negócios, de aventura, rural, ecoturismo e LGBTI+. Somos o primeiro lugar em recursos naturais no Ranking Mundial de Competitividade no Turismo, mas não basta; precisamos de produtos turísticos para atender o novo perfil do viajante 100% conectado, por meio de ações de marketing digital.” Apesar de propor a formação de políticas públicas para qualificar os profissionais de turismo e a busca de parcerias para obter financiamentos externos, o político reconhece que deverá haver ações conjuntas da esfera pública e privada na promoção do turismo. “A União, através do Ministério do Turismo, terá papel indutor, mas a melhora só virá com planejamento e ações compartilhadas com estados, municípios e iniciativa privada.” “O Plano de Governo apresen-
ta a reforma tributária orientada pelos princípios da progressividade, simplicidade, eficiência e da promoção da transição ecológica, garantindo que os entes federados não tenham perda de arrecadação. O turismo está baseado em pequenas empresas e tem grande poder de inserção e de ascensão social, porque não abrange somente os grandes centros, mas todo o seu entorno, inclusive nos setores associados, como o artesanato, a produção de alimentos na agricultura familiar e o entretenimento, entre outros. O Simples representa desburocratização e sobrevivência no mercado; ele pode e deverá ser aperfeiçoado.” No caso específico de preço do querosene de aviação, o candidato promete reorientar a atual política de preços de combustíveis da Petrobras. “O mercado brasileiro é aberto a importações, mas isso não significa que o petróleo extraído no Brasil, que tem um custo bem menor que o internacional, seja vendido aos brasileiros com esse preço”, respondeu o candidato, por meio de sua assessoria de imprensa.
GERALDO ALCKMIN (PSDB)
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m seu plano de governo, o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) cita o Turismo de forma direta, ainda que seja sempre aliado a outras áreas a serem desenvolvidas no Brasil. O presidenciável afirma, por exemplo, que vai priorizar políticas que ajudem as regiões Norte e Nordeste a desenvolverem suas potencialidades em diversos âmbitos, incluindo o do turismo. Alckmin também cita a promoção do “desenvolvimento da indústria 4.0, da economia criativa e da indústria do conhecimento, fomentando o empreendedorismo em áreas de inovação, da cultura e do turismo”. Somado a esses dois únicos itens que abordam estratégias voltadas para o setor turístico, o documento trata de outros aspectos que afetam diretamente a indústria. Entre eles, está a privatização de empresas estatais; simplificação do sistema tributário; abertura da economia para o comércio exterior e investimento em infraestrutura. O candidato também publicou um vídeo em sua conta oficial do Instagram, falando sobre a importância do turismo para o desenvolvimento do Brasil. Em sua fala, Alckmin apontou a necessidade de melhorar a segurança e divulgar mais o País, já que a indústria turística representa geração de emprego e renda.
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CAPA
JAIR BOLSONARO (PSL)
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candidato do Partido Social Liberal não dedicou nenhuma sessão voltada especificamente para o planejamento do turismo, nem fez qualquer tipo de menção direta ao setor em seu plano de governo. Há, apenas, um item sobre Aviação Civil, que cita a necessidade de atrair investimentos para modernizar e expandir aeroportos, além de buscar um modelo que permita maior participação privada e se baseie nos modelos de sucesso do exterior. O documento também aborda o compromisso do candidato em trabalhar questões como infraestrutura, transporte, abertura comercial para o capital internacional e reforma tri-
MARINA SILVA (REDE)
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assessoria da candidata da Rede Sustentabilidade apontou que os planos para o setor de turismo estão descrito nas diretrizes do Programa de Governo da chapa. Conforme descrito no documento de 46 páginas, com três parágrafos dedicados ao setor (ou 1.690 caracteres), a política aponta a importância do turismo na geração de empregos com base em dados do Fórum Econômico Mundial, destaca o Brasil como um país com alto fluxo de viagens corporativas e atribuiu o baixo índice de crescimento do mercado à falta de segurança, o ambiente de negócios conturbado e à baixa quali-
ficação da mão de obra. Marina engloba a questão do turismo com diretrizes de desenvolvimento de economia, ao lado de questões como abertura de mercado regulada, inclusão digital e economia colaborativa. A proposta de maior destaque para o fomento do turismo no plano de governo da política é o desenvolvimento de um programa integrado de turismo sustentável, seguindo a bandeira historicamente defendida pela candidata. Entre os planos para consolidar esse projeto estão a capacitação de profissionais da área, a integração com outros setores para estimular novos negócios e rotas turísticas locais, e a ampliação de investimentos em projetos de infraestrutura com prioridade para o desenvolvimento do ecoturismo e do turismo de base comunitária. Durante campanha pelo Ceará e Pernambuco, Marina destacou ainda haver planos para utilizar o turismo para alavancar a economia do Norte e Nordeste, apontando as belezas naturais das regiões como ponto de partida para incentivar as viagens.
Esforço conjunto
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documento “Turismo: + desenvolvimento + emprego +sustentabilidade” foi formatado pelas entidades membros do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com o objetivo de colaborar para a construção de uma política pública para o desenvolvimento da atividade turística no Brasil. “Desde a criação do Ministério do Turismo (MTur), em 2003, há uma séria descontinuidade das políticas públicas para o setor no Brasil, inclusive com o descumprimento da legislação que tornou o Plano Nacional de Turismo uma política de Estado”, relatam as entidades no compilado. “Elevar o Brasil para o topo da lista de escolhas de viagens é um trabalho que dependerá diretamente de um governo que veja o segmento como prioritário”, defendem os autores.
Confira os destaques do documento: • INFRAESTRUTURA: Ampliar e ga44 Brasilturis
butária, caso vença as eleições. Ainda que a melhoria de todos esses aspectos possa influenciar diretamente o turismo do País, não existe estratégia desenvolvida com base nas demandas específicas desse setor. Em relação à infraestrutura, Bolsonaro defende “desburocratizar, simplificar, privatizar, pensar de forma estratégica e integrada” para que a questão deixe de ser um gargalo para se transformar em solução. Quanto ao transporte, o documento apresenta dados oficiais que expõem os problemas. No quesito abertura comercial, o candidato se mostra a favor da redução de alíquotas de importação e de barreiras não-tarifárias, medidas que devem ser realizadas em paralelo à constituição de novos acordos bilaterais internacionais. Conforme está registrado no documento, “facilitar o comércio internacional é uma das maneiras mais efetivas de se promover o crescimento econômico de longo prazo”. Sobre a reforma tributária, o documento apresenta uma proposta que “visa à unificação de tributos e a radical simplificação do sistema tributário nacional”.
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rantir maior eficiência do setor de transportes em todos os modais; implementar programa de aviação regional e criar programas para a preservação e valorização do patrimônio, com iniciativas que estimulem o uso responsável de atrativos turísticos. • PROMOÇÃO: Atualizar e implantar o Plano de Marketing Internacional (Plano Aquarela); transformar a Embratur em agência de promoção internacional e estimular de forma permanente as viagens dos brasileiros dentro do Brasil, desenvolvendo programas de turismo social. • SEGURANÇA JURÍDICA: Impedir o retorno da incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte das empresas de turismo para pagamentos de serviços no exterior; aprimorar a fle-
Herculano Passos e Alexandre Sampaio
xibilização de vistos e criar uma política de incentivos para o crescimento das empresas e da economia do turismo. • GESTÃO E MONITORAMENTO: Fortalecer as Câmaras Temáticas dentro do Conselho Nacional do Turismo; fomentar a Rede Nacional de Observatórios de Turismo para ampliar o levantamento, a análise e o
monitoramento de dados relevantes sobre a atividade e implantar a Conta Satélite de Turismo. • COMPETITIVIDADE: Promover estímulo à iniciativa privada para o desenvolvimento, inovação e estruturação da oferta; estabelecer política de revisão e criação de linhas de crédito para construção e reforma de empreendimentos e criar estratégia de gestão digital nacional e regional.
Leia o código para baixar o compilado da CNC
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Questões relevantes
o que diz respeito ao turismo, os programas de governo apresentados à Justiça Federal pelos presidenciáveis se resumem a debater pontos que são velhos conhecidos do trade. As perguntas que caberiam para esse momento, na opinião de Mariana, estão relacionadas à permanência do Ministério do Turismo, questão que nenhum dos candidatos respondeu de antemão. “Quais candidatos já puseram o MTur em uma possível lista de cortes? Qual seria o orçamento da pasta? Em caso de o vencedor ser de uma coliga-
ção, qual será o espaço para técnicos?”, questiona. A pesquisadora da USP defende que o eleitor atuante no segmento de turismo se baseie em questões mais abertas para definir seu voto. “Devemos considerar que a melhoria de qualidade de vida por meio do turismo passa, necessariamente, por mais renda para a população, mais competitividade, melhor imagem - o que implica em muito investimento em segurança, saúde e educação - e programas sérios de qualificação de mão de obra de amplo espectro”, finaliza.
