ENTREVISTA José Roberto Tadros, novo presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, promete manter aliança com o trade
AVIAÇÃO Espírito Santo aprova redução na alíquota de ICMS sobre querosene e deve ampliar malha ainda neste ano
ANÁLISE Perfil dominante entre turistas brasileiros é composto por mulheres jovens que não se planejam com muita antecedência
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Ano 38
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nº 818
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NOVEMBRO 2018
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RENOVAÇÃO POLÍTICA FACILITARÁ A LEGALIZAÇÃO DOS JOGOS? Deputados e senadores divergem em relação ao papel dos jogos e cassinos no País
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
HOLANDA
Caribe faz apelo para que turistas incluam a região nos planos de viagem
Famtour apresenta experiências em destinos inexplorados pelos brasileiros
FESTURIS GRAMADO Os marcos de crescimento e profissionalização nas três décadas de evento Pág. 42
FESTIVAL JPA Pág. Pág. 48 20
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Feira registra crescimento na participação de destinos e empresas internacionais Pág. 44 www.brasilturis.com.br | Brasilturis
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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe
Gargalos históricos
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uando essa edição estiver em circulação, já teremos um presidente eleito por decisão do povo. Com a Câmara dos Deputados e o Senado renovado, será a hora de continuar seguindo a mensagem passada durante a última Abav Expo. Manter a união entre todos os elos que formam a indústria do turismo, criar um grupo coeso, com discurso uníssono e que mantenha pressão sobre a aprovação de pautas importantes. Não importa quantas vezes tenhamos de repetir a mesma fala. É preciso insistir, de maneira constante e consistente. Independente de quem seja o ocupante do posto mais alto de nosso Executivo. Não é hora de esmorecer, não existe espaço para derrotismo. Há anos (em alguns casos, décadas) que se bate nas mesmas teclas, se pede pelas mesmas mudanças. A aprovação dos jogos de azar no País é uma delas. Em debate há mais de vinte (vinte!) anos, os projetos de lei vão e vem sem conseguir aval. Vezes por conta de uma posição conservadora que inclui até problemas de saúde mental relacionados à prática, outras por medo de falta de controle em relação à fiscalização da atividade. Afinal: O Brasil está preparado para a legalização? Políticos a favor e contra a pauta reconhecem o potencial turístico do País, mas divergem com relação ao papel dos jogos e cassinos. Discordam também em relação às chances de aprovação do projeto de lei em 2019, ano marcado por uma dose maior de conservadores no quadro de políticos ingressantes. O cenário segue indefinido, sendo que os próprios executivos do trade não têm expectativas de votação no curto prazo. Mais detalhes estão na reportagem que começa na página 36. A boa notícia dentro desse cenário turbulento reforçado pela crise é que a indústria turística ganhou um forte aliado para os próximos embates. Eleito presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, José Roberto Tadros promete engrossar o coro para ajudar o empresariado a trazer divisas e, assim, colocar a balança no turismo em uma condição mais favorável. Atuando como hoteleiro desde a década de 1970, o empresário aponta a falta de interesse governamental para a criação de políticas públicas voltadas ao turismo e a insegurança como os principais gargalos para o desenvolvimento da atividade. “Enquanto não resolvermos esses pontos de estrangulamento, que só têm crescido com o passar do tempo, não podemos nos tornar potência turística, mesmo com toda a nossa diversa oferta de atrativos”, opinou Tadros na entrevista que você confere na página 10. Boa leitura, bons negócios! 8
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ENTREVISTA Foto: Christina Bocayuva
Trade ganha aliado José Roberto Tadros Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
Por Camila Lucchesi
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m 27 de setembro, o empresário amazonense José Roberto Tadros foi eleito presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo por 24 votos a 4. A entidade sindical representa 5 milhões de empresas do comércio de bens, serviços e turismo, segmentos que, juntos, respondem por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram aproximadamente 25,5 milhões de empregos diretos e formais. O executivo que assume mandato para o quadriênio 2018/2022 no próximo dia 19 de novembro e promete expandir a presença da CNC nos debates que tenham relevância para o desenvolvimento de projetos que ajudem o País por meio do comércio. Ele sucede Antônio Oliveira Santos que, desde 1980, esteve à frente da Confederação que também administra o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Nascido em Manaus, Tadros tem 72 anos e é formado em Direito pela Universidade do Amazonas, atuando como empresário do ramo hoteleiro desde 1974. Além das atividades comerciais e sindicais, é autor e coautor de diversos livros e membro da Academia Amazonense de Letras, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Academia de Ciências, Artes e Letras do Amazonas. Tadros promete que sua gestão irá contribuir para a tabulação de estudos dentro do setor, com destaque especial para o turismo, e promover a abertura de mais postos de trabalho mantendo o diálogo com os três poderes. “Queremos que os empresários tenham mais voz na tomada de grandes decisões que possam ajudar o País a se reerguer”, reforçou em entrevista ao Brasilturis. 10 Brasilturis
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Quais serão suas principais metas à frente da CNC? Dar continuidade ao belo trabalho que o presidente está nos deixando. Como as mudanças se processam diariamente e quem fica parado é poste, precisamos fazer com que a CNC seja protagonista naquilo que lhe compete. Ou seja, defender os interesses da atividade terciária, de comércio e serviços, a livre empresa, a democracia e, acima de tudo, o ‘Sistema S’ que tem sido extremamente criticado por pessoas que não conhecem de onde são oriundos esses recursos. Além de ser fortemente fiscalizado, o sistema presta relevantes serviços ao País porque cuida de instrução em uma área que o governo não atua – que são os cursos profissionalizantes em todo o território nacional - e também do esporte, do lazer, da recreação e da saúde. Também oferecemos capacitação ampla aos filhos dos comerciários e alfabetização de adultos, o que ajuda a melhorar a situação educacional do País e resgata uma dívida social histórica. Como a Confederação está se articulando para combater eventuais mudanças que colocam em risco os repasses para o Sistema S? As confederações estão conversando para, juntas, defenderem o sistema. Já falei com os presidentes da CNI [Confederação Nacional da Indústria] e CNA [Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária], só falta marcar com o da CNT [Confederação Nacional do Transporte]. O esclarecimento é fundamental para isso, pois o desconhecimento é brutal. Acham que esse dinheiro é do governo, quando não é. O Sebrae é irrigado por recursos dos setores primário, secundário e terciário; Sesc e Senac têm recursos oriundos do comércio e dos serviços. Todos são repasses relacionados a atividades privadas. Essa é a nossa realidade e não podemos viver sob a ameaça diária de cortes. Para se ter uma ideia, 68% dos recursos do Senac são direcionados a cursos e atividades gratuitas. Restam 32% para manutenção, folha de pagamento, aquisição de novas tecnologias e obrigações sociais.
Imagina você administrar uma instituição como essa que não tem faturamento e destina a maior parte dos recebimentos para gratuidades? Não é possível. Quais serão as metas específicas para o turismo? O segmento de turismo é extremamente importante. Grande parte do mundo, fundamentalmente na Europa, vive quase que exclusivamente do turismo. E o nosso turismo é tão pífio que recebemos menos turistas que o Uruguai, um país com 4,5 milhões de habitantes. Na minha visão, o principal fator para termos um turismo tão aquém de nosso potencial é a falta de interesse governamental na criação de políticas profissionais voltadas ao crescimento da atividade. Aliado a isso vem a alta incidência de tributos que torna o destino caro. Tem outra questão preponderante que é a falta de segurança. Turista quer fazer turismo e não correr risco de vida. Enquanto não resolvermos esses pontos de estrangulamento, que só têm crescido com o passar do tempo, não podemos nos tornar potência turística, mesmo com toda a nossa diversa oferta de atrativos. Vamos trabalhar e focar essa gestão com toda a força para contribuir com as soluções. Precisamos ajudar os empresários a trazer divisas para que nossa balança de turismo seja absolutamente favorável. Como hoteleiro, o senhor pretende apoiar ações específicas para que o segmento tenha melhor desempenho? Uma das principais frentes é a tentativa de mudar o chamado “contrato sob demanda”, acordo feito entre hotéis e companhias de eletricidade que determina a quantidade de quilowatts necessária para manter os equipamentos elétricos em funcionamento. O problema é que a empresa faz o inventário e calcula o valor que é o mesmo para o ano todo, como se o hotel estivesse lotado o dia todo, durante o ano inteiro, com todos os elevadores, televisores e equipamentos de ar-condicionado funcionando sem parar. O hoteleiro paga o valor total, mesmo que use apenas 30%
“O principal fator para termos um turismo tão aquém de nosso potencial é a falta de interesse governamental.”
da capacidade contratada e se, em um único mês do ano você excede o contrato por conta da realização de um congresso, ou algo muito pontual, tem de pagar o excedente. Isso não é capitalismo. Os hotéis se tornam caros e, por consequência, afastam o turista. Você perde a competitividade porque não consegue oferecer um preço mais satisfatório. Além destas, quais pautas o senhor avalia como essenciais e garante apoio da CNC para debate e votação no Congresso Nacional? Compromisso com a livre empresa, segurança jurídica, redução e simplificação dos tributos são fatores preponderantes. Já temos a Reforma Trabalhista, que precisa de alguns pequenos reparos, e temos de fazer a Reforma da Previdência porque o crescimento da expectativa de vida do País não permite mais que se mantenham as aposentadorias nos patamares atuais. O senhor pretende realizar alguma ação específica para o desenvolvimento da Amazônia, como incentivo à aviação regional, por exemplo? Com certeza. Essa política será tratada junto com os setores da área de turismo por meio dos presidentes da Amazônia Legal que abrange vários estados brasileiros. Vamos fazer uma mesa-redonda para estudar as oportunidades para o turismo da região. A partir da minha posse, tenho de pensar no Brasil como um todo. Mas não posso descurar da Amazônia porque ela representa grande parte do território nacional.
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RAPIDINHAS
Mais eventos Orlando anunciou um plano de melhoria de R$ 605 milhões na expansão e atualização do Centro de Convenções de Orange County, equipamento que sedia 200 eventos e hospeda 1,4 milhão de pessoas por ano. A expansão inclui a Convention Way Grand Concourse, área de quase 7,5 mil m² que conecta os dois extremos do complexo com espaços para reuniões adicionais, entrada dedicada e um salão de 1,8 mil m² de estrutura modulável sem colunas. Dependendo do formato, o espaço pode acomodar entre 18 mil e 20 mil convidados.
Novidade nas Bahamas
Marco Yamin Sectur Ilhabela
O Atlantis Paradise Island Bahamas criou, em 2007, o Dolphin Cay, um local seguro e ao ar livre para 17 golfinhos que perderam seus refúgios após o furacão Katrina. No ambiente que possui 56 mil metros quadrados, os visitantes podem ficar cara a cara com os golfinhos no “Shallow Water Interaction”, nadar com eles e assistir a acrobacias de perto no pacote “Deep Water Swin”, ou ficar bem pertinho de leões marinho no “Playtime with Sea Lions”. Há, ainda, opção de navegação com stand up paddle e caiaque.
On-line na praia As praias do Engenho D´Água e Perequê, em Ilhabela, vão ter wi-fi gratuito para a população e para os turistas durante a alta temporada 2019. O serviço será oferecido pela Linktel, operadora brasileira de soluções em telecomunicações, pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, entretanto, havia oferta de conexão apenas na praia de Perequê. 12 Brasilturis
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Hotelaria em alta
Canopy by Hilton
Duas redes internacionais anunciaram inaugurações de hotéis no Brasil para os próximos anos. Em 2019, estreia o Canopy by Hilton São Paulo Jardins, primeira unidade da marca focada em lyfestyle na América Latina. O hotel de 98 quartos foi projetado para ser uma extensão do bairro dos Jardins, conhecido pela presença de marcas de luxo e oferta cultural variada. Já a W Hotels Worldwide, bandeira da Marriott, planeja abrir a primeira unidade da marca no País em 2021. Localizado na Vila Olímpia, o W São Paulo terá 179 apartamentos, dois restaurantes, bar, academia e rooftop com piscina de borda infinita, além de espaço para eventos com 1,5 mil² de área útil.
Estada + cruzeiro Ricardo Amaral, CEO da R11 Travel, anunciou a inclusão de 180 casas do Magic Village Yards, condomínio de luxo em Orlando (EUA), ao portfólio. As residências têm 3 ou 4 suítes, churrasqueira e piscina, além de oferta de serviços focada no público latino. Segundo o executivo, a novidade chega para complementar o atendimento aos clientes de cruzeiros que embarcam nos portos da Flórida – principal negócio da empresa que é representante exclusiva da Royal Caribbean no Brasil. Em janeiro de 2019, a R11 terá um novo escritório no Uruguai que será responsável por toda a operação na América Latina, exceto o Brasil, que segue sob os cuidados da sede paulistana.
