Brasilturis Ed. 817 - Outubro

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ENTREVISTA Ralf Aasmann debate o segmento de consolidação e aponta possíveis influências das eleições

AVIAÇÃO Air France–KLM comemora 90% de ocupação nos voos Fortaleza–Paris e reforça importância dos agentes

ANÁLISE Mariana Aldrigui atualiza o número de atividades econômicas que têm relação com o turismo

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Ano 38

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nº 817

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OUTUBRO 2018

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@brasilturisjornal

IMPACTOS POLÍTICOS NO SETOR

Foto: Carol Mendonça/Abav

Foto: Marcello Zambrana/Abav

Foto: Daniel Vorley/Abav

Apesar das incertezas, 46ª Abav Expo segue forte com capacitações e apresentação de novas tecnologias

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CEARÁ

Mistura de história, arquitetura, cultura e arte urbana prova que o Colorado não vive apenas de neve Foto: Visit Denver

Rota das Falésias e Rota Verde do Café combinam atrativos de mar e montanha e sinalizam novos destinos

HALLOWEEN

DENVER (EUA)

Universal Orlando estreia Horror Nights com 10 casas assombradas abertas até 3 de novembro Pág. 16

EQUIPOTEL Soft brands e tecnologia foram destaques na programação que teve foco em hotéis independentes Pág. 20

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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe

Silêncio dos bons

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Abav Expo Internacional de Turismo reforçou duas importantes mensagens. A primeira, que não é novidade para ninguém, versa sobre a importância da união. Sim, nascemos e escolhemos os caminhos que desejamos trilhar sozinhos. Seguimos conselhos, consultamos pessoas próximas e interessadas no nosso desenvolvimento pessoal, mas a decisão é exclusivamente nossa. Indivíduos com a mesma motivação contribuem para a construção de uma realidade compartilhada que, em teoria, exibe o melhor cenário para todos. E cada pessoa que se junta ao grupo torna-o mais coeso e mais forte. Pode parecer óbvio, mas é importante destacar a importância de lutar por objetivos comuns, especialmente em tempos de polarização e extremismo. Essa luta tem de ser conjunta e não apenas de um conhecido grupo de dirigentes que, comprometidos com o bem comum, cumpre agendas semanais em Brasília para manter vivas as pautas importantes para o desenvolvimento do turismo. Também não deve ser objetivo de apenas um conjunto de empresários bem-sucedidos que carrega nas costas a responsabilidade de fazer o País crescer por meio da atividade turística. A união precisa estar na base. Não dá mais para se apoiar no argumento de que não há suporte do poder público, logo não há nada a se fazer. Nem se esquivar dizendo que plataformas de hospedagem compartilhada ou empresas de comércio on-line estão acabando com a atividade. Novos tempos exigem soluções para novos desafios e isso não vai mudar. Cada avanço tecnológico exigirá ainda mais resiliência e capacidade de adaptação. E de superação. É preciso que os agentes de viagens, profissionais que atuam na linha de frente das vendas, também comprem essa briga. Não dá para viver um dia depois do outro, fazendo apenas o “arroz com feijão” e aflito com incertezas em relação ao futuro. Se não tem apoio do governo, vamos nos juntar aos dirigentes e somar vozes na luta por esse suporte. Para perseverar, é preciso se unir. E, muitas vezes, se indignar. Parafraseando Manoel Bandeira, é preciso se posicionar farto do “lirismo comedido; do lirismo bem comportado, do lirismo funcionário público com livro de ponto”. Ajudamos a construir uma indústria que movimenta 571 segmentos da economia brasileira – e não apenas 52, como sempre foi propagado. Fazemos muito mais do que vários setores que estão à nossa frente na conquista de investimentos. Uma das explicações para isso é a falta de visibilidade, que pode começar a ser resolvida com a união de forças. É aí que se encaixa a segunda mensagem reforçada durante a feira. Além de união, é preciso insistência. Um grupo unido e engajado pode fazer muito pelo turismo, enquanto a omissão e o silêncio não levam a lugar algum, como pontuou Márcio Santiago, do Brasil CVB, durante painel realizado dentro da programação da Vila do Saber. Podemos fazer a diferença com nossas vozes, nossa indignação e nossa persistência. Em uma época que trouxe à tona termos como protagonismo e empoderamento, é preciso sair do discurso e assumi-los de fato. Boa leitura, bons negócios! www.brasilturis.com.br

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ENTREVISTA

Desvendando a consolidação uma possível influência da esfera política.

Ralf Aasmann Diretor-executivo da Air Tkt

Por Leonardo Neves

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segmento de consolidação esteve em foco nos últimos meses com a compra da Esferatur pela gigante CVC Corp. Porém, de acordo com Ralf Aasmann, diretor-executivo da Associação Brasileira de Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens (Air Tkt) o cenário não deve mudar. Em entrevista ao Brasilturis, o executivo detalhou os motivos e sinalizou os principais entraves do setor, além de reforçar

Como sua experiência anterior em companhia aérea ajuda a encarar os desafios à frente da associação? Estou aprendendo muito sobre a parte de consolidação, porque quando eu estava em companhia aérea, o consolidador era meu cliente e eu achava que sabia tudo sobre o tema. Hoje vejo o quanto eu não entendia. Com a minha experiência, consigo resolver algumas questões internas da Air Tkt por entender o pensamento das companhias e, com isso, gerar um bom relacionamento. Quais foram as principais conquistas para o segmento alcançadas no último ano? Nos últimos anos, investimos na transparência com o mercado. Em 2017, enviamos uma carta aberta ao trade, detalhando todo o pro-

cesso das consolidadoras, pois muitos agentes, quando contratam um subconsolidador [um intermediário contratado por micro agências], não sabem que estão lidando com alguém que não irá fazer o contato direto com as companhias e que ainda terão de passar pela consolidadora. Também avançamos com o PCI [sistema antifraudes]. Como a Air Tkt vem trabalhando essa questão do PCI? Fomos a primeira empresa de consolidação a abraçar o PCI. Além disso, promovemos um encontro com representantes de tecnologia dos associados da International Air Transport Association (IATA) para explicar e detalhar tudo sobre o PCI, junto com pessoas ligadas a bancos, a fim de melhor alinhar as normas de segurança de transações financeiras e evitar fraudes. Quais são os principais entraves e desafios para as consolidadoras no momento atual? Entre os principais entraves estão questões que envolvem a definição de critérios de crédito: formas de como manter esse crédito e aprimorar ainda mais a implantação de medidas antifraude, além de nos aproximarmos mais das companhias aéreas e da IATA. Recentemente, pela primeira vez, conseguimos reunir os principais executivos das associadas em uma reunião, o que foi um grande avanço para estreitarmos essa relação, mas que ainda precisa melhorar. São pontos que queremos aprimorar nos próximos anos. Como você avalia o compliance entre as companhias aéreas IATA? As companhias aéreas associadas inventam um monte de regras e depois se escondem atrás da IATA. Há uma série de peculiaridades de cada país que não são levadas em consideração e as condições que as companhias impõem acabam afetando as consolidadoras. Por exemplo, a divulgação de uma tarifa promocional com destino a Europa exclusiva para passageiros que não despacham malas. Para o passageiro do Brasil, não despachar mala em uma rota longa é impossível. Porém, como as companhias querem ser globalizadas e inclusivas, essa tarifa surge para o mercado brasileiro. Só que, quando o viajante chega ao embarque e

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não consegue despachar as malas, isso acaba gerando problemas. As aéreas pedem, inclusive, para pararmos de vender, tamanha a confusão gerada. Quando cobradas, as consolidadoras acabam sendo responsabilizadas por conta do que é decidido junto à IATA. Isso porque ela não é um órgão regulamentador, apenas uma associação das companhias aéreas. Após quase dois meses do anúncio, como você avalia os impactos da venda da Esferatur no mercado? Neste primeiro momento, nada se altera. Apesar de ter sido comprada pela CVC, a Esferatur segue operando no segmento de consolidação da mesma forma. Porém, resta saber se os clientes continuarão a querer fazer negócios com uma empresa tão grande, já que, muitas vezes, eles preferem lidar com pessoas. Qual é a sua visão em relação à formação do grupo CVC Corp e o que muda para o futuro? A CVC é um grupo cada vez mais forte e robusto e que, com o tamanho que chegou, poderá ajudar muito o turismo de maneira institucional. Isso quer dizer se aproximar do Congresso Nacional e pleitear, cada vez mais, a presença das pautas do segmento entre os políticos e, consequentemente, ajudar a fazer o País crescer. Como o resultado das eleições pode afetar o mercado no médio prazo? Com um cenário político tão indefinido, seria precipitado fazer qualquer premonição de impacto no mercado. Mas, analisando todos os possíveis candidatos à presidência, já sabemos que nenhum deles será o salvador da pátria. Se pudesse priorizar uma pauta importante para o turismo durante a próxima gestão, qual seria? São alguns pontos essenciais que precisam ser priorizados, porém sem ordem exata: educação e formação de profissionais de turismo; zelo e cuidado pelas atrações turísticas do Brasil; investimentos em infraestrutura; leis com punições mais severas para fraudes; valorização dos serviços, como a hotelaria; controle de gastos e investimentos em segurança.


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RAPIDINHAS

Nova marca Está marcado para 30 de outubro o lançamento oficial da nova marca e posicionamento do Grupo Rio Quente. Segundo Daniela Rocco, gerente de experiência em vendas nacional, a integração das equipes dos hotéis Rio Quente Resorts e Costa do Sauípe vem sendo feita desde o anúncio da aquisição, oficializada no início do ano. “Um dos exemplos é a oferta de diversão na temática de Angry Birds que estará nos dois empreendimentos a partir de 4 de outubro”, comentou Daniela.

Daniela Rocco

Peru Week 2018 De 9 a 22 de novembro, São Paulo recebe a sexta edição do Peru Week, campanha de promoção da gastronomia do destino. Milagros Ochoa, diretora do escritório do Promperú no Brasil, conta que o evento terá 10% mais participantes neste ano. Já estão confirmados 90 operadores brasileiros de 21 estados, três companhias aéreas e 50 restaurantes. Em 2017, o país recebeu 180 mil brasileiros, número 17,2% maior do que no ano anterior. De janeiro a junho de 2018, o destino já registrou crescimento de 20% comparado com o mesmo período no ano passado.

Troca no comando A Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) aproveitou a 46ª edição da Abav para anunciar Antonio Carbone como novo diretor-executivo. Carbone assume o cargo em 1º de novembro, com o objetivo de tornar o mercado de viagens corporativas em “um agregador não só para as empresas, mas também para o turismo no geral”, como ele defende. O executivo vem de uma longa experiência associativa na IATA, além de acumular 10 anos de trabalho na antiga Varig.

Pelos rios Foto: José Cáceres - PROMPERU

Tadros assume CNC Em 27 de setembro, José Roberto Tadros foi eleito presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com mandato até novembro de 2022, o empresário amazonense substitui Antonio Oliveira Santos e assume o comando da entidade em 19 de novembro. “Vamos dar sequência ao projeto de modernização, permitindo consolidar os avanços conquistados pela CNC e ampliar sua força e relevância”, disse o presidente eleito.

Antonio Carbone entre Carlos Prado e Luiz Vabo

Antonio Oliveira Santos e José Roberto Tadros

Ao longo do próximo ano, quatro embarcações irão estrear nos rios da Europa e da Ásia. Os navios Mora, Magna e Douro, da Ama Waterways; e o Harmony, da Emerald, acrescentam mais opções de roteiros intimistas. AmaMora, Ricardo Alves que estreia em abril, irá agregar mais oferta no roteiro do rio Reno, que liga a Holanda a Suíça. O AmaMagna, uma embarcação mais larga com 28 cabines adicionais e um deque exclusivo para esportes aquáticos, fará roteiros pelo rio Danúbio (Alemanha a Hungria) a partir de maio. O AmaDouro, com estreia marcada para abril, navegará nas águas de Porto, em Portugal.

Maior do mundo A Big Apple está se preparando para receber a maior Parada LGBT do mundo, a One World Pride NYC 2019, com eventos nos dias 28, 29 e 30 de junho de 2019. A data marca a comemoração dos 50 anos de Stonewall, a rebelião dos LGBTs contra a polícia que mudou a forma como a comunidade era tratada e o início das marchas pelos direitos LGBT. A expectativa é receber 3 milhões de pessoas na semana da marcha, mas a programação se estende durante todo o ano. “Stonewall foi o divisor de águas para a comunidade que não aceitou mais ser humilhada e saiu às ruas para lutar por seus direitos”, disse Lisa Tejeda, diretora de desenvolvimento do mercado de turismo de Nova York para a América Latina.

