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ENTREVISTA
ANÁLISE
CRUZEIROS
Magda Nassar promete fortalecer Abav e reforçar protagonismo do agente de viagens
Mais do que atrair visitantes, função das Destination Management Organizations deve incluir gestão colaborativa
Conheça dez ilhas privativas que acrescentam praias exclusivas e atividades náuticas aos roteiros pelo mar
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ANO 39
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Nº 828
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SETEMBRO 2019
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brasilturisjornal
Operadoras brasileiras investem em produtos para atender à demanda crescente de viagens pela região Pág. 16
HOTELARIA
DESTINOS
JUREMA ÁGUAS QUENTES estreia segundo empreendimento e cria oferta para o segmento corporativo Pág. 46
SEGURADORAS Entenda a diferença entre os produtos que oferecem proteção para cruzeiristas
Pág. 52
Pág. 38
ESPECIAL
POLÔNIA Localização privilegiada, história, gastronomia, arte e religião fazem do país uma boa pedida para os brasileiros
NESTA EDIÇÃO Pág. 65
BONITO Transparência das águas convida turistas a mergulharem na cidade que reúne 41 atrativos para amantes do ecoturismo Pág. 58
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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe
Força tropical
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chamada de capa para a matéria principal desta edição e o título do editorial que você lê agora não foram escolhidos ao acaso. De certo, muitos agora estão cantarolando os versos de “América do Sul” que ficaram eternizados na voz de Ney Matogrosso, em 1975. Com penas em meio à floresta, o cantor homenageou a região e entrou para a história com o primeiro videoclipe da música brasileira. Em uma época que valoriza o vintage, as origens e a autenticidade, apostando em experiências genuínas, é natural que os viajantes sul-americanos voltem os olhos para seus próprios territórios. E passem a explorar a riqueza em biodiversidade e cultura, a conhecer melhor seus vizinhos e, com o tempo e a frequência de viagens, a se enxergar neles. Sim! Porque apenas a língua, resultado da colonização diferente, nos distingue. Sofremos das mesmas mazelas, enfrentamos obstáculos semelhantes, temos trajetórias parecidas, dividimos atrativos naturais. Nossa configuração tem mais semelhanças que diferenças. Mas temos oferta própria quando o assunto é turismo e isso dá combustível suficiente para se perder (e se encontrar) nos atrativos da porção austral desse imenso continente. O mundo é grande e tem vários destinos interessantes, mas conhecer bem o seu “quintal” é fazer a lição de casa. Hoje é até cafona subestimar o potencial dos países para motivar a vinda de viajantes. Claro que esbarramos em problemas de infraestrutura, temos legislações e entraves burocráticos. E há a óbvia oscilação cambial que desencoraja jornadas para terras mais distantes. Independentemente da motivação, é fato que a época do “Brasil de costas para a América do Sul” ficou para trás, junto com a vergonha de exaltar essa identidade regional. Mais do que uma questão humana, esse é um argumento importante para os negócios. Faz pelo menos dois anos que os números da Organização Mundial do Turismo reforçam essa teoria, com taxas crescentes na visitação dos destinos. Em 2017, o aumento chegou a ser o dobro do registrado na América do Norte. De olho nesse cenário, operadoras e destinos vêm se unindo para capacitar o trade e criar oferta focada no mercado brasileiro. Para fazer a nossa parte e estimular esse ciclo virtuoso, selecionamos pacotes de empresas nacionais nos oito países de maior expressão turística da América do Sul. O resultado você confere a partir da página 18. Outra novidade que deve ser comemorada pelos agentes é a inclusão da Black Friday de Viagens dentro da programação da Abav Expo, feira que acontece entre 25 e 27 deste mês, na capital paulista. No último dia, empresas selecionadas pela organização irão vender roteiros diretamente ao consumidor em um espaço fechado dentro do tradicional evento. Mesmo que sua empresa não esteja contemplada, é fato que todos ganham com essa ação. Ao dar ao cliente o gostinho de ser atendido por um profissional capacitado, a Associação Nacional das Agências de Viagens cria uma dinâmica que privilegia toda a classe. Que o futuro nos reserve mais iniciativas como esta. 6
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ENTREVISTA
Novos tempos fundar no face to face com o cliente? Há muitos caminhos.
MAGDA NASSAR Presidente da Abav Nacional POR CAMILA LUCCHESI
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em gente que não nasceu para ser coadjuvante. Magda Nassar é uma dessas pessoas. Figura conhecida no trade pela combinação de humor peculiar com a expertise de quem atua no Turismo há três décadas, a atual presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) não foge à luta. “Sempre penso que vai dar certo porque eu trabalho muito e ouço diversas pessoas antes de tomar as decisões. É claro que acontecem equívocos, que escolhemos caminhos ruins. Mas daí a gente contorna e volta para o rumo certo. Sou muito tranquila em relação a erros e acertos. Acho que aprendi durante esses anos que nada dá totalmente certo se, em algum momento, não deu um pouquinho errado”, defende. Vice-presidente na chapa vencedora das eleições da Abav para o biênio 2017-2019, Magda ocupa a cadeira deixada por Carlos Palmeira e Geraldo Rocha. Até dezembro, quando termina seu mandato, ela promete fortalecer a associação e retomar o protagonismo do agenciamento dentro da cadeia turística. Um dos caminhos para isso foi a inclusão da Black Friday de Viagens na programação da Abav Expo 2019. Os pacotes foram formulados pela Braztoa, parceira da Abav na realização da feira que acontece no Expo Center Norte, entre 25 e 27 deste mês. Como você avalia o mercado atual de agenciamento? O principal desafio continua sendo de entendimento da função. A maior parte dos empresários e dos trabalhadores de turismo finalmente entendeu que é preciso atuar como consultor, não há mais espaço para ser um mero atendente. Agora é preciso que cada um encontre o seu lugar específico nessa cadeia e saber a real motivação por trás da função. Definir aonde se quer chegar. É segmentação? É nicho? É ter uma grande empresa? Ou participar de uma grande empresa? Partir para soluções mais tecnológicas ou se apro10 Brasilturis
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E em um contexto mais amplo do segmento? Quais são os entraves que a Abav vem tentando solucionar com o poder público? Vários temas são importantes, mas o primeiro é a questão da incidência do imposto de renda sobre remessas de pagamentos a fornecedores no exterior, que voltamos a abordar. A Medida Provisória que zera a taxação [fechada com o governo em um esforço conjunto da Abav Nacional, Braztoa e Clia Brasil] acaba em 31 de dezembro deste ano. Se ele voltar a ser de 25%, o efeito será catastrófico em toda a cadeia do Turismo. O tempo é curto para reverter, mas estamos em Brasília constantemente para isso. Outros assuntos que estamos tratando na capital federal são o Projeto de Lei sobre a taxação de ISS sobre a atividade, a isonomia nas compras governamentais e a Lei Geral do Turismo. Passamos de oito a dez horas correndo de um gabinete para o outro, falando com todas as camadas políticas, desde vereadores até o presidente Jair Bolsonaro, com quem tivemos uma reunião. Isso para conseguirmos apoio de todas as esferas para o Turismo em temas que são recorrentes. Como você está sentindo a receptividade do novo governo? Acho que a gente começou melhor, ouvindo falar mais sobre Turismo e com a sensação que o presidente tinha um olhar voltado para a atividade, um interesse genuíno em recriar dinâmicas para nos atender. Mas existe ainda um problema grande com falta de entendimento e ausência de continuidade dos projetos na esfera política. E a gente fica nessa toada de estar sempre conversando sobre os mesmos temas. Manter o Ministério do Turismo foi uma vitória, mas é preciso entregar resultados. A gente precisa de um corpo técnico fixo, de gente especializada em cargos específicos e, claro, de recursos financeiros. Como se articularam para minimizar o impacto de uma reportagem veiculada com dados negativos sobre a atividade no Brasil? Cada um fala o que acha pertinente, mas é preciso ter embasamento. Disparamos um comunicado ao mercado e conseguimos uma promessa de retratação da emissora. Mas o que me deixa mais triste, mais ainda do
que ver uma rede de televisão afirmar que mais da metade dos brasileiros dispensa o serviço do agente de viagens, é perceber o profissional denegrindo sua categoria. Comentando em rede social que “agente de viagens é assim mesmo”. Tenho uma grande liberdade para falar e fazer o que eu acredito que seja bom para o Turismo. E costumo entrar em contato com essas pessoas para dizer: Vem com a gente! Porque uma agência de viagens sozinha não consegue chegar ao diretor de jornalismo para reverter uma situação como essas. Já as defesas coletivas são mais fortes. Que marca você quer deixar como legado para a Abav? Uma conquista que vou deixar em dezembro é o aumento no quadro de associados, o que já está acontecendo. A gente teve um aumento de mais de 15% em menos de três meses. Presidentes vão e vêm e eles não são as peças mais importantes de uma associação. A chave é o associado, ele é “o cara”. Então, conseguir chegar aos 2,4 mil associados é uma grande vitória. Também quero entregar a melhor Expo de todas, a única feira que é feita pelos agentes e para os agentes e é a maior da América do Sul. Mas meu maior legado será fazer as pessoas entenderem que este profissional é essencial e que é uma posição com muito futuro pela frente. Só é preciso entender qual é o nosso lugar dentro da cadeia. Quais são as principais novidades da Abav Expo para este ano? Além de novos expositores e empresas que retornam, elegemos São Paulo como destino anfitrião. O governo atual tem um olhar especial e sério para o turismo e quisemos aproveitar isso. Vamos fazer campanhas publicitárias conjuntas em emissoras de rádio para impactar o consumidor e criar diversas áreas dentro da Expo, lounges para trabalho e networking, com a marca de São Paulo. A ideia é mostrar a força do estado para o turismo, nos atrativos do litoral, interior, parques temáticos e na gastronomia. Também haverá o lançamento oficial do stopover, com oferta de pacotes que já estão formatados com a Braztoa. A Abav Expo será divulgada por toda a cidade, principalmente por conta da Black Friday de Viagens, que acontece na sexta-feira (27).