Crescimento contínuo A North America Destinations (NAD) vem apresentando crescimento contínuo em vendas de Disney Cruise Line e ingressos para os parques de Orlando e da Califórnia no mercado brasileiro. Nos últimos dois anos, o índice se manteve em 35% e 30%, respectivamente. A empresa anunciou para breve o lançamento de um aplicativo que facilitará o trabalho dos operadores. “Estamos em fase de ajustes devido às mudanças promovidas pela Disney na venda dos ingressos”, destacou Maria Hulsewe, presidente do grupo. O segredo desse resultado, na opinião da executiva, é a combinação de boas ferramentas com equipe especializada e apoio constante aos parceiros – incluindo suporte e treinamento. No cronograma para 2019 estão previstas promoções, famtours e participação em eventos estratégicos. Na foto: John e Maria Hulsewe www.brasilturis.com.br | Brasilturis 13
AVIAÇÃO
Vitória capixaba Por Camila Lucchesi
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utubro foi mês de comemorar a vitória de uma luta que o Espírito Santo estava travando desde abril deste ano. No primeiro semestre, logo após inaugurar o novo aeroporto de Vitória, o governo do estado iniciou tratativas com as companhias aéreas que operam em território nacional. Com orientação da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), as negociações visavam reduzir o valor da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incidente sobre querosene de aviação (QAV). Em 18 de outubro, um dia depois da aprovação na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei 244/2018 foi sancionado pelo governador do estado, Paulo Hartung. O PL altera a Lei 10.568/2016, reduzindo o valor
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da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre querosene de aviação (QAV) de 25% para 12% ou 7%, dependendo das contrapartidas. A aérea que atender a duas das quatro condições propostas poderá ter diminuição na alíquota para 7%. As contrapartidas propostas são: ampliar voos diários com destino ou origem no Aeroporto de Vitória em pelo menos duas rotas distintas das que já são operadas pela empresa; criar voo diário com origem no aeroporto da capital capixaba para um destino que ainda não é operado pela empresa; criar voo diário com origem ou destino em município capixaba; e criar voo internacional semanal. Em entrevista ao Brasilturis, o
Paulo Renato Fonseca Júnior
secretário de turismo Paulo Renato Fonseca Júnior explicou que já há planos concretos de ampliação da malha, mas ainda não é possível divulgar por uma questão de compliance. “Posso adiantar que receberemos voos de origens importantes na América do Sul e nos conectaremos a importantes hubs nacionais que fazem a ligação com destinos na América do Norte e na
Europa até o início de 2019”, disse. O reforço na malha, segundo o secretário, não irá contemplar apenas a capital, mas também os municípios do interior. “Os aeroportos de Linhares e Cachoeiro do Itapemirim estão em fase final de obra e devem ser liberados em breve. A proposta do acordo é justamente trazer novas possibilidades para o estado”, afirma.
Parceria
Alitalia anunciou mais um acordo de codeshare, dessa vez com a japonesa All Nippon Airways. As novas operações estão disponíveis para viagens desde 28 de outubro de 2018, nas rotas Itália-Japão, bem como nas ligações domésticas dentro dos dois países. As empresas também integrarão a pontuação nos programas de fidelidade e os voos já podem ser comprados pelos canais de venda da Alitalia.
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Sem escalas
m 18 de outubro, a Singapore Airlines (SIA) lançou novos voos comerciais que se configuram como os mais longos do mundo. Os serviços sem escalas entre Singapura e Nova Iorque (foto) acontecem a bordo do A350-900ULR, cuja sigla final remete ao alcance ultralongo. A viagem entre os dois aeroportos dura 18 horas e 25 minutos, sem escalas. A aeronave é configurada com layout de duas classes, sendo 67 assentos na Executiva e 94 na Econômica Premium. 14 Brasilturis
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Energia limpa
aeroporto de Londres-Heathrow, na Inglaterra, quer ser o primeiro do mundo a receber um avião comercial híbrido movido a eletricidade até 2030. Para incentivar a ação, a gestão dará um prêmio de US$ 1,3 milhão para a aérea que desenvolver a primeira aeronave do tipo e voar no terminal britânico. Segundo dados da equipe londrina, existem mais de 100 projetos de aeronaves elétricas em andamento no planeta. A Easyjet firmou parceria com a empresa de energia Wright Electric para operar o primeiro avião comercial nas rotas entre o Reino Unido e outros países europeus na próxima década. A Airbus também está projetando seu próprio avião elétrico, o E-Fan X, em parceria com a Siemens e com a Rolls-Royce.
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MARKETING
Hiperconvergência: como você lida com ela? Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação. ricardo@promonde.com.br
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ntrei no turismo pelos idos de 1997, um tempo em que nem se sonhava com smartphone, WhatsApp, Instagram e Facebook. Não tínhamos e-mail e tampouco
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sabíamos como lidar com sites e como eles poderiam se integrar ao modelo de negócio de uma empresa como a Air France no Brasil. Em uma época de promotores distribuindo timetables impressos nas agências de viagens do centro e brigando por emissões de passagens impressas nos grandes consolidadores; para muitos, a internet era mais uma ferramenta de publicidade, como um outdoor ou um anúncio de rádio. Dez anos mais tarde, soubemos que a rede mundial de computadores era um tsunami em todas as
áreas de uma empresa. Imaginavase que seria preciso ter uma área de TI com alguns jovens nerds – aquele estereótipo com barba por fazer e vestindo camisa xadrez, com óculos de armação grossa ou camiseta de super-herói - para apoiar os executivos das empresas na implantação de estratégias on-line. Não foi preciso mais uma década para perceber o tamanho dos equívocos. A estética da moda, que colocou justamente o visual ridicularizado no passado como tendência, foi o menor deles. A realidade mostrou que dominar tecnologia não era apenas obrigação de um só departamento, mas de toda a empresa. É impossível um CEO não entender de redes sociais, SEO, aplicativos e comércio eletrônico. Assim como um político que queira se tornar chefe de Estado. Nem preciso citar exemplos. Te c n o l o gia deixou de ser estratégia, para fazer parte do conceito de negócios. Não existe mais a possibilidade de “implantar tecnologia”. Ou ela existe permeando toda a organização ou não existe empresa. E, em meio a tantos neologismos, há um que é fundamental: hiperconvergência. Trata-se de uma visão de negócios que permite a unificação das estratégias e ferramentas tecnológicas de uma organização. É
muito mais que hardware ou software. É pensar como todo o universo tecnológico está alinhado à missão e aos objetivos da empresa no curto, médio e longo prazo. A partir daí, é possível observar vários fenômenos. O primeiro deles é um recuo na “juniorização” das empresas. Os recém-formados que até então ocupavam posições para as quais não estavam preparados entendiam de tecnologia, mas não tinham experiência e repertório estratégico, emocional, administrativo - voltam a ser substituídos pelas gerações que foram obrigadas a entender de tecnologia, até mesmo para sobreviver dentro de casa. O segundo fenômeno é a mudança nas empresas que prestam consultoria e assessoria às organizações. Assessores de imprensa são hoje gestores de relacionamento com influenciadores (digitais ou não) e também geradores de conteúdo para redes sociais, blogs e sites institucionais. Já as tradicionais empresas como PWC se tornaram especialistas em reestruturar organizações para terem no DNA o espírito tecnológico. A IBM mudou seu negócio para criar soluções em Business Intelligence. É impossível a qualquer negócio dentro do turismo - inclusive a pequena pousada e o profissional freelancer - sobreviver nos próximos cinco anos sem entender de e-commerce, redes sociais e distribuição on-line. Por que você acredita que não vai ser obrigado a rever seu negócio se até empresas como Rede Globo, Editora Abril, Livraria Cultura, Sony e GM foram obrigados a fazê-lo? Chris Andersen, criador do TED, escreveu também “A Cauda Longa” e dizia, há muitos anos, que pequenos negócios deveriam aproveitar a rede para crescer, principalmente se fossem segmentados. O que vemos na cabeça da maior parte dos empreendedores no turismo é justamente o contrário. E que pode gerar consequências funestas porque há outro lado, mais sombrio, da hiperconvergência. É que o mercado tende, justamente, a convergir para poucas empresas, que souberam surfar nas ondas desse tsunami que foi a revolução digital. O tempo está se esgotando. O que você vai fazer?
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DIREITO
A responsabilidade das agências João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. Membro da Comissão de Direito Aplicado à Hotelaria e Turismo da OAB-SP. joaobueno@buenonetoadvocacia.com.br
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m dos importantes players da cadeia da distribuição dos produtos e serviços tu-
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rísticos no Brasil, sem sombra de dúvida, são as agências de turismo, tanto na versão com lojas ou escritórios físicos, quanto as que atuam exclusivamente no ambiente virtual, as conhecidas on-line travel agencies (OTAs). Em ambas as situações, a previsão legal é praticamente a mesma, uma vez que se trata do agenciamento de viagens, não importando a forma como a venda é realizada. Tutelando a matéria, encontramos a Lei Geral do Turismo, e a Lei das Agências de Turismo, ambas complementadas pelo Código de Defesa
do Consumidor (CDC). É essencial destacar que as agências distribuem aos clientes praticamente todos os serviços ou produtos disponíveis no mercado turístico. Isso as torna um grande elo de toda a indústria, diante da grande responsabilidade que esta distribuição acarreta. Responsabilidade esta que está expressa em diversos artigos do CDC: Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. Muitos de vocês podem estar questionando o fato de que a agência é fornecedora, mas, por outro lado, muitos dos produtos por ela comercializados não são geridos diretamente - como transporte aéreo, hospedagens, locações de veículos e correlatos. O fato é que, para fins da legislação, ela é a responsável a partir do
momento em que o consumidor faz a compra com a agência e não, por exemplo, diretamente com o fornecedor principal da operação, como a companhia aérea, hotéis, locadoras. Já a Lei das Agências de Turismo (12.974/2014) trouxe regulamentação para a área, com definições, atribuições e requisitos. Manteve, apesar dos protestos de grande parte do setor do agenciamento, a responsabilidade com base no CDC. Chamo atenção para o artigo 5º que estabelece duas categorias de atividade: agência de viagens e agências de viagens e turismo. Art. 5o Para os efeitos desta Lei, as Agências de Turismo classificamse em duas categorias, conforme os serviços que elas estejam habilitadas a prestar: I - Agências de Viagens; e II - Agências de Viagens e Turismo. O texto reforça que: 1º - É privativa das Agências de Viagens e Turismo a execução das atividades referidas nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 3º; 2 - A Agência de Viagens e Turismo poderá utilizar-se da denominação de Operadora Turística. Fechando a previsão, temos a Lei Geral do Turismo, que também corroborou os termos do CDC, no quesito da responsabilidade das agências. Assim, é fundamental a minimização dos riscos em sua operação, principalmente no trato com fornecedores e parceiros já que a informalidade presente nas relações de consumo pode trazer prejuízos a todos os envolvidos. A correta oferta dos produtos e serviços, previamente negociados com seus fornecedores originais, e reduzidos a contratos claros e objetivos, com estipulação das obrigações de todos os envolvidos e detalhamento de todos os fornecedores envolvidos naquela determinada prestação de serviços, fundamental para a caracterização de responsabilidades. Pense na situação em que o cliente faz uma compra de passeio no destino, que não estava previsto inicialmente e é desconhecida pela agência. Imagine a hipótese de que ocorra algum problema e o cliente cobre uma posição da agência. A única forma de se isentar de responsabilidade, nesse caso, seria ter um contrato detalhado da venda feita a este cliente. Do contrário, poderá ter que se sujeitar a uma série de problemas que não seria de sua alçada.