Mariana Aldrigui
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FEIRAS E EVENTOS
Mais empregos, menos turistas internacionais Por Giovana da Costa
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epois de passar por Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF), a Brazil Luxury Travel Association (BLTA) realizou um encontro com associados e convidados na capital paulista. Na ocasião, a BLTA destacou duas novidades: a divulgação do anuário de 2017 e o lançamento do Prêmio de Sustentabilidade. Criado em parceira com o Senac, o anuário Turismo de Luxo 2017 avalia o desempenho dos 35 membros da BLTA. Os índices que mais se destacaram no documento que traz os dados do ano passado foram a alta taxa de empregabilidade da hotelaria de luxo em relação à tradicional e uma retração no número de estrangeiros nas hospedagens. Simone Scorsato, diretora-executiva da BLTA usou dados do último relatório do Fórum de Operadores Hoteleiros do Braisl (FOHB)
para justificar o argumento. “Temos uma média de 2,7 funcionários por unidade hoteleira, esse índice não chega a um funcionário na hotelaria tradicional. Ou seja, temos uma taxa de empregabilidade alta e esse é um potencial do nosso segmento”, detalhou. Martin Frankenberg, presidente da Associação, alertou para uma baixa representativa na hospedagem de turistas estrangeiros nos 35 empreendimentos associados à BLTA. O número caiu de 48%, em 2016, para 35%, em 2017. Ele atribuiu a queda a questões internas do País como instabilidade política, Zika vírus, insegurança e baixa do câmbio. “Essas notícias afetam muito a visão internacional e atingem o turismo receptivo no País. Para 2018, projetamos a volta do crescimento desse índice, considerando que o câmbio estará mais favorável, não há mais Zika e existe uma mudança
Martin Frankenberg e Simone Scorsato, da BLTA
no sistema de vistos americanos”, apontou Frankenberg. Por enquanto, o turista doméstico é o mais importante em números para os associados BLTA – representando 65% de todas as hospedagens -, seguido por viajantes de Europa e Estados Unidos. No sentido de atrair novos negócios fora do Brasil, a entidade também realiza uma série de roadshows por Londres, Paris, Nova Iorque, Los Angeles, Chicago e São Francisco.
Sustentabilidade A BLTA possui um projeto para incentivar as ações sustentáveis de seus membros, que inclui pontos
como diminuição do uso de plástico e preservação da vida selvagem. Para fortalecer essa proposta, a associação criou seu próprio Prêmio de Sustentabilidade. Os membros podem concorrer nas categorias ‘Conservação’, para ações e projetos que tenham o objetivo de proteger recursos naturais; ‘Cultura’, para os casos de preservação do patrimônio cultural tangível e intangível; ‘Comunidade’, voltada às ações que melhoram a qualidade de vida das comunidades locais, e ‘Comércio’, nos casos de empresas que produzem e comercializam produtos e serviços locais para os turistas. Em novembro deste ano, a associação irá premiar três iniciativas.
África do Sul aposta em 15% a mais de turistas brasileiros em 2018 Por Felipe Abílio
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ompanhias aéreas, hotéis e DMCs participaram do roadshow da África do Sul no Brasil, que aconteceu no fim de agosto. Com um aumento histórico de turistas da América Latina visitando o país no ano passado, Marcelo Marques, diretor de relacionamento da South Africa Tourism (SAT), falou sobre a importância de promover eventos como esse para o trade. “África do Sul tem estrutura com opções para todos os bolsos, desde quem está viajando sozinho, com a família ou em lua de mel. Existe uma infinidade de produtos, passeios, serviços e toda a oferta é ‘envelopada’ por um povo extremamente acolhedor e caloroso”, disse. Cerca de 70 mil brasileiros visitaram o país no ano passado e o objetivo do destino é atrair ainda mais em 2018. “Crescemos mais de 70% no Chile e no Brasil, e mais de 50% na Argentina no ano passado. Foram 107 mil visitantes no período, sendo 70 46 Brasilturis
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mil só brasileiros. Até maio deste ano, atingimos um crescimento de 6.7%. A expectativa para 2018 é chegar por volta de 10% a 15% a mais de visitantes em relação ao ano passado. No ranking estamos em oitavo lugar entre os países emissores”, observou Marques. Altamiro Medici, diretor-geral da South African Airways para a América do Sul, acredita que, apesar da alta do dólar, o destino continua sendo uma boa opção. “O ano começou desafiante, até junho foi complicado, mas a partir de julho a demanda começou a melhorar. Mesmo com o dólar alto, o feedback das operadoras está sendo positivo porque o destino é considerado barato, ou seja, todo o passeio desde hospedagem, comida, entretenimento ainda cabe no orçamento”, analisou. Ele comemora os bons números do ano passado, mas avalia que o destino tem muito mais potencial. “O papel da companhia aérea é dar
suporte ao trade turístico para que a demanda de turistas da América do Sul para a África cresça. Os números do ano passado foram interessantes, mas ainda são pequenos em relação a outros destinos e ao potencial que a África do Sul tem. A ideia é começar a pensar em 100 mil turistas por ano no médio prazo”, defendeu. A ideia de Medici é mostrar que a África não está tão longe como muitos brasileiros imaginam. “Temos voos diários, saímos do Aeroporto de Guarulhos às 18h chegando em Joanesburgo às 7h30. São 8 horas e meia de percurso, o equivalente a voar de São Paulo para Miami. O passageiro embarca, janta, descansa e chega pela manhã pronto para pegar outras conexões”. A Latam Airlines foi uma das parceiras do roadshow e anunciou que a alta demanda levou a companhia a ampliar a frequência de seu voo para Joanesburgo. A partir de fevereiro de 2019, a aérea passa a operar voos
Marcelo Marques (South Africa Tourism)
Altamiro Medici (South African Airways)
diários - atualmente são cinco frequências semanais. Marques enxerga com entusiasmo o aumento das operações para o destino. “Essa competição na rota está sendo muito saudável para o destino, estão acontecendo muitas promoções e está cada vez mais fácil chegar a África do Sul com custo benefício excelente”, avaliou o diretor da SAT.
Tivoli Ecoresort Praia do Forte premia parceiros Por Velma Gregório
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om shows de Margareth Menezes e de Saulo, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte comemorou seus 33 anos em bom ritmo baiano e com convidados especiais. Durante a festa Tivoli Tropical premiou parceiros numa cerimônia chamada Golden friends. João Eça Pinheiro, diretor-geral do resort, e Maria Helena Santana, diretora comercial, premiaram agências e operadores com sua equipe de vendas, eventos e marketing. Entre os premiados, além da imprensa, estão Azul, Booking.Com, BWT, CVC, Dagaz, Exotico online, Flytour, FRT, Grupo Abreu, Interpool, Journeys, Latam Travel, Litoral Verde, Papagaios, Prime Operadora Salvador, Primetour São Paulo, Teresa Perez, Tours Bahia, Trend, Turnet e Visual. Desde a comemoração do 25º ano a festa vem se repetindo e a de 2019 já está confirmada. “A festa de aniversário do Tivoli Ecoresort Praia do Forte já está virando uma tradição e a cada ano apresenta mais atrações”, disse Pinheiro. Neste ano, o agito começou na sexta-feira com o show de Margareth Menezes. A baiana fez um show de duas horas que agitou a piscina principal do resort com hits próprios e sucessos de artistas conhecidos como Gilberto Gil. O sábado foi marcado por desfile de coleções das marcas Cantão e Farm. À tarde, uma pool party foi embalada pelo DJ Lucky, residente do Café de la Musique. À noite, a cerimônia Golden Friends, o show de Saulo e um after party até altas horas, mais uma vez com o DJ Lucky.