Para pequenos A GP Hotéis está investindo na oferta de gestão administrativa para hotéis de pequeno porte do Brasil. Atualmente, a cartela de clientes da empresa conta com seis empreendimentos: três em Caldas Novas (GO), um em Biritiba Mirim e outro em Araçatuba (SP). Em novembro, a GP passará a administrar uma pousada boutique em Ilhabela (SP). 6

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José Lopes e Francisco Lopes

Polônia em alta O Turismo da Polônia tem apostado forte na captação de viajantes do Brasil, com a realização de roadshows pelo país ao longo do último mês de setembro. O turismo do país, que recebe aproximadamente 25 mil brasileiros anualmente, visa intensificar as ações e firmar novas parcerias para consolidar o destino europeu no roteiro de viagem dos turistas brasileiros. Na foto: Dorota Zadrozna e Katarzyna Braiter


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MARKETING

O turismo em chamas Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação. ricardo@promonde.com.br

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trágico acidente que consumiu o edifício e parte significativa do acervo do Museu Nacional do Rio tem, além dos óbvios e já mencionados simbolismos, outro que é igualmente dramático: o desrespeito total do nosso País à memória, inclusive no turismo. Somos um país jovem, mas não demonstramos a idade. O que po-

deria ser um elogio para um indivíduo soa, neste caso, como um lamento quando se trata de uma nação. O Brasil parece uma criança: sem passado, sem limites, sem consciência da autorresponsabilidade, esperando ser guiado por um adulto. Como nós, que trabalhamos com turismo, podemos permitir que o patrimônio histórico de cidades como Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) sejam relegados ao total (sim, total!) abandono? Como explicar que um acervo que possuía murais de Pompeia, múmias e o mais antigo fóssil humano das Américas fosse desconhecido por parte significativa dos turistas que visitavam a capital fluminense? Assim como a maior parte dos turistas que visitam São Paulo nunca pisou na Pinacoteca, no Museu de Arte Sacra ou ainda no Museu do Ipiranga, fechado há anos para o público. O Quai Branly, em Paris, apresenta a produção artística das primeiras civilizações das Américas. Muitas peças vindas do... Brasil. O brasileiro é conservador no que existe de pior, e não busca preservar o que tem de melhor, sobretudo sua produção cultural e artística.

E não se trata de um problema ideológico. Há, por exemplo, aqueles que atacam as memórias dos bandeirantes. Não se trata de considerá-los heróis ou vilões, mas de preservar os documentos e vestígios da passagem deles e construção de nossa história. Adianta construir um museu do futuro enterrando completamente o passado? A questão da memória vai muito além da preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro. No turismo, não preservamos marcas. É quase impossível pensar em ter uma categoria Palace na hotelaria tupiniquim (e uso esse adjetivo como um elogio). Nossos hotéis de luxo, com raríssima exceção, não estão em prédios legendários e históricos. Nossos melhores e mais antigos restaurantes possuem, quando muito, cerca de cem anos. Em recente pesquisa que conduzimos junto à imprensa, profissionais de turismo e consumidores, percebemos que apenas duas marcas poderiam integrar o patrimônio do turismo brasileiro. Aqueles que construíram o mercado e ainda estão vivos sequer recebem convites para as feiras que ajudaram a erguer no passado. As eleições deste ano mostram a total desconsideração com a memória. Qual a trajetória daqueles que desejam conduzir uma das mais importantes economias do mundo? O que fizeram? O legado é mais importante que o desejo de construir. Sequer nos lembramos dos ministros que conduziram as estratégias de promoção turística do País. Como eleger deputados e senadores que nunca tiveram preocupação com nosso segmento? Que ações de interesse de nossa indústria os atuais candidatos à presidência apoiaram? Existe um frenesi pelo porvir. Vivemos pensando no futuro. Mas o futuro é construído a partir do respeito às experiências vividas e à memória. Se não houver essa consciência, continuaremos sendo uma nação sem passado. E sem futuro.


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DIREITO

Lei Geral do Turismo em pauta João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. Membro da Comissão de Direito Aplicado à Hotelaria e Turismo da OAB-SP. joaobueno@buenonetoadvocacia.com.br

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o artigo anterior, citei a importância da segurança jurídica como forma de melhorar o ambiente de negócios e, consequentemente, atrair mais investimentos ao setor do turismo. O cenário passa, sem sombra de dúvida, pela Lei Geral do Turismo. Editada em 2008 e regulamentada dois anos depois, a LGT foi um grande impulso ao fortalecimento do setor que não dispunha de norma específica. A regulamentação constitui grande avanço em se tratando de planejamento turístico e na implantação de políticas públicas por parte do Estado. Note-se que o Ministério do Turismo foi criado no ano de 2003, nos brindando com pasta, estrutura e orçamento específicos para o desenvolvimento do turismo brasileiro. Até este momento, o tema era tratado através de portarias, normas, resoluções e decretos. Como, por exemplo, o decreto de 1938 que regulou a entrada de estrangeiros no País, outro de 1940 versando sobre a atividade das agências de viagens, e o que criou a Embratur, datado de 1966. Ao final, eles não produziam os efeitos esperados pelos protagonistas do setor. Toda esta normatização do turismo é recente e, apesar de ainda

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imperfeita, trouxe significativos avanços no caminho da formalização do setor. Na LGT encontramos a definição sobre o turismo, como “as atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer ou negócios”. Este conceito é o mesmo definido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) e o principal órgão internacional do setor. A LGT também estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor e disciplina a prestação de serviços turísticos, cadastro, classificação e fiscalização dos prestadores de serviços. Meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras e espaços para eventos, dentre outros, são definidos e regulados na LGT, com direitos e deveres estabelecidos. O principal dever é a obrigatoriedade de inscrição de todo prestador de serviços turísticos no Cadastur, cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor. Este sistema foi instituído em 2006, mas não era obrigatório até a edição da LGT. Quando citamos a obrigatoriedade, imediatamente a fiscalização é suscitada, e este é ainda um dos gargalos. O tamanho do Brasil e a quantidade de prestadores de serviços dificultam a cobertura, ficando muitas vezes a cargo do poder judiciário, quando suscitado por algum litígio, avaliar e julgar se todos os pontos exigidos pela lei

estavam sendo respeitados e cumpridos pelos envolvidos. O ideal é que caminhemos para um cenário preventivo, com minimização de riscos. Ao Estado, cabe sua parte no cumprimento das obrigações, promovendo o cumprimento da lei e fiscalizando. Juridicamente há mudanças como a necessidade da formalização da contratação com clientes e fornecedores, a responsabilidade pela reparação de danos, a prevenção, indo na linha da legislação consumerista – Código de Defesa do Consumidor - que já trazia normas gerais para as relações de consumo e se tornaram mais objetivas quanto às especificações para as relações de consumo no mercado de turismo. E vai além, exigindo que os contratos contenham as condições para alteração, cancelamento e reembolso do pagamento dos serviços, as empresas e empreendimentos incluídos no pacote de viagens, as restrições para sua realização e todas as informações necessárias e adequadas sobre o serviço a ser prestado. Diferentemente de outras áreas, no turismo ainda encontramos informalidade nas relações, sendo que muitas negociações envolvendo valores significativos são efetuadas sem as formalizações necessárias, como a confecção de contratos, pré-contratos, propostas e outros. Não raro, sequer existe documento escrito, limitandose a propostas e e-mails trocados. Claro que todas as evidências de um negócio são provas, válidos pelo nosso ordenamento jurídico, que admite também contratações

verbais, mas muitas vezes o melhor caminho seria a elaboração de documento escrito com todas as características da transação a ser formalizada, de acordo com o que estabelece o Código consumerista e a LGT. No que tange aos meios de hospedagem, o artigo 23 traz definição e regras importantes que norteiam e irão aprimorar ainda mais as relações de consumo, a partir de melhorias que estão contidas no projeto de alteração à Lei Geral do Turismo, em vias de ser submetido à votação pelo poder público. Previsões de prazo de cancelamento de reservas atrelados a percentuais de reembolso, a duração da diária, levando-se em conta o intervalo necessário à preparação e arrumação do apartamento entre duas hospedagens, e não mais fixadas em 24 horas como na versão inicial da Lei que não levaram em conta as necessidades operacionais dos empreendimentos e a inclusão na Lei das plataformas on-line de viagens, hospedagens e assemelhados, como meio de reserva e compra. E regras alusivas à execução de obras musicais nas áreas comuns, excluindo para fins de arrecadação dos direitos autorais às execuções no interior dos apartamentos dos empreendimentos, por serem de uso privado. Não podemos mais não pensar no turismo sem passar pelo fortalecimento da LGT. Significativos avanços já foram experimentados desde sua edição. A atualização que está em vias de ser votada atende a dinâmica e evolução do setor, com o aperfeiçoamento da legislação.


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AVIAÇÃO

Air France-KLM registra ocupação acima de 90% Por Velma Gregório

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ean-Marc Pouchol, diretorgeral da Air France–KLM para América do Sul, comemorou o sucesso nas vendas durante os primeiros três meses da operação, iniciada em julho deste ano. As operações mantêm uma média acima de 90% de ocupação, chegando a 98%. Hoje são quatro voos semanais e, em novembro, serão sete. “Com isso, teremos oferta de 1,3 milhão de assentos do Brasil para a Europa anualmente”, disse Pouchol. O anúncio foi feito durante a abertura do ‘Encontros à Francesa’, evento B2B organizado pela Atout France que foi realizado em Fortaleza (CE), entre 23 e 26 de setembro. Segundo Pouchol, dois terços das vendas de bilhetes da Air France-KLM hoje, no Brasil, são reali-

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zadas por agências de viagens e a crença é que o desempenho será sustentável ao longo do ano. “Temos uma demanda importante de lazer, mas também trabalhamos o corporativo, principalmente para atender à região de Manaus”, afirma o diretor. Pouchol explica que o sucesso da operação se dá porque o hub não é baseado no atendimento de uma só cidade. A proposta da Air France-KLM é desenvolver o mercado para as regiões Norte e Nordeste. “Entre 25% e 30% dos passageiros chegam a Fortaleza para conexão com outros destinos, em especial Salvador, Brasília, Belém e Manaus” apontou. Viagem realizada a convite da Atout France, com seguro Affinity.

Retrofit e ampliação

Latam investiu U$S 400 milhões em retrofit de cabines executivas e da malha doméstica. A aérea também investiu em Wi-Fi a bordo, com expectativa de implantar a novidade em 40 aeronaves até o final desse ano. Igor Miranda, diretor Igor Miranda comercial, destacou o sucesso de alguns voos internacionais anunciados pela aérea, como Lisboa, Roma, Los Angeles, Boston e Tel Aviv. Para o verão brasileiro em 2019, a companhia reforçou algumas operações com voos extras. Salvador-Buenos Aires, Rio de Janeiro-Montevidéu, Rio de Janeiro-Buenos Aires, Rio de Janeiro-Santiago e São Paulo-Orlando ganham novas frequências.

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Novas rotas

Ryanair abriu as vendas para todos os voos programados até outubro de 2019. A principal novidade da low cost é o aumento de oferta em Berlim, Dublin, Londres, Madri e Milão, além de 23 novas rotas a partir dos principais aeroportos da capital inglesa – sendo três a partir do aeroporto de Exeter, o que permite conexões mais fáceis para os clientes que estão no sul da Inglaterra. 12 Brasilturis

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Foco em experiência

epois de dedicar um ano à expansão da malha – que conta agora com 25 destinos domésticos e quatro internacionais, incluindo a estreia de Nova Iorque no final de 2017 –, a Avianca volta todas as atenções para a experiência de voo. “Vamos investir muito na área operacional, apoio, relacionamento com o cliente e no tratamento para garantir que a experiência do passageiro seja a melhor possível”, disse Thais Grinberg, diretora de marketing da aérea. Com ocupação média de 84,2% nas rotas nacionais e 80,9% nas ligações para o exterior, a empresa projeta um crescimento considerável até o final deste ano. “Esperamos fechar o ano com 13 milhões de passageiros voando com a gente, o que significa um crescimento de 10% em relação ao ano passado”, finalizou Thais.

