AVIAÇÃO
ENTREVISTA
TURISMO LGBT+
Toni Sando explica as estratégias do Visite São Paulo frente à pandemia e destaca a troca de conhecimento via Unedestinos
Azul reforça sua vocação regional com lançamento de nova empresa; Delta Air Lines detalha cronograma de retomada e novos procedimentos
Fórum de Turismo LGBT do Brasil confirma edição online em novembro e reforça oferta de conteúdo com a inclusão de temas relevantes
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A PA I X O N A D O S P O R C O M PA R T I L H A R ANO 40
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PARA TODOS Produtos voltados aos segmentos de ecoturismo e turismo de aventura devem ganhar força no pós-crise
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FEIRAS E EVENTOS
HOTELARIA
DIREITO
Confira os destaques das três maiores feiras de Turismo no Brasil e uma entrevista exclusiva com Raffaele Cecere sobre o modelo híbrido
Idalina Pestana, CEO do grupo Enotel, detalha mudanças estruturais e nova oferta de serviços para a reabertura no litoral pernambucano
João Bueno analisa os impactos da decisão que antecipa a entrada em vigor da Lei Geral da Proteção de Dados
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EDITORIAL Primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis é de propriedade da Editora Via LTDA, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo. Fundado por Horácio Neves, em 1981.
Pílulas de otimismo
O
termo viagem e os demais vocábulos relacionados registraram aumento repentino de buscas, segundo o Google Trends, plataforma que mede os assuntos mais procurados pelos usuários no Google. Palavras genéricas como pacote, roteiro, agência de viagens, turismo, resort, passagem aérea e outras relacionadas diretamente a atrativos turísticos em território nacional começaram a surgir com mais intensidade nos últimos 90 dias. O YouTube também registrou aumento na visualização de vídeos relacionados a viagens. Entre 15 de março e 25 de julho, eles conquistaram 6,5 bilhões de views em termos globais – 1,3 bilhão a mais do que no mesmo período do ano passado. Ainda que sejam resultados teóricos, o aquecimento nas buscas dá certo ânimo ao trade. Em termos práticos, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) divulgou os dados de uma pesquisa sobre as vendas em julho. Entre os associados, que respondem por 90% das viagens de lazer comercializadas no País, 78% responderam que fizeram algum tipo de comercialização em julho. O monitoramento realizado mensalmente pela Baztoa mostra que esse percentual vem crescendo 10%, em média, a cada mês. Cerca de 42% das operadoras responderam que as vendas no mês representaram 25% do faturamento no mesmo período do ano passado. Outras 45% conseguiram 10% do resultado de 2019. Os números, é claro, ainda estão bem abaixo dos resultados de 2019. Entretanto, essa perspectiva um pouco mais otimista reforça a fala de muitos profissionais do trade em relação à necessidade que as pessoas têm de viajar e de socializar em eventos. Como bem disse Fabio Camargo, diretor da Delta Air Lines no Brasil, para o mundo retomar será preciso, primeiro, retomar as viagens. Toni Sando, na entrevista que você confere a seguir, também defende que o ser humano é ser coletivo e necessita de encontros. O presidente-executivo do Visite São Paulo acredita que o segmento de feiras deve passar por algumas transformações e vislumbra oportunidade de crescimento para eventos menores e mais segmentados. É o caso do Fórum de
DIRETORIA: Sócia-diretora Ana Carolina Melo CEO: Amanda Leonel amanda@editoravia.com
Camila Lucchesi Editora-chefe
Turismo LGBT do Brasil, evento realizado pela Editora Via, e que teve o novo cronograma confirmado. O encontro que é reconhecido pela qualidade de conteúdo oferecido aos agentes de viagens, migra para o formato virtual e acontece entre 23 e 27 de novembro. E, por falar em eventos, trazemos as principais informações e os preparativos para a realização de três das maiores feiras de negócios do País: Abav Collab, Festuris Gramado e WTM Latin America. Magda Nassar fala sobre os desafios de promover um evento híbrido que começa no dia 27 deste mês; Marta Rossi antecipa as novidades que estreiam na tradicional área de segmentação; e Luciane Leite pontua os motivos que levaram a organização a manter o formato presencial do encontro, que foi adiado para abril do ano que vem. Outro destaque da edição é a entrevista exclusiva com Raffaele Cecere, presidente da R1 Soluções Audiovisuais, sobre as mudanças nesse setor com a aceleração do movimento de digitalização. Ele defende que o modelo híbrido nem sempre é a solução e detalha o porquê na página 13. Por fim, mas não menos importante, destacamos a aposta dos estados em produtos voltados ao ecoturismo e ao turismo de aventura, nichos que tendem a crescer no pós-pandemia. Pelos ares, trazemos destaques que vão desde a estratégia da Azul de investir na aviação regional até os planos e as ações da Delta Air Lines na retomada dos voos internacionais. Aos poucos, como venho falando nesse espaço, a situação vai se assentando e conseguimos enxergar um pouco mais longe. E, se há uma, lição que o novo coronavírus tem reforçado por todo o globo é a necessidade de se agarrar às pequenas vitórias e viver um dia de cada vez. Boa leitura, bons negócios!
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO: Velma Gregório velma@editoravia.com REDAÇÃO: Editora-chefe: Camila Lucchesi camila@editoravia.com EQUIPE DE REPORTAGEM: Ana Azevedo: anaazevedo@editoravia.com Felipe Lima: felipe@editoravia.com ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Diego Siliprando arte@editoravia.com COLABORADORES: Cássio Garkalns , David Leslie Benveniste, João Bueno e Ricardo Hida PUBLICIDADE E MARKETING: Alex Bernardes: alex@editoravia.com Vanessa Leal: vanessa@editoravia.com ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO: Rita de Cassia Leonel financeiro@editoravia.com REPRESENTANTES BRASIL Brasília (DF): Ibis Comunicação Ivone Camargo (61) 3349-5061, (61) 9666-7755 e 98430-7755 ivone@ibiscomunicacao.com.br Salvador (BA): Ponto de vista Gorgônio Loureiro (71) 3334 3277 / 9972 5158 gorgonioloureiro5@gmail.com REPRESENTANTE EUA: Claudio Dasilva: claudio@braziltm.com Phone: +1 (954) 647-6464 ASSINATURAS: info@editoravia.com Av. Angélica, 321 - Cjs. 92 e 93 - Higienópolis CEP: 01227-000 São Paulo/SP - Brasil Tel.: +55 (11) 3259-2400 / 3255-4956 Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal.
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ENTREVISTA
TONI SANDO Presidente-executivo do Visite São Paulo
POR CAMILA LUCCHESI
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oni Sando não para. O presidente executivo do Visite São Paulo está envolvido em diversos grupos de trabalho que visam ao desenvolvimento do turismo paulista, tem reuniões semanais com a equipe, supervisiona o alinhamento das demandas de associados e participa ativamente da articulação com representantes de diversos setores nas esferas pública e privada. Ele ainda encontra tempo para atuar como presidente da União Nacional de Convention & Visitors Bureaux e Entidades de Destinos (Unedestinos) e para coordenar as ações nacionais na vice-presidência que ocupa dentro da Associação de CVB na América Latina e Caribe. Em entrevista ao Brasilturis Jornal, o executivo detalha as ações realizadas durante a fase mais crítica da pandemia, destaca a importância da união para a resolução de gargalos estruturais e legais na atividade turística brasileira, adianta suas expectativas em relação à retomada de eventos presenciais e fala sobre os próximos passos da campanha de retomada do Turismo paulista. Confira! Como o Visite São Paulo vem atuando para apoiar os associados na estruturação de ações para a reconstrução da atividade? Não está sendo fácil dada a dificuldade tremenda de sobrevivência que o novo coronavírus trouxe ao setor. Estávamos na coordenação de uma campanha, desde meados do ano passado, junto à Associação Brasileira de Empresas Aéreas e Secretaria de Turismo de São Paulo para aumentar número de voos no estado. A pandemia suspendeu essas ações e nós decidimos trabalhar em uma segunda leitura do Plano São Paulo, focada em desenvolver e implantar os protocolos. Criamos vídeos curtos que demostram a capacidade que São Paulo tem para trabalhar essas normas obrigatórias e, por outro lado, começamos a preparar o mercado para a retomada. Essa grande ação que começou em 6
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Momento de compartilhar agosto visa dar segurança para que aqueles que desejam vender os produtos ou fazer um evento no estado comecem a se programar. O próximo passo é o lançamento do market place Visit SP com dicas, passeios, hotelaria e compras direcionado ao perfil do usuário que será lançado em outubro. Em paralelo, criamos um grupo de trabalho com entidades da hotelaria, parques e destinos para defender pleitos que poderiam ajudar na retomada. O G8, como era chamado, se reuniu com o grupo de operadoras e agências e se tornou o G20. Para garantir a sobrevivência dos negócios, o grupo criou uma série de pautas endereçadas de forma coletiva para o parlamento, tanto no Ministério do Turismo quanto no Ministério da Economia.
mocionais conjuntas entre os destinos e temos feito reuniões semanais com as 200 entidades que compõem o CVB latino-americano.
Quais são esses pleitos? São pleitos coletivos relacionados especialmente à questão de acesso a linhas de crédito e de financiamento que não estão chegando à ponta da cadeia. Também temos discussões relacionadas à reforma tributária para entender como a tributação impacta os negócios em Turismo, a batalha da hotelaria com o Ecad [Escritório Central de Arrecadação e Distribuição] e a restituição da Embratur à sua atividade original de promoção no exterior. A extensão da lei que prevê redução de jornada com auxílio governamental foi promulgada e vale até dezembro, o que também era um pleito nosso. É uma vitória importante conquistada com a união das associações para levar esse tema à frente.
Foi dessas conversas que surgiu a ideia de criar um fórum regional com a participação de países latino-americanos? Sim, a Expo + Fórum Virtual de Turismo Global terá duração de uma semana e participação dos 200 associados em diversos países. Além de oferecer conteúdo para capacitação, o evento contará com uma área de exposição que poderá ser visitada 24 horas. Esse é um projeto inovador de encontro digital, pois permite que o interessado acesse o espaço quando tiver disponibilidade de tempo. Ela acontece de 14 a 18 de setembro e terá rodadas de negócios com compradores convidados.
E em relação à Unedestinos? Mantivemos o trabalho de integração entre os 45 CVB nacionais, que representam 300 cidades e têm 10 mil associados. Fizemos diversas reuniões para entender o que estava acontecendo em cada local. É uma fase que a gente acaba trabalhando muito mais do que em fases normais, porque exige muitos debates em busca de soluções. O que essa troca de informações entre destinos pode trazer em termos de melhores práticas? O que acontece é que alguém cria uma linha de comunicação voltada à promoção doméstica e outros adaptam a ideia para utilizar também. Aconteceu com Porto de Galinhas (PE) que iniciou ações em redes sociais e foi seguida por outras entidades de destinos. Também estamos analisando a criação de ações pro-
Como estão nossos vizinhos nesse momento? A situação é bastante semelhante e o que fazemos é focar na troca de experiências para entender como cada um está sobrevivendo nesse momento. No Brasil, a hotelaria parada impede o repasse do room tax e trava todo o sistema; o trabalho de prospecção de eventos também tem dificuldades porque os demandantes estão com dificuldade para estabelecer quando irão realizar um evento. O que percebemos é que as entidades, hoje, estão muito mais voltadas à área de inteligência e estudo de mercado.
