ENTREVISTA
AVIAÇÃO
HOTELARIA
Claude Blanc, diretor de portfólio global da WTM, fala sobre o desafio do cargo e adianta novidades para o evento latino-americano
Início da operação de empresas low-cost trará redução na tarifa dos bilhetes; ainda aquém na comparação com outros mercados
Marriott Executive Apartments Panama City destaca benefícios da longa estada para atrair viajantes de lazer
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Ano 38
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nº 819
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DEZEMBRO 2018
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brasilturis
brasilturisjornal
Habemus ministro!
Executivos apontam principais desafios para o setor após o anúncio de manutenção do Ministério do Turismo como pasta independente LISBOA
ORLANDO
Tradicional e moderna, capital portuguesa se consolida na predileção dos viajantes
Agentes e operadores brasileiros destacam atrações imperdíveis na cidade que não para de se renovar
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ESPÍRITO SANTO
FESTURIS GRAMADO
Com 12 Unidades de Conservação Federais abertas à visitação, estado apresenta novos produtos
Organização comemora 30 anos com aumento de participantes, expositores e mais de R$ 300 milhões em negócios
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EDITORIAL
Camila Lucchesi Editora-chefe
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O que muda?
ma das promessas de campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro, é reduzir o número de Ministérios. Entre muitas especulações e planos noticiados pela equipe de transição, ouvimos que o turismo poderia ser extinto como pasta independente, unido a outros temas para a criação de novos ministérios, desmembrado para ser transformado em diretoria ou secretaria. Na noite de 27 de novembro, a primeira parte desse mistério foi resolvida. O turismo saiu da mira do futuro governante, que confirmou o Mtur como pasta independente “pela importância que ela pode ter na geração de empregos e para o desenvolvimento do País”. Na tarde seguinte, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) foi anunciado por Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, como novo comandante do Ministério do Turismo. Nascido em Belo Horizonte, Antônio tem 44 anos e foi reeleito neste ano para seu segundo mandato como deputado federal, tendo sido o candidato mais votado em Minas Gerais. O futuro ministro do Turismo integra a frente parlamentar evangélica no Congresso Nacional e nunca teve envolvimento com pautas relacionadas ao turismo. Mesmo após a nomeação, a falta de informações oficiais sobre como será o impacto do programa de governo para as atividades ligadas ao mercado de viagens ainda é preocupante. Ainda não se sabe qual será o formato, o orçamento e o direcionamento do Mtur a partir de janeiro de 2019. Voltam à mesa as questões de sempre, relacionadas à importância que será dada (ou não) ao órgão. Debatemos com executivos que estão à frente das principais entidades do setor para entender como o trade está se comportando em relação às possíveis mudanças que virão com a entrada do novo governo. Os profissionais se mostraram confiantes e otimistas, mas ressaltaram os vários “poréns” nesse enredo. É consenso entre os gestores que a atividade não será atingida negativamente, contanto que continue sendo destacada como alternativa viável para a geração de empregos e de renda em todo o território nacional. Desde a criação do Ministério do Turismo, o setor registrou um salto na movimentação econômica de US$ 24,3 bilhões (em 2003) para US$ 163 bilhões (em 2017). No mesmo período, o número de visitantes estrangeiros no Brasil subiu de 4,13 milhões anuais, para 6,6 milhões; e o número de viagens domésticas cresceu de 138,7 milhões para mais de 200 milhões. Ainda é pouco, na comparação com grandes potências mundiais. Mas não deixa de ser uma importante conquista e não se deve abrir caminho para retrocesso. Não importa a forma, contando que a mensagem seja mantida. Não importa a forma, desde que o legado não seja perdido. Não importa a forma, mas é preciso ter interlocutores com conhecimento técnico e vontade de fazer com que os principais pleitos para o pleno desenvolvimento desta indústria avancem. Por enquanto, tudo não passa de especulação e projeção de cenários. Estamos na torcida para que janeiro chegue com boas novidades para o turismo. Boa leitura, bons negócios!
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ENTREVISTA
Tecnologia e face a face cinador e visitante de diversas feiras ao redor do mundo.
Claude Blanc Diretor de portfólio global da WTM
Por LEONARDO NEVES
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nir tecnologia com o face a face e integrar ainda mais os continentes. Esses são os principais desafios de Claude Blanc, executivo francês que assumiu em outubro o cargo de diretor de portfólio global da WTM. Com 30 anos de experiência em diversos segmentos do setor de viagens - desde operadora, mercado corporativo, meios de hospedagem, OTAs, varejo e vendas – ele já atuou como expositor, patro-
Como sua experiência anterior agrega ao novo posto? Posso trazer essa perspectiva do cliente. Quando falamos a mesma língua que um expositor fica muito mais fácil. Eu também trago algumas ideias de cultura digital, por ter sido consultor de viagens on-line, co-fundador de uma das primeiras OTAs francesas, além da minha experiência na TUI França, trazendo um espírito empreendedor. Como avalia a WTM Latin America? Apesar dos desafios, é um continente que tem evoluído muito rápido na economia do turismo. Há muito potencial já que o Brasil cresce rápido em termos de chegadas de viajantes e despesas dentro do País, mas que
recebe apenas 6,5 milhões de turistas estrangeiros, o que é praticamente nada comparado às oportunidades em diferentes áreas. Vemos futuro para o Brasil e queremos que a WTM seja a plataforma que apoie esse crescimento. Quais são as principais mudanças da WTM? Mudamos a visão do nosso portfólio. Por muito tempo tínhamos seguido um foco de viagens a lazer e, agora, estamos caminhando para ser a principal marca de fomento da indústria de viagens, para facilitarmos a troca de conteúdo, as conexões e as comunidades. Essa é nossa missão. Trabalharemos com os âmbitos digital e físico ao longo de todo o ano, não apenas nos dias de feira. Também queremos trazer experiências para fora da área de exposição, como aconteceu neste ano na WTM Londres. Privatizamos um espaço na estação Waterloo e realizamos uma ação do turismo da Itália, o que ajudou a valorizar a marca. Qual foi a principal novidade da WTM Londres? Neste ano, reunimos 51 mil participantes e mais de 5 mil expositores. É claro que precisamos inovar para fazê-lo crescer ao longo dos próximos anos, o que é um desafio quando se chega a essa dimensão, mas já ousamos lançando o Travel Forward, conferência focada na tecnologia para o segmento. Como é conduzir um evento na Arábia? Realizar a Arabian Travel Market, em Dubai, onde atuamos há 27 anos, é complicado porque há questões geopolíticas que impedem a evolução do mercado aéreo. Por isso, decidimos criar na última edição o Connect, congresso que acontece durante a feira e reúne companhias aéreas e players desse mercado para debater entraves. O turismo deve crescer 5% ao ano na próxima década, o que traz diversos desafios em relação à saturação dos terminais, overtourism e viagens responsáveis, entre outros. Precisamos incorporar todos esses tipos de questões em nosso plano.
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E na África? No momento, a WTM Africa é nosso menor evento e é bem autônomo. A programação tem feito sucesso apesar dos desafios que enfrentamos para crescer neste mercado. Tivemos ótimos resultados, movimentando 4 mil pessoas na última edição. Teremos o próximo evento em abril de 2019, e queremos desenvolver a programação para além da África do Sul, buscando mais mercados no leste e oeste africano. Quais são os planos futuros para o evento no Brasil? O próximo passo é trazer o Travel Forward para a edição de 2020. Já estudamos também a possibilidade de inserir o Connect em futuras edições. Vemos grandes oportunidades e desafios no mercado brasileiro que encontra empecilhos na aviação, na hotelaria e em outros setores que têm enorme potencial. Assim como opções de turismo especializado, como o focado no público LGBT, que ainda não foram maturados devidamente e poderiam ser melhor trabalhados. Qual o futuro das feiras com as novas tecnologias? Estive em Los Angeles e, mesmo nos Estados Unidos, há quase 50% do mercado trabalhando de maneira física. Cada vez mais pessoas estão fazendo reservas on-line, mas o face a face é vital. Nosso trabalho é promover esses encontros, facilitando negócios e a comunicação humana. Às vezes se pensa que o digital irá substituir os encontros pessoais, mas isso nunca ocorrerá. Pelo contrário, será um vetor para mais reuniões cara-a-cara. A internet hoje está um caos de informação o que deixa o consumidor e o agente perdidos. Haverá investimentos da WTM em outros mercados como Ásia e América do Norte? Ainda não estamos no mercado asiático, apesar de termos tentar entrar no passado com eventos na Malásia, que não tiveram sucesso. Porém, já estamos sondando um país no continente para realizar um congresso, além de também já estarmos estudando nossa entrada no mercado da América do Norte. Como uma empresa global, nós precisamos estar em todos os continentes.
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AVIAÇÃO
Low-costs reduzirão preço do bilhete, mas terão resistência regulatória Por Leonardo Neves
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s companhias lowcosts debutaram no mercado aéreo brasileiro no último dia 5 de novembro, com a chegada do voo Rio de Janeiro (RJ) - Santiago do Chile operado pela chilena Sky Airline. No dia seguinte, foi a vez de Florianópolis (SC) passar a ser conectada à capital chilena com voos da aérea, que ainda deve inaugurar uma rota a partir de São Paulo, em dezembro. Seguindo o mesmo molde, em 27 de novembro, a Norwegian Air iniciou a operação da rota entre Rio de Janeiro e Londres. Além das dúvidas em relação aos serviços prestados pelas low-costs, a questão que paira com a chegada dessas empresas no Brasil persiste: As passagens ficarão mais baratas? O conceito de uma companhia aérea low-cost é, em tese, simples: comparado às empresas tradicionais, o serviço descarta refeições a bordo, oferece menor opção de assentos e exclui o despacho de bagagem incluso na tarifa, a troco de preços menores em passagens, principalmente em voos de curta distância. Esse modelo de operação já é consolidado na Ásia, Europa e na América do Norte. Os passageiros que optam por esse modelo podem voar em aviões que, normalmente, são configurados em classe única, em centenas de trajetos operados pelas low-costs. Entre as maiores do mundo está a Southwest Arlines, que opera em quase 100 destinos de 40 estados norte-americanos e também internacionalmente - no México, Porto Rico, América Central e Caribe. Nem tanto
Segundo Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o início das operações de low-costs no Bra8
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sil significará uma redução na tarifa dos bilhetes, porém bem menor do que poderia ser. “A chegada de novas empresas sempre reduz o preço final do bilhete, pois entram para disputar mercado e ‘rasgar’ todos os nichos que puderem encontrar, o que gera um impacto. Por outro lado, os custos de se operar no Brasil, como o valor do querosene, cria um piso para essa queda, algo que não existe no mercado internacional. Isso ainda é uma agenda pendente para se resolver”, apontou. Sanovicz ainda exaltou as medidas adotadas pelo mercado aéreo brasileiro nas últimas duas décadas, celebrando a aproximação com a realidade do segmento de aviação internacional. “Em processo recente, a Anac [Associação Nacional de Aviação Civil] vem trabalhando em uma linha que nos agrada muito, que é retirar o processo regulatório de tudo aquilo que envolve rela-
ções comerciais e de consumo. Mas ainda temos alguns desafios com parte de nossa legislação, que está dissociada do ambiente internacional”, completou. Mais barato, menos comodidades Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), afirmou que, em média, o valor dos bilhetes aéreos corresponde a cerca de 20% do total de pacotes de viagens, variando conforme a categoria escolhida e o trajeto. Ela defende que há público para o segmento, apesar da falta de comodidade embutida no conceito desse modelo de negócios. “As low-costs têm, sim, seu mercado, mas caberá ao consumidor fiscalizar e policiar quais serão os valores praticados por essas empresas e garantir que sejam
mesmo mais econômicas para evitar manter os preços na mesma faixa do que já é praticado hoje no País”, disse. O processo regulatório para a operação de companhias aéreas no Brasil passa pela Anac que, com base nas leis para entrada de empresas estrangeiras previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica, é composto por três autorizações: Funcionamento no Brasil, jurídica e operacional. De acordo com José Barreto, gerente de acompanhamento de mercado da Anac, o tempo para a emissão desses documentos depende da companhia que deseja iniciar atividades no mercado nacional. “Para empresas brasileiras, o tempo, normalmente, é maior em razão do processo de certificação e homologação da empresa. Para as estrangeiras, a celeridade do processo pode variar de acordo com a documentação encaminhada e pela eventual necessidade de interações”, afirmou. Barreto destacou, ainda, que o mercado de aviação nacional tem passado por grandes mudanças desde a implementação da liberdade tarifária, em 2001, e a adoção de políticas de paridade com o mercado internacional. “Recentemente, o mercado passou a adotar práticas habituais em outros mercados, como a cobrança à parte pela franquia de bagagem despachada e pela marcação de assentos antecipada. Dessa maneira, há uma maior concorrência, não apenas por preços, mas também pelo tipo de produto ofertado”, afirmou Barreto. “No entanto, a desregulação de serviços aéreos é apenas uma das etapas para propiciar o desenvolvimento do mercado e o aumento da concorrência. É necessário que sejam revistas as barreiras ao investimento estrangeiro no setor”, concluiu.
