Brasilturis Ed. 824 - Maio

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ENTREVISTA

AVIAÇÃO

ACONTECEU

Sônia Chami, presidente do RioCVB, conta como a Cidade Maravilhosa está se articulando para captar novos eventos

Após redução da alíquota de ICMS sobre o querosene, estado de São Paulo registra 401 novas frequências semanais

Realizada em Nova Iorque, convenção da International Gay & Lesbian Travel Association (IGLTA) bate recorde de participantes

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ANO 38

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Nº 824

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MAIO 2019

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brasilturisjornal

INÍCIO DOS TRABALHOS O calendário de feiras voltadas ao trade brasileiro foi aberto em abril. Confira a cobertura de três eventos nacionais, além dos destaques do Parau Parau, no Tahiti

Págs. 24 a 39 Págs. 41 a 49

DESTINOS

Natal (RN)

República Tcheca

Puglia

Oferta de pacotes e belas praias fazem da capital do Rio Grande do Norte um dos destinos mais buscados no Brasil

País tem mais de 11 séculos, com cenários que contam a história dos reinos da Boêmia e Morávia

Região italiana tem cultura mediterrânea, personalidade própria e perfil para cair no gosto do brasileiro

SEGURADORAS Executivos do ramo revelam os principais motivos que resultam em sinistro durante viagens Pág. 12 www.brasilturis.com.br | Brasilturis

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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe

Foi dada a largada

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o turismo brasileiro, o ano não começa após o Carnaval. O marco oficial é, na realidade, o início das feiras e eventos voltados ao trade nacional. É claro que há acontecimentos importantes antes disso – como as relevantes Fitur de Madri e ITB Berlim –, mas, se pensarmos no agente de viagens e no desenvolvimento de nosso mercado, a hora é agora. Todos nós, que trabalhamos diariamente para (e pelo) desenvolvimento da indústria turística, sabemos todas as “dores e as delícias” de termos um cronograma com tantas feiras e eventos. Além da oportunidade inegável de se reunir com clientes e fornecedores – o que faz desses acontecimentos importantes espaços para networking e vitrine para a promoção de novidades –, é preciso levar em conta os regionalismos. Realizado em Porto Alegre (RS), a Feira de Negócios Ugart/ Braztoa tem foco e proposta diferente da Feira Aviesp, que neste ano, aconteceu em Águas de Lindoia (SP). Ambos, contudo, trazem no DNA a força de suas regiões e diferem da WTM Latin America. A gigante da Reed Exhibitions Alcantara Machado, aliás, chegou ao País em 2012 e, a cada ano, mostra que veio para ficar. São diferentes. E complementares. Nesta edição do Brasilturis, trouxemos os destaques em tendências, produtos e serviços de três importantes eventos, que aconteceram entre o fim de março e o fim de abril. A começar pela WTM LAT, que se consolida de vez como lançadora de tendências. Neste ano, o evento iniciou duas importantes frentes: os debates com curadoria do Women in Travel, programa que visa orientar as mulheres que trabalham nesta indústria e criar um novo mindset, e o Travel Forward, série de bate-papos rápidos sobre o futuro do turismo. Dias antes, Porto Alegre realizou a Feira Ugart/Braztoa, evento que tem se consolidado como um dos principais destinados ao trade do Rio Grande do Sul. A fama de trazer bom conteúdo e, mais do que isso, atender às demandas dos agentes de viagens com capacitações e networking com operadores, fez o evento crescer 35% em número de visitantes. Por fim, nossa equipe participou da 41ª edição Aviesp Expo que, neste ano, voltou a ser realizada no município paulista de Águas de Lindóia. A nostalgia levou muitos a retornar ao evento, que registrou 7% de aumento no número de visitantes e recorde entre as operadoras. Muitos expositores justificaram a participação citando a força do interior paulista para a geração de negócios. Por fim, o Festuris está aí para provar que não se deve desconsiderar a força dos eventos regionais. O evento realizado na Serra Gaúcha, em novembro, teve um importante papel para referenciar o destino e colocar Gramado (RS) no mapa do turismo brasileiro. No ano passado, recebeu 15 mil pessoas e a expectativa é que resulte em R$ 300 milhões em negócios futuros A tecnologia ajuda, mas não há nada como o olho no olho para entender tendências, obter conhecimento e prospectar negócios. Grandes nomes do turismo comparecem em peso, assim como destinos e fornecedores de turismo que aproveitam os encontros para lançar produtos e serviços. Como diz o ditado “quem não é visto, não é lembrado”. Está aí mais um bom motivo para bloquear a agenda aos próximos encontros do trade.

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ENTREVISTA

Mais eventos, menos burocracia

Sônia Chami Presidente do Rio Convention & Visitors Bureau

POR CAMILA LUCCHESI

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Rio de Janeiro continua lindo. E, mesmo com todas as dificuldades que vem enfrentando, a Cidade Maravilhosa segue como a principal porta de entrada para viajantes internacionais no País. Os desafios diários são vencidos com motivação e planejamento estratégico, segundo conta Sônia Chami, presidente do Rio Convention & Visitors Bureau (RioCVB), que concorre à reeleição. A fundação é uma das entidades aliadas para desenvolver a vocação turística do município. Sem deixar de lado os problemas, mas trabalhando para resolvê-los, em vez de apenas lamentar. Ela defende que é possível trazer mais renda e ter de volta o Rio dos áureos tempos por meio da captação de feiras e eventos. “Reunimos todos os requisitos para atrair congressos, convenções, eventos corporativos, shows internacionais, competições esportivas e todas as demais categorias de eventos, e é por isso que não podemos parar nunca com esse trabalho de captação”, afirmou Sonia. Nessa busca, o RioCVB vem investindo para atrair o mercado asiático, mas também vê com bons olhos o início das operações de duas aéreas de baixo custo ao destino - a chilena Sky Airlines e a europeia Norwegian Air. “Participamos recentemente de um evento de capacitação e promoção do Rio de Janeiro, em Santiago, pois essa chegada permite voos mais baratos entre a cidade e o Chile”, comemorou. Os resultados, entretanto, são de longo prazo e dependem de uma movimentação na engrenagem política. “Nosso governo ainda investe muito pouco em turismo. Representamos instituições de todos os setores da cadeia produtiva dessa 6

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atividade e sabemos do potencial, mas precisamos de mais apoio. Diminuir a burocracia vai atrair ainda mais os interessados em conhecer ou realizar eventos no Rio, pois ela pode ser negativa na hora de se escolher o destino”, finalizou. Outra frente de trabalho do RioCVB é a divulgação digital. Um novo site contempla informações sobre os mantenedores, detalhes sobre passeios, pontos turísticos e serviços disponíveis – tudo em português, inglês e espanhol. Como o RioCVB vem trabalhando para se diferenciar na captação de eventos? Uma mudança foi ampliar nossos segmentos de captação em áreas como eventos esportivos e de entretenimento, que são vocações naturais da cidade, que é mundialmente conhecida pela beleza e diversidade. Para uma empresa, é muito importante escolher um lugar atraente para realizar congressos, feiras e seminários. Outro ponto positivo é o fato de a cidade possuir infraestrutura para eventos de todos os portes. Temos excelentes salas de reuniões em hotéis de alto nível, com toda a estrutura necessária, e a rede composta por 54 mil unidades habitacionais é capaz de comportar qualquer demanda. Tudo isso, aliado à capacidade de receber a todos de braços abertos. O investimento em mercados asiáticos está na estratégia do RioCVB. O que já foi realizado e o que está programado para este ano? No ano passado, técnicos da fundação estiveram nas cidades japonesas de Nagoia e Osaka, participando de um roadshow. Também realizamos um famtour com operadores chineses e temos previsto uma presstrip com influenciadores digitais para breve, além de realizar um roadshow na China neste ano. A China tem um outbound de mais de 150 milhões de turistas. Se pensarmos que o Brasil não chega a receber sete milhões de viajantes internacionais anualmente, sendo que menos de 100 mil são chineses, vemos que se trata de um mercado gigantesco a ser explorado e com um potencial fantástico.

Já há resultados concretos? Ainda é cedo para avaliar essas ações. Uma pesquisa realizada entre os operadores chineses que participaram do famtour mostrou uma expectativa de aumento de vendas para esse mercado entre 10% e 20%. E quanto a metas? O que vocês pretendem atingir nesses mercados? Dependemos muito da malha aérea. Pensando no cenário atual, esperamos um crescimento de 10% ao ano, a partir de 2021, para o mercado chinês. Com a queda da exigência do visto para turistas japoneses, nossa expectativa é de um aumento entre 20% e 30% já a partir deste ano. As metas poderão ser mais agressivas, caso consigamos aumentar o número de voos para o RIOgaleão. O RioCVB também realizou eventos de aproximação com o objetivo de trazer mais visitantes do Reino Unido e Suíça. Quais são as metas para esses mercados? Fizemos famtours com 14 operadores do Reino Unido e Suíça, em parceria com British Airways e Edelweiss, para que esses importantes compradores internacionais conhecessem a experiência do nosso Carnaval. Foram à Marquês de Sapucaí, viram o colorido das ruas e puderam ter uma ideia real do que acontece nesse período. Neste ano, já atendemos 69 operadores e agentes de viagens; nossa meta, até o fim do ano, era de 88 atendimentos, mas com o volume crescente do interesse pelo Rio, devemos ultrapassar esse número com facilidade. Que outras ações nesses moldes estão sendo planejadas para este ano? Temos vários famtours planejados, em especial um em novembro com 32 operadores do mercado de ecoturismo, em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo. Quantos eventos foram realizados no ano passado? E qual é a expectativa para este ano? Tivemos um final de ano positivo. Nosso trabalho rendeu muitos frutos, pois conseguimos captar even-

tos para 2019 e para os próximos anos. Já temos agenda confirmada até 2027. Foram 288 eventos realizados com o apoio do RioCVB em 2018. Para este ano, até o momento, temos 151 eventos no total, mas esse número tende a crescer com as confirmações que ainda estão por vir. Qual foi a ocupação hoteleira média do ano passado e qual é a perspectiva para 2019? A média do ano de 2018 foi de 53,6%, mas tivemos períodos de alta como o Réveillon e Carnaval, com a ocupação de quase 100% em alguns pontos da cidade. Porém, o trabalho de divulgação e captação de eventos é fundamental para movimentar a cidade ao longo do ano. Como você avalia a proposta de transformação da Embratur em agência? A mudança pode beneficiar não somente o turismo no Rio de Janeiro, como todo o Brasil. Transformar a Embratur em uma agência de promoção, com possibilidade de captação e menos burocrática, é fundamental. Turismo gera emprego e renda. Todo mundo lucra. Quanto a recente liberação de vistos para turistas estrangeiros de quatro nacionalidades pode impactar no turismo do Rio? Vocês têm algum estudo sobre isso? Estamos confiantes de que a liberação dos vistos vai refletir positivamente no aumento do fluxo de turistas na cidade. Quanto menos burocracia, melhor. Ainda não fizemos uma pesquisa, mas alguns sites de vendas de passagens aéreas já detectaram um aumento significativo no interesse pelo Brasil, após o anúncio da liberação do visto. Temos certeza que será um ótimo passo para o desenvolvimento do turismo na cidade. Na sua visão, quais são os principais desafios que ainda precisam ser transpostos? Precisamos continuar investindo na promoção e divulgação do Rio de Janeiro no Brasil e no exterior. Além disso, trabalhar fortemente na captação de eventos. Estamos focados nisso, nossa equipe não para!


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AVIAÇÃO

Pro Brasilia Fiant Eximia Frase em latim, presente no brasão do governo de São Paulo, ganha força no âmbito do turismo POR LEONARDO NEVES

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redução de 25% para 12% da alíquota do ICMS sobre o querosene da aviação (QAV) , no estado de São Paulo, foi abraçada pelos principais líderes nacionais, quando anunciado pelo governador João Doria, em fevereiro. Afinal, a medida que deve entrar em vigor a partir de 1º de junho era pleiteada pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) há quase duas décadas. Contudo, para manter o índice reduzido, as principais companhias aéreas do Brasil se comprometeram a lançar 490 novas rotas semanais, sendo seis para destinos inéditos no Brasil e incluindo aeroportos regionais do estado. Gol, Latam, Azul e Passaredo anunciaram novos voos e frequências dentro de São Paulo, incluindo novos destinos, desde o fim de março. Até o momento, 401 frequências semanais (200 da Azul, 78 da Latam, 63 da Passaredo e 61 da Gol) foram adicionadas, divididas em 12 aeroportos. Entre as novidades, anunciadas até agora, estão as ligações aéreas com Cascavel (PR), Vitória da Conquista (BA), Passo Fundo (RS), Sinop (MT), Navegantes (SC), Franca, Barretos e Guarujá (SP), entre outras cidades e frequências adicionais em rotas consolidadas. Os viajantes dos destinos contemplados poderão, assim, realizar conexões mais rápidas a partir de Guarulhos, que no ano passado movimentou 42 milhões de passageiros - crescimento de 11,2% na comparação com 2017. A frase em latim no brasão do governo do estado “Pro Brasilia Fiant Eximia” (“Pelo Brasil, faça-se o melhor”) parece, portanto, ter ganhado mais sentido no âmbito da aviação e do turismo. GOL A Gol foi a primeira companhia a se manifestar e anunciar novas rotas, com operação de seis novos voos diretos a partir do aeroporto de Guarulhos. Cascavel (PR), Vitória da Conquista (BA), Passo Fundo (RS), Sinop (MT), Franca e Barretos (SP) se tornaram os novos destinos da companhia. 8

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“Essas rotas não eram rentáveis antes da redução do ICMS. Agora, com os valores de operação mais baixos, conseguimos concretizar esses voos.” Paulo Kakinoff (Gol)

As vendas dos bilhetes aéreos para as quatro primeiras, aliás, já estão abertas para embarques a partir de agosto deste ano. As duas últimas, porém, ainda passarão por adequações em seus terminais para receber o B737-700 com capacidade de 138 passageiros, que realizará as operações. As mudanças devem ser finalizadas nos próximos seis meses. Paulo Kakinoff, presidente da Gol, exaltou que a companhia agora passa a contar com a oferta de 59 destinos nacionais, sendo que 13 têm operações exclusivas no mercado nacional. “Essas rotas não eram rentáveis antes da redução do ICMS. Agora, com os valores de operação mais baixos, conseguimos concretizar esses voos”, destacou. “Os 737-700s estão voando pela primeira vez em voos comerciais regulares para os aeroportos de alguns desses destinos. Por isso, os terminais de Franca e Barretos levarão mais tempo. Porém, queremos realizar o primeiro voo para essas cidades ainda neste ano”, pontuou o executivo. LATAM A Latam anunciou suas novas frequências no estado de São Paulo durante a primeira quinzena de abril. A companhia voará diariamente para São Luís (MA) e duas ve-

zes ao dia para Cuiabá (MT), a partir de Guarulhos. Além disso, a aérea irá realizar duas frequências semanais para Recife (PE) e uma para Salvador (BA). Apesar de as datas para os novos voos com destino às capitais maranhense e mato-grossense ainda não terem sido confirmadas, a Latam espera dar início à venda dos bilhetes em breve. As demais rotas adicionais anunciadas já estão sendo comercializadas. Em abril, a companhia começou a operar um novo voo diário entre Guarulhos e o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e mais cinco frequências semanais entre o terminal paulista e Manaus (AM). Neste mês, começarão a serem operados novos voos diários entre Guarulhos e os aeroportos de Belo Horizonte (Confins), Rio de Janeiro (Galeão), Foz do Iguaçu (PR) e Salvador. Em junho, a novidade será o início de um voo diário em rota inédita entre Guarulhos e Navegantes (SC). O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, pontuou a parceria com o governo de São Paulo que, segundo ele, tem contribuído para um novo ciclo de crescimento na região e no País. “A iniciativa do governo paulista é extremamente positiva. São medidas deste tipo que podem alavancar o fluxo de passageiros e fomentar ainda mais o turismo brasileiro”, destacou.

“São medidas deste tipo que podem alavancar o fluxo de passageiros e fomentar ainda mais o turismo brasileiro.” Jerome Cadier (Latam Brasil)

“Com os novos voos a Azul passa a ser aérea que mais tem voos dentro de São Paulo e o maior número de cidades servidas no estado.” John Rodgerson (Azul)

AZUL A Azul também divulgou em abril suas novas rotas nos céus de São Paulo. A empresa irá operar voos em Araraquara e no Guarujá, interior e litoral de São Paulo, respectivamente. A partir de setembro, a companhia irá ligar a cidade do interior a Campinas, no hub da aérea em Viracopos, e o destino no litoral paulista ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, em outubro. O voo entre Araraquara e Campinas será operado diariamente, e retoma a rota da Azul que já havia sido realizada entre 2013 e 2014. No Guarujá, os voos levarão um pouco mais de tempo, pois o terminal será readequado para as operações das aeronaves. Todas as rotas anunciadas serão operadas com o avião bimotor da Azul, o ATR 72-600, que acomoda 70 passageiros. “Muitos viajantes tinham de subir a serra para voar. Com os novos voos, a Azul passa a ser empresa aérea que mais tem voos dentro de São Paulo e o maior número de cidades servidas no estado. Estávamos estudando o Guarujá há cinco anos”, destacou John Rodgerson, presidente da Azul. PASSAREDO A Passaredo foi a última das companhias a divulgar suas adições para São Paulo. Na segunda quinzena de abril, a companhia anunciou


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Vinicius Lummertz

a criação de 62 rotas, entre elas estão as frequências entre Goiânia e Guarulhos, com escala em Ribeirão Preto. Ainda no hub da companhia, sairão voos para Curitiba, Votuporanga e São Carlos, além de Brasília, com

MARKETING

Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação ricardo@promonde.com.br

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Antiguidade grega e o Renascimento italiano produziram mentes excepcionais, que causam espanto até hoje nas grandes inteligências contemporâneas. Pitágoras, além de excelente matemático, era filósofo e também poeta. Michelangelo, além de escultor, dominava a pintura, arquitetura e engenharia. Seu grande rival, Leonardo da Vinci, entendia profundamente de anatomia humana, pintura, geologia e até física. Se hoje os gênios são menos multidisciplinares, não é responsabilidade dos céus, de mutações genéticas ou da alimentação. Trata-se de um problema de mindset ou, no português mais básico, paradigma. Não são poucas as piadas e a burra competição entre ciências exatas, biológicas e humanas. Gabam-se os engenheiros de dominarem a lógica desprezando os aspectos subjetivos da humanidade. Humanistas 10 Brasilturis

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escala em Uberlândia. Além disso, a aérea também anunciou voos diretos entre São José do Rio Preto a Brasília. Segundo José Luis Felício Filho, presidente da aérea, o incentivo levou a companhia a priorizar o estado paulista. “A Passaredo acredita na retomada de crescimento do Brasil e vê uma clara oportunidade para implementação de novos destinos. Diante dos incentivos à aviação anunciados pelo governo de São Paulo, estamos priorizando esse crescimento ligando cidades do estado. Os novos destinos regionais propiciarão destinos estratégicos aos passageiros para voos de negócios ou turismo, e também conexões nacionais e internacionais com os parceiros Latam e Gol.”