Como será a dinâmica de venda dentro do pavilhão? A ideia é começar a falar mais de turismo para o consumidor e mostrar como funciona nosso mercado. Provar como um agente de viagens pode criar uma experiência melhor sendo um curador do roteiro e oferecendo suporte 24 horas. As operadoras Braztoa criaram os pacotes junto aos fornecedores e os agentes vão vender. A cadeia de distribuição será respeitada e os expositores estão avisados que não será permitido fazer venda diretamente nos estandes, eles terão de direcionar os consumidores para o espaço da Black Friday. Teremos, pela primeira vez, cem influenciadores digitais contratados para divulgar as novidades da feira e os pacotes da Black Friday. Só essa ação vai atingir 27 milhões de pessoas sobre a importância de comprar com um agente de viagens. Isso fora a divulgação espontânea e o resultado das campanhas em rádio. Isso cria um ambiente muito positivo e reforça a importância da união de forças por um bem comum. E o espaço colaborativo? Essa foi uma ideia da Jerusa [Hara, responsável pela área de Eventos na Abav Nacional] e foi um sucesso de vendas. Destinamos uma área com estandes menores, com metragens entre quatro e 25 metros quadrados, para que todos pudessem participar. Teremos um mix de pequenas empresas em diversos ramos de atuação participando pela primeira vez de uma feira. Nosso trabalho é conjunto e eu tenho a valiosa ajuda da Fátima [Gatoeiro, responsável pela Comunicação] e da Beatrice [Borges, líder em Capacitação e Relações Institucionais], além da Jerusa. Trouxemos temas atuais para a programação da Vila do Saber, espaço que continua dividido em cinco arenas e com o objetivo de mostrar ao agente de viagens essa nova era nos eixos da tecnologia, gestão, mercado, digital e transformação. Nós acreditamos nisso e achamos que é algo dessa gestão, que veio junto conosco. E essas ideias novas foram sendo aceitas de forma natural. Um dos exemplos é o painel que vai tratar de racismo, transfobia e gordofobia no Turismo. Esse será o melhor debate de todos e abraçamos essas defesas com o maior orgulho. Sinto que estamos conseguindo rejuvenescer a Abav.
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AVIAÇÃO
“Estamos só começando” POR CAMILA LUCCHESI
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m 29 de agosto, o saguão principal do aeroporto de Congonhas (SP) amanheceu enfeitado por balões. A decoração marcou a estreia da Azul na ponte aérea Rio-São Paulo, evento que contou ainda com música ao vivo e discurso de John Rodgerson, presidente da companhia. “Chegamos! Viva a concorrência! Lutamos quase onze anos para entrar nesse mercado forte e estamos muito felizes com essa conquista. O preço vai baixar e a qualidade vai aumentar”, disse o executivo. Com entusiasmo, Rodgerson recepcionou os passageiros que embarcavam no primeiro voo para o aeroporto Santos Dumont (RJ), que decolou da capital paulista às 7h30, e ainda ajudou os comissários durante o serviço de bordo. Toda a diretoria e parte do staff participaram da ação que movimentou o aeroporto paulistano em torno da rota, considerada a mais importante do País e a quarta maior do mundo. A participação da Azul está confirmada até março de 2020, de acordo com uma decisão da Agência Nacio-
nal de Aviação Civil (Anac) em relação à redistribuição dos slots da Avianca Brasil, em processo de recuperação judicial. A operação na rota será exclusivamente feita pela Azul até 21 de setembro deste ano, em função das obras na pista principal do aeroporto carioca que impedem a chegada de aeronaves que compõem a frota da Gol e da Latam. Em entrevista na sala de embarque, o presidente da Azul reforçou o compromisso com o desenvolvimento do turismo nacional, reforçando que o aumento da concorrência beneficia consumidores e tripulantes. “Os brasileiros viajam pouco e isso tem de mudar. É preciso atacar os custos do Brasil para ter mais pessoas viajando e aumentar a concorrência é um dos caminhos para isso”, defende. Dados de órgãos oficiais da aviação apontam que o número de voos domésticos per capita no Brasil é de apenas 0,5 – o que quer dizer que cada brasileiro viaja “meia vez” por ano. No México e na Colômbia, essa taxa chega a 0,7; no Chile é de 1,2; e, nos Estados Unidos, 2,6.
Rodgerson reforça que a chegada de companhias ultralow costs não afeta a estratégia da Azul. “Elas não voam dentro do Brasil, mas trazem os passageiros para cá. Ter novas companhias é saudável para os negócios e nos permite transportar mais gente dentro do País. As pessoas viajam mais quando há conectividade e nós vamos continuar destinando pontos para fortalecer nossos hubs e ampliar a malha”, pontua. Segundo ele, a Azul irá lançar de seis a oito novos destinos por ano até 2024. INVESTIMENTO EM FROTA Outra frente que faz parte da estratégia de expansão da Azul é a renovação da frota, impulsionada pela recente alta do dólar que pode prejudicar o efeito positivo do aumento de competitividade, já que, segundo Rodgerson, 65% dos custos fixos da aérea são atrelados à moeda norte-americana. “Isso está nos obrigando a trazer aviões mais econômicos, para reduzir custos com com-
John Rodgerson, presidente da Azul
bustíveis”, argumenta. Rodgerson enfatizou o investimento de US$ 1,5 bilhão em 30 aeronaves que serão entregues até 2021. Neste ano, chegarão seis Embraer 195 E2 - configurados com 136 assentos - e outros 15 do mesmo modelo estão previstos para serem entregues ao longo de 2020, além dos cinco A320neo que serão incorporados à frota em fevereiro do ano que vem. A companhia segue utilizando aeronaves E1 da fabricante brasileira entre Congonhas e Santos Dumont e, em novembro, deve incluir os E2 na rota. Jatos da Airbus irão percorrer o trecho a partir de março, apenas nos horários de maior fluxo, já que têm 44 assentos a mais, acomodando até 180 passageiros. “Vamos alternar as aeronaves na rota, de acordo com a demanda que varia no decorrer do dia. Estamos só começando”, diz.
Conexão latino-europeia POR FELIPE LIMA
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oportunidade de fortalecer ainda mais os laços entre América do Sul e a Europa foi ampliada com o início da operação aérea que liga Puerto Iguazú (Argentina) a Madri (Espanha), iniciada pela Air Europa, em 23 de agosto. Com a inclusão desta conexão, a aérea acumula um total de 23 destinos nas Américas. Serão duas frequências semanais, inicialmente realizadas por um A330, que transporta até 299 passageiros. A ligação entre Puerto Iguazú e Madri é direta; no retorno a aeronave realiza uma parada estratégica em Assunção (Paraguai), antes de seguir para o destino argentino. A partir de outubro, a aeronave será substituída por um B787 Dreamliner, que permitirá reduzir 40 minutos no tempo de voo. “Essa rota demonstra a contínua aposta da empresa, conectando ainda mais a Europa com o Mercosul”, disse María José Hidalgo, CEO da Air Europa, durante o evento de lançamento. “Continuaremos buscando ampliar as oportunidades para os 12 Brasilturis
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viajantes, contando cada vez mais com o investimento de outras companhias aéreas”, declara Maurício Macri, presidente da Argentina. Hugo Passalacqua, governador da Província de Misiones, vai além e cogita a possibilidade de ligações aéreas com o Brasil. “Queremos conectar Puerto Iguazú a Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, além de Santiago, no Chile, e outros pontos da Argentina, como Mendoza e Rosário”, completa. BOA ACEITAÇÃO
José María Arrua (Turismo de Misiones), Isabel Maria Oliver Sagreras (Turismo da Espanha), Gustavo Santos (Turismo de la Nación), Lisandro Menu Marque (Globalia) e Miguel Angel Uriondo (Air Europa)
companhias antes de iniciar um voo regular. “Há momentos em que é necessário se arriscar. Ninguém cresce vendendo o que já se oferta no mercado”, avalia Marque. Além da nova conexão argentina, a Air Europa também vem investindo no mercado brasileiro com a ampliação da malha aérea, após ter se
tornando a primeira estrangeira autorizada a operar voos domésticos. O diretor de Expansão adianta que mais novidades podem ser esperadas pelos viajantes do Brasil, como a rota entre Madri e Fortaleza (CE), que começa em 20 de dezembro. “A Região Sul também é um mercado que estamos de olho”, finaliza.
As vendas dos bilhetes aéreos da rota foram iniciadas no primeiro semestre e, de acordo com Lisandro Menu Marque, diretor de Expansão da Globalia, a taxa de ocupação das CONFIRA OS DETALHES DA NOVA OPERAÇÃO (EM HORÁRIOS LOCAIS): aeronaves chega FREQUÊNCIA ORIGEM SAÍDA DESTINO CHEGADA ESCALA a uma média de 80%. A nova opeSegundas Madri 1h40 Puerto Iguazú 11h20 Assunção ração não passou Segundas Puerto Iguazú 12h30 Madri 4h40 Sem escala por um período de Sextas Madri 1h50 Puerto Iguazú 11h Assunção teste como ligação sazonal – estratégia Sextas Puerto Iguazú 12h50 Madri 5h Sem escala adotada por muitas
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PUBLIEDITORIAL
Como conciliar viagens e sustentabilidade? A aviação une pessoas, economias e culturas, e impulsiona o crescimento econômico, mas há responsabilidade sobre o futuro das viagens
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setor de transporte aéreo é hoje a maneira mais ágil de unir pessoas e promover o intercâmbio de cidadãos pelo mundo, a lazer e a negócios. A Air France e a KLM agem com responsabilidade para satisfazerem as expectativas tanto de clientes e colaboradores quanto de agentes de viagens, operadoras e consolidadoras, ao mesmo tempo em que conciliam o crescimento constante das operações no Brasil e no mundo com a proteção ambiental e o desenvolvimento de seus hubs e destinos. Empresas enviam seus colaboradores ao mundo em busca de clientes, parceiros e fornecedores, para impulsionar seus negócios. As companhias aéreas correspondem atualmente por cerca 2% das emissões de CO2 na atmosfera – as expansões aumentarão esse impacto no futuro não tão distante. O Grupo Air France-KLM é pioneiro no trato de questões sociais e ambientais há anos, tendo sido líder entre as companhias aéreas mais sustentáveis do mundo pelo
Índice de Sustentabilidade Dow Jones por 12 anos consecutivos – renovação de frota, uso de biocombustíveis em larga escala e redução de emissão de CO2 são algumas das iniciativas, cada vez mais aprimoradas. Escolher a opção mais sustentável para estes deslocamentos é, portanto, crucial. VOAR COM RESPONSABILIDADE – Fly Responsibly é um programa da KLM cujo compromisso é assumir a liderança na criação de um futuro mais sustentável para a aviação. Sua introdução busca conscientizar o mundo sobre esta responsabilidade compartilhada hoje para um amanhã mais sustentável. USO DE BIOCOMBUSTÍVEIS – Atualmente, a forma mais eficaz ao combate ao CO2 é o uso de biocombustível, que reduz as emissões de CO2 de cada voo em até 85%. Em 2009, a KLM começou com o desenvolvimento de combustível sustentável. Em
2011 fez o primeiro voo comercial com biocombustível. No ano seguinte, lançou o Programa Corporativo de Biocombustível, para empresas. Hoje usa 57 vezes mais biocombustível do que em 2011, mesmo com uma produção ainda muito abaixo da demanda. Em breve inaugurará a primeira usina de tipo na Holanda em parceria com o SkyNRG, para desenvolver opções com óleo de cozinha usado e resíduos de outras indústrias. PEGADA DE CARBONO E REFLORESTAMENTO – A KLM oferece o serviço CO2ZERO para compensar a participação individual dos clientes nas emissões de CO2 do voo. A KLM se compromete a reverter as contribuições dos passageiros em ações de reflorestamento, como no Panamá, onde somente em 2018, 312 hectares (mais de 400 campos de futebol) de floresta tropical foram plantados. Os projetos de redução de CO2 têm a certificação de sustentabilidade do Gold Standard e
também promovem a mão-de-obra local. Eliminação de plástico em voos Air France – Até o final de 2019, a Air France eliminará 210 milhões de itens de plástico de uso único, para serem substituídos em todos os voos por alternativas mais sustentáveis. Os produtos são feitos de biomateriais em vez dos descartáveis de plástico – serão 100 milhões de copos de papel, 85 milhões de talheres à base de biomateriais e 25 milhões de mexedores de bebida de madeira. Essas inovações resultarão na eliminação de 1.300 toneladas de plástico. Conheça as iniciativas do Grupo Air France-KLM para diminuir o impacto ambiental. Aproveite também para se cadastrar no Agent Connect e receber mensalmente as novidades das companhias sobre produtos e serviços, notícias e instruções comerciais, além de políticas de reservas. Há também um chat para esclarecer suas dúvidas. Acesse AGENTCONNECT.BIZ.