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HOTELARIA
Único na América Central Marriott Panama City destaca benefícios da longa estada para atrair viajantes de lazer Por Giovana da Costa
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uando há uma sobreoferta hoteleira nos destinos, as empresas de hospedagem precisam ter um diferencial que seja atrativo e vantajoso para o viajante. No caso do Marriott Executive Apartments Finisterre, localizado na Cidade do Panamá, a singularidade está no fato de ser o único hotel de longa estada da América Central, como aponta America Guillar, diretora de vendas da propriedade. “Aqui não se hospeda, se vive. O diferencial de um hotel de longa estada é essa sensação de estar em casa”, afirma. O primeiro hotel Marriott Executive Apartments a ser inaugurado na América Latina está em São Paulo, e o da Cidade do Panamá foi o segundo. O modelo de longa estada é mais voltado para o segmento corporativo, cuja ideia é atender a turistas que viajam a trabalho mais de 150 noites por ano. A partir de 2018, porém, o Marriott Panama City também quer entrar para a lista de procura dos viajantes de lazer. “Agora que já somos consolidados como hotel executivo, percebemos que também há um nicho para lazer. Estamos falando de apartamentos que servem muito bem para famílias, com cozinha, sala de estar, muitas camas e bastante espaço”, explica America. 10 Brasilturis
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Concorrência A executiva aponta, ainda, para a alta ocupação do hotel no nicho de longa estada para fundamentar a utilidade do empreendimento na capital panamenha. Em cinco anos de operação, as hospedagens long stay – de mais de cinco noites - se mantêm com 60% de ocupação. “Em tempos de Airbnb, que chega a oferecer tarifas de US$ 50 por noite, essa porcentagem é significativa. Mostra que, mesmo com uma concorrência de preços muito menores, o hóspede continua escolhendo o hotel”, diz a diretora que aponta para quesitos como segurança e serviço personalizado como benefícios que os viajantes não encontram em um Airbnb. A busca por uma nova marca do hotel também se dá como resultado de um reposicionamento da Autoridade de Turismo do Panamá. De acordo com a diretora da propriedade Marriott, a entidade turística anunciou, recentemente, um plano para se consolidar na agenda dos viajantes de todo o mundo. Hoje, o Panamá é conhecido como um destino de negócios e de conexões, com seus atrativos de outros segmentos muito pouco explorados. “O Panamá é um país que, apesar de pequeno, tem muita diversida-
de. Firmaram um acordo de fundo misto para promover o turismo e consolidar a identidade do destino. É importante apresentar outras atrações além do nosso parque metropolitano. Também temos natureza exuberante, praia e história”, pontua America. A decisão de impulsionar o turismo panamenho vai ao encontro da chegada de novos voos da Europa. Companhias aéreas como KLM-Air France, Air Europa, Iberia, Turkish e TAP estudam incluir o destino da América Central em suas operações. O hotel Ao todo, a propriedade possui 60 apartamentos com uma cama, 60 apartamentos tipo loft, quatro apartamentos familiares de duas camas e dois apartamentos máster, tipo suíte. Em todas as unidades, há um escritório, cozinha com micro-ondas, geladeira, máquina de café e dois sofás-camas. Os espaços variam entre 58 m², 60 m², 92 m² e 122 m². Na gastronomia, os hóspedes são servidos pelo Restaurante Vino Adegas, que oferece um excelente cardápio de culinária internacional. Além disso, também há um Lobby Bar. Já para o lazer, o hotel conta com o que America define como “a melhor pisci-
na da cidade” e uma sauna. No quesito facilidades, é possível destacar as lavanderias para utilização dos próprios hóspedes, em todos os andares do hotel, e o estacionamento cortesia com 150 vagas. O Marriott Executive Apartments Panama City está localizado em uma região financeira e de negócios da cidade. O hotel é rodeado por arranhacéus espelhados e ruas movimentadas. Para quem quer conhecer um outro lado do destino, porém, não faltam opções. Em dois dias, o ônibus da empresa City Sightseeing passa pelos principais pontos turísticos da cidade, ao custo de US$ 48. Os roteiros incluem paradas na região histórica do Casco Antigo, Canal do Panamá, calçadão das ilhas Naos, Perico e Flamenco, shoppings, e o Sítio Arqueológico Panamá Viejo. Além disso, uma simples caminhada rende incríveis paisagens dos oceanos Pacífico e Atlântico. Se a ideia é aproveitar o clima quente do país, o viajante pode optar pelos vários arquipélagos paradisíacos e mais afastados. Uma sugestão é a Ilha Contadora, de águas claras, areia branca macia e vegetação preservada. Viagem realizada a convite da Marriott, com rede móvel Flexiroam e seguro Affinity.
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ARTIGO David Leslie Autor do livro “Turismo para Leigos e Curiosos”. leslie@cbsmarketing.com.br
Viagem... O que é o que é?
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esquisando alguns dos mais confiáveis dicionários da nossa língua portuguesa, verifiquei que a maioria concorda que o termo viagem expressa “o ato de ir de um a outro lugar, relativamente afastado” ou “qualquer experiência causada através de transcursos mentais, tais como pensamentos e/ou alucinações”. O termo equivaleria ao processo de deslocação efetuada por uma pessoa, entre dois núcleos quaisquer (cidades, países, regiões, etc.) ou entre dois estados mentais. Curioso e tentando descobrir a origem etimológica deste mesmo vocábulo, acabei esbarrando no resultado de um trabalho elaborado por Deonísio da Silva, professor e escritor brasileiro, que afirma que a palavra viagem procede do dialeto provençal viatge (adotado pelo nosso idioma por volta do século 13) com uma provável origem do latim viaticum (que o mesmo autor supõe ter raízes em Roma para denominar “provisões de viagem”) e que, por sua vez, traz o prefixo via que corresponderia ao conceito de “caminho”. Viagem é um substantivo feminino que tenta conceituar o ato de se deslocar de um lugar a outro, transformando este deslocamento numa autêntica “jornada”. Alguns outros estudos associam a palavra ao espaço a ser percorrido durante um determinado deslocamento. Gírias associam o termo às experiências advindas através do consumo de alucinógenos que afetam percepções sensoriais e que alteram as condições funcionais do cérebro e de suas respectivas redes neurais. Viajar seria, portanto, a conjugação da própria viagem em si (verbalizando a efetiva realização do processo de “deslocação” acima mencionado) e viajante definiria o elemento e/ou indivíduo que praticasse a ação aqui em questão.
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Em nosso cotidiano, utilizamos o vernáculo acrescido de um adjetivo para caracterizar tipos ou formas de viagens, tais como viagens domésticas, viagens internacionais, viagens aéreas, viagens rodoviárias, viagens ferroviárias, viagens marítimas ou fluviais, viagens de lazer, viagens de caráter profissional, viagens de estudo, viagens de familiarização, viagens de reconhecimento ou inspeção, entre outras centenas de denominações que visam qualificar ou reconhecer o perfil de cada modelo de viagem. Quando alguém se “desloca” de um assunto para outro, é comum dizer que este alguém está “viajando” e, quando este mesmo alguém “transcende” a coerência, algumas pessoas (com uma mordaz pitada de humor) dizem que está “viajando na maionese”. Ouvi dizer, nas minhas andanças, que o melhor da viagem entre dois núcleos está inserido na própria travessia do percurso. E, é evidente, que eu não deixaria de mencionar a agência de viagens e o próprio agente de viagens que se constitui no profissional habilitado e qualificado que oferece assessoria ao viajante, coordenando todos os detalhes a fim de garantir, a este último, uma viagem perfeita, tranquila e sem contratempos, de acordo com suas necessidades e expectativas. Para concluir, eu diria que “viajar” consiste no perfazer, na concretização de um trajeto entre dois pontos/núcleos e/ou entre duas “condições”, por meio físico, mental e/ou espiritual. Não resta dúvida: viajar faz bem ao corpo e à alma, enriquece a nossa existência com experiências muito além das convencionais. A viagem nos presenteia com valiosos conhecimentos e invade o nosso coração com emoções inesquecíveis. E quem não ouviu dizer que “a própria vida é uma grande e divina viagem”!
MARKETING Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação ricardo@promonde.com.br
Mitologia no turismo
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esta última edição do Festuris, pude participar de um painel que tratava sobre a comunicação no universo das viagens ao lado de outros dois profissionais – uma jornalista e um influenciador digital. Apresentei uma ferramenta que utilizo em todas as consultorias que presto: a utilização da mitologia e dos arquétipos na construção de produtos turísticos. Engana-se quem imagina que mitos são histórias que justificam costumes ou a explicação dos antigos para a criação do mundo e do homem. Mitos existem até hoje nas narrativas de marcas, no cinema e nas campanhas políticas. Dois grandes nomes estudaram o assunto no século passado: o psiquiatra Carl Gustav Jung, contemporâneo de Freud, que mergulhou a fundo no estudo de arquétipos; e o escritor Joseph Campbell, que tem em seu currículo o papel de consultor de George Lucas na criação do fenômeno Star Wars. Mitos são o que os seres humanos têm em comum, histórias de nossa busca da verdade, de sentido e de significação através dos tempos. São metáforas da potencialidade do ser humano, nada mais são do que uma forma de expressão dos arquétipos, falando daquilo que é comum aos homens de todas as épocas, porque falam dos valores eternos da condição humana. Tratam de situações a que todo ser humano se depara ao longo de sua vida. Explicam, auxiliam e promovem as transformações psíquicas que se passam - tanto no nível individual, como no coletivo em uma determinada cultura. Há muitos trabalhos no universo da comunicação que mostram como marcas e campanhas publicitárias se apoiam na mitologia para criar relações com seus consumidores. Na obra “O Heroi e o Fora da Lei”, as autoras Margaret Mark e Carol S. Pearson mergulham no trabalho de Jung e propõem 12 grandes grupos de consumidores. Em nossa equipe, buscamos trabalhar 11 perfis de turistas. São eles: 1. Os fora da lei: Buscam lugares inusitados e não querem se submeter a
regras, portanto, nem pensar em colocá-los em um circuito regular. Gostam de atividades de risco; 2. Os bobos da corte: São brincalhões, ingênuos e alegres. Preferem informalidade a processos complicados. Fogem do tédio e querem viver intensamente. Adoram parques temáticos e festas em Ibiza; 3 . Os amantes: Viajam em busca de aventuras amorosas. Seja em um cruzeiro de terceira idade ou em lua de mel; 4. Os governantes: Poder, controle e prestígio são palavras-chave. Querem luxo, adoram ser servidos e reconhecidos como elite; 5. Os prestativos: altruístas e cuidadores, eles formam uma grande tendência na indústria - o volunturismo. Escolhem férias na África ajudando comunidades carentes ou junto a campos de refugiados; 6. Os magos: Buscam experiências místicas e míticas. Pode ser Santiago de Compostella, Nepal, Machu Picchu ou São Tomé das Letras; 7. Os caçadores: Precisam encontrar novidades e adoram compras. Conhecem todos os lançamentos em tecnologia, perfumaria ou moda. Mochileiros também estão nessa categoria; 8. Os heróis: Querem velocidade, desafios e conquistas. Escalar o Everest, participar da Maratona de Nova Iorque ou do Tour de France são sonhos a serem conquistados; 9. Os sábios: A viagem precisa ser cultural. Mergulham em museus, cursos, shows para voltarem mais sabidos de suas viagens; 10. O cara comum: Esse quer ser liderado, não quer pensar, não quer ter problema, não quer desafio. Maria vai com as outras, escolhe o resort all inclusive a que todo mundo vai. Obviamente os perfis são mais complexos e, muitas vezes, estão interrelacionados. Cada um tem linguagem própria e valores muito precisos. Esses perfis, mais do que tudo, servem de boa pista para saber para quem o destino, a agência e o hotel devem vender. Você já identificou o seu cliente? www.brasilturis.com.br | Brasilturis 13
CAPA
Novo ciclo
Entidades do trade apontam principais desafios para o setor com o novo governo Por Felipe Abílio e Leonardo Neves
ela pode ter na geração de empregos e para o desenvolvimento do País”. Mesmo com a definição, a sensação ainda é de “pisar em ovos” com a falta de informação oficial de como será o impacto do programa de governo para as atividades ligadas ao mercado de viagens. Conversamos com as principais entidades do setor para entender como o trade está se comportando diante das mudanças com a entrada do novo governo.
Marcelo Álvaro Antônio, futuro Ministro do Turismo Foto: Band
C
om o fim do período eleitoral de outubro de 2018, em que foram eleitos novos deputados, senadores, governadores e o novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o mercado turístico tem um novo olhar para o futuro. Em 28 de novembro, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) foi anunciado para comandar o Ministério do Turismo. Bolsonaro anunciou que deve manter o Mtur como pasta independente “pela importância que
Manoel Linhares - Abih Nacional
Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), acredita que a apreensão do trade ocorre devido às conquistas obtidas para o setor desde a criação da pasta, há 15 anos. “Entre as conquistas obtidas através da atuação do Ministério, destacamos as obras de infraestrutura em pequenos municípios, que incentivaram o turismo local. Destacam-se, também, a criação do Cadastro Nacional dos Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do novo Prodetur + Turismo, do Pronatec Turismo, além da sanção em 2008 da lei da Política Nacional de Turismo, um
marco legal para a atividade, entre outros programas. Essas iniciativas não podem perder a sua continuidade. Linhares apoia qualquer mudança, desde que a forma com que o turismo vem sendo trabalhado - através de parcerias entre a iniciativa privada e os representantes do governo ligados ao setor - seja mantida. “Nossa expectativa é dar prosseguimento a essa forma de trabalhar, sempre com o objetivo de incentivar uma cadeia produtiva que pode ter muito mais relevância na economia nacional, gerando emprego e renda para a população, não apenas nas grandes cidades, mas principalmente em pequenos lugarejos do interior que, muitas vezes, têm apenas o turismo como alternativa financeira”, disse. O executivo acredita que o Brasil tem a capacidade de aumentar a participação do turismo
Toni Sando - Unedestinos A expectativa do trade para 2019 é bastante positiva, segundo Toni Sando, presidente da União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos (Unedestinos). O empresário acredita que os investimentos que estavam represados e aguardando uma posição mais estável comecem a crescer no turismo, mas acha difícil cravar quais serão as mudanças que o novo governo deve fazer. 14 Brasilturis
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“Há muita especulação. A expectativa do Conselho Nacional do Turismo é que tivéssemos um Ministério forte com recursos suficientes para poder mobilizar e contribuir com todos. A gente observa que o trade está muito mais maduro, tem se comportado de maneira bastante profissional e unindo muita força para que tudo que se propõe seja discutido em conjunto como colegiado”.
no PIB nacional, mas destaca alguns obstáculos que fazem o setor estagnar nos números, como a necessidade da reformulação na Lei Geral do Turismo e a regulamentação, em nível municipal e federal, das plataformas de vendas de room nights em unidades imobiliárias residenciais e a falta de investimento na divulgação dos destinos para o resto do mundo. “O Brasil investiu, no ano passado, US$ 16 milhões na divulgação de seus destinos mundo afora. Muito menos que México [US$ 490 milhões], Colômbia [US$ 100 milhões] e Equador [US$ 90 milhões]. Outras questões, por exemplo, são a regulamentação de comissionamento das agências de vendas on-line, a questão da cobrança do Ecad, a estruturação de uma malha aérea mais equilibrada com políticas de preços justos, entre outras.”