“O interior de São Paulo é o segundo maior mercado consumidor do Brasil, e nós sabemos de sua força para a economia. Estamos justamente resgatando a força do interior paulista no contexto da economia e do turismo, em nível nacional, dando um passo para o futuro”, destacou Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo. METAS DUPLICADAS E PRIVATIZAÇÕES Não obstante, o incremento na oferta aérea de São Paulo animou o governo do estado que deve manter a agenda de privatizações. Até o fim de 2019, o objetivo é pri-

vatizar 22 aeroportos estaduais, para que sejam readequados e possam operar voos regulares. O programa inclui Congonhas, atualmente sob gestão da Infraero. Além disso, com o uso dos aviões de pequeno porte da Azul, o governo estuda a possibilidade de dobrar a meta de novos destinos operados até o início de 2020. “Podemos sonhar com 12 destinos até o próximo ano, o dobro do que havia sido estabelecido em fevereiro com o anúncio da redução do ICMS do querosene da aviação”, pontuou Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do estado.

Turismo é de humanas ou exatas? acham divertido não entenderem patavinas de números e assumem, com tranquilidade, o clichê de que podem se virar no mundo fazendo artesanato. Tal separação do conhecimento se deu na época iluminista, gerando muitos especialistas e pouquíssimos generalistas. Mesmo as grandes discussões polarizadas nos dias de hoje têm raiz na época de Diderot. Tudo foi compartimentalizado, e os elos, naturais na vida real, rompidos nas pesquisas acadêmicas. Um profissional do turismo deveria dominar as distintas ciências. Dá vontade de chorar - e isso não é abusar do lugar comum - quando jovens candidatos são entrevistados em processos seletivos para atuar em nossa indústria. A principal resposta para a célebre pergunta “por que escolheu o turismo?” é a triste resposta “porque amo viajar”. Quem ama viajar pode ser um excelente turista, mas não necessariamente será um bom turismólogo. Poucos profissionais dominam idiomas estrangeiros e muitos nem mesmo conseguem se expressar bem na nossa língua. Têm dificuldades com planilhas e contas e na arte de relacionar-se. Pouquíssimas lideranças do nosso setor, aliás, são formadas em turismo. A maior parte vem de cursos de engenharia,

direito e administração. E não é por conta da falta de tradição dos cursos de turismo, porque mesmo os jovens que se sobressaem no mercado vêm das faculdades renomadas, nas quais números e lógica são tratados com deferência. O resultado é um prejuízo enorme para as empresas e para o turismo brasileiro. Conversando com um amigo advogado que dirige uma operadora, percebi que um agente de viagens deveria ter especialização em logística. Se no passado os turistas abusavam de circuitos ou destinos simples e únicos, hoje as viagens são muito mais complexas. Há quem aproveite uma ida para a Índia para conhecer Nepal e Butão. Outros querem viagens complexas, que envolvem quatro ou cinco cidades em países diferentes pela África ou América do Sul. Mesmo os viajantes mais experientes compram as passagens aéreas sem pensar em todas as questões logísticas dos voos. Esse amigo me contou que um cliente muito rico decidiu eliminar o fee da agência, emitindo ele mesmo as passagens entre Frankfurt, na Alemanha, e São Paulo. O voo internacional ele comprou com milhas e, um trecho interno, com companhia low cost, via internet. Fez as contas e comemorou a economia

de pouco mais de US$ 200. O problema é que o voo interno de volta atrasou e impactou o voo transoceânico, de outra empresa e em reservas distintas. A pretensa economia de US$ 200 tornou-se um gasto imprevisto de US$ 2 mil. Faltou a esse viajante fazer os cálculos que um bom agente de viagens domina: incluir uma folga para atrasos, tempo de saída do avião, tamanho do aeroporto, retirada de bagagem, imigração. Logística fez de pequenos negócios grandes empresas globais. Saber otimizar recursos, ler e interpretar dados estatísticos é disciplina básica para qualquer gestor. São muitos os obstáculos que nossa indústria precisa vencer. Alguns são externos e dependem do poder público. Mas outros são intrínsecos. E dois dos maiores deles têm a ver com a óptica sob a qual olhamos nossa indústria. Nosso negócio não é diversão, embora possa ser divertido. É um setor tão sério quanto o petroquímico e o bancário. Tampouco o agente de viagens é um turista que ajuda outro turista. Ele é um engenheiro de viagem. Tem de dominar logística, finanças, geopolítica, português, inglês e relacionamento humano. Merece mais respeito.


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SEGURADORAS

Quem poderá nos proteger? Saiba como agir quando o cliente liga dizendo que precisará acionar o seguro

POR LEONARDO NEVES

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viagem é planejada com cuidado, em todas as etapas, para se transformar em uma experiência memorável. A precaução, entretanto, não evita que os clientes sofram imprevistos, mesmo quando eles são assessorados por um agente de viagens. O que fazer quando algo não sai como se espera e as férias precisam ser canceladas antes mesmo do embarque? Ou quando se chega ao destino e as malas não aparecem na esteira de bagagens do aeroporto? Ou, ainda, se aquela trilha em Macchu Picchu fica pela metade depois de uma torsão? Como se deve proceder? O Brasilturis conversou com executivos da Omint, Mapfre, Chubb e Allianz para destrinchar os principais motivos que resultam em sinistros durante viagens. Apresentamos os detalhes que o agente precisa saber para deixar os clientes bem informados sobre o passo a passo quando a seguradora precisa ser acionada. COMIDA E MALAS: CUIDADO REDOBRADO

É unânime que o atendimento médico - desde casos mais simples, como entorses, até problemas mais delicados de saúde, como intoxicação alimentar ou manifestação de doenças - é a maior causa de sinistralidade. As quatro seguradoras consultadas informaram que esse item encabeça a lista de acionamento do sinistro, com pequenas variações em relação à ocorrência. Outros temas que surgem com frequência são, contudo, os cancelamentos de viagens e perda/extravio de bagagem. No caso da Omint, ocorrências 12 Brasilturis

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com intoxicação alimentar, infecção urinária, dor de garganta, febre, e alguns acidentes ortopédicos, envolvendo queda, luxação e fraturas simples, são os grandes vilões das viagens para os clientes. Segundo Luciano Marques, gerente de Operações Médicas e Odontológicas da seguradora, a busca por imersão dos viajantes nos costumes e práticas dos locais por onde passam podem ocasionar situações delicadas, nas quais o sinistro é necessário. “Quando as pessoas escolhem um destino para desfrutar uma viagem, elas desejam ter experiências em atividades típicas. Isso quase sempre inclui a culinária local, o que pode levar aos casos de intoxicação alimentar. Dores de garganta e febre ocorrem, principalmente, por conta da mudança de clima”, disse. Ele acrescentou que nos lugares consolidados para a prática de esqui é comum haver lesões abrangendo punhos e tornozelos. “Nas situações envolvendo traumas esportivos, muitas vezes é por falta de preparo ou desconhecimento da atividade”, completou. Por sua vez, os cinco principais motivos que levam ao acionamento do seguro Chubb são despesas médicas, atraso de bagagem, atraso de voo, perda total da mala e cancelamento de viagem. De acordo com Luis Torniero, diretor de Travel, Basic Book e Serviços da empresa no Brasil, os principais fatores decorrem de problemas alheios à vontade do viajante, ocorrendo de forma inesperada em situações em que não se pode controlar. Como as despesas com saúde durante a viagem, geralmente motivadas por urgência e emergência médica. “Os cancelamentos, em geral,

estão relacionados com problemas de saúde e os atrasos de voos, normalmente, têm a ver com fatores ligados a intempéries ou falhas operacionais das companhias aéreas”, afirmou. “Já a perda de bagagem ou o atraso de sua restituição ao passageiro, em geral, resulta das falhas de pessoas ou equipamentos responsáveis pelo transporte e guarda dos pertences. Normalmente, acontece entre o despacho da mala no check-in de origem e a sua restituição na esteira do aeroporto de destino”, continuou o executivo. Carlos Cortez, diretor de Marketing da Allianz Travel, ressaltou que muitos dos problemas apontados pelos viajantes podem ser solucionados sem necessidade de interrupção do roteiro. “Normalmente as pessoas precisam do auxílio de terceiros para solucionar o imprevisto de forma mais rápida. Com a

nossa ajuda, na maioria dos casos, nossos clientes conseguem prosseguir com sua viagem, evitando maiores prejuízos”, disse. Na Mapfre, todavia, os casos de doenças respondem pela maioria dos atendimentos realizados aos clientes durante a viagem, com 76% dos chamados; seguido por incidentes relacionados a acidentes (21%); doenças associadas à gravidez (1%) e falecimento natural (0,23%). Alexandre Crozato, superintendente-executivo de Seguros de Vida da Mapfre Brasil, detalhou a distribuição do acionamento do sinistro por clientes durante a viagem. “Os casos envolvendo atendimento para Clínico Geral são os mais recorrentes, com 62% das solicitações. Na sequência aparece o atendimento médico em domicílio (17%); pediatria (5%); odontologia (3%); e ortopedia (2%)”, pontuou.

DRIBLANDO PROBLEMAS

Para que esses imprevistos não afetem as férias, os executivos das seguradoras fazem pontuações importantes sobre como se precaver em relação aos principais motivos de sinistralidade.

“Para evitar a intoxicação alimentar, aconselhamos checar a procedência do alimento, evitar comidas excessivamente condimentadas e gordurosas, além de tomar cuidado com a água local. No caso de fazer algum esporte, é importante conhecer os próprios limites, principalmente se o viajante é amador.” Luciano Marques (Omint)


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SEGURADORAS

“Orientamos nossos clientes a sempre levar na bolsa de mão medicamentos de uso contínuo, além de antiinflamatórios e antitérmicos - como remédios para febre, dores de cabeça ou muscular, enjoo e problemas intestinais. Isso garante bem-estar para casos mais simples de indisposição.”

“O passageiro pode reduzir os riscos ao evitar voos com conexões muito rápidas, que aumentam a chance de ter problemas com a bagagem. O ato de identificar a bagagem, por sua vez, contribui para a localização em caso de extravio. Outra dica importante é consultar e providenciar com antecedência todos os documentos necessários para ingressar nos países de destino, como vistos e certificados de vacinação.”

“O acompanhamento médico é fundamental, sobretudo para quem possui alguma doença pré-existente, que exija um monitoramento específico ou controle por medicamentos. No caso de gestantes, estar com o pré-natal em dia também é essencial para a saúde da mãe e do bebê.”

Carlos Cortez (Allianz)

Luis Torniero (Chubb)

Alexandre Crozato (Mapfre)

COMO FAZER Independentemente do motivo que leva ao acionamento do seguro, é preciso se preparar para orientar o cliente que está diante de um problema, com sinistro iminente. O primeiro passo é aconselhar o viajante a entrar em contato, o quanto antes, com a seguradora contratada para receber as devidas orientações. A Mapfre conta com dez telefones para falar com as centrais de atendimento. “O contato é impresso no cartão do seguro-viagem, o que facilita o acionamento”, disse Crozato. Já a Omint, além dos canais tradicionais de comunicação, oferece uma opção mais tecnológica: um aplicativo para smartphones. “No nosso app, há um dispositivo ‘me ligue’. Basta ao cliente acioná-lo para que nossa equipe ligue imediatamente para ele”, disse Marques. Em breve, a Omint também deverá oferecer a possibilidade de ter uma orientação médica por videoconferência. O Dr. Omint Digital também poderá ser acessado pelo aplicativo da seguradora. Marques reforça que a organização do atendimento é algo que ocorre com fluidez. “Vai desde encaminhar um médico ao hotel, viabilizar a ida do cliente a uma clínica ou pronto-socorro e até o auxílio com internações, se for necessário”, destacou. A Allianz oferece vários modais para atendimento - telefone, e-mail e WhatsApp – informados na apólice e no site. “Caso o cliente não tenha acesso à internet ou um celular disponível para nos contatar, 14 Brasilturis

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também aceitamos receber ligações a cobrar”, reiterou Cortez. “Quando a ocorrência é uma emergência que não pode esperar, a orientação é que o cliente procure primeiramente o atendimento médico. Nesse caso, é possível solicitar reembolso de despesas, de acordo com os limites descritos na apólice”, adiantou. PRECIFICAÇÃO POR “RISCO” Os pacotes de seguro-viagem ofertados pelas empresas são distintos. Cada produto prevê benefícios e limites distintos, conforme as escolhas dos viajantes. Porém, os executivos ressaltam que destinos com maiores riscos de sinistralidade impactam no valor da apólice. Uma viagem para a Índia, por exemplo, o alto índice de mal estar por consumo de água e alimentos na rua eleva o preço do seguro, quando comparado a um destino na Europa. Locais onde a prática de esportes radicais é comum também

podem ter valores diferenciados para proteger os adeptos a práticas esportivas, que tendem a aumentar as possibilidades de acidentes. O risco de sinistralidade, assim, é apenas um dos componentes do preço. O outro é o custo médio para atendimento médico e odontológico no destino. “Essas são as duas variáveis consideradas”, afirmou Marques. PROTEJA-SE AGORA OU NÃO VOLTE JAMAIS O viajante que precisar se submeter a tratamento médico particular no exterior pode ter duas certezas: a conta vai chegar e não será barata. Além do alto custo, alguns países promovem restrições diplomáticas para os maus pagadores – aqueles que se arriscam a deixar o destino visitado sem quitar as dívidas. Nos Estados Unidos, onde o sistema de saúde é totalmente privado, os viajantes que passam por um tra-

tamento médico, e não efetuam os devidos pagamentos, estarão sujeitos a embargos em todo o território norte-americano. Além do embaraço, é certo que o cliente irá receber a cobrança no país de origem. Outras nações adotam práticas que não envolvem sanções de imigração decorrentes da inadimplência médica, mas são igualmente restritivas. “Em alguns casos, o turista que não tiver um seguro viagem pode passar por situações constrangedoras, como a retenção temporária do cartão de crédito e do passaporte no hospital até o pagamento das despesas médicas”, apontou o executivo da Omint. Mais um motivo, aliás, para incluir o seguro como item essencial em viagens internacionais. MAIORES VILÕES As seguradoras contatadas definiram os motivos que mais resultam em sinistros dentro das organizações. Confira quais são:

ALLIANZ

CHUBB

MAPFRE

OMINT

Atendimento médico e odontológico

Atendimento médico

Doenças em geral

Intoxicação alimentar

Extravio de bagagem

Atraso de bagagem

Acidentes

Infecção urinária

Cancelamento de viagem

Atraso de voo

Doenças relacionadas a gravidez

Dor de garganta

Interrupção de viagem

Perda total da bagagem

Falecimento natural

Febre

Extensão de viagem

Cancelamento da viagem

Informações gerais

Acidentes ortopédicos (queda, luxação e fratura simples)


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VIA SUSTENTÁVEL

Como fazer o turismo sustentável? Velma Gregório Velma é diretora de relações institucionais da Editora Via e especializada em turismo sustentável. velma@editoravia.com

O

primeiro passo para agir e promover o turismo sustentável é entender do que estamos falando. Há preconceitos, crenças limitantes de que é mais caro, que é só para as grandes empresas ou até mesmo de que se trata de turismo de natureza. Vamos colocar às claras como cada um pode fazer melhor no seu próprio negócio de turismo e contribuir para um mundo mais sustentável. Não vamos reinventar a roda - governos, organizações sociais, sociedade civil e empresas discutiram muito para chegar a um consenso que são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem atingidos até 2030. O turismo foi apresentado neste documento como uma das soluções mais inteligentes para que os países possam alcançar os objetivos. A Organização Mundial do Turismo, braço da ONU, traduziu esses objetivos em ações que o setor pode implementar. Com mais ou menos dificuldades, mas viáveis. O grande barato disso é que os vetores para tudo acontecer são a comunicação, o respeito e a ética. Vamos entender o que a UNWTO explica sobre cada um dos 17 Objetivos: ODS 1: FIM DA POBREZA - O turismo está bem posicionado para promover o crescimento econômico e fornecer renda por meio da criação de empregos (seja nos grandes empreendimentos, ou nas pequenas empresas da cadeia de valor) empoderando jovens e mulheres, em particular. ODS 2: FOME ZERO - O turismo pode estimular a agricultura sus16 Brasilturis

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tentável, promovendo a produção e o fornecimento para hotéis. O agroturismo pode gerar renda adicional enquanto aumenta o valor da experiência turística. ODS 3: SAÚDE E BEM-ESTAR - As receitas fiscais geradas pelo turismo podem ser reinvestidas nos serviços e cuidados de saúde e as cobradas dos visitantes em áreas protegidas podem contribuir também para os serviços de saúde. ODS 4: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE - Desenvolver o turismo aumenta a demanda de educação para suprir a necessidade de empregos diretos e indiretos para jovens, mulheres, pessoas com deficiência e outras minorias. ODS 5: IGUALDADE DE GÊNERO O turismo pode empoderar as mulheres, particularmente pela geração de empregos diretos e geração de renda de PMEs em empreendimentos turísticos e relacionados à hospitalidade. ODS 6: ÁGUA LIMPA E SANEAMENTO - Os investimentos feitos em turismo demandam melhorias nos serviços públicos e podem desempenhar papel fundamental no acesso e segurança da água, bem como higiene e saneamento para todos. O uso eficiente da água no turismo, o controle de poluição e a tecnologia podem ser as chaves para preservar este recurso. ODS 7: ENERGIA ACESSÍVEL E LIMPA - Ao promover investimentos em fontes de energia limpa, o turismo pode ajudar a reduzir os gases de efeito estufa, mitigar as mudanças climáticas e contribuir para a energia para todos. ODS 8: TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO - O turismo é um dos quatro principais empregadores globais. Um em cada dez empregos em todo o mundo é no setor. Promover a diversidade e incentivar políticas que favoreçam as cadeias de valor podem aumentar os impactos socioeconômicos positivos.

ODS 9: INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA INDUSTRIAL - O desenvolvimento do turismo depende de uma boa infraestrutura pública e privada. Ele pode influenciar políticas públicas para atualizações e modernizações da infraestrutura, tornando-as mais sustentáveis, inovadoras e eficientes em termos de recursos e migrando para outras fontes de investimento estrangeiro.

ANOS - O turismo costeiro e marítimo depende de ecossistemas saudáveis. O desenvolvimento do turismo deve fazer parte da Gestão Integrada da Zona Costeira, a fim de ajudar a conservar e preservar ecossistemas frágeis e servir como um veículo para promover uma economia azul, contribuindo para o uso sustentável dos recursos marinhos.

ODS 10: DESIGUALDADES REDUZIDAS - O turismo pode ser uma ferramenta poderosa para reduzir as desigualdades ao se envolver com as populações locais e partes interessadas no seu desenvolvimento. Pode contribuir para a renovação urbana e também para o desenvolvimento rural, dando às pessoas a oportunidade de prosperar em seu lugar de origem.