Thais Grinberg

A executiva destacou também que as buscas pelo programa de fidelidade Amigo cresceram 80% desde que a operação passou a ser disponibilizada em ambiente on-line, em abril. O lançamento chega para confirmar a presença da marca na web, ao lado do novo site dedicado ao programa, no ar desde o fim de agosto, e dos perfis exclusivos nas redes sociais, que estrearam no fim de setembro.

Reforço na malha

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American Airlines irá incluir uma segunda frequência na rota Rio-Miami a partir do fim de novembro. O voo é sazonal e foi anunciado para atender à maior demanda de viajantes no período de alta temporada brasileira. De Dilson Verçosa acordo com Dilson Verçosa, diretor regional de vendas da companhia, a ideia é continuar apostando no País como um mercado estratégico. “Confiamos que a situação brasileira vai mudar. Prova disso é a inauguração do Hangar da AA até o final do ano no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo”, explicou. O hangar da companhia no Brasil é o primeiro fora dos EUA, com um investimento de U$S 100 milhões.

Quatro estrelas

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classificação Quatro Estrelas conquistada em 2013 pela Air Canada foi reconfirmada pela Skytrax, organização internacional de classificação do transporte aéreo, cuja pesquisa é usada para benchmarking na indústria global de aviação. A avaliação é baseada na análise de mais de mil aspectos que vão do aeroporto aos produtos e serviços a bordo da companhia aérea. Para a auditoria da Air Canada em 2018, a análise dos avaliadores da Skytrax incluiu uma revisão completa do conjunto de produtos da empresa (Signature Class, Business Class, Premium Economy e Economy) em vários voos dentro do Canadá e de/para a Europa, América do Sul, Ásia e EUA. Atualmente, a aérea canadense é a única internacional nessa categoria com serviço completo na América do Norte. www.brasilturis.com.br

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ANÁLISE

Impacto amplificado Pesquisadora derruba afirmação que relaciona 52 setores da economia à atividade turística

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certeza que todos os profissionais, independentemente do tempo de atuação no turismo, já ouviram falar que a atividade movimenta 52 setores da economia. A afirmação figura em diversos documentos – de discursos políticos a dissertações de mestrado -, mas nunca ninguém havia parado para estudar os números que a fundamentam. O assunto chamou a atenção de Mariana Aldrigui, professora doutora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), que aponta a falta de dados e números confiáveis como um dos gargalos para o desenvolvimento da atividade. Em artigo recém-publicado, a pesquisadora disse ter procurado textos em inglês e espanhol que pudessem dar uma pista. “Muito do que se produziu no Brasil tem fundamentação elaborada fora do País, mas descobri que o uso dessa expressão é recorrente somente no Brasil. Daí para concluir que o número foi escolhido aleatoriamente, como tantos outros, não demorou”, explicou.

A atividade turística tem impacto em 571 setores da economia, número 11 vezes maior do que o que é repetido há anos

Segundo Mariana, o resultado mais próximo foi um compilado de 54 itens de uma matriz insumo-produto que o IBGE elaborou há mais de 15 anos, quando ainda não existia o Ministério do Turismo. “Estes itens, com alguns agregados e outros desagregados, são padrão para a composição da matriz e não exatamente itens da economia do turismo”, ressalva. Segundo ela, o próprio IBGE recorre a modelos internacionais para elaborar índices – no caso, trabalhando com nove Atividades Características do Turismo (ACTs) que contemplam 37 itens dentro da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs). Afinal, quantos são? A economia brasileira é composta por diferentes atividades econômicas que se integram para compor os diferentes setores – como turismo, tecnologia e construção civil, por exemplo. Mariana explica que uma resolução publicada no Diário Oficial da União, em setembro de 2013, apresentou a CNAE-Subclasses 2.2. “A análise dessa planilha permite compreender que hoje, no Brasil, existem 1329 atividades econômicas”, destacou. Para sinalizar as atividades que estão relacionadas ao turismo, o critério escolhido pela pesquisadora foi a relação com o dinheiro gasto por um viajante ao longo da jornada– considerando decisão, compra, viagem e retorno ao lar. Assim, foram definidas cinco categorias: atividade exclusiva ao turismo (ED); atividade dedicada ao público local, porém utilizada pelo turista (CD); atividade que fornece bens e/ou serviços às empresas que atendem ao turista (IE); ati-

vidade independente do setor de turismo, mas aquecida com a alta demanda (AI); atividade econômica sem relação clara com o turismo (SC). Em seguida, o trabalho foi orientado para categorizar as mais de mil atividades econômicas. “São 21 atividades diretamente relacionadas ao turismo, que se somam a 191 compartilhadas, 142 indiretas e, em situações de mercado aquecido, outras 217 se beneficiarão, totalizando 571 setores com envolvimento”, revela. Ou seja, o número é 11 vezes maior do que o dado repetido há anos. Para Mariana, dimensionar o setor com critérios claros e totalmente baseados em documentos oficiais que fundamentam análises econômicas no Brasil permite retomar os esforços de comparação e verificação da expressividade econômica dessa indústria, seja pela mensuração das receitas

Mariana Aldrigui

operacionais, movimentação econômica ou geração de empregos. “Um passo importante está dado  e, a partir dele, outros se seguirão”, finalizou a pesquisadora.

CATEGORIA

DESCRIÇÃO

NÚMERO DE ATIVIDADES

PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO TOTAL BRASIL

ED CD IE AI SC

Atividade com dedicação praticamente exclusiva ao turismo Atividade dedicada ao residente local, porém utilizada pelo turista Atividade que fornece bens e/ou serviços às empresas que atendem ao turista Atividade totalmente independente do turismo, mas que é aquecida com o aumento da demanda Atividade econômica sem relação clara com o turismo

21 191 142 217 758

1,58% 14,37% 10,69% 16,33% 57,03%

Fonte: Categorias de avaliação – CNAE x Turismo; Número de Atividades por Categoria e Distribuição das Categorias (Turismo). Elaboração: ALDRIGUI, 2018.

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PARQUES & ATRAÇÕES

Abertura do Halloween Horror Nights 2018, em 14 de setembro

Universal estreia Halloween Horror Nights 2018 Com mais noites que no ano passado, evento reúne 10 casas assombradas, cinco zonas de medo e um espetáculo de dança Por Giovana da Costa

O

Halloween Horror Nights 2018 foi aberto ao público na metade de setembro no Universal Orlando Resort (EUA). O evento que acontece desde 1990 ficará disponível para visitas durante 36 noites, até 3 de novembro, com 10 casas assombradas baseadas em filmes clássicos de terror, cinco zonas de medo e um show que combina dança, acrobacia e teatro. Além de Orlando, as noites de terror também acontecem nos parques da Universal em Singapura, Hollywood (Los Angeles/EUA) e Osaka (Japão). O grande destaque dessa temporada são as atrações inspiradas em “Stranger Things”, famosa série da Netflix. Os visitantes poderão curtir uma casa temática com personagens, além de provar um cardápio repleto de pratos que fazem referência à série norte-americana. O Brasilturis conferiu de perto as atrações do Horror Nights 2018. Tivemos acesso aos bastidores e entrevistamos os diretores responsáveis por desenvolver todo o entretenimento das noites de terror. “Esse é um evento histórico e am16 Brasilturis

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bicioso, com mais casas assombradas do que nunca e ainda mais noites do que no ano passado. Como sempre, trouxemos um conteúdo totalmente original, resultado do trabalho de centenas de pessoas ao longo de um ano todo”, comemorou Patrick Braillard, diretor de shows do Horror Nights.

Blake Braswell,Charles Gray e Patrick Braillard, diretores de shows e idealizadores das atrações do Halloween Horror Nights

Zonas de Medo Nas noites de Halloween do Universal Orlando, ninguém pode andar despreocupado. Isso porque há cinco zonas de medo espalhadas pelo parque. Enquanto se caminha de uma atração à outra, é possível ser perseguido por vampiros com serras elétricas, palhaços assustadores e até pelo famoso boneco Chuck. Entre as zonas de medo estão: The Harvest, um celeiro antigo com criaturas camufladas no meio de amontoados de feno; Vamp 85, um baile de Réveillon com criaturas vampirescas; Killer Klowns from Outer Space, circo interestelar de palhaços bizarros; Twisted Tradi-

tion, uma criatura do mal que revive para transformar o Halloween em uma abominação, e Revenge of Chucky, zona inspirada no filme do boneco assassino. Mais atrações Para tornar a programação do

Horror Nights ainda mais interessante, a Universal apresenta o espetáculo de dança, acrobacias e teatro da companhia “Academy of Villains” pelo terceiro ano consecutivo. O show enche as arquibancadas e anima todos os visitantes com muita música, interação e cenário incrível.


Zona de medo Twisted Tradition

Na edição desse ano, o espetáculo recebeu o nome de Cyberpunk. Foi criado com base em um futuro distópico que obriga os humanos a lutarem por sobrevivência contra a tecnologia. As comidas tematizadas são quase uma atração à parte nas noites de terror da Universal. Mais uma vez, a série Stranger Things serviu de inspiração. O cardápio oferecido aos visitantes traz pratos iguais aos da série, além de algumas criações exclusivas.

Para quem não quiser ficar só no terror, o Universal Orlando dá a opção de utilizar alguns dos seus brinquedos mais famosos durante o Horror Nights. Os visitantes podem se divertir nas seguintes atrações: Hollywood Rip Ride Rockit, Transformers: The Ride-3D, Revenge of the Mummy, Fast and Furious -Supercharged, Harry Potter and the Escape from Gringotts e Men in Black – Alien Attack.

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PARQUES & ATRAÇÕES

Casa assombrada Carnival Graveyard-Rust in Pieces

Casas Assombradas Selecionamos 5 das 10 melhores casas assombradas do Halloween Horror Nights 2018. Cada uma delas leva meses para ficar pronta e depende de equipes grandes com diretores, figurinistas, designers, cenógrafos, atores e muito mais. É quase como criar um filme! 1 – Stranger Things Com cenário impecável, a casa de Stranger Things impressiona quem é fã da série norte-americana. Os principais ambientes – como a casa da família Byers, o Laboratório de Hawkins e o Mundo Invertido – foram recriados minuciosamente. Para se ter noção, o papel de parede da sala de estar dos Byers é exatamente o mesmo que foi utilizado nas filmagens da série. “Depois que finalizamos essa casa, recebemos uma visita da equipe da Netflix para conferir se tudo estava de acordo com a série. Eles ficaram impressionados com o resultado”, revelou Braillard. Durante o percurso da casa as-

sombrada, os visitantes são surpreendidos por atores que interpretam os personagens de Stranger Things. Há, ainda, perseguições de Demogorgons, que rendem muitos sustos no escuro. A sensação é de estar participando da trama, com direito aos momentos mais emocionantes da história da série. 2 – Poltergeist Como se pode imaginar, o filme cult dos anos 1980 é a referência utilizada nessa casa assombrada. Com a remontagem de cenas famosas, como a da garota engolida pela televisão, a parte sonora do espaço deixa qualquer um perturbado. Enquanto caminham, os visitantes ouvem Carol Anne, protagonista do filme, pedindo que alguém a salve. Além disso, vários bonecos e atores vestidos de espíritos ficam a postos para dar sustos. 3 – Carnival Graveyard – Rust in Pieces Nessa casa, o cenário é feito com restos de um antigo parque de diversão assombrado. O que antes

Stranger Things na casa assombrada do Horror Nights

era utilizado como fonte de entretenimento, se transformou em um parque com instrumentos de tortura e personagens que caçam humanos. A cenografia é extremamente bem feita e a música infantil, como aquelas que tocam nos carrosséis, torna tudo ainda mais arrepiante. 4 – Trick’r Treat Chamado de “Conto dos Dias das Bruxas” no Brasil, o filme que serviu de inspiração para essa casa foi lançado em 2007 e considerado um dos melhores do gênero terror dos últimos tempos. A história é so-

Enquanto caminha de uma atração à outra, o visitante pode ser perseguido por vampiros, palhaços e até pelo boneco Chuck

Os waffles são a comida favorita da personagem Eleven, de Stranger Things

bre lendas que se tornam realidade durante o Dia das Bruxas em uma pequena cidade norte-americana, com fantasmas e demônios à solta. Atores fantasiados aparecem, inesperadamente, durante todo o percurso da casa assombrada. 5 – Halloween 4 – The Return of Michael Myers Apesar de não ser tão famoso no Brasil, Michael Myers é um velho conhecido dos estadunidenses. O personagem ficou famoso com a série de filmes intitulada Halloween, que teve seu