Caio Luiz de Carvalho Ministro do Esporte e Turismo entre 2002 e 2003, acredita que pastas como Turismo, Esporte e Cultura pouco conseguem fazer sozinhas por falta de recursos e de bons gestores. O executivo tira da lista apenas três nomes que passaram pela pasta, o atual ministro Vinícius Lummertz, a quem se refere como “guerreiro” e por quem diz ter grande admiração; Luiz Barretto e Vinicius Lages. Carvalho diz que o impacto pode não existir se as autoridades olharem para a pasta como política de Estado. “Acho que o turismo na área de Indústria, e o comercio na área econômica, funcionariam muito mais e teriam um prestigio político maior, como pude sentir quando fui gestor. Não teremos impacto desde que tenhamos um olhar estratégico e que isso seja uma decisão do Presidente da República, dos ministros da área econômica e dos governadores. O turismo é o instrumento maior para resolver muitas das nossas questões sociais, é uma indústria que processa os recursos naturais, culturais e humanos de forma articulada. Tem que fazer com que o empresário ganhe dinheiro, mas também realizar o sonho do turista.”
Alexandre Sampaio Fbha O presidente da Federação Brasileira de Alimentação e Hospedagem (Fbha) acredita que o setor não será atingido negativamente desde que o turismo seja visto e entendido como gerador de empregos para a crise atual que vivemos. “O setor, de uma forma geral, apoia a manutenção do Ministério com o atual formato. O importante é que o turismo tenha um lugar importante na economia nacional. As políticas públicas para hotéis e outras medidas importantes para o setor devem ser apoiadas pelo
novo governo. Acredito que o crescimento do PIB e a diminuição do desemprego contribuirão para a retomada do crescimento.” Sampaio acredita que a atividade pode ser uma saída econômica segura para a crise brasileira, se o novo governo implementar as medidas citadas no documento “Turismo: +Desenvolvimento +Emprego +Sustentabilidade”, desenvolvido em junho pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Entre os pontos importantes destacados por ele estão o incentivo às políticas de empregabilidade, a ampliação do regime de concessões dos aeroportos nacionais e a unificação de um regime único de ICMS para o querosene de aviação em todos os estados ou com a própria implementação do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA). “Também acredito no desenvolvimento de uma política de criação de zonas de interesse turístico, similar ao que existe em Cancún, no México. A redução de tarifas para importação de equipamentos para parques temáticos, regulamentação de plataformas de
Carlos Prado Abracorp O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) ressalta sua preocupação em relação à incerteza da importância que a pasta passará a ter com o novo governo. “Entendemos que é necessário diminuir o tamanho do Estado, mas analisando a questão de estrutura, se tirassem o ministério e mantivessem como secretaria, por exemplo, não iria reduzir tanta coisa. Sou a favor da manutenção do Ministério do Turismo para que tenhamos mais holofote para o nosso negócio”. Sobre as perspectivas para 2019, Prado acredita que a reforma da previdência será o início para a realização de outras grandes reformas necessárias para o setor. “O humor do empresariado já está outro. Nós acreditamos na aprovação
hospedagem, a liberação do jogo no País, entre outros.” Encontro com futuro Ministro Após a nomeação do deputado mineiro Marcelo Álvaro Antônio, Sampaio informou que vai propor um encontro com o político. O objetivo é reunir representantes de entidades do setor para discutir temas gerais – e estratégicos - do setor no Brasil. Também há a in-
tenção de entregar o documento Turismo: +Desenvolvimento +Emprego +Sustentabilidade ao futuro Ministro. “O anúncio de que o turismo segue com status de ministério foi uma grande notícia. Gostaria de saudar Marcelo Álvaro Antônio e dizer que pretendemos colaborar no que for necessário em seu mandato. O desejo do trade é que o turismo possa ocupar papel central na retomada do crescimento econômico”, comentou Sampaio.
Geraldo Rocha Abav Nacional
A falta de competitividade dentro do País é o maior entrave que o Brasil precisa vencer para começar a crescer, segundo Geraldo Rocha, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav Nacional). Ele comemora a continuidade da pasta para estreitar o relacionamento com o mercado. “Essas deficiências estão ligadas à capacitação, infraestrutura, tributação e, sobretudo, ao exercício de uma política púbica que garanta continuidade aos planos de trabalho. É importante ter uma boa relação para que a condução de políticas públicas dialogue com a realidade.” Rocha analisa a situação atual com expectativa que a nova gestão tenha um olhar atento em relação aos problemas que o setor enfrenta no País há anos. “Esperamos que ele seja sensível a essas propostas e autorize as medidas e os recursos necessários. Nossa expectativa é de que o turismo seja encarado com seriedade e colocado sob o comando de gestores comprometidos com as necessidades do setor. Precisamos de interlocutores que nos permitam avançar com os pleitos, em especial os que envolvem mudanças necessárias e urgentes na Lei Geral do Turismo.”
Orlando de Souza - Fohb
da reforma da previdência e outras para tornar o Estado mais renovado. A expectativa é que teremos um PIB melhor, na casa de 2,5% a 3% em 2019. Para o turismo corporativo, a perspectiva é de crescimento de pelo menos 5% acima do PIB, fechando na casa de 7.5%. Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que o índice de confiança do empresariado está em torno de 67%, é gratificante ouvir isso e acredito que teremos um ano muito melhor.”
O presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) se preocupa com o peso que será dado para a pasta ministerial dentro do governo. “É uma questão de saber qual será o aporte financeiro que irá receber. O que pode ser visto é o que ocorre com a Embratur, que é ligada ao Ministério do Turismo e tem um orçamento pífio. Ela continua com o novo Ministério? Será convertida em agência? Terá recursos para fazer a promoção do turismo? É o conjunto dessa nova formatação que pode determinar e ter o impacto positivo ou não.” Observando uma crescente recuperação na taxa de ocu-
p a ç ã o hoteleira no Brasil desde o s eg u n d o semestre de 2017, ele vê com bons olhos as expectativas de 2019, mesmo com as possíveis mudanças. “Essa recuperação nos permite imaginar que as perspectivas continuam dessa forma para o próximo ano e não há nada até o momento que indique uma queda. Paralelamente, sentimos uma pequena evolução da diária média, que leva mais tempo para se recuperar, mas que também deve continuar subindo em 2019, apesar de seguir defasada em 25%, se comparado com o início da crise, em março de 2015”. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 15
CAPA Eduardo Sanovicz - Abear Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o mais importante é definir uma estratégia de governo que estimule o turismo no País. “Para a aviação, especificamente, temos como prioridade a necessidade de seguir investindo fortemente em infraestrutura, tanto em terra quanto no ar,
sendo favoráveis à ampliação do programa de concessão de aeroportos e a um investimento importante no sentido de melhorar as estruturas de controle e planejamento do espaço aéreo brasileiro. É importante eliminar as distorções existentes entre o ambiente regulatório e o ambiente de trabalho e de negócios nacional e internacional, para ficar próximo ao praticado lá fora”.
Magda Nassar Braztoa
Marco Ferraz - Clia Abremar Para o presidente da Clia Abremar, os empresários do trade devem ficar atentos com a forma como toda essa movimentação política vai acontecer e cobrar as melhorias necessárias. “O Ministério deve focar em promoção, fazer os estudos para concessões dos parques nacionais, cassinos, brigar por redução de impostos, encargos, diminuir a carga do governo, deixando o setor privado trabalhar e aumentar a competitividade do produto Brasil, tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros.” Com a transição do governo acontecendo no auge da temporada de 2018/2019 – que vai até abril do próximo
Linha do tempo
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esmembrado do Ministério dos Esportes em 2003, o Ministério do Turismo comemorou 15 anos como asta independente em 2018. A partir de janeiro de 2019, não sabemos se o formato que conhecemos ainda irá existir, mesmo com a confirmação recente de manutenção e com a nomeação do novo ministro. Enquanto o ano novo não vem, a equipe do Brasilturis fez um levantamento de conquistas importantes e curiosidades relacionadas aos 13 ministros que fizeram a história do Mtur para fechar esse ciclo.
ano –, Ferraz tem uma estimativa positiva de crescimento para o setor. “Acabamos de iniciar, com previsão de 500 mil leitos, número 15% acima de 2017/2018. A estimativa é de um impacto acima de R$ 2 bilhões na economia brasileira, considerando 15% de aumento no total de viajantes embarcados, em relação à temporada anterior que injetou mais de R$ 1,792 bilhão na economia nacional. O potencial dos cruzeiros no Brasil é imenso e podemos crescer mais se tivermos melhorias na regulação do setor, infraestrutura, custos e desenvolvimento de novos destinos. Se estivéssemos com o mesmo número de crescimento da temporada 2010/2011, o impacto já poderia ter ultrapassado R$ 4 bilhões.”
2003
Lançamento do Plano Nacional de Turismo (2003-2007).
2018
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2017
Implantação do visto eletrônico para Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.
2010
Lançamento do documento referencial “Turismo no Brasil 2011-2014” com foco nos megaeventos esportivos.
2007
2016
2004
Início do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil e lançamento do programa Turismo Sustentável e Infância.
Lançamento do Plano Nacional de Turismo (2007-2010) – Uma Viagem de Inclusão e criação do programa “Viaja Mais Melhor Idade”.
Lançamento do Prodetur + Turismo.
Para a presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), independentemente de qualquer mudança, o trade ainda precisará trabalhar muito para que o turismo funcione como o protagonista desse ministério. “Temos hoje um Ministério com um budget pequeno e comandado por políticos que não entendem a importância da pasta, fazendo com que fosse visto com menor importância que os outros. O novo ministro tem de se esforçar para mostrar a potência do setor”.
Liderança junto ao trade para reduzir de 33% para 6,38% a alíquota do imposto de Renda Retido na Fonte no envio de recursos para o exterior por agências e operadoras.
2008
Sanção da Lei Geral do Turismo.
2006
Apresentação do documento referencial “Turismo no Brasil 2007-2010”.
2013
Lançamento do Plano Nacional de Turismo (2013-2016) e reformulação do Programa de Regionalização do Turismo.
ANO - Nº VISITANTES ESTRANGEIROS
01/01/2003 a 22/03/2007 Walfrido dos Mares Guia
2003 - 4.132.847
2011 - 5.433.354
2004 - 4.793.703
2012 - 5.676.843
23/03/2007 a 03/06/2008 Marta Suplicy Curiosidade: Em meio à crise aérea de 2008, proferiu a célebre frase “relaxa e goza” que a tornou alvo de críticas.