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Parada estratégica
POR LUCAS KINA
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Gol Linhas Aéreas anunciou, em 21 de agosto, o serviço de stopover para clientes que fizerem conexão nos aeroportos paulistas de Congonhas, Guarulhos e Viracopos. Os passageiros que quiserem fazer uma parada intermediária poderão permanecer na cidade, sem custo adicional, por até duas noites. O lançamento faz parte do programa “São Paulo Para Todos”, do Governo de São Paulo, e foi lançado em três fases. A primeira etapa foi o a inclusão da operação no site Voe Gol. “É o principal canal de vendas diretas da companhia, com de 15 milhões de acesso por mês”, disse Paulo Kakinoff, presidente da Gol, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Em novembro, a empresa começa a comercialização do stopover para agências, tanto na versão mobile do site quanto no aplicativo Voe Gol e no Voe Biz, site dedicado para pequenas e médias empresas. Por fim, já em 2020, a última das três fases será a expansão global do serviço. Assim, a operação estará em todos os canais da Gol, além de parceiros comerciais - como agências de viagens - e estratégicos - Air France e KLM.
Vinícius Lummertz, secretário de turismo do estado de São Paulo, reforçou que é preciso colocar a conectividade aérea como prioridade para que novos projetos de stopover sejam criados no futuro. “O turismo paulista cresceu 7,7% no último mês. Isso pode ser explicado pela ação conjunta realizada por empresas do turismo e órgãos do setor público”, afirmou. Lummertz explicou, ainda, que outras companhias foram convidadas para realizar o stopover em São Paulo. “Temos dez aéreas que estão analisando nossa proposta. Por enquanto, a Gol é a única com o serviço”, encerrou.
Raul Sulzbacher (Visite São Paulo), Vinicius Lummertz (Secretaria de Turismo de São Paulo), João Dória (Governo de São Paulo), Paulo Kakinoff (Gol), Eduardo Sanovicz (Abear) e Gustavo Figueiredo (GRU Airport)
CONFIRA REGRAS PARA USO DO STOPOVER • Válido para reservas envolvendo voos Gol domésticos ou internacionais; • Serviço disponível no site, nas lojas Voe Gol e na Central de Atendimento; • No ponto de stopover, será permitido envolver somente um aeroporto. Ou seja, se o cliente desembarcou em Congonhas, deverá prosseguir a viagem reembarcando pelo mesmo aeroporto; • Será permitido apenas um stopover, na ida ou na volta, por passageiro e por reserva; • A parada tem de durar pelo menos 12 horas e o cliente deve pernoitar na cidade, embarcando no dia seguinte; • O tempo máximo é de duas noites a contar do momento do desembarque no aeroporto de conexão.
Ares renovados POR LUCAS KINA
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Latam entregou, oficialmente, o primeiro Boeing 777300 totalmente renovado. A aeronave, que faz parte do plano de retrofit da companhia, avaliado em US$ 400 milhões e anunciado em outubro de 2018, já está em operação na rota Santiago (Chile) – Guarulhos (SP) – Madri (Espanha) desde meados de agosto com novas cabines econômica e premium business, além de novos serviços de bordo. Outros US$ 100 milhões serão destinados para novas estruturas e serviços, que complementam a verba destinada para a reforma das aeronaves da companhia aérea. O Brasil estreia a fase de aperfeiçoamento, que deve se estender para toda a América Latina pelos próximos dois anos. Isso, de acordo com Enrique Cueto, CEO da Latam, passa pela confiança da empresa 16 Brasilturis
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no mercado local. “Acreditamos na força do País, principalmente na movimentação de voos internacionais”, afirmou. Cueto citou o Aeroporto de Guarulhos (SP) como peça-chave para o setor aéreo brasileiro. “Todas as cidades sul-americanas se conectam por aqui”, disse. Questionado a respeito do tipo de serviço de bordo oferecido, o executivo resumiu o processo. “A ação consiste em segmentar por categorias e permitir que todos escolham o melhor serviço para si. O passageiro que paga mais terá um serviço à altura e aqueles que desejam pagar menos também serão lembrados”, explicou. GRANDES MUDANÇAS As novidades na premium business são assentos full flat, que se
Paulo Miranda, Enrique Cueto e Jerome Cadier (Latam)
tornam cama; e telas de 18 polegadas para entretenimento de bordo. Além disso, com layout 1-2-1, todas as poltronas possuem acesso ao corredor. Para maior privacidade, o passageiro terá opção de utilizar o dispositivo “Não Perturbe”. No caso das cabines econômicas, a renovação aconteceu no estofado e nas tomadas USB das poltronas, que, por sua vez, ganharam
mais espaço com a linha Latam+. Nos serviços, o passageiro dessa categoria terá embarque prioritário e área reservada para bagagens. “Esse é um investimento de mais de R$ 2 bilhões que mostra nosso comprometimento com a experiência de viagem. Estamos confiantes que será fantástico”, apontou Paulo Miranda, vice-presidente de clientes do Grupo Latam.
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AGÊNCIAS E OPERADORAS
Viva a América (do Sul)! Região tem fomento contínuo e cresceu, em 2017, o dobro do registrado na América do Norte, segundo a Organização Mundial de Turismo
POR ANA AZEVEDO, FELIPE LIMA E LEONARDO NEVES
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esde meados desta década, o mercado sofre com aumentos expressivos na cotação do dólar. A situação resulta, consequentemente, em queda no fluxo de turistas para destinos impactados pela oscilação cambial. Viajar, no entanto, não deixou de fazer parte da cultura dos latino-americanos - inclusive os brasileiros - que, além de apostarem no turismo doméstico, decidiram explorar mais os atrativos de países vizinhos. Um estudo realizado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em 2017, demonstra o acréscimo de 28,5% de viajantes do Brasil embarcando para a região. Este crescimento no fluxo de turistas da América do Sul também foi comprovado em uma pesquisa da Organização Mundial de Turismo (OMT), divulgada em 2018. De acordo com a análise, a região contou com acréscimos de 8% na chegada de visitantes – o dobro do que foi registrado pela América do Norte no mesmo período –, totalizando 36,7 milhões de turistas, em comparação a 2016. Além disso, houve aumento de 2% na receita gerada pelo setor em 2017, frente ao ano anterior, chegando a US$ 29,2 bilhões. “Na América do Sul, o alavancamento se manteve contínuo em 2017. Viagens de saída da Argentina e a recuperação do Brasil alimentou 18 Brasilturis
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América do Norte Turistas Receita
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Receita América do Sul Turistas Receita
Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT, 2017)
o crescimento nos destinos vizinhos. A elevação de dois dígitos nas chegadas foi registrada no Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai”, analisa o estudo da organização. Entre os países que mais se destacaram no período, estão Argentina, que recebeu 6,7 milhões de turistas durante o ano, seguido pelo Brasil, que ficou logo atrás com 6,5 milhões, e Chile, com 6,4
milhões. Marx Beltrão, que, naquele período, ocupava o cargo de ministro de Turismo, avaliava o cenário como oportuno e otimista para ações turísticas brasileiras em união com esses países, fortalecendo, assim, a aliança com Argentina e Paraguai. “Os dados comprovam um crescente interesse pelo continente e seus variados atrativos. Além do Brasil + Turismo, pacote de me-
didas para fortalecer o setor de viagens, temos discutido com países vizinhos a promoção conjunta de destinos no exterior e a implementação de ações que facilitem a circulação de visitantes pelos países do Mercosul”, detalha. No ano passado, o crescimento do turismo sul-americano se mostrou mais tímido, chegando a 1% na entrada de viajantes e subindo 3% em receitas, segundo dados da OMT. Para 2019, a expectativa é que, em âmbito global, o Turismo cresça entre 3% e 4% e, segundo Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro de Turismo, o Brasil continua no radar deste aumento. “Nosso trabalho, a partir de agora, é criar recursos para o incremento da competitividade e incentivo à inovação em todas as atividades da cadeia produtiva. Com um novo ambiente de negócios, teremos um mercado de viagens mais acessível, gerando empregos, renda e desenvolvimento”, prevê. PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL Mas afinal, quem são esses visitantes? De acordo com a pesquisa “Mais Experiência: A Busca do Consumidor por Experiências de Viagem”, realizada pela Euromonitor, Estados Unidos e Canadá são os principais mercados, com aumento médio anual de 7,8%
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AGÊNCIAS E OPERADORAS e 4,3%, respectivamente, entre 2012 e 2017, se os próprios latino-americanos não forem levados em conta. Esse movimento se dá pela proximidade com o México, que possibilita uma fácil transição para os países latinos. Em seguida estão os europeus – França, Reino Unido, Espanha, Alemanha, Itália e Holanda –, que procuram por experiências exóticas e relativamente mais em conta. No entanto, o maior aumento é registrado pela China, com acréscimo de 10% na participação de visitantes nos países latino-ameri-
canos, totalizando 186 mil turistas - o que se dá, principalmente, pelo perfil corporativo, que se aproveita da ascensão da classe média chinesa disposta a gastar, inclusive com viagens. De acordo com o relatório, a expectativa é que haja um aumento de 20,7% no número de turistas para toda a América Latina até 2022, na comparação com números de 2017. O ano deve fechar com 125,5 milhões de visitantes na região, injetando de US$ 111,3 bilhões nos países. É óbvio que Argentina, Chile,
Mendoza
ARGENTINA
Capital: Buenos Aires Extensão: 2.780.000 km² Moeda: Peso argentino (R$ 0,073)* Considerado um dos destinos mais procurados do mundo, neste ano, a Argentina bateu recorde de movimentação turística. Segundo o estudo Hotel Occupancy Survey (EOH), realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa da República Argentina (Indec), em junho, o país teve 1,4 milhão de turistas, o que representa 10,7% a mais que o mesmo período do ano passado. Contudo, 78,7% do total destes viajantes são residentes do país e representam mais de um milhão de reservas preenchidas na rede hoteleira. O número de estrangeiros cresceu 22,6%, ocupando, aproximadamente, 300 mil vagas dos hotéis. Córdoba, Cuyo e o litoral norte foram os destinos mais buscados, superando a quantidade de público recebida no mesmo período de 2018. Dentre os principais mercados, 20 Brasilturis
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os dados do primeiro bimestre de 2019 destacam o Brasil com aumento de 30,4% turistas chegando em Buenos Aires. Muito desse movimento tem a ver com a crise pela qual o país vem passando, com desvalorização recorde do peso, que favorece a volta dos brasileiros. Em seguida, estão os europeus, que representam um crescimento de 18%, e o Chile, que fecha o ranking com um acréscimo de 34,5%. Quem leva? Se seu cliente deseja conhecer a Argentina, a Trend Viagens possui opções para ele. Com destino a Mendoza, os pacotes variam, incluindo hospedagens entre três e cinco estrelas. O período de estada é de quatro noites com café da manhã incluso. Há também o serviço de transporte na ida e na volta para o aeroporto e um tour de bicicleta pelas vinícolas da região. À parte, os turistas podem realizar um passeio na Alta Montanha e no Cañon del Atuel. As ofertas são válidas para o mês de dezembro, com exceção do Natal e Réveillon.