Premiados Golden Friend 2018 Tivoli Ecoresort Praia do Forte
Viagem realizada a convite do Tivoli, com seguro Affinity www.brasilturis.com.br
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França no Ceará Por Camila Lucchesi
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encontro anual que compõe o maior evento B2B da França no País será realizado em Fortaleza (CE), entre os dias 23 e 26 de setembro. A mudança do Guarujá (SP), destino que recebeu as três ultimas edições do ‘Encontros à Francesa’, tem a ver com a parceria da Atout France, entidade de promoção do país europeu e responsável pela organização do evento, com a Air France/KLM e Gol. C A ideia é aproveitar o hub das aéreas para levar informação e oportunidade de networking para os profissionais do Norte e Nordeste que, segundo Caroline Putnoki, diretora geral da Atout France para América do Sul, devem responder por pelo menos 20% dos agentes credenciados para o evento. “Com a melhora nas ligações aéreas, esses mercados passaram a ser muito interessantes para a promoção da França”, disse a executiva. Os agentes e operadores convidados serão levados a Fortaleza com o apoio da Gol. Caroline
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adiantou que também levará cinco profissionais sul-americanos para o encontro. “Argentina, Chile e Uruguai são mercados menores em representatividade que o Brasil, mas também são importantes para nós. Neste ano, confirmamos a participação de cinco agentes e queremos aumentar esse número gradualmente para os próximos eventos”, disse. A executiva reforçou que 700 mil brasileiros viajaram à França no ano passado e a meta de chegar a 1,5 milhão até 2025. Hoje a região Nordeste responde por 10% da emissão, mas a perspectiva é triplicar esse fluxo, segundo projeções de Jean-Marc Pouchol, diretor-geral do Grupo Air France-KLM para a América do Sul. Os atuais quatro voos semanais da Air France/KLM entre Fortaleza e Paris ganharão reforço com três novas frequências - na somatória da oferta das duas companhias -, transformando a frequência em diária a partir de abril do ano que vem.
Jean-Marc Pouchol (Air France KLM), Caroline Putnoki (Atout France) e Marcos Almeida (Gol)
A quarta edição do evento terá 140 profissionais convidados para eventos de relacionamento, reuniões e rodadas de negócios com reuniões de 15 minutos entre compradores e 37 empresas representantes de produtos franceses. Uma novidade no formato é a capacitação dos agentes, que será feita durante a plenária de abertura. “Fizemos uma pesquisa on-line com nossa base de clientes sobre seus hábitos de consumo e o resultado dessa enquete, com perfil e preferências dos viajantes, será apresentado aos participantes”, explicou Caroline. Segundo ela, a apresen-
tação foi baseada nas respostas espontâneas de 900 consumidores. Também fará parte da programação a apresentação do calendário de eventos na França em 2019 e 2020, com destaque para as comemorações de meio milênio de um importante movimento artístico. “Viva Leonardo Da Vinci, 500 anos de Renascimento” terá uma série de eventos públicos no Centre-Val de Loire, região com a maior concentração de castelos do mundo. Durante o encontro, empresas do destino irão realizar um seminário para ensinar os agentes a montar um roteiro pelos atrativos locais.
Perspectiva otimista Por Leonardo Neves
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primeira edição do Fórum Nacional da Hotelaria, promovido pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), revista Época e jornal Valor Econômico, trouxe ânimo para o segmento. Segundo os dados apresentados por Ricardo Mader Rodigues, membro da International Society of Hospitality Consultants (ISHC) e vice-presidente da JLL Hospitality, hoje, a oferta brasileira é composta por cerca de 10 mil hotéis que totalizam 541 mil quartos, aproximadamente. A hotelaria qualificada do País deve crescer 13% até 2022, totalizando uma oferta de 416 mil apartamentos em quase 3 mil empreendimentos. Entre as grandes capitais, o ranking de crescimento, em número de quartos disponíveis, é liderado por Belo Horizonte (MG), que terá alta de 12% (1.554 apartamentos). Em seguida, vem Recife (PE), com 10% (682); São Paulo (SP), com 6% (2.521); e Brasília (DF),
com 5% (928). Segundo os índices do FOHB, Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Salvador (BA) não devem registrar altas relevantes nesse período. Para a entidade, a melhora prevista para os próximos anos devese, também, à entrada de investidores internacionais no mercado brasileiro, ao crescimento de redes independentes e à fusão entre marcas hoteleiras. Ricardo Amorim, economista e palestrante convidado, apontou que o crescimento da economia e, consequentemente, do turismo deve se dar até 2020. “Sempre que o Brasil passa por uma grande queda ou por um momento de crise, a economia reage e atinge patamares altos dentro de três anos, com o PIB crescendo ao menos 5%”, explicou. Com os avanços do agronegócio no Brasil, Amorim destacou que o interior é aposta certeira para os hoteleiros. “Nos últimos anos, essas cidades têm crescido mais do
Alexandre Gehlen, Ricardo Amorim e Orlando de Souza
que as capitais, estimuladas pela alta do agronegócio, trazendo mais crescimento e alavancando todos os setores da economia. Inclusive o turismo”, disse. Orlando de Souza, presidente -executivo do FOHB, lembrou que as redes já estão se preparando para atender a alta na demanda fora dos grandes centros. “O que mais atrai clientes para essas regiões, que são grandes polos de desenvolvimento hoteleiro, são os clientes do mercado corporativo. Porém, essas cidades se desenvolvem conforme a facilidade do acesso, como a proximidade com um aeroporto”, reforçou. “Queremos mostrar a importância da atividade e estamos nos unindo para pleitear pautas, além
Ricardo Mader Rodrigues, do International Society of Hospitality Consultants (ISHC), apontou os dados da hotelaria nacional
de nos aproximarmos do setor público. No atual cenário político, é preciso estar atento às movimentações do governo para continuar cobrando mudanças”, afirmou Alexandre Gehlen, presidente do FOHB e da rede InterCity.
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Fotos: Antônio Salani
FEIRAS E EVENTOS
Orlando mantém investimentos no Brasil País é o terceiro mercado emissor para turismo de lazer no destino na Flórida, atrás do Canadá e do Reino Unido Por Giovana da Costa e Leonardo Neves
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uitos destinos registraram baixas significativas nas estatísticas de visitantes brasileiros nos últimos três anos. O cenário, porém, não afetou a cidade de Orlando, na Flórida (EUA) para os viajantes de lazer. Reconhecido como um dos locais mais visitados e procurados pelos brasileiros, Orlando (EUA) apresentou crescimento de 16% de viajantes do País entre 2016 e 2017, de acordo com o Visit Orlando. Para aproveitar a onda de crescimento, atrativos turísticos do destino realizaram uma série de eventos e divulgaram novidades para o trade brasileiro.
Visit Orlando O Visit Orlando reuniu agentes de viagem em São Paulo (SP), para um workshop. O evento faz parte de um roadshow que inclui passagens por Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), com a meta de capacitar mil profissionais no segundo semestre de 2018. “Ao todo, recebemos 72 milhões de turistas estrangeiros em 2017. Desses, 826 mil foram brasileiros, contra 694 mil de 2016. Nós continuamos investindo no Brasil com a mesma intensidade. É o terceiro mercado mais importante para Orlando, atrás, apenas, do Canadá e do Reino Unido”, explicou Leo Salazar, gerente de relações públicas do Visit Orlando, órgão de promoção do turismo no destino. Para Salazar, a cidade na Flórida continua com números positivos porque investiu em infraestrutura nos últimos anos. Atualmente, 50 Brasilturis
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O astronauta brasileiro Marcos Pontes com a equipe do Visit Orlando e participantes do workshop de São Paulo
o destino norte-americano conta com 12 parques temáticos, quatro complexos aquáticos, opções variadas de compras e gastronomia. “Houve um momento no passado em que Orlando era associado só aos parques de diversão, mas isso mudou. Ampliamos muito a oferta de restaurantes e entretenimento que valorizam a cidade em si, além dos grandes parques”, complementou. Ele ainda citou o Halloween, data relevante para a cidade, que reúne mais de 11 eventos diferentes, durante 78 dias. O executivo não deixou de citar também as novidades previstas para esse segundo semestre. Entre elas, a Toy Story Land, aberta recentemente no Disney Hollywood Studios. Outros destaques são o Aventura Hotel, inaugurado em agosto no Universal Orlando e a nova Infinity Falls, atração aberta no SeaWorld.
Orlando Magic Representantes de turismo do Orlando Magic, time de basquete
americano, iniciaram as divulgações da temporada 2018-2019 da National Basketball Association (NBA) que começa em outubro e termina em meados de abril do ano que vem. Na América do Sul, a primeira parada ocorreu em São Paulo, em um jantar com operadoras parceiras da marca. “O Brasil é o principal país na emissão de turistas para a arena do Orlando Magic. Só na temporada 2017-2018, tivemos um crescimento de 60% no número de brasileiros que vieram assistir aos jogos. Por aí, dá para ver que é um mercado muito importante e em crescimento”, explicaram Haley Meier e Chris D’Orso, da diretoria de Vendas e Operações do Orlando Magic.