ODS 15: VIDA NA TERRA - A rica biodiversidade e patrimônio natural são as principais razões pelas quais viajantes escolhem um destino. O turismo pode ter papel importante se for administrado de forma sustentável em zonas frágeis para conservar e preservar a biodiversidade e também gerar renda como meio de subsistência alternativa para as comunidades locais.

ODS 11: CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS - O turismo pode promover a melhoria da infraestrutura urbana e a acessibilidade, a regeneração dos espaços públicos e preservar o patrimônio cultural e natural, ativos dos quais a atividade depende. O investimento em infraestrutura verde (transporte mais eficiente, redução da poluição do ar) deve resultar em cidades mais inteligentes e mais verdes para os moradores e turistas. ODS 12: CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS - O setor de turismo precisa adotar modos de consumo e produção mais responsáveis. Ferramentas para monitorar o desenvolvimento sustentável, os impactos no desenvolvimento do turismo (incluindo energia, água, resíduos, biodiversidade e criação de empregos) resultarão em melhores resultados econômicos, sociais e ambientais. ODS 13: MUDANÇAS CLIMÁTICAS O turismo contribui e é afetado pelas mudanças climáticas. Ao reduzir suas emissões, a atividade pode se beneficiar do crescimento de baixo carbono e ajudar a enfrentar um dos desafios mais prementes do nosso tempo. ODS 14: VIDA NOS MARES E OCE-

ODS 16: JUSTIÇA, PAZ E INSTITUIÇÕES FORTES - Como o turismo gira em torno de bilhões de encontros entre diferentes origens culturais, tem vocação para fomentar a tolerância, a compreensão multicultural e entre as religiões, lançando as bases para sociedades mais pacíficas. A atividade beneficia e envolve as comunidades locais e também pode consolidar a paz em sociedades pós-conflito. ODS 17: PARCERIAS PARA OS ODS - Devido à sua natureza intersetorial, o turismo tem capacidade para fortalecer parcerias público-privadas e envolver várias partes interessadas - internacionais, nacionais, regionais e locais - a trabalhar em conjunto para alcançar os ODS e outros objetivos comuns. Políticas públicas e financiamentos inovadores são as chaves para alcançar os objetivos até 2030. Se você chegou até aqui, tenho certeza que encontrou algum ponto de conexão com o seu negócio. A sustentabilidade é um grande incentivo à inovação, pois provoca mudanças de pensamento. Então, sim, é sua responsabilidade também. Vamos juntos!


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LÉXICO David Leslie Autor do livro “Turismo para Leigos e Curiosos”. leslie@cbsmarketing.com.br

Agenciamento... O que é o que é?

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entre outros significados, o verbo “agenciar” poderia nos induzir a o ato de intermediar a aquisição, efetuada por parte de um consumidor, de um produto e/ou serviço, mediante o recebimento de uma comissão paga pelo proprietário ou operador. Agenciamento seria, portanto, o processo que caracterizaria o resultado advindo dessa intermediação. Podemos entender que se pode agenciar a aquisição de um bem tangível e/ou intangível, agenciar o trabalho de um artista, de um esportista, ou de outro profissional, agenciar a revenda de ingressos para shows e espetáculos, agenciar a veiculação de um anúncio numa mídia, agenciar o aluguel ou a venda de um imóvel ou de um carro, agenciar a cobertura de um seguro, entre outros. Agenciar é, então, sinônimo de comercializar e/ou negociar. Agenciamento representaria o conceito de representação e/ou intermediação entre duas ou mais entidades, empresas ou pessoas, mediante uma remuneração variável ou prédefinida. O termo “agente” (do latim, agens, agentis), por sua vez, identifica quem atua e/ou trabalha efetivamente em algum tipo de negociação, acordo ou contrato; pessoa que dirige e administra uma agência bancária (agente bancário); principal autor de um crime ou infração (agente criminoso); funcionário da Polícia Federal, Civil ou Municipal (agente policial); quem promove o relacionamento afetivo entre duas pessoas (agente amoroso); substância que provoca uma reação em outra (agente químico). Em nossa indústria, a empresa receberá a nomenclatura de “agência de viagens” e/ou “agência de turismo” quando esta apresentar, como atividade principal, a

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responsabilidade de intermediar a aquisição de um produto e/ou serviço ligado às viagens, mediante o recebimento de uma comissão paga pelo fornecedor, ou através da cobrança de uma eventual taxa pelo seu trabalho de intermediação, assistência, assessoria e/ou consultoria. É necessário lembrar, porém, que uma agência de viagens não restringe seu trabalho à mera intermediação na aquisição de passagens para transportes em geral, acomodação em hotéis ou mesmo na participação em passeios ou excursões. A agência de viagens tende a oferecer, geralmente sem cobrança adicional ou específica, toda uma comprovada experiência para assessorar seus clientes em todo e qualquer item relacionado com suas viagens. O agente de viagens é, antes de mais nada, um profissional que sabe tudo sobre destinos turísticos, meios de transporte, acomodação em hotéis e outros meios de hospedagem, locação de veículos, cruzeiros marítimos ou fluviais, aluguel de barcos ou aeronaves, passeios e excursões , restaurantes, atrações, aspectos culturais, hábitos e até compras em qualquer região do mundo. Ele é, também, um especialista em outras questões que envolvem uma viagem: conversão de moedas, épocas mais apropriadas para visitar um determinado núcleo, geografia turística, informações climáticas, vacinas obrigatórias ou recomendáveis, seguros e assistências, participação em feiras, programas de incentivo, congressos e eventos. Um agente de viagens sabe quais são os produtos e serviços mais adequados para a viagem de cada um de seus clientes, e onde encontrá-los. Além de informar sobre as melhores condições para adquiri-los... E muito mais!


TURISMO SEM CENSURA Fabio Steinberg Jornalista e administrador, trabalhou como executivo e consultor de comunicação em grandes empresas como IBM, Rede Globo e AT&T. Edita o site Turismo Sem Censura (www.turismosemcensura.com.br) e é autor de três livros. fabio@steinberg.com.br

Para que tantos eventos?

A

bem-sucedida realização da WTM Latin America permite uma reflexão sobre este modelo de negócio para o turismo. Por um lado, o encontro confirma a vocação desta organização, consagrada pelo mercado internacional. Tornou-se a melhor âncora para conectar todos os elos do ecossistema. Ou, enfim, aproximar os destinos dos provedores de produtos e serviços do setor. A WTM não nasceu ontem. Com foco em business to business, surgiu no Reino Unido há 39 anos. Organizada pela Reed Travel Exhibitions, é realizada anualmente em quatro países de quatro continentes. Sua meta é criar oportunidades para quem atua na indústria de turismo se conhecer, aprender e fazer negócios. Só na versão inglesa, seus quase 4,7 mil estandes recebem mais de 50 mil profissionais e representantes de governos de 186 países. Em sua 7ª edição, a versão latino-americana, gradualmente, amplia presença no Brasil e região. Tirando proveito da boa reputação internacional, rede de relacionamentos, e competência de gestão, já atrai 600 empresas, e é visitada por 19 mil profissionais do setor. A operação da WTM contrasta com o resto que se vê no mercado brasileiro. País afora, acumulam-se eventos de turismo amadores e incompletos. Amadores porque são feitos por quem entende patavina deste tipo de organização, com resultados lamentáveis. E incompletos, porque pecam pela legitimidade, já que não representam o turismo, mas só um elo da cadeia. Afinal, o que move realização destes encontros? Em geral, são entidades de classe em busca de um salva-vidas, que viabilize sua sustentação econômica - diante da baixa representatividade, não obtêm contribuições suficientes dos associados. Estas realizações já nascem tortas. São desvios de finalidade tão absurdos como uma sapataria que, por perder dinheiro, decide abrir um restaurante para subsidiá-la.

Associações deveriam se concentrar em representar os interesses da classe junto aos governos e demais públicos de interesse, assim como se tornar fóruns para discussão de ideias, tecnologias e tendências, e promover inovações. Há exceções, como a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), que sabem cumprir seu verdadeiro papel, com atuação discreta e focada em resultados. E que, por coincidência ou não, evitam realizar eventos alheios aos seus fins. A “eventite”, anomalia típica do turismo em terras brasileiras, cobra alto preço. Como todo mundo se acha no direito de promover uma feira ou encontro de negócios de turismo para chamar de seu, fica difícil saber o que vale a pena do resto. Estes encontros se multiplicam como coelhos, o que força o trade a uma maratona de deslocamentos, quase sempre inúteis. É uma perda de tempo que poderia ser dedicado aos negócios. Quem paga estas despesas? Resposta parcial: os destinos e uma gama de provedores. Todos se sentem forçados a cotizar para não ficar mal na foto com seus clientes. Resposta completa: como ninguém quer perder dinheiro, é o consumidor final que absorve os custos, embutidos no preço de suas compras em turismo. Assim, em vez de crescer o número de viajantes que chegam ao País – estacionados há décadas em vergonhosos seis milhões por ano – o Brasil se especializou em aumentar o número de eventos para o trade. Se quiserem sobreviver aos irreversíveis novos tempos do consumo on-line, os profissionais de viagens não precisam virar pássaros travestidos de peixes para mergulhar em mares desconhecidos. Têm de concentrar energias no que fazem de melhor. Precisam ser consultores, especialistas em viagens e na arte da hospitalidade, exercitando o contato humano. Este é o seu verdadeiro DNA. Algo que nenhum aplicativo jamais substituirá. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 19


ACONTECEU

Turma do milhão Iberostar entrega troféu Estrellas para empresas que mais venderam em 2018

Iberostar Grand Amazon

Orlando Giglio com equipe Iberostar Brasil POR CAMILA LUCCHESI

A

turma do milhão. Foi assim que Orlando Giglio, diretor da Iberostar para o Brasil, definiu o grupo de 30 empresas que recebeu o troféu Estrellas, em 27 de abril. Em sua 13ª edição, o prêmio homenageia os melhores parceiros do ano anterior. Os resultados ratificam o crescimento da venda on-line no Brasil para a Iberostar. Giglio ressaltou a criação de uma nova categoria para premiar empresas que se destacaram nas vendas pela internet. A participação do segmento – que inclui o site da rede e as on-line travel agencies (OTAs) – já chega a 30%, enquanto a venda por operadoras tradicionais representa entre 40% e 42% dos negócios da empresa espanhola. Para o executivo, um dos gatilhos para esse crescimento é o acúmulo de milhagens em programas de fidelidade e cartões de crédito. “Ninguém usa essa pontuação para comprar produtos em agências. Quando percebem que as milhas vão expirar, os clientes emitem as passagens diretamente na internet”, disse. A lógica vale, segundo Giglio, para o que ele chama de “mono estadas”, ou seja, quando o viajante voa para um destino e permanece no mesmo local durante todo o período. “Se a logística começa a complicar e o cliente quer desembarcar em Recife, por exemplo, passar uns dias, depois ir para Maceió e seguir para Salvador, ele procura as agências porque não é todo mundo que sabe combinar os fatores. Montar o pacote fica mais complexo”, disse. 20 Brasilturis

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EMERGENTES Outra constatação sobre a análise dos resultados de 2018 é o fortalecimento das operadoras que Giglio chama de emergentes. “Elas não são grandes, mas vêm conquistando uma boa fatia de mercado. Não dá para comparar com as megaempresas do segmento, mas essa gente nova está ganhando mercado”, afirmou. Entre elas, o executivo cita a Europlus, de Porto Alegre (RS), e quatro do Paraná: BRT, BWT, FRT e MGM. “Uma boa parcela se deve ao regionalismo. O cliente é fiel e prefere comprar da empresa que atua no seu estado”, defendeu. Outro destaque foi o desempenho do Cone Sul. As vendas da região representavam 3% nos primeiros anos da rede no País; hoje chegam a 11%. “Argentina foi muito bem no ano passado, mas, infelizmente, deve cair em 2019 porque ninguém aguenta o dólar a 46 pesos”, lamentou. Neste ano, a cerimônia foi realizada a bordo do Iberostar Grand Amazon, navio de luxo que faz roteiros pela Amazônia, partindo do porto de Manaus (AM). Mais do que receber um troféu, os participantes tiveram um fim de semana de imersão nos costumes e nas paisagens da floresta que encanta o mundo todo. A escolha do local, segundo Giglio, foi para mostrar o resultado da reforma recente de mais de R$ 1,5 milhão no Grand Amazon. Brasilturis viajou a convite da Iberostar Brasil

ESTRELLAS OPERADORAS: AZUL VIAGENS (Ricardo Bezerra); BWT OPERADORA (Victor Ferreira); CCV CORP (Fabricio Romero, Marcos Barreto e Ana Paula Pelegrino); EUROPLUS (Peter Weber); FLYTOUR VIAGENS (Daniel Firmino); FRT OPERADORA (Tadeu Leal Mangrich); GRUPO BRT (Wilson Marques); LATAM TRAVEL (Alice Correa, Livia Vogel, Larissa Ramos, Giuliana Vendrasco, Roberto Carlos Lopes e Marcos Aurélio de Araújo); LITORAL VERDE (Marco Marra); MGM (Roberto Mello); ORINTER (Rose Franchini e Rafaela Baratelli; TURNET (Denise Carone). INCOMING: FREE WAY (Matias Carey); INFINITAS (Lorraine Couto e Thabata Godinho); JOURNEYS (Bárbara Ronchi, Lara Siqueira e Kelly Dias); PRINCÍPIOS BRAZIL TOURS (Oscar Juarez e Sonia da Silva Nunes); TOURMED (Carmen Pontes).

CONE SUL: ALL SEASONS (Juan Manuel Fernandez); ALMUNDO (Magali Pomponio e Daniela Palermo); JULIÁ TOURS (Yanina Asman Pascar); TOP DEST (Erica Risola). E-COMMERCE: ABREU (Felipe Cuadrado e Marcos Bizzoto); BOOKING (Marina De Grande); DECOLAR (Renata Colla); EXPEDIA (Raquel Lima); HOTEL URBANO (Michael Cabral, Jéssica Garcia Paiva e Ludmila Freitas); ZARPO (Karen Garcia). MICE: PERSONAL TRAVEL VIP (Maria Echenique Bittar); ZUM BRASIL (Lyvia Abrahão). PARCEIROS: OMNIBEES (Luís Ferrinho); SPA SENSATIONS (Marcus e Tânia Ginjas); TCH TURISMO (André Matos); VIAJAR BARATO (Luiz Vieira e Paulo Papoy); VIVERDE (Ricardo Daniel Pedroso).


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ACONTECEU

Convenção IGLTA em Nova Iorque destaca números do turismo LGBT POR ALEX BERNARDES, ESPECIAL PARA O BRASILTURIS

A

36ª Convenção Anual Global da International Gay and Lesbian Travel Association (IGLTA) foi a maior de todos os tempos. O Brasil também registrou recorde, com uma delegação de 16 profissionais participantes do evento que, em 2018, gerou 720 reuniões e estimativa de US$ 470,9 milhões em novas vendas. Durante três dias, os 640 profissionais inscritos se reuniram no Hilton Midtown, em Manhattan, para trocar informações sobre como fomentar o turismo LGBT. A programação incluiu dois dias pré-convenção, quando foram realizadas 1,5 mil reuniões minutos entre compradores membros da IGLTA e fornecedores de 49 países. John Tanzella, CEO e presidente da associação, ressaltou a importância do trabalho da associação e também destacou a relevância do segmento LGBT para a indústria do turismo. “Quero lembrar a todos que a maior razão de estarmos aqui é educação. Espero que todos possam adquirir conhecimento e que aproveitem ao máximo para ajudar nossa comunidade a crescer ainda mais”, disse. Fred Dixon, presidente e CEO do NYC&Co, órgão responsável pela

promoção do turismo do destino anfitrião, também deu as boas vindas aos congressistas. “Nova Iorque deve receber 67 milhões de turistas neste ano, sendo sete milhões da comunidade LGBT, o que representa 10% de todo turismo que acontece na cidade”, afirmou. Roger Dow, presidente e CEO da US Travel Association, destacou o potencial do segmento dentro do turismo norte-americano, atividade responsável por movimentar US$ 2,3 trilhões anualmente. “Há muito desafios para crescer ainda mais, como melhorar infraestrutura, facilitar o visto para mais países e promover melhor nossas atrações. Tenho total ciência sobre o turismo LGBT, seu poder de consumo extraordinário e seu perfil de formadores de opinião”, disse. HIGHLIGTS Um dos destaques da programação foi a apresentação dos resultados de uma pesquisa orientada pela IGLTA Foundation e conduzida por Nicolas Graf, PHD pelo Centro de Hospitalidade da New York University School. O estudo colheu dados sobre tendências de viagens LGBT e orientou os profissionais para ofere-

Parte da delegação italiana que receberá a convenção em 2020 em Milão

Donna Karin (NYC&Co)

Clark Massada (IGLTA)

Fred Dixon, (NYC&CO)

Roger Dow (Brand USA)

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Donald F. Richardson (Brand USA)

Paul Gauguer (Visit Britain)

Annette Pines (Belmond)

Renato Rufino (Broadway.com)

cer um atendimento melhor aos viajantes do segmento. As diferentes formas de lidar com a inclusão foram abordadas por Amy Marin, VP of Global Brand Marketing do Hilton; Perry Cantarutti, Senior VP de Aliança da Delta Airlines; e Willie Montano, VP de Marketing da Insight Vacations & Luxury Gold. “Vamos muito além de balançar bandeirinha rainbow nas paradas LGBT. Temos a diversidade em nosso DNA e sensibilizamos todos os anos nossos dez mil colaboradores ao redor do mundo. Além disso, temos um plano de carreira que dá oportunidade aos nossos colegas de chegar cada vez mais alto na companhia” afirmou Montano. A última manhã da convenção teve palestra de Peter Jordan, da Gen C Traveller, empresa especialista em consultoria para turismo LGBT. Ela reforçou as boas práticas de sustentabilidade social no setor. “Os destinos em todo o mundo estão sob uma grande pressão para mudar o foco do marketing para o gerenciamento. Isso significa que, em vez de se concentrar apenas no consumo, muito mais tempo e energia têm que ser gastos com sabedoria para garantir que o turismo beneficie a comunidade local”, explicou.