Casa assombrada Halloween 4 - O retorno de Michael Myers

Casa assombrada Poltergeist 18 Brasilturis

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primeiro filme lançado em 1978. A obra retrata uma criança de 10 anos que assassina a irmã mais velha na noite de Halloween. O garoto fica internado em um hospital psiquiátrico durante 15 anos, até que consegue escapar e voltar para matar outras pessoas. Essa é uma das casas mais assustadoras e dinâmicas do Horror Nights, já que o personagem aparece por todo o canto com uma faca para ameaçar os visitantes. Vale lembrar

Casa assombrada Trick ‘r Treat

Personagem da zona de medo Killer Klowns from Outer Space

É importante destacar que o Horror Nights é um evento muito disputado e procurado. Assim, para evitar as filas, tanto nos brinquedos quanto nas casas assombradas, a dica é escolher um ingresso Express Pass. Essa categoria de bilhete dá direito a entrar em todas as atrações sem precisar pegar as filas enormes. Também é necessário estar atento ao horário especial de funcionamento do parque durante as noites de Halloween. O evento começa sempre às 18h30 e fecha à 1h ou às 2h, dependendo da data. Para contornar a questão cambial, a Universal oferece o ingresso 3-Park Explorer pelo preço do 2-Park Explorer. A abertura do Aventura Hotel, em agosto, também ajuda a balancear a relação custo-benefício com diárias “prime value” – algo como “econômico superior” – que compõem a oferta dos 600 apartamentos. As diárias começam em US$ 116 mais taxas por noite para estadas a partir de quatro noites. As operadoras preferenciais do grupo no Brasil são: Majestic International, North America Destinations, Magic Star Vacations, Kaluah Tour Operator, Personal RGE Tours & Travel, Hoteldo.com, Pegasus Bus, Azul Viagens, Latam Travel, Flytour, CVC, Agaxtur e RCA. Fechamento à 1h Outubro: 3, 10 e 31 Novembro: 1, 2 e 3 Fechamento às 2h Setembro: 28, 29 e 30 Outubro: 4, 5, 6, 7, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19, 20, 21, 24, 25, 26, 27 e 28. Saiba mais em: www.HalloweenHorrorNights.com Viagem realizada a convite da Universal Orlando, com seguro Affinity. www.brasilturis.com.br

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DESTINO Canoa Quebrada

Belezas e contrastes do Ceará

Por Felipe Abílio

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enários paradisíacos como Jericoacoara e a Praia do Futuro atraem milhares de turistas para o Ceará todos os anos. Os destinos são famosos e exibem atrativos que você já deve ter visto muitas vezes em fotos e vídeos nas redes sociais. Mas, considerando a extensão territorial de 148 mil quilômetros do estado, é óbvio que as terras escondem muitos outros tesouros que ainda são pouco conhecidos pelo público. Você sabia que é possível experimentar o inverno cearense, com temperatura média de 21 graus, e tomar café colhido direto do pé nas montanhas que compõem a Rota Verde do Café? Ou, ainda, ver o pôr do sol sobre as dunas de uma das praias que formam a Rota das Falésias? Sim, o Ceará esconde lugares incríveis! Neste roteiro, você irá conhecer novos cantinhos que ainda não são tão explorados na região. Rota das Falésias Saindo de Fortaleza e seguindo pela rodovia CE-040, sentindo litoral leste do estado, a Rota das Falésias ganhou esse nome por unir 13 20 Brasilturis

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cidades que têm o mesmo tipo de formação geográfica, com dunas beirando a estrada e o mar. Oito municípios do Ceará estão na Rota: Aquiraz, Beberibe, Pindoretama, Cascavel, Eusébio, Fortim, Aracati e Icapuí. Eles reservam praias lindas, cada uma com suas particularidades. O destaque fica para Canoa Quebrada, em Aracati, e para a Praia das Fontes, em Beberibe. Canoa Quebrada já é conhecida Brasil afora. A cidade foi cenário para uma vida de festa e curtição para cineastas franceses nos anos 1960; abrigou uma comunidade hippie e serviu de refúgio para quem desejava paz e belezas naturais durante essa mesma década. Hoje, o destino continua levando ao pé da letra a cultura de liberdade no paraíso. Por conta da geografia de areia e falésias, é indicado alugar um buggy para descobrir as surpresas que as dunas escondem. Em meio ao deserto de dunas, lagos de água doce formados pela mistura com lençóis freáticos dão ao visitante a impressão de estar em um oásis. Ali o turista tem inúmeras opções de passeios como parapente,

kitesurf, esquibunda e tirolesa. Nessa última, você desce por 300 metros do topo de uma duna e termina dentro de umas das lagoas no meio da areia. Os veículos também proporcionam aventura ao descer com toda a velocidade morros de até 30 metros. A dica é orientar seu cliente e trabalhar apenas com bugueiros credenciados, já que as dunas se movem durante a noite e só esses profissionais são capacitados para saber o trajeto mais seguro todos os dias. À noite, aproveite para conhecer o agito da ‘Broadway’, de Canoa Quebrada. A rua é fechada para o tráfego de automóveis e concentra os principais barzinhos da cidade. Praia das Fontes Na cidade de Beberibe, a cerca de 90 quilômetros da capital, a praia encanta por exibir falésias de coloração variada. O nome vem por conta das inúmeras fontes que brotam dos morros e podem chegar até 30 metros de altura - o equivalente a até um prédio de 10 andares. Prepare a máquina fotográfica para fazer registros incríveis.

A Rota das Falésias ganhou esse nome por unir 13 cidades que têm o mesmo tipo de formação geográfica

Ali também está localizada a Gruta Mãe D’Água, uma caverna onde a água brota do teto em determinadas épocas do ano. No final da tarde, percorra 13 quilômetros para chegar a Morro Branco, na mesma região, onde você será presenteado com o pôr do sol entre as dunas, uma das paisagens mais bonitas do Ceará. Aquiraz Distante apenas 30 quilômetros de Fortaleza, Aquiraz também reserva boas surpresas para quem quer tranquilidade, agitação e até adrenalina. É nesta região - na praia de Porto das Dunas - que está localizado o Beach Park, um dos principais parques aquáticos do Brasil. O local oferece atrações para crianças, família e até para quem gosta de muita adrenalina, além de bangalôs com serviço VIP. Se a ideia é descansar num lugar sossegado com águas calmas


e vista paradisíaca, não deixe de passar um dia na Prainha. O lugar tem várias opções de barracas com comidas e bebidas, além de mar calmo. Ali também funciona um centro rendeiro, onde é possível comprar as rendas de Bilro, feitas à mão. Ainda em Aquiraz, a praia do Barro Preto é uma das atrações mais bonitas da região. Apesar de ter mar um pouco mais agitado, bastante procurado para o surf, piscinas naturais se formam nos períodos de maré baixa proporcionando banhos com mais segurança. A paisagem possui rochas que contrastam com o mar e garantem mais fotos. Sabores inigualáveis Aproximadamente 110 quilômetros separam Fortaleza do Maciço de Baturité, região de serra e a mais extensa Área de Proteção Ambiental (APA) do Ceará, com 32,6 mil hectares. De cara, a gente já percebe a mudança climática: a temperatura média é de 21°C durante o dia, chegando a 16°C à noite. A paisagem de sol, mar e calor, dá a vez aos vales e montanhas com muito verde e ar fresco. Foi nessa região que chegaram as primeiras mudas de café para produção, pelas mãos do fazendeiro Manoel Felipe Castelo Branco, por volta de 1824. Por causa do clima ameno e da altitude, com cidades localizadas entre 800 e 1.100 metros acima do mar, o café se adaptou bem ao solo e foi cultivado durante anos. O ápice da produção foi entre 1850 e 1890, quando o produto era exportado diretamente para a Europa. Cerca de 2% da produção de café brasileiro era originário da serra cearense, mas a devastação das florestas para o cultivo levou à deterioração do solo, fazendo com que o produto perdesse força.

Francisco Uchôa do Sítio Águas Finas

Gruta da Mãe D’água

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Foto: Diego Imai

DESTINO

Broadway em Canoa Quebrada

A tirolesa de Canoa Quebrada te dá a sensação de estar voando sobre as dunas

A história do café continua viva por ali. Em 2015, o Sebrae-CE criou a Rota do Café Verde, que envolve quatro das 13 cidades localizadas nas montanhas: Guaramiranga, Mulungu, Pacoti e Baturité. Com o projeto turístico, os visitantes têm a oportunidade de conhecer museus, fazendas históricas, aprender mais a fundo sobre a produção de café de sombra e fazer trilhas pelos cafezais. De propriedade da família Uchôa, o Sítio Águas Finas foi uma importante fazenda produtora de café até o final do século 19. Atualmente, o local é comandado por Francisco Uchôa, representante da terceira geração da família. É ele que recebe os visitantes e conta, com orgulho, a história de seus antepassados. Hoje o café é produzido em pequena escala no meio de florestas cheias de ingazeira, árvore que ajuda no cultivo já que seu fruto mantém brocas e outras pragas longe dos grãos. O sítio oferece uma trilha por 21 hectares de plantação (mais ou menos 7 mil pés), que são cultivados na sombra das árvores – daí vem o nome, café de sombra. O anfitrião 22 Brasilturis

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acompanha o tour, explicando cada passo, desde a colheita dos grãos maduros, até a secagem em solo suspenso para evitar a umidade, e o descanso por oito dias antes de ser torrado e servido. O passeio tem duração de 90 minutos e, ao final, todos experimentam o gosto intenso e saboroso do café sombreado. As trilhas acontecem diariamente às 10h, 11h30, 13h30 e 15h30. Na vizinha Pacoti, a 17 quilômetros de Águas Finas, a família Goes abre as portas do Sítio São Luís e faz você mergulhar um pouco mais no passado da produção de café das montanhas do Ceará. A propriedade tinha tanta importância no cultivo que um de seus donos, o Barão Manoel José d’Oliveira Figueiredo, criou sua própria moeda, em 1895, para comercializar os grãos. O local está aberto a visitas aos sábados e domingos, das 10h às 17h. Apesar de ter moradores, o casarão é mantido como se fosse um pequeno museu com fotos, livros e documentos contando tudo o que aconteceu ali no passado. Ao final do passeio, com o cair da tarde, os visitantes são convidados a experimentar o café orgânico com bolo

Lagoas formadas pela água da chuva no meio das dunas

feito de grãos, pão caseiro e geleias artesanais. A sensação de comer ao lado do fogão à lenha com tachos de cobre e panela de barro é como voltar um século no tempo. ONDE FICAR Grand Marquise: Bem localizado na principal Avenida de Fortaleza, o hotel tem serviço completo com três restaurantes e piscina no rooftop com vista para o mar. www.granmarquise.com.br Coliseum Beach Resort: Resort com serviço completo de all inclusive, quartos com piscinas privativas, área infantil e fica perto dos paraísos de Canoa Quebrada. www.coliseumhotel.com.br Dom Pedro Laguna: Resort que leva a qualidade da rede portuguesa Dom Pedro, o hotel oferece conforto, sistema de all inclusive, quartos com piscinas privativas e campo de golfe com 90 hectares, o maior do Ceará.

Mais voos, mais turistas Atualmente, o Ceará recebe 300 mil turistas internacionais por ano, mas Fortaleza irá receber 48 frequências internacionais por semana para 14 destinos até o final de 2018. Com o aumento no hub, a cidade passa a receber e mandar turistas diretamente para Amsterdã (Holanda), Paris (França), Lisboa (Portugal), Bogotá (Colômbia), Milão (Itália), Cidade do Panamá (Panamá), Frankfurt (Alemanha), Praia (Cabo Verde), Caiena (Guiana Francesa), Buenos Aires, Rosário e Córdoba (Argentina), além de Miami e Orlando (EUA). A estimativa é que a expansão na oferta aérea deva trazer outras 70 mil pessoas de fora para o estado. www.laguna.dompedro.com Viagem realizada a convite da Secretaria de Turismo do Ceará, com seguro Affinity.