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
Cuba
Antigua e Barbuda
Bahamas
Caribe: aberto para negócios Presidente de associação de turismo e hotelaria da região faz apelo para que turistas de todo o mundo incluam a região nos planos de viagem Por Giovana DA COSTA
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mundo inteiro acompanhou a chegada dos furacões Irma e Maria ao Caribe em setembro do ano passado. Ainda que a região entre em estado de alerta todos os anos, entre junho e novembro, 2017 foi um caso à parte com dois desastres naturais seguidos. Fora a situação crítica em que ficaram os moradores do continente, o turismo, uma das atividades econômicas mais exploradas nas ilhas caribenhas, também sofreu baixas após a passagem dos furacões. De acordo com a Organização de Turismo do Caribe (CTO), mais de 70% dos destinos do continente não foram afetados pelas tempestades e a maioria dos hotéis e empreendimentos turísticos seguiu com suas operações normalmente. Destinos como Anguilla, Antígua e Barbuda, Bahamas, Porto Rico e Cuba, porém, foram abalados pelas tempestades e tiveram de passar por processos de reconstrução. Pronto para outra Nesse momento, pouco mais de um ano após os desastres naturais, o Caribe já está restaurado e apto a receber turistas. A temporada de furacões de 2018 ainda não terminou, mas, ao que tudo indica, o cenário do ano passado não se repetirá. Ou seja, para os brasileiros, turistas que 20 Brasilturis
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amam o Caribe, a notícia não poderia ser melhor. Em nota divulgada no site oficial, a presidente da Associação de Hotel e Turismo do Caribe (CHTA) convidou os viajantes do mundo todo a planejarem suas visitas à região. “Nossos destinos continuam abertos aos negócios e precisam do apoio contínuo daqueles que amam nossa região ou querem experimentar nossas diversas culturas pela primeira vez. Como um dos meus colegas disse sobre seu destino afetado: ‘A melhor maneira de nos ajudar é nos visitar’”, declarou Patricia Affonso. A atualização de reaberturas e o andamento de reconstruções podem ser acompanhados pelo site da Porto Rico
Caribbean Travel Update (www.caribbeantravel.com/caribbeantravelupdate), do Órgão de Turismo do Caribe (CTO) e da própria CHTA (www. caribbeanhotelandtourism.com). Vendas No Brasil, as vendas de pacotes de turismo para o Caribe foram afetadas logo após a chegada dos furacões, mas parecem ter se normalizado agora. É o que aponta Ingrid Davidovich, diretora de marketing da operadora New Age. “Felizmente, as pessoas guardam uma boa experiência. Além disso, o Caribe é um destino muito consolidado no gosto dos brasileiros. As pessoas querem
visitar as ilhas mesmo durante a temporada de furacões, é impressionante”, afirmou. A diretora ressaltou, ainda, algumas ações promocionais que incentivaram as vendas para o Caribe. A companhia aérea Copa Airlines, por exemplo, ofereceu tarifas promocionais. “Acredito que a dificuldade com vendas para o Caribe siga a lógica de todo mercado brasileiro. É um resultado muito mais relacionado à situação política e econômica do País que aos estragos ocasionados pelos furacões”, opinou Ingrid. CONFIRA A SITUAÇÃO ATUAL DE CADA ILHA ATINGIDA PELOS FURACÕES (PÁGINA 22)
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AGÊNCIAS E OPERADORAS Anguilla A pequena ilha sofreu muitos danos com a chegada do furacão Irma em 6 de setembro. A infraestrutura de hospitais, aeroporto, edifícios governamentais e serviços públicos ficaram danificadas. O Aeroporto Internacional Princesa Juliana (SXM) também foi muito afetado, mas está aberto desde outubro do ano passado. De acordo com o Anguilla Tourist Board (ATB), órgão responsável pelo turismo da região, 80% dos hotéis já estão em funcionamento, bem como 90% dos restaurantes. Em 2018, inclusive, as marcas de luxo Belmond e Four Seasons anunciaram aberturas na ilha para os próximos anos. Antígua e Barbuda Das duas ilhas, Barbuda foi a mais afetada pelo furacão Irma. Cerca de 90% das infraestruturas e estradas do local foram destruídas. Já Antígua não foi tão prejudicada. Os hotéis da ilha que passaram por reformas foram reabertos já em outubro, novembro e dezembro do ano passado. Uma parceria entre governo e hotelaria oferece garantia de furacão até 30 de novembro. Com isso, os visitantes podem receber créditos por qualquer dia interrompido de suas férias, uma vez que um aviso é emitido em um sistema climático tropical nomeado que indica a localização. Os hotéis que participam da garantia de furacões são: Antigua Village, Cocos Hotel, Cocobay, Galley Bay Resort, Halycon Cove, Hawksbill, Hermitage Bay, Starfish Jolly Beach Resort, Keyonna Beach, Lamblion Holiday Apartments, Pineapple Beach Club, Siboney Beach Club, St. James Club, Sugar Ridge Resort Limitada e The Verandah Resort & Spa. Bahamas Nas Bahamas, o furacão Irma prejudicou algumas ilhas menos conhecidas turisticamente, mas Nassau, o grande polo turístico do país, seguiu intocado. De acordo com o órgão de turismo do destino, nenhuma instalação turística precisou interromper as operações no ano passado. A dica, antes de viajar, é monitorar as condições climáticas para aproveitar o destino ao máximo. 22 Brasilturis
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Turks & Caicos
Cuba A região norte foi a que mais sofreu com a chegada dos furacões, principalmente as ilhas Cayo Coco, Cayo Guillermo e Cayo Santa María. A localidade já está em fase de recuperação e, segundo autoridades do turismo no país, a energia elétrica, a água e as comunicações foram restauradas em quase todos os resorts e hotéis. Havana e Varadero tiveram apenas pequenos danos com tempestades rápidas. Dominica Atingida pelo furacão Maria, a ilha sofreu uma devastação generalizada, teve casas destruídas e sistema de comunicação prejudicado. De acordo com documento divulgado no final de setembro pela Caribbean Travel Update, mais de 540 quartos já estão disponíveis para turistas. O Fort Young Hotel, principal hotel da Dominica, opera com 40 quartos e passa por reforma para incluir outros 60 quartos. Os pontos turísticos e atrações também funcionam normalmente. Todas as principais praias foram limpas e estão abertas aos visitantes. Os aeroportos de Dominica - Douglas-Charles e Canefield – também já normalizaram suas operações.
oficiais do turismo na página Caribbean Travel Update. Atualmente, há uma média de 110 voos diários, de 28 companhias aéreas diferentes, sendo operados para a ilha. Além disso, Porto Rico tem mais cruzeiros do que nunca, com 14 embarcações, quatro navios a mais que no ano passado. República Dominicana Punta Cana escapou por pouco do furacão Irma, mas não teve a mesma sorte com o Maria: a força dos ventos e das chuvas causou alguns estragos, especialmente em algumas casas e hotéis. Porém, as vias de acesso à cidade, como o aeroporto e as estradas, não foram atingidas em cheio pela força do furacão. Punta Cana deve se recuperar em breve, especialmente se o tempo se mantiver firme e favorável à reconstrução. St. Barth Apesar de ter sido um dos territórios mais afetados pelo furacão Irma, St. Barth já atingiu um bom patamar na recuperação. Os navios de cruzeiro voltaram a operar em 31 de outubro de 2017. Os voos foram retomados no aeroporto Gustaf III em 1º de outubro de 2017.
República Dominicana
Os sistemas de eletricidade, água e telecomunicações estão em operação em toda a ilha. Os detritos foram removidos das estradas e todas as rodovias estão totalmente acessíveis. St. Martin Ambos os aeroportos estão funcionando e operam cerca de 60 voos por semana a partir de 12 companhias aéreas. Os portos de cruzeiros estão abertos e muitos hotéis e restaurantes estão de volta aos negócios, ou programados para reabrir. O governo de St. Martin anunciou um plano de turismo de 10 anos em novembro do ano passado. Turks & Caicos A capital Grand Turk foi um dos locais mais prejudicados pelo furacão, mas os estragos não foram considerados muito graves. A água e energia foram restauradas totalmente. As estradas já foram limpas e os aeroportos internacionais voltaram a operar. De acordo com a Net Hospitality, empresa que representa o destino no Brasil, apenas dois ou três hotéis fecharam entre outubro e dezembro do ano passado.
Porto Rico Porto Rico está aberto ao turismo desde a última temporada de férias, quando mais de 100 hotéis funcionavam normalmente. Mais de quatro mil restaurantes estão recebendo pedidos e as principais atrações turísticas da ilha foram limpas e restauradas. O Discover Puerto Rico, órgão de promoção turística, divulgou alguns dados
Para lembrar É importante destacar que destinos como Aruba, Curaçao, Cartagena, San Andrés, Jamaica, Ilhas Cayman, Cancún e Barbados não foram afetados pelos furacões de 2017 em nenhum momento. Em geral, as ilhas do sul do Caribe são os locais com menor propensão a serem antigidos pelos desastres naturais. As regiões norte e centro do Caribe, o Golfo do México e a Flórida, por sua vez, são as áreas que mais sofrem com as tempestades, já que compõe a rota dos furacões.
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
Oportunidade de negócio Chip que oferece conexão em 140 países foca em parcerias com casas de câmbio, agências de viagens e operadoras brasileiras Por Felipe Abílio
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preparação de um roteiro de viagem inclui desde o planejamento dos voos e hotéis até a forma como o viajante vai se manter conectado - seja para uma pesquisa rápida ou para postar fotos nas redes sociais. Uma das opções mais fáceis seria ativar o pacote de roaming internacional da própria operadora brasileira – assim como acontece com cartões de crédito –, mas com o custo-benefício longe de ser vantajoso para o cliente, muitos escolhem o risco de ativar um chip local no país visitado. Na tentativa de simplificar a vida dos brasileiros, a SPI Voice, empresa que busca soluções com foco para B2B e B2C, encontrou um chip batizado de Flexiroam em uma agência de inteligência na Malásia. Trazido para o Brasil e vendido desde maio deste ano, o produto é um adesivo que pode ser colado sobre o chip usual, que transforma o celular em ‘dual sim’. Com recarga através de um aplicativo, ele libera conexão 4G de internet para pacotes que vão de 100 MB a 11 GB em 140 países. Há planos globais e locais, criados sob medida para os viajantes brasileiros. “Como a empresa é de inteligência, o cliente vai perceber que, ao longo do relacionamento, o produto vai sofrendo upgrades, ganhando novas opções, novas ferramentas, tudo de acordo com o feedback dos viajantes. Ela tem ações na bolsa da Austrália, é uma empresa de capital aberto, isso dá um pouco de
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Valéria Carrete
para onde vai paga até 70% do valor do pacote de dados se realizar a compra 90 dias antes do embarque.” Mais posts
governança corporativa, principalmente em relação à preocupação com o cliente”, explicou Valéria Carrete, diretora de desenvolvimento de negócios e parcerias estratégicas da SPI Voice. Com um ano e meio de vida – considerando um ano de testes –, a empresa iniciou as vendas em um quiosque no GRU Airport, em São Paulo, mas logo começou a expandir. Entre as conquistas estão duas lojas físicas prestes a serem inauguradas nos aeroportos de Porto Alegre (RS) e Galeão (RJ) e a parceria fechada recentemente com a Decolar.com. A busca agora é por encontrar aliados interessados em incrementar o portfólio de vendas com o produto nos setores de seguros, casas de câmbio, operadoras e agências de viagens. “O produto tem vários modelos e possibilidades de parcerias comerciais, por isso criamos
uma diretoria focada somente na rede de parceiros. Além de ser muito interessante em termos de remuneração para esses parceiros, o consumidor brasileiro precisa ter acesso a esse produto porque quem usa percebe a funcionalidade”, alerta Valéria. Para atrair os olhares dos consumidores e empresas, ela apresenta o chip a partir de três conceitos: comodidade, conveniência e economia. “Comodidade porque o cliente instala uma vez e não precisa fazer mais nada, acaba aquele ‘troca-troca’ de chip. O viajante fica totalmente independente pelo aplicativo, ali ele terá o painel de controle dos dados, compras, consulta de coberturas e um número direto para o suporte brasileiro via WhatsApp. Em termos de economia, ele privilegia a compra antecipada de dados com descontos bem agressivos. O viajante que já sabe
Em pesquisa divulgada em meados de outubro, o Booking.com mostrou que cerca de 50% dos brasileiros viajantes fazem as malas pensando no que vão postar nas redes sociais - o número sobre para 59% quando consideramos apenas os millennials. Valéria também observa que os brasileiros postam mais fora de sua cidade e reafirma os benefícios de já sair conectado do Brasil. “O viajante brasileiro tem verdadeira tara por postagens nas redes sociais. A gente posta 13% a mais quando estamos viajando, logo, ele quer sair de casa postando. Por outro lado, as pessoas que vão fazer conexões para um destino final têm aquele receio de ficar sem comunicação nesse período e nem todos os aeroportos têm serviço digno de Wi-Fi. O que a gente oferece é um full service, o cliente já sai com o aplicativo instalado, chip colado e pacote ativado. Quando ele volta para o Brasil, é só abrir o aplicativo e trocar o chip ativo para a operadora local”. Para saber mais www.flexiroam.com.br
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ANÁLISE
Viaje como um brasileiro Quase 70% dos turistas brasileiros são mulheres entre 25 e 44 anos; antecedência de compra varia de 54 a 110 dias Juliana Vital
Por Giovana da Costa
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s turistas de cada país do mundo têm suas próprias especificidades quando o assunto é viajar. No Brasil, o perfil dominante é de mulheres, jovens, que não têm o hábito de planejar com muita antecedência. A análise é resultado de um levantamento realizado pelo Voopter, aplicativo nacional de comparação de preços de passagens aéreas, que acompanhou os dados de usuários da plataforma entre janeiro e setembro de 2018. De acordo com a pesquisa, quase 70% dos viajantes brasileiros são mulheres, sendo que as idades dominantes são entre 25 e 44 anos. O valor que o brasileiro costuma desembolsar para viajar varia bastante entre as viagens nacionais e internacionais. No caso do mercado doméstico, o ticket médio é de R$560, enquanto, para o exterior, o valor chega a R$2.430. Outro dado interessante é sobre a antecedência com que os turistas do Brasil procuram por suas viagens. São apenas 54 dias para passeios dentro do País e 110 para os internacionais. Os dados estão em linha com uma pesquisa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que revelou o retorno de 5 milhões de passageiros aos aviões entre agosto de 2017 e julho de 2018. Os números apontam ainda para um crescimento de 15,63% na demanda por voos internacionais. Top destinos O Voopter avaliou, ainda, os locais mais procurados pelos brasileiros, dia a dia, entre janeiro e
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setembro de 2018. Os três destinos internacionais favoritos são Lisboa (Portugal), Miami (EUA) e Buenos Aires (Argentina). Entre os lugares dentro do próprio País, as preferências recaem sobre São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). O mês de novembro chega com vários feriados e se firma como um bom período para viagens. O Voopter aproveitou o momento para avaliar os destinos mais cotados, comparando preços e fluxo de buscas partindo tanto de São Paulo como de outras cidades do País. Os locais mais procurados foram São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE), se considerarmos partidas de todo o Brasil. Já saindo da capital paulista, as buscas ficam concentradas entre Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Salvador (BA). A análise serve de termômetro para as vendas de última hora em agências de viagens e também como programação para 2019, já que os resultados obtidos durante a pesquisa se mantiveram constantes, bem como o fluxo do volume de buscas por viagens. De acordo com Juliana Vital, gerente geral do Voopter, a lista de destinos mais procurados não deve sofrer alterações até janeiro de 2019. “Percebemos, ao longo do ano, que as preferências dos brasileiros foram mantidas. Não observamos nenhuma mudança radical de destinos em comparação aos períodos anteriores. As viagens entraram para a cesta de consumo do brasileiro, que a cada ano se adapta para encontrar opções que se encaixam no bolso”, avaliou.