Delegação brasileira comandada por Clovis Casemiro (ILGTA Brasil)

Jordan reforçou outros pontos que a prática é capaz de gerar. “Destinos que querem ter sucesso com o mercado LGBT não são diferentes. Na verdade, eles têm a oportunidade de se destacar, serem verdadeiros líderes de mercado e criar um impacto positivo para as comunidades locais”, finalizou. A convecção foi encerrada com um coquetel oferecido pela cidade italiana de Milão, sede da 37º Convenção Anual da IGLTA, em 2020. Brasilturis viajou a convite da IGLTA, com proteção Affinity e dados móveis Flexiroam

COBERTURA COMPLETA

Maria Cuba (Airbnb)

Kyle B Van Alstine (Delta Airlines)

Dan Rios e Bill Talbert (Greater Miami CVB)

Richard Gray (Greater Fort Lauderdale CVB), Virginia Sheridan (Finn Partners) e LoAnn Halden (IGLTA)

John Tanzela (IGLTA) e Juan Juliá (Axel Hotels)

Jim McMichael (Las Vegas CVA)

Francisco Sierra Toro (Procolombia)

Luiz Possebon (One World Observatory)

Jon Munõz (Hilton)

Eri Kimura e Yurika Fijita (Osaka CVB) e Clovis Casemiro (ILGTA Brasil)

Fernando Amer (Turismo de Buenos Aires) entre Pablo Deluca e Gustavo Nogueira (Câmara de Comércio LGBT da Argentina)

Ernesto Lunas e Roy Martin (Haven Hotel and Resort Cancun)

Eloi Morte (Rainbow Gay Tours de Barcelona)


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FEIRAS E EVENTOS

De volta ao lar

Aviesp trouxe conteúdo e oportunidades para os agentes de viagens do interior de São Paulo Solenidade de abertura e corte da faixa foram marcados pela presença das autoridades do turismo paulista

POR FELIPE LIMA E LEONARDO NEVES

C

om o slogan “Resgatando Nossas Origens”, a Aviesp 2019 foi realizada nos dias 25 e 26 de abril em Águas de Lindóia. O nome remete ao fato de o município, a 190 quilômetros da capital paulista, ser o local de origem da feira, que teve as edições de 2016, 2017 e 2018 realizadas em Campinas (SP). No retorno à cidade, o evento apostou na nostalgia para incentivar o trade na prospecção de novos negócios. Algo que parece ter dado certo. A Aviesp 2019 registrou crescimento de 7% no público, na comparação com o ano passado, conforme apontou Marcos Lucas, presidente da associação. Ao todo, foram 3.855 visitantes únicos, frente 3.602 registrados em 2018. Além do aumento no número de visitantes, a feira contou com um crescimento de 45% no número de estandes, somando um montante de 110 expositoras. Outro fato importante foi o recorde de operadoras expositoras participantes da 41ª edição da Aviesp, que totalizou 35 marcas. “Ficamos felizes com esses números, principalmente por termos percebido algumas dificuldades. Essa mudança para Águas de Lindóia resultou em um retorno positivo, com visitantes visivelmente emocionados”, comemorou Lucas. A data para 2020, todavia, ainda

GP BRASIL DE FÓRMULA 1 – Com estande próprio, a empresa de representação do evento automobilístico estreou em feiras de turismo com a intenção de fomentar as vendas, já que os ingressos podem ser comercializados por agências de viagens, com comissionamento. A próxima edição acontece entre 15 e 17 de novembro, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. E-HTL - A operadora anunciou, em primeira mão ao Brasilturis Jornal, o seu mais novo serviço de táxi corporativo, que começa a operar ainda este mês. Segundo Flávio Louro, diretor geral da empresa, o serviço conta com opção de motorista bilíngue, carros blindados e rastreamento de voo para mostrar possíveis atrasos ou cancelamentos. A expectativa é fechar o ano com crescimento de 30%. 24 Brasilturis

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não está confirmada. A estimativa é realizar o evento entre o final de abril e o início de maio, novamente em Águas de Lindóia. “Foi aqui que se plantou a semente da representatividade da feira da Aviesp no estado de São Paulo e começamos a colaborar para a força econômica do interior, das estâncias, do litoral, das belezas e atrativos turísticos, para que esse estado se tornasse, em pouco tempo, a maior força econômica do turismo nacional”, afirmou. A ideia é que a programação volte a ocorrer na sexta-feira e no sábado, como aconteceu nos últimos anos. A mudança para quinta e sexta, como aconteceu neste ano, foi uma solicitação do trade. Mas os próprios agentes de viagens, presentes ao longo dos dois dias da edição 2019, voltaram atrás e demandaram que a programação se fixasse na sexta e no sábado, a fim de atrair um maior número de visitantes. O prefeito Gilberto Helou destacou o preparo do município para receber o evento, atualmente contando com 48 pousadas e hotéis, além de salões de eventos que recebem cerca de 40 congressos ao ano. “Águas de Lindóia é uma das cidades mais preparadas do estado de São Paulo para receber turistas. Atualmente, pela sua posição geográfica e

pela qualidade de vida oferecida, estamos sendo escolhidos para a realização de eventos”, destacou. Segundo Vinícius Lummertz, secretário estadual de Turismo, o interior tem uma grande representatividade para o mercado turístico

de todo o território paulista, sendo um grande receptivo de viajantes. “São Paulo é o único estado do Brasil que tem grande emissivo e receptivo. Os dois, juntos, dão muita autonomia à sua lógica econômica e ao turismo”, disse.

OPINIÃO DOS AGENTES “Esta é a minha primeira experiência na Aviesp. Foi bem bacana, só acho que a divulgação das palestras do primeiro dia deixou a desejar e acabamos não aproveitando.” Juliana Gomes (Bella Tour) “A feira foi boa, consegui muitos contatos e informações interessantes que a gente acaba não conseguindo no dia a dia da agência.” Alan Eloi (Teatur Viagens) “A feira está bem completa, com hotéis e tudo o que precisamos. Faltou apenas detalhar onde estava cada setor.” Lethicia Mochi (Andiamo Viagens e Tours) “Acho o retorno bom, porém, o circuito turístico de Águas de Lindóia, Serra Negra e Socorro está atrasado e precisa se movimentar mais.” Rafael Curi (Turixtar)

EGITO - O país africano recebeu 22 mil brasileiros em 2018. Pode parecer pouco, mas já mostra o resultado da participação do País em eventos no destino. Há, inclusive, uma movimentação intensa para a criação de um voo direto a partir de uma grande capital. PERU - O destino realizou capacitações durante os dois dias da feira, com participação total de 120 agentes de viagens. De acordo com Milagros Ochoa, diretora da Promperú, a participação foi demandada pelos operadores, que apontaram alta nas vendas do destino no interior paulista – o estado representa 55% das emissões ao Peru. TUI BRASIL - A operadora anunciou a chegada de mais um executivo de vendas, desta vez para Minas Gerais, de olho na meta de dobrar a atual equipe de sete pessoas para 14 até o fim de 2019. A empresa também lançou uma campanha de incentivo para os agentes. A expectativa, assim, é que a empresa alcance, apenas nos primeiros seis meses de 2019, os resultados obtidos ao longo de 2018.

“Contamos com mais operadoras e isso é excelente porque o agente procura ter contato com fornecedor. Não digo que seja um local de networking, porque já conhecemos muitos deles, mas temos a oportunidade de estreitar o relacionamento.” Sandra Cavalheiro (Foco Viagens e Turismo Ribe) “O retorno atraiu mais gente com poder de decisão e me permitiu rever o pessoal com quem eu já trabalho, além de conhecer possíveis novos parceiros.” Adriana Godoy (Dri Viagens) “A feira traz a oportunidade de encontrar parceiros. Relacionamento é tudo no nosso setor e vou poder levar oportunidade de negócios, novos fornecedores e a aproximação com antigos contatos.” Cristiana Posati (Dauras Turismo)

SANTOS - Santos e Região Convention & Visitors Bureau assumiu uma nova identidade, que foi pré-lançada durante a Aviesp. A partir de 8 de maio, a entidade passa a ser chamada Visite Santos e deve focar na promoção e divulgação de Santos como destino, principalmente para o segmento corporativo. A expectativa é ainda maior com a inauguração do centro de convenções, com entrega prevista para 2020. ENJOY – A marca que conta com três empreendimentos – sendo dois em Caldas Novas (GO) e um em Olímpia (SP) - deverá inaugurar dois novos hotéis na cidade paulista e mais um no destino goiano, em 2023. O Solar das Águas, em Caldas Novas, que ainda está parcialmente em operação, deverá concluir suas obras e passar a operar com mil apartamentos, a partir do segundo semestre de 2021.

GTA - A empresa de assistência registrou alta de 6,5% no estado paulista no primeiro trimestre de 2019. Ao todo, visa-se crescer 14,8% em todo o Brasil até dezembro. Além das capacitações que devem contemplar cerca de dez mil agentes de viagens em 2019, ações de incentivo para o público final vendidas exclusivamente através dos agentes de viagens contribuíram para o resultado. (Continua na página 28)


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SEEK REQUEST TO USE AFTER DEC. 31, 2017

PUBLIEDITORIAL Gaylord Palms Exterior

Kissimmee, Flórida: As férias dos seus sonhos

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ue tipo de hospedagem fará com que suas férias na Flórida Central sejam inesquecíveis? Descansar à beira da piscina em um resort de luxo? Ou ficar com sua família na privacidade de uma casa de férias pertinho do Walt Disney World® Resort? Com mais de 45.000 acomodações, Kissimmee oferece lugares para se hospedar que atendem às necessidades e ao orçamento de todos os viajantes, desde resorts de luxo e hotéis bem conhecidos até aluguéis de confortáveis casas de férias. O Gaylord Palms Resort & Convention Center é uma pitoresca propriedade com nove restaurantes, incluindo a experiência gastronômica Old Hickory Steakhouse e o restaurante de frutos do mar com inspiração de Key West, chamado Moor. Além disso, este estabelecimento inclui um parque aquático e um spa de serviço completo. O Omni Orlando Resort no ChampionsGate oferece quartos de hotel, villas luxuosas de dois e três quartos e suítes. Além do golfe de 36 buracos projetado por Greg Normal, os hóspedes podem desfrutar de iguarias em um dos nove restaurantes do resort, encontrar a serenidade no spa Mokara ou aproveitar 150 mil metros quadrados de piscinas e atividades recreativas, incluindo um lazy river. Desfrute de um cheeseburger no paraíso no novo Margaritaville Resort Orlando. O resort dispõe de um hotel e 1.000 casas de férias com inspiração Margaritaville que proporcionarão o refúgio perfeito. E mais, esta propriedade inclui uma variedade de restaurantes e entretenimento, um parque aquático de mais de 48 mil metros quadrados, um spa, quilômetros de trilhas arborizadas e um sistema de táxi aquático. O Magic Village Yards é um condomínio fechado com serviço de concierge, a poucos minutos do Disney’s Animal Kingdom. Escolha entre sobrados de três ou quatro quartos, todos elegantemente mo-

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biliados e com capacidade para acomodar até oito pessoas. Aproveite a conveniência de ter sua própria cozinha, sala de estar e varanda. Experimente a culinária local no Villaggio Restaurant, uma fusão de cozinha ítalo-brasileira. Kissimmee oferece mais de 22.000 casas de férias no destino. As propriedades variam em tamanho e estilo, como casas simples de três a quatro quartos a luxuosas acomodações de até 20 quartos. Muitas casas vêm com várias suítes master, banheiros privativos, piscinas e quartos infantis temáticos como Frozen e Minecraft. As casas de férias oferecem serviço de ponta a ponta - tudo, desde mordomos e chefs especializados até entrega de supermercado e serviço de motorista privado, personalizado de acordo com suas necessidades. Não importa onde você escolha ficar em Kissimmee, você está próximo aos parques temáticos e atrações mundialmente famosas, campos de golfe premiados, restaurantes de primeira classe e as maravilhas da Flórida natural. Descubra as melhores opções de acomodação para suas próximas férias em Kissimmee e inspire-se em EXPERIENCEKISSIMMEE.COM.


Piscina exclusiva www.brasilturis.com.br | Brasilturis 27


CLIQUES AVIESP

POR ANA AZEVEDO Equipe da Beds Online

Edmilson Romão (Abav São Paulo), Marco Ferraz (Clia Brasil), Juliana Assumpção (Aviesp), Vinicius Lummertz (Secretário de Turismo de São Paulo) e Marcos Lucas (Presidente Aviesp) Dario Neves, Marcos Rente, Monica Cruz, Filipe Oliveira e Andrea Mattei (TUI) Milagros Ochoa (Promperu)

André Eduardo (Prefeito de Socorro)

Inês Bellini (Visite Santos)

Celso Andrade e Claudia Brito (April Seguros)

Arthur Marques (Porto de Galinhas)

Equipe do Rio Grande do Norte

Gleyson Ranieri, Sandra Passetto e Hugo Franco (Air Canada)

Adilson Merighe e Monzart Coelho (Hot Beach Olímpia)

Daiana Alflen, Juarez Tavares e Emili Piovesan (Machadinho Thermas)

Maurício Alexandre (à direita) com equipe da RCA Turismo

Fernanda Dominicis e José Macário (Club Med)

Lauro Franco (Secretário de Turismo de Águas de Lindóia)

Celso Guelfi com a equipe da GTA

Fernanda Almeida e Rogério João Roberto Garbin, Juarez Cintra, Cássio Salles e Niita (55 Destinos) Daniel Castanho (Ancoradouro)

Tatiana Masuno, Amanda Mastro, Flavio Louro e Renata Rocha (E-HTL)

Miriam Silva (Ocean Palace)

Marcelo Neder (G Tour Turismo), Gilberto Helou (Prefeito de Águas de Lindóia), Marcos Lucas (Aviesp), Ana Carolina Melo (Brasilturis), Vinicius Lummertz e Pitol (Pitoltur) Andre Pedroso, José Edilson Fernandes, Monica Dantas, Chris Boer e Maria Silva Gomes (Trend Operadora)

Maria Morais e Fernanda Moliterno (Tivoli Hotéis)

Abel Ferreira e Jamil Neto (Flot Viagens)

Patricia Pio e Carol Bahkos (Monte Alegre Equipe da Abreutur Turismo)

Mariana Rocha e Rhayner Sousa (MGM Operadora Turística)

Equipe da New Age

Bianca Martins e Joyce Ferreira (Wet’n Wild) Luciana Fajardo (Sec. de Turismo Equipe da Schultz de Búzios), Suelen Cordeiro (Búzios Convention) e Claudio Portugal (CP Hotéis)

Renata Krubiniki e Livia Rolim (Ceará) 28 Brasilturis

Rodolfo Oliveira, Perla Fernandes e Alexandre Zubaran (Enjoy)

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Rafael Ricci (Kalina Viagens)

João Garbuio (GP do Brasil de Fórmula 1) José Roberto Cano (Blue Tree Park Lins) Alexandre dos Santos, Marilberto França e José Carlos Menezes (Affinity)

Guilherme Paulus e Luiza Paulus (GJP)


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FEIRAS E EVENTOS

Parau Parau destaca oferta da Polinésia Francesa Canoagem para atletas e pacotes para orçamentos mais modestos estão entre as novidades trazidas pelos operadores brasileiros

Delegação brasileira: Marcelo Bere (TGK), Claudia Mendonça (Paradise Tour), Thenuzia Brito (Michelle Tours) e Flavia Lelis (MH Tour)

POR ALEX BERNARDES

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em só de lazer vive a Polinésia Francesa. O conjunto de arquipélagos no Pacífico Sul sediou, no fim de março, a quarta edição do Parau Parau Tahiti (PPT). A feira aconteceu na capital, Papeete, e reuniu os maiores operadores das Américas, Ásia e Europa, com 77 players do trade turístico polinésio. Esta foi a primeira edição do PPT com um novo formato de edições anuais. Até 2018, a feira era realizada ao menos três vezes ao ano, separando os mercados americano, asiático e europeu. Agora, o Turismo do Taiti espera concentrar os tomadores de decisões em um encontro único. A Polinésia Francesa recebeu 216 mil turistas em 2018, tendo como maior emissor os Estados Unidos. O Brasil, contudo, foi responsável pela emissão de 1.788, número considerado pequeno em relação a países como o primeiro colocado e Canadá, que vem logo em seguida. Todavia, o mercado brasileiro segue estratégico para o Tahiti Tourisme, conforme afirmou Teanatea Tetoe, profissional responsável pelo mercado latino americano. “O Brasil não é um mercado tão representativo para nós, como o norte-americano e europeu, mas é de suma importância porque o turista brasileiro gasta mais fora dos hotéis. Ele consome em restaurantes e compra nas lojas locais, o que ajuda a dividir as riquezas provenientes do turismo que entram em nosso país e deixam o povo taitiano feliz”, defendeu Teanatea. Da América Latina, viajaram quatro operadoras brasileiras - TGK e MH Tour, de São Paulo (SP); Michelle Tours, de Natal (RN), e Paradise Tour, de Manaus (AM), e duas chilenas - Pacific Reps e Cocha Travel. O Brasilturis foi a única publicação do continente a participar do evento. OPINIÃO DOS OPERADORES De acordo com Thenuzia Brito, 30 Brasilturis

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Equipe global do Tahiti Tourisme

Teanatea Tetoe (Tahiti Tourisme)

O salão de eventos ficou lotado durante as reuniões entre fornecedores e compradores

gerente de produto da Michelle Tours, participar do Parau Parau é muito importante para estreitar os laços com fornecedores e conhecer pessoalmente as novidades que o destino oferece. “Volto ao Brasil com mais conhecimento do destino e posso oferecer outros produtos, como ecoturismo e esportes”, afirmou. A TGK também está de olho no mercado de esportes típicos da região. Um dos objetivos da operadora com a viagem era ter mais informações sobre a canoa polinésia (Va’a). “Existe um potencial grande de levar atletas brasileiros, amadores e profissionais, para essa prática no Taiti. Por isso, é importante conhecer os fornecedores pessoalmente e entender as particularidades desse esporte, que ainda carece de informações no Brasil”, destacou Marcelo Bere, diretor de produtos. Focada em turismo LGBT, a MHTour avaliou a oferta e o atendimento que o destino oferece a esse segmento. A Polinésia Fran-

O evento foi organizado no formato de mesas com fornecedores que recebiam os compradores para reuniões pré-agendadas de 15 minutos

cesa não faz distinção entre seus visitantes e ainda congrega bem as paisagens com experiências incomparáveis, o que torna a região um alvo cobiçado para esse perfil de viajante. “A gente acredita que os clientes serão muito bem atendidos e terão à disposição opções de entretenimento bastante enriquecedoras, que vão de mergulho com arraias e tubarões até almoço romântico servido em ilha deserta”, afirmou Flávia Lelis, gerente de marketing. DESMISTIFICANDO O DESTINO Claudia Mendonça, da Paradise Tours, destacou a importância de desassociar a imagem da Polinésia Francesa como um destino exclusivamente para multimilionários. “Meu principal objetivo é transformar a viagem em um sonho possível. Nas mais de 30 reuniões que fiz, tive contato com fornecedores dos mais variados tipos, de casas para alugar a pousadas mais simples. Conheci profissionais que

trabalham com iates luxuosos, mas também os responsáveis pela operação de barcos mais comuns e acessíveis”, pontuou. “Esse tipo de evento é de grande importância, pois cerca de 65% dos turistas que visitam o Taiti chegam ao país com pacotes comprados em agências de viagens e operadoras. Nossa companhia é a responsável pela chegada da maioria deles”, destacou Michel Monvoisin, CEO da Air Tahiti Nui, companhia aérea oficial do destino e apoiadora das quatro edições do Parau Parau. Além de Brasil e Chile, participaram operadoras da Europa (França, Itália, Alemanha e Inglaterra), América do Norte (Estados Unidos e Canadá) e Pacífico Sul (Nova Zelândia e Austrália). “As operadoras estão procurando novas ofertas para oferecer aos seus viajantes. Eles estão muito felizes em poder encontrar fornecedores locais, que podem apresentar novidades sobre seus produtos de maneira pessoal”, destacou Gina