Peru, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Bolívia e Equador – nossos vizinhos que mais se destacam na oferta turística - estão de olho neste oportuno cenário, assim como as operadoras de viagens brasileiras, que vêm oferecendo produtos aptos a atender as crescentes demandas. Confira, nas próximas páginas, os números mais recentes e as expectativas de cada um dos oito países, além de sugestões de roteiros que podem ser ofertados aos seus clientes que não abrem mão de ter uma experiência internacional.
BOLÍVIA
Capital: La Paz Extensão: 1.099.000 km² Moeda: Boliviano (R$ 0,59)* A Bolívia é um dos destinos mais peculiares da América do Sul. O Salar de Uyuni é um dos atrativos turísticos mais conhecidos e preferência dos turistas internacionais em viagem ao país. No local, os viajantes podem realizar excursões de maio a outubro, quando a superfície branca endurece e ganha formas hexagonais ao se quebrar, e explorar a vastidão do solo composto de sal ao longo de dias. Contudo, o destino não está na lista de mais populares entre os brasileiros que fazem turismo na América do Sul. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas da Bolívia (INE), em seu estudo mais recente, datado de 2017, o Brasil aparece na quinta posição entre as nações que mais realizam viagens ao território boliviano. Em 2017, 99 mil brasileiros visitaram o país, número menor que o da Alemanha (1,26 milhão); Argentina (474 mil); Peru (266 mil); e Chile (108 mil). Porém, apesar da colocação, o Brasil cresceu no comparativo com 2016, quando emitiu 86,4 mil viajantes para o destino. O Brasilturis procurou o consulado da Bolívia no Salar de Uyuni
AMÉRICA DO SUL Argentina: 6,7 milhões Brasil: 6,5 milhões Chile: 6,4 milhões Colômbia: 4 milhões Peru: 4 milhões Uruguai: 3,7 milhões Bolívia: 2,6 milhões Equador: 1,6 milhão Paraguai: 1,5 milhão Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT, 2017)
Brasil para conhecer dados mais atualizados da oferta local e as expectativas até dezembro deste ano. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta. Quem leva? A Schultz oferece o roteiro “Bolívia Cultural”, com passagem por La Paz, Colchani e o Salar de Uyuni, com duração de seis dias. O pacote ofertado aos agentes de viagens inclui traslados privativos de ida e volta entre o aeroporto e o hotel, duas noites de hospedagem no destino com café da manhã incluso e um city tour. Também está no pacote uma extensão até Copacabana, uma cidade no litoral boliviano, com o traslados de ida e volta da capital boliviana, passeio em catamarã pelo Lago Titicaca, almoço incluso e visitas à Isla del Sol, Complexo Cultural Inti Wata e Palácio Inca de Pilkokaina a bordo do barco tradicional de junco. Em seguida, os viajantes partem para o Hotel de Sal em Uyuni, onde ficarão duas noites e poderão aproveitar um tour privativo de dia inteiro ao Salar. O translado entre La Paz está incluso, bem como almoço e visitas ao cemitério de trens, vila Colchani, Playa Blanca, Ojos de Sal e Isla Incahuasi. Tour pelo vulcão Tunupa, caverna das Múmias Coquesa e a caverna Chiquini também compõem o roteiro.
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AGÊNCIAS E OPERADORAS Base de las Torres del Paine
CHILE
Capital: Santiago Extensão: 756.950 km² Moeda: Peso chileno (R$ 0,0057)* O mercado chileno registrou a chegada de 5,7 milhões de turistas internacionais em 2018. Destes, cerca de 10% vêm do Brasil, que enviou 591,4 mil viajantes, um acréscimo de 6,9%
COLÔMBIA
Capital: Bogotá Extensão: 1.142.000 km² Moeda: Peso colombiano (R$ 0,0057)* O Brasil é, atualmente, o terceiro maior mercado da Colômbia, ficando atrás dos Estados Unidos e da Argentina. Ao todo, segundo a Procolombia, o destino recebeu cerca de 4,1 milhões de estrangeiros no ano passado e quer atingir 4,4 milhões até o fim de 2019. Os dados são diferentes dos mais de 6 milhões de estrangeiros anunciados no fim do ano passado. A explicação é uma mudança na metodologia aplicada pelo novo governo colombiano, que passou a considerar como visitantes estrangeiros apenas os países que não fazem fronteira direta com a Colômbia, além de excluir da conta os colombianos que moram fora e visitam o país. “O atual governo da Colômbia quer impulsionar ainda mais o turismo e, quando identificamos dois países com tantas coisas em comum, tendo apenas a língua como grande diferencial, vemos um grande potencial emissor”, afirmou Nicolás Casasfranco, diretor da Procolombia. Quem leva? Para viajar para a Colômbia, uma das opções é o pacote especial da New Age, com saída a partir de 30 de setembro. Na 22 Brasilturis
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comparado a 2017. A presença gerou a injeção de US$ 452,5 milhões e a consolidação do País como o segundo principal mercado emissor para o Chile, atrás somente dos Estados Unidos. A expectativa é fechar este ano com 600 mil brasileiros visitando os atrativos. Entre dezembro de 2017 e março de 2018, houve a captação de 2,7 milhões de estrangeiros, demonstrando um alavancamento de 19,7% de brasileiros e de 16,5% de uruguaios. Além disso, também houve um crescimento de 3,7% no número dos turistas dos Estados Unidos, aumento de 8,3% das origens na Inglaterra, e, claro, a visitação chinesa, que subiu 32,4%. “Estamos otimistas pelos resultados da temporada, já que as chegadas de viajantes de nossos mercados prioritários aumentaram. Nossa estratégia estará focada em aumentar a receita e isso não acontece só com o aumento de visitantes, mas também com a elevação no período de permanência”, comenta Andrea Wolleter, diretora nacional do Serviço Nacional de Turismo (Sernatur) do Chile. Neste primeiro semestre, já é notável um crescimento – ainda que tímido - de brasileiros no país. O aumento foi de 1,1%, representando 327 mil visitantes do Brasil. Estima-se que o País tenha enviado 80 mil turistas ao destino chileno apenas no mês de julho, 6% a mais na comparação com o mesmo ínterim do ano pas-
sado. “Esperamos que este ano, mantenhamos essa tendência de incremento na chegada de turistas brasileiros”, afirma a diretora. O Brasil é uma das principais apostas do destino. Prova disso é o investimento em promoções turísticas. Dos US$ 14,1 milhões previstos para ações internacionais do Chile, US$ 2,6 milhões serão exclusivos para campanhas brasileiras. A baixa temporada é considerada uma das mais importantes para o Chile, quando o assunto é o visitante brasileiro, concentrando 39% das chegadas anuais no terceiro trimestre. Os viajantes gastam, em média, US$ 102,3 por dia - 1,5 vezes mais do que os argentinos e o dobro do que gastam os europeus. O principal motivo das viagens são férias e lazer, com permanência média de oito noites. Os pontos turísticos que mais atraem os visitantes são Santiago, Valparaíso/Viña del Mar, vinícolas, Patagônia e Parque Nacional Torres del Paine, San Pedro de Atacama e os destinos da região de Los Lagos. Essas experiências se complementam ainda mais no inverno, com a temporada do turismo de neve. Quem leva? Quando o assunto é Chile, a CVC oferece experiências completas para os viajantes. Com duração de seis dias, o roteiro “Brasileiros em Atacama e Santiago” inclui guia que fala português, transfer de ida e volta entre o aeroporto e o hotel em todas as cidades e hospedagem, sendo quatro dias em San Pedro de Atacama e dois em Santiago. Os turistas podem aproveitar tours ao Vale da Lua, ao Salar de Atacama e Tocanao, além de passeio panorâmico em Santiago e visita à vinícola Concha Y Toro, com degustação exclusiva de vinhos.
Cartagena
oferta da operadora, com duração de oito dias, o turista contará com aéreo de ida e volta com a Copa Airlines em classe econômica, seguro-viagem e traslados – alternados entre privativos e regulares –, entre outros. O pacote inclui, ainda três noites de hospedagem em Cartagena com
regime de alimentação selecionado pelo cliente, meio dia de visita panorâmica à cidade em serviço regular e com guia local em espanhol, além de três noites de hospedagem em cidade de San Andrés, onde os viajantes também fazem visita panorâmica pelo destino.
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Quito
AGÊNCIAS E OPERADORAS EQUADOR
Capital: Quito Extensão: 283.560 km² Moeda: Dólar americano (R$ 4,06)* O Equador é um país que preserva a sua história. Não é à toa que a capital, Quito, recebeu o título de primeiro patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, em setembro de 2018, quando a entidade reconheceu o centro histórico do município como um dos mais conservados do mundo. Em números, o turismo representou 2% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do Equador em 2018, quando 2,53 milhões de turistas nacionais e internacionais cerca de US$ 1 bilhão na economia equatoriana. No ano passado, o Equador recepcionou 2,28 milhões de viajantes estrangeiros, um crescimento exponencial se comparado ao 1,46
milhão de turistas de outros países recebidos em 2017, segundo dados do ministério do turismo local. Os cinco maiores emissores para o Equador são a Venezuela (944 mil); Estados Unidos (462 mil); Colômbia (291 mil); Peru (144,5 mil); e Espanha (143,9 mil). O mercado brasileiro não conta com dados tão animadores e está longe de figurar entre os cinco maiores – também pela questão cambial. Em 2017, cerca de 20 mil turistas do Brasil visitaram terras equatorianas. Em 2018, houve um crescimento, mas longe de surpreender. No ano passado, apenas 21 mil viajantes do País escolheram o Equador como destino de férias. Quem leva? Para viagens ao Equador, a Flytour Viagens conta com um pacote especial, chamado “Passo a Passo”, que inclui passa-
gens por Quito, Riobamba e Guayaquil, com saídas às segundas-feiras até 9 de dezembro. O roteiro da operadora tem duração de sete dias e inclui somente o terrestre, com três noites de hospedagem em Quito e duas noites de hospedagem em Guayaquil, ambas com café da manhã, além de uma noite em Riobamba, com traslado de chegada e saída. Um city tour na capital equatoriana também está no roteiro, bem como uma excursão ao mercado de Ota-
valo, um passeio pela Avenida dos Vulcões com breve visita ao Parque Nacional Cotopaxi, além de excursões de trem entre Alausi e Sibambe, passando por Nariz del Diablo, um ponto onde a linha férrea faz o contorno em uma das montanhas mais famosas da região, e oferece o traslado terrestre até Guayaquil, onde os turistas passam na rota da Fazenda de Cacau e Banana. O pacote também conta com city tour na cidade e oferta de assistência viagem internacional.