Fonte: Análise dos viajantes brasileiros em 2018 - Voopter
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HOTELARIA
Localização é tudo A duas quadras do Museu de Arte de São Paulo, o Hotel Trianon Paulista se vale da localização privilegiada, facilidades modernas e excelência no atendimento para conquistar hóspedes que viajam para a capital a lazer ou a trabalho
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tendimento humanizado, localização privilegiada e infraestrutura que visa o bem -estar. O Hotel Trianon Paulista é uma ótima pedida para quem deseja embarcar em um roteiro cultural pela pauliceia. Fica a apenas duas quadras do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), um dos ícones da capital, e a poucos metros da badalada rua Oscar Freire, uma das áreas mais nobres de compras para quem é ligado em moda. 28 Brasilturis
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Os hóspedes que viajam a trabalho também se beneficiam da localização, próxima à Avenida Paulista e com fácil acesso a estações de metrô. O pacote de vantagens inclui, ainda, room service 24 horas, wi-fi gratuito, segurança, lavanderia, business center com notebooks e um ponto de táxi bem em frente ao empreendimento. Também há uma sala para eventos de 70m² que comporta até 60 pessoas e uma segunda sala de apoio, com 15m².
No quesito lazer, o hotel conta com piscina, sauna seca e fitness center que funcionam na cobertura com vista para o Parque Trianon, além de um restaurante que serve pratos da gastronomia nacional e internacional. O café da manhã, incluído na diária, é destaque por conta da variedade de pães, frutas, bolos e sucos servidos. Durante todo o dia, os hóspedes têm um cafezinho à disposição, servido no aconchegante hall. A estrutura reformada inclui
125 apartamentos, divididos em duas categorias - executivo e superior – e subdivididos em single, double (com opção de uma cama de casal ou duas de solteiro) e triplo. O hotel oferece descontos para reservas feitas diretamente pela central de reservas ou pelo site. Hotel Trianon Paulista Alameda Casa Branca, 355/363 (11) 2117-4450 www.hoteltrianon.com.br
Suíça de luxo Por Camila Lucchesi
S
uítes hoteleiras, cerca de 60 residências privadas, 13 restaurantes, lojas, spa e centro médico com direito a paisagens de tirar o fôlego. O complexo Bürgenstock, localizado no coração da Suíça central, proporciona experiências inesquecíveis que não ficam limitadas aos hóspedes. O empreendimento que fica 500 metros acima do Lago Lucerna abre as portas para visitantes que desejam incluir momentos de luxo ao itinerário. “Os administradores notaram crescimento na demanda de turistas interessados em conhecer o complexo, porém sem orçamento para se hospedar por lá”, explicou Vanda Catão, gerente regional para América Latina da Suíça Central. A estratégia foi apostar em experiências, permitindo reservas de viajantes que não estão hospedados em um dos restaurantes do local. “Há, também, a opção de fazer tratamentos médicos e estéticos ou até um day spa”, acrescenta Chelem Consentino, representante regional do destino. A região onde fica o complexo ganhou notoriedade nas décadas de 1950 e 1960 pela combinação de ambiente bucólico e proximidade com um centro urbano. “Audrey Hepburn se casou na capela do hotel que existia no local e Sophia Loren tinha ali uma casa de veraneio”, contou Vanda. Hoje o complexo é formado por quatro hotéis – um 3 estrelas, um 4 estrelas e dois 5 estrelas – e diversas facilidades em uma área de 60 hectares. Partindo de Lucerna, o viajante faz a travessia de 20 minutos em um catamarã exclusivo, acessa o complexo por meio de um charmoso funicular e chega à recepção central. A partir dali, a equipe direciona os clientes para o restaurante escolhido. “Na travessia de volta, a experiência se completa com a visão de Lucerna iluminada. O produto tem sido muito procurado por casais que desejam um lugar especial para comemorar a dois”, completa Vanda.
Bürgenstock Hotels & Resorts www.buergenstock.ch
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PARQUES E ATRAÇÕES
Entrada do Ray Rush
Grupo SeaWorld traz novidades para todos os públicos Infinity Falls e Ray Rush são as estreias para a temporada 2018/2019 Por Leonardo Neves
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s parques do SeaWorld, na Flórida (EUA), estão com novidades já para esta temporada e com planos para os próximos anos. Busch Gardens, Aquatica e SeaWorld Orlando trouxeram novas atrações e detalhes para o futuro. A grande novidade do SeaWorld Orlando para a temporada foi a abertura do Infinity Falls. A atração leva até oito pessoas por jangada em um caminho que começa calmo - com direito a observação de flamingos. O percurso segue e fica agitado por curvas e pequenas quedas que molham os visitantes, simulando um rio de correnteza, até culminar em uma grande queda. Apesar de ter a dita maior queda de jangada do mundo, o Infinity Falls é uma atração que pode ser feita por todos os membros da família, desde os pequenos (acima de 1,06 metros de altura, no mínimo) até pessoas de idade, por não apostar necessariamente na queda, mas na sensação de estar passando por fortes correntezas. A dica para aproveitar ainda mais a novidade é estar preparado para encarar a água que, fatalmente, irá cobrir todo o corpo. Sacos plásticos para smartphones e uma troca de roupa na bolsa são recomendados para não perder tempo. 32 Brasilturis
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Além disso, o visitante deve estar atento ao lugar onde deixará seus pertences antes de embarcar no Infinity Falls. No Aquatica, também em Orlando, o recém-inaugurado tobogã Ray Rush ergue os quatro banhistas de cada boia em um paredão vertical por uma queda de quase 90º. Cada queda impulsionada pelo peso da boia vem acompanhada de uma sensação de frio na barriga. A atração, apesar de mais radical, tam-
Esta é a última geração de baleias que farão shows no SeaWorld
bém pode ser curtida em família, havendo apenas uma restrição de altura mínima e de peso somado por boia. Para 2019 Entre as novidades programadas para o Busch Gardens, em Tampa, está a inauguração da montanha-russa Tigris, com inauguração prevista para a primavera de 2019. A ideia da launch coaster, que deverá ser a maior de
sua categoria na Flórida, é imitar a arrancada de um tigre no momento da caça. A Tigris levará 18 passageiros em três carros e realizará três impulsões, fazendo com que os visitantes do parque sejam lançados a uma velocidade de 100 km/h, realizando o trajeto que alcança os 45 metros de altura. “O primeiro impulso faz com que os passageiros parem no meio da subida e retornem ao centro, quando então os carros são impulsionados uma segunda vez, de costas, novamente parando no Andrew Schaffer, gerente de projetos do Busch Gardens
Tigris
O tobogã Ray Rush, ao fundo, no parque Aquatica
meio da subida traseira. O terceiro e último impulso ocorre no momento em que os carros voltam ao centro fazendo com que o brinquedo atinja a velocidade máxima, completando o percurso”, detalhou Andrew Schaffer, gerente de projetos do Busch Gardens. Conhecido por suas atrações radicais, o parque de Tampa está planejando a inauguração de uma nova atração para ocupar o lugar da Gwazi. A montanha-russa encerrou as
Fachada do infinity Falls
atividades em 2015, mas a estrutura permanece no local e está parada desde então. O projeto, porém, ainda está em estudos e nenhum detalhe foi divulgado ainda. “Queremos manter nosso parque sempre com oferta de experiências novas. Vamos trazer algo diferente a cada ano, não necessariamente grande como uma montanha-russa, mas um atrativo que dispare no visitante a vontade de retornar”, completou.
A maior queda de jangada do Infinity Falls
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Preservação Em agosto, a agência de turismo britânica Thomas Cook havia anunciado que não iria mais comercializar pacotes para os parques SeaWorld. A empresa decidiu retirar do portfólio todos os fornecedores que mantêm baleias e orcas em cativeiro, cessando as vendas até a próxima alta temporada. A resposta veio por meio do supervisor de mamíferos marinhos, Pedro Ramos Navarrete, baseada no número de animais resgatados e nos programas de preservação financiados pelo parque. “Se realmente há preocupação com a vida de animais marinhos, então não há razão para deixar de frequentar o SeaWorld. Parte de toda a renda gerada por ingressos e itens nas lojas são repassados para programas de preservação e resgate de animais no mar, sendo que já resgatamos quase 33 mil peixes-boi em mais de 50 anos”, enfatizou. Em 2016, o SeaWorld anunciou que não irá mais procriar orcas. Isso significa que esta é a última geração de baleias que participa das atrações do parque. Para saber mais: Discovery Cove www.discoverycove.com/ orlando SeaWorld Orlando www.seaworld.com/ orlando Aquatica www.aquatica.com/ orlando Busch Gardens www.buschgardens.com
Viagem realizada a convite do grupo SeaWorld, com seguro Affinity.
“Se realmente há preocupação com a vida de animais marinhos, então não há razão para deixar de frequentar o SeaWorld. Parte de toda a renda gerada por ingressos e itens nas lojas são repassados para programas de preservação e resgate de animais no mar, Pedro Ramos
CAPA
Jogo político Com a renovação do quadro de senadores e deputados, a questão que fica para 2019 é: A legalização dos jogos está mais próxima? Por Giovana da Costa e Leonardo Neves
O
s jogos de azar e os cassinos foram banidos no Brasil há mais de 70 anos, resultado do Decreto de Lei 9.215/1946, sancionado pelo presidente Dutra, em 1946. Na ocasião, os 71 cassinos que estavam em funcionamento no País foram fechados e 53 mil postos de trabalho foram encerrados. Atualmente, algumas formas de jogos legalizados, como a loteria, movimentam R$ 13,5 bilhões anualmente, se somados os R$ 12,8 bilhões das Loterias da Caixa Econômica Federal, R$ 400 milhões das Loterias Estaduais e R$ 300 milhões do turfe, de acordo com dados do Instituto Jogo Legal (IJL). Entretanto, as modalidades clandestinas são responsáveis por outros R$ 20 bilhões com o jogo do bicho (R$ 12 bi), bingos (R$ 1,3 bi), caça-níqueis (R$ 3,6 bi), apostas esportivas e jogos pela inter36 Brasilturis
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net (R$ 3 bi). Ou seja, para cada R$ 2,50 apostados no Brasil, apenas R$ 1 vai para o jogo oficial. Mesmo com as restrições legais, os jogos de azar movimentam grandes quantias de dinheiro por todo o País. As cifras são relevantes e o turismo é um dos segmentos que podem ser beneficiados com o fluxo de dinheiro proveniente de jogadores, gastos em hospedagem e consumo, entre outros. A possibilidade de viabilizar os jogos de azar leva diversas forças políticas e do trade turístico a pleitearem a legalização junto à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, por meio de Projetos de Lei. Porém, no meio do caminho, sempre se deparam com a forte resistência de alguns membros do legislativo Nacional. Com a renovação do quadro de políticos do Senado e da Câmara
dos Deputados, a questão que fica para 2019 é: A legalização dos jogos está mais próxima? Postura da Câmara O embate sobre a legalização dos jogos sempre foi rígido na Câmara dos Deputados, desde a apresentação do projeto 442/91. Políticos a favor e contra a legalização reconhecem o potencial turístico do Brasil, mas divergem com relação ao papel dos jogos e cassinos. O deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP) lidera a frente parlamentar de deputados e senadores contrários à legalização dos jogos de azar no Brasil, instaurada em novembro de 2017. O congressista crê que a jogatina não pode ser liberada no País até que existam garantias de fiscalização. “Não defendo até que a Polícia Fe-
“Na minha opinião, com um congresso mais conservador e sensível à segurança pública, a legalização perde força.” Deputado Roberto Lucena
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CAPA deral, o Ministério Público e a Receita Federal nos assegurem que já temos quadros e instrumentos para monitorar o ambiente do jogo e garantir que não se tornem favoráveis à lavagem de dinheiro e ao caixa 2”, pontuou. O deputado, que já foi secretário de turismo do estado de São Paulo, também entende que a atividade não deverá trazer grandes mudanças em relação ao número de viajantes no Brasil, mas propõe um experimento. “Não atrairemos turistas de qualquer lugar do mundo que virão para cá praticar o jogo. Eu acho que o dinheiro sairá de outros setores. Agora, eu toparia discutir uma experiência especial, específica e com a limitação de prazos, em uma região de baixo IDH, como o Vale do Jequitinhonha (MG)”, sugeriu. Recém-eleito para um novo
mandato em 2019, Lucena acredita que a nova formação da Câmara, que diz ser mais conservadora, deverá impedir o avanço da pauta de legalização de jogos de azar. “Com um congresso mais conservador e sensível à questão de segurança pública, a legalização perde força. Precisamos, ainda, que seja apontado, com a clareza necessária, o verdadeiro custo social desse projeto e que a sociedade possa dizer que aceita arcar com ele”, concluiu. Na contramão da opinião de Lucena, está o também reeleito deputado Herculano Passos (MDB -SP). O político, coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo na Câmara, acredita que, com os novos eleitos, a discussão deve ser mais ampla e favorável à aprovação da legalização dos jogos. “A maior resistên-
“A maior resistência hoje é da bancada evangélica, porém há possibilidade de aprovação com o PSL que deve promover o debate com mais facilidade.” Deputado Herculano Passos
cia hoje é da bancada evangélica, o grupo mais conservador, porém haverá uma possibilidade grande da aprovação dos jogos com a presença dos políticos do PSL, que, apesar de serem eleitos pautados mais para a área da segurança, deverão promover o debate com mais facilidade”, destacou. Passos também crê que uma fragmentação das principais demandas do turismo, como a votação da nova Lei Geral, conversão da Embratur em agência, abertura do capital estrangeiro na aviação e a própria legalização dos jogos de azar, podem ser melhores avaliadas e votadas com mais agilidade. “O caminho é discutir uma matéria de cada vez, por serem assuntos diferentes, sem associar uma coisa à outra, para não criar divergências entre as bancadas. Primeiramente, queremos colocar a Lei Geral do Turismo em votação, ainda neste ano, que já está com relatório aprovado”, apontou o deputado.