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Fotos: VISIT DENVER

DESTINO

Vida ao ar livre

Denver convida os viajantes a ir para a rua com uma mistura de história, arquitetura secular, cultura e arte urbana Por Camila Lucchesi

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squeça os gorros, as roupas impermeáveis e os equipamentos de esqui. Deixe de lado a imagem de que o Colorado é um destino única e exclusivamente de inverno. Por conta da fama de Aspen, Vail e Beaver Creek, boa parte dos viajantes brasileiros ainda faz uma relação direta entre o estado norte-americano e dias frios. Bobagem! Em Denver, as atrações se estendem por todo o ano, com uma oferta que mistura história, cultura e arte urbana. É claro que a proximidade com as montanhas que emolduram o skyline lembra o tempo todo que há espaço de sobra para adeptos aos esportes de inverno. Mas não é possível limitar a visita ao período em que a neve é protagonista. A capital do Colorado tem atrações por todos os lados, além de um centro compacto, plano e muito amigável para amantes de caminhadas. Espaços culturais, restaurantes descolados, lojinhas e cervejarias dividem espaço na cidade que tem vocação para viver ao ar livre. A ‘Mile High City’ ostenta ainda o título de uma das mais ensolaradas do país, com 300 dias de sol ao ano. O apelido tem a ver com a altitude de uma milha (1,6 mil metros) em 24 Brasilturis

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relação ao mar, mas há quem brinque com o fato de o Colorado ser um dos estados norte-americanos onde o consumo recreativo de maconha é legalizado, com fácil acesso aos dispensários e tours pelas plantações. Apesar de amparados pela lei, os negócios relacionados à cannabis ainda são controversos na cidade. Para ter uma ideia, empresas da área não podem se associar ao Visit Denver, o órgão oficial de turismo da cidade. Polêmicas à parte, a cidade com astral descolado e cosmopolita oferece como prós: mais de 100 cervejarias artesanais - com direito a tour especializado -, um bairro recuperado pela arte e o anfiteatro com a melhor acústica do mundo. Centro criativo Quem curte lugares descolados deve reservar um dia inteiro para desbravar River North (RiNo). Com o passar dos anos, o bairro ao norte do centro foi sendo ocupado por artistas independentes em busca de aluguéis mais baratos. A nova população ocupou galpões e coloriu os muros com grafites, transformando a região em um conceituado distrito artístico. Hoje considerado cool, o

bairro abriga galerias de arte, estúdios de design e fotografia, fabricantes de móveis, ateliês de ilustradores e artistas plásticos. Da descoberta dos espaços pelos locais à consagração no cenário turístico foi um passo. Mais do que isso: empresários da área aplicam o conceito artístico não apenas aos ambientes e obras. Ele humaniza as atividades, reforça o sentimento de coletividade e até subverte algumas premissas relacionadas a hábitos comumente associados ao turismo norte-americano. Um dos exemplos é o The Preservary, misto de espaço comunitário, restaurante, balada e área descolada para eventos que fica na área conhecida como Backyard on Blake. Na concepção dos proprietários, o casal Obe e Whitney Ariss, era preciso dedicar espaço para a gastronomia e para a música local, além de contribuir para a melhoria da comunidade. “Não estimulamos a gorjeta, preferimos pagar um salário justo aos nossos colaboradores”, defendeu.

Turismo cervejeiro é um dos destaques da cidade

Na esquina oposta, na Blake Street com a 30th, fica outra prova de que a criatividade pode ajudar a mudar a cara de um local. Um espaço imenso foi dividido em estúdios que são ocupados de forma coletiva por 14 diferentes artistas. Foi uma maneira de dividir despesas – atualmente, os aluguéis já não são tão baratos no bairro - e viabilizar espaços para produção e exposição de arte contemporânea. Triângulo Dourado A vocação de Denver para a arte não está apenas em RiNo. A cidade tem dezenas de museus e sete distritos inteiramente dedicados ao tema. Em Santa Fe, o Museo de las Americas é focado em arte latina. O espaço é um pouco limitado e a coleção, modesta, mas mostra a preo-


TOP5: Não deixe de visitar 1. DOWNTOWN DENVER – O centro é compacto e muito fácil de andar. Vale conhecer a 16th Street, rua que tem toda a extensão calçada e por onde pipocam lojinhas, bares e restaurantes. Nenhum carro pode circular, mas há um trólebus gratuito que a percorre de ponta a ponta. 2. LARIMAR SQUARE – Desembarque no final da 16th Street e prepare-se para viajar no tempo nessa praça onde se destacam as construções em estilo vitoriano. Com tijolinhos aparentes, elas hoje são ocupadas por lojas, mercadinhos e restaurantes. 3. UNION STATION – Nem só de transporte vive a estação que se destaca pela arquitetura de 1881. Lá dentro, o terminal de

Foto: Scott Dressell-Martin

passageiros divide espaço com restaurante, bar, café e o Crowford, um charmoso hotel boutique. 4. RED ROCKS AMPHITEATRE – Considerado pela revista Rolling Stone como o anfiteatro com a melhor acústica do mundo, o local, a 16 quilômetros do centro de Denver já recebeu grandes nomes da música mundial como Beatles, Jimi Hendrix e Rolling Stones. Além do som impecável, o cenário estonteante marcado por imensas rochas vermelhas rende muitas (muitas!) fotos. Union Station: mais que uma estação de trem, local reúne bar, café e hotel boutique

Foto: Stevie Crecelius

CHERRY CREEK NORTH & DENVER PREMIUM OUTLET – O bairro a 6 quilômetros do centro é um paraíso para os consumistas. São 16 quarteirões inteiros dedicados a galerias e lojas de luxo, além de um shopping com 160 lojas de marcas famosas. Já o novíssimo Denver Premium Outlet abriu as portas no final de setembro com 30 mil m2 de lojas, restaurantes e opções de entretenimento a 25 quilômetros do centro. 5.

Informações úteis Denver está localizada em planícies altas, 19 quilômetros a leste de uma grande cordilheira que chega a 3,3 mil metros de altitude. O panorama montanhoso se estende por 140 quilômetros. Existem 200 picos nomeados visíveis, incluindo 32 que estão acima dos 3,9 mil metros. Clima: A cidade tem clima ameno, seco e ensolarado, com mais horas anuais de sol do que destinos como San Diego e Miami Beach. Durante o verão, os termômetros costumam bater a casa dos 30ºC, com mínimas de 12ºC à noite. No inverno, é mais seca que Phoenix, com média de 7ºC em fevereiro. Denver recebe apenas 14 centímetros de chuvas por ano. Transporte: A ligação aérea a partir do Brasil é feita com pelo menos uma conexão. O trecho mais rápido é via Houston ou Dallas, com 9h e 10h30 de duração, respectivamente. Das cidades no Texas até o Denver International Airport são mais 2h de voo. Um trem faz a ligação do aeroporto com a Union Station, em um trajeto de 37 quilômetros que é percorrido em 37 minutos. O bilhete custa US$ 9 por trecho. De carro, o percurso é feito em 25 minutos. Gorjeta: A prática é comum nos EUA. O Visit USA sugere que seja oferecido US$ 1 a US$ 2 por volume aos carregadores de malas; de US$

Red Rocks foi eleito o anfiteatro com a melhor acústica do mundo Foto: Jeff Wells

cupação do destino com diversidade. Bem próximo dali fica o Space, uma galeria modernosa focada em arte contemporânea. Mais ao centro, o Denver Performing Arts Complex é formado por 10 diferentes instalações que mesclam áreas para peças teatrais, apresentações de orquestras sinfônicas, danças e espetáculos da Broadway, além de um gramado na área externa que pode sediar eventos dos mais variados. Os principais museus ficam localizados no chamado Triângulo Dourado. Vale conhecer o Denver Art Museum que combina a exposição da área interna com instalações expostas ao ar livre. A arquitetura metálica brilha sob o sol e chama a atenção. No interior, abriga a maior coleção de arte nativa americana do mundo e outros 68 mil objetos de arte, incluindo uma galeria inteiramente dedicada à arte com animais. Os bichos aparecem em pinturas, esculturas e objetos têxteis. Denver também é um importante destino cervejeiro, lar para mais de 200 empresas que produzem a bebida de maneira artesanal. A história começou com a fundação da Tivoli Brewing Company, em 1859, considerada a mais antiga do Colorado. Uma boa forma de conferir de perto a fama local é criar seu roteiro por meio do Denver Beer Trail, um livreto de distribuição gratuita que lista 27 estabelecimentos, descrevendo as peculiaridades que justificam a visita a cada uma delas. Mais uma vez, a cidade mostra a importância de investir em diversidade.

Museu de Arte de Denver

2 a US$ 5 por noite para camareiras; 15% a 20% do total da conta em bares e restaurantes; 10% a 18% do valor da corrida aos taxistas e de 10% a 20% aos guias de excursões. Fuso horário: Os relógios em Denver marcam 3 horas a menos na comparação com o horário de Brasília (DF). Documentação: Passaporte com validade mínima de seis meses e visto norte-americano condizente com o propósito da viagem. Apesar de não ser obrigatório, é altamente re-

comendável ter um seguro-viagem para cobrir eventuais custos com assistência médica de emergência. Dica: Vale comprar o Denver City Pass e/ou o Mille High Culture Pass para conseguir gratuidade e descontos em atrações selecionadas. Para saber mais: www.visitdenver.org Viagem realizada a convite da US Travel com seguro Affinity e chip 3G mysimtravel. www.brasilturis.com.br

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FEIRAS E EVENTOS retorno das esferas públicas, mas o agente também precisa assumir a frente. Nós realizamos assembleias e ninguém aparece. Somos cobrados para viabilizar mudanças concretas, mas lidamos com um número enorme de inadimplentes. Assim é difícil, a situação do turismo também é culpa de quem se omite”, declarou. Ele relembrou ainda a entrega do documento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aos candidatos à presidência como um exemplo de mobilização bem-sucedida. “As lideranças do turismo estão ativas, mas ninguém faz nada sozinho. Temos de nos unir como fazem as outras indústrias no Brasil, para ter força de reivindicação. Ninguém vai fazer isso por nós”, opinou. Tecnologia em alta

De olho na política Autoridades e executivos defendem integração de esforços e insistência como forma de pressionar o novo governo em prol do turismo Por Camila Lucchesi, Camila Oliveira, Giovana da Costa e Leonardo Neves

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ealizada poucos dias antes das eleições, a 46ª edição da Abav Expo Internacional de Turismo e 50º Encontro Comercial Braztoa ganhou tom de protesto. Praticamente todos os executivos que discursaram na abertura do evento mencionaram entraves e gargalos que impedem o pleno desenvolvimento da atividade, que vão das dificuldades em avançar com a votação da nova Lei Geral do Turismo na Câmara dos Deputados até o ambiente conturbado para firmar novos negócios. Não poderia ser diferente. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional) buscou elencar as grandes demandas do setor e reafirmar o impacto do Turismo através da próxima movimentação gerada pelo encontro. Foi divulgada, por exemplo, uma pesquisa que atualiza o discurso ouvido há anos de que o turismo movimenta 52 segmentos da economia brasileira. Na verdade, o número de setores com envolvimento é bem maior, chegando a 571 (leia mais na página 14). A integração dos órgãos e associações para pleitear as principais demandas do setor junto ao Congresso Nacional foi ponto recorrente 26 Brasilturis

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nos discursos. Até mesmo o tema da edição deste ano – Conecta – reforçou a necessidade de união para integrar a participação dos principais players do turismo para debater as ações de fomento e os entraves do mercado de viagens no País. Apesar da descrença no apoio político para avançar os debates junto ao Poder Legislativo, a mensagem deixada na abertura é clara. Além de união, é preciso de insistência. “O próximo passo é sentar com o presidente eleito e continuar o nosso trabalho junto ao congresso, com a principal demanda de zerar o IRRF, que, ao final do próximo ano, voltará a ser de 25%”, destacou Geraldo Rocha, presidente da Abav Nacional. “Em 2019, teremos de lidar com muitos problemas que estão fora do nosso controle. Devemos, entretanto, continuar monitorando e pressionando nossos líderes”, complementou Magda Nassar, presidente da Braztoa. “Somos um destino rico, mas parcialmente amaldiçoados pelo relaxamento. Temos um dos piores ambientes de negócios do mundo e somos o único País com uma discrepância tão grande entre investimentos privados e investimentos públicos no turismo. São R$ 19 bi-

lhões contra apenas R$ 8 bilhões”, complementou Vinicius Lummertz, ministro do turismo. Culpa por omissão A Vila do Saber, espaço dedicado à difusão do conhecimento e capacitação, reuniu 3.283 congressistas em 75 palestras. Entre os vários temas, Manoel Linhares (Fohb), Geraldo Azevedo (Abav) e Márcio Santiago (Brasil CVB) abordaram os desafios da competitividade no turismo do Brasil. Os profissionais discutiram os principais gargalos do turismo, aspectos que impedem o setor de crescer no Brasil. Além de apontar questões já tão conhecidas do trade – falta de investimento do governo, problemas com infraestrutura e excesso de burocracia para obtenção de linhas de crédito, para citar algumas – o painel também apontou para a responsabilidade que os profissionais de turismo têm dentro desse cenário. Em tom de crítica construtiva, Santiago indicou a falta de participação dos agentes de viagens como um dos motivos que impedem o desenvolvimento do turismo brasileiro. “As entidades estão cumprindo seu papel de mobilização, de cobrar