Como você enxerga o futuro dos eventos no médio prazo? As feiras já sinalizavam certo desgaste no modelo tradicional, o que acabou acelerando uma revisão do negócio com foco em ser mais interativo. O que a gente já consegue entender é que o ser humano é coletivo e precisa de encontros. Obviamente a aposta nesse novo formato de evento, com a adaptação para o cenário virtual, terá resultados sensacionais. Esse conceito já existia, lembro de transmissões do Philip Kotler, realizados há 20 anos via Embratel, que lotavam plateias virtuais com mais de 7 mil pessoas. O que vemos como oportunidade é a realização de pequenos eventos, segmentados, que tendem a crescer. Um pavilhão que antes era tomado por um único e grande evento deve ser substituído por vários pequenos eventos relacionados e acontecendo simultaneamente. Isso deve favorecer um novo movimento para o segmento. Outra questão é o poder de atratividade dos eventos que, certamente,
vão exigir curadoria e mais inteligência para despertar nas pessoas o interesse de se deslocar. Com a dificuldade financeira, é certo que as empresas só vão investir no que tiver perspectiva de retorno. Com a mudança no escopo de atuação da Embratur por conta da pandemia, o Brasil acabou ficando fora do calendário internacional de eventos. Como a Unedestinos pode ajudar a reposicionar o País nessa agenda? Fizemos uma reunião com o presidente da Embratur e ficou claro que não há condições legais para promover ações internacionais. O problema é que se a gente não divulgar o Brasil hoje perdemos um ano. O mundo todo está de pernas para o ar, mas calendários existem. Não dá para esperar passar tudo para começar, o preço é muito alto. A proposta é que a Unedestinos faça o papel de ir aos eventos, com ajuda de cooperados. Teremos uma segunda rodada de conversa com Embratur para cruzar os eventos prioritários e engajar os associados para trabalhar nessa promoção. Esse trabalho terá de ser feito via iniciativa privada. Qual é o seu conselho profissional para que tanto líderes quanto a mão de obra na linha de frente lidem com o cenário atual sem perder o otimismo? É preciso ter muita paciência e equilíbrio para conviver com tantas dificuldades. Eu acredito que o momento é propício para compartilhar e observo que o associativismo nunca foi tão importante quanto é hoje. Talvez essa seja a grande resposta. Não precisamos do setor público em uma primeira fase, o que precisamos é que os empresários se unam para levar soluções ao poder público. Não dá para ficar isolado, é preciso fazer o exercício de estar conectado o tempo todo. Tudo passa e muita gente fica pelo caminho, muitas vezes porque não estava atento aos novos movimentos. Por mais dolorido que seja, por mais restrições que existam é preciso se envolver, sem perder o ânimo. Buscar conhecimento, estudar, aprofundar a visão crítica sobre o mundo. A equipe do CVB está trabalhando em casa, mas não perdemos o ritmo. Seguimos atentos e ativos. PARA SABER MAIS Relação de pleitos conjuntos: www.unedestinos.com.br/pleitos Expo + Fórum Virtual de Turismo Global: www.expoforovtg.com
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AVIAÇÃO
Azul reforça vocação regional com lançamento da Azul Conecta Companhia opera com 17 aeronaves Cessna Gran Caravan e fortalece operação em cidades menores Flavio Costa
POR CAMILA LUCCHESI
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undiaí, 11 de agosto. A data marca uma virada de chave para a Azul Linhas Aéreas. A manhã de sol tímido na cidade a pouco mais de 50 quilômetros da capital paulista foi cenário para o lançamento da Azul Conecta, subsidiária que tem como foco o desenvolvimento da aviação sub-regional no País. A estratégia de atuar em cidades menores e integrá-las à malha aérea de um Brasil continental é foco da Azul, desde sua criação. A nova empresa – resultado da compra da Two Flex por R$ 123 milhões, anunciada em janeiro e consolidada em maio – chega exatamente para ajudar o grupo a cumprir esse papel que teve sua importância reforçada durante a pandemia. “Há muitos municípios pouco servidos pela aviação e onde não é possível pousar um ATR, que era o menor modelo de aeronave na frota”, explica Flávio Costa, diretor-presidente da Azul Conecta. Atender a mercados com pouca demanda e interligá-los a cidades maiores no País, bem como à malha internacional foi facilitada com a chegada das 17 aeronaves Cessna Gran Caravan que percorrem as rotas da subsidiária. Três dos monomotores operam exclusivamente como cargueiros e 14 transportam até nove passageiros. “Estamos trabalhando para levar o transporte aéreo a cidades desassistidas por conta da pandemia e também para
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destinos que ainda não contam com o modal. Acreditamos na aviação sub-regional”, destaca Costa. Os bilhetes da Azul Conecta estão integrados aos sistemas de vendas em todos os canais da companhia. Há, ainda, a opção de contratos para fretamento e táxi-aéreo. Segundo Costa, atualmente a empresa opera em 36 bases, mas a ideia é expandir esse número para chegar ao dobro de cidades atendidas ainda neste ano. “Temos uma atuação bem forte no Norte, que ainda é muito isolado, e no Centro-Oeste, que demanda muito pelo setor agropecuário”, pontua, reforçando que cidades menores no Sul e Sudeste também estão na mira da subsidiária. No âmbito da Azul, Costa reforça
que a Conecta será o pipeline para pilotos ingressantes. Eles farão o treinamento no hangar localizado no Aeroporto de Jundiaí, com direito a estudar em um simulador de voo que é único no País. O diretor-presidente da empresa informa que o equipamento permite que metade da carga horária exigida de um piloto de Caravan seja feita em solo, o que minimiza os custos. Toda a diretoria da companhia esteve presente no evento, que contou também com a participação de Ronei Glanzmann, Secretário Nacional de Aviação Civil. John Rodgerson, presidente da Azul, comemorou a estreia da subsidiária e reforçou a importância da atuação sub-regional para o desenvolvimento de cidades e comunidades
Batismo da aeronave isoladas . “Com essas aeronaves, nós vamos transformar o Brasil mais uma vez e chegaremos a 200 cidades”, comemorou Rodgerson. A versatilidade da frota – que vai dos Cessna até aeronaves Airbus modelo A321neo que recebem 200 passageiros – deve ser um bom impulso para isso.
Aeromexico atualiza status de voos
Aeromexico promoveu uma live, em parceria com a Xmart, para informar atualizações na malha aérea. Durante todo o mês de setembro, a companhia mantém cinco ligações semanais entre a Cidade do México e o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Os voos de nove horas de duração são operados aos domingos, segundas, terças, quartas e sextas8
Executivos da companhia junto ao Secretário Nacional de Aviação Civil
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-feiras em aeronaves Boeing, modelo 787-900. “Nós não paramos na contingência, seguimos com operações reduzidas. Com o apoio dos agentes de viagens, estamos conseguindo retomar vários destinos e voltar a operar em todos os países que estão abrindo fronteiras. Torcemos para que, em outubro, consigamos voltar com a operação diária no Brasil”, pontua Bruna Freitas, gerente comercial da aérea no País.
A executiva lembra que, para ingressar no país, é necessário apresentar passaporte válido e preencher um formulário online que declara a inexistência de contaminação e contato com pessoas infectadas com a covid-19. Os embarques da Aeromexico estão sendo feitos em grupos de dez pessoas e conciliados com outras medidas do protocolo de saúde e segurança no combate à pandemia. A em-
presa orienta que os passageiros levem mais de uma máscara para uso durante o voo. A Aeromexico dispõe de um site dedicado aos agentes de viagens, que trata de políticas de flexibilização para remarcação de passagens. “Todos os bilhetes dão direito a reembolso em um prazo de até 12 meses”, explica Bruna. Mais informações: www.vuela.aeromexico. com/agencyinfo (Ana Azevedo)
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Segura, eficiente e engajada Foto: F. Lancelot / Master Films
Delta Air Lines reforça procedimentos de segurança, retoma voos no Brasil e se compromete com a adoção de políticas igualitárias
Limpeza eletrostática
Kits aos passageiros POR CAMILA LUCCHESI
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oi do novo assento configurado para a classe Delta One no Boeing 767-400 que Fábio Camargo, diretor da Delta Air Lines para o Brasil, concedeu a primeira entrevista da aérea desde que a pandemia tomou o planeta de sobressalto. O background descontraído, montado especialmente para o bate-papo em vídeo, se contrapõe ao cenário da operação na vida real, no qual todo e qualquer detalhe é observado com seriedade e tratado com transparência. Ajustar as expectativas à realidade no quesito segurança durante esse reaquecimento das viagens é palavra de ordem na companhia norte-americana que retomou recentemente a operação no Brasil. Os voos entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e Atlanta (EUA) começaram a decolar em agosto, com quatro frequências semanais, e a empresa prevê para outubro o retorno da ligação entre São Paulo e Nova York, inicialmente com três voos por semana. Já os voos entre o Aeroporto do Galeão (RJ) e o hub da companhia nos EUA devem começar a voar 10 Brasilturis
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mais para o final do ano, antes do início da temporada de verão no Hemisfério Sul. A covid-19 pauta os movimentos da companhia devido aos reflexos impostos na restrição nos deslocamentos e impede de olhar mais além. “Tudo ainda é incerto, então os planos podem mudar. Devido à pandemia, está difícil planejar setembro, então outubro é considerado como visão de longo prazo”, pontua Camargo, ressaltando que a estratégia é focar na operação que já foi reiniciada e passou a ocorrer no terminal 3 de Guarulhos. MUDANÇAS QUE VIERAM PARA FICAR A Delta tem se destacado pelo cuidado na implantação das medidas de biossegurança em toda a jornada do viajante e na comunicação desses procedimentos com clientes e com o mercado. Mais do que criar ações paliativas, a companhia vê esse quesito como algo permanente na oferta. Tanto que criou uma vice-presidência global dedicada exclusivamente à limpeza
para “dar foco e rigor à execução”. Segundo Camargo, os viajantes ajudam a expandir ou adaptar as normas que são criadas com base em estudos científicos. “A gente busca a percepção do passageiro para garantir que a experiência seja satisfatória e confiável”, diz. Nesse sentido, os procedimentos foram ajustados para reforçar a sensação de segurança em todas as etapas da jornada. Depois de realizar mais de cem estudos relacionados à melhoria nos quesitos limpeza e segurança, a companhia criou o Delta Care Standard. “A Delta sempre escolhe um setor para revolucionar a experiência. Já passamos por rastreamento de bagagem, alimentação a bordo e melhora em on time performance. Neste ano, limpeza é o pilar número um e está dando muito certo, melhor do que poderíamos imaginar. É normal que o NPS caia em tempos de crise, mas temos visto níveis históricos de satisfação”, comemora. Antes do embarque, todas as aeronaves passam por um processo rigoroso de desinfecção com pulve-
rizador eletrostático. “O equipamento foi comprado pela companhia e está em 250 aeroportos de 33 países, com certificação do produto em todos os órgãos regulatórios e de vigilância sanitária”, explica o diretor. Em seguida, entra em cena a equipe especializada na limpeza de áreas de alto toque e, por fim, o chefe da cabine e o chefe de operações em solo fazem a inspeção e comunicam todos os procedimentos realizados pelo sistema de voz do portão de embarque. Em solo, a companhia manteve orientações sobre distanciamento social e reverteu a lógica de prioridades no embarque. Atualmente, os passageiros do fundo são os primeiros a acessar a aeronave para evitar o fluxo de cruzamento. O serviço de alimentos e bebidas passou por adaptações para minimizar o contato, a qualidade do ar é garantida pelos filtros Hepa e o assento do meio segue bloqueado. “Voar com lotação máxima, nesse momento, não será uma boa experiência. Antes de começar a pensar em ter aviões cheios, é preciso gerar confiança”, defende.