Kennedy Space Center No Cabo Canaveral, a cerca de uma hora de Orlando, o Kennedy Space Center, também de passagens por algumas das principais capitais, exaltou o fato de os brasileiros terem sido os maiores visitantes da estação da Nasa em janeiro
deste ano. Fora do período de alta temporada, o viajante do Brasil costuma estar entre os quatro maiores emissores para o atrativo. “Mais de 50% dos visitantes do Kennedy Space Center são estrangeiros. É um local equipado para atender da melhor forma o visitante de fora”, destacou o presidente do TM Latin America, Victor Manjares. O evento em São Paulo contou com a presença do astronauta Marcos Pontes, que abordou o tema viagens espaciais. “O setor privado está cada vez mais de olho no espaço e diferentes projetos estão programados para lançamento nos próximos anos, dependendo de certificados para começarem a receber turistas”, apontou. A Virgin Galatic está trabalhando em serviços para o transporte de turistas ao espaço, a partir de viagens suborbitais, onde o ônibus espacial sai da atmosfera terrestre mas não permanece orbitando a Terra, realizando um parábola e retornando ao local de partida após um certo período. A Bigelow Aerospace também
tem planos de levar viajantes ao espaço nos próximos anos, porém, com direito a hospedagem. A empresa que se especializou na criação de módulos infláveis acima da atmosfera terrestre, pretende, até 2021, dar início aos primeiros grupos de turistas que querem passar uns dias fora da Terra.
Miami registra queda A quatro horas de Orlando, Miami registrou números diferentes em relação à chegada de brasileiros no último ano. De acordo com Joe Docal, diretor de vendas do Greater Miami CVB para América Latina e Caribe, houve queda de 5% na quantidade de turistas brasileiros que visitaram Miami em 2017, na comparação com 2016. O País, entretanto, segue como
um mercado importante para o destino norte-americano. Por conta disso, o Greater Miami Convention & Visitors Bureau realizou um workshop para agências e operadoras de São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF). “Sabemos do potencial desse mercado e não temos planos para deixar de investir”, ressaltou Docal. O destaque é a inauguração da pri-
meira propriedade do grupo hoteleiro Generator no destino, prevista para este mês. A marca, que mistura os conceitos de hotel e hostel, é consolidada na Europa e começa a colocar em prática um plano de se estabelecer nos Estados Unidos com propostas de hospedagem de baixo custo – os valores para quartos individuais começam em US$ 95 e os compartilhados partem de US$ 30.
Jair Pasquini
Mais do Brasil
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mercado sul-americano quer conhecer mais destinos e a variedade do Brasil. Essa é a avaliação da organização do “Meeting Brasil – Rodadas de Negócios”, que passou pelas capitais do Uruguai, Chile, Peru e Colômbia realizando capacitações, junto a diferentes destinos do País, com agentes sul-americanos, entre julho e agosto. A última edição contou com a participação 1.718 profissionais de turismo, sendo 932 agentes de viagens sul-americanos, que se reuniram a 144 operadores e 249 expositores brasileiros. Em comparação, a edição de 2017 da ação de capacitações da Expan Mais, liderada por Jair Pasquini, havia reunido 941 profissionais. Neste ano, de acordo com Pasquini, a mensagem dos vizinhos ficou clara: onde está a diversidade do Brasil? “Agentes sul-americanos querem conhecer mais do Brasil além do ‘sol e praia’. Pela proximidade com o Caribe esses mercados acabam não explorando muito os destinos de praia e querem conhecer mais do nosso País. É importante mostrar que vamos além, que temos diversidade turística”, disse. Ele salientou ainda que muitos expositores deixam de divulgar seus produtos e destinos por aqui devido à falta de familiaridade com o espanhol e pela carência de voos para aeroportos próximos aos atrativos. (Leonardo Neves) www.brasilturis.com.br
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FEIRAS E EVENTOS
Fórum Clia Brasil debate entraves Evento trouxe números da temporada passada e antecipou novidades de infraestrutura para a próxima estação, que começa em novembro Por Leonardo Neves
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Cruise Lines International Association (Clia) Brasil realizou a segunda edição de seu Fórum reunindo os maiores players do mercado de cruzeiros do País, no final de agosto, em Brasília (DF). O evento debateu desde os avanços do setor nos últimos dois anos, índices e soluções para o fomento da atividade de cruzeiros no Brasil até questões tributárias e leis trabalhistas, em diferentes painéis, com a participação de cerca de 300 pessoas. Estela Farina, diretora da Norwegian Cruise Line (NCL) no Brasil e presidente do conselho da Clia no País, destacou os índices alcançados pelo setor na última temporada 2017/2018, que registrou 418 mil passageiros (sendo 20% de estrangeiros) em 124 roteiros que aconteceram a bordo de sete navios pela costa nacional. A atividade turística nos navios foi responsável por movimentar R$ 1,792 bilhão, gerando mais de 27,7
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mil empregos diretos, indiretos e induzidos. “Tivemos alta em diferentes índices do setor de cruzeiros no Brasil nos últimos dois anos, porém, ainda não atingimos os números da nossa melhor temporada, em 2010, quando tivemos 20 navios e quase 800 mil passageiros. Nossos esforços são voltados para resgatarmos os índices daquele período”, apontou. Em termos mundiais, o mercado de cruzeiros teve alta em 2017, registrando, ao todo, 26,7 milhões de passageiros. O aumento na procura por cruzeiros entre 2011 e 2016 foi de 21%. Segundo a Clia, o crescimento foi impulsionado pelo aumento em quantidade e pela diversificação dos navios. Até 2027, a expectativa é que cerca de 110 novos navios de cruzeiros estejam
circulando pelos mares de todo o mundo, somando à oferta atual de 476 embarcações.
Expectativa para portos Um dos painéis trouxe prefeitos e representantes de cidades que recebem cruzeiros para falar sobre os benefícios que o setor traz e abordar o desafio de atrair mais navios e conquistar mais turistas adeptos da atividade. Executivos de quatro des-
tinos brasileiros elencaram as estratégias para a temporada 2018/2019, que começa em novembro. Balneário Camboriú (SC), que estreou como destino de cruzeiros com 19 escalas em 2017, vai repetir a dose em 2018. A cidade deve receber mais de 120 mil cruzeiristas e 27 paradas na próxima temporada, com impacto econômico estimado em aproximadamente R$ 61,3 milhões. “O destino se consolidou com um trabalho de parceria entre
a iniciativa privada e o poder público, pronto para encurtar barreiras”, explicou o prefeito Fabricio Oliveira. O município trabalha em parceria com o vizinho Porto Belo, este com 18 escalas confirmadas para a próxima temporada, com destaque para a passagem do MSC Seaview, estreante na costa brasileira. O impacto gerado para a cidade está estimado em R$ 19,8 milhões. “Investiremos R$ 400 mil na dragagem do píer para receber o MSC Seaview e, na temporada seguinte, iremos investir R$ 700 mil na renovação do píer”, contou o prefeito de Porto Belo, Emerson Stein. Para o prefeito de Ilhabela (SP), Marcio Tenorio, o planejamento estratégico tem sido o segredo do crescimento da cidade do litoral norte paulista no setor. “Profissionalizamos a Secretaria de Turismo e criamos uma nova marca para o destino. Estamos desenvolvendo uma marina pública e um receptivo de navios no centro da ilha”, afirmou. Santos (SP), que deve receber 265 mil cruzeiristas na próxima temporada, pretende retomar sua vocação turística, de acordo com a secretária adjunta de Turismo, Wania Seixas. No caso de Búzios (RJ), o plano de gestão para o setor tem ações previstas até 2024. “Faremos diversas melhorias, incluindo a construção de mais quatro píers, placas informativas em oito idiomas e áreas com Wi-Fi para tripulantes, além de mais ações para atrair os cruzeiristas de volta à cidade durante a baixa temporada”, explicou Augusto César, secretário de Turismo do município fluminense.