Jesús y Trinidad
PARAGUAI
Capital: Assunção Extensão: 406.752 km² Moeda: Guarani (R$ 0,70)* Considerado um dos destinos mais buscados na América do Sul para compras, o Paraguai, além do atrativo comercial, contém uma variedade de roteiros turísticos. Desde 2008, a Secretaria Nacional de Turismo possui um plano de ação para incentivar o setor e fortalecer a economia. Seguindo tendências mundiais, o país tem investido no turismo sustentável, permitindo que, agora, os visitantes possam conhecer o estilo de vida de comunidades originárias paraguaias, sua cultura e produções artesanais. Segundo relatório da Organização Mundial de Turismo (OMT), em 2017 o país cresceu 7,7% na recepção de viajantes, representando um salto de 1,3 milhão para 1,5 milhão. Dentre as rotas promovidas, os circuitos religiosos se destacam. Quem leva? Ao longo de cinco dias, o roteiro “Brasileiros no Caminho Jesuíta”, criado pela CVC, disponibiliza guia falando português e contempla passeios panorâmicos em Assunção e Encarnação. Estão inclusas, também, visitas às igrejas de Yaguarón, São Cosme e Damião, museus jesuítas de San Ignacio Guazu e as missões jesuíticas de Jesús y Trinidad e San Ignacio Mini. As estadas nos hotéis se divide em duas noites em Assunção, além de diárias em Encarnação, com café da manhã e transporte para o hotel e aeroporto inclusos. 24 Brasilturis
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AGÊNCIAS E OPERADORAS PERU
Capital: Lima Extensão: 1.285.000 km² Moeda: Novo sol (R$ 1,22)* O Peru é um dos destinos que mais cresceram em volume de turistas nos últimos anos. Em 2018, o país recebeu 4,42 milhões de turistas internacionais, um aumento de 10% em relação a 2017 – o crescimento acumulado de 2014 a 2017 foi de 37%. Os dados consolidam o turismo como a terceira maior atividade econômica do território peruano, depois da mineração e do agronegócio, gerando US$ 4,89 milhões de divisas ao ano. Dentre os principais emissores de viajantes para o destino estão o Chile, Estados Unidos, Equador, Colômbia e Argentina. O Brasil aparece na sexta posição, com 177,7 mil visitantes que passaram pelas principais cidades do Peru no último ano. A Promperú, órgão de promoção turística do país, apontou que os viajantes do Brasil passam, em média, dez dias no destino, com gasto médio de US$ 1.069 por pessoa. Outro dado interessante é que 51% dos brasileiros que viajam ao Peru fazem parte da geração
millennial – pessoas nascidas entre 1981 e 1996. Segundo Milagros Ochoa, diretora da Promperú no Brasil, de 2012 a 2018, o destino registrou crescimento acumulado de 19% no volume de turistas brasileiros e as expectativas são boas para 2019. “Considerando as variantes mercadológicas e as oscilações econômicas de 2019, acreditamos que 186 mil brasileiros visitarão nosso país, aproximadamente 5% de crescimento”, destacou. A executiva ainda exaltou o trabalho de promoção do destino, que tem feito diferentes ações em conjunto com o Escritório Comercial do Peru no Brasil, e destacou as participações nas principais feiras e eventos, além da realização da sétima edição do evento gastronômico Peru Week. “Estaremos na Abav com o tema Turismo Vivencial. Será importante a presença para reforçar a promoção e fortalecer a cadeia de distribuição do Turismo no Brasil entre as operadoras brasileiras e as agências de viagens”, defende. A recente realização dos jogos Pan-americanos e Parapan-Americanos em Lima foi um dos maiores destaques do destino em 2019, considerada um marco pela executiva. “Esse importante evento esporti-
URUGUAI
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vo deixou nosso país na vitrine do mundo e nos permitiu apresentar toda a riqueza da nossa cultura, herança milenar, tradições, gastronomia e atrativos turísticos”, conclui. Quem leva? O roteiro “Inca Cores e Sabores Milenares” da Flot Viagens oferece aos agentes de viagens um pacote de oito dias que começa em Lima. A capital peruana ocupa três dias inteiros da programação, que inclui visita aos principais pontos turísticos, incluindo o Museu Larco, degustação de Pisco Sauer, em Pueblo Libre, jantar com shows de
Plaza independencia
Capital: Montevideo Extensão: 176.215 km² Moeda: Peso uruguaio (R$ 0,11)* Durante 2018, 3,7 milhões de visitantes estrangeiros entraram no Uruguai - 228,8 mil a menos que no mesmo período de 2017, quando houve um recorde na chegada 4 milhões de visitantes, se levado em conta aqueles que entraram por via marítima. A receita gerada pelos estrangeiros em serviços de turismo no ano passado foi de US$ 2,15 bilhões, o que representou uma redução de 7,7% em relação ao mesmo período de 2017, quando foi de US$ 2,33 bilhões, com despesa média de US$ 580,50 por pessoa, segundo dados do Ministério do Turismo do Uruguai. Seguindo a tendência de queda no fluxo turístico, o volume de brasileiros no destino também caiu em 2018. No último ano, 466 mil viajantes do Brasil escolheram passar as férias no país vizinho, um número 7,5% menor que o mesmo período de 2017, quando eram 504 mil. Para 2019, a expectativa é alcançar a
Machu Picchu
marca de 500 mil brasileiros. No primeiro semestre deste ano, 1,69 milhão de visitantes estrangeiros chegaram ao Uruguai. Destes, 224 mil eram brasileiros, o que significou 1,6% a mais do que em 2018, um aumento que pode ser atribuído às ações de promoção do destino, que tem à frente Lilian Kechichian, ministra do Turismo. “Continuamos aprofundando a estratégia de multidestino e inte-
grando a Rota da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que, em nosso território, envolve a renovada ‘Paisagem Industrial e Cultural Fray Bentos’, que agora conta com um Centro de Interpretação interativa e uma cafeteria projetada para visitantes”, apontou. Ainda de acordo com a executiva, ações e iniciativas foram realizadas. “Em vias públicas, realizamos
dança no bairro de Barranco e visita ao “mercado peruano”, para uma experiência gastronômica. Em seguida, os viajantes rumam para Cusco para um dia todo de visitas. No dia seguinte, passam pelo Vale Sagrado com pernoite, seguindo para Aguas Calientes e Machu Picchu com visita ao Parque Arqueológico. De volta a Cusco, os turistas realizam um passeio a Fortaleza de Sacsayhuaman – local onde são realizadas as festividades da Festa do Sol, em junho –, Qenqo, Puca-Pucara e Tambomachay.
campanhas fortes em Porto Alegre e cidades vizinhas no Rio Grande do Sul todos os anos, de novembro a fevereiro. Neste ano, pela primeira vez, estamos realizando uma campanha no período de inverno. Os formatos são muitos, desde outdoors até suportes móveis, como ônibus”, destacou a ministra. Quem leva? A Transmundi oferece um pacote especial para o Ano Novo no Uruguai. Na oferta, com saída programada em 27 de dezembro e retorno em 5 de janeiro de 2020, a operadora oferece visitas aos principais atrativos de Montevideo, Punta Del Este e Colônia do Sacramento, além de roteiros de enoturismo nas vinícolas de Bouza, Alto de la Ballena e Viña Edén, todas com degustação de vinhos e almoço inclusos. No primeiro dia, os viajantes, provenientes de voos do Rio de Janeiro ou São Paulo, serão recepcionados no aeroporto de Montevideo e levados em traslado ao hotel selecionado, no qual haverá um jantar de boas-vindas. A programação conta com dois dias livres. *Cotação em 6 de setembro de 2019
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ANÁLISE
Orlando
Royal Albert Dock, em Liverpool
O futuro dos destinos POR FÁBIO STEINBERG, ESPECIAL PARA O BRASILTURIS
Q
uem acha que Convention & Visitors Bureau (CVB) é sinônimo de marketing de destino precisa rever seus conceitos. O modelo pode ter funcionado bem no passado, mas hoje está obsoleto, detonado pela própria dinâmica do mercado e dos novos tempos. Agora, o mercado convive com uma inédita e acirrada disputa entre destinos para atrair viajantes que, por sua vez, andam a cada dia mais conectados e exigentes. O que acontece é que os objetivos do CVB ficaram muito restritos para as necessidades atuais. Por exemplo, não basta mais só atrair convenções e eventos profissionais para o local. Ou querer viver apenas de taxas cobradas nas diárias de hotéis. Ou, pior, mendigar verbas de governos e políticos, quase sempre insensíveis a assuntos que não dão muitos votos. Não cabem remendos na terminologia, mas uma tremenda evolução do conceito. Isto implica em repensar seriamente o próprio modelo de negócio, incluindo desde a ampliação da missão da organização responsável pelo turismo da cidade e revisão de processos antiquados até uma melhor escolha de seus executivos. Assim nasceu a Destination Marketing Organization ou Organização de Marketing de Destino (DMO). No começo, veio para substituir o CVB, com uma visão mais ampla. No entanto, em pouco tempo a sigla também se mostrou incompleta, diante 28 Brasilturis
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do acréscimo de novas atribuições. Para refletir a maior ambição e turbinagem das operações, algumas agregaram mais letras ao nome. Não são poucas as que já atendem por DDMMO (Destination Development, Management and Marketing Organization, ou Organização de Desenvolvimento, Gestão e Marketing do Destino). “As DMOs estão mudando radicalmente suas estruturas. O foco agora é cada vez mais se concentrar na gestão do destino e menos em apenas atrair mais visitantes”, explica Iain Cossar, que responde pelo turismo da Nova Zelândia. A opinião não é somente dele. “O mesmo movimento se observa em larga escala”, completa Anna Leask, professora de Administração de Turismo da Universidade Napier de Edimburgo, Escócia. CASOS PRÁTICOS As avaliações coincidem com o que é realizado atualmente em Liverpool, na Inglaterra. “Nossa organização evoluiu ao longo dos anos e, agora, operamos como agência de viagens. Temos 500 membros, formados por atrações, hotéis, locais para eventos, restaurantes e bares da região. É fundamental contar com fortes relações profissionais com estes parceiros, trabalhar em conjunto, descobrir quais são seus mercados e clientes, e como ajudar a atraí-los”, explica Ja-
Kissimmee
mes Wood, gerente de Campanhas de Marketing da cidade. Para DT Minich, CEO da Experience Kissimmee, nos Estados Unidos, a gestão do destino ganhou imensa importância. “A principal diferença entre os CVBs clássicos e os DMOs de hoje é que a letra M deve representar não apenas o marketing do destino, mas também o seu gerenciamento [management]. Hoje, uma DMO precisa estar ativa na atuação junto a governos locais no desenvolvimento da infraestrutura futura e dos estabelecimentos que promovem a melhoria do destino.” Minich explica que, assim como em Kissimmee, normalmente há dois tipos de agências que oferecem suporte aos destinos. Uma delas é governamental pública e outra, entidade pública/privada. A primeira tem maior envolvimento nas operações e infraestrutura da cidade, enquanto a segunda mantém um contrato com a agência do governo para fornecer serviços de marketing para divulgar o destino. “A maioria dos executivos de uma DMO é escolhida por meio de uma busca nacional, conduzida por empresa de recrutamento terceirizada”, conclui o dirigente. A importância de uma DMO azeitada se torna crucial também em
cidades como Orlando, nos Estados Unidos, com seus imensos parques temáticos e centros de compras. “Nosso turismo gera US$ 70 bilhões anuais e emprega 41% dos trabalhadores da região”, explica George Aguel, presidente do Visit Orlando. Cabe à sua organização, com 1,2 mil empresas associadas, cuidar não só de marca e mercado, mas também vender o destino em escala global para consumidores, agentes de viagens e planejadores de convenções. MENOS É MAIS Se, no passado, a meta era essencialmente atrair o maior número possível de visitantes para uma cidade, isto está mudando, principalmente por causa do fenômeno do overtourism. Hoje, os destinos querem desestimular hordas despersonalizadas que invadem ruas, consomem pouco, desgastam patrimônios e afetam a qualidade de vida dos moradores. Preferem receber viajantes mais qualificados e, principalmente, alinhados com os interesses locais. Tampouco dá mais para examinar um destino sem usar as lentes da sustentabilidade. Segundo o estudo “O Futuro das DMOs”, produzi-