Fábio Camargo A Delta também investe em um robusto programa de testagem de funcionários que, além de garantir a saúde dos colaboradores, resulta em dados estatísticos importantes para o momento. “Os resultados mostram que a tripulação está com taxa de infecção significativamente abaixo da população normal, o que reforça a confiança em voar”, pontua. Outra frente da aérea é a voz ativa na A4A, associação de companhias norte-americanas que tem como missão a troca de informações e
boas práticas para criar padrões globais. “Nesse momento, a briga não é entre a companhia A e B, nossos esforços visam restaurar a confiança no setor como um todo”, diz. Além dos esforços realizados de forma isolada, o diretor da Delta Air Lines no Brasil destaca o trabalho conjunto com parceiros aeroportuários e demais players que participam da jornada do viajante. Para gerar confiança também em quem vende, a companhia iniciou uma série de visitas com profissionais norte-americanos pelos bastidores da operação em Atlanta e deve começar a criar essa mesma agenda no Brasil. Passada a pandemia, Camargo acredita que a redução na demanda deve permanecer por pelo menos três anos até chegar aos níveis pré-crise. Entretanto, ele não vê essa diminuição no fluxo como algo temporário. “Viagens vão continuar sendo essenciais para a economia, para a diversão e para o lazer. O que vão acabar são as viagens que nem deveriam exis-
EM BUSCA DE EQUIDADE CORPORATIVA No mesmo dia que Camargo concedeu a entrevista ao Brasilturis Jornal, a Delta divulgou uma carta na qual o CEO Ed Bastian aborda questões de igualdade racial e destaca as políticas desenvolvidas pela empresa para punir e evitar ações baseadas em preconceitos. Afrodescendentes representam, hoje, 21% da base de colaboradores, 16% dos líderes gerais e 7% dos 100 principais executivos no quadro da Delta. “Essa não é uma imagem de equidade, assumo esse desempenho e estou comprometido em corrigir nosso rumo para que nos tornemos uma empresa mais justa, igualitária e antirracista”, escreveu Bastian. A meta é dobrar o percentual de executivos e diretores afrodescendentes até 2025 e aumentar a representação negra no Conselho de Administração, além de formar equipes mais diversas. Também está entre as iniciativas o estabelecimento de parcerias com organizações que impulsionam a mudança sistêmica, principalmente nas áreas de injustiça social, capacitação econômica e geração de riqueza. tir, como o caso de um profissional que faz um voo longo para cumprir uma reunião de uma hora. Isso vai migrar para o online”, defende. Ciente de que o segmento aéreo tende a ser menor no futuro, Camargo reforça que a empresa se preparou para esse momento com programas de demissão voluntária
e mudanças na frota - que incluem adiamento em entregas de aeronaves e aceleração da restruturação da frota com a aposentadoria dos mad dogs e dos Boeing 777 . “Estamos fazendo a retomada de forma cautelosa para preservar o caixa e atender exclusivamente aos locais que tiverem demanda”, finaliza.
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FEIRAS E EVENTOS
Acelerando os motores C
om o impacto da pandemia, a tradicional Abav Expo migrou para o formato híbrido e acontece no final deste mês. Festuris Gramado segue com a proposta de evento presencial e des-
Magada Nassar
ABAV COLLAB
27 de setembro a 2 de outubro www.abavcollab.com.br “Eram 365 dias para preparar uma feira. Desta vez, estamos trazendo um novo modelo de evento em apenas dois meses”. Esta é a percepção de Magda Nassar quanto à dificuldade em promover a Abav Collab, evento híbrido que visa complementar o quesito conteúdo para todo o setor. Segundo ela, a equipe decidiu por não realizar a Abav Expo em formato presencial e começou a buscar alternativas. “Mesmo com o Turismo muito abalado, entendemos que o evento não poderia deixar de acontecer porque a gente precisa da retomada. Começamos a entender o que é um evento híbrido e decidimos por utilizar uma plataforma robusta, testada infinitas vezes para garantir que atenda a todos os requisitos para promover bons negócios e capacitação”, declara. Ela reforça que não se trata de uma ‘Abav Expo virtual’, mas de uma nova proposta que atende ao momento e com expectativa de atrair muito mais participantes do que o registrado no ano passado, já que a plataforma permite trabalhar com diferentes idiomas. “As inscrições, que começaram no último dia 21 de agosto, estão provando que o mercado está com a gente. O evento também terá grande participação estrangeira, pois queremos mostrar o Brasil e reforçar nossa presença no setor”, declara. 12 Brasilturis
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A dinâmica da Vila do Saber é uma das ações adaptadas para o evento virtual. Serão cinco salas com palestras e painéis. Além disso, uma das novidades é um serviço de streaming dos conteúdos apresentados durante a feira. “Estamos fazendo uma grande biblioteca que ficará disponível por um ano. Gravaremos tudo e vamos ter uma plataforma na qual os interessados poderão entrar e conferir palestras que gostariam de ter participado. Esta é uma novidade que vai ser muito importante e enriquecedora para todos nós”, comemora. A Black Friday de Viagens também chama a atenção, visto que ela acontecerá de maneira presencial. A Abav irá selecionar 50 associadas para participar deste momento de ofertas em um pavilhão formatado com os cuidados específicos para garantir a segurança de profissionais e clientes. “A gente já negociou com as operadoras Braztoa que vão montar vários pacotes com serviços e produtos. Na sexta [2/10], a gente abre a nossa Black Friday”, explica a presidente da Abav Nacional.
Marta Rossi
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5 a 8 de novembro www.festurisgramado.com A Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) chega neste ano à 32ª edição realizada de forma ininterrupta. A organização vem trabalhando para que a
taca protocolos que garantirão a segurança dos participantes. Já a WTM Latin America optou por manter o formato presencial, mas adiou a realização para abril de 2021.
feira seja o palco para a retomada segura do Turismo, respeitando uma série de protocolos criados para a realização do evento no formato presencial que incluem serviços e equipamentos necessários para a higienização do espaço e proteção aos participantes. A equipe vem realizando testes com pequenos grupos para entender o funcionamento dos conceitos de segurança na prática. “O ser humano precisa de esperança para conseguir desenvolver, produzir e criar. Esses 150 dias de reclusão fizeram com que as pessoas se encolhessem. Nós não desistimos em momento algum de acreditar que o Festuris, sendo no final do ano, pudesse ser uma porta para a retomada do setor”, destacou Marta Rossi, CEO do evento. O Festuris 2020 terá mais espaço para o mercado nacional, já que tanto os destinos quanto as empresas dos mais variados segmentos do Turismo precisarão se mostrar ao mercado para recuperar parte das perdas ocorridas no período de pandemia. Também está sendo estudada a possibilidade de criar uma feira virtual paralela à presencial para absorver a demanda do mercado internacional. Em seu novo formato, o Festuris 2020 tomará todos os cuidados para não causar aglomerações e o agendamento de reuniões será obrigatório por meio do app Festuris. Com isso, os participantes e expositores aumentam sua produtividade e otimizam o seu tempo na feira de negócios. A digitalização proposta pelo evento também passa por reduzir a distribuição de materiais impressos e oferecer todo um controle de acesso e segurança dos participantes. A segmentação por nichos – marca consolidada do evento gaúcho – será mantida e ganhará reforços para a edição deste ano. Entre as novidades estão o espaço Saúde (voltado à oferta de produtos e serviços de saúde e segurança sanitária); Green Experience (focado em sustentabi-
lidade); Espiritualidade (produtos e destinos com produtos focados no segmento); Tecnologia & Inovação (área dedicada a startups, destinos inteligentes e negócios tecnológicos); e o Business Hotels (hotelaria). Por considerar a oferta de conteúdo um tema fundamental para a retomada do Turismo, a organização decidiu manter as tradicionais capacitações e levar o Festuris Connection para o Serra Park, com realização junto à feira de negócios. Serão dois palcos de conteúdo e a programação ocorrerá nas manhãs de feira com inscrição à parte. O evento de capacitação será híbrido.
Luciane Leite
WTM LATIN AMERICA 6 a 8 de abril de 2021 www.latinamerica.wtm.com
Ser o marco para a retomada do Turismo na região. Essa é a ideia da equipe responsável pela WTM Latin America para o evento que acontece na capital paulista entre os dias 6 e 8 de abril de 2021. “A decisão de adiamento foi tomada em conjunto com expositores e com nosso conselho devido ao ambiente incerto e ao fato de a contenção da pandemia estar longe do esperado”, destaca Luciane Leite, diretora do evento. Na perspectiva de ter um cenário mais claro e otimista em 2021, a equipe vem trabalhando para fazer da feira um marco temporal
do início da retomada do Turismo latino-americano, celebrando os reencontros presenciais e compartilhando as ações de cada empresa em relação aos novos protocolos exigidos - ainda que seja necessário que o próprio evento adicione camadas extras de segurança biossanitária. Sobre esse ponto, Luciane reforça que todos vêm observando a evolução da pandemia dia a dia para determinar os próximos passos. Com a realização de eventos como core business, a Reed Exhibitions está preparada para atuar de forma responsável em qualquer cenário. Luciane destaca a viabilidade de desenvolver o espaço com todos os protocolos desenvolvidos no estado pela União Brasileira de Feiras e Eventos (Ubrafe), mas não descarta a situação extrema de ter de substituir o evento presencial pelo encontro em plataforma online. A diretora da WTM Latin America explica que a experiência de realizar um evento virtual - como ocorreu com a Arabian Travel Mart (ATM), em Dubai, nos Emirados Árabes - foi muito positiva. Inicialmente prevista para durar três dias, a feira foi estendida por mais um dia para atender à demanda de reuniões. Foram contabilizados 11 mil encontros one to one previamente agendados nesse período. “Foi isso que nos motivou a criar a WTM Virtual, plataforma que está sendo desenvolvida pela equipe de Londres para sediar um evento global, em novembro”, explica. O encontro presencial está mantido na Inglaterra, mas a equipe optou por oferecer conferências, capacitações e reuniões online para expandir o público. Apesar dessa alternativa, a equipe reforça o foco na viabilização e realização do evento físico em 2021 e, nesse meio tempo, investe em atualização e capacitação por meio de webinars e podcasts disponibilizados na plataforma WTM Global Hub, lançada em abril.