Daniele Venuti (Hilton)

Fanny Vega Villa (Pacific Reps) e Rosário Fernandez (Cocha Travel)

Bunton, diretora de Operações Internacionais do Tahiti Tourisme. O formato do evento, além disso, permite que pequenos players tenham a mesma oportunidade de grandes empresas ao se promover para importantes compradores mundiais. “Participamos de vários eventos ao redor do mundo e, geralmente, levamos conosco grandes marcas que têm verba para ações de marketing. A possibilidade de trazer o mundo até nós abre a chance para os pequenos negócios, o que é muito importante para a cadeia do turismo local” reforçou Paul Sloan, CEO do Tahiti Tourisme. O evento recebeu a presença de Edouard Fritch e Nicole Bouteau,

Michel Monvoisin (Air Tahiti Nui)

respectivamente presidente da Polinésia Francesa e ministra do turismo, que reforçaram a importância do encontro para promover o destino em nível mundial. A edição 2020, aliás, já está confirmada para o mês de março, seguida de um pós-tour com os operadores. Neste ano, os profissionais conheceram as ilhas do Taiti, Rangiroa e Moorea. Os destaques do destino, você confere na edição de junho do Brasilturis. Brasilturis viajou a convite do Tahiti Tourisme, com proteção Affinity

Édouard Fritch (presidente da Polinésia Francesa) ladeado por Paul Sloan (Tahiti Tourisme), Nicole Bouteau (ministra do turismo) e Gina Bunton (Tahiti Tourisme)

CAMPANHA DE VENDAS

Chloè Salvador

Chloè Salvador, representante do Tahiti Tourisme no Brasil, acompanhou o grupo e comemorou a estreia de uma nova campanha de vendas. “Estamos muito entusiasmados de trazer ao mercado brasileiro a nossa nova campanha de vendas. Os pacotes podem ser acessados em nosso portal oficial, totalmente em português”, comemorou Chloè. As opções foram formatadas junto às 20 operadoras parceiras do destino no País e estão disponíveis em www.tahititourisme.com.br/pt-br/

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FEIRAS E EVENTOS

A organização da feira comemorou aumento de 35% do número de participantes

Ugart em ascensão Três anos após uma remodelação completa, a feira regional tem se consolidado como um dos principais eventos destinados ao trade do Rio Grande do Sul Marcelo Adams (Ugart)

POR JANIZE COLAÇO

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etas batidas para além do esperado. Foi assim que a Feira de Negócios Turísticos Ugart/ Braztoa terminou a sua 34ª edição. A previsão inicial de 2,4 mil visitas foi superada com ligeira folga. Ao todo, foram 2.544 participantes em dois dias de evento. O número, assim, representa uma alta de 35% em relação à edição anterior, que reuniu 1.855 visitas. Em parte, o sucesso da feira foi justificado por conta da sua remodelação. Há três edições, desde as gestões mais recentes da União Gaúcha das Operadoras e Representantes de Turismo (Ugart), o evento ganhou não apenas um formato diferenciado, como também um novo local para a sua realização. No Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, a feira ofereceu um formato, definido pelos expositores, como “mais democrático”. Os estandes não diferiam muito em layout ou dimensão entre as empresas – fossem eles de operadoras, destinos ou companhias aéreas. O número de expositoras, aliás, também cresceu. De 100 marcas presentes em 2018, a edição deste ano saltou para 135. O crescimento foi registrado tanto na presença das 32 Brasilturis

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operadoras associadas, quanto de destinos nacionais e internacionais, hoteleiros e companhias aéreas, entre outros fornecedores. “Ano passado a feira já havia batido recorde, com um crescimento de 80% ante 2017. Neste ano mantivemos a tendência de alta. E, para o ano que vem, esperamos crescer e consolidar ainda mais a nossa presença no Sul e importância nacional”, revelou Marcelo Adams, diretor de Eventos da Ugart. Segundo o executivo, outro fator que tem influenciado o crescimento tanto de visitantes quanto de expositores tem sido a programação diversa. Aos agentes de viagens, o evento proporcionou, além do networking com os operadores, conteúdo relevante. Concomitantemente à feira, houve duas salas para palestras e capacitações - a Sala do Conhecimento e o Aquário de Ideias. Outro destaque foram os lounges Jurídico, de Marketing e de Comunicação e Imagem, com temas que visavam munir o profissional de dados para gestão. Aos operadores, tanto associados da Ugart quanto da Braztoa, o evento contou com uma rodada de negócios. Por meio de reuniões agendadas, fornecedoras e empre-

sas demandantes com interesses de compra e venda em comum tiveram a manhã do segundo dia reservada apenas para isso. O QUE DIZEM OS PARTICIPANTES? Os bons resultados da 34ª edição do evento não se restringiram aos comentários da organização. Em meio aos estandes, as empresas também se mostraram satisfeitas. O saldo dos dois dias foi avaliado como “além do esperado”, tanto pelas veteranas quanto por empresas que expuseram pela primeira vez. “Sentimos que houve um crescimento na participação dos agentes de viagens. As caravanas do interior deram muito certo. Aqui, nós conseguimos falar com mais pessoas em um único dia do que comparado com a nossa rotina no escritório”, revelou Leonardo Barbosa, sócio-diretor da Orion Operadora. A empresa, que é associada da Ugart, já participa do evento há mais de 15 anos. E, mantendo a tradição, no próximo ano terá presença garantida. “Por ser uma feira pequena, é muito mais fácil entender a demanda dos agentes, e oferecer soluções e produtos realmente adequados.

Conseguimos fazer o networking, sentar, conversar e fechar negócio. Por que não voltaríamos?” Sabrina Saraiva, diretora comercial da Une World Viagens e Turismo, cuja operadora participa do evento desde a sua primeira edição, compartilha de opinião semelhante. “A feira tem crescido a cada ano e investido ainda mais na experiência do agente de viagens. Há mais capacitações, mais destinos participantes. Sem dúvidas estaremos aqui de novo no ano que vem”, afirma. Uma das últimas empresas a reservar espaço no evento deste ano, a estreante Quebec Tour, por sua vez, garante que será uma das primeiras a assegurar estande para 2020. “É nossa primeira vez na feira e estamos surpresos. Somos especializados na venda para grupos e conseguimos fechar vendas nos dois dias. Então, é 100% de êxito obtido. Ano que vem estaremos de volta, e se possível, no mesmo lugar”, destacou Cláudio Cunha, gerente de Vendas. Já Emerson Silva, executivo de Vendas do Sandri Hotéis, participou da feira pelo terceiro ano consecutivo como visitante. “O público me surpreendeu, tanto em tamanho quanto pela qualidade. A organiza-


ção realmente conseguiu prospectar isso, trazendo também os agentes do interior do Rio Grande do Sul e de outros estados. Mesmo sem estande, o Sandri conseguiu fechar bons negócios e, no ano que vem, estaremos de volta.” O QUE ESTÁ POR VIR Adams destaca que ainda é cedo para falar da próxima edição. Alguns detalhes, entretanto, são certos. Como as caravanas, que não apenas serão mantidas, mas também ampliadas. A intenção é tanto aumentar a capilaridade pelo estado gaúcho, quanto expandir a participação de catarinenses e paranaenses e, quem sabe, de outros estados. Para isso, novas estratégias de parcerias companhias aéreas estão sendo avaliadas. O evento, aliás, tem patrocínio da Gol e a organização sinaliza para a possibilidade de organizar caravanas aéreas em 2020. “Nada está confirmado, mas que estudamos”, pontua o diretor de Eventos. Brasilturis viajou a convite da Ugart, com proteção Affinity

Carla Rezende, Dorval Uliana e Luciano Andrade (Setur Espírito Santo) com Attila Barbosa (SinHotéis Vitória)

Roberto Kenedy, Andressa Noll e Lidiane Silva (Costão do Santinho)

Equipe GTA: Eduardo Santos (Caxias do Sul-RS), Jessica Silveira e Paulo Que (Porto Alegre) e Rogério Esteves (São Paulo)

Rafael Sacomani, Bruno Cordaro e Marcos Souza (MSC Cruzeiros)

Ricardo Jimenez (Gol) e Cesar Ciconet (Delta)

Ana Remacha, Raphael Chrysostomo e André Sagini (Agaxtur)

Vitor Toniolo, Vânia Antunes e Claudio Cunha (Quebec Tour Operator)

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FEIRAS E EVENTOS

Lançadora de tendências POR CAMILA LUCCHESI, FELIPE LIMA, JANIZE COLAÇO,LARISSA COLDIBELI E LEONARDO NEVES

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ealizada no Expo Center Norte, de 2 a 4 de abril, a World Travel Market Latin America comemorou a marca de 19.432 visitantes únicos, registrando um crescimento de 23% em relação ao ano passado. O evento teve, ainda, 600 empresas expositoras de 50 nacionalidades. Foram inaugurados espaços que já estrearam com sucesso, como o Travel Forward, série de bate-papos rápidos sobre o futuro do turismo, que aconteceram pela primeira vez na WTM Londres do ano passado. Além de incrementar ideias das edições que acontecem no exterior, a feira também exporta produtos para os eventos “irmãos”, que já estudam incorporar o modelo de exposição corporativa adotado no continente sul-americano. “A WTM tem lançado tendências. Não queremos apenas cuidar do nosso evento, mas fazer o mercado crescer como um todo e

continuamente”, ressaltou Luciane Leite, diretora da feira. Outra novidade que fez sucesso foi o Women in Travel, programa de mentoria que acontece no Reino Unido há seis anos e já está confirmada para a edição latino-americana de 2020. A palestra reuniu mais de 220 mulheres, enquanto a sessão de aconselhamento teve 85 participantes e sete mentoras, segundo conta Juliana Vital, gerente-geral do Voopter, aplicativo brasileiro de comparação de preço de passagens aéreas. Ela foi uma das mentoras e conta que a participação foi distribuída entre faixas etárias variadas, dos 20 aos 60 anos. A diversidade também podia ser encontrada no nível hierárquico das mulheres que se reuniram no primeiro dia da feira para o debate. As queixas, entretanto, foram comuns a todas: falta de oportunidades, dificuldades em empreender devido ao

acúmulo de tarefas, menor possibilidade de crescimento na comparação com colegas homens e desigualdade estrutural nas empresas. Fora do Brasil, o projeto é conduzido por Alessandra Alonso. Por aqui, a executiva contou com o valioso apoio de Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de Turismo da Universidade de São Paulo e presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP. “As mulheres foram doutrinadas para concorrer entre si e, agora, estão despertando para a necessidade de união. É importante trazer esse assunto para o debate e contar com a participação dos homens, que também são essenciais para criar um novo mindset”, disse Juliana. EXPANSÃO A Tours Operators Area cresceu 65,4%, saltando de 26 para 43 es-

tande expositores. Deste total, 34 espaços foram ocupados por operadoras de turismo, seis por cruzeiros e três por seguradoras. Só nesta área, foram realizadas 2.250 reuniões de networking e negócios. O programa “Agente na Estrada” também apresentou índices positivos, elevando a participação desses profissionais para 750 – aumento de 7,1% na comparação com 2018. A oitava edição, aliás, já está confirmada e será realizada de 31 de março a 2 de abril de 2020, novamente no Expo Center Norte, em São Paulo. “O que nos diferencia das outras feiras é que ouvimos os nossos clientes e estamos sempre atentos às demandas do mercado, trazendo programas exclusivos e qualificados. Podem esperar mais novidades para ano que vem”, prometeu a diretora.

DESTAQUES DA FEIRA ALAGOAS - Rafael Brito, secretário de turismo, diz que já foi proposta oficialmente a diminuição do ICMS no combustível de aviação, além das reuniões com as principais companhias aéreas nacionais. Outro foco é a capacitação de operadores e agentes de viagens. Uma atração local com grande potencial de crescimento, segundo ele, é a Serra da Barriga, que abriga o maior quilombo das Américas, onde viveu e lutou Zumbi dos Palmares. “É um destino bem estruturado, que proporciona experiências incríveis”, destaca.

Lívia Rolim (Ceará) 34 Brasilturis

CEARÁ - O estado comemora o crescimento do turismo, com 370 mil estrangeiros (aumento de 29%) e 3,6 milhões de brasileiros (alta de 18%). Há previsão de estreia de um voo da Air Europa, saindo de Madri, a partir de novembro. A meta é atrair 450 mil turistas estrangeiros neste ano e mostrar que o destino não é somente para o turismo de sol & praia. Um exemplo é o investimento na promoção da região do Cariri, forte culturalmente, com destaque para o artesanato e belezas naturais.

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ILHABELA (SP) - A prefeitura está investindo em diversas áreas para desenvolver ainda mais o turismo, que é fonte de renda de 90% da população da cidade. “São ações que vão beneficiar tanto turistas quanto moradores”, afirma o prefeito Márcio Tenório. Segundo ele, as obras de saneamento são uma prioridade, além da divulgação de alguns segmentos, como ecoturismo e casamentos. EQUADOR - O país tem expectativas positivas para o ano, principalmente por conta da operação da Gol Linhas Aéreas que liga São Paulo a Quito, desde de dezembro. Segundo Daniela Araújo, gerente executiva da companhia aérea, a nova rota vem apresentando um resultado melhor que o esperado, registrando uma ocupação média de 75%. Rosi Prado de Holguin, ministra de turismo de Equador, diz que ainda não há uma expectativa definida para o aumento, mas já espera superar os 22 mil turistas brasileiros de 2018.

Márcio Tenório Reinaldo Azambuja (Governador do MS) e Bruno Wendling (Fundtur-MS)

MATO GROSSO DO SUL O governo estadual tem investido em aprimoramento de infraestrutura de acessos nos principais pontos turísticos neste ano. Além disso, Campo Grande será o ponto de partida do Rally dos Sertões, em agosto. Os investimentos na infraestrutura são justificados. Afinal, no ano passado, o estado cresceu 9% no fluxo de visitantes, em relação a 2017. Assim, os planos são de manter as ações de divulgação e os planos de melhorar os acessos.


TRAVEL SOUTH USA – O grupo de estados no sul dos Estados Unidos tem aproveitado para se promover no Brasil com o principal intuito de demonstrar a hospitalidade da região, que talvez ainda seja desconhecida por muitos brasileiros. Para o representante da Travel South USA no Brasil, Allan Collen, o Sul do país é autêntico e digno de maior atenção estrangeira. “É uma região fantástica e especial, mas os brasileiros não a conhecem muito. Contudo, tenho a certeza de que eles gostarão bastante quando a visitarem. E isso, aliás, é um dos motivos de realizarmos essa promoção dos nossos destinos”, explicou. BRAND USA – Mostrar outra face dos Estados Unidos é uma das estratégias do Brand USA em mercados internacionais. Para Suzy Sheppard, gerente de Desenvolvimento Global para o Trade, destacar destinos que não são tão populares entre os brasileiros, mas que têm muita tradição no país, é o maior desafio do órgão de promoção. Desde janeiro, o Brand USA vem promovendo capacitações no País – serão 11 durante o ano, além da participação no Festuris Gramado, em novembro. FLÓRIDA - Staci Mellman e Meagan Dougherty, do Visit Florida, comemoraram a marca de 1,1 milhão de brasileiros no destino americano em 2018, com market share de 57,5%. Orlando e Miami continuam sendo as cidades mais visitadas, mas o escritório de promoção do destino trabalha para levar brasileiros para outras regiões como West e East Coast, por meio de divulgação na imprensa. Umas das novidades de promoção do destino é a aposta no turismo acessível. Uma área específica foi criada no site para dar suporte ao turista com necessidades especiais.

Luís Carlos Borges

NORTH AMERICA DESTINATIONS - A NAD está com uma nova opção para transportes de luxo. A operadora criou a Viking Charters, nova empresa do grupo que oferece tours luxuosos dentro de seis novos ônibus, totalmente equipados. A novidade, válida para todo o território dos Estados Unidos e para o Canadá, já havia sido antecipada pelo Brasilturis e foi divulgada, oficialmente, durante a WTM Latin America 2019.

MIAMI – Miami recebeu 16,2 milhões de visitantes em 2018, um crescimento de 2,2% - mas quer mais. O objetivo é fazer com que os turistas passem mais tempo na cidade, segundo Melina Martinez-Echeverria, do Greater Miami Convention & Visitors Bureau. Food halls com pratos de chefs estrelados, galerias de arte a céu aberto, novos hotéis focados em público jovem e fitness são algumas das novidades, além de um calendário de eventos intenso que movimenta a cidade o ano todo. A expectativa também é alta para receber o Super Bowl em 2020. “As perspectivas para o turismo são as melhores”, disse. TAMPA – Diversidade gastronômica, autenticidade cultural, temperatura agradável e as belas paisagens de uma baía no Oceano Pacífico. A combinação de atrativos oferecida por Tampa Bay, destino na costa Oeste dos Estados Unidos, vem atraindo a atenção de turistas de diversas partes do mundo que buscam por novas experiências na Flórida. A expectativa do Vist Tampa Bay é que entre 200 mil e 300 mil brasileiros visitem a cidade em 2019. Esse número considera o número de pernoites, provando que o destino não é mais local para passeios de apenas um dia. São 24 mil apartamentos disponíveis e outros dois mil em construção ,que serão somados nos próximos três anos. “Além de elevar a capacidade, queremos diversificar a oferta”, enfatizou Patrick Harrison, diretor de Marketing do Visit Tampa Bay.

ENOTEL - Bárbara Fulco, gerente comercial do Enotel, comemorou a participação que resultou em 50% mais negócios fechados na comparação com a edição passada. O resort teve seu QG montado dentro do estande de 95 m² do Brasilturis e ofereceu uma foto personalizada para os visitantes. O complexo, que tem taxa de ocupação superior a 80% ao ano – média maior do que de Porto de Galinhas (PE) -, passa por uma ampliação: mais de 300 novos apartamentos devem ser construídos até 2021. BELMOND - Carolina Mogames, diretora de Vendas da Belmond no Brasil, prometeu lançar experiências novas para o Copacabana Palace ainda neste ano, além de roteiros combinando Foz do Iguaçu com os produtos da marca no Peru. Baseada em São Paulo, ela diz que pretende explorar também mercados secundários e terciários, como as regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e interior de São Paulo. “Nossos hotéis no Brasil têm o perfil do mercado internacional, mais de 65% dos hóspedes são estrangeiros. No entanto, o dólar alto é uma oportunidade de fazer crescer o segmento de luxo entre os turistas nacionais”, avalia.