Como é de praxe, a Abav Expo trouxe expositores de soluções tecnológicas. Entre eles estavam dois estreantes no evento: a DCS+, recém-chegada ao Brasil com Gervásio Tanabe à frente do mercado na América Latina; e o SiteMinder, empresa que chegou ao País recentemente. A Wex, com atuação em soluções e pagamentos corporativos; e a BigData Corp, empresa que opera processos de coleta e estruturação de dados da América Latina, também trouxeram novidades. Anteriormente voltada para o mercado financeiro, que ainda representa entre 40% e 45% do faturamento, a BigData Corp oferece tecnologia para redução no tempo de cadastros de empresas e otimizar processos operacionais de mapeamento de clientes e mercado. A empresa viu oportunidade de incluir o mesmo serviço e soluções para o setor de turismo, segundo o CEO e fundador, Thoran Rodrigues. A empresa possui um portfólio de mais de 2 mil clientes em todo o mundo, incluindo agências e companhias aéreas. “Temos um modelo comercial atrativo e de baixo custo para pequenas e médias empresas”, conta. De acordo com o executivo, o principal molde para o segmento talvez seja o identificador de clientes potenciais. “Outro exemplo é a atualização de cadastro de clientes. Também podemos mapear os relacionamentos entre pessoas e empresas a partir de informações que coletamos na internet”, explica Rodrigues. Além de agências, os hotéis também podem adquirir os produ-


tos para monitorar dados simples, como diárias em toda a cadeia, até a realização da transição para o mundo digital - evitando fraude, já que o processo valida a identidade e também pode preencher dados no check-in. “Oferecemos simplificação em todo processo operacional das empresas e também melhoramos a experiência do cliente”, completa. A tecnologia reúne informações de mais de 800 milhões de sites globalmente, incluindo mais de 21 milhões disponíveis no Brasil. Neste ano, a DCS+ decidiu ampliar sua presença globalizando seus negócios e iniciou a abertura de novos escritórios em dois centros de negócios globais. Além de São Paulo, um novo escritório em Cingapura complementará a expansão da marca na Ásia e no Pacífico. “Focaremos, primeiramente, em um serviço de consultoria para depois saber quais são as necessidades do negócio, sendo que muitos gestores sequer sabem quantos sistemas eles já utilizam, o que acaba mais complicando a gestão do que facilitando”, destacou Tanabe. O SiteMinder trouxe a nova parceria com o TOTVS, empresa que fornece sistema operacional de gestão (PMS) para cerca de 2,5 mil hotéis. A companhia de tecnologia australiana chegou ao Brasil há 18 meses e visa alcançar o mercado de reservas on-line, que cresceu 556% nos últimos cinco anos no País. Segundo Mateus Coelho, gerente de vendas, o mercado esbarra em muitos desafios. “Trazer a tecnologia para os hoteleiros tem muito a ver com educação. É preciso explicar como a tecnologia é capaz de trazer mais êxito e também ouvir as demandas do mercado brasileiro, que é distinto dos outros países”, apontou.

Atuando desde 2015 no setor brasileiro de viagens, a Wex começa a se tornar conhecida pelo trade. Quando chegou ao País, a marca que é uma das líderes globais em soluções e pagamentos corporativos, enfrentou dificuldades para convencer o mercado sobre a utilidade de seus produtos. “O cartão virtual, por exemplo, é muito utilizado no exterior, mas pouco familiar para o brasileiro. Ainda que a tecnologia já esteja sendo utilizada por quase todas as consolidadoras, o produto é novo”, apontou José Roberto Kracochansky, CEO para a América Latina. A aceitação, portanto, se mantém um pouco tímida, mas vem aumentando, o que mostra adesão do mercado corporativo brasileiro a uma tendência mundial. Em 2018, a Wex triplicou sua operação na área de viagens e o segmento já representa 15% do portfólio da marca. “Estamos com 3 mil empresas na carteira de clientes e tivemos que dobrar as equipes de vendas. São indícios de que estamos nos tornando uma marca conhecida”, afirmou. O cartão de crédito virtual funciona como uma alternativa que impede fraudes e facilita os processos de reserva, gestão e geração de relatórios de despesas de viagens. No caso da Wex, o produto é voltado para o mercado corporativo, mas também existem bancos que disponibilizam o serviço para todo perfil de público. O diferencial desse tipo de produto é que cada cartão gera um número de ID único, que só pode ser utilizado com um valor pré-determinado em transações escolhidas previamente.

Foto: Daniel Vorley/Abav

Balanço - Em uma contagem preliminar, a organização da feira informou a entrada de 23.366 pessoas durante os três dias, registrando alta de 15% em relação a 2017. A edição deste ano teve 1,1 mil marcas expositoras e 40 buyers internacionais de 15 países que participaram de 918 reuniões realizadas na rodada de negócios com 124 empresas participantes. Em 2019, a Abav Expo volta ao Expo Center Norte, na capital paulista, e acontece entre 25 e 27 de setembro. Mais informações: www.abavexpo.com.br

M

Café & conhecimento

ais uma vez, o estande do Brasilturis fez sucesso. Com 100 m² de área, o espaço reuniu o tradicional café – neste ano, patrocinado por Ilhabela - e o disputado photo booth, onde o visitante podia fazer seu clique com a paisagem do Enotel Convention & Spa de Porto de Galinhas (PE) ao fundo. Outro destaque vai para a sala de capacitação na qual aconteceram 14 sessões de treinamento, por onde passaram centenas de agentes de viagens durante os três dias da feira. GTA, Norwegian Cruise Line, MSC, Enotel, Alagoas, Pernambuco, Localiza e a rede hoteleira Bahia Principe também aproveitaram a ocasião para ter um contato direto

com os profissionais. “Investimos em capacitação e na montagem de um estande aberto para que os profissionais se sintam-se à vontade. Tanto para participar dos treinamentos quanto para propor novas pautas que possam ajudar no seu dia a dia”, pontuou Ana Carolina Melo, publisher da Editora Via. O investimento em educação para os agentes é uma das bandeiras defendidas pela nova gestão do Brasilturis. “Acreditamos que o treinamento dos agentes é primordial para que esses profissionais que atuam na linha de frente e lidam com desafios diários possam se atualizar e sair à frente”, finalizou Amanda Leonel, CEO da Editora Via.

Estela Farina, diretora da Norwegian Cruise Line (NCL) para o Brasil, aproveitou a ocasião para apresentar aos agentes o novíssimo catálogo da companhia, com estreia de itinerários pelo mundo. “Outra novidade é a chegada do Norwegian Joy ao Alasca, ao lado do Bliss que operava no itinerário. A alta demanda nos levou a colocar um segundo navio nessa rota”, comemorou Estela. A executiva ressaltou ainda a abertura do Norwegian Pearl, porto em Amsterdã, na Holanda, a partir do próximo ano. Outra armadora que investiu na parceria para capacitação foi a MSC. Após a inauguração do Seaview em junho desse ano, os esforços estão voltados para a chegada da embarcação no Brasil. Em formato de condomínio de praia, o conceito do navio permite que o cruzeirista tenha uma vivência intensa de mar, com um promenade 360 graus. “É o maior navio disponível para embarque na América do Sul. O design é inovador, sem falar de Bruno Cordaro atrações como a maior tirolesa construída a bordo de uma embarcação”, apontou Bruno Cordaro, gerente comercial. O Seaview parte de Santos em dezembro, com cruzeiros de 6 e 7 noites rumo ao nordeste brasileiro. Além do espaço com fotos instantâneas, o Enotel também treinou os agentes sobre as novidades e vantagens competitivas do resort que acabou de passar por uma reforma completa. Apartamentos, áreas externas e o centro de convenções entraram no escopo do retrofit que também incluiu a construção de um novo espaFlavia Louro (Zarpo Viagens) ço para eventos. Segundo Regina Biondi, diree Regina Biondi (Enotel) tora de planejamento, a renovação resultou em uma infraestrutura mais moderna e atrativa que atende tanto ao público familiar quanto ao segmento corporativo. www.brasilturis.com.br

Brasilturis 27


FEIRAS E EVENTOS

Eduardo Bernardes e Rogério Guerra

GOL - A aérea anunciou diversos reforços na malha internacional. A partir de junho de 2019, a Gol dará início à operação direta entre Brasília (DF) e Cancún, no México, com quatro voos semanais realizados em Boeing 737 Max 8, com capacidade para 186 passageiros. A partir de novembro, a companhia irá conectar Fortaleza (CE) a Miami e Orlando (EUA); no mesmo período, iniciará a ligação aérea entre Brasília e Orlando. 1º de dezembro, Salvador (BA) terá uma rota semanal com destino a Rosário, na Argentina. A partir de 27 de dezembro, a companhia conectará São Paulo a Quito, no Equador, com três voos semanais. As operações já estão sendo comercializadas em todos os canais da companhia. RCD HOTELS

AEROLÍNEAS ARGENTINAS - A aérea vai aumentar a

oferta de voos para o Rio de Janeiro em 17% a partir de dezembro para reforçar a operação durante a alta temporada. Só a rota entre Rosário e Rio – relançada nos últimos meses – vem aumentando o número de voos gradativamente, passando de três frequências semanais, em outubro, para quatro, em novembro, e depois cinco, em dezembro. “Nossa malha é completa dentro da Argentina, o que permite aos passageiros viajar com conexões eficientes pelas principais províncias, sem precisar passar por Buenos Aires”, explicou Ivan Blanco, gerente de Comunicação Brasil.

Mariana Silva, Ivan Blanco e Vanina Gaccione

BAHIA PRINCIPE - A rede espanhola Bah-

Luciano Krob, Ricardo Fazzini e Daniela Moreira

ILHABELA - O destino no litoral norte de São Paulo deverá receber cerca de 250 mil turistas provenientes de 64 passagens de navios cruzeiros ao longo da temporada 2018/2019. Ilhabela também busca soluções que ajudem na preservação da ilha, que tem 92% de território coberto pela Mata Atlântica. As novidades para o próximo verão, segundo informações de Ricardo Fazzini, secretário de turismo de Ilhabela, são um novo estacionamento em São Sebastião e a atuação de profissionais das comunidades locais como agentes de receptivo em Castelhanos, uma das praias mais famosas do destino. “Buscamos sempre um crescimento sustentável, focando não necessariamente no volume, mas na qualificação do público. Nosso principal desafio é equilibrar o desenvolvimento da economia local com a preservação da ilha”, completou. Equipe GTA

GTA - Em parceria com a Portobello Resorts, a seguradora premiará mensalmente o agente que mais emitir seguros viagem com quatro noites de estada em resorts da rede (com acompanhante mais duas crianças de até 11 anos). Serão contabilizadas as vendas realizadas entre 1º de outubro de 2018 a 31 de janeiro de 2019. Além das ações de incentivo com a venda de seguros, a GTA aposta na capacitação de agentes de viagens do Brasil. Em 2017, cerca de 9 mil agentes foram capacitados. Neste ano, outros 9 mil profissionais deverão ser treinados até dezembro. A meta para 2019 é capacitar 9,5 mil agentes de viagens. 28 Brasilturis

Outubro | 2018

ia Principe Hotels & Resorts está reclassificando suas propriedades com foco na experiência dos viajantes. O processo divide os hotéis da marca em três categorias: Treasure (localização única), Escape (só para adultos) e Family Friend (famílias). Gustavo Mesa, gerente comercial América Latina da rede, chamou a atenção para a inauguração do Fantasia Bahia Principe na Ilha de Tenerife, Espanha, prevista para novembro. Em 2018, a rede teve crescimento de 12,5% no faturamento, em relação a 2017. Sobre o desempenho no Brasil, o posicionamento é de aguardar as movimentações dos próximos meses, apostando em uma recuperação de crescimento.

BOURBON - O Bour-

bon está focado no segmento corporativo com os três novos hotéis: Santos Convention (conversão do Mendes Plaza na Baixada Santista), Campinas Rio by Bourbon e Cambará Bourbon (PR), que devem abrir até o início 2019. Todos contam com áreas de eventos, possibilitando captar a organização de congressos e o público corporativo. De acordo com Luiz Daniel Guijarro, diretor de vendas e distribuição do Bourbon, os hotéis e resorts apresentam um salto no fluxo de famílias que viajam a lazer, mesmo nos hotéis com perfil para eventos. “Começamos a oferecer pacotes exclusivos para esse público com tarifas exclusivas até o fim de 2019”, afirmou.