Híbrido nem sempre é solução Muito falado em tempos de pandemia, modelo que alia participação presencial e virtual não é garantia de sucesso Raffaele Cecere
POR FELIPE LIMA
O
Turismo não é pautado somente em viagens. A rotina do profissional também envolve diversos eventos. No entanto, em tempos de pandemia, a atuação presencial se tornou inviável. Com a recomendação de manter o distanciamento social, o segmento não teve alternativa a não ser interromper a agenda e encontrar novos métodos de promover treinamentos e campanhas, acelerando a digitalização dessas iniciativas. Em meio a este novo cenário, foi reforçado o tão pautado modelo híbrido de eventos. Seria este, afinal, o novo normal? O Brasilturis Jornal conversou com Raffaele Cecere, presidente da R1 Soluções Audiovisuais sobre o tema. Segundo ele, o termo “novo normal” não representa bem o segmento, visto que as ferramentas utilizadas para promover eventos já existiam e, de fato, não há nenhuma novidade. “Não estamos em home office, estamos em isolamento social. São poucas as pessoas que estão, de fato, com a infraestrutura que lhes proporcione o escritório em casa”, declara o empresário, que destaca, ainda, tratar-se de um momento nada favorável. “Se fosse positivo, seria um bom normal”. O modal híbrido já era pauta no segmento no período que antecedeu a pandemia. O conceito prevê democratizar conteúdos e expandir seu alcance por meio da tecnologia. Durante o Lacte 15, promovido entre os dias 17 e 18 de fevereiro deste ano, o tema já era estudado, visto que qualidade e conteúdos são chaves para o evento. Em meio à crise atual, o formato foi percebido como oportunidade. No entanto, na visão de Cecere, a modalidade não é indicada para atender todo e qualquer formato de evento. “Não é todo tipo de evento que vai trazer resultado no modelo híbrido. Na verdade, ele pode até
significar prejuízos para a empresa. Vamos pensar no futebol, por exemplo. Atualmente, canais de televisão brigam pela transmissão de jogos. No entanto, não são todos os jogos que lotam estádios. Então, é necessário avaliar o que vai ser mais benéfico ao futuro do evento e entender que nem sempre o híbrido é a solução”, exemplifica. Para esclarecer, o presidente da R1 chamou a atenção para dois tipos de encontros, sendo um propício para a aplicação do modelo híbrido e outro no qual o conceito não é indicado. “Se o evento busca oferecer mais experiência, o híbrido pode não trazer bons resultados, já que isso precisa ser vivenciado. A oportunidade de participar do evento de forma virtual pode desmotivar as pessoas a participar presencialmente. Agora, se o seu evento é focado em conteúdo, o modelo híbrido pode ser uma boa alternativa”, complementa. TEMPO DE CONHECIMENTO Apresentar esses conteúdos para um público que está conectado digitalmente exige estudo, visto que o timing de telespectador é diferente do participante de um evento presencial. “Se der erro em um minuto, eu posso perder audiência. A exigência para que tudo dê certo triplicou porque o cliente não sabe o que está acontecendo aqui. Outra coisa é o tempo de evento. Antes, a gente trabalhava com eventos de oito horas. Hoje, o máximo é de quatro horas. Ninguém aguenta mais ficar tanto tempo na frente do computador”, exemplifica Cecere, que observa este momento de pandemia como tempo de aprendizado. Na R1, esse período vem sendo utilizado para colocar esses conhecimentos em prática, por meio de uma parceria com o World Trade Center São Paulo. A empresa
de audiovisual montou distintos estúdios e cenários, que tiveram aporte de R$ 1 milhão, para a realização de eventos híbridos. E, por mais que a R1 tenha se arriscado no mercado de entretenimento, Cecere deixa claro que o segmento de eventos corporativos do Turismo continuará sendo o core business do grupo. Luciana Lentini, diretora comercial do WTC Events Center, comemora a aliança e reforça que esta é uma forma de mostrar aos clientes que o momento pede segurança e responsabilidade. “Os próprios clientes não estavam preparados. Então ajudou muito ficar aberto, trazer a R1 para este formato de estúdio, para que o cliente se sinta seguro. A gente garante: ‘Olha, aqui conseguimos unir tudo isso e entregar um produto de qualidade’”, comenta Luciana. Não é à toa que a parceria também se estendeu para os protocolos de segurança. Cecere comenta que aprendeu muito em conjunto com o WTC Eventos. “Criamos alguns protocolos de higienização de equipamentos. O hotel espalhou totens de álcool em gel e segue todo um protocolo. A gente também aprende com eles. Teve a equipe de um laboratório que visitou o meio de hospedagem e deu quase 100% da nota de conformidade. Foi uma chancela conquistada dois meses após o início a pandemia”, comemora o executivo. O presidente da R1 acredita que o ano não é momento de pensar em lucro. Na verdade, a ideia é uma só: sobreviver à crise. “Queremos sair dessa situação. Não sei se será em 2021 ou 2022, mas quero que acabe. Sabe pesadelo? Eu só quero acordar”, declara. Já sobre o modal híbrido, especificamente, Cecere ressalta que o segmento pode aprender bastante com o cenário atual que trará diversos legados ao setor. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 13
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
Hora de se aventurar!
Estados apostam no segmento de ecoturismo e turismo de aventura para viagens pós-pandemia POR ANA AZEVEDO E FELIPE LIMA
U
nir turismo e segurança. Encontrar caminhos que consolidem essa parceria e ajudem a reconquistar a confiança do viajante tem sido motivo de preocupação diária para o trade desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março deste ano. As empresas vêm respondendo às necessidades do momento atual e se preparando com os devidos protocolos, amparados por estudos científicos. As mudanças ajudam a manter a roda da economia girando – ainda que, inicialmente, em um movimento lento que é ditado pelo próprio consumidor. Nesse cenário, um segmento desponta pela capacidade de conseguir manter as premissas de distanciamento social e priorização de ambientes naturais: o ecoturismo e o turismo de aventura. Isso não quer dizer que as empresas atuantes nesse nicho foram dispensadas de adaptações, mas que a implementação de medidas de biossegurança foi um pouco mais simples, já que o conceito da oferta em si já traz a ideia de ambiente seguro. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), viagens nesse perfil representam 9,7% do total de roteiros no Brasil, conforme os resultados de uma sondagem realizada entre março e abril deste ano. Isso significa que há muito espaço para crescer, dada a oferta de ambientes
propícios para a atividade no País. O levantamento também buscou entender os efeitos da covid-19 no turismo de natureza no Brasil e mostrou que 78,8% dos serviços comercializados envolvem passeios e vivências. Caminhadas de curto e longo curso se destacam, representando 66,4% das atividades comercializadas. Em seguida estão o turismo náutico (34,5%), cicloturismo (18,6%), turismo fora de estrada (16,8%), cachoeirismo, canionismo e espeologia (15%) e montanhismo e escalada (14,2%). Durante o Abeta Summit 2019, Bob Santos, secretário nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo (MTur), explicou como a procura de turistas estrangeiros pelo turismo de natureza no Brasil cresceu 27,3%. Além disso, baseando-se em dados fornecidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ele ressaltou o gasto total de R$ 2 bilhões, deixado pelos visitantes nos municípios do entorno das unidades de conservação, além da geração de cerca de 80 mil empregos diretos. “Isso mostra que o turismo de natureza tem se tornado uma das principais portas de entrada das viagens no Brasil, país considerado o número 1 em atrativos naturais no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Precisamos potencializar esse espaço que o Brasil já possui. O
ecoturismo é mais do que um tipo de turismo. Ele é renda, é oportunidade de emprego para o cidadão, é preservação, é educação”, afirmou Santos durante o evento. PERSONALIZAÇÃO DE SERVIÇO O Brasil consegue se destacar no segmento, graças à extensa gama de atividades que se tornam viáveis nos atrativos naturais do País. Diversas empresas que atuam neste mercado reforçam como este conceito pode ser vantajoso para a retomada dos negócios e, acima de tudo, atrativo para os viajantes. É o caso da Pisa Trekking, empresa que trabalha com propostas divididas por níveis de intensidade (de 1 a 5) para percursos nacionais e internacionais. Para atuar no cenário de insegurança instaurado pela pandemia, a agência vem restringindo ainda mais a capacidade de público nas atividades visando garantir a segurança de todos e proporcionar contínua experiência aos clientes. Gabrielle Monteiro, gerente de Marketing da Pisa Trekking, afirma que o ecoturismo será uma tendência, visto que proporciona momentos seguros de maneira natural, gera impacto positivo ao meio ambiente e oferece renda direta às comunidades tradicionais. Ou seja, tudo o que o consumidor já sinalizou como tendência para
o futuro próximo em diversas pesquisas realizadas. “Sempre buscamos experiências autênticas locais, guias especialistas nas atividades, reservamos hospedagens pequenas e que trazem valor à viagem, incentivamos a cultura e o empreendedorismo local, adicionamos passeios na natureza em todos os pacotes. Agora, nossa maior missão é receber a todos com segurança, atendendo aos protocolos sanitários”, afirma. Outra empresa especializada no segmento é a Alaya Brotas, com atuação focada em atividades de aventura – especialmente as aquáticas - na cidade do interior paulista que é famosa nacionalmente pela potência de suas corredeiras. Em termos de segurança e exclusividade, a agência aposta em uma redução no número de participantes e criou o Rafting VIP, com lotação máxima de três pessoas. Também há pacotes para prática de rapel, escalada, flutuação, tirolesa e arvorismo. “Todas as atividades operadas são oferecidas principalmente para um público formado por famílias, o que reforça que a participação e é acessível a todos e não somente a atletas e praticantes de esportes de aventura. É uma oportunidade de conhecer mais sobre este mundo”, relata Renata Torres, gerente Comercial da Alaya Brotas. Sem operações no momento atual e com perspectiva de retoma-
ENTENDA A DIFERENÇA É importante lembrar que, apesar das similaridades, ecoturismo e turismo de aventura não são sinônimos. TURISMO DE AVENTURA: É uma modalidade que envolve a realização de atividades com experiências físicas e sensoriais de maneira recreativa, envolvendo uma série de desafios e em ambientes naturais. ECOTURISMO: Também conhecido como turismo ecológico, ele pode ser definido como o conjunto de atividades realizadas em áreas naturais de forma responsável e com incentivo à preservação de patrimônios culturais e ambientais.
Fonte: Abeta
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Foto: Camila Lucchessi
da em outubro, a Korubo Expedições é especialista em glamping no Tocantins. De acordo com Cinthia Krause, gerente da agência, o momento exige a realização de atividades ao ar livre e o estado se destaca por fugir do turismo de massa. Além de disponibilizar álcool em gel e se preocupar com a higienização de equipamentos, a empresa também passou a oferecer tendas individuais pelo mesmo preço das tendas compartilhadas. “Estamos nos preparando para a retomada, com expectativa bem alta. É uma viagem que proporciona integração constante do turista com outras pessoas e com a natureza”, observa a profissional. Ainda na região Norte, a Roraima Adventures já percebe alguns sinais de recuperação nas vendas, apesar de a empresa ainda não ter retomado as atividades normalmente. De acordo com Magno Souza, diretor da empresa, o anseio do público pela oportunidade de sair de casa pôde ser notado durante uma campanha recente. Em maio, a agência iniciou a comercialização de vouchers, sem data de validade, e as vendas superaram as expectativas. O resultado, segundo Souza, foi superior ao de meses com ações promocionais exclusivas, realizadas anualmente pré-pandemia. “Estamos com o termômetro muito positivo, pois sabíamos que o segmento de natureza ia ser o primeiro a crescer. Acredito que essas vendas vão ajudar a roda da economia voltar a girar. A tragédia é clara, mas, para nossa empresa, este foi um período de oportunidade. Esperamos que 2021 seja um ano bem melhor”, comenta.