2005 - 5.358.170
2013 - 5.813.342
2006 - 5.017.251
2014 - 6.429.852
2007 - 5.025.834
2015 - 6.305.838
2008 - 5.050.099
2016 - 6.546.696
2009 - 4.802.217
2017 - 6.588.770
03/06/2008 a 31/12/2010 Luiz Barretto Filho
2010 - 5.161.379
VISITANTES INTERNACIONAIS NO BRASIL (em milhões)
Fonte: Anuários Estatísticos de Turismo/MTur (2003-2017)
GALERIA DE MINISTROS
01/01/2011 a 14/09/2011 Pedro Novais Curiosidade: Pagou R$ 2.156 para realizar uma festa em motel com dinheiro público. Pediu demissão em meio ao escândalo e devolveu o valor meses depois. 14/09/2011 a 17/03/2014 Gastão Vieira 17/03/2014 a 16/04/2015 Vinicius Lages 16/04/2015 a 28/03/2016 Henrique Eduardo Alves Curiosidade: Pediu demissão um dia antes de um encontro do PMDB que definiria o rompimento do partido com o governo. 29/03/2016 a 21/04/2016 Alberto Alves (interino) 22/04/2016 a 12/05/2016 Alessandro Teixeira Curiosidade: Sua posse no cargo foi comemorada pela “Primeira Dama do Turismo” com fotos polêmicas do casal feitas dentro do gabinete ministerial que lhe custaram o cargo. 12/05/2016 a 16/06/2016 Henrique Eduardo Alves Curiosidade: Renunciou após ter o nome citado em investigações relacionadas a atos de corrupção durante a construção da Arena das Dunas, em Natal (RN). 17/06/2016 a 05/10/2016 Alberto Alves (interino) 05/10/2016 a 10/04/2018 Marx Beltrão Desde 10/04/2018 Vinícius Lummertz 01/01/2019 Marcelo Álvaro Antônio www.brasilturis.com.br | Brasilturis 17
DESTINO
Praça do Comércio
Lisboa mais perto (e desejada) que nunca Com novo voo da Latam, a tradicional e moderna capital portuguesa se consolida na predileção dos brasileiros Por Giovana da Costa
N
ão é de hoje que Portugal se destaca no desenvolvimento da atividade turística e entra para a lista de desejo de viajantes de todo o mundo. Só entre janeiro e agosto de 2018, as receitas turísticas do país cresceram 12,2%, em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com estudo mais recente publicado pelo Turismo de Portugal. O setor representa mais de metade das receitas dos serviços no destino europeu até agosto. Entre os brasileiros, inclusive, já é parada certa. Somos o quinto país fora da Europa que mais viaja ao destino. No primeiro semestre de 2018, registrou-se um crescimento de 11,3% na taxa de brasileiros que visitaram Portugal, ainda que a alta do dólar tenha sido um obstáculo constante durante todo o ano. E se for para escolher uma primeira cidade para iniciar as visitas pelo território português, por que não a pequena e charmosa Lisboa? Só em setembro deste ano, a capital registrou uma taxa de ocupação 18 Brasilturis
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hoteleira acima dos 90%. Isso sem falar que a cidade vem se mantendo no topo dos destinos tendência para 2019. Dos quase 5 milhões de turistas que a cidade recebeu até agosto de 2018, mais de 350 mil eram brasileiros. Atrás de cada porta, uma surpresa A equipe do Brasilturis foi convidada a ver de perto todos os atrativos e potencial turístico de Lisboa. O roteiro dinâmico mesclou história, cultura, natureza, praia e alta gastronomia. Nas ruas estreitas de pedra, as pequenas portas antigas aguçam a curiosidade, encantam pela beleza e revelam um mundo de possibilidade para quem quer descobrir a capital portuguesa. Como parte fundamental de toda viagem, a experiência começa pela hospedagem. Lisboa é um destino com muitas opções hoteleiras, característica típica de cidades grandes que oferecem boa estrutura
receptiva. Bem no centro da cidade, o Dom Pedro Lisboa é um dos mais tradicionais, sendo ótima pedida para quem quer entrar no clima mais romântico português, com decoração clássica e elegante. Além de agradar aos olhos, o local também se destaca pelos serviços e instalações, que rendem ótimos momentos de descanso e lazer. Depois de uma boa noite de sono, a aventura se inicia pelo famoso centro histórico de Lisboa, a bordo do bonde elétrico da Yellow Bus. Existem outras formas de rodar a região, mas o bonde é uma opção para quem quer mergulhar no clima lisboeta e transitar pelas ladeiras estreitas com muito estilo. O transporte passa pelos principais bairros do centro, com acompanhamento de áudio-guia em 12 línguas diferentes. As contextualizações históricas e curiosidades sobre cada parte da cidade são intercaladas por músicas portuguesas no passeio que dura cerca de 1h30. Entre as diversas opções de res-
taurantes, o Can the Can foi o selecionado para o almoço. O local tem cozinha especializada em alimentos em conserva. Com ar moderno e pé direito alto, o espaço fica na Praça do Comércio, passagem obrigatória a todo turista. No resto do dia, podese aproveitar toda a região baixa de Lisboa, com uma longa caminhada. Vale entrar nas largas ruas cheias de comércio, parar para um café, saborear um Pastel de Belém e passar nas lojas de souvenir. Um local interessante é o Arco da Rua Augusta, um prédio histórico e icônico que oferece uma visão 360 graus de Lisboa por apenas €3. Conforme a tarde cai, é comum que os turistas se dirijam à região mais alta do centro lisboeta, para garantir uns segundos contemplando a incrível vista do pôr do sol, do Rio Tejo e das casas coloridas. A região também é conhecida como zona boêmia, com vida noturna pulsante. Mais uma vez, vale se aventurar pelas pequenas portas para ter uma experiência memorável.
Dia de rei A 30 minutos do centro de Lisboa, está a vila portuguesa Sintra. A região é conhecida por ter sido refúgio de verão de vários monarcas da história do país europeu e abriga residências históricas. As duas construções mais visitadas são o Palácio Nacional de Sintra e o Palácio da Pena. Os dois espaços são muito bem preservados e rendem ótimos passeios. No Palácio da Pena, há um restaurante com preços bem justos. Se for possível estender a escapada de Lisboa, Óbidos precisa entrar para a programação de viagem. A vila medieval fica no distrito de Leiria, a cerca de uma hora da capital. O local é repleto de casinhas brancas de detalhes coloridos, janelas floridas, pequenos comércios e prédios históricos. Absolutamente encantador. A tradição da região é o licor de Ginja, tomado em um copinho de chocolate. A vila abriga, ainda, o Hotel e Restaurante The Literary Man, um espaço com mais de 45 mil livros. Ao entrar no local, vê-se as paredes transformadas em estantes e repletas de livros. O estabelecimento é aconchegante e uma experiência emocionante para os amantes da literatura.
Para ser ainda mais prazerosa, a visita a Lisboa deve ter um momento para o café com Pastel de Belém quentinho
Palácio da Pena e suas cores vibrantes
No The Literary Man, a experiência única de comer rodeado de mais de 45 mil livros
Na zona boêmia do Centro de Lisboa, é comum ver letreiros que convidam para uma noite da fado
Azul da cor do Tejo Além do centro cosmopolita, das ruas pitorescas e das vilas históricas, Lisboa oferece a linda vista do Rio Tejo por onde quer que se vá. Um calçadão de 52 mil m² acompanha o Rio e serve como ótima opção de passeio a pé, de bicicleta e até de patinete elétrico. Ao longo do trajeto, há vários restaurantes e barracas gastronômicas, além da Torre de Belém, uma construção antiga que rende ótimas fotos. Ainda dá para aproveitar a passagem pela região para fazer um passeio de barco pelas águas do Tejo. Comece a viagem no fim da tarde, com o pôr do sol, e só retorne quando a lua aparecer. Algumas empresas oferecem o serviço a um custo de €150, com alimentação e bebidas inclusas. É uma ótima pedida para casais que procuram um pouco de romance.
Viagem realizada a convite da Latam, com apoio do Turismo de Portugal, rede móvel Flexiroam e seguro Affinity.
Torre de Belém
Vista do bairro Alfama com suas charmosas casas coloridas
Conexão direta Desde setembro, a Latam opera uma nova rota direta entre São Paulo (GRU) e Lisboa. Com cinco frequências semanais, o voo é operado por um Boeing 767, que acomoda 191 passageiros em classe Economy e 30 em Premium Business. Às segundas, terças, quartas, sextas e domingos, o voo JJ8178 sai de São Paulo em horários alternados entre 17h e 20h (hora local) e pousa em Lisboa em horários alternados entre 7h e 10h (hora local) do dia seguinte, em uma viagem com 10 horas de duração. Às segundas, terças, quartas, quintas e sábados,
o voo JJ8179 parte de Lisboa em horários alternados entre 10h e 12h (hora local) e aterrissa em São Paulo em horários alternados entre 17h e 19h (hora local) do mesmo dia, em uma viagem com 10 horas e 45 minutos de duração. As principais operadoras para o destino no Brasil são Abreu, Agaxtur, Bahia Travel Operadora, BRT, Casablanca, CVC, Decolar, Flytour MMT, Lusanova, Mondiale, New Age Tour Operator, New It, Queensberry, Schultz Operadora, Teresa Perez Tour, Trend, Valeverde, Visual Turismo e West Central. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 19
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DESTINO
Novo produto para olhar de perto
Por Velma Gregório Fotos POR Ana Carolina Melo
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Brasil é o país com o maior capital natural disponível e com o maior potencial de desenvolvimento de turismo ao ar livre do mundo, de acordo com o mais recente relatório Travel & Tourism Competitiveness, produzido pelo Fórum Econômico Mundial. Esse capital considera tanto as paisagens, quanto os parques naturais e também a riqueza da fauna. E é nesse cenário que o Espírito Santo pode ser trabalhado como uma novidade em produto. O estado possui 12 Unidades de Conservação Federais e sete Parques Estaduais abertos à visitação, e estimula a prática de esportes e convívio com a natureza em várias regiões. É no interior que se revelam possibilidades quase inacreditáveis de turismo por caminhos que pouca gente ainda conhece – e aí está a oportunidade. Vitória está localizada no início da BR-262, rodovia que liga o porto do Espírito Santo a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fronteira do País com a Bolívia. É por essa rodovia, pensada, inicialmente, como escoamento de produção, que se instala um produto turístico inestimável: o roteiro das Montanhas Capixabas. É mais rústico que a região 22 Brasilturis
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de montanha de Gramado (RS) ou de Campos do Jordão (SP), mas é de uma beleza natural tão diferente que, somada à hospitalidade da população local, faz da viagem uma experiência genuína e transformadora. E não pense que, por estarmos falando de turismo de natureza, será necessário acampar ou abrir mão de confortos. A região tem uma infraestrutura de hotéis, restaurantes e serviços em todas as categorias. De pousadas de charme a hotéis de rede, são cerca de 5 mil leitos disponíveis, ou seja, é possível montar roteiros para todos os perfis de viajantes – de jovens aventureiros a férias em família, lua de mel, luxo ou agroturismo. Basta entender a dinâmica do local. Na estrada A cerca de 50 quilômetros de Vitória, está Domingos Martins, uma pequena cidade de cerca de 32 mil habitantes, mas que tem o distrito de Pedra Azul na área do seu município que está a outros 50 quilômetros a frente na BR-262. É nesse distrito que está a formação rochosa que dá nome ao Parque Estadual, e fomenta o turismo no seu entor-
no. Tanto pela visitação ao parque, quanto pela vista impactante que se tem da pedra em todo o seu entorno. A Pedra Azul proporciona um cenário deslumbrante para produtos turísticos. Tanto que várias rotas de lazer foram organizadas pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, respeitando e valorizando as diversas vocações locais. A formação que dá nome ao distrito e ao parque é impressionante. É um tipo de rocha das mais antigas do mundo, chamada Gnaisse, a mesma que forma o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. É de um magnetismo visual inexplicável. De todos os pontos de onde é possível observá -la, é impossível tirar os olhos. E é em seu entorno que se dá um movimento turístico crescente. A pedra muda de cor 36 vezes ao longo do dia, por ser coberta por fungos que refletem a luz solar e mudam sua tonalidade de acordo com a direção do sol, a intensidade da luz, e essa mudança é um espetáculo. A Pedra Azul tem 1.822 metros, cerca de 500 milhões de anos e, unida a ela, está a Pedra do Lagarto, que dá nome à rota. Recebeu esse nome porque, de longe, parece um lagarto escalando a montanha.