Clima no trade Entre os profissionais do turismo, não há muita expectativa de que a legalização seja votada no curto prazo. Toni Sando, presidente da Unedestinos e liderança conhecida no setor turístico, reforça o coro dos descontentes e pessimistas. “O clima geral é de que não haverá votação com esse novo Congresso, que chega mais conservador. Existem duas leituras possíveis para essa pauta: a econômica e a do conservadorismo. No meio disso, estão os interesses políticos que, por acaso, não dialogam com as demandas do turismo”, opinou. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 186/2014 do senador Ciro Nogueira (PP-PI) é a proposta que mais avançou em termos de votação. O documento chegou a ser aprovado pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional (CEDN) no ano passado, mas o processo foi interrompido por requerimento da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que rejeitou a proposta com a oposição dos senadores Magno Malta (PR-ES) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No momento, o PLS está aguardando ser pautado no plenário do Senado para ser votado. Quando aprovado, e se não houver recur-
“Existem duas leituras possíveis para essa pauta: a econômica e a do conservadorismo. No meio disso, estão os interesses políticos que, por acaso, não dialogam com as demandas do turismo.” Toni Sando, presidente da Unedestinos 38 Brasilturis
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so, será enviado para a Câmara dos Deputados para análise e votação. Se houver alteração no projeto, o texto voltará para o Senado e, se for aprovado sem alterações, seguirá para sanção do Presidente da República. Sobre as críticas mais comuns ao PLS 186/2014 – como falta de fiscalização, abertura para lavagem de dinheiro e ameaça à saúde pública – Ciro Nogueira é categórico: “A maioria dos argumentos
da oposição se fundamenta em visões distorcidas sobre o que a proposta realmente significa e em ameaças que o projeto já coíbe, como fraudes e sonegação. Acredito que, assim que os parlamentares conhecerem o texto e os reais benefícios da legalização dos jogos, não colocarão obstáculos à aprovação”. O senador ainda destacou que, a partir da aprovação do projeto, uma série de adequações legais
“A maioria dos argumentos da oposição se fundamenta em visões distorcidas sobre o que a proposta realmente significa e em ameaças que o projeto já coíbe, como fraudes e sonegação.” Senador Ciro Nogueira
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CAPA “O brasileiro não está proibido de jogar, o Brasil está impedido de arrecadar. Só existem duas opções: jogo legal ou ilegal, pois a opção ‘não jogo’ é impossível.” Magnho José, presidente do Instituto Jogo Legal
Palavra de especialista O presidente do Instituto Jogo Legal , Magnho José, defensor da legalização, aposta no jogo não como a principal razão para a movimentação de turistas, mas um canalizador capaz de alavancar outras áreas do segmento e criar postos de trabalho. “Os cassinos retêm o turista no destino. Outro fator importante é que investem em restaurantes, bares e espetáculos, transformando-se em centros de entretenimento. Além disso, a legalização desta atividade permitiria que mais de 200 mil brasileiros que viajam todos os anos para jogar em destinos com cassinos pudessem apostar no próprio Brasil”, apontou José. “Entre aqueles que optaram pela proibição do jogo ou pelo simples afastamento do Estado no controle desta atividade não 40 Brasilturis
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existe, em nenhum país do mundo, experiência de sucesso, do ponto de vista social, econômico e da segurança pública. O brasileiro não está proibido de jogar, o Brasil é que está impedido de arrecadar com os jogos. Só existem duas opções: jogo legal ou ilegal, pois a opção ‘não jogo’ é impossível”, completou. Questão de saúde Outro argumento muito utilizado para justificar a resistência à legalização dos jogos de azar é relacionado à questão do vício, no âmbito da saúde. Dados do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico (PRO-AMJO) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo mostram que o ‘Transtorno do Jogo’ é a terceira dependência mais comum no Brasil, perdendo apenas para o álcool e para o tabaco. Acredita-se que 1,2 % da população brasileira tenha algum grau de dependência. Silvia Cabral, psicóloga especialista em terapia comportamental e dependência química do Instituto Ideia, explicou que a diferença entre uma loteria e um cassino está no intervalo de tempo em que se tem um resultado. “Loteria também é um jogo de azar, mas legalizado porque as pessoas jogam e esperam alguns dias para obter o resultado. No caso dos cassinos, o resultado é imediato, o que gera maior possibilidade para o vício”, pontuou. Para Silvia, existe, sim, uma preocupação de que a possível legalização dos jogos de azar traga um novo problema de saúde pública para o Brasil. Por outro lado, a psicóloga também aponta para estudos que relacionam questões genéticas e de personalidade ao quadro do vício em jogos.
Fonte: Instituto Jogo Legal e Boletim de Notícias Lotéricas
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Ag. Brasil
terá de ser realizada, como, por exemplo, a criação de sistemas de fiscalização, controle e punição específicos para as atividades relacionadas aos jogos. “Pela proposta, caberá ao Governo Federal o controle e a fiscalização dos cassinos e dos jogos explorados sob a modalidade on-line. Já estados, municípios e o Distrito Federal serão os responsáveis por fiscalizar os estabelecimentos credenciados para a exploração dos jogos no âmbito dos seus respectivos territórios”, detalhou. Em termos gerais, o PLS prevê o funcionamento de cassinos em estabelecimentos comerciais, vinculados a resorts, complexos hoteleiros ou hotéis. O Brasilturis entrou em contato com a equipe do senador Randolfe Rodrigues, para elencar os principais argumentos da oposição à legalização dos jogos de azar, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Pauta sobre legalização de jogos de azar tem gerado discussões no Congresso nos últimos 20 anos
Las Vegas
Punta del Este
Casos de sucesso Dos 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 37 proíbem a prática. Entre os 156 países que compõem a Organização Mundial do Turismo (OMT), 71,16% têm o jogo legalizado. Entre os 28,84% que proíbem a atividade, 75% são islâmicos. Anualmente, os Estados Unidos, o maior mercado de jogos de azar e cassinos no planeta, geram lucros de US$ 40,28 bilhões, aproximadamente, de acordo com dados da Associação Americana de Jogos (AGA). Os índices são recorde para o setor que, pela primeira vez, superou a marca de US$ 40 bilhões em lucros para cassinos, número 3,4% maior em relação a 2016. Ao longo de 2017, os jogos de azar legalizados renderam US$ 9,23 bilhões em impostos, também registrando salto de 3,1% na comparação com o ano anterior. Outro exemplo é Punta del Este, no Uruguai, país cuja legislação permite a operação de cassinos públicos, privados ou mistos. O volume de apostas em 2016, apenas nos estabelecimentos estatais, foi de aproximadamente R$ 200 milhões. Em 2017, segundo dados do Ministério do Turismo uruguaio, mais de 4 milhões de viajantes estrangeiros escolheram o país sul-americano como destino – sendo 500 mil do Brasil. A indústria mundial de apostas movimentou US$ 527 bilhões em 2016, segundo dados do Instituto Jogo Legal. Há quase 7 mil cassinos em funcionamento no mundo, sendo cerca de 2 mil nos Estados Unidos. Na Europa, funcionam 2,6 mil estabelecimentos e, na Oceania, há 600. A América do Sul tem pouco mais de 500 cassinos abertos, seguida pela Ásia (270), África (198) e Caribe (161). www.brasilturis.com.br | Brasilturis 41
FEIRAS E EVENTOS
Festuris Gramado completa 30 anos Linha do tempo destaca marcos de crescimento e profissionalização em três décadas de evento
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ealizado em local improvisado, sem envolvimento público e com muita vontade de fazer a diferença. Foi assim que, em 1989, começou a história do Fes-
turis. As primeiras edições aconteceram na Prefeitura de Gramado e foi realizada com apoio do empresariado da região, sem incentivo de nenhuma instância governamental.
A importância do evento se provou logo cedo, por uma combinação de qualidade do conteúdo proposto nos debates e crescimento no número de expositores – com conse-
quente aumento de público. Temas atuais entraram para a programação, a organização criou espaços para discutir nichos estratégicos e o encontro ganhou pro-
1989
1991
1993
1996
Criado com apoio de empresários para debater a preparação da indústria para o terceiro milênio
Acontece no Pavilhão da Prefeitura de Gramado e registra movimento recorde com 2.380 credenciados
Realiza Salão de Turismo do Cone Sul, com Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai
Realiza o 1º Salão Profissional da Associação Federativa de Executivas de Empresas de Turismo do RS
2015
2012
2017 Festuris apresenta novo portal e nova marca para edição comemorativa de 30 anos
Criação do espaço Luxury e destaque para o segmento de gastronomia
Com abertura de Alceu Valença, inaugura os espaços temáticos para acessibilidade e enoturismo
2011
Criação do espaço Abav, rodadas de negócios Sebrae e consolidação internacional
Fatos e Fotos
Brasilturis divulga o lançamento do Festival em 1988 42 Brasilturis
Novembro | 2018
Empresária da Malhas Lucirene, patrocinadora do evento em 1989 entre Silvia e Marta
Primeira publicidade do Festuris veiculada no BJ
Silvia cola cartaz de divulgação do 1º evento
jeção internacional, trazendo cada vez mais desenvolvimento para a região das Hortênsias. “O Brasilturis apoia o evento desde a primeira edição, inicialmente por iniciativa do fundador, Horácio Neves. Desde 2016, a nova gestão do jornal faz questão de manter o apoio por considerar a relevância do Festuris”, pontuou Amanda Leonel, CEO da Editora Via. A parceria de longa data garantiu que a publicação mantenha-se sempre no estande de número 1 na planta da feira.
Histórico
O fundador do Brasilturis, Horácio Neves, divulga o jornal na primeira edição do Festival. Em 2018, o jornalista é homenageado com o troféu Silvia Zorzanello
O Festuris foi criado por Marta Rossi e Silvia Zorzanello (in memoriam) e, atualmente, é comandado por Marta e Eduardo Zorzanello. Anualmente, o evento reúne mais de 10 mil profissionais de turismo, cerca de 60 destinos internacionais e 2 mil marcas. Em 2017, gerou R$ 280 milhões em negócios, segundo levantamento da Universidade de Caxias do Sul. O impacto econômico para a Região das Hortênsias foi avaliado em R$ 18 milhões de reais. O evento, este ano, terá o Meeting Festuris no Hotel Master Gramado e a Feira de Negócios no Serra Park. Para mais informações: www.festurisgramado.com
1997
1999
2003
2004
Empresas ficam de fora por falta de espaço e organização reforça o pedido de uma sede para eventos
Estreia no espaço de eventos Sierra Park com aumento de 50% na capacidade
Realiza o primeiro Salão de Ecoturismo e Aventura e recebe mais apoio político e empresarial
Realiza o primeiro Salão de Tecnologia para o Turismo e combina datas com Natal Luz
2008
2007
2006
2009 Inaugura o Salão de Turismo LGBT e expande a planta em mais um pavilhão para destinos
Festuris era realizado no ginásio esportivo da prefeitura
Viabiliza o primeiro espaço de Turismo Cultural e comemora 20 anos de história
Em 1991, o então presidente da Embratur Ronaldo do Monte exibe o cartaz entre Sílvia e Marta
Abre o Salão de Turismo Religioso e consegue recursos para Gramado e Canela
Equipe do Festuris em foto divulgada na edição comemorativa dos 20 anos no Brasiltuis Jornal
Lança o Salão de Turismo de Saúde e recebe delegações da China, Índia e Oriente Médio
Em 2010, o começo de um novo ciclo. Com falecimento de Silvia Zorzanello, se apresentam junto com Marta Rossi: Marcus Rossi e Eduardo Zorzanello www.brasilturis.com.br | Brasilturis 43
FEIRAS E EVENTOS
JPA na rota internacional
Autoridades reunidas para a abertura
Autoridades registram participação e estreias de delegações do exterior e comemoram o reforço nas ligações aéreas do Nordeste para o mundo Por Giovana da Costa
A
oitava edição do JPA Travel Market reuniu líderes e profissionais do turismo que, além de realizarem negócios, comemoraram o ápice do desenvolvimento turístico do Nordeste. Isso porque a realização do evento coincide com o momento em que diversas companhias aéreas anunciaram novos voos diretos, ligando as principais capitais nordestinas a várias partes do mundo. Fortaleza, no Ceará, irá somar 48 frequências internacionais por semana para 14 destinos até o final de 2018. O estado do Pernambuco conta com 15 rotas para o exterior e João Pessoa também foi contemplada com voo semanal direto para Buenos Aires, na Argentina, para citar alguns exemplos. “A Paraíba é uma das últimas capitais do Nordeste a se tornar destino turístico. Hoje, contamos com a presença de cônsules da China, dos EUA e da Argentina. Ninguém acreditaria que isso seria possível há alguns anos”, pontuou Marconi Medeiros, presidente da Fecomércio PB, durante a abertura da feira. Desde 2008, a Paraíba praticamente dobrou sua oferta de leitos, fato que, aliado a outras ações, tem impulsionado o turismo da região. 44 Brasilturis
Novembro | 2018
Para o governador do estado, Ricardo Coutinho, o momento é realmente de comemoração, mas ainda falta consolidar a união entre os destinos nordestinos. “O empenho é contínuo e os resultados estão chegando. Agora, falta transformar o Nordeste em um produto turístico unificado, como é o Caribe”, opinou. A unificação mencionada pelo governador deve ter como foco a diversidade de atrativos que o Nordeste pode oferecer. “Não somos apenas sol e mar. Temos um patrimônio histórico imensurável, que é nosso ponto mais forte. O Nordeste é o pulmão cultural desse País e precisamos explorar esse aspecto”, comentou. Estreias Seguindo a lógica da internacionalização, algumas empresas do trade internacional participaram pela primeira vez do JPA Travel Market, considerado o maior evento B2B de turismo do Norte e Nordeste do Brasil. Ao todo, foram 60 estandes estrangeiros, o que representa um crescimento de 34% na comparação com 2017. Um desses estreantes foi o Visit Florida. O órgão de promoção tu-
rística do estado norte-americano desembarcou em João Pessoa com a proposta de levar informações sobre os destinos para novas regiões do Brasil e mostrar um lado diferente do que as pessoas estão acostumadas a ver. “O resultado não poderia ser melhor, estamos muito satisfeitos. É uma oportunidade de ter contato com as agências menores, de cidades mais afastadas, que normalmente não podem participar dos eventos nas principais capitais”, afirmou Rafaella Brown, executiva comercial sênior do Visit Florida no Brasil. Essa também foi a primeira vez que a feira recebeu um grupo de hosted buyers da Argentina. Em 2019, o JPA Travel Market está marcado para acontecer entre os dias 18 e 19 de outubro, com a promessa de aumentar o programa para compradores convidados. O Festival Entre 19 e 20 de outubro, cerca de 3.500 profissionais, de 25 estados brasileiros, passaram pelo Centro de Convenções de João Pessoa. Em parceria com a Gol, o JPA viabilizou o transporte de 22 caravanas e trouxe 1.400 agentes de viagens para os
corredores do Festival. Um dos pontos fortes desta edição foi o investimento nas 126 capacitações que foram realizadas durante os dois dias de evento. “Preparamos 12 espaços voltados para os treinamentos e registramos 2.758 pré-inscritos dias antes do início do evento. Entendemos que é primordial qualificar o profissional do turismo”, destacou Cláudio Júnior, diretor Executivo do JPA Travel Market. Estandes do Visit Europe, Trend, Best Western, USA, Visit Florida, Teresa Perez, Argentina e Azul Viagens participam da feira com espaços específicos para as capacitações. Além disso, o Sebrae marcou presença forte nos treinamentos sobre turismo regional, ressaltando toda a força das tradições da Paraíba. De olho na internacionalização da marca e na expansão do evento para os próximos anos, os diretores do Festival anunciaram a mudança do nome e reposicionamento da marca. A partir do ano que vem, o evento passará a se chamar JPA Travel Market. A mudança faz parte do planejamento estratégico desenvolvido para os próximos cinco anos. Viagem realizada a convite do Festival JPA, com seguro Affinity.