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ANÁLISE
“É fundamental contar com fortes relações profissionais com parceiros, trabalhar em conjunto, descobrir quais são seus mercados e clientes e como ajudar a atraí-los” James Wood – Visit Liverpool
do pelo European Cities Marketing, este item deixou de focar apenas na preocupação com o meio ambiente, incluindo o equilíbrio econômico e social de um lugar. De acordo com o trabalho, é preciso evitar os dois extremos que podem afetar as iniciativas de turismo. Um deles é provocar o excesso de visitantes. O outro é gerar insatisfação da comunidade e reação negativa de seus representantes políticos. Conclui o relatório: “O que atrai mesmo numa cidade é a sua alma, que é a primeira coisa a se evaporar quando o local é inundado por turistas”. Assim, a questão tornou-se bem mais complexa. A meta não é apenas a geração de renda e bons negócios para todos que vivem do Turismo. Os residentes também querem garantias de que o incremento de turistas não vai afetar sua qualidade de vida. Este passou a ser o ponto de partida de tudo o que vier a ser realizado. Em seu novo papel, a DMO precisa incluir a mobilização da comunidade, abordagem que requer gerar opor-
tunidades para os moradores participarem diretamente do esforço coletivo. Isto pode ser feito por meio de consultas prévias sobre planos, administração e projetos de marketing desenvolvidos para o destino. Os viajantes, por sua vez, não aceitam mais ser tratados como gado. Estão atrás de experiências únicas e personalizadas. Para acompanhar este movimento, a comunicação sobre o destino deve captar e enfatizar como vivem os moradores e por que consideram sua cidade como única. Da mesma forma, a marca de um destino não pode transmitir algo fake. Deve, isto sim, refletir autenticidade. Outro atributo fundamental é um slogan facilmente compreendido por todos e que demonstra como se diferencia dos destinos concorrentes. Novamente Liverpool acerta, com a combinação de terra dos Beatles com o famoso time de futebol. “Nosso turismo circula em torno de três temas: música, esporte e cultura. A cidade conta, também, com um centro histórico formado por uma arquitetura georgiana e vitoriana muito bem preservada”, comenta Wood. Além disso, os destinos buscam divulgar sua maior vocação, como Kissimmee, vizinha de Orlando, onde há a maior concentração de parques temáticos da Flórida. O município ao lado resolveu, então, se vender como a “capital mundial das casas de férias”. São mais de 22 mil, que vão de apartamentos de dois quartos a mansões com 15 suítes. P2P Nesta mesma direção, o foco da atratividade do destino deve ser
qualidade de vida da cidade como um todo e não apenas seus pontos turísticos. Até porque a vontade atual do visitante de explorar e se sentir parte de um lugar não é uma tendência. Veio para ficar. A exigência de tratamento personalizado tipo P2P (pessoa a pessoa) se expande a cada momento. Tornou-se inerente à vida de qualquer lugar e está presente em todos setores do turismo, da hospitalidade, tours e transportes até a alimentação. Uma coisa é certa. Nenhuma organização consegue atingir sozinha tantas metas. Por isso, é recomendável estabelecer parcerias válidas e duradouras. Por exemplo, com universidades locais, para analisar dados. Ou campanhas, com o apoio de agências, sejam elas on-line ou não. Ou, ainda, forças-tarefa políticas para enfrentar desafios específicos. Tudo isto exige radical mudança de mentalidade das DMOs. Consiste em “menos promoção, mais atração”. É preciso abrir mão de ser sempre o centro da decisão para se tornar o núcleo de uma rede de colaboração. A palavra de ordem deixou de ser simplesmente “gerenciar”, mas sim “gerenciar parcerias”. Finalmente, a questão mais sensível: os recursos financeiros. As DMOs que dependem de poucas e limitadas fontes de renda ficam mais vulneráveis às mudanças políticas, cortes orçamentários e crises. O correto é operar com amplo e diversificado escopo de participantes para evitar choques que coloquem em risco compromissos assumidos ou planos de longo prazo. A NYC & Company, que é o nome da DMO da cidade, conta com dois mil associados, em um rico espectro que inclui
PRIMEIROS PASSOS James Wood, do Marketing Liverpool, dá as seguintes sugestões para implementar uma DMO de sucesso: • Desenvolva metas realistas e objetivos apoiados por um plano estratégico robusto; • Recrute um bom time, incluindo quem tem excelente conhecimento do lugar; • Crie uma sólida rede de associados e parceiros; • Estabeleça uma base de dados tanto do mercado consumidor como de negócios; 30 Brasilturis
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• Seja realista com os orçamentos necessários e previsões de renda; • Alinhe bem com os parceiros quais são as atividades que pretende trabalhar em conjunto; • Agregue plataformas digitais e antecipe futuros desenvolvimentos; • Busque aliados em todos os elos da indústria local e internacional; • Explore novas oportunidades de obter recursos; • Estude tendências de mercado e identifique oportunidades.
“Uma DMO precisa estar ativa junto a governos locais no desenvolvimento da infraestrutura e dos estabelecimentos que promovem a melhoria do destino” DT Minich - Experience Kissimmee
“Nosso turismo gera US$ 70 bilhões anuais e emprega 41% dos trabalhadores da região” George Aguel - Visit Orlando
de hotéis, restaurantes, museus, comércio, teatros, operadoras de turismo e atrações. Estas instituições privadas garantem mais de 60% do orçamento anual. Não dá mais para depender de verbas quase que exclusivamente obtidas da hotelaria ou de governos. É preciso sensibilizar e conseguir engajar todos os elos da cadeia econômica do Turismo. Afinal, seus negócios igualmente se beneficiam com a vinda de mais visitantes à cidade. Isto exige uma estratégia de comunicação e marketing bem definida, que chame a atenção e mobilize para mais associações, patrocínios e investimentos. Esta ação se torna bem mais fácil quando há metas realistas, métricas e demonstração de resultados. Como se não bastasse esta coleção robusta de desafios, é preciso ainda engajar os políticos a favor do setor. Afinal, quando menos se espera, o Turismo pode perder a prioridade e se tornar alvo de cortes orçamentários públicos. Com a globalização e divulgação massiva de fotos e textos sobre um destino por todos os meios, inclusive redes sociais, houve uma banalização de imagens e informações. Uma cidade não pode mais viver apenas de suas belas vistas, prédios e monumentos. O viajante atual está muito mais interessado em conviver com o lugar, sentir o ambiente e conhecer seus moradores. Além de conhecer o destino, ele quer se sentir como um “local”, onde possa investir tempo, dinheiro e energia emocional. O futuro não pertence mais apenas às cidades que conseguirem atrair turistas e negócios. No novo contexto, só vão liderar os destinos que também souberem mobilizar a população para oferecer ao turista hospitalidade e uma experiência inesquecível.
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ANÁLISE
A NOVA MISSÃO DA DMO
Peter Jordan
Entrevistamos, com exclusividade, o consultor Peter Jordan. Ele é um dos maiores especialistas em tendências de viagens e indústria de turismo. Sua larga experiência inclui trabalhos para a World Tourism Organization. De Amsterdã, de onde gerencia diversos projetos internacionais para a Toposophy, Jordan avaliou o novo papel da DMO (Destination Marketing Organization). Quais são os passos que um destino deve seguir se decidir implantar uma DMO? Como estabelecer uma organização que traga o DNA da cidade e, assim, se distinguir da concorrência? Peter Jordan – Como temos observado na Europa, a primeira responsabilidade de uma DMO não é mais necessariamente atrair visitantes. A meta agora é desenvolver o turismo para que traga benefícios duradouros ao destino, assegurando que eventuais impactos negativos sejam gerenciados de forma correta. Para descobrir o verdadeiro DNA de um local, dá para aprender muito ao entrevistar moradores e saber o que os encanta onde vivem. Os bloggers locais são outra boa fonte de informação. A abordagem antiga de um grupo políticos decidir o que determina a identidade de um destino não funciona mais. As redes sociais tornaram este processo muito mais democrático. Quais são as características 32 Brasilturis
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de uma DMO de sucesso? PJ – As melhores DMOs atuais colocaram foco total no destino em si, assumiram um papel ativo na melhoria da experiência do visitante, espaços públicos e planejamento da desconcentração turística. Percebem que não podem administrar tudo, mas desempenhar a útil função de facilitadores. Por exemplo: viabilizar conexões dos negócios locais para que os fornecedores de turismo trabalhem melhor em conjunto. Ou incentivar a educação, ao trazer especialistas em sessões de treinamento de negócios. Ou, ainda, ajudar a comunidade local, ao construir uma marca forte, que é, ao mesmo tempo, autêntica e que significa algo. Estas DMOs perceberam que o sucesso não se mede apenas pelo número de chegadas e gastos dos visitantes. Envolve maior gama de indicadores, como crescimento do número de empregos e pequenos negócios, número de jovens com trabalho, sentimento da comunidade sobre turismo, etc. Como a DMO se diferencia do que era feito no passado? PJ – No passado, as organizações se fixavam em um número limitado de indicadores e queriam o crescimento a qualquer custo, porque soava bem. Enormes quantidades de dinheiro foram gastas em promoção com poucas perguntas a respeito do retorno sobre o investimento ou se este esforço representou o destino de forma autêntica. Hoje, o turismo ganha importância se a DMO conseguir transformar este crescimento em maior benefício para a economia local. Qual é o papel do governo nas DMOs? PJ – Um dos paradoxos do crescimento no Turismo é que exige envolvimento e intervenção do governo. Isto ocorre justamente numa época em que os governantes estão
CERTO X ERRADO Erros e acertos mais comuns na gestão de um DMO
relutantes devido a pressões sobre gastos públicos. Ao mesmo tempo, é importante que os negócios que lucram com os visitantes entendam que não podem apenas obter os benefícios e deixar o resto por conta do governo. O empresariado também tem de contribuir na gestão do destino, o que exige definir o tipo de melhorias necessárias para desempenhar sua atividade, como infraestrutura ou reforma de espaços públicos. Como os executivos de uma DMO devem ser selecionados? PJ – No passado, quando o marketing de destino era exclusivamente responsabilidade do governo, os dirigentes eram escolhidos entre funcionários de carreira pública ou afiliados a um partido político. Esta situação ainda não acabou completamente e isto muda de país para país. Contudo, a promoção e gestão do destino se tornaram mais complexas, assim como as expectativas das DMOs se ampliaram em termos de desempenho e impacto na economia. A consequência é maior pressão sobre os responsáveis pela gestão e o problema é que nem sempre eles possuem habilidades políticas, especialmente como trafegar com desenvoltura na área que cobre expectativas dos negócios e governo. Quais são os principais erros cometidos pelas DMOs? PJ – Para mim, o erro principal é seguir o velho mantra de “crescer a qualquer custo”. Mas à medida que as pessoas acreditam cada vez menos nas fontes oficiais, os resultados financeiros não querem dizer nada sem a melhoria nas condições locais. Neste contexto, é fundamental para uma DMO mostrar o genuíno impacto e os meios necessários para melhorar a vida da comunidade. Isto vai muito além de só obter mais gastos por visitantes.