José Bellon, conhecido como guarda Belo
Rota do Lagarto Com acesso pelo quilômetro 89 da BR 262, é na Rota do Lagarto que está a entrada do Parque Estadual da Pedra Azul. Ela tem cerca de sete quilômetros de extensão em pista pavimentada – ora em pedras, ora em asfalto. É muito arborizada, tranquila e cheia de curvas sinuosas. O passeio começa na Casa do Turista, um centro de informações muito útil para quem quer saber da região. Em seguida, está a Pousada Pedra Azulque tem uma vista incrível da Pedra Azul refletida em um lago da propriedade. Essa pousada é um destino por si só, com várias atrações como um rapel numa pequena cachoeira, piscina térmica e quadra de tênis. Apenas o fato de estar lá já é um privilégio. Contam os moradores que o luxo foi levado à região da Pedra Azul em razão dos executivos das grandes empresas instaladas na região. Como Eliezer Batista, que além de Ministro das Minas e Energia, foi presidente e de um empresário norueguês, Erling Lorentzen, marido da princesa da Noruega
Vista da Pousada Pedra Azul
Na Fazenda Fjordland, além da cavalgada é possivel apreciar o Heimen Coffee, um dos famosos café da região
Ragnhild Alexandra Lorentzen, que foi fundador e presidente da Aracruz Celulose. A família de Lorentzen é proprietária de outra atração da Rota do Lagarto, a Fjordland, fazenda que promove cavalgada ecológica com cavalos noruegueses, únicos no Brasil. A princesa amava os cavalos e pediu que fossem trazidos ao Brasil para que ela pudesse matar um pouco das saudades que sentia do país europeu. As cavalgadas podem ser feitas por crianças e adultos, mudando o perfil dependendo da faixa etária. O passeio é feito em meio à Mata Atlântica e tem certificação de aventura segura. Além da cavalgada, um café e um restaurante são destaques do passeio. O sistema agroflorestal da fazenda, certificado pelo Instituto Chão Vivo, produz o Heimen, um café Arábica que tem açúcares naturais preservados em razão das práticas de cultivo. Já o restaurante, D’Bem Pedra Azul, oferece vista para a Pedra e pratos que respeitam a sazonalidade da natureza. Dali até a entrada do parque, chega-se de carro e, a partir de então, o passeio segue a pé. Há uma trilha curtinha de um quilômetro que leva até o mirante. É uma caminhada bem leve na mata, que dá a oportunidade de o visitante tocar a Pedra Azul. Há uma segunda trilha, mais íngreme, que leva até as piscinas naturais. A caminhada tem nível médio e é feita com ajuda de cordas ou, mais recentemente, de uma escada para alcançar o ponto das piscinas naturais. É importante ter em mente que o Parque Estadual da Pedra Azul recebe apenas 150 pessoas por dia nas trilhas. Esse é o limite dado para que o parque possa ser preservado. Não há agendamento e a entrada é por ordem de chegada. O guarda ambiental do parwww.brasilturis.com.br | Brasilturis 23
DESTINO
Atelier do Chocolate
Food Truck Taruíra
Cervejaria Ronchi Beer
Dona Carmen Altoé produz sabonetes de leite de cabra, o Caprinova
Acima, três gerações da família Lourenção. Além do famoso Socol, produzem ainda queijos e antepastos
O palmito assado é uma das especialidades do Sítio dos Palmitos 24 Brasilturis
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que, José Bellon, é um show a parte. Conhecido como guarda Belo, numa referência ao desenho animado Manda-Chuva, da década de 1970, Bellon é contador de histórias – reais e extraordinárias – da vida na Pedra Azul. De cortador de árvore e caçador a guardião da natureza, sua história se confunde com a da criação do parque. Mesmo quem não quiser fazer as trilhas deve reservar um tempinho para aprender com ele. No final da Rota do Lagarto, há dois lugares muito especiais – o Atelier do Chocolate e o Food Truck Taruíra. O Atelier do Chocolate é uma pequena fábrica bean-to-bar, ou seja, fabrica da amêndoa até a barra. Fazem isso também com o café e produzem o único Cafene, barra que troca a amêndoa do cacau pelo café e dá origem a um sabor
Produtos da Fazenda Valentim
peculiar. Já o Taruíra dá significado a Food Truck – a comida é boa e o truck é um autêntico ônibus Mercedes. Além disso, tem um espaço aconchegante e confortável para os turistas em fim de passeio. Agroturismo Como dizem os proprietários do Sítio dos Palmitos, o “agroturismo é uma modalidade de turismo praticada no meio rural, por agricultores familiares dispostos a compartilhar seu modo de vida com os habitantes do meio urbano”. Os agricultores oferecem serviços de qualidade, valorizando e respeitando o meio ambiente e a cultural local. O sítio começou a produzir palmitos em 2002 e, só agora, em 2018 a família abriu um restaurante especializado nesse ingrediente. Palmito assado de entrada, ravióli de palmito como prato principal e pudim de palmito na sobremesa – dá para ter uma refeição completa surpreendendo-se, apesar do tema único. A família cuida de todas as etapas para a obtenção do palmito, até que a chef Cássia Magnago, a mãe da família, crie receitas de padrão internacional. Essa história é recente, mas há famílias descendentes dos primeiros imigrantes italianos, alemães e pomeranos. É o caso dos Carnielli e Lourenção, produtores de Socol, um embutido que tem selo de in-
Além de queijos, Leandro Carnielli produz café e socol
dicação geográfica, ou seja, que reconhece como exclusiva a forma de produzir da região e transforma o produto em único no mundo. O embutido de carne suína e especiarias é curtido ao ar livre de três a seis meses. Originalmente era produzido da carne do pescoço do porco, mas hoje já é feito de lombo e outros cortes suínos. A fazenda Carnielli e o sítio Lourenção produzem, ainda, queijos, antepastos e outros produtos com ingredientes da produção local. Nos negócios de agroturismo das Montanhas Capixabas, a regra é promover a economia local e os pequenos produtores ao estimular a circulação econômica dentro de uma mesma comunidade. Um bom exemplo é a Agroturismo Valentim, empresa de pequeno porte comandada pela terceira geração de uma família que vive na região há muito tempo. De agricultura e pecuária de subsistência, eles passaram a produzir laticínios. A propriedade foi adaptada para receber os visitantes para comprar produtos de sabores inigualáveis que seguem na contramão das grandes indústrias. E o melhor: eles vendem uma sacola térmica que permite ao turis-
ta de outros estados levar os produtos bem acondicionados para casa. Há, ainda, os célebres produtores locais – como a dona Carmen Altoé, que produz sabonetes de leite de cabra, o Caprinova. Ela criava cabras e, como estudava química, desenvolveu um sabonete próprio, que só se compra ali na região. Hotel Bristol Vista Azul
Festa da Polenta Neste ano, a cidade de Venda Nova do Imigrante realizou a 40ª Festa da Polenta, celebração de tradições italianas no coração das montanhas capixabas. É uma atração que merece ser conhecida a fundo para oferecer aos turistas. Toda a cidade se envolve voluntariamente na organização e recebe cerca de 70 mil pessoas em dois finais de semana de outubro. São shows musicais, muita comida italiana em um ambiente bem seguro e familiar. O auge da festa é o Tombo da Polenta, que ocorre todos os dias à tarde. Um caldeirão de ferro, com aproximadamente uma tonelada de polenta, é virado no palco para celebrar as tradições da região. E essa é apenas uma das quase 10 toneladas produzidas nos dias da festa. Viagem realizada a convite do Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau e Estado do Espírito Santo, com seguro Affinity.
Festa da Polenta
Onde se hospedar Hotel Fazenda China Park: www.hotelfazendachinapark.com.br Hotel Bristol Vista Azul: www.bristolhotels.com.br Pousada Pedra Azul: www.ppazul.com
Hotel Fazenda China Park
Onde comer Casa Chef Ari: Restaurante do Sítio dos Palmitos: www.sitiodospalmitos.com.br Quinta dos Manacás: www.quintadosmanacas.com.br Restaurante do Aroso Paço Hotel: www.aroso.com.br Ronchi Beer: facebook.com/RonchiBeer Food truck Turuíra: facebook.com/taruirafoodtruck
Operadoras: Bancorbrás, CVC, Montreal, RDC e Trend Quinta dos Manacás
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PARQUES E ATRAÇÕES Grupo do famtour na quadra do Orlando Magic
Imersão com diversão Visit Orlando leva 34 profissionais de 23 empresas para a edição 2018 do ‘Brazil Super Destination Orientation’ Por Camila Lucchesi
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rlando é um case do turismo mundial. Conhecida por sua eficiência na atração de novos viajantes e na reconquista de turistas de retorno com uma periodicidade de causar inveja a outras potências turísticas, essa região da Flórida se renova como poucas no mundo. A capacidade de transformação tem uma ligação óbvia com a principal finalidade de Orlando como destino: encantar seus visitantes, ano após ano. A cada virada de calendário, são anunciadas as novidades para o período seguinte e mantêm-se, assim, despertas as atenções de turistas de todo o mundo. A estratégia é assegurada por uma forte união do trade local, guiado pelo trabalho comprometido do Visit Orlando. Com 1.200 associados, o órgão de promoção apresenta números positivos porque investe conjuntamente em infraestrutura e na construção de novas experiências que extrapolam os limites dos 12 parques temáticos. Os espaços que construíram a fama do destino seguem como carroschefes na formatação dos pacotes pelas agências e operadoras, mas a 26 Brasilturis
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receita de sucesso é aplicada a outros segmentos – como esportes e gastronomia. Às vésperas da temporada de fim de ano, o Visit Orlando convidou 34 profissionais de 23 agências e operadoras brasileiras para participar da edição 2018 do ‘Brasil Super Destination Orientation’. O famtour promoveu uma imersão pela variedade de atrativos proposta pelo destino e contou com diversos momentos que mesclaram diversão e aprendizado. “Fazemos diversos treinamentos com as empresas no Brasil, mas essa é uma oportunidade única de experimentar tudo o que o destino tem a oferecer”, resumiu Patrick Yvars, diretor do Visit Orlando para a América Latina. Em nove dias, os profissionais – grande parte estreante no destino - tiveram a oportunidade de conhecer 10 parques temáticos, 10 estabelecimentos de hospedagem, dois shows noturnos, uma arena esportiva e dois centros de compras. “As capacitações atingem sua principal finalidade que é ajudar o agente de viagens a vender mais o destino. O trabalho desses profissionais é primordial para que o nosso esforço
Patrick Yvars e André Almeida (Visit Orlando)
surta efeito”, disse André Almeida, gerente de treinamentos do Visit Orlando no Brasil. Opinião dos agentes Além dos tradicionais complexos da Disney, SeaWorld e Universal, a programação trouxe novidades que não estavam no itinerário do ano passado, como Legoland, Rock Dinner Show e Amway Center, a casa do time da NBA, Orlando Magic. Considerando a imensa oferta que foi disponibilizada durante o famtour, pedimos a opinião dos participantes em relação aos destaques da programação. Sete profissionais – entre estreantes e veteranos no destino – selecionaram cinco atrativos que não podem ficar de fora de um roteiro para Orlando. Marcio Nogueira, (Hotel Do) “Esta foi minha vigésima viagem
a Orlando, sendo metade a trabalho e metade a lazer. Todas foram diferentes, pois além de ser em momentos diferentes da minha vida, o próprio destino se reinventou, considerando que minha primeira visita ocorreu em janeiro de 2000. O superfam 2018 foi uma experiência muito enriquecedora. Poder conversar com fornecedores inloco, vivenciar produtos buscados e vendidos por nós aqui no Brasil é de suma importância no que diz respeito a poder disseminar o conhecimento aos demais membros da equipe.” 1 - Jogo da NBA: Basquete não é um esporte que me chame a atenção. Mas a experiência vivida ali, de estar bem próximo à quadra, ver os jogadores de perto, poder usufruir do espaço VIP e, ao final, poder tirar uma foto no centro da quadra foi incrível. 2 - Hospedagem em casas: Poder usufruir de toda a comodidade de uma residência com os serviços de
Magic Kingdom
Busch Gardens - Serengeti Safari
hotéis foi bem interessante, sobretudo no Magic Village. 3 - Discovery Cove: O parque é excelente, sobretudo para quem tem crianças. Além disso, o aspecto educacional é de suma importância para as novas gerações. 4 - Hotéis Universal: Sou muito fã dos hotéis da Universal que costumam ser bem localizados e com quartos amplos. Nesta viagem, pude conhecer o Aventura, recém -inaugurado e que já esta virando um novo xodó do público brasileiro. Quarto com muita tecnologia (quase tudo pode ser feito através de um tablet, como apagar as luzes, por exemplo) e funcional. 5 - Centro de Visitantes: Foi interessante poder conhecer o centro do Visit Orlando para atendimento aos turistas. Lá pude ver a quantidade de atrativos, conhecer mais sobre o aplicativo que ajuda o visitante em sua programação diária, além de poder contar com o suporte deles para indicação ou reservas de restaurantes. Ralyson Soares (Aerotur ) “Foi minha primeira viagem a Orlando. A viagem contribuiu muito para ampliar meus conhecimentos sobre o destino através das experiências que vivenciamos
durante a permanência na cidade.” 1 - Magic Kingdom: Cartão-postal do destino e parada obrigatória. A atração da queima de fogos no castelo foi muito emocionante. 2 - Universal Studios: Visitamos os três parques e cada um transpareceu uma emoção diferente. 3 - Jogo da NBA: Um dos momentos mais marcantes da viagem, onde podemos vivenciar a experiência da partida em assentos privilegiados. 4 - Discovery Cove: A experiência de nado com golfinhos foi outro momento que marcou bastante. 5 - Visita técnica aos hotéis: Oportunidade de conhecimento e ampliação da visão dos hotéis e atrações do destino. Joseane Nascimento (RCA Turismo) “Minha estreia em Orlando foi sensacional, com muito aprendizado. Se, antes, eu passava para os meus passageiros informações básicas sobre o destino, agora falarei três vezes mais sobre o que eles precisam conhecer para ter uma experiência diferente. Para quem gosta de emoções e de animais, não podem faltar as atrações abaixo.” 1 - SeaWorld: Manta 2 -Busch Gardens: SheiKra 3 -Busch Gardens: Falcon’s Fury
Universal
4 -Sea World: Show One Ocean 5 -Discovery Cove: Nado com golfinhos. Eduardo Porcino (Mondiale Ancoradouro) “Foi minha primeira viagem aos Estados Unidos, fiz a estreia em Orlando, um destino fantástico. Todo o meu conhecimento estava baseado no que li e aprendi em treinamentos. Agora, vivenciar isso pessoalmente, não tem preço.” 1 - Discovery Cove: O nado com golfinhos foi uma aventura sensorial. Não tinha a menor ideia de como seria essa aproximação e, para mim, foi incrível. 2 - Busch Gardens – Serengeti Safari: Ver os animais bem de perto e ter a oportunidade de alimentar as girafas foi gratificante. 3 - Busch Gardens – Montanhas -russas: Para gritar e colocar todo o estresse para fora, principalmen-
te na Manta e na Montu. 4 -Universal Studios: Esse foi o parque que mais me deixou de boca aberta querendo curtir cada atração e pedir bis. 5 - Magic Kingdom: Não tem adulto que não fique vidrado com a queima de fogos, torcendo para que “não acabe, não acabe, não acabe”. Izabella Pietro (Virazóm) “Essa foi a minha sexta oportunidade de visitar a cidade. A viagem foi extremamente relevante para o aprendizado de atrações e hotéis específicos que eu, até então, não conhecia. Mesmo nos locais conhecidos, agregou conhecimento fazer a visita na companhia de pessoas que trabalham nos locais, com uma visão interna. Proporcionou outra perspectiva sobre a cidade e ampliou as possibilidades para oferecemos aos nossos passageiros.” www.brasilturis.com.br | Brasilturis 27
1 - Discovery Cove - Nado com golfinhos: Experiência única cuja descrição não faz jus às palavras. Um passeio imperdível para a família. 2 - Jogo da NBA: Mesmo para aqueles, como eu, que não entendem nada de basquete, assistir a um jogo da NBA é incrível! Muito além de uma partida, o evento é um show de entretenimento. 3 - Volcano Bay: Uma ótima oportunidade para relaxar durante a viagem, que costuma ser tão corrida. Parque supernovo e tecnológico. 4 - Disney Springs: Esse centro comercial e de entretenimento é uma extensão da magia Disney, incluindo a maior loja da marca na cidade. Com muitas opções de restaurantes e passeios, é uma visita imperdível. 5 - Boliche no Hotel Cabana Bay: Quem estiver com família, vale muito a pena conhecer o boliche que funciona dentro do hotel. Diversão garantida! Valquíria Schincariol (Aton Viagens e Turismo) “Estive em Orlando oito vezes, mas o famtour foi de muito aprendizado pra mim, pois fiz atividades que eu nunca tinha feito. Como o jogo de basquete, visita ao Legoland e o nado com golfinhos, entre outros. É bom saber que Orlando não é só parques de diversão.” 1 - Jogo da NBA: Adorei e vou passar a recomendar para meus passageiros. 2 - Legoland: O parque me surpreendeu, gostei bastante. 3 - Busch Gardens - Serengeti Safari: Vi mais bichos lá, do que quando fiz um safari na África. 4 - Volcano Bay: O parque aquático é incrível! 5 - Discovery Cove - Nado com os golfinhos: Foi maravilhoso. Camila Corrêa (Magic Blue Turismo) “Essa é minha segunda vez no destino. Acredito que viver as emoções que Orlando proporciona nos dá mais entusiasmo e segurança para vender este produto e, nesta viagem, pude vivenciar algumas experiências diferentes do que já conhecia. 1 - Universal Studios e Islands of Adventure: As montanhas-russas e a tecnologia dos simuladores dos parques, com destaque às áreas do Harry Potter que deixam qualquer fã de boca aberta com tantos detalhes. 28 Brasilturis
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2 - Jogo da NBA: As brincadeiras e agito do mascote, cheerleaders e demais atrações durante os intervalos foram um show à parte com relação ao jogo; que foi muito emocionante. A estrutura e cardápio do Lounge Ultimate são ótimos, fora a localização tão perto da quadra. 3 - Magic Kingdom - Mickey’s Very Merry Christmas Party: Além do lindo show de fogos e da parada natalina, foi possível curtir atrações como a Big Thunder Mountain e tirar foto com o Mickey no Town Square Theater com menos de 15 minutos de filas. 4 - Animal Kingdom - Pandora – World of Avatar: Toda a área é linda. Eu conheci a atração Flight of Passage no ano passado, quando estive em Orlando pela primeira vez, mas, este ano, fiz questão de ir de novo. O simulador dá a sensação maravilhosa de sobrevoar aquele paraíso. 5 - Discovery Cove: A experiência de nadar com arraias, ver os corais e peixes coloridos e, principalmente, o nado com golfinho é lindo. Foi muito emocionante estar tão perto destes animais.