Rafael Brito
Cânions do São Francisco
ALAGOAS Posicionado como o estado com maior número de estabelecimentos certificados pelo Selo do Turismo Limpo e Responsável, do Ministério do Turismo, Alagoas exibe mais 250 quilômetros de faixa litorânea e quase metade dela em Área de Preservação Ambiental. “Quase a totalidade dos turistas (98%) chegam por Maceió e lá, têm contato com atividades de ecoturismo. Acreditamos na segurança do estado, uma vez que a chance de se contaminar com o novo coronavírus é menor em ambientes abertos e grande parte dos nossos atrativos está em meio à natureza”, pontua Rafael Brito, secretário do Desenvolvimento Econômico e do Turismo. Mais do que os esportes náuticos convencionais oferecidos nas praias do Gunga, Francês, Ipioca e Pajuçara, entre outras, o viajante pode experimentar, em Maragogi, a bike aquática,
atração com capacidade para até seis pessoas, que inclui três guias e incita a habilidade com manobras e desafios. Apesar do apelo turístico litorâneo – preferência nacional há anos - o estado destaca outros cenários igualmente preparados no interior. Os cânions do Rio São Francisco estão em quinto lugar em um ranking que destaca os maiores e mais navegáveis do mundo. O atrativo fica na divisa entre Alagoas e Sergipe e, do lado alagoano, é acessado pela cidade de Piranhas. O charmoso município abriga mirantes para o rio e o museu do Lampião, além de ser ponto de partida e chegada para os passeios de catamarã. A jornada, com duração máxima de uma hora, termina em uma piscina natural com pausa para banho. Em adição à rota convencional, o Paraíso do Talhado, em Delmiro Gouveia, é uma opção para quem deseja conhecer as belas paisagens do lado mais estreito do cânion. O percurso
de carro tem cerca de 16 quilômetros e a trilha de intensidade leve percorre a caatinga até chegar ao Mirante do Talhado, com paisagens de tirar o fôlego. Há a possibilidade de realizar uma segunda trilha – de cerca de uma hora e grau médio de dificuldade - até uma gruta para banho no rio. Na foz do São Francisco, outro destino se destaca. As Dunas Piaçabuçu - também conhecidas como Dunas Douradas – se estendem por 20 quilômetros, propiciando a prática de atividades como passeios de buggy adaptado e sandboard tanto individual quanto em dupla. Há, ainda, trilhas pela caatinga com visita a cavernas com pinturas rupestres, em Olho D’Água do Casado. “O estado de Alagoas é uma joia escondida no Brasil e uma forma de redescobrir o País. Todo o cuidado que tínhamos está sendo redobrado para que os visitantes desfrutem com segurança dos atrativos da capital e do interior”, reforça Brito.
PORTFÓLIO BRASILEIRO No Brasil, a tendência de promoção do setor é refletida na pesquisa feita pela Decolar, publicada em agosto. Segundo a análise, que teve participação de mais de mil respondentes, a oferta de ambientes naturais em abundância faz do Nordeste a região com maior intenção de visitas (42%) entre outubro e novembro. Maceió (AL), Jericoacoara (CE) e Natal (RN) são os destinos melhores ranqueados. Para conhecer mais sobre alguns dos atrativos brasileiros que estão prontos para a prática de ecoturismo e turismo de aventura, o Brasilturis Jornal contatou dez estados em alta na categoria. Confira mais detalhes sobre cada um deles!
Roselene Medeiros
AMAZONAS “Quando tudo passar, o Amazonas te espera para receber o seu abraço”. E é com essa mensagem que a região incentiva o turismo durante o período de pandemia. O estado possui atrativos e infraestrutura que propiciam caminhadas, práticas de arvorismo, escaladas e rapel, por exemplo, conforme declara Roselene Medeiros, presidente da Amazonastur. Ela ainda destaca que as pesquisas indicam que desfrutar
Amazônia da oferta de lazer motiva 32,21% dos turistas domésticos e 72,53% dos viajantes estrangeiros. “O turismo que promovemos no Amazonas é de baixo impacto, não promove aglomerações. Além disso, as características naturais e de acesso ao estado oportunizam esse turismo que agrada e atrai grupos pequenos. Por isso, acreditamos que poderemos ser um dos principais destinos para o novo turista pós-pandemia”, comenta Roselene.
As opções de atividades são diversas. Há o turismo de pesca esportiva, por exemplo, que possui uma demanda consolidada durante o começo do primeiro semestre e todo o segundo semestre. A prática teve pouca adaptação, já que o conceito da atividade prevê grupos bastante reduzidos – muitas vezes, apenas um turista e o barqueiro. Além disso, muitos viajantes optam pelo turismo de base comunitária, que envolve a vivência do cotidiano de caboclos e www.brasilturis.com.br | Brasilturis 17
AGÊNCIAS E OPERADORAS famílias indígenas de comunidades ribeirinhas. A preocupação com o meio ambiente é constante e, por isso, o estado promove campanhas que incentivam a preservação e manutenção da floresta. Roselene observa que o turista que vai ao estado já é por si só consciente das práticas ambientais e quer ter essa expe-
riência com a natureza. Para a retomada, o estado desenvolveu a campanha “Amazone-se”, que prevê ações de promoção, ordenamento, suporte ao empresariado e obras de infraestrutura. “Estão previstas as reformas dos Centros de Atendimento ao Turista (CATs) e do terminal de passageiros
do Aeroporto de Barcelos, uma das principais portas de entrada para a prática de pesca esportiva; a instalação de infraestrutura turística em comunidades indígenas no entorno de Manaus; e melhorias na infraestrutura na Serra da Valéria, comunidade localizada no município de Parintins”, detalha Roselene.
CEARÁ Atrativos naturais, turismo de aventura e o ecoturismo são três das quatro principais motivações dos visitantes que vão ao estado a passeio, representando mais de 90% da parcela, segundo dados da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur). Locais como Cariri, Quixadá, Ibiapaba e Baturité são alguns dos municípios que se destacam no segmento em nível estadual. Com a alta representatividade da modalidade, é cabível que o estado venha a promover ações que tenham como foco proteger suas riquezas naturais. “A Setur orienta os parques e administradores a instruir os visitantes a aproveitarem os locais da forma mais respeitosa possível, visto que não é diretamen-
Arialdo Pinho
te responsável pelo cuidado desses pontos”, detalha Arialdo Pinho, secretário de Turismo do Ceará. Além das trilhas que se destacam nas regiões citadas, a prática de observação de pássaros é uma das ofertas consolidadas no estado. Para os amantes da atividade, é possível, por exemplo, conhecer um
Jericoacoara uirapuru-laranja e a jandaia, duas aves típicas da região. Outro pássaro que chama a atenção de curiosos é o soldadinho-do-araripe. Para garantir que os visitantes serão bem recebidos, o Ceará também aposta na contínua capacita-
Catule Junior
Chapada das Mesas
MARANHÃO Além dos Lençóis Maranhenses, o Maranhão é conhecido pela Chapada das Mesas, local que desperta grande interesse dos viajantes aventureiros. O Parque Nacional é responsável pela proteção de 160 mil hectares de cerrado, bioma que contempla os municípios de Riachão, Estreito, Imperatriz e Carolina, principal acesso aos passeios no centro-sul do estado. “Na Chapada, é 100% vida ao ar livre. Somos especialistas em aventura e pretendemos ser a maior referência de ecoturismo e turismo de aventura do Maranhão e um dos 18 Brasilturis
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principais destinos do Brasil nesse segmento”, afirma Catulé Júnior, secretário de Turismo do Estado. Segundo Beto Kelnner, superintendente de Turismo da Chapada das Mesas, o local opera hoje com 50% da capacidade, restrição esta já em andamento no período pré-pandemia de covid-19, a fim de promover a preservação da natureza. “É importante lembrar que a maioria dos passeios é feita em passarelas, reduzindo o impacto por pisoteio nas trilhas. O desafio está em sensibilizar os novos adeptos da vida ao ar livre e, para isso, utilizamos ferramentas tecnológicas e meios convencionais de comunicação como sinalização.
Acreditamos que nesse novo normal, nossas atitudes e comportamento serão exemplo, e, ao mesmo tempo, todos seremos fiscais”, ressalta. Dentre os atrativos de maior destaque, o santuário ecológico Pedra Caída, a 53 quilômetros de Carolina é uma opção para quem deseja praticar rapel e tirolesa ou fazer passeios em veículos tracionados ou caminhadas. A Pedra Caída possui 1,4 mil metros de comprimento e 300 metros de altura, fator que a torna uma das mais altas e extensas do País. O complexo possui, também, estrutura de chalés e restaurantes. Fãs de misticismo se sentirão especialmente atraídos pelas
ção dos profissionais. Entre 2017 e 2019, foram mais de 200 turmas de cursos de treinamento em diferentes áreas relacionadas ao turismo, incluindo ecoturismo. Ao todo, foram mais de 5 mil pessoas beneficiadas com essas ações.
lendas indígenas que envolvem o Morro do Chapéu, ponto mais alto da Chapada, também acessado pelo município de Carolina. O trekking até o topo percorre 365 metros pelo terreno de arenito, o que exige certo preparo físico. Para se refrescar, o Rio Cocal, localizado no município de Riachão, é responsável pela formação do Poço Azul, Namorados e Santa Paula, cachoeiras que estão localizadas em uma propriedade privada. Há ainda, a Santa Bárbara, queda d’água com 75 metros de altura, além de trilhas e cânions, pontos propícios para a prática de atividades náuticas, como caiaque ou stand up paddle. O Maranhão orienta que os passeios sejam feitos com acompanhamento de guias profissionais credenciados, para evitar o risco de acidentes e a prática de comportamentos inadequados. “Segurança e capacitação são itens constantes e ininterruptos. O que a nova realidade nos trouxe foi um novo tema: biossegurança. Para a retomada, acreditamos no turismo doméstico, especialmente o realizado dentro do estado, e continuaremos apostando no turismo regional, investindo nos estados vizinhos, como Pará, Tocantins, Piauí”, diz Júnior.
Foto: @bocadaoncaecotour / Divulgação M26 Assessoria Bonito Pantanal
MATO GROSSO DO SUL Em 2019, o turismo foi responsável pela chegada de 615 mil viajantes ao Mato Grosso do Sul, considerando apenas os números do aeroporto e da rodoviária na capital. Um dos carros chefes do estado, Bonito, atraiu cerca de um terço desse número - 209.568 visitantes -, o que representa aumento de 4,1% em relação ao resultado de 2018. O município que é conhecido por seus rios cristalinos, balneários e cachoeiras destaca-se pela oferta de flutuações, mergulhos, boia cross, tirolesas, quadriciclos, espeleoturismo (exploração de grutas e cavernas) e observação de aves. Uma das atividades mais radicais e que requer coragem é o Abismo Anhumas, com 80 metros de profundidade. Localizado a 23 quilômetros de Bonito, o visitante é desafiado a descer os 73 metros de rapel por uma fenda e, depois, realizar a flutuação com snorkel ou o mergulho com cilindro. “O ecoturismo é o nosso grande mote, mas geralmente é tratado somente como uma atividade de natureza. Nossos destinos conseguiram revolucionar isso, com controle da capacidade de suporte
Bruno Wendling
Rapel de plataforma, o maior do Brasil e o único do MS e respeito à questão ambiental. Eu sempre digo que Bonito tem organização no seu DNA e esse é o nosso diferencial em relação aos outros estados”, destaca Bruno Wendling, presidente do Fundtur. O controle de público é feito por meio da emissão de vouchers para a prática de cada uma das atividades, respeitando os limites preestabelecidos para cada dia. No ano passado, 711.515 vouchers foram impressos, o que significa aumento de 12,6% em relação a 2018, quando foram registrados 631.389 vouchers. Com a pandemia, os estabelecimentos turísticos restringiram ainda mais o limite de usuários e reforçaram as medidas de segurança e saúde.