Fontes: James Wood (Liverpool) e DT Minich (Kissimmee)
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CRUZEIROS
Paraísos particulares POR CAMILA LUCCHESI
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ias de mordomias em cenários espetaculares, sem perder de vista a conscientização ambiental. Essa é a proposta das armadoras com as ilhas privativas, espaços que adicionam praias exclusivas e atividades náuticas diversas à oferta dos cruzeiros. Mais do que administrar os territórios que funcionam como uma extensão do navio, as empresas também utilizam a área para projetos com viés sustentável. A MSC, por exemplo, transformou uma ilha que servia para extração e comercialização de areia em uma reserva natural marinha. Com abertura prevista para novembro, a Ocean Cay MSC Marine Reserve teve todo o seu projeto guiado pelo respeito à natureza – desde a construção dos ambientes nas sete praias até a seleção das atividades à disposição dos cruzeiristas, além de atividades educativas relacionadas à importância da conservação dos oceanos. O destino servirá de base para biólogos marinhos conduzirem pesquisas científicas sobre restauração de corais. De acordo com um estudo encomendado à Avaliação Ecológica Rápida, a transformação de um ambiente industrial para espaço de proteção ambiental já teve impactos no fundo do mar. A equipe identificou 88 espécies diferentes de peixes, tartarugas e lagostas ao redor da ilha, além de notar focos de resistência de corais. Essenciais para a biodiversidade, eles devem voltar a se desenvolver, apoiados pela implantação futura de um berçário de espécies no lado leste da ilha. Enquanto a Royal Caribbean anunciou a segunda fase de abertura do Perfect Day at Cococay – que inclui ofer-
ta de bangalôs sobre as águas azuis – para dezembro, a Disney revelou que irá inaugurar um segundo porto na ilha bahamense de Eleuthera, em um local chamado Lighthouse Point. “Estaremos diretamente envolvidos na conservação do local, para preservar e proteger o meio ambiente que cria essa beleza, e trabalharemos com artistas de todo tipo, a fim de criar um destino único, com as raízes e a cultura das Bahamas imbuído na magia da Disney”, afirma Joe Rohde, Disney Imagineer. A Disney Cruise Line concluiu a compra da área no início deste ano e assinou um acordo com o Governo das Bahamas para orientar seu desenvolvimento com o mínimo impacto local. A empresa se comprometeu a dedicar menos de 20% da propriedade a construções e a empregar práticas sustentáveis, incluindo um píer aberto que elimine a necessidade de dragar um canal de navio. Também será estabelecido um programa para monitoramento ambiental durante a construção e operação, que deve ser iniciada entre o final de 2022 e o início de 2023. As novidades no horizonte podem dar a entender que se trata de uma nova tendência. Ledo engano. A Norwegian Cruise Lines (NCL) estreou a oferta com a compra de Great Stirrup Cay, em 1977. A ilha nas Bahamas era de propriedade da petrolífera Belcher Oil Company e já foi cenário até mesmo para a implantação de uma base militar dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. As adaptações necessárias para receber turistas, bem como os projetos de recuperação da natureza local se prolongaram até 2012, quando o primeiro navio aportou no local.
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Ocean Cay MSC Marine Reserve (MSC Cruzeiros)
ilha privativa nas Bahamas está prevista para inaugurar em novembro, com o mote “descubra o oceano”. Esse conceito foi responsável pela criação da oferta de atividades que é toda baseada em atividades naturais e não inclui nenhum tipo de esporte motorizado. Além da estrutura em terra nas sete praias, a MSC irá oferecer excursões de 90 minutos com mergulho de snorkel a uma ilha isolada que fica nos arredores e aula de demonstração com instrutores da Associação Profissional de Instrutores de Mergulho (Padi, da sigla em inglês). Na ponta norte, The Spa at Ocean Cay também foi
desenvolvido com preceitos ambientais e utilizará produtos Aveda, marca reconhecida pela oferta de produtos naturais. O menu inclui massagens corporais e yoga em três diferentes modalidades: matinal na praia, em pranchas de stand-up paddle e durante o pôr do sol. Para as famílias com crianças pequenas, a dica é curtir a Seakers Family Cove, espaço com lagoa rasa e área para jogos organizados pela equipe MSC – incluindo concursos de castelos de areia e caça ao tesouro. Os adolescentes podem aprender com um profissional a criar conteúdos on-line sobre as belezas da ilha.
Ilha Catalina (Costa Cruzeiros)
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ilha tropical utilizada pela Costa Cruzeiros como base para operações ocasionais no Caribe fica a 2,4 km do continente, na parte sudeste da República Dominicana, perto de La Altagracia e La Romana. O pequeno paraíso natural, protegido pela Unesco, tem como destaque a formação de recife de corais riquíssimo em termos de vida submarina. O acesso é feito em barcos a remo, porque embarcações motorizadas são proibidas por questões ambientais.
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A armadora administra uma praia particular na ilha, onde dispõe estrutura de cadeiras, bar e áreas de alimentação. O consumo segue as regras do pacote comprado pelo hóspede que não paga pela comida. As bebidas são incluídas, exceto para os clientes que optaram pela tarifa basic. Esses devem incluir os pedidos no cartão da cabine para serem pagos no check-out do navio. Na temporada 2019/2020, o Costa Favolosa é o navio que fará paradas na ilha.
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CRUZEIROS
A Labadee (Royal Caribbean International)
Perfect Day at Cococay (Royal Caribbean)
berta em maio deste ano, a ilha privativa para cruzeiros da Royal Caribbean International nas Bahamas oferece um mix de atrativos, que vai do tradicional mergulho de snorkel e tour de jet ski até experiências inusitadas, como patinação no gelo, tirolesa e passeio de balão. A estrutura em terra oferece cabanas divididas em três enseadas - Oasis La-
goon e Chill Island, já abertas, e South Beach, que estreia em novembro e possuirá espreguiçadeiras à beira mar e três restaurantes, além de atrações superlativas: um parque aquático de quase dois mil metros quadrados com 13 toboáguas – incluindo o considerado mais alto da América do Norte - e a maior piscina de ondas do Caribe. Em dezembro, a armadora
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península de pouco mais de um quilômetro quadrado fica a cerca de dez quilômetros da costa norte do Haiti. Antes de se tornar porto de parada para hóspedes dos cruzeiros da Royal Caribbean International, o local já havia sido usado como posto comercial durante a época das grandes navegações. Para aproveitar esse legado, a ilha foi recriada com a atmosfera dos tempos dos bucaneiros – mas com toda a comodidade dos dias atuais. O território é dividido em cinco praias distintas - Adrenaline Beach, Columbus Cove, Buccaneer’s Bay, Nellie’s Beach e Labadee Town Square – e oferece atividades para toda a família, incluindo uma tirolesa de 800 metros sobre a água a 150 metros de altura e o Arawak Aqua Park, com trampolins e tobogãs. Os visitantes também podem aproveitar mergulhos de snorkel, passeios de banana boat e trilhas naturais pela ilha.
Half Moon Cay (Holland America)
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orto de parada para cruzeiros da Holland America pelo Caribe, Half Moon Cay fica nas Bahamas. A ilha oferece atividades para todas as idades, que vão de aventuras divertidas em família até momentos de pura contemplação. A oferta inclui parque aquático infantil, snorkeling, passeios de caiaque, catamarã e pedalinhos, além de cavalgadas e surfe. Para descansar, além das
Great Stirrup Cay (Norwegian Cruise Line)
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odos os itinerários da NCL que passam pelas Bahamas incluem um dia de visita ao destino que faz parte das ilhas Berry, no país bahamense. Com mar azul, repleto de corais e vida marinha abundante, o destino convida para mergulhos de snorkel, descanso na rede e atrações em família. As atividades de lazer incluem, ainda, um passeio de barco até um habitat de arraias e interação com os animais, tour de caiaque, jet ski e stand-up paddle. O bufê de praia de 85 mil metros quadrados serve pizzas, grelhados e re36 Brasilturis
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inaugura a fase dois do projeto, com a abertura do Coco Beach Club. A área inclui oferta de 20 cabanas sobre as águas do mar caribenho para locação - cada uma com seu próprio escorregador para a água, além de ducha, rede e serviços exclusivos -, nove cabanas em terra, piscina de fundo infinito com 600 metros e espreguiçadeiras submersas. A nova área irá acomodar até 450 hóspedes.
ceitas quentes e frias, além de frutas frescas e pães. Também compõem a oferta de alimentação o Abaco Taco (com possibilidade de criar sua receita de taco) e Jumbey Beach Grill, além dos bares Bacardi, Bertram´s e Patron. A armadora dispõe, também, de cabanas e villas privativas de frente para a praia, disponíveis para grupos de até seis ou oito pessoas. Vale lembrar que comidas e bebidas estão inclusas nas tarifas, mas excursões e aluguel de cabanas devem ser pagos à parte.
tradicionais espreguiçadeiras espalhadas pela praia, o passageiro também pode alugar bangalôs privativos de dois andares com ar-condicionado ou cabanas à beira-mar. Todos os passageiros têm direito a um churrasco na hora do almoço, bem como frutas frescas à vontade. Em termos de gastronomia, a ilha oferece dois restaurantes - Tropics (com ampla área coberta e capacidade para receber todos os hóspedes do navio ao mesmo tempo) e Lobster Shack (em ambiente mais requintado) – e o bar Captain Morgan on the Rocks. É possível organizar casamentos ou renovações de votos em uma capela exclusiva na ilha.