Diego Garcia

NOBILE - A rede Nobile Hotéis está anunciando a expansão de seu portfólio e a inauguração de um novo empreendimento no Chile, a segunda unidade hoteleira internacional do grupo. O novo meio de hospedagem contará com157 apartamentos e será operado pela marca Best Western. Além disso, a ideia é contar com um hotel híbrido, ideal para público de lazer e de negócios. Atualmente, a empresa conta com 22 projetos no pipeline, incluindo novas aberturas no Peru e na Argentina.

MELIÁ - Fernando Gagliardi, diretor de Vendas e Marketing, destacou a abertura, do Gran Meliá Iguazú, em dezembro do ano passado. Localizado dentro do parque, do lado argentino, o hotel está atraindo turistas com proposta de luxo. Outra novidade é o Inside Lima, no Peru, primeiro hotel da bandeira na América do Sul que fica no bairro de Miraflores. A rede também tem inaugurações no Caribe, como o The Grand Reserve, em Punta Cana. O Meliá Caribe Tropical agora é Meliá Caribe Beach e ganhou o reforço do Punta Cana Beach, só para adultos. No segundo semestre, está prevista a abertura do Sol Tamarindo, que inaugura a marca Sol na Costa Rica. Em Cancún, também no segundo semestre, chega o Paradisus Playa Mujeres. BOURBON - A nova diretora de Vendas e Marketing do Bourbon Hotéis & Resorts, Annie Morrissey, marcou presença na WTM Latin America. A executiva, que já conta com mais de 20 anos de experiência no setor, chega para unificar as áreas de Vendas e Marketing. “O objetivo dessa mudança é possibilitar um serviço mais ágil. Assim, conseguimos atender com mais rapidez os nossos clientes e parceiros”, destacou a executiva. Ela, aliás, foi vice-presidente de Vendas e Marketing da Atlantica Hotels e visa levar a expertise da área ao Bourbon. Além disso, a executiva ainda destaca o novo CRM que será implementado pela rede até 2020. BEST WESTERN - A Best Western segue em expansão global com 610 projetos em desenvolvimento, incluindo a ampliação da capilaridade para além da América do Norte. Apesar disso, a região formada por Estados Unidos e Canadá concentra os maiores investimentos. “Lá estão 364 projetos. Em seguida, vem a Europa, com 164. Ásia e América do Sul vêm depois, com 59, 16 e 14 projetos, respectivamente”, explicou Matt Teixeira, diretor de Vendas Internacionais da rede. Outro destaque é a aquisição do Worldhotels. A Best Western passa, portanto, a atuar em todos os segmentos, incluindo o luxo de alto nível. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 35


FEIRAS E EVENTOS APRIL – A empresa decidiu investir mais no que o cliente necessita e, por isso, aposta em uma adequação de seus produtos conforme o perfil dos clientes. Segundo Claudia Brito, diretora comercial, Claudia Brito desta forma a empresa se destaca, saindo dos serviços que as mesmas oferecem. Para o ano, a ideia é contar com um incremento de 15% na rentabilidade e com o lançamento de uma ferramenta de relacionamento, que visa alavancar a rentabilidade dos agentes e operadores por meio do marketing digital. NORWEGIAN - A Norwegian Cruise Line (NCL) quer repetir a dose do ano passado. A armadora está com a meta de crescer ao menos 10% no mercado brasileiro em 2019, além de capacitar mais de dez mil agentes ao longo do ano, repetindo os índices de 2018. Assim, para atingir as metas, a companhia aposta no brand awareness. Através de treinamentos e ações de divulgação, a Norwegian espera atingir mais a fundo o público do Brasil. Dentre as ações estão a intensificação dos webnars e dos roadshows. Estela Farina e Frank Medina

LOCALIZA-HERTZ - A isenção de visto para Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália já oferece um cenário otimista. De acordo com Gustavo Souza, gerente de desenvolvimento de canais, isso se dá pela cultura de aluguel já presente nesses países. Ainda segundo ele, a empresa bateu recordes em 2018, como o de número de agências de viagens clientes, que cresceu principalmente por conta da campanha de fidelidade Multi Prêmios, possibilitando que os agentes acumulem pontos e os troquem por produtos e serviços. UNIDAS - A empresa destacou o investimento em carros maiores, como o Tiguan sete lugares, e o reforço no segmento premium com carros de luxo, que conta com marcas como Mercedes. “A procura por este tipo de veículo é crescente, por isso, vamos ampliar a oferta em todo o Brasil”, afirma Paulo Chequetti, diretor comercial da Unidas. Entre as novidades, estão também a reformulação do programa de incentivo aos agentes de viagens, o lançamento do programa de fidelidade para os clientes e de um aplicativo. 36 Brasilturis

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VELLE - A Velle Representações está otimista com o ano. Com sete marcas de cruzeiros fluviais, a empresa projeta uma alta de 20% nas vendas. O resultado, aliás, é em relação ao obtido em 2018.”Nós também temos algumas novidades para 2019. Serão três novos navios da Ama Waterways. Além disso, teremos o Emerald Harmony, em setembro, e os roteiros U River Cruises”, destaca o diretor da Velle, Ricardo Alves. Alves ainda revela que a empresa está preparando uma promoção para os agentes brasileiros em outubro – os detalhes ainda estão sendo definidos.

Tom Maes e Annette Taeuber

LUFTHANSA - A aérea retomará o voo direto entre São Paulo – Munique, a partir de 2 de dezembro. Assim, a rota será operada com um A350-900 para 293 passageiros em três classes. O voo, com vendas já abertas, partirá do aeroporto de Guarulhos (SP) às terças, sextas e domingos, a partir de 19h. No sentido inverso, a rota será operada no dia anterior partindo às 22h30 de Munique. MOVIDA - Jamyl Jarrus diz que as apostas para 2019 são na diversidade de produtos e na tecnologia para facilitar a vida do cliente. A empresa deve manter o ritmo de lançamento de novos veículos, como o Passat, a Capture e a Frontier automática, que passaram a integrar a frota recentemente. No quesito tecnologia, as novidades virão na retirada e devolução facilitadas por meio de aplicativo de celular e totens nas lojas. A empresa também está inves-

Adrian Ursilli

MSC - A armadora está expandindo suas ações junto ao trade. Assim, a empresa realizará sua primeira convenção internacional a bordo do MSC Seaside, que partirá no porto de Miami, na Flórida (EUA), em 11 de maio. Na ocasião, 160 agentes do Brasil estarão presentes. Com isso, ao longo de uma semana a bordo do navio, os profissionais de diferentes países terão a oportunidade de conhecerem de perto as maiores novidades da MSC Cruzeiros.

ETHIOPIAN - A aérea deu início, em março, a um novo programa de stopover. Para promover o destino Etiópia, a companhia está oferecendo um jantar e um city tour gratuitos para os passageiros que ficarem no mínimo seis horas no país. Basta apenas aos interessados com voos rumo ao país se cadastrarem no site da Ethiopian Holidays para contarem com os benefícios. AFFINITY – A empresa de assistência quer capacitar 25 mil agentes de viagens em 2019. Assim, a estimativa é crescer 150% o número do ano anterior, quando foram treinados 10 mil profissionais. A principal estratégia continuará sendo capacitação on-line. Além de poder qualificar os agentes através de transmissões ao vivo das capacitações, a Affinity também disponibiliza o conteúdo no seu canal do YouTube. Alexandre dos Santos GRU AIRPORT - Após resultados recordes, o GRU Airport apostará em mais rotas diretas na América do Sul. Apenas em 2018, o terminal movimentou 42,2 milhões de passageiros – quatro milhões no último mês de janeiro. “Temos um número superior de voos diretos entre o Brasil e Portugal, mas isso não acontece com a América do Sul. Atualmente, é mais complicado para o brasileiro viajar para a Patagônia do que para Lisboa”, exemplifica o gerente de Negócios Aéreos de GRU Airport, João Pita.

tindo em novos modais de transporte com o iMove, que oferece bicicletas, bicicletas elétrica e trikke (um tipo de patinete). A meta é levá-los para outras cidades, além de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo o executivo.

RIO GALEÃO - O aeroporto na capital fluminense vem trabalhando em parceria com Pernambuco e Rio Grande do Norte, a fim de estimular que visitantes latino-americanos também possam conhecer a cidade. Segundo Bruno Giovanni, gerente de desenvolvimento de passageiros do Rio Galeão, a ideia é possibilitar que chilenos, argentinos, paraguaios e peruanos cheguem a ficar dois dias na capital antes de irem ao destino final: o Nordeste. Além disso, vem sendo trabalhado o destino para o mercado chinês, que ainda representa a uma pequena parcela no Brasil.

AEROLÍNEAS ARGENTINAS - A temporada de neve na Argentina deverá ter mais brasileiros em 2019. Isso porque as vendas já estão 300% maiores em comparação com o mesmo período do ano passado. Gisela Marino, diretora de vendas regional da Aerolineas Argentinas, diz que o objetivo é continuar conectando Argentina e Brasil. “Estamos atentos à possibilidade de incrementar a frequência de voos entre os dois países”, afirma. Um fator que impulsiona o destino é o câmbio favorável, o que faz do momento atual uma grande oportunidade de conhecer o país vizinho gastando pouco.

COBERTURA COMPLETA


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CLIQUES WTM LA

POR ANA AZEVEDO E ANTONIO SALANI

Arialdo Pinho (Secretário de Turismo do Ceará) Amanda Leonel e Ana Carolina Melo (Brasilturis)

Marcelo Kaiser e Tomas Pena (Aviareps)

Ana Elisa, Lizandra Pajak (Brand USA) e Bruno Delfini (BWT Operadora)

Jussara Haddad (Consulado Americano) e Suzy Shepard (Brand USA)

Marcos Barros, Gabriela Caldeira, Tatiana Pastori e Juliana Mesanelli (Universal Orlando Resort)

Glauco Fernandes e Rafael Melo (Localiza-Hertz)

Alexandre Sampaio (FBHA)

Jean-Philippe Pérol (Cap Amazon) e Caroline Putnoki (Atout France)

Gabriel Martinez, Marina Barros, William Pujol e Madelyn Caban (Fort Lauderdale)

Dorval Uliana (Secretário de Turismo do Espírito Santo)

Roberto Vertemati e Rafaela Moreira (Beto Carrero World)

Fausto Franco (Secretário de Turismo da Bahia)

Adonai Filho (Serra Verde Express)

Carolina Dias (Israel) Gisele Serrano e Marcelo Salomão (Eagles Team)

Flávio Louro (E-HTL) Alberto Cestrone (ABR) Paula Azevedo (Cap Amazon) e Emile Louisy (St. Martin)

Gerusa Pastuch e Clayton Araujo (Europamundo Vacaciones)

Renata Cohen (Israel)

Cláudio Tinoco (Bahia)

Milagros Ochoa (PromPeru)

Celso Guelfi (GTA)

Barbara Piccolo (Flytour)

Pablo Zabala (Discover Cruises)

Victor Almeida e Bianca Rodrigues (Windsor Hotéis)

Eduardo Murad e Giovana Jannuzzelli (Alagev)

Eduardo Barbosa (Flot Viagens)

Beza Melis (Embaixada da Etiópia) e Girum Abebe (Ethiopian Airlines)

Magda Nassar (Braztoa)

Alejandro Eloy (Argentina)

Enzo Avezum (Puerto Vallarta e Riviera Nayarit)

Adriana Cavalcanti (Abreu)

Srisuda Wanapinyosak (Tailândia) e Alex Bernardes (Revista ViaG)

Ruth Avelino (PBTur) Equipe Las Vegas

Agnaldo Abrahão (B2B)

Amauri Barbosa (Turnet) 38 Brasilturis

Equipe da Enit Brasil com a delegação de operadores italianos

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Amanda Leonel (Brasilturis) entre Ana Fernandez e Andrea Gabel (St. Pete Clearwater)

Carlos Barbosa (Aruba)

Andrea Magalhães (Air France-KLM)

Ricardo Amaral (R11)

Afonso Louro (Visual Turismo)

Gonzalo Romero (Air Europa)

Ricardo Gouveia (Malai Manso)

Marcelo Álvaro (Ministro do Turismo) e Vinicius Lummertz (Secretário de Turismo do Estado de SP)

Maurício Favoretto (Trend)

Raffaele Cecere, Vivian Gomes e Paulo Amorim (R1)

Ana Paula Vilaça (Secretaria de Turismo do Recife)

Andrea Mattei (TUI)

Armando Alcoforado (Mapfre)

Nilton Tavone, Irina Patterson e Luiz Moura (Europcar)

Marco Ferraz (Clia Brasil)

Margareth Grantham (Centro de Turismo Alemão)

Erick Garnica (The Palm Beaches)

Melissa Basílio (Kissimmee), Nicole Cisco (Seralago Hotel), D.T. Minich (Kissimmee), Mariela Perre (Reunion Resort) e Mario Garcia (Meliá Orlando Suite)

Leonardo Leite, Deborah Baldin, Paula Hall e Luiz Araujo (Disney Destinations)

Alex Calabria (Costa Cruzeiros)

Filipi Nobre (Elo cartões) Nuno e Fátima Ascenção (Terra Tour Portugal) Fabrizio Cavallini (Decolar.com)

Malena Omoldi (Bahia Príncipe)

Fabio Ribeiro (Omint) Victor Manjarres (Kennedy Space Center)

Viviane Saccomandi (Hotel Do)

Flavia Didomenico (Santur)

Vania Climinacio e Aldo Carvalho (Paraná)

Nice van Oorschot (Best Buy)

Eduardo Zorzanello e Andréa Oliveira (Festuris)

Equipe Schultz

Rubens Regis (Costão do Santinho) Claudio Junior e Breno Mesquita (JPA)

Patrick Yvars e André Almeida (Visit Orlando) Camila Góes e Thais de Aquino (Airmet Brasil)

Viviane Simão, Luiz Antonio Sobrinho, Érico Martins e Márcia Silva (AirEuropa)

Leticia Capelini e Mariana Vale (Press Pod)

André Reis (Prefeitura Ipojuca), Danielly Aguiar (Empetur), Mario Pilar (Pref. Ipojuca) e Eduardo Tiburtius (Porto de Galinhas CV&B)

Gabriel Cordeiro (BWT Operadora)

Luciano Carmago, Barbara Fulco, Nina Marciano e Almir Cardoso (Enotel) www.brasilturis.com.br | Brasilturis 39


BAHIA

Juntos e misturados pelo turismo POR GORGÔNIO LOUREIRO

É

sempre assim: depois da casa arrombada, as trancas são colocadas... Em 2016, quando o trade entregou ao governador da Bahia uma relação com 25 itens de suma importância para o desenvolvimento do turismo do estado - que já estava em queda livre -, nunca houve resposta para as solicitações. Recentemente, quando o atual secretário assumiu a pasta, reenviou a mesma carta aos profissionais do trade, sem alteração ou proposta de resolução. Nada foi feito para atender as necessidades do segmento e seus efeitos começam a aparecer. O cancelamento dos voos com origens de sete destinos brasileiros da Avianca Brasil para a Bahia não é culpa do estado,

mas o resultado da crise vivida pela companhia que passa por um processo de recuperação judicial. Representa uma perda em torno de 1.2 milhão de passageiros que desembarcariam nos aeroportos baianos por ano. Entretanto, se tivesse sido realizado o trabalho de captação de novos voos, atração de hub aéreo, incentivo à diminuição de imposto sobre o combustível dos aviões, construção do centro de convenções, planejamento de marketing e comunicação para promoção e divulgação da Bahia nos principais destinos emissores, com certeza esse impacto seria minimizado diante do trabalho. Como diz um antigo ditado popular: “o boi que segue na frente, bebe

a água limpa”. Definitivamente esse não é o caso da Bahia, que tem procurado “pescar” a lição de casa que outros estados têm feito com sucesso. Princípios básicos para quem deseja desenvolver uma eficaz gestão no turismo, que é uma atividade relativamente previsível: fez a lição de casa bem feita, a resposta vem quase que imediatamente; não fez, é castigado. Mas nem tudo está perdido, já que o verão foi auspicioso e registrou alta no fluxo de passageiros na capital. O Salvador Bahia Airport registrou alta de 29,1% no volume de passageiros internacionais no primeiro trimestre de 2019, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O número total de passageiros domésticos e internacionais subiu 2,8%. Somando-se o resultado dos meses de janeiro, fevereiro e março, 2,223 milhões de pessoas passaram pelo equipamento – grande parte durante o Carnaval, que teve 178 voos extras. REUNIÃO DE CÚPULA A questão com a Avianca levou todos a perceber a gravidade da situação. Resolveram, então, sentarem “juntos e misturados” para pensar em bloco antes que o barco afunde, e leve todos para o fundo da linda e subutilizada Baia de Todos os Santos. A notícia divulgada é que o governador e quatro secretários – da Fazenda, Casa Civil, Infraestrutura e Turismo – reuniram-se com Júlio Ribas, atual CEO do Salvador Bahia Airport, administrado pela Vinci Airports, para discutir soluções para a crise (já instalada) da aviação. Existe um consenso de que todos perdem no cenário atual: governo do estado, prefeitura, administradora do aeroporto, hotéis, restaurantes e até o vendedor de queijo coalho e de canga. Até então, o Conselho Baiano de Turismo e a Salvador Destination se movimentavam,

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Julio Ribas

assim como a prefeitura, mas ninguém discutia o problema. Agora, estão entendendo que é a hora para se unirem em busca de soluções e novas oportunidades no menor tempo possível. Todos começaram a enxergar o copo meio cheio, adotaram uma perspectiva otimista. A busca por negociação com empresas de baixo custo, proposta de alíquota zero para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene de aviação, zerar também o Imposto sobre Serviços (ISS), abertura dos céus para as empresas aéreas estrangeiras... Tudo é válido para compensar a perda dos milhares de passageiros da Avianca. Impressionante é que não se ouve falar nada sobre planejamento de marketing e comunicação. Uma ferramenta básica, de retorno imediato e que, se bem elaborado e aplicado com criatividade, ajudaria muito a minimizar o problema. Afinal, com a atração de mais turistas haveria mais procura de passagens e, consequentemente, geraria mais ofertas de assentos. O aeroporto já toma o formato moderno dos equipamentos internacionais, após a entrega de novas instalações que têm agradado os usuários. O Centro de Convenções, construído pela prefeitura, já está em pé e com licitação para exploração e o governo estadual volta a falar dessa estrutura na área da cidade baixa. Nessa esteira de perspectiva, Salvador Destination e Salvador & Litoral Norte Convention Bureau se movimentam para captar grandes eventos, a fim de recolocar a capital baiana na prateleira dos eventos de negócios para a baixa estação. Nada como uma crise iminente para que o trade deixe de ver o lado vazio do copo e passe a sentar junto para defender seu quinhão. Afinal, “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”.