“Temos mais de 600 empresas que adotaram os protocolos de segurança e saúde elaborados em parceria com o Sesi e Sebrae para promover a segurança do visitante. É um trabalho conjunto. Os destinos se organizam com os protocolos e nós ficamos com a parte de comunicação ao mercado. O cuidado constante em termos de meio ambiente e sustentabilidade, agora, tem adição da biossegurança”, enfatiza Wendling. Outro nicho com grande número de adeptos é a pesca esportiva no Pantanal. Em 2019, 94.407 licenças foram emitidas pelo estado, representando alta de 38,6% em relação a 2018. Já os barcos-hotéis
da região de Corumbá e Porto Murtinho transportaram 15.006 passageiros (+2,7%). A região é propícia também para a observação de aves e da fauna como um todo, tanto em saídas de barco e trilhas quanto em cavalgavas. O Fundo Geral do Turismo (Fungetur), linha de financiamento do Mtur, apoia o desenvolvimento de uma campanha de conscientização que deve, segundo Wendling, ser lançada na Abav Collab, que ocorre de 27 de setembro a 2 de outubro. Outra novidade é a expansão da malha aérea com voos diretos de Congonhas (SP) para Três Lagoas, região conhecida pelo turismo rural.
MINAS GERAIS Em Minas Gerais, o Parque Nacional da Serra do Cipó conta com 33.880 hectares de rios, cachoeiras, cânions, cavernas, além de fauna e flora diversa, características que lhe conferiram o título de “Jardim do Brasil” pelo paisagista Burle Marx, em 1950. O ponto de partida para se aventurar com alpinismo, ciclismo, passeios a cavalo e trekking é Santana do Riacho. A partir de lá, os viajantes podem descobrir também o rio Cipó e a cachoeira Grande. Outra opção é o Parque Estadual do Ibitipoca nos municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, que é conhecido como a “serra que estoura”, devido à grande incidência de raios e à quantidade de grutas. Com 1.488 hectares e limite de 1,2 mil pessoas por dia, o destino é uma ramificação da Serra da Mantiqueira. O parque conta com os roteiros Circuito das Águas, Circuito Janela do Céu e Circuito do Pião, com diferentes graus de dificuldade, além de área para camping, banho, trilhas sinalizadas em inglês e português,
Leônidas Oliveira
estacionamento e lanchonete. Na hora de apresentar a Serra do Cipó e de Ibitipoca, lembre-os que os meses de abril a setembro são considerados os mais indicados, pois há menos chuvas e as temperaturas estão mais amenas. “As regiões da Serra do Cipó e de Ibitipoca são importantes destinos de turismo de aventura e ecoturismo no estado, assim como outros tantos em Minas Gerais. A preservação da natureza e a conscientização dos turistas é um trabalho em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais e com o Instituto Estadual de Florestas”, pontua a Secretaria de Estado de Cultura e
Serra do Cipó
Turismo de Minas Gerais (Secult). A pasta afirma, ainda, que o programa de retomada e o gerenciamento de público e atrativos, quando autorizados, acontecerão em consonância com plano “Minas Consciente”, criado em parceria com selo Turismo Responsável, do MTur. Outra ação é o projeto “Capacita Turismo”, desenvolvido junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas
Gerais (Sebrae-MG), Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) e Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur), que visa qualificar pequenos negócios do turismo com foco na retomada do setor. Para os profissionais do trade, o “Minas Recebe” volta sua atenção para às agências, receptivos, operadoras de ecoturismo e turismo de aventura. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 19
Foto Miguel Schincariol/Setur-SP
AGÊNCIAS E OPERADORAS SÃO PAULO Conhecida nacionalmente como a Capital do Turismo de Aventura, Brotas, no interior de São Paulo, é o destino número um para a prática de rafting, atração que pode incluir uma tirolesa ao final do circuito. Outras modalidades consolidada são canionismo e descida de cachoeira com técnicas de rapel. Os turistas podem, ainda, se divertir em trilhas a pé ou em quadriciclos, além de se aventurar pelos circuitos de arvorismo. As atividades podem ser combinadas, criando diferentes roteiros com variados níveis de intensidade e dificuldade. “O ecoturismo é um dos sete segmentos prioritários para a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo (Setur) e representa, hoje, um em cada cinco turistas no território. Para o estado, Brotas é uma referência quando se fala da atividade de turismo e natureza”, declara Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo. Para exploradores de cavernas, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) é a dica no estado. A região é procurada tanto por via-
Vinicius Lummertz
jantes de longa distância quanto àqueles que realizam o trajeto de carro. “O Petar tem uma demanda muito grande por conta das cavernas, uma busca principalmente por parte de turistas de um dia que saem da capital. O nosso trabalho no âmbito do Vale do Futuro é fortalecer este turismo de natureza e também reforçar a presença do Vale do Ribeira no mercado nacional como um destino de natureza”, reforça Lummertz. No litoral norte, Ilhabela se destaca com a oferta de windsurfe, vela, caiaque, turismo de base comunitária e em veículo 4x4. Segundo Lummertz, algumas operadoras
Petar, no Vale do Ribeira
ofertam pacotes para a observação da vida marinha, principalmente baleias e golfinhos. Com o objetivo de melhorar a estrutura, alguns parques estaduais estão passando por um processo de concessão. Trata-se de uma parceria entre o poder público estadual e a iniciativa privada, liderada pela Secretaria de Infraestrutura e do Meio Ambiente para a permissão do uso público das Unidades de Conservação. Outra ação da pasta
é o projeto Rotas Turísticas, ação que visa sensibilizar e capacitar os atores do setor de ecoturismo e turismo de aventura, a partir de 2021. “Nossa forma de fortalecer este nicho é trabalhar diretamente com os destinos para fazer a promoção integrada. Partimos também do princípio que quem é turista de natureza já tem noção e possui certo grau de responsabilidade ambiental e de sustentabilidade”, conclui o secretário.
Dunas do Jalapão
ao encontro desta retomada. Tocantins está se preparando para receber, logo que possível, seus visitantes. Queremos receber bem a todos, mas primeiro temos de estar com a casa arrumada”, destaca Maria Antônia. Esse processo de “organizar a casa” também envolve o investimento em melhorias de infraestrutura. Durante este período de quarentena e isolamento social, o estado se preocupou em acelerar algumas obras para melhor receber os turistas, como implementações de serviços em parques e atrações. Outro destaque é a qualificação profissional. O Tocantins vem promovendo cursos pautados neste cenário futuro de reaquecimento. O trade, por sua vez, tem a participação ativa no estado, visto que as ações contam continuamente com a presença das mais importantes associações do setor, como Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).
Maria Antônia Valadares
TOCANTINS Com sete regiões turísticas, com destaque para o Jalapão, o estado é considerado um destino com vocação natural para aventura e ecoturismo. Na divisa com Maranhão, Pará, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Piauí, o Tocantins tem diversidade de biomas e atividades, o que enriquece a experiência dos viajantes. De acordo com Maria Antônia Valadares, diretora de Projetos da Agência de Turismo de Tocantins, o estado está apostando na consolidação de vários produtos, enquanto enfrenta a crise decorrente da covid-19. 20 Brasilturis
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“Tocantins é hoje um dos principais destinos de ecoturismo. Todas as regiões têm planos de desenvolvimento voltados para esse potencial. Atualmente, estamos na fase de formalização desses projetos, a fim de fortalecer nossa imagem, alcançar o mercado e vender os produtos certos para os clientes certos”, comenta a diretora. Experiência é um dos grandes diferenciais prometidos nas atividades que promovem vivências junto a quilombolas, além das trilhas, rafting e passeios de cachoeira.
As Dunas do Jalapão, por exemplo, formam um dos produtos que mais encantam os visitantes pela possibilidade de combinar turismo de mera contemplação com o contato direto com a natureza. A expectativa é que o nicho seja motor de recuperação para o período pós-pandemia. “Estamos falando de um segmento que não é desenvolvido em grandes grupos, mas com famílias e amigos. E esse trabalho de fortalecer o potencial de cada uma de nossas regiões vem justamente
costa
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HOTELARIA
Enotel Convention & Spa reabre as portas em outubro
Resort no litoral pernambucano volta a receber hóspedes com estrutura renovada
POR CAMILA LUCCHESI
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m novo capítulo na história do Enotel Convention & Spa Porto de Galinhas está prestes a começar. O resort no litoral pernambucano reabre as portas em 1º de outubro com novas estruturas e oferta de serviço totalmente reformulada. Só um aspecto não muda: o foco em proporcionar experiências inesquecíveis aos hóspedes. As mudanças já estavam no planejamento do grupo português, antes mesmo da pandemia de covid-19 assolar o planeta. O cronograma no País foi mantido durante esse período crítico e incluiu adequações de segurança, higiene e distanciamento social, voltadas aos novos tempos. Em entrevista exclusiva ao Brasilturis Jornal, Idalina Pestana, CEO da rede Enotel Hotels, explica o redirecionamento da estratégia e adianta o que os hóspedes irão encontrar no complexo pernambucano. Diretamente da matriz, na Ilha 22 Brasilturis
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da Madeira, em Portugal, Idalina ressalta que a pandemia levou o grupo a optar por atrasar o plano de expansão que estava em curso e direcionar todos os recursos para beneficiar as unidades em operação: Enotel Convention & Spa, que será aberto no próximo mês, e Enotel Acqua Club, que começará a operar no início de 2021. A obra no complexo pernambucano é avaliada em R$ 120 milhões e reforça a importância do mercado brasileiro para a rede. LAZER PARA TODOS Com 160 mil m2 de área, o complexo irá manter o posicionamento de atender a todos os perfis de público e nichos de mercado. “Cada espaço foi pensado estrategicamente para criar serviços que venham a suprir as necessidades e interesses específicos. Incluímos facilidades e estamos implementando um novo modelo organizacional e logístico de ope-
ração nos hotéis, que reabrirão totalmente adaptados a uma lógica de serviço pensada para gerar confiança”, pontua a CEO do grupo Enotel. Essas facilidades ampliam a qualidade do serviço e incluem novos padrões de segurança e higiene, além de oferecer mais área útil para experiências de lazer ao ar livre. Entre as novidades estruturais, Idalina destaca a instalação de dois rios lentos, duas piscinas de ondas, remodelação da fachada do Enotel Convention & Spa, novo projeto de paisagismo e reformulação do spa, bares e restaurantes. Alimentação é um quesito à parte, já que todo o conceito gastronômico foi reformulado (saiba mais no box). Novas opções de entretenimento adulto e infantil, ferramentas tecnológicas e o relançamento do programa de fidelidade Enotel Club - com novo conceito, mais dinâmico e focado em experiências únicas - são os destaques em
termos de serviços. No caso do Enotel Acqua Club, a reforma inclui ainda o redimensionamento da recepção - com a proposta de oferecer atendimento personalizado e com conceito acolhedor -, e remodelação dos apartamentos. Entre as adequações desenvolvidas em decorrência da pandemia, a CEO reforça a adoção de protocolos rigorosos de sanitização, com normas específicas para limpeza e desinfecção de todas as áreas; novo layout e organização de mesas para garantir o distanciamento social – que também é demarcado no piso, nas áreas comuns -; obrigatoriedade do uso de máscaras; e readequação dos espaços do centro de convenções, bem como limitação da capacidade de público nas salas. Toda a equipe de colaboradores foi treinada e recebeu o equipamento de proteção adequado, de acordo com a função. Vale mencionar também que os protocolos não são somente teó-
MARKETING ricos: eles foram colocados em prática, com grupos reduzidos de convidados, para garantir que realmente funcionem. “A localização à beira mar, a variedade dos serviços oferecidos e a qualidade dos nossos recursos humanos são itens fundamentais para tornar a experiência do hóspede única e inesquecíIdalina Pestana vel. A aposta em tecnologia foi essencial para garantir o distanciamento social e permitirá que todas as necessidades dos hóspedes sejam atendidas, mantendo um serviço eficaz e a qualidade de serviços que nos caracteriza”, finaliza Idalina.