Top 3 Em 2017, Orlando recebeu 72 milhões de turistas estrangeiros, transformando-se no primeiro destino dos Estados Unidos a ultrapassar a barreira dos 70 milhões de visitantes. Desse número, 826 mil foram brasileiros – contra 694 mil em 2016 – o que mantém o País na terceira posição no ranking de emissores, atrás apenas do Canadá e do Reino Unido. Os números de 2018 serão noticiados no primeiro trimestre do ano que vem. O Visit Orlando trabalha em parceria com as principais operadoras brasileiras. Neste ano, participaram do famtour: Aerotur, Agaxtur, Aton Turismo, Azul Viagens, CVC, Flytour MMT, FRT Operadora, Globotur, Hotel Do, Lafuente Turismo, Latam Travel, Magic Blue Turismo, Mondiale Anacoradouro, New It Club, Nice Via Ápia, Optur, RCA Turismo, Submarino Viagens, Sunline Viagens e Turismo, Trade Tours, Virazom Viagens e Visual Turismo.
Viagem realizada a convite do Visit Orlando, com rede móvel Flexiroam e seguro Affinity. A cobertura completa do roteiro você confere em www.brasilturis.com.br
O grupo de 34 profissionais de 23 agências e operadoras brasileiras vistou 10 parques temáticos em Orlando
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FEIRAS E EVENTOS
Eduardo Zorzanello, Marta e Marcus Rossi
Apenas o começo Festuris 2018 comemora 30 anos com aumento de participantes, expositores e mais de R$ 300 milhões em geração de negócios
Autoridades e organizadores reunidos na abertura do Festuris Gramado
Por Felipe Abílio e Leonardo Neves
A
30ª edição do Festuris de Gramado (RS) foi comemorada com festa nos dias 9 e 10 de novembro. Marta Rossi, organizadora da feira, participou da cerimônia de abertura no dia 8, dando uma injeção de otimismo para o público presente. “Mesmo diante de um cenário de tantas contradições, conflitos e incertezas, somos comprometidos e garantimos resultados aos investidores. Ficamos muito orgulhosos pelo legado que deixamos para o turismo da nossa região, estado e do Brasil, mas olhamos para o futuro. Os 30 anos marcam apenas o começo do que temos a fazer”, destacou. Vinicius Lummertz, ministro do Turismo, fez um discurso destacando a necessidade de o setor ter liberdade para conseguir melhores resultados. “Nosso setor trabalha na direção da liberdade. Pedimos liberdade para trabalhar. O turismo nunca pediu nada a não ser que tirem o estado da frente para trabalharmos. Gramado é um exemplo e uma aula de turismo e da libertação pelo servir”, apontou. Durante os dois dias de feira, cerca de 15 mil pessoas passaram pelos 350 estandes de 65 diferentes países montados no Serra Park, em Gramado. Eduardo Zorzanello comemorou os números de inscritos e as projeções de negócios realizados durante o evento. “Tivemos um 30 Brasilturis
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crescimento de 10% em relação às inscrições do ano passado. Os embaixadores e agentes de viagens engajados refletem o movimento que tivemos nos corredores. Essa foi a melhor feira, diferenciada, repaginada, com novas áreas e crescimento qualitativo”, disse, reforçando que a expectativa é gerar R$ 300 milhões em volume de negócios. Segundo destino mais visitado do Brasil, a cidade de Gramado também foi impactada positivamente com a realização do evento. “A movimentação do evento gerou R$ 20 milhões para Gramado e região das Hortênsias”, afirmou Zorzanello, com base no estudo realizado pela Universidade de Caxias do sul. O diretor informou ainda que a 31ª edição do Festuris acontecerá de 7 a 10 de novembro do ano que vem, no mesmo Serra Park, em Gramado. Um dia a mais? Uma situação inusitada chamou a atenção dos visitantes que passaram pelo primeiro dia da Festuris. No início da noite de sexta-feira, uma noiva vestida de branco, acompanhada por dama de honra e violinista, entrou pela feira chamando a atenção de quem estava por ali. A noiva em questão é a agente de viagens Rose Albano, que se casou dentro da Expo em uma cerimônia judaica com o marido, o também agen-
Estande do Brasilturis Jornal
te de viagens João Carlos Albano. O matrimônio aconteceu no Wedding Lounge e fez parte da ação de divulgação de uma nova área reservada só para produtos relacionados a casamentos. O espaço será um dos destaques da programação do Festuris que, em 2019, pode ter mais um dia de duração. “Existe a possibilidade de estender o evento para o ano que vem. Temos uma característica singular, começamos depois do almoço, então as pessoas têm tempo de comer juntas e participar da programação paralela que inclui piquenique e futebol. Já pensamos em começar a feira mais cedo, mas será que teria o mesmo impacto de proximidade e carinho como já acontece?”, questionou Zorzanello, reforçando que a decisão caberá ao trade. “Quere-
mos saber isso de vocês”, finalizou o diretor. Conteúdo e networking Estreando na programação deste ano, o Meeting Festuris teve foco na troca de experiências entre profissionais de turismo, agentes de viagens e órgãos oficiais dos destinos. No painel “Viagem de Experiência”, Gisele Abrahão, CEO da Global Vision Access (GVA), e Cristian Dimitrius, apresentador, cinegrafista e fotógrafo de natureza, falaram sobre os diferentes potenciais que cada destino apresenta. “O segredo é parar de ‘engessar’ e achar que um determinado itinerário vai servir para todos. O roteiro pode ser maravilhoso, mas não encaixa para todos. Cada destino tem
suas particularidades, mas a forma como será aproveitado vai de cada cliente e de como você apresenta o roteiro para ele”, pontuou Gisele. A rotina profissional de Dimitrius inclui viagens pelo mundo em busca de experiências exóticas para a produção de documentários para redes de TV como BBC, National Geographic, Discovery Channel, History Channel, Animal Planet e Globo. Para ele, é preciso sair da comodidade para viver momentos únicos em uma viagem. “Para fazer uma reportagem sobre trenós puxados por cachorros na Groelândia, peguei temperaturas de menos 30 graus. Para conseguir a água, a gente tinha que cavar, o equipamento de filmagem congelou, era difícil acordar por causa do frio... Mas é só assim, saindo da zona de conforto,
que você vai viver uma experiência desse tipo”, defendeu. Outro destaque foi o painel “Tecnologia Aplicada ao Mercado de Turismo”, no qual Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), e Juliano Kimura, especialista em inovação digital, discutiram sobre as transformações do mercado com o avanço das tecnologias que modificam a forma como as pessoas vivem e consomem. “Antigamente, quando buscávamos um destino, a gente recorria aos livros, jornais, caderno de domingo, cortejava ali as possibilidades de viagem e buscava um profissional especializado. Hoje, você tem acesso automaticamente a todas as informações disponibilizadas pelo ser humano na internet e consegue definir isso muito mais rápido. A partir daí, você elimina o
intermediário que não te agrega valor, mas, por outro lado, você valoriza enormemente esses intermediários que podem agregar valor a partir de análise na sua escolha”, disse Sanovicz. Kimura destacou a importância de usar as novas tecnologias para ganhar tempo no trabalho e gerar
mais produtividade. “O sonho de qualquer empresa e profissional é ser mais eficiente. Faça a internet trabalhar por você! Todas as respostas que você precisa estão on-line. Tempo é a única coisa que não volta, use tudo que tem disponível e que poupe tempo, porque ele é valioso”.
NÚMEROS DE 2018 - R$ 300 milhões em geração de negócios; - R$ 20 milhões de impacto econômico projetado para a Região das Hortênsias; - 15 mil participantes entre profissionais de turismo, estudantes e imprensa; - Participação de 65 destinos internacionais com estandes; - Inscritos: +10% em relação a 2017; - Expositores: +5% na comparação com o ano anterior; - 24 mil metros quadrados de área; - 250 palestras e workshops.
“Vamos criar mais relacionamento e conteúdo porque esse é o nosso papel. As empresas querem participar e a gente tem visto um retorno grande a partir do número de downloads e na interação em redes sociais” Eduardo Murad (Alagev) sobre o Lacte 14, que acontece em 25 e 26 de fevereiro de 2019, em São Paulo (SP)
Bahia Principe
LGBT Festuris
Estreante no Festuris, a rede hoteleira que é líder de mercado na Argentina e no Chile avança para tentar conquistar mais viajantes brasileiros. “Viemos apresentar nossos novos hotéis, Bahia Príncipe Tenerife, na Espanha, e Grand Bahia Príncipe Aquamarinea e Luxury, em Punta Cana”, disse Malena Omoldi, diretora comercial para América Latina. “O Tenerife tem 470 quartos, parque aquático, SPA, academia e minigolfe. O Grand Bahia Príncipe Aquamarinea é um cinco estrelas só para adultos com entretenimento e muita festa. Também temos o Luxury Ambar, outro hotel para adultos com serviço de quarto diferenciado, quartos com saídas direto para as piscinas, três piscinas de hidromassagem e até serviço de mordomo.”
A sala de capacitação LGBT do Festuris 2018 recebeu convidados para discutir sobre as ferramentas para atrair o público LGBT e fomentar destinos. Flávio Prestes, criador da 1ª Copa de Futsal LGBTI do Brasil em Gramado, abriu o bate-papo relembrando a importância de promover discussões sobre a comunidade. “A cidade é pequena e não costuma promover ações para o mercado LGBT. Sou fanático por futebol e sempre me senti excluído, então criamos Copa Gramado Internacional de Futsal com shows, palestras, além do evento. Em 2019, ela vai acontecer em junho como um grande encontro LGBT para discutir nossas questões.” Participaram do bate-papo Amanda Leonel (Brasilturis/ViaG), Renan Evaldt (Magia), David Reis (PampaCats) e Douglas Davila (Coordenador Estadual de Diversidade Sexual).
NCL - Norwegian Cruise Line
Sead
A NCL destacou os produtos de luxo ‘The Haven’, uma experiência mais intimista e exclusiva a bordo de diversos navios da marca, além da chegada do Norwegian Splendor, que deve navegar nas águas do Caribe em 2020/2021. “O cruzeiro sempre foi visto como um produto de luxo. Agora, os cruzeiristas querem ter uma experiência diferenciada, com serviços mais exclusivos. É um segmento que tem muito a crescer no Brasil”, destacou a diretora geral da NCL no Brasil, Estela Farina (na foto).
A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), através do MTur, apresentou os produtos da gastronomia de agricultura familiar durante a 30ª edição do Festuris de Gramado. A proposta visa formatar roteiros turísticos de gastronomia com pratos criados a partir de ingredientes 100% cultivados por produtores locais dos destinos por onde o roteiro passar. Atualmente, o projeto avança com mais força em estados do Sul e do Nordeste.