DESTINO

Grupo de agentes finalistas da campanha Tudo Começa Azul

Orla de Ponta Negra com o Morro do Careca ao fundo

Natal o ano inteiro Campanha da Azul Viagens promove o destino e premia agentes

Marcelo Bento Ribeiro, da Azul Viagens (de cinza, ao centro), entre autoridades e empresários do RN

POR LARISSA COLDIBELI

A

ampla oferta de pacotes e as belas praias fazem do Rio Grande do Norte um dos destinos preferidos dos brasileiros. Natal oferece o conforto de uma capital, aliado a belas paisagens naturais, além de fácil acesso a outros paraísos do estado. Um grupo de 25 agentes de viagens do interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiânia (GO) participou de um famtour promovido pela Azul Viagens para conhecer as principais atrações. A viagem foi um presente para os profissionais que mais venderam o destino na campanha de incentivo “Tudo Começa Azul”, uma parceria entre operadora, governo do estado, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RN), Luck Receptivo e as prefeituras de Natal e Mossoró. PRINCIPAIS ATRAÇÕES

Saiba o que indicar ao passageiro que visita Natal pela primeira vez. Via Costeira: é uma via litorânea de dez km que liga a praia de Ponta Negra às praias do centro de Natal. Concentra os principais hotéis da cidade, alguns deles visitados pelo grupo do famtour, como o gigante Serhs, o novo Wish Natal, o Ocean Palace (que hospedou os agentes) e o Aram Natal Mar, além de ter muitos bares e restaurantes. No coração de Ponta Negra, destaque para o luxuoso Hotel Majestic; para o Hotel

Areia de Ouro, que agrada hóspedes que buscam custo-benefício; e para o Esmeralda, que está entre os mais vendidos. Passeio de barco pelo rio Potengi: indicado para ver a cidade por um outro ângulo e conhecer curiosidades - a palavra potiguar, que denomina quem nasce no Rio Grande do Norte, deriva do nome do rio, que significa “comedor de camarão”. O estado é o maior produtor de camarão do País e a área próxima ao porto de onde sai o passeio da Luck Receptivo é o melhor lugar para comprar a iguaria a bons preços. Passeio de buggy no Parque das Dunas: o segundo maior parque em área urbana do País possui mais de mil hectares de dunas e Mata Atlântica. O passeio de buggy é obrigatório, com ou sem emoção, já que o principal é a bela vista que oferece do mar da Via Costeira e um inesquecível pôr do sol. Mas, para quem não quiser encarar o veículo, há opções de trilhas com mirantes é necessário agendar previamente. Praia de Pipa: uma das praias mais badaladas do Rio Grande do Norte fica no município de Tibau do Sul, a 77 quilômetros de Natal. Pipa enche os olhos com falésias e refresca o corpo com praias de águas mornas que atraem golfinhos. É conhecida também pela vida noturna e recebe muitos estrangeiros. Há opções de hospedagem para todos os gostos - do exclusivo hotel bou-

tique Pipa Privilege, com apenas 16 acomodações luxuosas e um visual de tirar o fôlego, ao Acqua Pipa, que tem como diferencial a estrutura para receber crianças, passando pelo Pipa Lagoa, com confortáveis bangalôs. Praia de Maracajaú: águas cristalinas e corais que formam lindas piscinas naturais atraem os turistas ao município de Maxaranguape, a 45 quilômetros de Natal. Nos parrachos, como os locais chamam as piscinas naturais, é possível fazer snorkel e mergulho. É necessário pegar uma lancha para chegar aos parrachos, que ficam a sete quilômetros da costa. O Manoa Beach Park, que possui várias atrações para crianças, é a base de quem faz os passeios com a Luck Receptivo. Lá também é possível alugar quadriciclos para se aventurar nas dunas. CAMPANHA AUMENTA VENDAS EM 43% A campanha “Tudo Começa Azul” aumentou as vendas em 43% e trouxe um incremento de 23% no fluxo de turistas. A ação foi feita em parceria pela Azul Viagens com o governo do estado do Rio Grande do Norte, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RN), Luck Receptivo e as prefeituras de Natal e Mossoró “Isso significa que, além de vendermos mais, o tíquete médio dos pacotes melhorou. O crescimento

foi em todas as categorias de hotéis, um resultado bastante positivo”, comemorou José Odécio Junior, presidente da ABIH-RN. “O Rio Grande do Norte já tinha uma posição de destaque dentro do portfólio da Azul Viagens e agora voltou ao top 3. É um produto fantástico”, disse Marcelo Bento Ribeiro, diretor da Azul viagens. A festa de premiação foi realizada em Natal, no fim de março, e contou com a presença de autoridades, como a governadora Fátima Bezerra e o prefeito de Natal, Álvaro Dias. O grande vencedor foi Everaldo Natalino, da Rosanatur, de Santa Bárbara D’Oeste (interior de SP). Ele levou para casa um carro 0 km. Poliana Vieira, da Master Turismo, de Belo Horizonte (MG), ficou em segundo lugar e ganhou um notebook. Em terceiro lugar, Cacilda Magalhães, da Cacilda Turismo, de Presidente Prudente (interior de São Paulo), recebeu 50 mil pontos no programa Tudo Azul. A cerimônia premiou ainda a categoria call center, representada por Ricardo Alfredo. Debora Prado, de Campinas, e Wilhans Almeida, de Goiânia, foram os premiados na categoria loja. A associação e a operadora pretendem repetir a campanha, além de realizar outras ações de capacitação a agentes ao longo do ano. Brasilturis viajou a convite da Azul Viagens, com proteção Affinity www.brasilturis.com.br | Brasilturis 41


by Prague City Tourism

DESTINO

Praga vista do rio Moldava

Karlovy Vary

Praga

Brno

Um país que guarda muitas surpresas POR ANA PAULA GARRIDO

A

Flot Viagens realizou um mega famtrip pela República Tcheca no mês de março, com apoio do Escritório de Turismo e do Consulado Geral da República Tcheca e do Grupo Lufthansa. A iniciativa pioneira teve operação cuidadosamente preparada durante meses, pois o desafio era grande: levar 76 agentes de viagens, de diferentes partes do Brasil, para conhecer o país no centro europeu. A grande maioria dos profissionais estreou no destino que, segundo Eduardo Barbosa, diretor da Flot, é um dos mais promissores para o mercado brasileiro. O executivo fez questão de acompanhar o grupo, que também foi composto por 42 Brasilturis

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Luiz Fernando Destro, diretor para o Brasil do Escritório de Turismo da República Tcheca; Annette Taeuber, diretora da Lufthansa Group e Filip Vavrinek, do Consulado Geral do país em São Paulo. Geraldo Rocha, presidente da Abav Nacional e diretor da GR Turismo, estava entre os participantes. Em sua terceira viagem ao país, ele revelou que esse é um dos seus lugares favoritos e sugere aos agentes de viagens que vendam o destino. Mostrar a oferta diversa, e que não se restringe à capital, Praga, era um dos objetivos do roteiro criado em parceria com a Czech Tourism. A estratégia foi acertada. “A República Tcheca é uma pequena joia

escondida no meio da Europa Central, e todos os brasileiros precisam conhecer o que esse país tem para oferecer.” O itinerário incluiu Praga, Kutná Hora, Olomouc, Brno, Ceský Krumlov, Ceský Budejovice e Karlovy Vary. “Com informação e treinamento, cada agente se tornará um formador de opinião e um multiplicador de negócios”, opinou Destro. OPINIÃO DOS AGENTES Os participantes entrevistados foram unânimes em ressaltar a oportunidade de conhecer o destino como um importante gatilho para alavancar as vendas. Anna

Claudia Mota, da NM Viagens, ressaltou a cultura rica e a gastronomia vasta como diferenciais para apresentar um destino “impactante”. “Sempre vendi Praga, que é um destino muito procurado na agência. A cidade é mesmo belíssima, mas também descobrimos uma oferta importante no interior, com muita história e oportunidades de passeios”, destacou Maria Helena Siufi, da Marconi Turismo. A opinião é compartilhada por Patrícia Guimarães, da GBond. “A viagem é essencial para conhecermos os atrativos e desenvolvermos novos pacotes”, disse. Andressa Marques, da Almana-


by Prague City Tourism

Karlovy Vary

O Castelo de Praga no entardecer

que, considera a experiência válida para dar mais propriedade ao vender o destino aos clientes. “O interior é a grande novidade, um outro lado do país, além da capital, Praga, que já é muito procurada”, explicou. A antiga Tchecoslováquia tem mais de 11 séculos de história, com cenários de contos de fadas, pincelados com castelos e palácios que contam a história dos reinos da Boêmia e da Morávia. Preservados monumentos, considerados Patrimônios da Humanidade pela Unesco, cidades encantadoras e cercadas de belezas naturais, muita história, cultura e arquitetura impactante fazem desse país um verdadeiro tesouro que merece ser desbravado em uma viagem mais longa ao continente europeu. PRAGA Localizada do coração da Europa, a capital da República Tcheca é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo e a capital cultu-

ral da Europa Central. Praga respira arte em mais de uma centena de teatros, galerias de arte, museus e espaços dedicados à música e dança. O centro histórico preservado é encantador. Há importantes monumentos tombados pela Unesco que guardam registros seculares, muita opulência e riqueza em castelos, palácios e casarões originais, construídos às margens do rio Vltava, catedrais góticas, igrejas barrocas, jardins e ilhas que formam paisagens dignas de cartões-postais. A cidade já é conhecida e desejada pelos brasileiros. Em 2017 houve um aumento de 13% na procura pelo destino. Já em 2018, Praga recebeu 11% a menos de brasileiros, mas aposta na estabilidade econômica do País como alavanca para uma maior procura em 2019. Muito mais do que o incremento, a cidade tem como meta atrair um público mais sofisticado e não os turistas que procuram o destino por oferecer preços mais atraentes

que os países vizinhos. Isso porque o país faz parte da zona do Euro desde 2004, mas segue utilizando a Coroa Tcheca como moeda, que tem câmbio mais favorável – o que acaba por transformar o destino num dos lugares preferidos de jovens estrangeiros. Segundo Kamila Bakatová, gerente de marketing e mídia do Prague City Tourism, “o objetivo é conquistar a atenção dos turistas pela qualidade do serviço e pelas experiências diferenciadas. Queremos que eles passem mais dias na cidade e explorem os bairros além do famoso centro histórico”, disse. Com uma concentração de atrações no centro da cidade, a melhor forma de conhecer Praga é a pé. Vale caminhar entre os monumentos da Praça da Cidade Velha, passando pelo Relógio Astronômico e assistir ao espetáculo que acontece quando o relógio muda de hora. Depois, é só seguir em direção à Ponte Carlos, conhecida como a Ponte de Pedra, que até o século XIX era

a única ligação entre as duas margens do rio Vltava. Imperdível é conhecer o Castelo de Praga, fundado no século IX e considerado o maior complexo histórico do mundo, ocupando uma área de 70 mil metros quadrados, a Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, onde está a imagem do Menino Jesus de Praga, o Museu Nacional, entre tantas atrações. Outra forma muito interessante de conhecer a cidade é num barco restaurante, para ver os monumentos sob outra perspectiva, de preferência ao cair da tarde. Praga é um destino que merece pelo menos três dias. Além das belezas, a cidade é cosmopolita, oferece uma gastronomia autêntica e muito espaço para arte moderna e contemporânea, shoppings e inúmeras atrações em diferentes bairros da cidade. TESOUROS ESCONDIDOS Além de Praga, muitas outras cidades da República Tcheca merewww.brasilturis.com.br | Brasilturis 43


DESTINO cem a visita. Distante 60 quilômetros da capital, Kutná Hora mostra toda a imponência e beleza preservada desde a Idade Média - quando a extração de prata a tornou uma das cidades mais importantes do Reino Tcheco. Situada na Boêmia Central, entre vales, a região oferece muitas atrações, lindos palácios e castelos. É essencial conhecer a Catedral de Santa Bárbara, uma joia gótica cuja construção teve início em 1388, e o Ossuário de Sedlec, “decorado” com mais de 70 mil esqueletos. Vale passear pelas ruas de pedra e admirar a arquitetura dos casarões, finalizando o passeio no restaurante Dacicky para experimentar a gastronomia tcheca. Aliás, de preferência, apreciando uma das cervejas produzidas no país. Apenas duas horas e trinta minutos separam Kutna Hora de Olomouc, que foi, por muitos séculos, o centro cultural da Morávia. Repleta de tradições e história, essa é a cidade que tem mais monumentos tombados pela Unesco, depois de Praga. No centro histórico, a Coluna da Santíssima Trindade é uma obra-prima que merece ser vista. Famosa pela arquitetura barroca e pelo queijo curado, que tem o mesmo nome da cidade, Olomouc já foi fortificada e murada. Vestígios das paredes medievais e monumentos militares ainda podem ser visitados. A cidade possui atrações como o Palácio Episcopal e a segunda mais antiga universidade do país, fundada em 1573. A Catedral de São Venceslau, fundada em 1107, guarda verdadeiros tesouros em seu interior. Igrejas, fontes mitológicas, casarios e monumentos tombados, relógio astronômico e o museu do queijo fazem dela uma opção imperdível no coração da Morávia. ASTRAL UNIVERSITÁRIO A segunda maior cidade Tcheca, conhecida como a cidade dos estudantes, tem mais de mil anos de história – mas mostra também seu lado moderno. Brno tem uma arquitetura impactante com prédios históricos, ótimos cafés e restaurantes, vida noturna vibrante e frequentada pelos universitários, que representam boa parte da população. A cidade oferece atividades culturais, dezenas de atrações históricas e monumentos como a Catedral de São Pedro e São Paulo, a catedral de São Tiago, o sombrio Ossuário de Brno e o labirinto subterrâneo, o curioso relógio e as esculturas 44 Brasilturis

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Olomouc

Praga

no centro da cidade e o Castelo de Spielberg, entre outras. Não deixe de subir na antiga torre da prefeitura, para conferir a vista da região ao entardecer, e conhecer o lendário pub Stopkova Pivnice, que desde a metade do século XIX faz parte da vida social e cultural da cidade e tem fama de servir a melhor cerveja de Brno. Além do talento cervejeiro, o país se orgulha de ter mais de dois mil anos de tradição com a vinicultura. Na região, conheça a Obelisk, vinícola moderna que oferece uma ótima experiência em ambiente charmoso e com vista para os vinhedos. Termine o dia em alta com uma visita ao castelo neogótico de Lednice, que parece cenário de filme.

Já Ceský Krumlov é uma encantadora cidade medieval, distante 170 quilômetros de Praga, que viveu seu auge entre os anos 1302 e 1602, quando era uma importante ligação entre o interior tcheco com a Áustria, a Baviera e a Itália. Seu castelo, uma das construções históricas mais importantes da Europa, e parte do segundo maior complexo de palácios do país, passou por adições e reformas que atravessaram os séculos XIV e XIX. Além de preservados aposentos, o castelo tem um dos mais antigos e bem conservados teatros em estilo Barroco do mundo.

ARQUITETURA ÍMPAR

Fundada em 1350 pelo rei tcheco e imperador romano Carlos IV, Karlovy Vary tem um ar mais aristocrático e é conhecida internacionalmente desde a época do Império Austro-Húngaro, quando ilustres personagens como Sissi, a Imperatriz, reis e rainhas procuravam a cidade, pelas águas termais com fama de ter propriedades curativas e rejuvenescedoras. O destino ficou conhecido como a cidade dos SPAS e hotéis famosos como o

No Sul do país, junto às fronteiras austríaca e alemã, a Boêmia do Sul é considerada a pérola da República Tcheca, pela combinação de beleza natural e majestosos palácios. Ceský Budejovice é, além disso, a maior cidade da região, famosa pela ótima cerveja Budejovický Budvar e com uma praça central que merece uma visita mais longa.

FAMA INTERNACIONAL

Grand Hotel Pupp, que já serviu de cenário para filmes como “007 Casino Royale” e “As Férias da Minha Vida”. Há, ainda, 12 fontes públicas além do entorno com paisagens montanhosas e reservas naturais. Karlovy Vary oferece inúmeras atrações além dos SPAS, balneários, tratamentos de saúde e de beleza, como a produção de finos cristais e o famoso licor de ervas Bechrovka. Também é palco para diversos eventos festivos, entre eles, um dos mais prestigiados festivais de cinema da Europa. Com tantos encantos, é impossível sair da República Tcheca sem aquela sensação de que será preciso fazer ainda muitas outras viagens para conhecer tudo o que o país tem a oferecer. DICAS Moeda: A moeda da República Tcheca é a Coroa Tcheca. A cotação é de 1 Euro para 23 Coroas Tchecas, aproximadamente. Alguns restaurantes e lojas aceitam Euro, mas costumam dar o troco em Coroa Tcheca. É importante ficar atento com as taxas cobradas pelas corretoras, bancos e hotéis, que variam muito.


Ossuário de Sedlec

Kutná Hora Olomouc

Castelo de Lednice

Gorjetas: 10% de gratificação é o valor apropriado quando há um bom serviço. Clima: A primavera costuma ser um pouco fria. A temperatura entre março e maio gira em torno de 10° C. A temperatura média no verão fica por volta de 17°C nas áreas montanhosas. Em Praga, os termômetros podem marcar até 35 °C entre junho e agosto. O início do outono tem meses quentes, e é curiosamente chamado de “verão velho”. Em outubro costuma chover e a temperatura pode cair até 10°C. O inverno pode ter temperaturas de até -20° C. Como chegar: Não há voo direto para a República Tcheca. Uma boa opção é o voo da Lufthansa, com parada em Frankfurt, e rápida conexão para Praga.