GASTRONOMIA ESTRELADA O chef pernambucano Sílvio Romero assume o comando do complexo que teve todo o seu projeto gastronômico reformulado. Muito além de mudanças no layout, migração para o serviço assistido nas estações de show coking e oferta de lanches individualizados e embalados nos bares 24 horas - ações que foram realizadas como medidas de segurança a clientes e colaboradores - a proposta é ampliar a experiência do hóspede nesse quesito, por meio de um conceito culinário arrojado que combina clássicos mundiais com tendências atuais. Com 25 anos de experiência, Romero se qualifica como um chef adepto da boa gastronomia. Reconhecido pelo cuidado na escolha de insumos e pela dedicação à mentoria das equipes, ele ressalta a priorização de ingredientes frescos, livres de aditivos químicos e de gordura trans, em todos os cardápios. “Toda a preparação será realizada no momento do atendimento ao hóspede, criando uma experiência única e personalizada”, destaca. Esse cuidado é marcante desde o início da carreira, quando Romero chefiou o restaurante Chez Georges, em Recife (PE). “Fomos pioneiros no que se tornaria um movimento de reconhecimento à gastronomia, o que resultou em muitos prêmios e reconhecimento público”, relembra. A atuação no empreendimento de Georges Andrea Thévoz, restauranter suíço formado pela Ècole Hortelière de Lausanne, trouxe ao chef essa premissa de servir pratos que equilibram o novo e o clássico. “Isso me definiu como profissional, permitiu que eu repassasse conhecimento da mesma forma que eu havia recebido e me ajudou a ter a maturidade para hoje, à frente desse empreendimento, trazer uma proposta de respeito ao público, com a condução e formação de equipes qualificadas para manter o projeto”, finaliza.
Glamping pode ser uma boa saída
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unanimidade entre políticos, profissionais da saúde e empresários: não haverá volta ao antigo normal. Independentemente do surgimento de vacinas e da possível cura. Artigos científicos sugerem, inclusive, uma mudança neurológica e comportamental nas mulheres e homens contemporâneos que será notada no médio e longo prazo. O que alguns poucos alegavam ser uma “pequena gripe” será conhecido como um dos mais importantes fatos do século 21. Houve quem duvidasse, seja por excesso de otimismo ou de pessimismo, do poder transformador da covid-19. Mas a pandemia trouxe mudanças significativas ao mundo dos negócios e na sociedade, de forma geral. Diante desse cenário, é preciso seguir avante. A expressão francesa “ll faut faire avec” é parente do nosso brasileiríssimo “é o que tem pra hoje”. Ambas são o mantra dos empreendedores. Não havendo condição ideal, sigamos com o que temos. Estrategistas asiáticos sempre ensinaram que não é saudável negar um problema. É preciso reconhecer sua existência e confrontá-lo, de forma criativa e corajosa. Ainda que haja uma demanda reprimida de viagens, a retomada, muito possivelmente, será mais longa e tardia do que se esperava. O que vai exigir, sim, apoio do Estado. Durante meses, diante do isolamento social imposto por autoridades sanitárias, empresários vociferavam diante do isolamento social sugerido por governadores, querendo responsabilizá-los por perdas de receita. E, qual não foi a surpresa que, mesmo depois da autorização de reabertura e com todos os protocolos de biossegurança implantados, os estabelecimentos continuaram com baixa ocupação. Mesmo entre os ricos, se observa a procura por destinos nacionais em detrimento dos internacionais. Da mesma forma, nunca se buscou tanto por opções ligadas à natureza. Algo que já se observava, mesmo antes da pandemia. O overtourism levou multidões aos aeroportos, aos parques temáticos, resorts e grandes destinos como Nova York, Barcelona, Paris e Londres. E onde há grandes aglomerações, há estresse, menos eficiência nos serviços, diminuição na segurança e aumento de custos.
Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em Administração e pós-graduado em Comunicação ricardo@promonde.com.br
Essa combinação já tinha sido responsável por levar destinos longínquos - mais isolados, de natureza exuberante e que proporcionavam desconexão da tecnologia e privacidade, com excelência em serviços - a ser o must go dos ricos e jet setters. Foi daí que surgiu uma “nova” categoria de hospedagem: os glampings, neologismo que mistura os conceitos glamour e camping. Quem inventou a expressão certamente nunca acampou. Porque os empreendimentos que recebem esta classificação só têm em comum com campings a proximidade com a natureza, a autenticidade e a distância em relação às grandes metrópoles. Geralmente são propriedades independentes - embora algumas marcas, como Four Seasons, já tenham hotéis nessa denominação -, com arquitetura sustentável e situadas em áreas preservadas. Mas se estão bem longe dos centros urbanos, o serviço precisa ser irrepreensível, digno das grandes capitais. Assim como a privacidade e originalidade dos ambientes, dos cardápios e das experiências. Há pouquíssimos empreendimentos brasileiros enquadrados nessa categoria, embora haja também muito espaço no País para este tipo de equipamento de hospitalidade. A Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) vem identificando propriedades com esse perfil, embora não usem a classificação glamping. A indústria já identificou o movimento das escape trips. Pequenas viagens, de até 300 quilômetros do ponto de origem, geralmente feitas em carros e helicópteros. Os números e as pesquisas mostram que não se trata de um modismo, mas de um comportamento que tende a permanecer. Esse conceito de viagem foi o que se manteve melhor, na comparação com as demais opções turísticas, em tempos pautados pelo novo coronavírus, e que deve se consolidar nos próximos anos. Afinal, uma boa notícia! www.brasilturis.com.br | Brasilturis 23
HOTELARIA
LÉXICO
Portas abertas para a arte POR ANA AZEVEDO
David Leslie Autor do livro “Turismo para Leigos e Curiosos”. leslie@cbsmarketing.com.br
Produtos & serviços... O que é o que é ?
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m 20 de agosto, foi inaugurado o Vila Galé Paulista, décimo empreendimento da rede no Brasil e o primeiro no estado de São Paulo. A iniciativa ‘ousada’, segundo Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo, também marcou a celebração dos 20 anos de operações da marca no País. A obra levou um ano para ser concluída e foi entregue no prazo estipulado. “Inaugurar um hotel no meio de uma pandemia foi uma ação ousada que tomamos porque ele já estava pronto e eu não gosto de deixar nada pela metade. Ter um empreendimento em São Paulo é um desejo antigo nosso, já que 50% de nossos clientes vêm da capital paulista. Acredito que o Brasil vai sair dessa crise e o Turismo terá um papel importante”, destaca Rebelo. Com investimento de R$ 60 milhões, o hotel de 108 apartamentos fica a 200 metros da Avenida Paulista e abre espaço para compartilhar movimentos artísticos, tanto nas áreas comuns quanto nas acomodações. “Ficou aconchegante e com um conceito diferente, que ressalta a cultura e a arte, assim como a cidade de São Paulo”, declara o presidente da Vila Galé. O Vila Galé Paulista opera com capacidade reduzida e seguindo as normas de segurança. Com perfil executivo, o hotel é equipado com restaurante, cafeteria, biblioteca, banho turco, piscina externa, sala de massagens e academia. Devido à situação epidemiológica no País, a sauna está fora de atividade e os demais ambientes compartilhados funcionam com limitação de público. 24 Brasilturis
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Jorge Rebelo de Almeida e Vinicius Lummertz
“Muitas pessoas falam que acreditam no Turismo no Brasil, mas não investem. Jorge não só diz, ele faz”, comentou Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo, que participou do evento de inauguração. Também estiveram presentes: Rafael Brito, secretário de Turismo de Alagoas; Fausto Franco, secretário de Turismo da Bahia; e Mário Carvalho, diretor da TAP para a América do Sul, entre outros empresários e autoridades do trade turístico. O grupo Vila Galé se prepara expandir o portfólio em Alagoas, destino que iniciará conexões regulares com Portugal, via TAP, a partir de outubro. “Nosso foco são os resorts. Estamos com um projeto em Alagoas e de olho no palácio do Rio Branco, em Salvador (BA). No Brasil, também tenho vontade de investir na recuperação de prédios nos centros históricos”, finaliza Rebelo.
onfesso que existem tantos significados para cada uma destas duas palavras que, muitas vezes, a despeito do óbvio, até os mais experientes estudiosos têm encontrado certa dificuldade em separar um termo do outro ou diferenciar os próprios conceitos em questão. Produto vem do latim “productus,a,um” que significa “levado para diante, alongado, desenvolvido”. Com o passar dos anos, vemos o conceito adquirindo compreensões mais específicas como “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” ou, mesmo, “coisa produzida” (a batata é um produto da terra); “resultado de uma transação, de um esforço” (produto da venda, de um trabalho), “resultado proveitoso de algo”, “rendimento, lucro, proveito”, etc. Na Matemática encontramos o “resultado de uma multiplicação” (21 é o produto de multiplicar três por sete), “produto cartesiano”, “produto vetorial”, etc. Na Fisiologia temos a “substância resultante de uma elaboração”. Na Medicina “o tecido anormal desenvolvido no organismo”. Na Filosofia “a consequência da concepção”. Na Química “o resultado de uma operação ou de uma reação química” (produtos químicos). No Marketing “algo que pode ser oferecido em um mercado para satisfazer uma necessidade”. Na Indústria, seria “o resultado de atividades ou de processos” (produto industrializado). De acordo com nossos dicionários, é “tudo aquilo que é produzido para venda em um determinado mercado”, “resultado da produção”... Também podemos escutar expressões como “produto da imaginação”; “o enfarte foi produto do excesso de trabalho”; “a empresa produziu um lucro de 100 mil Reais”; “a ordem dos fatores não altera o produto”, entre outros. Serviço também vem do latim “servitiium,ii” e expressa “a condição de escravo, escravidão, jugo ou obediência”. O termo também se aplicaria a “qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante eventual remuneração, inclusive de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária (salvo decorrentes das relações de caráter
DIREITO trabalhista)”. Serviço se concentra na ação ou no efeito de servir, de dar algo de si em forma de trabalho. O conceito permite, ainda, fazer referência aos “serviços públicos” (pagos pelos contribuintes através de taxas ou impostos). Na concepção econômica e/ou mercadológica, serviço é visto como um conjunto de atividades desenvolvidas por uma empresa com o objetivo de atender às expectativas e/ou necessidades dos seus clientes. Sempre lembrando de que serviço é entendido como um “bem não material”, um “exercício e desempenho de qualquer atividade”. Nas áreas de viagens e Turismo, muitos destes conceitos se fundem e, vez ou outra, nos confundem. Um virtual viajante poderá, eventualmente, precisar e/ou “demandar” serviços de assessoria ou orientação previamente à viagem, tais como: serviços de transporte, acomodação ou hospedagem, alimentação, traslados, aquisição de ingressos para atrações, auxílio de interprete, etc. Ou, até, de produtos específicos como “pacotes turísticos”: isto é, vários serviços reunidos e comercializados de forma “empacotada” (ao juntar, por exemplo, um serviço de transporte, mais um serviço de hospedagem, mais um serviço de traslado, mais um serviço de assistência personalizada, teremos “fabricado” um produto, vendendo o conjunto de todos estes serviços por um único valor e sob um mesmo “título”, denominação ou nome, não especificando o valor de cada serviço em separado. Profissionais do setor entendem que roteiros e/ou itinerários (que se constituem num conjunto de serviços e/ ou que incluem um conjunto de serviços), quando reunidos e comercializados debaixo de uma mesma denominação e vendidos a um valor único/ global se transformarão em um produto turístico. Verdade é que conceitos de produto e/ou serviço irão, necessariamente, variar de acordo com o contexto no qual cada um deles é inserido.