- Mesmo antes do fim do ano, a RCD Hotels já está com a meta de 2018 batida. “Em ano de alta do dólar, Copa do Mundo e eleição, tivemos muito trabalho para entregar uma meta alta. É uma alegria se encaminhar para o fim do ano com esses resultados”, explicou Carla Cechelle, diretora de vendas do grupo. A novidade para é a inclusão de hotéis de cidade em seu portfólio, com foco em corporativo. O anúncio mais recente foi sobre a abertura do Nobu Hotel Chicago, prevista para o meio de 2019. Outro destaque já anunciado pelo grupo é a inauguração do Hard Rock Hotel Los Cabos em maio de 2019.

MARROCOS - O país aposta na nova frequência da Royal Air Maroc que ligará São Paulo e Casablanca cinco vezes por semana a partir de novembro para fomentar o fluxo de viajantes e alcançar 100 mil turistas do Brasil até o fim de 2019. Neste ano, o destino espera trazer cerca de 70 mil brasileiros. Nos últimos cinco anos, o Marrocos registrou crescimento médio de 24,2% no número de visitantes do Brasil. “Isso é resultado de ações de divulgação realizadas no mercado brasileiro, com foco nas capacitações on-line que treinam os agentes à distância, além dos negócios firmados na participação de feiras”, apontou Abdellatif Achachi, diretor-geral da delegação de turismo do Marrocos.


Paula M. Barreto Hall, Luiz Araújo e Gabriela Delai

DISNEY

– O grupo lançou um novo módulo de venda de ingressos. A partir de 16 de outubro, será necessário escolher uma data fixa para a primeira entrada nos parques e a validade vai variar de acordo com o número de dias comprados. “Esse formato oferece flexibilidade para o agente personalizar a venda. Com planejamento, é possível fazer combinações de data que resultem no melhor preço”, explicou Luiz Araújo, gerente de vendas da Disney no Brasil. O esquema vai funcionar tanto para o ingresso básico quanto para a categoria Park Hopper. O modelo antigo – que pode ser utilizado por 14 dias a partir da primeira entrada, tem validade até o ano seguinte e não precisa de determinação de data – vai continuar existindo, mas com preço mais alto.

ATLANTICA HOTELS -

Após recente filiação à International Gay and Lesbian Travel Association (IGLTA) os hotéis da Atlantica Hotels em Alphaville preparam tarifas especiais e pacotes exclusivos para noite de núpcias para casais LGBT+. Segundo Fernanda Pini, gerente de vendas, o site dos hotéis Radisson, Comfort e Quality já disponibiliza tarifas especiais e, a partir de novembro, entrará em circulação um material promocional sobre casamento de público LGBT+. “Com kits, amenities e roupão especial. Posso adiantar que esta será a primeira ação voltada para os nossos hóspedes”, adiantou.

CASA GRANDE HOTEL - O ano foi

de recuperação, mas o Casa Grande Resort já comemora com saldos positivos os resultados de 2018. Segundo o diretor comercial, Sergio Souza, o resort Sérgio Souza registrou 29% de crescimento nos eventos corporativos. Foram mais de 200 eventos, com 94% de avaliação positiva de acordo com pesquisa realizada pelo próprio resort localizado no Guarujá (SP). Sem mencionar números, ele comentou que o hotel registrou a melhor receita da sua história em 2018, com o retorno dos turistas argentinos. “O setor de lazer terá incremento de 10% em relação ao ano passado”, disse. A previsão é fechar este ano com 12% de crescimento global.

Renato Franklin e Jamyl Jarrus Junior

MOVIDA - Com mais de 83 mil automóveis em sua frota atual e 62 mil rent a car, a Movida lançou mais um suporte de mobilidade que é tendência na capital paulista: aluguel de bikes. “Entendemos que mobilidade é um fator primordial. Então para dar suporte ao atendimento que já oferecemos com mais serviço e tecnologia, agora unimos mais produtos. Por isso, nós criamos o I Move, em parceria com a startup e-Moving, para oferecer o aluguel de bicicletas”, explicou o diretor comercial Jamyl Jarrus Junior. Por enquanto restrito à capital paulista, o serviço está disponível em planos mensais, semestrais e anuais.

Barra de São Miguel: Matheus Manoel, Pinheiro, Djacyr Soares, Claudia Pessoa e Matheus Nascimento

Mariano Fernandez e Raúl González Segarte

ALAGOAS - O estado nordestino participou da Abav

CUBA - Em 2017, o Brasil ampliou em

Expo com uma mostra de seus atrativos que incluem 25 quilômetros de praias paradisíacas de mar cristalino, a beleza única da Rota dos Corais, a riqueza cultural do sertão, as histórias dos quilombolas e a peculiaridade dos cânions que margeiam o Velho Chico. Além da diversidade de paisagens, os argumentos a favor de Alagoas combinam a versatilidade capaz de atender diversos perfis de viajantes com as curtas distâncias entre os atrativos. Esse foi o tom do treinamento aos agentes de viagens, ministrado pelo destino no estande do Brasilturis.

SERHS - A partir de outubro,

os hóspedes do Serhs Natal Grand Hotel poderão escolher uma opção de hospedagem all inclusive exclusiva do resort. O Serhs Inclusive oferece as três refeições em todos os cinco restaurantes do hotel, degustação de alimentos e bebidas nos três bares e também na William Lass área da piscina. Outras novidades também serão observadas na decoração e design. O grupo catalão investiu R$ 2,5 milhões em modernização de várias áreas em um projeto que inclui, ainda, a criação de quatro novas salas na área de convenções, ampliando a capacidade para 1,3 mil pessoas.

PORTUGAL

- Segundo Bernardo Cardoso, diretor de turismo de Portugal no Brasil, o número de brasileiros no país europeu cresceu 11% neste ano. “Acreditamos que vamos chegar a 1 milhão de visitantes brasileiros até dezembro”, comemorou. Para oferecer sempre novidades Bernardo Cardoso para os visitantes, o país renova a linha de produtos anualmente. O mais recente é a Estrada Nacional Nº 2, uma das mais antigas rodovias, que percorre 732 quilômetros do norte de Portugal até Faro, no extremo sul.

20% a emissão de turistas para Cuba, com a chegada de 34 mil viajantes. Segundo Mariano Fernandez Arias, da Oficina de Turismo de Cuba, a meta é aumentar este número para 37 mil em 2018. Para isso, representantes do destino vêm realizando treinamentos e promoções para agentes de viagens. “A proposta é mostrar que Cuba tem muito mais do que sol e mar”, declarou Raúl González Segarte, cônsul econômico comercial do Consulado Geral de Cuba. Arias destacou o Festival del Habano, considerado o maior evento de charutos premium do mundo, que acontece em fevereiro. “Também é possível realizar passeios até os maiores produtores de charuto e rum”, disse. Gonzalo Romero e Claudia Shishido

AIR EUROPA - A aérea quer captar

mais viajantes corporativos brasileiros para o voo São Paulo–Madri, na Espanha. A rota conta com média de 92% de ocupação. “Queremos exaltar nossos serviços de bordo e as vantagens na classe executiva”, destacou Gonzalo Romero, diretor da Air Europa para o Brasil. “Iremos utilizar todas as ferramentas de divulgação que temos à disposição, capacitando, inclusive, a nossa própria equipe, e agentes de viagens para promover encontros e ações de relacionamento com o trade”, apontou Claudia Shishido, gerente comercial. www.brasilturis.com.br

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FEIRAS E EVENTOS EGITO

- Estreante na Abav Expo, o país africano registrou a entrada de 12 mil brasileiros no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a 59% de auMohamed Elkhatib mento em relação ao mesmo período de 2017, somando cerca de 120 mil pernoites. “Apesar de não contarmos com ligação direta, estudamos negociar com aéreas do Brasil a realização de voos charters sazonais, a serem operados nos próximos anos, para avaliar o fluxo de viajantes”, afirmou o Cônsul Comercial, Mohamed Elkhatib. Hoje é possível chegar ao destino com uma conexão nos voos Emirates, Turkish, EgyptAir e Royal Air Maroc.

CLIQUES ABAV

Cavalgadas Pantaneiras, fruto do trabalho de um ano realizado pela equipe de inteligência de mercado da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul. Bruno Wendling, diretor-presidente da entidade, explica que o produto foi formatado para integrar a prateleira de grandes operadores nacionais e internacionais. O roteiro promove uma imersão na vida do pantaneiro, com passagem por pousadas autênticas, geridas pela comunidade local, e observação da vida silvestre. “O pacote pode ser customizado para visitas de um dia até experiências de cinco dias que visam valorizar a imagem do pantaneiro e sua cultura”, disse. Bruno Wendling

Tomaz Ramos (BHG)

Paulo Renato Fonseca e Carla Rezende (Espírito Santo)

João Gonçalves, Márcia Galvão e Marco Ferrer (NCL)

Lucia Bichara e Cleide Pinheiro (Prefeitura de Camaçari/BA)

Juliana Campeoto (Infinity Blue)

Juliane Salvadori (Campo Grande)

Márcio Santiago (Brasil CVB), Amanda Leonel (Brasilturis) e Armando Arruda (Ubrafe)

Daniel Marques, Paulo Almada e Bruno Campos (Minas Gerais)

Outubro | 2018

Lucimar Reis e Jacqueline Conrado (United Airlines)

Rodrigo Pereira e Marcelo Cury (Hertz)

Geninho Góes e Patrícia Schaebler (BNT Mercosul)

Antonio Machado (Perfumeland) com Michel Tuma (Fenactur) entre Vera Moraes e Antonio Santos (Tony’s Grill)

Equipe Unidas 30 Brasilturis

MATO GROSSO DO SUL – O destino lançou oficialmente o projeto

Fotos: Antônio Salani, Danilo de Menezes e Diego Siliprando

Alberto Cestrone (ABR) e Luís Calle (Camar)

Jean-Philippe Perol e Fernanda Sarubbi (CapAmazon)

Paulo Henrique Pires e Augusto Bezerra

LOCALIZA HERTZ - As empresas celebraram um ano de aliança estratégica com crescimento na casa de dois dígitos. “Não podemos revelar números, mas estamos muito satisfeitos com os resultados que alcançamos, e orgulhosos do que construímos com a fusão. No primeiro semestre, tivemos crescimento em volume de negócios por volta de 50,6%”, comentou o diretor de vendas Paulo Henrique Pires. Com 208 mil veículos na frota, a Localiza Hertz apresentou o mais novo carro da frota, o semiautônomo Volvo XC40, que estreia a nova categoria SUV especial. A integração será feita entre o final de outubro e início de novembro.