é com mercados estrangeiros que vêm se destacando no segmento, como a China. Em 2010, quando o Brasil registrava sua melhor temporada com 20 navios, o país asiático tinha apenas cinco embarcações em operação. Hoje o jogo se inverteu: a China conta com 60 navios de cruzeiros, enquanto o Brasil tem sete. Franco citou, ainda, a dificuldade logística e a burocracia como entraves para a atividade no País,
Abertura do Fórum
Questões trabalhistas O painel sobre legislação trabalhista reuniu especialistas jurídicos da área. A questão foi um dos motivos decisivos para a saída da Royal Caribbean da América do Sul. A última passagem da operadora de cruzeiros por aqui foi durante a temporada 2015/2016. Na opinião de Mário Franco, diretor da armadora no Brasil, é preciso observar o cenário internacional, em vez de se preocupar tanto com uma competição – que ele chama de virtual – entre cruzeiros e hotéis. Para ele, a verdadeira competição www.brasilturis.com.br
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FEIRAS E EVENTOS Em 2010, quando o Brasil registrava sua melhor temporada com 20 navios, a China tinha apenas cinco embarcações em operação Os maiores nomes do setor de cruzeiros do Brasil se reuniram no Fórum Clia
especialmente as tributações de consumo e as questões relacionadas a vistos de trabalho. Para ele, é urgente reduzir a carga tributária e o nível das exigências para que a competição seja de igual para igual. O debate é extenso porque há brechas na legislação trabalhista brasileira. Os funcionários que iniciam batalhas judiciais contra seus empregadores defendem que devem contar com benefícios e proteções previstas pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), enquanto as empresas argumentam que deve prevalecer a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que, resumidamente, defende o cumprimento da lei em vigor no país de origem da armadora. “A partir de agora, nos casos de embates trabalhistas de cruzeiros, passaremos a nos embasar no artigo 178 da Constituição Federal que prevê que os acordos internacionais firmados pela União, como o da ONU, deverão prevalecer sobre as leis trabalhistas brasileiras”, destacou o advogado especialista em questões trabalhistas, Valton Pessoa. Para ele, não se trata de um descumprimento das leis locais, mas de “respeito a um acordo internacional retificado pelo Brasil”.
Questões de praticagem O Fórum da Clia também reuniu entidades especializadas em praticagem, serviço de assistência aos comandantes dos navios para navegação em águas restritas e entrada nos cais, oferecido pela Marinha do Brasil. Um dos problemas é que, desde 2012, o serviço teve um limite de teto de preço fixado e cobrado pelo serviço de praticagem, o que gerou confusão. Para Gustavo Martins, presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), o País precisa usar um modelo unificado para todos os assuntos, sejam eles técnicos, sociais ou de precificação. “Queremos que a praticagem seja regulada no Brasil, porém esperamos que esta regulação seja centralizada em apenas um órgão ou entidade, para que não tenhamos de lidar com questões econômicas com um e questões sociais ou demais temas com outro”, afirmou. Viagem realizada a convite da Clia Brasil, com seguro Affinity 54 Brasilturis
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Unidas apresenta nova marca após fusão com Locamerica Por Giovana da Costa
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locadora de carros Locamerica assumiu, oficialmente, sua nova marca e nome para o mercado no início de setembro. A empresa passou a operar sob a marca Unidas, que já era estabelecida no segmento de locação de automóveis, mas foi totalmente revitalizada. A reformulação é resultado de uma fusão entre as duas empresas, anunciada em dezembro de 2017 e concluída em março desse ano. As negociações já ocorriam há cerca de quatro anos. A aquisição é avaliada em R$ 1 bilhão, sendo que R$400 milhões foram pagos em dinheiro e o restante em troca de ações. O processo de fusão inclui a reforma interna e externa das lojas da Unidas, que vai acontecer nos próximos 5 meses, sob um investimento de R$12 milhões. Atualmente, a locadora possui 218 lojas de aluguel de carros e 81 de vendas de seminovos, em 153 cidades. Durante o jantar de divulgação da nova marca, Luis Fernando Porto, CEO da Unidas, apresentou a nova plataforma on-line de produtos da locadora – Unidas 360º -, que reúne os produtos da antiga Locamerica e os da Unidas. “É nossa grande novidade para o momento: oferecer uma gama completa de 13 produtos, com facilidade para clientes tanto da categoria Pessoa Física quanto Pessoa Jurídica”, reforçou o executivo. Mesmo sem cravar números, o CEO da Unidas afirmou que há planejamento para uma expansão na categoria de seminovos em novembro de 2018. Em relação à situação do quadro de investidores da locadora, Porto confirmou a continuidade da condição de máster franqueada do Grupo Enterprise. Por meio dessa parceria, a Unidas atende os clientes internacionais da Enterprise que visitam o Brasil, enquanto a Enterprise recebe os clientes brasileiros da Unidas em território internacional. “Não podíamos estar mais contentes e confiantes. O mer-
cado de locação de carros é resiliente. O segmento apresentou crescimento de mais de 12% no ano passado e projetamos uma conti-
nuidade desse cenário. Parte disso se deve ao fato de que, na crise, as empresas são obrigadas a rever seus custos e percebem que o mo-
Luis Fernando Porto, CEO da Unidas
delo de terceirização de carros traz uma economia efetiva no final das contas”, detalhou o CEO.
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CRUZEIROS
Volta ao mundo Por Camila Lucchesi
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Seven Seas Mariner
xperiência. A palavra, apesar de já estar um pouco desgastada, ainda é um dos únicos sinônimos para o maior valor que um viajante traz na mala depois de um roteiro turístico. A oferta, nesse sentido, é imensa e diversificada, com vivências empacotadas em di-
versos formatos e com diferentes propósitos. Não poderia ser diferente com as empresas de cruzeiros. Com o aumento no número de turistas adeptos ao estilo de vida a bordo, as companhias têm investido cada vez mais em pacotes de volta ao mundo. Os roteiros passeiam por diferentes culturas e paisagens, normalmente adaptando o serviço de bordo a cada região visitada, com o propósito de imergir o viajante no astral daquele porto. Os roteiros, claro, não são para qualquer um. “Existe um perfil claro no viajante que compra esse tipo de pacote e isso não tem a ver só com o lado financeiro”, adianta Estela Farina, diretora geral da Norwegian Cruise Line (NCL) para o Brasil. O maior entrave, na visão da executiva, é a disponibilidade de tempo, já que os programas duram, em média, seis meses. “O perfil de viajante que embarca nesse tipo de aventura é de casais mais velhos, por volta dos 60 anos”, disse Estela. A executiva defende que o orçamento não é barreira para realizar um sonho, o que pode ser um bom argumento de vendas para os agentes de viagens. O custo dos pacote da Oceania Cruises, por exemplo, começa perto dos R$ 180 mil para 180 noites de navegação com hospedagem, entretenimento e gastronomia cinco estrelas, além de créditos a bordo e outros mimos. “Fazendo a conta, dá R$ 1 mil por dia”, afirmou Estela, valor que faz o custo-benefício pender para o lado do cruzeiro na comparação com as diárias praticadas por alguns empreendimentos de luxo. Todas as cabines para a expedição global da companhia em 2019 já foram vendidas, sendo que quatro delas serão ocupadas por brasileiros. “O valor total pode assustar, mas se viver essa experiência for o sonho do cliente, é preciso orientá-lo e incentivá-lo porque, com planejamento, é possível realizar”, reforça Estela. Confira cinco opções disponíveis para embarque em 2020 e 2021:
Oceania Cruises
Cruzeiro “Volta ao Mundo em 180 dias” parte de Miami em 8 de 56 Brasilturis
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MSC Magnifica
Oceania Insignia
janeiro de 2020 e percorre quatro continentes a bordo do Insignia. Até o desembarque em São Francisco (EUA), em 5 de julho de 2020, o navio atraca em 95 portos de escala em 38 países, passando por 27 fusos horários diferentes. Entre os destaques do roteiro está a oportunidade de conhecer 67 patrimônios mundiais da Unesco.
Crystal Serenity
2021. O roteiro completo tem duração de 117 noites e passa por 61 portos em 30 países de cinco continentes. Parte de Miami e ter-
mina em Barcelona. Informações: www.oceaniacruises.com
www.msccruzeiros.com.br www.pier1.com.br/crystal-cruises www.pier1.com.br/silversea www.rssc.com
MSC MSC World Cruise contempla pacote de 117 dias a bordo do Magnifica e zarpa em 4 de janeiro de 2020 do porto de Civitavecchia, em Roma. Hóspedes também podem embarcar em Gênova, Marselha ou Barcelona, com data-limite em 7 de janeiro. O roteiro inclui 43 destinos em 23 países, cinco continentes, quatro pontos de embarque e oito paradas com pernoite.
Crystal Cruises
Com embarque em Roma e desembarque final em Miami, o World Cruise 2020 acontece a bordo do Crystal Serenity. A viagem de 105 dias é nomeada “Impérios Épicos e Ilhas Idílicas” e passa por 47 cidades em 23 países, de 6 de janeiro de 2020 até 21 de abril de 2020. Há, também, a opção de fazer a volta ao mundo saindo de Los Angeles, em uma viagem de 89 dias, começando em 22 de janeiro de 2020 e terminando no dia 21 de abril, em Roma.