Voltas e reviravoltas da Lei Geral de Proteção de Dados João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de Turismo e hotelaria. joao.bn@bnem.com.br
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ovos desdobramentos em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ocorridos na última semana de agosto, me obrigam a voltar ao assunto para trazer a real situação do status da lei diante da reviravolta promovida pela aprovação, com modificações, da Medida Provisória nº 959/2020 pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A MP 959 aguarda análise do Presidente da República, que tem até 17 de setembro para sancioná-la ou vetá-la. Independente do veto ou sanção, a derrubada de um dos artigos pelo Senado faz valer o regramento aprovado em agosto de 2018. A lei determina diferentes datas de vigências para assuntos diversos, sendo que a maior parte deve considerar o prazo de dois anos. Isso quer dizer que o “vacacio legis” ficou estabelecido para a maioria agosto de 2020. Medidas punitivas pelo descumprimento da lei só terão validade em agosto de 2021 e esse tema não foi objeto de mudança nas recentes movimentações das duas casas. Antes desse prazo, não há possibilidade jurídica para aplicação de penas, até mesmo pela inexistência da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, órgão que será responsável por garantir o cumprimento da lei. A instalação da agência também avançou. Na mesma semana das aprovações, foi publicado o decreto 10.474/2020 que “aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Con-
fiança da Autoridade Nacional de Proteção de Dados e remaneja e transforma cargos em comissão e funções de confiança”. É mais um passo essencial - atrasado claro, mas importante - para a plena vigência da LGPD. Um longo caminho ainda deverá ser percorrido para a formação da agência. É sabido que muitas empresas ainda não estão preparadas para atender às exigências da lei. Agora, decorridos dois anos, muitos terão de literalmente correr para buscar o entendimento e a adaptação em suas empresas para atuar em conformidade aos termos da LGPD. Com tantas reviravoltas, o que temos de concreto, levando em conta que a lei entrará em vigor com a decisão do Presidente da República, muito provavelmente ainda neste mês de setembro? O primeiro ponto é que a lei passa a valer em sua maior parte, exceto pelo trecho que prevê a aplicação das multas a partir de agosto de 2021. Ou seja, todas as empresas públicas ou privadas, de qualquer porte e perfil de negócio deverão obedecer e praticar o que está disposto no texto. Passam a valer os direitos dos titulares dos dados coletados e armazenados sobre informações pessoais, que estão bem detalhados no texto legal. Observem que, durante as últimas semanas, vários aplicativos e sites têm requerido autorização para iniciar a navegação do usuário. Até este momento, esta prática já acontecia por conta dos “cookies”, mas agora passa a integrar
todo o escopo da lei. Se clicarmos em um desses “pop ups” e procurarmos o texto alusivo ao aviso, poderemos ver que estará detalhada a finalidade da coleta e outras condições em relação aos dados pessoais dos usuários. A partir de agora está terminantemente proibida a comercialização de endereços de mailings, por exemplo, uma prática considerada usual em alguns setores. A proibição vale até mesmo entre empresas do mesmo grupo empresarial, como acontece no Turismo, quando determinadas empresas administram marcas distintas para operar em diferentes segmentos - eventos, corporativo e o lazer, entre outros. Assim que elas receberem os dados pessoais dos clientes, logo no momento inicial de coleta, elas deverão deixar expressa a finalidade de uso dos dados, com detalhamento que o usuário poderá receber propostas ou campanhas exclusivamente das empresas X, Y ou Z pertencentes ao grupo. Caberá ao usuário aceitar ou não esta finalidade. Mesmo após o aceite, o cliente deverá ter acesso e caminho para requerer que seus dados não sejam mais trabalhados, retidos e utilizados pela empresa detentora até então. Isto posto, é aconselhável que as empresas busquem conformidade, apesar de não termos ainda a análise do Presidente. Mais cedo ou mais tarde as sanções terão início e, pela experiência em curso na Comunidade Europeia, as multas serão severas e atreladas ao faturamento das empresas. Vale lembrar que o governo foi, até o momento, o grande responsável pelo descrédito da lei, uma vez que não a trouxe ao rol de prioridades para o País, ainda em 2018. Mas, mesmo com atrasos, seu pleno vigor será inevitável diante das questões econômicas envolvidas! www.brasilturis.com.br | Brasilturis 25
VIA SUSTENTÁVEL
Parcerias entre destinos turísticos
Cássio Garkalns CEO da GKS Inteligência Territorial e professor do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade (FIA/USP) cassio@gks.com.br
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om o impacto da pandemia, o debate sobre o desenvolvimento sustentável de destinos turísticos ganhou ainda mais destaque, ampliando o leque de desafios já conhecidos como sazonalidade, identificação de diferenciais, importância da qualificação, superlotação na alta temporada e ócio de equipamentos e serviços turísticos na baixa estação. Em contrapartida, é cada vez mais comum o uso de instrumentos de planejamento municipal pautados em aspectos técnicos como formas de enfrentamento a esses e outros problemas. Também se tornou habitual criar uma visão compartilhada de futuro, a exemplo de diagnósticos da oferta, estudos de
demanda (real e potencial), formatação de produtos (em rotas e circuitos), monitoramento de redes sociais, planos e ações de marketing, e, atualmente, adoção de protocolos de biossegurança. Contudo, mesmo os gestores públicos que já expressavam preocupação com questões relacionadas a planejamento e gestão, viram a pandemia da covid-19 abalar seus esforços, mostrando outro fator indispensável para o desenvolvimento sustentável dos destinos: a articulação de alianças para além do olhar local ou mesmo microrregional. Mesmo sendo relativamente comum a existência de iniciativas associadas à criação de rotas e circuitos que conectam dois ou mais municípios, uma forma de articulação e de convergência de esforços pouco explorada – que, inclusive, contempla municípios não limítrofes - é a estruturação de parcerias. O modelo, além de fortalecer a autonomia do destino turístico na escolha de aliados, transpõe distâncias geográficas e permite que municípios que se julguem complementares possam buscar formas de apoio mútuo, mesmo que pertencentes a regiões distintas.
TURISMO LGBT+
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econhecido pelo mercado como um espaço de geração de conteúdo e debate de estratégias sobre o segmento, o Fórum de Turismo LGBT do Brasil migrou sua proposta para a edição 2020. Originalmente marcado para acontecer em 9 de junho, no formato presencial, o evento será realizado em plataforma online entre os dias 23 e 27 de novembro. Alex Bernardes, idealizador e diretor do evento que teve sua primeira edição em 2017, explica que a mudança tem foco em garantir a segurança dos participantes, dada a evolução da pandemia no País, que ainda mantém um clima de incerteza pairando sobre a realização de encontros presenciais. “Por uma questão de responsabilidade, optamos pelo formato 100% online, com disponibilização do conteúdo que será gravado em estúdio, com tecnologia 26 Brasilturis
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Considerando que a formação de uma parceria representa um acordo entre duas ou mais partes em prol de objetivos em comum, é fundamental que os atores envolvidos desempenhem seus papeis e responsabilidades de forma séria para que o arranjo proposto funcione. Nesse sentido, uma parceria focada no turismo em oposição à ideia de concorrência direta pode estar pautada pelo entendimento legítimo e inteligente de que o resultado de ações alinhadas pode fortalecer conceitos e características presentes em todos os parceiros, como qualidade de produtos e serviços, semelhança do fator de atratividade, perfil da demanda. Com essa visão, o estabelecimento de parcerias tem sua importância para além da divulgação e marketing dos destinos envolvidos, contemplando também decisões estratégicas tomadas de forma conjunta, fortalecimento na busca de apoios externos, realização de eventos faseados (com uma etapa em cada município) e promoção recíproca, entre outras possibilidades. Um bom exemplo nessa direção é o início de uma aliança entre os municípios de Ilhabela (SP) e Caman-
ducaia (MG), principalmente considerando as características do distrito de Monte Verde. Quais são os pontos de convergência entre um destino de montanha e um de sol e mar? São muitos! A atenção dada à sustentabilidade e à qualidade, a valorização de atividades ao ar livre, o foco em clientes com padrões socioeconômicos similares, a disposição em desenvolver eventos integrados. As primeiras ideias para um primeiro evento ao ar livre e que ocorra em duas etapas - uma em Monte Verde e outra em Ilhabela - já estão sendo debatidas, assim como uma possível estratégia de descontos cruzados entre estabelecimentos “irmãos”, pela qual o cliente que frequentou determinado local em um destino tem desconto na outra cidade e vice-versa. Algumas parcerias podem até começar a ser orquestradas em momentos de crise, quando a união e o apoio se tornam ainda mais necessários, mas podem se transformar em importantes ferramentas para a ampliação e distribuição anual da demanda. Desde que sejam conduzidas de forma técnica, participativa e com muita disposição! Vamos em frente!
Fórum de Turismo LGBT do Brasil será realizado em plataforma online
HD, e veiculado no Youtube e nas plataformas do Brasilturis Jornal e da revista ViaG”, explica. O Fórum de Turismo LGBT do Brasil é uma plataforma geradora de conhecimento que reúne os melhores profissionais do mercado para networking e apresentações. Com o objetivo de ampliar o entendimento do trade em relação às peculiaridades no atendimento a esse perfil de viajante, os especialistas convidados auxiliam agentes de viagens no desenvolvimento de produtos que atendam às demandas do segmento, por meio de palestras e cases de sucesso. Depois de observar o comportamento do mercado em relação a lives e webinars, Bernardes decidiu dividir a oferta de conteúdo em cinco blocos de uma hora, sendo que a veiculação será restrita a um episódio por dia. “Ninguém aguenta mais ficar por muitas horas à frente do computador,
então optamos por segmentar a apresentação para garantir mais engajamento dos participantes”, detalha. Cada bloco terá um tema específico e será dividido em dois tempos. Os 30 minutos iniciais serão dedicados a um painel com dois convidados e um mediador. Já os 30 minutos finais terão apresentações curtas focadas no assunto do dia. Com a inovação no DNA, a quarta edição do evento traz propostas inovadoras de abordagem, como a inclusão de debate sobre estratégias para explorar as oportunidades do segmento Mice (meetings, incentives, conferences e exhibitions) e a importância de vincular marcas a causas sociais. “Pesquisas recentes mostram que a pandemia vem reforçando o desejo das pessoas de consumir produtos e serviços exclusivamente de empresas engajadas socialmente. Eles requerem posturas adicionais das marcas
que devem reverter algo para a sociedade, além da geração de postos de trabalho, que é um aspecto óbvio no desenvolvimento dos negócios. O debate pretende ajudar empresas que desejem aliar suas marcas à causa LGBT”, finaliza Bernardes. A edição 2020 tem apoio da R1 Soluções Audiovisuais, que fará todo o suporte técnico do evento, e do hotel Pullman São Paulo Vila Olímpia, que cederá os estúdios para a gravação dos conteúdos que serão transmitidos em novembro.
AGENDA 23/11: MICE LGBT 24/11: Turismo LGBT na Terceira Idade 25/11: Diversidade LGBT no Turismo 26/11: Políticas Públicas 27/11: Marca Social
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