Humerto Pereira (Sead)
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FEIRAS E EVENTOS Agaxtur A operadora trouxe uma motor home completa ao estacionamento do Serra Park para promover a opção de aluguel desse tipo de veículo para roadtrips em grupo pelos Estados Unidos. Em âmbito nacional, a empresa cresceu acima de 30% ao longo de 2017. Raphael Chrysostomo A ação consolida o foco dos escri(Agaxtur) tórios do Sul do Brasil da Agaxtur em pacotes para grupos de turistas, principalmente, para destinos do Caribe, Europa e Estados Unidos. No começo de 2019, a empresa deverá, ainda, abrir um novo escritório em Curitiba (PR), reforçando a equipe na região.
Wyndham Hotels e Resort O grupo está se preparando para lançar seu primeiro empreendimento de selo próprio no Brasil, o Wyndham Gramado Termas Resort & Spa, localizado na Serra Gaúcha. Com soft opening, previsto para dezembro, e abertura oficial em janeiro, o empreendimento será todo voltado para o lazer. “O hotel não tem nada de business, estamos totalmente focados para lazer e famílias”, explicou o gerente geral do empreendimento, Marc Balanger (foto), que foi apresentado ao trade durante a Festuris.
“Neste ano, tivemos 22 grupos fazendo programas de incentivo na África do Sul. Isso começou com a Copa do Mundo, em 2014, e não parou de crescer. Vamos continuar fortes porque há muito espaço para crescer.” Altamiro Medici (South African Airways)
Tui Brasil A operadora está apostando em um programa forte de comissões para atrair mais agências parceiras para a empresa, que tem expandido atuação no mercado Andrea Mattei e Igor Ávila (Tui Operadora) brasileiro, além de China, Índia, Portugal e Espanha. Conhecida no exterior, a Tui chegou recentemente ao Brasil com uma carta de 900 agências clientes e oferece programas de fidelização com 10% de over comission na primeira venda, além de valores extras de 2% no caso de vendas acumuladas acima de R$ 25 mil ao mês, entre outras formas, que podem ser somadas. Ao longo dos próximos cinco anos, o Grupo Tui estima acumular 1 bilhão de euros em vendas nos cinco novos mercados, captando 1 milhão de novos clientes.
“O Parque Nacional Marakele, em Limpopo, na África do Sul, tem um grande diferencial de venda porque dispensa voos internos, dá para chegar lá de carro. A paisagem é uma mistura de savana com montanhas que outras reservas não têm.”
A empresa está apostando em seminários on-line para capacitar ainda mais agentes sobre os principais benefícios e novidades dos cruzeiros fluviais, especialmente das companhias AmaWaterways, Emerald e Scenic Cruises (com roteiros de iate em alto mar). “Os webinars são totalmente flexíveis e podem ser feitos em qualquer momento do dia, bastando o agente chegar com uma demanda de horário. Eles têm duração de 15 minutos e ajudam o profissional a conhecer ainda mais sobre os produtos”, destacou o diretor geral da Velle, Ricardo Alves (foto). 32 Brasilturis
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Termas do Jurema O resort em Iretama (PR) anunciou o rebranding do grupo, que passa a se chamar Jurema Águas Quentes, além de dar mais detalhes do novo resort da marca, com abertura programada para 2019, e do vacation club, que deve começar a ser comercializado no fim deste mês. O grupo aposta no novo resort Jardins de Jurema, localizado há apenas 2 quilômetros do atual complexo, que trará 205 apartamentos e 11 salas de eventos, com capacidade para até mil pessoas em auditório, ressaltando a estrutura Mice do local.
Alberto Weisser
Avianca
Fabio Fortes Mello (TGK Tour Operator)
Velle
Marcos Vileski
Malai Manso O resort na Chapada dos Guimarães (MT) está cada vez mais apostando na realização de eventos e shows exclusivos para atrair ainda mais visitantes. Para as celebrações do fim deste ano, o resort já conta com 90% de ocupação, abrindo 2019 em alta, quando espera crescer 30% ao longo dos 12 meses acumulados. Ricardo Gouveia
Costa do Marfim A Costa do Marfim, principal economia da Costa Oeste da África, participou pela primeira vez da Festuris com intenção de fazer negócios. Kouassi Kouame, cônsul-geral do país, contou que o governo abriu as portas para os investidores que quiserem conhecer mais a região. “Já foram autorizados projeto para revitalização de hotéis da região com facilidades nos impostos. Estamos buscando investidores para que isso aconteça. Temos muitas atrações, soKouassi Kouame mos donos da maior produção de cacau e caju da região, além da Basílica de Nossa Senhora da Paz de Yamoussoukro, a maior do mundo. Para lazer, temos praias belíssimas, algumas com florestas naturais como a Amazônia, montanhas e turismo de safari com muitos elefantes”.
O novo vice-presidente de marketing e vendas falou, pela primeira vez, sobre os seus planos para os próximos anos na Avianca durante a Festuris. “A gente se viu em um momento de olhar mais internamente, voltar um pouco para dentro de casa e estruturar os canais para levar aquilo que acreditamos de uma forma cada vez maior e atender muito mais. A companhia já vem reestruturando seus canais de vendas, o principal ponto é que queremos estar cada vez mais próximos das consolidadoras, das operadoras e sermos parceiros do trade”, disse. O executivo contou que uma nova parceria de codeshare com a Avianca Argentina vai trazer uma nova frequência internacional para o Brasil com saídas de Buenos Aires para o próximo ano.
Horácio Neves recebe o Troféu Silvia Zorzanello
Beto Carrero
O fundador do Brasilturis Jornal, Horácio Neves, recebeu o troféu Silvia Zorzanello durante a Festuris, em cerimônia realizada na Câmara de Vereadores de Gramado. A homenagem foi feita em retribuição ao trabalho de fomento e divulgação do turismo da cidade gaúcha. Horácio Neves recebe o troféu das mãos da presidente da Câmara, Manu Caliari e Eduardo Zorzanello, junto com os demais vereadores “Estou revivendo momentos incríveis. Conheço Gramado há mais de 30 anos, quando ela nem tinha se tornado um destino de sucesso como é hoje. Estou muito emocionado”, disse o jornalista. O nome de Horácio foi indicado pela Rossi e Zorzanello Feiras e Empreendimentos como referência na divulgação Horácio Neves com Guilherme Paulus, Pedro Bertolucci e Enoir Zorzanello de Gramado no Brasil e no exterior. A eles, Guilherme Paulus, Pedro Bertolucci, Enoir Zoraprovação foi unânime pelos vereadozanello, Marta Rossi e Eduardo Zorzanello, além das res gramadenses. A sessão especial contou com a presença dos ve- sócias Ana Carolina Melo e Amanda Leonel, atuais readores da cidade e também de convidados. Entre gestoras do Brasilturis Jornal.
O presidente do Beto Carrero World, de Penha (SC), é um dos cinco finalistas do Prêmio Nacional do Turismo 2018, concediRogerio Siqueira do pelo MTur, que escolhe os maiores nomes do setor no Brasil todos os anos. A nomeação de Siqueira deve-se à ação realizada junto ao mercado latino-americano que resultou nos primeiros voos low-cost para a alta temporada de verão 2018-19, iniciados em 5 de novembro, com a Sky Airline. A lista é completada por Patrick Mendes (Accor Hotels), Max Oliveira (MaxMilhas), Bruno Marques (Grupo Cataratas), Cícero e Ricardo Fiedler (Balneário Camboriú Big Wheel). A cerimônia de premiação está prevista para acontecer em 5 de dezembro.
CLIQUES
diego siliprando e FELIPE ABÍLIO
João Augusto Machado e Rita Vasconelos (RC Tour)
Equipe GJP Hotels & Resorts
Equipe de Bento Gonçalves
Equipe MSC
Sérgio Ribeiro, Gisele Castilhos, Marcelo Suckow (Caraguatatuba) e Luis Maio (Ilhabela)
Rauz Gonzalez, Isabel Sanz, Mariano Fernandez e Vivian Socorro (Cuba)
Pablo Villaseca e Paulo Requena (R11 Travel)
Tarcísio Gargioni (Avianca Brasil)
Equipe April Brasil
Fernanda Meneghetti, Leonardo Pereira e Lizie Kipper (Aviva)
Thais Grinberg (Avianca Brasil)
Roberto Silva (Sanchat) e Angelo Salabarria (Havana)
Samir Curi (Curi Palace Hotel)
Gabriela Michaelsen (Hard Rock Café)
Dayene Berberi, Kellyn Genovez e Fernanda Nicolau (Unidas)
Malose Willliam (África do Sul)
Natalia de Oliveira (Wyndham Gramado)
Fernanda Longobardo (Enit/Turismo Itália), Paulo Renato (Setur ES) e Carlos Antunes (Alitália) www.brasilturis.com.br | Brasilturis 33
Geraldo Rocha (Abav Nacional) e sua esposa Iria Rocha
Alexandre Sampaio (Fbha)
Marcelo Zingalli (Espaço Luxury/Festuris)
Allan Colen (River Global)
Equipe do México
Gustavo Souza e Mairi Daldon (Localiza Hertz)
Mario Antonio Couto (Trend)
Paulo Kugelmas Rafael Brito (Sedetur AL) (Sedetur AL)
Cesar Alruiz e Giovanni Neto (Royal Air Maroc)
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Andrea Gabel (St Pete & Clearwater)
Rodrigo Pereira (Hertz Internacional)
Luis Calle (Solar Hotéis e Resorts)
Equipe GTA
Equipe Snowland
Equipe de Recife
Gustavo Franca com Tatiana Ferreira, Karen Schmidt e Viviane Amadei (Best Western)
Equipe do Espírito Santo
Ângela Martinez (Barceló Hotels)
Marcos Macedo e João Pacheco (ibooking)
Equipe de Israel
Fernando Santos e Sebastião Pereira (Aviesp)
Ricardo Fazzini (Ilhabela)
Ana Melo e Amanda Leonel (Editora Via) com Flávio Prestes (Festuris)
Equipe Costão do Santinho
Flavio Louro (E-Htl)
Leonardo Barbosa Cleusa Konrad, Edgar Oliveira e (Orion Operadora) Caroline Gonçalves (Movida)
Raphael de Luca (Ethiopian Airlines) e Marcelo Kaiser (Aviareps)
Márcia Silva e Gonzalo Romero (Air Europa)
Equipe Uruguai: Liliam Kechichian (Ministra do Turismo) entre Martha Aldunate e Mariella Volppe
Equipe de Búzios
Carla Reis, João Faria e Nathalia Lemeszenski (Iberostar)
Equipe Sead
DIREITO
Regulamentação Geral de Proteção de Dados
V
ocê já ouviu falar sobre “General Data Protection Regulation” (GDPR ) ou Regulamentação Geral de Proteção de Dados? Esta regulamentação veio na esteira da disseminação de dados no ambiente virtual e da vulnerabilidade a que essas informações são submetidas diante da complexidade na guarda e manuseio destas pelo seu detentor. A GDPR nasceu de iniciativa da União Europeia que iniciou discussões sobre o tema no ano de 2012, tornando pública a proposta legislativa, que foi aprovada e adotada na primavera de 2016, com prazo de dois anos para a implementação de protocolos e providências a ela atreladas. A partir de 25 de maio de 2018, entrou em vigor, com foco na segurança de dados, de uma maneira nunca vista anteriormente, influenciando outras nações, uma vez que o transito de dados não fica restrito apenas à União Europeia e, sim, a todos os países que têm relações e negociam com empresas e cidadãos europeus. As relações decorrentes da atividade turística são impactadas por esta regulamentação, tanto na esfera das viagens de lazer, quanto nas viagens corporativas, estas, merecendo atenção ainda maior, em função do grande número de clientes que hoje são atendidos globalmente por uma mesma Travel Management Company (TMC) ou, ainda, por um grupo mundial de viagens, com par-
ceiros em vários países do globo. A empresa deverá cumprir as normas da GDPR se recolher dados, armazenar e processar, e compartilhar os mesmos, envolvendo cidadãos da União Europeia. Estes dados são, por exemplo, aqueles conhecidos como perfil do passageiro - nome, endereço, localização, informações de saúde, renda, entre outras informações. Vale para toda empresa, mesmo instalada no Brasil, que ofereça bens ou serviços a cidadãos da União Europeia, faça monitoramento de comportamento de pessoas que estejam nesse território ou, ainda , tenha filial, sucursal ou outro tipo de estabelecimento localizado em países da União Europeia. Imperioso destacar que, diferente de outras normas existentes sobre o tema, a GDPR trouxe severas sanções a quem descumprir suas regras, multas que são apuradas a partir de percentual das receitas anuais do negócio, estipulada em 2% (dois por cento) ou o valor estipulado de 10 milhões de euros, valendo o que for maior, existindo ainda penalidades mais severas dependendo da apuração, avaliação da gravidade do descumprimento das normas. Assim, antes de qualquer outro movimento, é fundamental conhecer a localização de seus clientes, incluindo aí a oferta de serviços na nuvem, passando pela identificação do volume de
dados pessoais destes clientes que transitam em sua empresa, para então aplicar as medidas necessárias às regras da GDPR, que passa principalmente pelo aceite expresso do cliente/usuário na divulgação de suas informações pessoais, que também deverá conter mecanismo para que este cliente/usuário revogue a qualquer momento a autorização de acesso aos seus dados. Tendo acompanhado alguns processos de auditorias para preparação e adequação de empresas à GDPR, elaborei um passo a passo. A sugestão é de grande importância para a formalização e protocolos necessários: Nomeação de um respon-
sável pela Proteção de Dados na empresa; Minuciosa pesquisa de como os serviços oferecidos pela empresa podem ser impactados pelo GDPR; Desenvolvimento de uma estratégia abordando as áreas impactadas na empresa, com a execução de alterações em processos e procedimentos; Levantamento preciso para inventário de todas as informações pessoais sob guarda da empresa; Ajustes na Política de Privacidade, ou criação de uma, caso ainda não exista; Atenção aos sites eletrônicos com relação aos termos de captura e rastreamento de dados
João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. Membro da Comissão de Direito Aplicado à Hotelaria e Turismo da OAB-SP joaobueno@buenonetoadvocacia.com.br
pessoais, com testes e validações para a plena conformidade. Seguindo a onda do maior zelo no trato dos dados pessoais, o Brasil também já possui legislação similar, no caso a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPDP), originária do Projeto de Lei da Câmara, aprovada em plenário no dia 10 de julho de 2018 e sancionada pelo presidente Michel Temer em 14 de agosto. Diferente da GDPR, a regulamentação brasileira, apesar de conter mecanismos importantes e também impor severas multas por seu descumprimento, ainda não tem eficácia uma vez que o órgão que executaria a fiscalização do cumprimento da LGPDP não foi autorizado. De qualquer maneira, as empresas brasileiras - públicas ou privadas - terão 18 meses para se adaptar aos termos da LGPDP, sujeitando-se a multas também atreladas às receitas anuais. É uma questão de tempo a criação do órgão fiscalizador à LGPDP, daí a importância da adoção de medidas preventivas imediatas visando a conformidade de sua empresa neste tema.