Silversea
O pacote começa em Fort Lauderdale (EUA) em 6 de janeiro de 2020 e percorre 62 portos de 32 países em 140 dias a bordo do Silver Whisper. O desembarque acontece em Amsterdã, em 25 de maio.
Regent Seven Seas
O cruzeiro de volta ao mundo da companhia acontece a bordo do Seven Seas Mariner e tem partida confirmada para 5 de janeiro de www.brasilturis.com.br
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Fotos: Divulgação
HOTELARIA
Vila Galé Touros mistura conforto e boa gastronomia Com investimento de R$ 150 milhões, hotel foi aberto no início de setembro Por Felipe Abílio
O
grupo hoteleiro Vila Galé inaugurou no sábado, 1º de setembro, o seu oitavo empreendimento no Brasil, o Vila Galé Touros. Localizado na praia de Touros, na região da Costa das Dunas, a 80 quilômetros de Natal, o resort se instalou em uma área de 113 mil m² em frente a uma extensa praia de areia branca e águas que variam em tons de verde. Conta com 514 quartos e uma oferta gastronômica diferenciada, além de piscinas, academia, SPA e até um pomar. Visando o conforto combinado à sofisticação, o hotel está dividido em 330 apartamentos standard, 60 suítes, 112 apartamentos família e dois bangalôs de luxo. Todos os quartos são equipados com wi-fi, ar condicionado, televisão LCD com canais a cabo, frigobar, cofre, secador de cabelo, espelho de maquiagem, amenities e fechadura eletrônica. As opções de apartamento suíte e família acomodam dois adultos e duas crianças de até 12 anos. Já os bangalôs de luxo são mais espaçosos e oferecem vista 58 Brasilturis
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para o mar. Um dos pontos fortes do resort é a gastronomia variada, servida nos seis restaurantes que funcionam dentro do complexo. Versátil é o principal, onde é servido o buffet completo do café da manhã e a ceia. O Restaurante da Praia, localizado perto do mar e na área de piscinas, serve petiscos e lanches, almoço mais descontraído e snacks até o fim da tarde. Os destaques ficam para o Inevitável, dedicado à cozinha asiática e mediterrânea; Potiguar, especializado na gastronomia local e regional; Português, como o nome já sugere, oferece toda a especialidade da marca para servir o melhor da gastronomia portuguesa, e Massa Fina, com o melhor das receitas italianas preparadas de forma exclusiva. Todos eles funcionam apenas no jantar com pratos a la carte e é necessário reservar horário. Na piscina, o bar Wet & Sweet apresenta uma cartela de drinques variados até o fim da tarde e o bar Lobby, na recepção, tem snacks e
bebidinhas até o início da madrugada. A estrutura conta com duas piscinas equipadas com espreguiçadeiras, esteiras e bangalôs com cortinas de frente para o mar para o descanso. Os viajantes ativos têm à disposição academia, circuito de cooper e quadras poliesportivas. Quem não descuida da estética quem não descuida da estética encontra salão de beleza, SPA Satsanga com sauna, jacuzzi e banho turco. Há ainda piscina interna e salas para massagens, atividades para adultos e crianças, como caminhadas, aulas de yoga, bike, ateliê de artes plásticas e de culinária, além de workshops de relaxamento. As crianças têm área exclusiva com piscina, parque aquático, salão de jogos, Clube Nep e até um restaurante com comida internacional totalmente adaptado para os pequenos. O resort criou também uma área para eventos com capacidade para até 1.200 pessoas sentadas
em auditório, além de salas menores para reuniões, conferências com aluguel de equipamentos de audiovisual e serviço de catering. “A atmosfera que trouxemos para cá é tradicional da Vila Galé, que está há muitos anos no Brasil, mas lapidamos tudo aquilo que já vivenciamos em todos os hotéis para ser algo ainda melhor, com muito conforto”, disse Alexandre Magno, gerente-geral do resort que opera em regime all inclusive.
Primeira no Brasil
A praia de Touros não foi escolhida à toa para a construção do resort. Localizado a uma hora de Natal, capital do Rio Grande do Norte, o destino permite várias opções de passeios. Um dos mais conhecidos é a exploração das piscinas naturais do Parracho de Perobas, com direito a toda a cultura e a tranquilidade de uma vila de pescadores preservada. A Vila de São Miguel do Gostoso também é uma ótima opção para
quem quer comprar artesanato e comer a comida da região, além de conhecer um cenário paradisíaco. O pôr do sol na Praia dos Tourinhos, com vista para as torres de energia eólica, é parada obrigatória durante o dia. A população tranquila e de sorriso fácil aproveita a chegada dos turistas para reforçar a teoria de que Pedro Álvares Cabral, quando chegou ao Brasil, pisou pela primeira vez em Touros e não na Bahia, como ensinam os livros de história. As evidências listadas por eles incluem correntes marítimas que levam as embarcações naturalmente à costa de Touros. Desse fato, nasceu o slogan da cidade: “Touros: O Brasil nasceu aqui”.
Inauguração para 800 convidados Uma solenidade para mais de 800 convidados, entre empresários e executivos do trade, marcou a cerimônia de inauguração do Vila Galé Touros Hotel Resort Conference & Spa, que aconteceu em 1º de setembro. Autoridades locais e estaduais, como o prefeito de Touros, Francisco de Assis Pinheiro; o secretário de turismo do Rio Grande do Norte, Manoel Gaspar; e a secretária do gabinete de governo do RN, Tatiana Mendes, subiram ao palco ao lado de Jorge Rebelo de Almeida e Gonçalo de Almeida, presidente e VP do grupo Vila Galé, respectivamente. Em seu discurso, Rebelo falou sobre a contribuição da rede para o turismo brasileiro e criticou as políticas públicas voltadas ao segmento. “Os empresários são grandes heróis porque existe muita burocracia. Conseguimos licenciar esse projeto em tempo recorde e cumprindo todas as leis, pois tivemos espírito de parceria e apoios muito importantes. Estamos muito felizes em darmos essa contribuição para o turismo brasileiro que precisa se reinventar e descobrir seu potencial”, disse. O presidente da Vila Galé fez um comparativo com alguns países da Europa e afirmou ver o uma boa oportunidade de mercado para a atual situação. “Um país com o potencial do Brasil recebe apenas 6,5 milhões de turistas estrangeiros por ano, enquanto Portugal, Espanha e França, recebem 21, 60 e 70 milhões por ano. Isso não faz sentido. As autoridades têm de fazer do turismo uma política de Estado, como aconteceu em Portu-
Vista aérea da piscina infantil
Apartamento Standard
gal. Quando olhamos para o Brasil, vemos claramente que alguém não está fazendo o dever de casa”. A chegada do empreendimento à região movimentou a população pela busca de emprego. Em dois anos, cerca de 280 moradores de Touros foram treinados e representam hoje 80% do efetivo do hotel. Com a abertura do Centro de Eventos e com as demandas do resort, a estimativa é gerar 1.200 empregos indiretos. Francisco de Assis Pinheiro, prefeito de Touros, agradeceu a oportunidade que o empreendimento trouxe para a região. “A partir de hoje Touros será reconhecida internacionalmente”, comemorou.
“Vamos continuar investindo” Com 23 unidades em Portugal e oito no Brasil, Rebelo anunciou três novos empreendimentos da rede em terras tupiniquins para os próximos anos. Um deles será o Vila Galé Costa do Cacau, resort na cidade de Una, a 30 quilômetros de Ilhéus (BA). O projeto está em fase de licenciamento ambiental e deve ser entregue em outubro deste ano. Um novo empreendimento no conceito de hotel familiar, chamado de Vila Galé Sun Suit Family, será aberto ao lado do Vila Galé Sun Cumbuco (CE), com apartamentos de dois e três quartos, além de sala de estar e cozinha. O local irá inaugurar as primeiras 60 unidades em 1º de dezembro. “Brasileiros viajam em grupos grandes e, nesse modelo, a pessoa tem mais independência ao se hospedar em apartamentos maiores, totalmente equipados. Será um hotel com os mesmos padrões dos
Jorge Rebelo (ao centro) recebe autoridades locais
resorts, mas não irá operar em all inclusive”. Além disso, a rede também anunciou a intenção de ter uma unidade em São Paulo, motivada pelo fato de cerca de 50% dos hóspedes dos resorts serem originários da capital paulista. “A ideia não é ter um hotel grande, mas um empreendimento com menos apartamentos porque é estratégico para a rede. Quero posicionar a marca e fincar a bandeira em nosso principal polo emissor. Com crise ou sem crise vamos continuar investindo no Brasil”, finalizou.
Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé
Vila Galé Touros: (84) 3263-3400 www.vilagale.com www.brasilturis.com.br
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Fotos Divulgação
HOTELARIA
Enotel de Porto de Galinhas comemora 12 anos com resort revitalizado Reforma completa de apartamentos e áreas externas inclui expansão do centro de convenções e estreia de uma nova área para crianças Por Leonardo Neves
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Enotel Convention & Spa, de Porto de Galinhas (PE), que completou 12 anos em 7 de setembro, passou por uma reforma completa, que inclui quartos, restaurantes, áreas externas, piscina, recepção e lobby além de novo cabeamento. A ação foi avaliada em cerca de R$ 133,4 milhões e concluída em junho deste ano. O processo de requalificação e modernização do Complexo Enotel foi iniciado em 2016, com foco na melhoria dos apartamentos. Em 2017, foi a vez de incluir o centro de convenções e o teatro do local no escopo do retrofit. No último ano de reformas, o empreendimento construiu um novo espaço de eventos, chamado de Mestre Vitalino, que ampliou a área de 4.500 m² para 5.940 m². A ampliação permite aumentar o número de participantes em até mil pessoas. “Pretendemos aguçar a percepção de qualidade e mostrar preocupação com o cliente, atendendo novos comportamentos e anseios, através da renovação para uma infraestrutura mais moderna e atrativa, com mais conforto para que o hóspe60 Brasilturis
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Apartamento superior
Leger spa
de se sinta sempre bem ao trazer a família”, destacou Regina Biondi, diretora de planejamento do Enotel. Segundo ela, as novas reformas e am-
Vista Interna do Restaurante Papoula
Piscinas do Enotel Convention de frente para o mar
Vista aérea da entrada do Enotel Convention
pliações aproximam ainda mais o Enotel do segmento corporativo, que chega a ocupar 80% do hotel no segundo semestre e tem procurado os diferenciais do resort para a realização de congressos. A união da estrutura de eventos ao lazer e praia, de acordo com a executiva, traz excelentes resultados. “Esse perfil de consumidor procura cada vez mais por ‘ambientes paradisíacos’”, apontou.
Sustentabilidade para crianças A diretora de planejamento destacou ainda as novidades para o resort de Porto de Galinhas no decorrer do ano, com mais ampliações e atenção para as crianças com conceitos de sustentabilidade. “Esse ano, ainda chegarão mais brinquedos para o parque aquático infantil e vamos inaugurar uma área nova kids, já em construção, cujo conceito visa trabalhar a conscientização sobre o meio ambiente, através do nosso Projeto Enogreen, trazendo ‘experiências’ para as crianças com temas sobre a fauna e flora da região em parceria com a Ecoassociados Tartaruga Marinha, Hipocampus Cavalo Marinho, entre outros”, completou Biondi. O Enotel fica localizado a 40 minutos de distância do Recife (PE) e a 2,5 quilômetros da vila de Porto de Galinhas. No total, o complexo dispõe de 715 acomodações, integrados numa infraestrutura implantada em 160 mil metros quadrados de propriedade. Além dos 348 apartamentos do Enotel Convention & Spa (nas categorias luxo, master, master plus e suítes), o complexo dispõe ainda do Acqua Club, com 367 apartamentos nas categorias luxo e master. Enotel de Porto de Galinhas (81) 3552-5555 www.enotel.com.br www.brasilturis.com.br
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HOTELARIA
Extensão da sala VIP Bem próximo ao aeroporto internacional, hotel Pullman São Paulo Guarulhos Airport investe em ações para diversificar ocupação Por Camila Lucchesi
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ospitalidade personalizada, estrutura impecável e serviços exclusivos. A combinação faz do hotel Pullman São Paulo – Guarullhos Airport uma boa opção de estada. Além do pernoite tradicional, a proximidade com o aeroporto internacional fez o empreendimento diversificar sua oferta para aumentar a ocupação. Deixe sua ideia pré-concebida de “hotel de aeroporto” do lado de fora. A unidade comandada por Luciana Nakamura aposta em design e modernidade, características que fazem parte do conceito da bandeira. “Defendemos que hotel não é só para viajante, mas também para que os moradores do entorno tenham uma opção de lazer e entretenimento”, explicou a gerente-geral. Ou seja, além de atender bem a 62 Brasilturis
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hóspedes corporativos e viajantes em trânsito, a unidade também se insere na categoria de resort urbano. Para isso, montou um cardápio de experiências para diferentes perfis. Que tal um dia de lazer aproveitando a piscina? Há opções de day use de oito horas (com apartamento de apoio e valor a partir de R$ 400) e o pacote Relax Day que permite o uso das áreas sociais e inclui café da manhã ou almoço, com custo a partir de R$ 120. A oferta inclui, ainda, aulas de mixologia, sessões de ioga, pacote de massagens no spa, pool party, dia da noiva e até um jantar com degustação às cegas. Gastronomia, aliás, é um dos destaques do hotel. O Base Bistrô & Bar serve pratos contemporâneos e tem um cardápio com 13 receitas de drinques au-
torais. Criada pelo chef Tiago Fabro, a Base Gin Tonic é a novidade da casa e a receita explorada durante a aula de mixologia. Mas o grande diferencial no quesito culinária é o tomahawk, corte bovino retirado da dianteira do lombo, cujo nome deriva de um machado usado por índios norte-americanos. A semelhança com um prato jurássico – com direito à presença de um osso de 30 centímetros - deu a ela o apelido de “carne dos Flintstones”. Assada, a peça de 700 gramas é servida com batatas rústicas e harmoniza bem com vinhos encorpados e cervejas estilo IPA. O prato-assinatura da casa foi trazido há cinco meses pelo chef William Carvalho. “O corte estava em alta no exterior e combina com nosso perfil de hós-
pede que hoje é composto por 70% de estrangeiros”, explicou Fabro. Quem não abre mão da alimentação saudável pode experimentar o café da manhã funcional, desenvolvido por Sara Hoey, embaixadora fitness da marca Pullman. Há quatro opções diferentes de menus – energizante, relaxante, anti-idade e antioxidante – para a refeição que é servida no apartamento, com valores que começam em R$ 60. Luciana adianta que um cardápio funcional para eventos será lançado no final do ano.
Hospedagem A oferta total é de 377 apartamentos - divididos nas categorias classic, superior, executivo e premium executivo – e quatro suítes,
sendo uma presidencial. O andar executivo foi reformado recentemente, incluindo facilidades modernas e renovação do design nos interiores. Os hóspedes desse pavimento têm direito a check-in privativo e entrada no lobby que funciona no 10º andar, com serviço de café pela manhã e happy hour no fim da tarde. Atualmente, 80% dos hóspedes são corporativos. A maioria dos quartos, segundo Luciana, é ocupada por tripulações em trânsito. O hotel é pet friendly e conta, ainda, com 17 salas de reunião que recebem até 650 pessoas para eventos sociais e corporativos. Os transfers gratuitos de e para o aeroporto saem a cada 30 minutos, das 6h até 0h. “Em vez de ficar horas esperando por uma conexão em Guarulhos, o viajante pode relaxar no hotel. Somos como uma extensão da sala vip”, concluiu Luciana.
Área fitness
Entorno da piscina
Tomahawk é o prato-assinatura do restaurante
Apartamento da categoria premium executivo
Hotel Pullman São Paulo – Guarulhos Airport (11) 2124-5800 www.pullmanhotels.com Viagem realizada a convite do hotel,com seguro Affinity
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Estado paulista ganha dois novos hotéis Por Leonardo Neves
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o último mês, a hotelaria do estado de São Paulo ficou marcada pela abertura de dois novos hotéis: Sheraton Santos, no litoral paulista, e Royal Palm Tower Anhanguera, em Campinas. Juntos, os dois hotéis totalizam 454 apartamentos e suítes. O empreendimento da Marriott é o primeiro cinco estrelas da cidade litorânea. Já a unidade do Royal Palm se enquadra na categoria upper midscale, fazendo parte de um complexo com outros dois hotéis.