DICAS DE HOTELARIA Praga: Clarion Congress Hotel Prague - www.clarioncongresshotelprague.com e Angelo by Vienna House Prague - www.viennahouse. com Olomouc: Clarion Congress Hotel Olomouc - www.clarioncongresshotelolomouc.com Brno: Hotel Internacional Brno www.hotelinternational.cz/ Ceské Budejovice: Clarion Congress Hotel Ceské Budejovice www.clarioncongresshotelceskebudejovice.com Brasilturis viajou a convite da Flot Viagens e do Escritório de Turismo da República Tcheca no Brasil, com apoio da Lufthansa, proteção Affinity e dados móveis Flexiroam www.brasilturis.com.br | Brasilturis 45


DESTINO

As construções e Polignano sobre as falésias

Puglia: Uma nova Itália para os brasileiros POR VELMA GREGÓRIO

A

s pessoas estão viajando mais e buscando experiências locais e autênticas. Esse é um desafio para agências e operadoras que precisam oferecer produtos novos e diferenciados para conquistar e manter seus clientes. Pensando nisso, a Milessis Operadora, do Rio de Janeiro (RJ), decidiu reunir um grupo de agentes de viagens para um estudo técnico de um novo roteiro na Itália: Puglia. Apesar de ser uma região antiga, até hoje não havia entrado na rota dos brasileiros. Puglia está na área mais oriental da Itália; olhando para o mapa, ela ocupa o que seria o salto da bota. Banhada pelos mares Adriático e Jônico, tem uma cultura comum com os países mediterrâneos, mas cultiva uma forte personalidade própria. Essa missão de negócios de dez dias, realizada em parceria com a Puglia Promozione, a Agenzia Nazionale del Turismo (Enit) e a Alitalia, visitou Monopoli, Polignano a mare, Martina Franca, Alberobello, Fasano, Ostuni, Lecce, Galantina, Galatone, Otranto, Vieste, Andria, Trani e Bari. E voltou com várias novidades que devem estar nas prateleiras ainda para o ano de 2019. 46 Brasilturis

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MASSERIAS Não só o destino é inusitado, como o que o grupo encontrou lá também. As masserias, por exemplo, são experiências bem diferentes do que estamos acostumados. As propriedades rurais transformaram suas sedes operacionais em locais de hospedagem, onde os visitantes podem vivenciar o cotidiano da produção dessas terras ou, simplesmente, aproveitar a vida de boa comida e bebida em campos próximos ao mar. Da mais simples às mais sofisticadas, elas oferecem atividades durante o ano todo, que podem mudar de acordo com a estação – desde acompanhar a produção de vinhos e azeites, que são o forte da região, até o trato das oliveiras, a lida com as plantações de frutas, entre outras rotinas de fazendas. Cada uma é mais linda que a outra, e algumas ainda são conduzidas pela família proprietária - o que dá a chance de conhecer a fundo a história do local. A Masseria Il Melograno, em Monopoli, é um dos exemplos. De uma simplicidade sofisticada, realiza aulas de culinária regional, degustação de vinhos e azeites, pintura e tour de vespa, entre outras atividades. Mas,

entre as especialidades, oferece um passeio muito especial: a travessia do mar até a Croácia, que está do outro lado do mar Adriático. Em barcos rápidos e privativos, é uma oportunidade de tornar o produto ainda mais inesquecível. Chegar à Masseria Montenapoleone, em Fasano, é como entrar em um filme romântico italiano. Há um novo detalhe em cada cantinho em que o olho para. A família Monteneve-Va Gaubergen recuperou o lugar para transformá-lo em uma fazenda em harmonia com a natureza. Mantém uma produção agroturística em pequena escala, promovendo agricultura sustentável para servir apenas produtos frescos e orgânicos aos hóspedes. Os convidados podem colher frutas e verduras e colocar as mãos na terra. O mobiliário foi criado com objetos antigos encontrados no local, restaurados para que tudo o que estava neste lugar voltasse à vida. Braseiros que se transformaram em espelhos do banheiro, ferramentas de trabalho antigas que viraram lustres ou cabides e até mesmo torneiras de pias. Nada é deixado ao acaso e cada detalhe tem sua própria história. Uma emoção diferente a cada passo

Todas as masserias em Puglia estão próximas do mar, mas a Masseria Torre Coccaro, também em Fasano, está à beira da praia. Ali foi gravado o filme italiano “Mar de Prata”, em 2016, sobre a beleza e a importância das oliveiras para a cultura mediterrânea. Há ainda Ancella, propriedade que tem um spa com vinhoterapia. Oferece banhos e tratamentos à base de vinho, produzido na propriedade. Em especial, essa masseria tem um restaurante que faz o hóspede se sentir muito acolhido, com comida local, espaço aconchegante e bom atendimento. Uma opção que tem proposta diferente é o Agroturismo Pettolecchia – La Residenza. A propriedade para até 11 pessoas funciona exclusivamente para grupos únicos. É como se fosse a locação de uma masseria própria, com serviços de hotel cinco estrelas. Existem também masserias onde o visitante pode apenas vivenciar uma experiência, como é o caso da Empresa Agrícola Tenuta Donna Anna, em Galantone. O grupo participou de uma aula de culinária para aprender os detalhes de como vender a experiência de fazer massas italianas.


CASAMENTOS NA ITÁLIA As masserias também ampliam as oportunidades para viagens de casamento. Todas elas oferecem estrutura para isso, bem ao estilo italiano, com muitas luzinhas, paisagens lindas, clima romântico e comida maravilhosa. Dá para hospedar a família, os convidados e ainda fazer a festa. A Itália já é um destino procurado para realizar festas de casamentos, mas a região da Puglia chega como novidade. A personalidade própria da vida mediterrânea oriental, com suas paisagens que estão à beira mar, ou dão vista para o oceano, as oliveiras que compõem um clima centenário, fazem o momento de casar na Puglia diferente. Além do que, em geral, a estimativa dos promotores do turismo em Puglia é de que as festas de casamento na região chegam a ser 25% mais baratas, que no Brasil. Mas há modelos e formatos para todos os bolsos. Os locais só para festas têm também o charme das masserias. O cenário do Il Trappetelo, por exemplo, é de tirar o fôlego. Ele se apropria da natureza para fazer sua composição. Ou o Relais Villa San Martino e o Palácio Ducale, em Martina Franca, que mantêm o clima pugliano, com um estilo mais tradicional de casamentos.

Área externa do Il Trappetelo, com vista para o mar

La Residenza, uma casa para chamar de sua na Puglia Masseria Il Melograno, que tem passeios de lancha rápida até a Croácia

AS CIDADES Roberta Leivas, da BestLeivas Tur, e Fernanda Carvalho de Almeida, da Konexion Turismo, ambas do Rio de Janeiro (RJ); Weber Cechetti, da Contactur Turismo, de Niterói (RJ); Anielle Bazi, da Specta Viagem, de Anápolis (GO); e Andrea Picorelli, da Picorelli Turismo, de Juiz de Fora (MG), se encantaram com o destino. É incrível como uma região geográfica tão pequena apresenta cidades com perfis tão distintos. Do Sul ao Norte da Puglia são aproximadamente 400 quilômetros. A maior cidade da região é Bari, onde também está o maior aeroporto. Com cerca de 320 mil habitantes é a cidade mais conhecida pelos brasileiros até então. À beira mar, oferece estrutura turística mais elaborada que nas demais cidades e, apesar de pequena, tem ritmo de metrópole. Com vida noturna agitada, muitos restaurantes e atrações musicais locais, ela é a porta de entrada da região. No verão, seguir ao Norte, para Vieste, na região de Gargano, é uma

Detalhes rústicos e sustentáveis do espaço de festa da Masseria Montenapoleone

Masseria Torre Coccaro, la dolce vita italiana

ótima pedida. A área é considerada o balneário do Norte da Europa. Tem formações rochosas calcárias incríveis, praias lindas e água muito azul. A cidade vive do turismo. Há uma infinidade de hotéis grandes, resorts imensos, mas também hospedagens de luxo. A vida noturna é agitada neste período. Mas, atenção: no inverno, nenhum hotel abre. Apenas os do centro da cidade para atender aos negócios ou a algum turista de passagem, como o Palace Hotel, que é muito bem localizado para este fim. Ali está também o Parque Nacional do Gargano, uma área preservada, onde está a Floresta Umbra, considerada Patrimônio da Humanidade

pela Unesco, desde 2015, e considerada pela revista National Geographic uma das cinco florestas mais bonitas do mundo. A comida é a estrela por toda a Itália, as massas estão sempre presentes, mas na Puglia os peixes e frutos do mar são o destaque. Em Vieste, é um achado de cinema. À beira mar, conta com vista para um trabuco - um equipamento de pesca - e vários barcos em uma marina protegida. O nome é Il Capriccio, do chef Leonardo Vescera, que eleva a culinária ao estado da arte. Muito próximo a Vieste está a charmosíssima Peschici, onde fica o Gusmay Resort, propriedade exclusiva, com bangalôs à beira mar. A

cidade é bem pequena, cuida para que as pessoas busquem um estilo de vida com menos pressa e mais prazer de viver. E isso está em todos os lugares, como no restaurante Porta di Basso, um pequeno bistrô de poucas mesas, mas com charme e vista imperdíveis. Além disso, o chef Domenico Cilenti é focado em criar pratos típicos do Sul da Itália, com produtos inteiramente orgânicos e biodinâmicos que sejam também da região, respeitando a sazonalidade. Ali há também uma hospedagem inusitada, já que o restaurante administra três acomodações exclusivas, com vista para o mar. Mais exclusividade, impossível. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 47


DESTINO VINHO E AZEITE Passear pela Puglia demanda conhecer produções de vinho e azeite. A região é reconhecida pelas bebidas de castas locais e pelo número de oliveiras. São cerca de 50 milhões de árvores e seu azeite é reconhecido entre os melhores da Europa. No caminho entre Gargano e Bari fica a região de Andria, onde, no primeiro dia da primavera de 2019, a fazenda Conte Spagnoletti Zeuli recebeu o grupo de brasileiros com a música “Primavera”, de Vivaldi, para uma visita à adega e à fábrica de vinhos, que foi seguida de degustação. O anfitrião, Onofrio Spagnoletti Zeuli, Conde de Andria, fez questão de receber o grupo para contar como aplica técnicas modernas e sustentáveis para a fabricação do vinho e do azeite em tempos atuais. Ele supervisiona pessoalmente uma seleção de produtos da área, começando com o renomado Castel del Monte, denominação de origem controlada, produzida a partir de uvas cultivadas nas vinhas das propriedades familiares. O nome tem origem no Castel de Monte, uma obra para ostentar a riqueza e o poder de Federico II na Idade Média. Este também é um passeio muito rico e cheio de cultura. O grupo fez o tour a pé e também de balão passeio que ainda é experimental, mas há um interesse em desenvolver o produto na região como mais uma atração para incluir nos produtos futuramente. Ainda na região de Andria, a cidade de Trani é uma surpresa. Linda, movimentada, cheia de vida, uma joia quase intocada. Chegar caminhando até a catedral medieval de San Nicola Pellegrino, na Piazza Duomo, e ver o contraste do azul do mar com o branco da catedral é muito especial. Aliás, caminhar é o melhor programa dessa cidade - pela orla, há pescadores que vendem a produção do dia à beira mar, pelas ruas, as construções, os becos charmosos, as calçadas de pedra e até o vento fazem de Trani um lugar mágico. Assim como Trani, o Sul da Puglia não tem restrições sazonais. Apesar de o programa de praias ser mais atraente no verão, nas outras estações também há o que fazer nas cidades, principalmente os programas culturais de visitas às cidades históricas e seus monumentos. Tours gastronômicos e o enoturismo também são opções, já que a região tem produção com castas próprias e selo de origem geográfica. Além do azeite, claro. 48 Brasilturis

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Castel del Monte, um elogio à ostentação da Idade Média

Catedral de San Nicola Pellegrino, em Trani

Entardecer em Trani

VOLARE Saindo de Bari, rumo ao Sul, a cerca de 35 quilômetros está Polignano a Mare. O “azul pintado de azul” que Domenico Modugno, o mais distinto filho da terra, cantou na música Volare, é totalmente verdade. Chegar a um lugar com tanta beleza é difícil de descrever: imagine uma vila construída sobre falésias calcárias pelos gregos na Idade Média. Ou seja, são casinhas brancas dispostas 20 metros acima do mar, sobre grutas inacreditáveis, onde se constroem hotéis e restaurantes. Não bastasse, o mar é do azul mais celeste que a Itália pode ter. Na época em que o grupo esteve em Polignano a Mare, o Hotel e Res-

Vinícola Conte Spagnoletti Zeuli, recepção é feita por um conde de verdade

taurante Grotta Palazzenese estava fechado para obras de manutenção, mas, segundo os locais, continua sendo icônico com 20 quartos e restaurante em uma caverna gigante. A cidade tem menos de 20 mil habitantes e um portal de entrada chamado Porta Vecchia, que é uma passagem para outra época. O vilarejo de ruas estreitas tem um charme apaixonante. MUITO PERTO Em curtas distâncias de carro, Puglia oferece uma infinidade de opções de passeios lindos, como é o caso de Alberobello, conhecida pelo seu conjunto de trulli construções de telhado cônico,

características daquela região, que foram consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1996. Ainda há pessoas morando nos trullis e um típico comércio local. É em Alberobello que está a produção do azeite considerado como o melhor extravirgem da Europa em 2018 pelo prêmio Sol d’Oro – o Intinni. Rumo ao Sul, Martina Franca é considerada um centro de compras para a população local. A cidade desenvolveu um sistema de identificação inusitado para monumentos e marcos históricos. Eles receberam uma numeração que permite que os viajantes façam tours autoguiados. Já Ostuni, a cidade branca,


Vista do mar azul de Vieste, na região do Gargano

Grupo do famtour em Ostuni, a cidade branca

Interior do Palácio Ducale, em Martina Franca

Massas preparadas nas ruas de Bari

O charme de Peschicci

parece uma ilha grega quando se olha ao longe. De perto é de uma singularidade impecável. O município tem uma flor como símbolo de sorte, que está presente em praticamente todos os lugares. Não bastasse tanta diversidade em tão pequena região geográfica, a cidade de Lecce presenteia os turistas com um patrimônio artístico incalculável e centro histórico em estilo barroco. É uma cidade que se visita olhando para cima, a fim de avistar a complexidade e a beleza de seus monumentos. A cidade é toda construída em uma pedra calcária da região de um tom bege, quente, que unifica a arquitetura local. É conhecida como a Florença do Sul da Itália.

Mão na massa com a Dona Ana, em Galantone

Cada cidade tem alma própria e poderia resultar em um produto de destino único, pela quantidade de coisas que há para ver e aprender. Isso faz da Puglia um local para se voltar várias vezes, sem medo de errar. DICAS DE HOTELARIA Polignano a mare: Cala Ponte Hotel - www.calapontehotel.com Monopoli: Il Trappetello www.iltrappetello.it Masseria Il Melograno www.melograno.com Martina Franca: Relais Villa San Martino www.relaisvillasanmartino.it Fasano: Masseria Montenapoleone

www.masseriamontenapoleone.it Masseria Pettolecchia – La Residenza - www.pettolecchialaresidenza.it Masseria Torre Coccaro www.masseriatorrecoccaro.com Ancella - Relax Resort & Wine Therapy - www.masseriancella.com Ostuni: Ostuni Palace Hotel www.ostunipalace.com Vieste: Palace Hotel www.palacehotelvieste.it Peschici: Gusmay Resort www.gusmayresort.it Bari: Grande Albergo delle Nazioni www.grandealbergodellenazioni. com. DICAS DE RESTAURANTES Polignano a mare: Covo dei Sara-

ceni - www.covodeisaraceni.com Vieste: Il Capriccio www.ilcapricciodivieste.it Peschici: Porta di Basso www.portadibasso.it Andria: Vinícola Conte Spagnoletti Zeuli - www.contespagnolettizeuli. it e Degustação de Azeite Galantino www.galantino.it Trani: Corte in Fiore www.corteinfiore.it e Il Melograno www.ristoranteilmelograno.it

Brasilturis viajou a convite da Milessis Operadora e Enit com apoio da Alitalia, proteção Affinity e dados móveis Flexiroam www.brasilturis.com.br | Brasilturis 49


DIREITO João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. Membro da Comissão de Direito Aplicado à Hotelaria e Turismo da OAB-SP joaobueno@buenonetoadvocacia.com.br

Primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis é de propriedade da Editora Via LTDA, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo. Fundado por Horácio Neves, em 1981. DIRETORIA Sócia-diretora: Ana Carolina Melo

C

Ainda falando sobre a importância dos contratos

omo comentado no artigo publicado na edição de março, o cenário ideal é que o olhar do advogado esteja presente em todas as transações a serem formalizadas. Assim, atua-se preventivamente e se evita, muitas vezes, a judicialização da demanda que acarretaria em aumentos nos gastos e maior tempo para a resolução definitiva da pendência. O caminho mais indicado é levar a termo, ou seja, confeccionar um contrato para todas as transações realizadas por você ou pela sua empresa. Após a formalização dos contratos, é preciso manter o controle sobre os mesmos, durante toda sua vigência ou validade, com acompanhamento ativo em todas as suas fases, controlando o cumprimento das obrigações nele constantes, buscando, assim, o máximo aproveitamento deste. Este é o ciclo de vida do contrato ou CLM. Não basta formalizar um contrato e deixa-lo arquivado! A importância dos contratos é tamanha que os mesmos se tornam a lei para as partes contratantes! Eles são acordos feitos entre duas ou mais pessoas, com base na vontade destas partes e na autorização jurídica, capazes de criar, regular, modificar ou extinguir relações jurídicas de conteúdo patrimonial. Para a contratação, não basta apenas a vontade das partes, devendo ser lícito ou legal o objeto da mesma, seguindo a forma prescrita na lei, e principalmente, que as partes tenham plena capacidade para contratar. Aliás, este é um dos pontos mais relevantes e que dever receber a máxima atenção pelas partes no momento da formalização - principalmente quando contratamos entre pessoas jurídicas, devemos ter a certeza que a pessoa que irá assinar o contrato tem poderes para representar a empresa para aquele ato. Muitas vezes temos um contrato assinado, inclusive com testemunhas, mas em determinado momento é levantada a nulidade do mesmo em virtude de a pessoa que o assinou não ter poderes para tal ato. Claro que poderemos sempre buscar comprovar a transação, através de e-mails, do próprio contrato assinado por representante da empresa, mas sem obter 100% da garantia que um contrato corretamente conduzido pode representar. Quanto à forma, os contratos podem ser verbais ou escritos; sim, existe a previsão na lei para um contrato verbal, mas diante da complexidade das relações e dos interesses envolvidos, é sempre aconselhável optar pelo contrato escrito. O contrato verbal pode ser provado por testemunhas, pagamentos realizados, anotações diversas sobre o 50 Brasilturis

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tema feitas em momentos associados à discussão sobre o contrato, por exemplo. E, quanto ao prazo, eles podem ser determinados (quando existe um começo e um final já estipulados) ou indeterminados (quando existe um começo e o final dependerá de aviso das partes para que o mesmo seja encerrado). Aquela velha máxima que prega que o jurídico das empresas cria dificuldades e faz com que o negócio se demore a concretizar - situação muito comum, principalmente em ambientes dinâmicos como o setor de viagens e eventos - não deve prevalecer, pois os valores envolvidos na contratação de um evento, por exemplo, são bastante elevados e com implicações em várias áreas do Direito, que deverão estar devidamente amparadas por meio de um documento formal com todas as regras entre os contratantes e os terceiros envolvidos. Para desmistificar a impressão de que os contratos devem necessariamente ser documentos extensos, indico um “esqueleto básico” para a construção de um contrato no quadro abaixo. Ele pode ser um documento enxuto, desde que reflita todas as condições envolvidas na contratação pretendida.

ITENS NECESSÁRIOS • • • • • • • •

Partes contratantes; Objeto do Contrato; Descrição dos Serviços; Obrigações da Contratante; Obrigações da Contratada; Remuneração ou Preço; Prazos e outras condições; Rescisão/Penalidades/Disposições Gerais.

O roteiro apresentado é bastante simplista, mas tem o objetivo de demonstrar como é feito o desenrolar do documento e as principais definições que devem estar presentes. Claro que, em algumas situações, serão necessárias previsões que podem aumentar as cláusulas e seu tamanho, mas normalmente o bom senso deve prevalecer. O mais importante é que o contrato seja feito! Quer seja através de meios analógicos ou também em vias digitais, modalidade que já é perfeitamente aceita em nossos tribunais. Consulte sempre um advogado!

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