antonio salani e giovana costa
CLIQUES
Bruno Mesquita, Cláudio Júnior e Breno Mesquita (Festival JPA)
Pablo Vilaseca e Tody Navarro (R11)
Rafaella Brown (Aviareps, representante do Visit Florida no Brasil)
Patricia Lima e Rodrigo Ricciardi (Avianca Brasil)
Equipe da Localiza com Alberto Alves (MTur) ao centro, e Bruno Mesquita (Festival JPA) a direita
Michelle Tonon (Mobility) e Bruna Uliani (Amadeus)
Viviane Amadei e Tatiane Ferreira (Best Western)
Fernando Milanez (Secretário de Turismo de João Pessoa)
Mohamed Elkhatib (Cônsul Comercial do Egito)
Fernanda Longobardo (ENIT) e Rosemary Belli (Alitalia)
Gisela Nicotera (Velle), João Gonçalves (NCL), Borges (Rhematur) e Dorivana Moraes (Costa Cruzeiros)
Mustafá Dias e Rodrigo Machado (Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Recife)
Equipe da April Brasil Seguro Viagem
Almir Cardoso (Enotel)
Andrea Gabel (Visit St. Pete Clearwater)
Equipe da Luck Receptivo
Equipe Nord Hotéis
Equipe da Skyteam
Cirlei Leal e Christina Kler (Boarding Gate), com Olivier Lagane (Beachcomber) e Alexandre Milessis (Milessis)
Geraldo Rocha (Abav), Alberto Alves (MTur), Manoel Linhares (Abih) e Gilson Lira (Embratur)
Claudia Shishido (Air Europa), com Luciane Leite e Bianca Pizzolito (WTM Latin America)
Raphael de Lucca (Ethiopian Airlines)
Amanda Leonel (Brasilturis) e Ricardo Coutinho (Governador da Paraíba)
Cesar Alruiz e Giovanni Neto (Royal Air Maroc) www.brasilturis.com.br | Brasilturis 45
Foto divulgação
FEIRAS E EVENTOS
Delegações dos 10 mercados convidados posam em frente ao Museum de Fundatie, em Zwolle
Holanda realiza última investida no Brasil Por Camila Lucchesi
A
histórica Zwolle recebeu 110 profissionais de 10 mercados globais para reuniões com 75 fornecedores holandeses durante o Holland City Global Travel Trade Show. “Optamos por realizar um evento de escala maior para substituir os encontros menores, focados em cada mercado, que realizávamos até o ano passado”, explicou Carola Muller–van Rijn, gerente global para o trade turístico da Holland Alliance, grupo de empresas focado na promoção conjunta do destino. Considerado um dos 13 mercados prioritários para a Holanda até 2018, o Brasil participou com 12 operadores de Fortaleza (CE), Natal (RN), Salvador (RJ), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). As outras delegações vieram da Alemanha, Reino Unido, Espanha, Itália, Rússia, Índia, China, Japão e Indonésia. Infelizmente, o evento de networking também marcou a saída do Brasil do ranking de emissores estratégicos. A partir do ano que vem, o país europeu passará a investir apenas nas nações vizinhas como estratégia para combater o overtourism (saiba mais no box). 46 Brasilturis
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Apesar da decisão, os operadores voltaram com feedback positivo após as reuniões. “O evento foi muito proveitoso e nos permitiu conhecer profissionais-chaves das regiões apresentadas, possibilitando captação de conteúdo e de novas oportunidades de negócios”, opinou Joabe Coelho, analista de produtos pleno da CVC Corp. O profissional conquistou o terceiro lugar em um quiz sobre a Holanda, que teve participação de 110 operadores internacionais. Oportunidades concretas Marcus Campos, gerente de relacionamento com o mercado da Trend, revelou possibilidades concretas de novos negócios. “Destaco oportunidades para aumento nas vendas de Roterdã, além de um roteiro específico de museus pela Holanda”, elencou. Paulo Neto, gerente da Fábrica de Viagens de Fortaleza (CE), também afirmou que deverá criar itinerários focados na oferta museológica. “Outro programa que vamos explorar são roteiros de bicicleta pela Holanda”, completou.
Os tours de bike também estão na mira da MGM Operadora de Curitiba (PR). “A empresa ‘Boat & Bike Tours” oferece roteiros em barcos fluviais e inclui passeios de bicicleta por todas as cidades”, ressaltou Christina Marfara, gerente de produtos internacionais. Já Thamiris Teixeira, da NewIT, do Rio de Janeiro (RJ), informou a possibilidade de inclusão do Moco Museu e da atração ‘This is Holland’, ambos em Amsterdã, na programação de um grupo de jovens que embarca para o país em julho de 2019. “O workshop ajudou muito com novas ideias”, disse a agente de operações internacionais. Para James Giacomini, diretor da Diversa Turismo, um dos destaques da agenda de reuniões foi a possibilidade de conhecer os trabalhos do Liberation Route Europe, grupo internacional que conecta rotas que envolvem marcos da Segunda Guerra Mundial. “Um produto que achei interessante é o ‘Hop on Hop off’ em ônibus que permitem visitar vários pontos turísticos e, em algumas cidades, podem ser conjugados com barcos”, destacou Ingrid Davidovich, diretora da New Age.
A possibilidade de contratar guias de turismo em português atraiu a atenção de Beatriz Silva, da Michelle Tour, de Natal (RN). “A Tour Company oferece diversos serviços de receptivo com guias em português, o que faz toda a diferença com os nossos clientes. A Waitt é outra empresa com guias em espanhol e português, que tem interesse em firmar parceria com operadores brasileiros”, disse. Destino anfitrião Jos Vranken, diretor da NBTC Holland Marketing, ressaltou o potencial da região de Zwolle e fez um chamado para que os profissionais estivessem abertos a descobrir possibilidades que atendam a diferentes demandas. Anfitriã do evento, a cidade no leste do país não foi escolhida ao acaso. Destino preferencial para os holandeses, a área insere no mapa pequenos vilarejos ricos em cultura, monumentos históricos e natureza exuberante. Cinco dos 10 parques nacionais holandeses estão nesta região, segundo conta Gertrude van Kewlen,
relações públicas do Marketing Oost, o que a torna uma escolha certeira para turistas que gostam de praticar esportes ao ar livre ou contemplar a natureza. Para registro: Oost, em holandês, significa leste. Além de participar do workshop em Zwolle, os brasileiros visitaram o parque nacional Hoge Veluwe e passaram por outros quatro destinos holandeses – Leiden, Roterdã, Harderwijk e Hattem. Os destaques você confere nas próximas páginas.
Beatriz Silva (Michelle Tour)
Christina Marfara (MGM)
Rafaela Munguba (Rafastour), Felipe Lopes (KLM) e Joabe Coelho (CVC)
Nova estratégia Formada pelo NBTC Holland Marketing, KLM Royal Dutch Airlines e Aeroporto Schiphol, a Holland Alliance atua no Brasil desde 2012, com foco na divulgação do destino por meio de seus aspectos culturais, estilo de vida e belezas naturais. No ano passado, 150 mil brasileiros viajaram à Holanda, o que representou um aumento de 31% em relação a 2016 e colocou o País em segundo lugar no ranking de mercados com desempenho mais expressivo – empatado com a Índia e superado pela Rússia. A média de crescimento de outras nações foi de 13%. Segundo Carola Muller–van Rijn, o Brasil deve fechar 2018 com crescimento de 24% nas emissões – o que significa 36 mil viajantes a mais na comparação com 2017. Neste momento, entretanto, a NBTC redesenhou sua estratégia de atuação global e destinou importância secundária aos números. “Tivemos de fazer escolhas e decidimos parar a operação em alguns mercados, como o Brasil”, informou a executiva, em entrevista exclusiva ao Brasilturis. A troca no rumo da promoção tem a ver com a luta de Amsterdã contra o excesso de turistas. “Nosso foco inicial era aumentar o volume de turistas na Holanda, mas aconteceram algumas situações que nos fizeram voltar atrás, especialmente a questão do overtourism. Optamos por priorizar o investimento em nossos vizinhos, Alemanha, Bélgi-
Ingrid Davidovich (New Age)
Paulo Neto (Fábrica de Viagens), Thamiris Teixeira (NewIT) e James Giacomini (Diversa Turismo)
Lygia Tarasevicius (Flytour MMT)
Marcus Campos (Trend)
Luciana Castelloes (ABC Turismo)
Mario Bruni (Conquest Operadora)
ca, França e Reino Unido. Queremos atrair o turista frequente para que conheça outras partes do país e contribua com a economia local em diversos destinos”, explicou Carola. A decisão segue a linha do compilado lançado pela NBTC com perspectivas para a atividade até 2030, resultado das análises de especialistas em turismo, mobilidade, educação e cultura, além da consulta aos residentes. “A Holanda deve ter um crescimento de 50% no número de turistas internacionais até 2030”, explicou Jos Vranken. A projeção significa saltar dos 18 milhões de visitantes internacionais registrados em 2017 para 29 milhões em 2030. “Isso requer uma nova abordagem para que todos – moradores, visitantes e empresas - se beneficiem do turismo. Os próximos 10 anos exigem uma abordagem diferente da última década”, finaCarola Muller–van Rijn entre Nicole Nanci (Edelman) lizou o executivo. e Maria Fernanda Araújo (NBTC)
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DESTINO
Grafites ilustram as ruas de Roterdã
Fora do circuito Tradições históricas aliam-se a equipamentos modernos e provam que a Holanda é muito mais do que Amsterdã Por Camila Lucchesi
U
m país de criativos e progressistas que utiliza sua história para oferecer paisagens verdadeiramente únicas, mas sempre traçando um paralelo em relação ao futuro. A Holanda é um contraste constante entre antigo e novo que tem a água como foco central. Para conhecê-la a fundo, é preciso primeiro mergulhar nessa relação de séculos com o elemento que hoje também cumpre um importante papel recreativo. O país tem mais de 26% do território abaixo do nível do mar e era preciso drenar, proteger as terras de inundações e torná-las produtivas. Assim, dominar a água foi uma das primeiras qualidades desenvolvidas pelos locais para fins de sobrevivência. Essa batalha contínua os transformou em exímios conquistadores – gerando marcas importantes em diversas partes do 48 Brasilturis
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mundo, inclusive no Nordeste brasileiro – e extremamente habilidosos com projetos de engenharia na água. Em seu território, o talento dos holandeses resultou em belas cidades recortadas por canais, cuja importância não de limita à estética ou ao traçado urbano. As construções oferecem alternativas para o transporte de locais e criam oportunidades para a diversão dos turistas. Fazer um passeio pelas ruas aquáticas é uma das melhores formas de conhecer os principais ícones de cada local. E o melhor: é possível fazer essa imersão fora de Amsterdã, uma cidade surpreendente em termos de oferta, mas que vem lutando contra as mazelas trazidas pela chegada excessiva de turistas. Leiden e Roterdã, por exemplo, são destinos estruturados e ainda
inexplorados pelos viajantes brasileiros. Há ainda Zwolle, na parte leste do país, cujo entorno é destino preferencial de férias para os locais. Atendendo a um convite da Holland Alliance, 12 operadores brasileiros participaram de uma viagem de familiarização em cinco destinos que estão fora do circuito popular entre os sul-americanos. O roteiro trouxe oportunidades concretas de negócios ao mostrar que é simples viajar entre cidades do país que demonstra grande preocupação com sustentabilidade. “Chamou atenção a preocupação com o meio ambiente, com barcos elétricos, energias alternativas e o uso extensivo de bicicletas em todos os locais, além das refeições que usam produtos de origem orgânica de produtores locais”, pontuou James Giacomini, diretor da Diversa Turismo, de São Paulo (SP).