Mariana Aldrigui (EACH/USP) e Ana Carolina Melo (Brasilturis)

Altamiro Medice (South African Airways)

Rosane Lucas (Fundação Concierge Brasil)


Jussara Haddad (Visit USA)

Milagros Ochoa e equipe (Prom Perú)

Ricardo Gouveia (Malai Manso)

Alexandre Motta (Tour House)

Rafael Vasquez (Wyndham)

Afonso Louro (Visual Turismo)

Néstor Denoya e Gaston Burlon (Turismo de Bariloche)

Carla Reis, Orlando Giglio e Elaine Accacio (Iberostar)

Tetê Bezerra (Embratur) e Júnior Martin Diniz e Maurício Aprillanti (Setur Estado de SP) Alexandre (SeaWorld)

Roberto Lucena (Dep. Federal)

Gustavo e Guilherme Paulus (GJP)

Luciane Leite (WTM) entre Carolina Gaete e Gisele Alvarez (Avianca)

Carlos Antunes (Alitalia )

Allan Colen (Travel South USA)

Amanda Leonel (Brasilturis) entre Claudio Junior e Bruno Mesquita (Festival JPA)

Leslie Benveniste (Tampa Bay)

Ricardo Amaral (R11)

Bruna Freitas Paulo Silva, Claudia Brito e Carlos Giubine (April) (Aeromexico)

Maitê Teixeira (Cana Brava Resort)

Fábio Mazini (Palladium Hotel)

João Bueno (Bueno Neto Advocacia)

Toni Sando (Unedestinos)

Ana Paula Vilaça (Setur Recife)

Marcelo Fachinello e Tatiana Turra (Curitiba)

Rafael Brito (Setur Alagoas)

Charles Sperandio (Movida)

Luiz Fernando Moraes (Cunha Vaz Brasil) e Alexandre Sampaio (FBHA)

Luis Carlos Vargas (Travelport)

Terezinha Nunes, Almir Cardoso e Luciano Camargo (Enotel)

Diana Pomar e equipe (CPTM - México)

Cláudio Roberto (Bancorbrás)

Marco Ferraz (Clia Abremar)

Giovana Jannuzzelli e Eduardo Murad (Alagev)

Tobias Mello (Vinhos Rio Sol)

Marcelo Kaiser, Lizandra Pajak (Aviareps), Claudio Dasilva (Brasilturis) e Raphael Lucca (Aviareps)

Nilva Meireiles (Mavsa Resort)

Roberto Vertemati (Beto Carrero World)

Adriana Cavalcanti e Luciane Leite (WTM)

Tarcísio Gargioni (Avianca Brasil), Marta Rossi e Eduardo Zorzanello (Festuris) www.brasilturis.com.br

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FEIRAS E EVENTOS

A abertura do Equipotel 2018 reuniu hoteleiros, líderes de órgãos de hospitalidade e executivos do trade turístico

Equipotel foca em hotéis independentes e serviços especializados Renovação, tendência de soft brands e tecnologia foram destaques na programação Por Giovana da Costa e Leonardo Neves

R

ealizada na São Paulo Expo, entre 18 e 21 de setembro, a 56ª edição da Equipotel dedicou mais espaço para a hotelaria independente e aos serviços especializados para o ramo de hospitalidade. “Na edição de 2017, movimentamos R$ 180 milhões em novos negócios, começamos a atender as demandas e trouxemos mais parceiros de serviços para este ano. Isso demonstra nosso empenho e consolida o evento como o único da América Latina a agregar todos os segmentos da hotelaria”, afirmou Paulo Octávio de Almeida, vice-presidente da Reed Exhibitions. Orlando de Souza, presidente -executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), destacou a integração entre grandes redes hoteleiras e administradores independentes que puderam encontrar diferenciais para fomentar os negócios durante a feira. “É impossível desenvolver a hotelaria nacional sem a participação dos hotéis independentes, que estão instalados em cidades menores, movimentando a economia regional e trazem consigo um mecanismo que, somado às redes, formam o setor no Brasil. Eles são fundamentais”, apontou. Parte da programação paralela da feira, a segunda edição do Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes 32 Brasilturis

Outubro | 2018

deu um importante recado aos profissionais: a necessidade de união. Grandes redes e empreendimentos independentes devem somar forças para se adaptar aos novos modelos de negócios e superar a atual crise do setor. A mensagem foi dada considerando o atual cenário, no qual a queda de preços da hotelaria se estabilizou, mas não voltou a crescer. De acordo com Roland Bonadona, CEO da Bonadona Hotel Consulting, os hoteleiros vêm lidando com preços 30% menores na comparação com os que eram praticados em 2012. “Precisamos considerar que é muito mais fácil inovar em uma economia em crescimento. A crise brasileira afetou muito o nosso setor e precisamos ser estratégicos para encontrar saídas”, pontuou. Outro tema abordado foi a tendência relacionada às soft brands, modelo de negócio que consiste em possibilitar a utilização das plataformas de vendas das grandes redes aos hotéis independentes. “A rede se beneficia com uma expansão geográfica, alcançando cidades que não conseguiria sozinha. O hotel independente, por sua vez, pode participar de programas de fidelidade consolidados, além de atingir novos mercados. É uma tendência sem volta”, comentou Rafael Guaspari, diretor sênior de desenvolvimento do grupo Nobile.

Entender para reconquistar Uma das mudanças mais perceptíveis da hotelaria nos últimos anos está relacionada ao uso da tecnologia. Já há algum tempo, hoteleiros lidam com concorrentes digitais como OTAs e aplicativo de hospedagem compartilhada. Na opinião dos executivos, hoteleiros podem aprender com alguns desses concorrentes que representam tendências do setor. “O Airbnb, por exemplo, nos ensina a focar na experiência web do cliente e na viagem de imersão. A empresa contribui com o crescimento do número de viagens em 7%. Não podemos só criticar. Vamos entender para recuperar a fatia de mercado que foi perdida”, afirmou Bonadona. O comportamento do consumidor mudou e, na visão de Roberto Bertino, CEO do grupo Nobile, as pessoas passaram a comprar reputação no lugar de marca. “Boa reputação requer tecnologia, presença nas redes sociais, plataformas de distribuição rápidas e efetivas. Para isso, precisamos nos aliar a parceiros que nos ofereçam bons serviços, porque nosso negócio não é tecnologia, é hospitalidade”, destacou o executivo, reforçando que um hotel que se renova aumenta em até 16% o valor da diária média, além de ganhar reputação entre os

clientes. “Meio ponto a menos no TripAdvisor pode causar até 20% de impacto”, defendeu. Ele falou ainda sobre a necessidade de investir em marketing digital para entrar no mundo dos clientes. “Precisamos tirar o hóspede do relacionamento indireto e trazê-lo para o direto. Isso inclui estar junto, participar da vida dele, interagir. Atualmente, 50% dos hóspedes chegam aos hotéis por canal indireto. O impacto disso é brutal”, disse o CEO da Nobile. Soluções integradas A Vega I.T. levou à feira soluções de hotelaria com a meta de captar mais clientes de hotelaria independente. O grupo, liderado por Matheus Quincozes, tornou-se uma das principais referências tecnológica no ramo da hospitalidade, principalmente no desenvolvimento de soluções de Gerenciamento Dinâmico de Internet (GDI); redes Wi-Fi; monitoramento de reputação do hotel frente aos sites de avaliações; além de oferecer ações de marketing digital com desenvolvimento de sites e gestão de mídias sociais. A empresa é a primeira da América Latina a conquistar o TripAdvisor Review Collection Partner, selo que permite a integração do feedback do usuário à plataforma, fazendo


Ana Elena Carboni, Matheus Quincozes e Carla Carboni, do Vega I.T. durante o Equipotel 2018

Equipe do grupo Nobile reunida durante o Equipotel 2018

com que o envio de avaliações impulsione o empreendimento no ranking do site. “O setor via as soluções tecnológicas apenas como um custo extra que não acrescentaria muito. De uns três anos para cá, isso mudou por conta da ‘digitalização’ dos hóspedes e da pressão por inovar”, apontou Quincozes. Ana Elena Carboni, diretora de operações do Vega I.T., explica que muitos hoteleiros acabavam integrando apenas uma solução isolada aos seus negócios, mas não aderiam à cultura da modernização. “Hoje, em meio à geração de consumidores que querem ter o controle na mão, integrar a tecnologia à cultura do hotel é essencial”, destacou. Nesse sentido, a empresa oferece o Behavior, ferramenta que traça o perfil de comportamento dos hóspedes a partir da coleta de dados consentida, desde gênero e faixa etária até o horário em que costumam tomar café da manhã, por exemplo. “Utilizando dados do PMS do hotel, podemos perfilar todo o comportamento dos clientes e apresentá-lo, de maneira intuitiva, com gráficos e tabelas para ajudar os hoteleiros na tomada de decisões”, apontou Carla Carboni, gerente de operações.

Roberto Bertino, fundador e CEO da Nobile Hotéis www.brasilturis.com.br

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SUSTENTABILIDADE

Qualificação como estratégia Cássio Garkalns CEO da GKS Negócios Sustentáveis e professor do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade (FIA/USP). cassio@gks.com.br

O

Brasil vive um momento desafiador no desenvolvimento do turismo, quer seja pela dinâmica da atividade que nunca foi encarada com a devida seriedade pela maioria das instâncias governamentais, quer seja pelo momento sociopolítico nacional. Acredito que, no médio prazo, o Brasil voltará a ter curva de crescimento positiva, haverá aumento do fluxo de visitantes, novos investimentos em infraestrutura e qualificação de serviços, além do amadurecimento das instituições e empresas que atuam no setor. Como em toda grande crise há grandes oportunidades, o turismo pode assumir papel relevante na retomada econômica do Brasil pela sua alta capacidade de gerar emprego e renda em pouco tempo. Para potencializar este movimento e assegurar a atratividade e competitividade dos destinos brasileiros, é de fundamental importância o planejamento do desenvolvimento turístico a partir da visão local e a prática do turismo sustentável, valorizando a autenticidade cultural e o jeito brasileiro de bem receber, conservando o meio ambiente, estimulando a inclusão social e viabilizando os investimentos econômicos no longo prazo. Diante deste desafio, a qualificação de pessoas e de empreendimentos se insere numa importante estratégia nacional para o desenvolvimento do turismo brasileiro e para o próprio País. Um caminho possível para criar vantagens competitivas aos negócios do turismo pode ser a implementação de ações de qualificação e de certificação voltadas para pessoas e para sistemas de gestão dos empreendimentos turísticos. As ações buscam conscientizar os colaboradores quanto ao seu papel como disseminadores da cultural local e sua responsabilidade 34 Brasilturis

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por servir o turista; criar um movimento pela qualificação de colaboradores e empresas para constante atualização; engajar o empresariado no esforço pela qualificação de destinos e de profissionalização da atividade turística; utilizar racionalmente os atrativos, visando conservá-los para as próximas gerações; e trabalhar com as comunidades locais desenvolvendo uma consciência turística, preparando os anfitriões para receber, acolher com satisfação e servir com excelência o turista, ativando as cadeias de produção associadas. Certificar é atestar, através de uma avaliação da conformidade, que um produto, processo, pessoa ou sistema atende a determinados requisitos, estabelecidos em documentos de referência, normalmente uma norma ou regulamento. Tratando-se de pessoas, além de contribuir para a motivação para o trabalho, o profissional certificado passa a ter um reconhecimento público de suas competências. Merece destaque o fato de que, no setor de turismo, a maioria dos trabalhadores não participa de processos de educação formal, sendo esta uma oportunidade, por vezes única, de receberem um “diploma”. A certificação da qualidade profissional no turismo pode, ainda, trazer vantagens e benefícios para os profissionais - pela aferição e possibilidade de reconhecimento de suas competências, autodesenvolvimento e ascensão profissional; para os empresários de todos os portes de negócios, particularmente os micro e pequenos empreendimentos - pela certificação de profissionais do setor dentro de padrões de competências, servindo de parâmetro para a elevação do grau de credibilidade, qualidade e competitividade das empresas no mercado; para os clientes - pela perspectiva de usufruírem de serviços de qualidade aprimorados continuamente e para a sociedade em geral - pela conscientização da importância econômica e social da atividade turística e da qualidade dos serviços para o seu desenvolvimento. A certificação traz vantagens pela possibilidade de adequação de seus programas

de capacitação às necessidades e expectativas de mercado de trabalho e confirmação do atendimento aos padrões de qualidade. Quanto às empresas, implantando-se um sistema de gestão estruturado e certificando-o, evidencia-se o comprometimento com a qualidade da gestão e com a sustentabilidade não só do empreendimento, mas também do seu entorno, compreendido pelos aspectos ambientais e socioculturais. A certificação de sistema de gestão da sustentabilidade para empresas do turismo pode gerar diversos benefícios, como: • Do ponto de vista ambiental, contribui para a conservação da biodiversidade, auxilia na manutenção da qualidade ambiental e na proteção de áreas frágeis. • Do ponto de vista econômico, proporciona a implantação de processos e rotinas técnicas e orientadas para a qualidade, proporciona um diferencial de marketing, gerando vantagens competitivas para os empreendimentos, e facilita o acesso a novos mercados, principalmente o internacional. • Do ponto de vista sociocultural, assegura boas condições de trabalho, enfatiza a preservação do patrimônio e promove o respeito aos direitos dos trabalhadores, povos indígenas e comunidades locais. • Do ponto de vista político, promove o respeito à lei e à cidadania. Existem muitos caminhos possíveis para que o Brasil reoriente suas velas e volte a crescer. Certamente, a trilha não será fácil. Estou certo de que o turismo, como atividade econômica, tem um grande potencial para contribuir com a retomada brasileira, mas, para isso, precisa ser entendido e considerado com mais seriedade e profissionalismo pelos gestores públicos. Aliás, quais são os planos dos seus candidatos para o turismo e para o desenvolvimento sustentável? Eles estarão à frente das políticas públicas até 2022... E poderão, enfim, colocar o turismo no lugar de importância que merece. Ou não. Vamos em frente!

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