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FEIRAS E EVENTOS
Uma força ATTA reúne o trade de turismo de aventura para promover negócios Ao microfone Eduardo Riedel, o secretário de governo no Estado do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, acompanhado do representante da Embratur, Walter Vasconcelos, do diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS (Fundtur-MS), Bruno Wendling, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, e do CEO da Adventure Travel Trade Association (ATTA), Shannon Stowell. Abaixo a entrada a conferência, a área de negócios e o evento de encerramento que teve como tema Propósito
Por Velma Gregório
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squeça tudo o que você já viu em eventos de mercado. Agora imagine as pessoas à vontade, em roupas confortáveis, em um ambiente de propósitos alinhados e que também querem fazer negócios e estão, sim, preocupadas com o sucesso financeiro de seus empreendimentos. Esse foi o espírito da primeira AdventureNext Latin America, realizada em novembro em Campo Grande (MS). É o primeiro evento de negócios da Adventure Travel Trade Association (ATTA) na América Latina, a maior associação de turismo de aventura do mundo. Segundo Shannon Stowell, CEO da ATTA, enquanto o mercado internacional de turismo cresce 5% ao ano, o de turismo de aventura cresce na casa dos 20%. “No mundo do turismo de aventura, as pessoas fazem negócios olhando no olho, fazendo amigos. É preciso criar um ambiente de relacionamento intenso, que favoreça a confiança entre as pessoas para que todos possam entregar aos clientes o que realmente eles querem – aventuras transformadoras e seguras”, disse Gabriela Stowell, diretora regional da ATTA para América Latina. O estado brasileiro competiu internacionalmente com países, como o Chile e o Equador, para sediar o evento e foi o escolhido como destino sede em razão do trabalho estruturante que foi realizado na região. O diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), Bruno Wendling, reforça que a realização só foi possível porque toda a indústria local - destinos, produtos, prestadores de serviços, agências e operadoras locais - se uniu para fomentar o turismo no estado. A este grupo soma-se a superintendente de turismo de Campo Grande, Juliane Salvadore, o presidente da ABIH-MS e do Conselho Estadual de Turismo, Marcelo Mesquita, e a representante do Sebrae-MS, Isa36 Brasilturis
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bella Fernandes. “O turismo de aventura está consolidado no Brasil”, disse o representante da Embratur, Walter Vasconcelos. Segundo ele, há 10 anos, a região vem se desenvolvendo em padrão de atendimento internacional, segurança e conectividade da malha aérea. A partir de janeiro, por exemplo, a Gol iniciará uma rota de Guarulhos direto para Bonito (MS). Primeira vez Realizado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, o evento reuniu cerca de 400 pessoas de 27 países entre compradores, fornecedores e jornalistas especializados em turismo. O objetivo da AdventureNext é criar oportunidades de relacionamento entre os players deste nicho para criar uma rede de informação. A realização do evento foi uma parceria entre o governo do estado (Fundtur-MS e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), a Adventure Travel Trade Association (ATTA) e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Daniel Barros, da Bravo Brazil Expeditions, empresa especializada em roteiros customizados para o Mato Grosso do Sul, disse que já participou de vários eventos internacionais, mas é a primeira vez que participa de um em Campo Grande tão focado em negócios. “Os eventos pré-agendados estão funcionando e estamos muito felizes”, comemorou. “A feira tem como foco unir a América Latina. É a primeira vez que temos um evento dessa magnitude no Brasil e isso é muito especial”, disse Juan Pablo Montes, da On Safari Atacama, empresa especializada em turismo em quadriciclos no deserto do Atacama, no Chile.
A fundo Com a proposta de unir esforços em favor do turismo sustentável, a AdventureNext organizou um pré-tour para que os participantes da feira que vieram de fora do estado pudessem conhecer os motivos pelo qual o Mato Grosso do Sul é um dos destinos mais consolidados em turismo de aventura do Brasil. Compradores, fornecedores
e jornalistas nacionais e estrangeiros participaram de viagens para experimentar as aventuras de Bonito, observar aves e mamíferos do Pantanal ou as cavalgadas da região. “Muitos dos visitantes nunca tinham vindo ao Brasil. E essa entrada por Campo Grande, uma cidade segura e inserida na natureza foi um cartão de visitas para o País”, comemorou Bruno Wendling.
ACONTECEU
Dobro de voos A Alitalia realizou uma festa para celebrar os resultados de 2018 junto ao trade brasileiro. Isso porque, nos últimos 12 meses, a companhia aumentou em 110% o número de voos no Brasil, passando de 10 voos semanais para 21. De acordo com o balanço da empresa, de janeiro a outubro de 2018, mais de 250 mil passageiros brasileiros foram transportados, um aumento de 54% em relação ao mesmo período de 2017. Não é à toa que o País é o 2º mercado internacional mais importante para a Alitalia, atrás, apenas, dos Estados Unidos. A companhia ainda aproveitou a ocasião para destacar um novo plano voltado para o fortalecimento do segmento corporativo.
Carlos Antunes, Benedetto Poiani, Emiliana Limosani e Nicola Bonacchi com a equipe de vendas da Alitalia no Brasil
Dennis Cary (Copa Airlines)
Localizado em Ilhéus (BA), o Cana Brava All Inclusive Resort promoveu a segunda edição do Prêmio Amigo, que homenageia os parceiros comerciais que foram responsáveis pelas maiores produções de vendas do empreendimento. O reconhecimento foi entregue a 24 representantes das empresas. Cerca de 100 convidados prestigiaram a festa que aconteceu no Salão Jorge Amado, na área de eventos do empreendimento, entre operadoras, OTAs,
Foto: Divulgação
Prêmio Amigo
agências, receptivos e clubes de viagens que contribuem para a difusão do destino, além de dirigentes e executivos das áreas comercial e marketing do empreendimento.
De olho no Brasil As companhias aéreas Azul e Copa Airlines anunciaram um acordo de codeshare, já aprovado no Brasil e aguardando a posição das autoridades do Panamá. Só nesse ano, a Copa Airlines anunciou cinco novas bases de operação: Salvador, Fortaleza e Campinas (Brasil), Bridgetown (Barbados) e Salta (Argentina), além de um outro acordo de codeshare com a Turkish Airlines. A Azul, do outro lado, é responsável por operar um terço de todos os voos nacionais, como destacou Abhi Shah, vice-presidente de receitas da Azul, durante o anúncio do acordo.
Rumo ao dobro A Azul Linhas Aéreas comemorou 10 anos com festa na capital paulista para 300 convidados. O presidente John Rodgerson afirmou em discurso que a empresa irá dobrar de tamanho até 2023. Atualmente, a Azul opera em 106 destinos nacionais e oito internacionais, transportando 20 milhões de passageiros anualmente.
Recorde histórico O Escritório de Turismo da Espanha em São Paulo (SP) reuniu seus dirigentes, Magda Nassar (Braztoa) e Gonzalo Romero (Air Europa) para anunciar e comemorar os resultados alcançados em 2017. O número de turistas brasileiros na Espanha bateu recorde e alcançou a cifra histórica de 468 mil, um incremento de 25,76% em relação ao ano de 2016. E a tendência é de que o crescimento continue. Já nos oito primeiros meses de 2018, o país recebeu 371 mil brasileiros, um aumento 16% se comparado ao mesmo período do ano interior.
Promoção conjunta St. Martin e St. Maarten iniciaram um novo capítulo de sua promoção turística. Por meio de um acordo assinado em maio, o lado francês e a parte holandesa da ilha caribenha se uniram para divulgar seus atrativos em conjunto. Representantes do turismo local passaram pelo Brasil para informar sobre o processo de renovação após a passagem do furacão Irma, que destruiu 94% do território insular, em 2017. Segundo o Ministério do Turismo local, 85% das atividades turísticas já voltaram a funcionar.
Aida Weinum, Valérie Damaseau e Annick Petrus com Jean-Philippe Pérol
Pela Transiberiana A agência brasileira da TT Operadora, Trains & Tours Lufthansa City Center, passou a oferecer quatro rotas de viagens em trens pela ferrovia transiberiana. Elas são operadas pela empresa russa Imperial Russia Train (IRT). A gerente de projetos internacionais IRT, Vera Grigoreva, esteve no Brasil exclusivamente para o lançamento dos roteiros de luxo, um produto turístico com sistema all inclusive. “Todos os trens oferecem atendimento em inglês, espanhol, francês e alemão para facilitar a vida do turista”, explicou Vera. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 37
SUSTENTABILIDADE
Potencial transformador Cássio Garkalns CEO da GKS Negócios Sustentáveis e professor do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade (FIA/USP) cassio@gks.com.br
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stamos chegando ao final de 2018 e um novo e desafiador ciclo se apresenta à nossa frente: questões políticas, econômicas, sociais e ambientais, entre muitas outras, terão que ser enfrentadas por deputados, senadores, governadores e presidente recém-eleitos, com visões não alinhadas entre si e pressionados por uma população que ainda busca seu equilíbrio no “pós-eleições” e por uma situação macroeconômica desfavorável. A forma como o turismo será conduzido nacionalmente ainda é uma incerteza, mas o trade já vem se mobilizando para tentar buscar a concretização do melhor cenário possível dado o ambiente atual. Não faltam conversas nas universidades, nas empresas, nas instâncias públicas associadas ao turismo de como será (ou deveria ser) o futuro do setor. Entre visões otimistas e pessimistas é certo que os principais desafios, que já bem conhecemos, continuarão na pauta de quem trabalha de fato com a atividade. Assim, vale relembrar àqueles que estão assumindo suas responsabilidades na gestão pública e a empresários dispostos a acreditar em um futuro melhor para o Brasil alguns dos princípios que já são consenso quando se trata da reflexão sobre a importância do turismo sustentável como vetor de desenvolvimento
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socioeconômico e promoção de experiências enriquecedoras de vida. O World Tourism Forum for Peace and Sustainable Development sistematizou experiências e evidenciou o potencial transformador das atividades de turismo e a sua capacidade de reunir uma série de dimensões aparentemente distintas. E é justamente nessa capacidade de catalisar que reside a possibilidade de o turismo contribuir de forma decisiva para uma sociedade melhor - menos desigual, mais pacífica e mais consciente da necessidade de se apoiar em processos produtivos sustentáveis. Sob o aspecto do desenvolvimento socioeconômico, o turismo pode ser um aliado importante, gerando divisas, postos de trabalho e rendas adicionais com investimentos relativamente menores a outros setores e, bem planejado, gerando menos impactos negativos. Com relação a questões étnicas e culturais, o turismo pode contribuir de forma significativa pois olha para a diversidade cultural como uma forma de riqueza, e não como um obstáculo. Da mesma forma, a consciência da necessidade de conservação e preservação da biodiversidade e dos ambientes naturais encontram nas atividades de turismo um aliado, pois fazem delas ativos poderosos. Também ganham importância crescente por meio do turismo os diálogos interculturais e os processos de construção de relacionamentos que criam condições para a paz, interferindo positivamente sobre o desenvolvimento social. Todas essas questões surgem no âmbito de uma consciência
nacional e global, e estimulam a percepção de uma nova interdependência ligando indivíduos, setores e sociedades distintas. Mais do que nunca, e com a influência definitiva da internet e das redes sociais, a função da comunicação passa a ser decisiva, não apenas como espaço de repercussão de problemas, mas, principalmente, como corresponsável pela formulação de propostas dos melhores caminhos a serem seguidos. O turismo também pode e deve ser entendido como um importante aliado no alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, o que pode ser evidenciado pelo lançamento recente de uma plataforma on-line promovida pela ONU, chamada “Tourism4SDGs”, que tem como objetivo estimular um maior engajamento da atividade turística às metas da agenda global de desenvolvimento sustentável. Com todas estas possibilidades, não quero ignorar uma quantidade até maior de argumentos que poderiam caracterizar o turismo de forma exatamente contrária. Mas prefiro olhar o copo meio-cheio e entendo que cabe a todos os envolvidos a responsabilidade de desenvolver seu potencial transformador positivo, confrontando tendências que apontam para problemas. Para caminhar nessa direção, nossos novos líderes precisam entender a atividade do turismo como uma importante ferramenta, comprometida com a construção de caminhos sérios que busquem o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Que venha 2019! Vamos em frente!
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