FÊNIX Paulo Neto explicou que o famtour contribuiu para expandir o escopo de vendas da Fábrica de Viagens, operadora de Fortaleza (CE), em Roterdã. “Conhecemos inúmeras possibilidades de lazer para agregar. Anteriormente, trabalhávamos apenas com foco em corporativo”, explicou. A oferta de atrativos levou a cidade ao topo do ranking dos operadores pelo potencial de geração de novos negócios. A conquista não foi à toa. Roterdã tem um dos maiores portos da Europa, mas seus atrativos não se limitam às benesses obtidas pelo comércio marítimo. A atividade colocou a cidade no mapa mundial, trazendo riqueza e desenvolvimento para seus habitantes. Por outro lado, a importância econômica serviu de chamariz para bombardeios
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DESTINO que a destruíram parcialmente durante a Segunda Guerra Mundial. A união dos habitantes reconstruiu a cidade que segue de cabeça erguida, incluindo construções modernas ao skyline tradicional. O tour pela área portuária é um bom ponto de partida para desbravar essa incrível cidade. A Spido (www.spido.nl) oferece tours com áudio guia de 1h15 que permitem desfrutar de uma jornada única por um dos maiores portos do mundo. Entre docas, contêineres e estaleiros, o horizonte de Roterdã se descortina e destaca ícones como a ponte Erasmus. A torre se ergue das águas por meio de 40 cabos de aço que culminam em uma estrutura assimétrica, apelidada pelos locais como ‘De Zwaan’ (O Cisne). Nas redondezas, vale também visitar também o Museu Marítimo (www.maritiemmuseum.nl), estrutura com mais de um milhão de objetos relacionados à história de amor entre Roterdã e suas águas. Ali também é possível visitar barcos antigos e participar de uma série de atividades interativas, como simulações de trabalhos em plataformas de petróleo. O equipamento alia turismo com educação e responsabilidade ambiental por meio de exposições temporárias e alas permanentes, debatendo temas como os impactos da atividade para a moda e para o estilo de vida, bem como as novas formas de geração de energia. Depois do tour, a dica é embarcar no roteiro ‘Bike & Bite’ (www.bikeandbite.nl) que, apesar do nome, também pode ser feito a pé. O passeio inclui vários pontos de parada para ver marcos da arquitetura e da história de Roterdã, como as intrigantes Casas Cubo, a ecológica Estação Central, o delicioso Parque dos Museus e o moderno Mercado Central. Um dos marcos da cidade, a Euromast, oferece uma perspectiva diferente da cidade. A torre fica a 185 metros do solo e combina deque de observação a 100 metros – onde também estão instaladas duas suítes -, restaurante com vista espetacular e uma área mais alta dedicada para a prática de rapel. À noite, a perspectiva de cima mostra a melhor faceta da cidade iluminada. Coolsingel, uma das áreas mais vibrantes, segue repleta de andaimes e tratores para cumprir o plano de se transformar em um imenso boulevard exclusivo para pedestres e ciclistas até 2021. A região concen50 Brasilturis
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tra lojas de marcas, restaurantes e bares e a transformação começou em abril deste ano. Prova de que a cidade de 600 mil habitantes preserva ligações com um passado histórico, mas mantém sua visão orientada para o futuro. TERRA DE REMBRANDT Datada de 1575, a universidade mais antiga do país fica em Leiden, pequena cidade a 15 minutos do aeroporto de Amsterdã. O campus é apenas um dos destaques deste município do século 12 que também é conhecido por ter a segunda maior extensão de canais navegáveis do país, perdendo apenas para a capital. Mas a cereja do bolo fica para um fato histórico. Em uma das esquinas de frente ao porto está a casa onde nasceu Rembrandt van Rijn, mestre que entrou para história mundial da arte. É deste ponto que parte o cruzeiro pelos canais, a bordo de um dos barcos da Rederij Rembrandt (www.rederijrembrandt.nl). O equipamento elétrico preserva a qualidade da água enquanto navega pelos principais marcos da cidade que incluem o horto mais antigo do mundo – construído para estudo de espécies fitoterápicas no curso de medicina da Universidade de Leiden –, um dos maiores relógios de sol do mundo e construções do século 17. Para os amantes de arte urbana, a cidade tem espalhados pelas fachadas 101 poemas escritos à mão em diferentes línguas. Burcht van Leiden é uma cidadela com 20 metros de altura que servia para defender a cidade no passado. Com muralhas de seis metros e entrada gratuita, o lugar oferece uma vista incrível para o coração do centro histórico. Se bater a fome, perto dali há duas ótimas opções: o Hudson – bar focado em petiscos e cervejas artesanais – e o restaurante Waag. “Charmosa, a cidade serve como ponto de passagem, sem hospedagem”, opinou Christina Marfara, gerente de produtos internacionais da MGM Operadora, de Curitiba (PR). Segundo Daniel op de Buysch, do Leiden Marketing, é possível conhecer os highligts em um tour de três horas.
Casas-cubo são apenas uma das atrações arquitetônicas de Roterdã
Sint Hubertus: A residência de campo do casal Kröller-Müller
NATUREZA E GASTRONOMIA Destino preferencial para os holandeses, a área insere no mapa pequenos vilarejos ricos em cultura, monumentos históricos e natureza
Leiden tem a segunda maior extensão de canais navegáveis da Holanda
exuberante, com destaque para a presença de cinco dos 10 parques nacionais do país, o que faz dela propícia para turistas que gostam de praticar esportes ao ar livre ou apenas contemplar as belezas naturais. A região também é um prato cheio – literalmente – para apaixonados por alta gastronomia, com a oferta de restaurantes estrelados pelo guia Michelin. Água é um elemento muito importante para as Hanseatic Cities, liga de cidades europeias que existe desde o século 12 para proteger os comerciantes e da qual Zwolle faz parte junto com outros oito destinos holandeses. Sorte dos visitantes que conseguem combinar diversão com conhecimento, em passeios recheados de informações históricas. “Nas cidades hanseáticas, conhecemos museus que nos remetem ao charme das diversas construções centenárias”, destacou Joabe Coelho, analista de produtos da CVC Corp. Os contrastes entre antigo e novo causam certo estranhamento à primeira vista. Como o Museum de Fundatie (www.museumdefundatie.
nl) que exibe uma vasta coleção de esculturas e artes visuais no prédio de um antigo palácio encabeçado por uma moderna estrutura de aço e vidro, conhecida como A Nuvem. O topo foi inserido para permitir a instalação de exposições mais extensas e causou polêmica entre os habitantes. Com tempo para passear pela cidade, você percebe essa combinação é uma de suas principais características. Outro exemplo é a Waanders in de Broeren (www.waandersindebroeren.nl), uma livraria diferente de tudo o que já se viu. A loja foi instalada dentro de uma antiga igreja, com o cuidado de não descaracterizar a arquitetura e o design do interior que inclui abóbadas, vitrais e uma delicada pintura no teto. De frente para uma praça, a Catedral de Zwolle também tem um “contraste para chamar de seu”. A construção tem duas estátuas dedicadas a São Miguel Arcanjo: uma no topo, em estilo medieval, outra no solo, feita de placas de vidro e instalada em 2010. Vale ainda conhecer o portão de Sassenpoort – onde a história
Ponte Erasmus e skyline de Roterdã vistos de cima da Euromast
da cidade começou – e se perder pelo centro histórico para conferir as fachadas históricas que se sobrepõem a estruturas modernas. Conhecida como pimenteiro, a torre da Basílica de Nossa Senhora da Assunção é uma boa dica para quem quer ter uma vista a 75 metros de altura. Vale subir seus 236 degraus para enxergar todo o centro histórico e os arredores verdes do município. Adeptos do turismo gastronômico têm um motivo extra para conhecer a região. Em Zwolle funciona há
25 anos o De Librije (www.librije. com), misto de hotel boutique, loja de produtos orgânicos e restaurante três estrelas Michelin. O sucesso é tanto que as reservas devem ser feitas com pelo menos 18 meses de antecedência. A poucos minutos de carro, os vilarejos de Hattem e Harderwijk se destacam pela mescla de arquitetura medieval e oferta culinária. Enquanto a primeira sedia os restaurantes Basiliek (uma estrela Michelin) e ‘t Nonnetje (duas estrelas), a segunda apresenta o curioso Mu-
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DESTINO
seu da Padaria (www.bakkerijmuseum.nl), que mantém equipamentos antigos e ressalta a produção artesanal de pães e doces. CASA DE CAMPO “Para mim, um dos pontos altos foi a visita ao Museu Kroller-Muller dentro do parque Nacional HogeVeluwe”, defendeu Ingrid Davidovich, diretora de marketing da New Age, de São Paulo (SP). O equipamento fica a cerca de uma hora de Amsterdã e faz as vezes de casa de campo para as obras de Vincent Van Gogh. Os quadros do mestre holandês podem ser vistos com calma no local que abriga a maior coleção privada do artista do mundo. Aberto em 1938, o museu é a realização do sonho de Helene Kröller-Müller de criar uma casamuseu. Com o dinheiro do marido e a ajuda de um conselheiro, ela começou a investir em arte e comprou mais de 11.500 objetos. “É maravilhoso ver a harmonia entre 52 Brasilturis
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Grupo de operadores na cidade Leiden
Museum de Fundatie
Interior da belíssima livraria Waanders
Jardim de Esculturas
o museu e o jardim de esculturas”, ressaltou Ingrid. “Uma visita ao museu seguido por um passeio de bike pelo parque é, sem dúvidas, uma das nossas principais apostas para os próximos anos”, complementou Thamiris Teixeira, da New It Operadora, do Rio de Janeiro (RJ). Sint Hubertus, residência de veraneio do casal, também pode ser visitada parcialmente. “Deu pra perceber uma Holanda rica em história, natureza e vontade de crescer no turismo. Nossos clientes se lembram de Amsterdã quando pensam na Holanda, mas acredito que é possível aumentar esse panorama de destinos a partir do que conhecemos no famtour. Leiden, Roterdã e Zwolle se mostraram repletos de atividades que podemos oferecer como novidades”, resumiu Beatriz Silva, da Michele Tour, de Natal (RN). “Conseguimos ampliar a visão e, consequentemente, o portfólio para o país que temos muito mais a oferecer ao viajante”, finalizou Joabe Coelho.
Informações úteis Localizada no norte da Europa, a Holanda tem 17 milhões de habitantes e mais de 26% do território abaixo do nível do mar. Por conta dessa característica, os holandeses ficaram famosos pela construção de sistemas de água, como a dos famosos canais que insere ruas adicionais para o transporte urbano e roteiros turísticos, criando uma paisagem única em diversas cidades. Clima: Devido à proximidade com o Mar do Norte, a Holanda tem clima moderado. A influência do mar e a umidade garantem o equilíbrio, mantendo o país não tão frio durante o inverno, nem tão quente durante o verão - mas com muito vento, independente da estação. Um efeito secundário do clima litorâneo é a iminência de chuvas durante todo o ano. As médias variam entre: 1ºC e 9ºC (inverno), 5ºC e 17ºC (primavera), 11ºC a 22ºC (verão) e 4ºC a 18ºC (outono). Aéreo: A KLM opera 17 voos sema-
nais entre o Brasil e o aeroporto de Schiphol, em Amsterdã – quatro partindo do GRUAirport (SP), sete do Rio de Janeiro e três de Fortaleza (CE). A partir de abril de 2019, a companhia holandesa acrescentará uma quarta frequência decolando da capital cearense. Por meio da parceria com a Gol, passageiros de outras 35 cidades brasileiras podem voar com conexão em um dos três aeroportos brasileiros de onde partem os voos diretos. Terrestre: Por conta das curtas distâncias, é muito fácil se locomover dentro da Holanda, tanto de carro/ ônibus quanto de trem. As cidades estão conectadas por uma malha ferroviária eficiente e as principais ficam a menos de duas horas de Amsterdã. O trajeto do aeroporto da capital para Roterdã, por exemplo, dura cerca de 30 minutos. Nas cidades, o meio de transporte mais típico é a bicicleta. Mas há também a opção de se locomover em ônibus, trams (bondes) e aquatáxis. Dica: Nas viagens de trem, é per-
mitido fazer um “stopover” antes de chegar ao destino final, sem custo extra. As únicas exigências são que a cidade de parada esteja na rota e que a visita seja feita no mesmo dia. Gorjeta: É bem-vinda, mas não obrigatória. Apesar de a prática não ser muito comum no país – o que permite ao visitante pagar o total exato da conta ou arredondar valores quebrados –, o IVA e a taxa de serviço não vêm incluídas. A sugestão é pagar uma taxa de 10% ao garçom ou taxista. Fuso horário: Os relógios na Holanda marcam 5 horas a mais na comparação com o horário de Brasília (DF). Documentação: Passaporte com validade mínima de seis meses e seguro-viagem com cobertura mínima de € 30 mil para eventuais custos com assistência médica de emergência. É importante levar o voucher do seguro em mãos porque ele pode ser solicitado pelo agente de imigração holandês. Gastronomia: A culinária é baseada em frutos do mar, legumes e vegetais. As receitas mais tradicionais são o bitterballen (espécie de croquete de carne) e o stamppot (purê de batatas com legumes). No café da manhã, os holandeses não dispensam o stroopwafel, biscoito com massa de canela recheado com caramelo. É importante frisar que os holandeses não consideram o almoço uma refeição completa, como os brasileiros. Eles o substituem por uma alimentação mais informal, composta por queijos – com certeza de presença do nativo Gouda, produzido na cidade de mesmo nome – e pelos famosos broodjes (sanduíches).