Sheraton Santos
Bar no térreo do Sheraton
Um dos quartos e o restaurante do novo Sheraton Santos
Fotos: Danilo de Menezes
O hotel conta com 212 quartos, 15 suítes executivas, uma suíte presidencial, além de 10 salas de eventos. O foco do novo hotel, financiado pelo Grupo Mendes e que já está em pleno funcionamento, será o público corporativo. A ideia é investir na captação de eventos e congressos, que conta com um auditório para até 500 pessoas. Gil Zanchi, gerente-geral da Marriott para o Brasil, destacou que este é o primeiro hotel Sheraton inaugurado pela rede desde a aquisição da Starwood Hotels, antiga detentora da bandeira, em 2016. “Faltava um empreendimento de cinco estrelas em Santos e este é um segmento que tem uma grande demanda na região”, disse. Ele acrescentou a possibilidade de atender a outro perfil de viajante: o público que viaja em grandes cruzeiros. “Podemos captar esses hóspedes por estarmos próximos ao porto”, comentou. Zanchi também adiantou que os planos da Marriott são de trazer a marca W Hotels (também de cinco estrelas) para
Acima, o restaurante e, abaixo, a piscina do Royal Palm Tower Anhanguera
Entrada do Royal Palm Tower 64 Brasilturis
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O gerente geral da Marriott para o Brasil, Gil Zanchi
a capital paulista, além de um novo Fairfield em Florianópolis (SC), ainda sem previsão de abertura. “Observamos um grande potencial consumidor em São Paulo, com mais de 22 milhões de pessoas, mas também estamos atentos para cidades como Porto Alegre e Curitiba para futuros investimentos”, concluiu.
Royal Palm Tower Anhanguera O empreendimento de catego-
Ana Luiza Masagão, Sandra Neumann e Antônio Dias, do Royal Palm
ria upper midscale conta com 220 apartamentos e seis suítes, além de ter o segundo maior espaço de eventos da cidade. O salão do Tower Anhanguera, resultado de um investimento de R$ 120 milhões e nomeado assim pela proximidade com a rodovia paulista, comporta até 600 pessoas em auditório, 400 em banquetes e pode ser subdividido em três módulos. Outra novidade da torre é a abertura do Amati, restaurante buffet especializado na culinária italiana, oferecendo 250 lugares, além
de áreas especiais de lazer e fitness center na cobertura. O novo hotel faz parte do complexo integrado do Royal Palm em Campinas, composto pelo Plaza Resort (com 500 apartamentos e atrações para a família) e o Hall (recém-inaugurado Centro de Convenções). Até 2020, a área contará, ainda, com o novo Hotel Contemporâneo, empreendimento econômico com 310 apartamentos e abertura programada para janeiro de 2019, e um Mall com lojas de conveniência e praça de alimentação, a
ser inaugurado até o início do ano seguinte. Antonio Dias, diretor do Royal Palm, destacou a praticidade encontrada pelos clientes ao terem à disposição um grande complexo com hotéis de diferentes categorias, resort e um centro de compras. “O Tower é um grande passo do projeto do Royal Palm Campinas, que é inédito no Brasil. Seremos a única operadora hoteleira a ter um resort, um centro de convenções de porte, um hotel quatro estrelas superior e outro econômico. Tudo isso vinculado a apenas um contato de vendas para atender o cliente e entender a necessidade dele”, destacou o diretor. Sheraton Santos (13) 3278-1400 www.marriott.com Royal Palm Tower Anhanguera (19) 2117-8002 www.royalpalm.com.br Viagens realizadas a convite dos hotéis, com seguro Affinity
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TÚNEL DO TEMPO
1981: Brasilturis Jornal é lançado durante 9º Congresso da Abav
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o dia 23 de setembro de 1981, a primeira edição do Brasilturis Jornal foi lançada durante a 9º edição do Congresso da Abav, ocasião em que se realizava a 1ª Feira Nacional de Turismo e Lazer. O evento aconteceu no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, entre os dias 23 e 27 de setembro daquele ano, com a presença do então prefeito de São Paulo, Reynaldo Emygdio de Barros. Na época, o presidente da Abav São Paulo era Modesto Mastrosa que, entre outras demandas, trazia a discussão sobre a necessidade da elevação do teto cambial para quem viaja ao exterior. Desde 1968, o governo havia estabelecido um máximo de US$ 1 mil e, segundo Mastrosa, neste período, os EUA acumularam uma taxa inflacionária de 160%, significando que os US$ 1 mil representavam apenas US$ 400 dólares. “Só mesmo com o auxílio da Embratur nos será possível, por exemplo, ter a mão números concretos, a partir de um banco de dados. Podemos dizer que houve uma retração de 30% no movimento per capita do turismo em São Paulo, comparando ao mesmo período de 1980, isto para a classe chamada ‘média B’, mas é impossível traduzir isto em cruzeiros [a moeda da época] pois não existem dados concretos. Para chegar aí, nos baseamos no movimento fi-
nanceiro de cada agência, o que é vago”, comentou Mastrosa. Outros temas abordados no Congresso de 1981 - que são discutidos até hoje - foram “Perspectivas do Turismo no Brasil”, “Incentivo ao Turismo Nacional” e “Atração do Turista estrangeiro, Papel do Agente e do Governo”. O presidente do Conselho Nacional da Abav era Walter Steurer que afirmou ser o momento oportuno para a realização do Congresso. “Inegavelmente, o País está atravessando uma crise que afeta todos os setores, inclusive o nosso, em alguns casos indiretamente. E, como os estadistas, crise obriga a pensar, a criar. Vamos nos reunir neste momento, quando todos os setores procuram organizar-se em busca de soluções conjuntas. Logo, acreditamos que seja ocasião propícia para nos fazermos ouvir,” defendeu Steurer. “Não se pode pensar numa política nacional para o turismo, pelo menos por enquanto. Existe ainda muito regionalismo, mesmo entre as próprias Abavs. Os interesses são por demais heterogêneos. Pode até acontecer a longo prazo, mas é iniciativa que cabe à Embratur, no que pese a participação de todos nós do setor”, complementou o presidente à respeito da possibilidade, na época, de lançamento do Plano Nacional de Turismo pelo Congresso Nacional.
Fundado por Horácio Neves, em 1981. O primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis atualmente é de propriedade da Editora Via LTDA-ME, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo. Avenida Angélica, 321 - Cjs. 92 e 93, Higienópolis - São Paulo/SP - Brasil CEP: 01227-000 Tel.: +55 (11) 3259-2400/ 3255-4956 DIRETORIA Publisher: Ana Carolina Melo CEO: Amanda Leonel amanda@editoravia.com Diretora de relações institucionais: Velma Gregório velma@editoravia.com Diretor de negócios: Marcos Araújo marcosaraujo@editoravia.com REDAÇÃO Editora-chefe: Camila Lucchesi camila@editoravia.com
Capa da primeira edição do Brasilturis Jornal. Na ocasião do 9º Congresso da Abav, o jornal inovou ao ser impresso diariamente para a cobertura do evento
“Tecnicamente, o agente de viagens não precisa de ninguém e provou isso no decorrer dos longos anos em que desenvolveu sua atividade sem apoio. Contudo, neste momento, está se posicionando a fim de participar do planejamento daquilo que lhe diz respeito, a exemplo do que deveria ter ocorrido há muito anos.”
Modesto Mastrosa, presidente da Abav Nacional em 1981
Repórteres Felipe Abílio: felipe@editoravia.com Giovana da Costa: giovana@editoravia.com Leonardo Neves: leonardo@editoravia.com Repórter cinematográfico: Danilo Menezes video@editoravia.com Arte e diagramação: Diego Siliprando arte@editoravia.com Colaboradores: Antonio Salani, Cássio Garkalns, Demetrius Miguel, João Bueno, Larissa Coldibeli, Ricardo Hida e Ricardo Pomeranz. PUBLICIDADE E MARKETING Gerentes comerciais: Alex Bernardes alex@editoravia.com Vanessa Leal vanessa@editoravia.com ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Gerente: Rita de Cassia Leonel financeiro@editoravia.com REPRESENTANTES BRASIL Salvador (BA): Ponto de Vista Gorgônio Loureiro (71) 3334-3277 e (71) 9972-5158 gorgonioloureiro5@gmail.com Brasília (DF): Ibis Comunicação Ivone Camargo (61) 3349-5061, (61) 9666-7755 e 8430-7755 ivone@ibiscomunicacao.com.br REPRESENTANTE EUA: Multimedia Inc +1 (407) 903-5000 e +1 (407) 363-9809 Assinaturas: info@editoravia.com Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal.
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Páginas do BJ com os depoimentos de Modesto Mastrosa e Steurer e com a planta baixa do pavilhão do Ibirapuera e seus expositores Mensagem do prefeito Reynaldo Barros para o 9º Congresso da ABAV e Feira Nacional do Turismo 66 Brasilturis
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