Holanda ou Países Baixos? Formado por 12 províncias, o nome oficial do país é Reino Unido dos Países Baixos. A confusão ocorre porque as duas províncias mais importantes – tanto economicamente quanto em termos históricos - são Holanda do Norte (Noord Holland, onde fica a capital, Amsterdã) e Holanda do Sul (Zuid Holland, onde ficam Haia, a capital administrativa, e Roterdã). A identidade nacional é representada pela cor laranja devido à denominação da dinastia real - Casa de Orange. Monarquia desde 1815, a nação é hoje liderada pelo rei Guilherme Alexandre. Ele tem imunidade, mas quem comanda a política são os ministros.
Hospedagem Ibis Leiden City Center www.accorhotels.com Hilton Rotterdam www.hilton.com Lumen Hotel & Events (Zwolle) www.lumenzwolle.nl Para saber mais: www.holland.com Viagem realizada a convite da Holland Alliance, com seguro Affinity e chip 3G Flexiroam Brasil www.brasilturis.com.br | Brasilturis 53
ACONTECEU Ilhabela (SP) recebeu especialistas e empreendedores do turismo sustentável brasileiro para discutir os desafios do mercado em três eventos promovidos pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) no último final de semana de outubro – O Seeds (Semeando a Excelência do Desenvolvimento Sustentável, a Convenção dos Associados Braztoa e o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade. Junto com os eventos, a prefeitura de Ilhabela promoveu o 2º Fórum de Turismo Sustentável. O prefeito de Ilhabela Márcio Tenório e o Secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Ilhabela, Ricardo Fazzini, receberam os convidados para reforçar a dedicação do município em se tornar um destino de natureza até 2020. Para atingir o objetivo, R$ 328 milhões serão investidos nos próximos dois anos.
“Somos a capital da Vela, mas temos 92% da ilha cobertos por Mata Atlântica preservada e atividades para receber os turistas 365 dias por ano”, disse Fazzini. Durante o Seeds, a cidade de Canela (RS) anunciou que vai sediar a próxima Convenção da Braztoa em 2019. O compromisso foi assinado pelo Secretário Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, Bob Santos, o Secretário de Turismo de Canela, Angelo Sanches Thurler, o prefeito de Canela, Constantino Orsolin, e a presidente da Braztoa, Magda Nassar. Na abertura do Prêmio, Magda Nassar, ressaltou que Sustentabilidade está no dia a dia da entidade. “Nos últimos anos tivemos várias ações importantes e o prêmio já destacou 71 iniciativas, entre 439 inscritas. Só este ano foram 145”, comemorou.
Fotos: Divulgação/Braztoa
Turismo Sustentável
Ricardo Fazzini (Secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Ilhabela)
Constantino Orsolin (Prefeito de Canela), Magda Nassar (Presidente da Braztoa), Angelo Sanches (Secretário de Turismo de Canela) e Bob Santos (Secretário Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo)
Vencedores do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade 2018/2019 Top Sustentabilidade: Sesc Porto Cercado Projetos Inovadores: Anhembi – Morumbi Parceiros do Turismo: Recanto Rio da Prata Meios de Hospedagem: Pousadas Vila Kalango e Rancho do Peixe Resorts: SESC Porto Cercado Agências de viagem: Vivejar Associados: Beto Carrero World Menção Honrosa Nacional – Ambiental: Roraima Adventures Menção Honrosa Nacional – Sociocultural : Associação Garupa, Assoc. das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas (ACIR) e Instituto Socioambiental – ISA
Busca por consolidação A DCS Plus visitou a sede da Editora Via para reforçar a mensagem passada pela empresa especializada em tecnologia durante participação na Abav Expo. Sibel Aptula, especialista de marketing, e Gervásio Tanabe, representante da marca para a América Latina, divulgaram a intenção de consolidar a empresa romena no mercado brasileiro a partir de 2019. A DCS Plus atua em 45 mercados e oferece produtos como Tina, sistema Mid Back Office que ajuda as agências de viagens a reduzirem custos, e Irix, ferramenta para a criação de plataformas para reservas on-line, entre outros.
Sibel Aptula e Gervásio Tanabe
Comida, diversão e arte
Estela Farina e Frank Medina
Meta: +20% A Norwegian Cruise Line (NCL) lançou o calendário oficial de cruzeiros para temporada de 2019/2020, com destaques para Norwegian Encore – que fará o itinerário entre Nova Iorque (EUA) e Bermudas em 2020 – e para o roteiro de experiência pelo Alasca (EUA). Os planos da armadora projetam um crescimento de até 20% no mercado brasileiro para a próxima temporada. A partir de 2022, a armadora que detém três marcas – Norwegian, Oceania e Regent Seven Seas –pretende lançar um novo navio ao ano até 2027. 54 Brasilturis
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A American Express e o Grupo Mancini ofereceram um almoço para o trade e empresários no Walter Mancini Ristorante para apresentar uma parceria firmada recentemente com a meta de melhorar a experiência do consumidor de gastronomia. As empresas se comprometeram a criar ações nos empreendimentos da rede - Famiglia Mancini, IL Walter Mancini Ristorante, Pizzaria Famiglia Mancini, Madrepérola, Migalhas, Gato Bravo e Calligraphia – para clientes Amex. Os benefícios incluem oferta de vinhos selecionados, pizza e feijoada em dobro, além de formas diferenciadas de pagamento. O grupo também é responsável pelo apoio ao projeto Piccolo Teatro. Um palco montado próximo aos restaurantes da paulistana Rua Avanhandava, na Bela Vista, onde artistas e novos talentos poderão se apresentar em números rápidos e gratuitos para quem estiver por ali. Rose Del Col (American Express Brasil) e Walter Mancini
Alisson Braga Andrade e Zhang Xilong
Estreia na América Latina O Turismo da China reuniu agentes e operadores com autoridades de 15 destinos locais para seu primeiro evento oficial na América Latina. “Desde 2004, o Brasil se tornou referência para os chineses devido a acordos bilaterais. O Brasil continua sendo nosso principal emissor da América Latina”, comemorou Zhang Xilong, vice-diretor geral do departamento de intercâmbio internacional e cooperação do Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China. “A China entrou no patamar de mercado prioritário em nosso planejamento estratégico. Já demos início às ações participando da ITB China, em Xangai, com uma comitiva de organizações brasileiras para fechar negócio com receptivos chineses e conversar com as companhias aéreas”, ressaltou Alisson Braga de Andrade, coordenador geral de inteligência competitiva e mercadológica da Embratur.
Festa da polenta Venda Nova do Imigrante, na região serrana do Espirito Santo, recebeu a 40º edição da tradicional festa realizada pelos colonizadores italianos. Shows musicais, dança e comidas típicas atraíram cerca de 70 mil visitantes que lotaram os hotéis e pousadas da região. O ponto alto é o tradicional “tombo da polenta”, quando uma enorme panela de ferro é virada com 1,2 mil quilos da receita que é servida durante o dia. No total, são consumidas 18 toneladas de polenta durante os dois finais de semana de evento.
Organizadores da Festa da Polenta
Panela com 1,2 mil quilos de polenta
Maria Catalina Galvis
Terra da sabrosura Para promover as principais novidades e fomentar viagens de brasileiros, a ProColombia promoveu um workshop em São Paulo. O evento reuniu 120 agentes de viagens para rodadas de negócios com empresários colombianos. “Os agentes são de grande importância, pois podem vender produtos de valor agregado, o que traz um impacto real para o fluxo de visitantes”, disse Alejandro Peláez, diretor da Procolombia para o Brasil. O turismo do país está em alta entre os brasileiros No ano passado, 209 mil turistas do Brasil deram entrada no país vizinho, que espera incrementar ainda mais os números com a oferta de destinos inexplorados e delícias da gastronomia local que pautam a campanha “Terra da Sabrosura”. O País atingiu a segunda posição no ranking de emissões, atrás, apenas, dos Estados Unidos. A explicação está na combinação de novas frequências aéreas com a promoção do turismo colombiano junto ao trade brasileiro, entre outros fatores. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 55
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Hoteleiros com a equipe da TL Portfolio
Novidades em hotelaria Os hotéis Bairro Alto Hotel Lisboa, Comporta Sublime e San Lorenzo do Barrocal, em Portugal, e a DMC russa Star Travel ganharam representação da TL Portfolio no Brasil. “Comporta, onde fica o hotel Sublime, não é conhecido pelos brasileiros. Já o Bairro Alto Lisboa passou por uma ‘reconstrução’ e estará completamente renovado”, detalhou Tina Lyra, fundadora da TL. A empresa realizou roadshows na capital paulista, Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ), incluindo também apresentações dos hotéis East, Miami; Xcaret México, GoldenEye, Kivotos Mykonos, Alto Atacama, Velaa Private Island e Grand Hotel Portovenere.
Aposta no Brasil O Visit Brussels quer estabelecer uma relação mais forte com o mercado brasileiro. Segundo Anousjka Schmidt, gerente de mercado internacional, o País está em segundo lugar no ranking de importância para o órgão de representação, atrás da China. “Estamos trabalhando para conseguir um voo direto, mas antes precisamos desconstruir o imaginário de que Bruxelas é um destino de instituições políticas”, detalhou Anousjka. A executiva aposta em
Pieter Callebaut e Anousjka Schmidt
atrair os brasileiros pela boca com a oferta gastronômica belga que inclui cervejas e chocolates premium.
Ignacio Palacios, Jaqueline Messina e Bruno Cordaro
Glamour em alto mar A MSC fez o lançamento oficial do Yacht Club no Brasil, área com 69 cabines, restaurante dedicado e sem escala para o jantar, além de serviços exclusivos como mordomo 24 horas, pacote all inclusive de bebidas, prioridade de embarque e excursões personalizadas com direito a guia e motorista, entre outros. A novidade poderá ser desfrutada pelos viajantes brasileiros a bordo do MSC Fantasia, navio que fará embarques no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (RJ), durante a temporada 2018/2019. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 57
SUSTENTABILIDADE
Responsabilidade empresarial
A
evolução do entendimento do papel, da influência e das responsabilidades das empresas nos territórios onde estão inseridas vem evidenciando mudanças significativas na forma como os negócios são geridos, como a gestão dos impactos socioambientais é conduzida, como a sociedade e os governos percebem o legado dos empreendimentos empresariais e como projetos sociais são concebidos e implantados. A similaridade de princípios adotados pela maioria das empresas na operacionalização de ações no âmbito da sua responsabilidade e obrigações sociais fortalece o entendimento de que há certo alinhamento sobre a importância de alguns assuntos: necessidade de identificação e envolvimento de todas as partes interessadas; diálogo permanente; atenção que a sociedade vem dando ao tema; e desenvolvimento de ações que contribuam com o desenvolvimento sustentável. Este cenário vem influenciando o setor do turismo. Por um lado, qualquer empreendimento do setor - seja um pequeno bar ou um grande resort - precisa pensar em como interagir positivamente e contribuir com o desenvolvi-
Avenida Angélica, 321 - Cjs. 92 e 93, Higienópolis - São Paulo/SP - Brasil CEP: 01227-000 Tel.: +55 (11) 3259-2400/ 3255-4956 DIRETORIA Sócia-diretora: Ana Carolina Melo
Cássio Garkalns CEO da GKS Negócios Sustentáveis e professor do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade (FIA/USP). cassio@gks.com.br
Fundado por Horácio Neves, em 1981. O primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis atualmente é de propriedade da Editora Via LTDA-ME, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo.
mento local. Por outro, empreendimentos de grande porte - como hidrelétricas, parques eólicos ou solares que, aparentemente, não possuem relação direta com turismo - reconhecem que o apoio à organização e qualificação desta atividade pode ser uma ótima oportunidade de estimular o desenvolvimento socioeconômico e contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Há um movimento de que esse tipo de empresa grande oriente suas ações obrigatórias relacionadas à obtenção de licenças para elaboração de planos de desenvolvimento do turismo, de qualificação de empresários e funcionários do trade, de fortalecimento de questões associadas ao marketing de destinos. Isso porque, para que empreenda em uma determinada região, ela precisa identificar potenciais impactos socioambientais e desenvolver ações de contrapartida que possam mitigar os problemas e contribuir para que a região se desenvolva. Preocupadas com a identificação de formas de contribuição e obrigadas a conduzir programas de mitigação de impactos, as empresas vêm encontrando no fomento ao turismo, quando tecnicamente pertinente, uma excelente oportunidade para gerar resultados significativos em regiões com alto potencial para a atividade. São inúmeros os casos no Brasil em que a fórmula está sendo
utilizada e que passam a ter papel importante de apoio à qualificação de destinos turísticos. Adicionalmente, deve ser entendido que, como estas empresas têm total interesse em construir uma relação positiva de longo prazo com a região de entorno, elas se comprometem e se envolvem com afinco para que os investimentos realmente gerem bons resultados que, em última análise, precisam ser quantificados e comprovados juntos aos órgãos responsáveis por suas licenças. Também trabalham para construir uma boa relação com a comunidade de influência e manter sua “licença social para operação”. Aparentemente, este entendimento segue um caminho sem volta, já que o desenvolvimento regional sustentável promovido por projetos estruturantes já está incorporado ao discurso, à prática e à essência de um número representativo dos grandes empreendimentos, que vêm adotando uma postura mais proativa em relação às questões socioeconômicas. A necessidade de mudança na forma como a sociedade e as empresas atuam em conjunto já é reconhecida. O desafio passa a ser identificar como convergir as forças inerentes ao mundo dos negócios e contribuir, quando couber, no apoio ao desenvolvimento do turismo sustentável. Vamos em frente!
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