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CRUZEIROS Harvest Caye (Norwegian Cruise Line)
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Princess Cays (Princess Cruises)
ocalizada na ilha de Eleuthera, nas Bahamas, o destino para clientes da Princess Cruises oferece praias intocadas para escalas dos cruzeiros no Caribe. Com mais de 40 hectares de área, o destino possui mais de um quilômetro de costa de areia branca, no extremo sul da ilha, e oferece atividades como contemplação de cima de uma torre de observação, brinquedos aquáticos para famílias, mergulhos de snorkel,
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passeios de banana boat e bicicletas aquáticas. A ilha oferece imersão nos costumes caribenhos e as tarifas incluem um churrasco de cortesia no almoço. Todas as instalações são ligadas por passarelas, tornando a ilha acessível para todos, incluindo clientes com dificuldade de locomoção. Tendas de praia e bangalôs podem ser alugados, com pagamento à parte da reserva de cabines.
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ocalizada no sul de Belize, a ilha privativa dos passageiros NCL oferece estrutura completa nas escalas de um dia. A oferta natural se destaca e extrapola a contemplação de vida marinha, incluindo opções de visitas a manguezais, bosques tropicais e até um borboletário, além de passeios culturais e do The Flighthouse, espaço que concentra as atividades
aéreas, como tirolesa e parasail. Além disso, a estrutura inclui piscina com bar molhado, cascata, lagoa de água salgada para esportes aquáticos e cabanas privativas para locação. Dispostas à beira mar, elas acomodam até seis pessoas e dão direito a concierge particular e carrinho de golfe para acessar locais mais afastados da ilha.
Castaway Cay (Disney Cruise Line)
paraíso privativo da Disney nas Bahamas combina a natureza marcada por águas azul-turquesa e areias brancas com atividades para as famílias e acompanhamento de personagens famosos vestidos em trajes de banho. A ilha de quatro quilômetros quadrados é dividida em diferentes praias e inclui áreas reservadas para famílias e a Serenity Bay, espaço exclusivo para os hóspedes maiores de 18 anos. A oferta inclui o tradicional mergulho de snorkel – com direito a uma trilha de quatro hectares para a prática repleta de atrações e tesouros afundados à la Disney -, jet ski, caiaque e relaxamento em boias, além de voos de parasail, nado com arraias em uma lagoa particular e até tours de pesca. Toalhas são cortesia aos hóspedes que também contam com
a comodidade de usar seus cartões-chave de cabine para fazer compras na ilha e pagar apenas no check-out do navio. Um correio local permite mandar mensagens para os familiares à moda antiga. Há duas diferentes áreas para diversões aquáticas: Pelican Plunge (plataforma flutuante com toboáguas e canhões de água) e o Spring-a-Leak (espaço que ajuda todos a se refrescarem com jatos de água doce). O Da Shade Game Pavilion reúne jogos para quem prefere se divertir à sombra, como tênis de mesa, pebolim, bilhar e basquete. Há, ainda, possibilidade de fazer trilhas naturais acompanhados por guias ou pilotar motos aquáticas pelos mangues.
A oferta gastronômica inclui buffet de almoço no BBQ (ao ar livre) e no Cookie’s Too (em área coberta), bem como no novo Summertime Freeze, local que serve bebidas congeladas inspirado no personagem Olaf, do filme Frozen.
NOVIDADE!
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inclusão de um novo porto de parada exclusivo da Disney no Caribe foi anunciada pelo próprio Bob Chapek, presidente da Disney Parks, Experiências e Produtos. “Com três novos navios se juntando à frota, achamos que adicionar outro destino exclusivo seria uma oportunidade incrível. Nós procuramos nas Bahamas por uma localização ideal que nos permitisse criar novas experiências, enquanto celebramos a cultura local”, disse durante o
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D23, maior evento para fãs da Disney no mundo. Para criar a estrutura do destino, Disney Imagineer Joe Rohde embarcou em um tour pelas raízes do país caribenho, quando se encontrou com artistas locais e especialistas em cultura da região. Juntos, eles exploraram New Providence e Eleuthera, conhecendo desde a tradição do Junkanoo – espécie de Carnaval bahamense - até galerias de arte renomadas.
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SEGURADORAS
Mar de almirante O seguro-viagem para cruzeiristas tem diferenças que precisam ficar claras para ajudar o agente de viagens nas vendas POR LEONARDO NEVES
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m dia ensolarado, roupa de banho no corpo e um par de chinelos nos pés, uma cadeira de praia para deitar, uma bebida na mesinha ao lado e a imensidão do mar no horizonte. Aproveitar um cruzeiro é a opção de viagem de cerca de meio milhão de viajantes que embarcam nos portos do Brasil ao ano, de acordo com dados da Cruise Line International Association (Clia Brasil). Na última temporada, que teve a presença de sete navios nos portos nacionais, a ocupação foi de 100%. Para as saídas de 2019-2020, que começam em dezembro e se estendem até abril do ano que vem, a oferta de cabines chegará a 560 mil, ou seja, 60 mil turistas a mais devem navegar nos mares da América do Sul. Contudo, o viajante de cruzeiros está tão sujeito a problemas de saúde ou acidentes que podem afetar o andamento da viagem quanto o turista que opta por ficar em terra firme. Apesar de parecer semelhante, o procedimento nos momentos de urgência tem diferenças que precisam ser bem esclarecidas pelo agente de viagens aos seus clientes, ainda mais quando a vastidão do oceano não permite um acesso rápido a um hospital e o contato via internet está atrelado a um 40 Brasilturis
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serviço pago a parte. Dando continuidade à série de reportagens sobre seguro-viagem, o Brasilturis esclarece dúvidas e traz os detalhes sobre o procedimento nos casos em que é preciso acionar o serviço durante uma viagem em alto-mar. Muitas vezes, não há o contato direto dos hóspedes com as empresas contratadas. ASPECTO LEGAL Diferentemente de outras situações, o produto cruzeiros marítimos não encontra orientações ou embasamento legal dentro da resolução 315 da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Situações ocorridas dentro dos navios sequer são mencionadas nas sete páginas do documento que, atualmente, é a base jurídica que todas as empresas de assistência e seguradoras devem seguir. Desta forma, não fica difícil entender porque situações de emergência dentro de navios podem parecer um pouco confusas a quem contratou o serviço e, também, para o agente de viagens que desconhece como o processo deve ser tratado pelo viajante. O procedimento seguido pela maioria dos provedores é sugerir aos clientes a utilização da estru-
tura médica oferecida pelo navio, pagar os débitos conforme necessário e solicitar o reembolso dos valores junto à assistência contratada posteriormente ou assim que conseguir estabelecer um contato. Portanto, é essencial solicitar o recibo de todos os procedimentos realizados na enfermaria dos navios. Nos casos extremos, em que o passageiro necessite de atendimento externo, o deslocamento para um hospital próximo deve integrar o procedimento e ser comunicado à empresa contratada. Vale lembrar que os cruzeiros marítimos internacionais também podem estar sujeitos às regras de cada país ou continente, como lembra Claudia Brito, diretora comercial da April Brasil Seguro Viagem. “O viajante que vai fazer um cruzeiro na Europa deve respeitar as regras do Tratado de Schengen, ou seja, contratar o seguro com assistência mínima de 30 mil euros”, destacou. PRODUTOS ESPECIAIS Para acomodar os turistas de cruzeiros, algumas empresas fornecem produtos específicos para esse tipo de viagem. É o caso da Global Travel Assistance (GTA) com
“Não indique aos seus passageiros planos com coberturas baixas (DMH), pois os valores de atendimento no navio são caros e cobrados em dólares. Também é importante orientar o passageiro que, em caso de atendimento no navio, deverá solicitar o relatório médico, que será fundamental para o processo de ressarcimento.” VALÉRIA PEREIRA (Affinity Seguro Viagem)
o chamado plano “Bronze Marítimo”, com cobertura de US$ 12 mil, e que representa 9% das vendas da empresa. A Allianz Travel conta com três opções distintas para viagens marítimas, com diferenças no valor das coberturas e dos locais –
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SEGURADORAS
“O seguro deve ser comercializado no momento da venda do pacote para garantir a segurança do passageiro. Imprevistos podem ocorrer e o seguro protege tanto o passageiro quanto o investimento que ele fez, pois assegura o pagamento de despesas que podem ultrapassar o valor da viagem.”
nação de reservas de passagens aéreas e hotel para familiar e, também, auxílio em acompanhamento de menor de idade”, pontua o executivo, acrescentando que há, ainda, cobertura de custo no caso de extravio ou danos às bagagens, retorno antecipado, orientação em caso de perda ou roubo de documentos, transmissão de mensagem urgente e linha de consulta 24 horas e assistência financeira e jurídica. Para trazer ainda mais tranquilidade aos viajantes, algumas companhias marítimas e empresas de assistência unem as forças para criar produtos específicos. Como a MSC Cruzeiros e a Travel Ace, parceiros há dez anos com produto que pode ser acionado tanto para cobrir despesas médicas durante o cruzeiro quanto para o cancelamento da reserva. Ao todo, o seguro cobre 29 motivos, inclusive desistência.
GELSON POPAZOGLO (GTA)
Europa, internacional e nacional. Além disso, de acordo com Renato Rotta, gerente de Marketing da seguradora, um novo produto recém-lançado pela empresa também contempla as viagens em alto-mar. “O ‘Seguro Viagem Anual’ permite fazer várias viagens marítimas e/ou aéreas e ficar protegido pelo período de um ano. O plano é válido para viagens ao exterior, com duração de até 60 dias para cada viagem”, apontou o executivo. A Travel Ace também oferece um seguro especial que contempla assistência ao passageiro desde a compra até o fim da viagem, incluindo ressarcimento por cancelamento. “O valor da devolução pode ser de 70% a 100%”, explica Renato Dassan, gerente comercial da regional São Paulo. A bordo, os viajantes contam com estrutura de pronto-atendimento médico, hospitalar, assistência odontológica, fisioterapia, traslado, despesas farmacêuticas e, inclusive, tratamento emergencial para doenças preexistentes. “Se houver necessidade de internação, temos serviço de coorde42 Brasilturis
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“Os navios possuem clínicas e o segurado deverá procurar o atendimento por conta própria, solicitar todos os devidos comprovantes e, posteriormente, pedir reembolso junto à seguradora. Os atendimentos dentro do navio acontecem, necessariamente, via reembolso por não ser possível acionar uma rede de prestadores.” CLÁUDIA BRITO (April Brasil Seguro Viagem)
“A MSC possui uma frota moderna com infraestrutura completa e todos os navios da companhia contam com um centro médico a bordo para dar assistência aos hóspedes em caso de emergência. Por isso, incentivamos que os hóspedes adquiram o seguro-viagem ao realizar a reserva”, destacou Marco Cardoso, gerente de Operações e Serviços da companhia marítima. “O hóspede deve entrar em contato com a equipe de bordo que irá auxiliá-lo dentro do navio. Além disso, há telefones espalhados pelos deques, junto a uma lista de números de emergência, que podem ser utilizados pelos hóspedes, caso necessário”, conclui. Outra empresa que segue essa linha e tem parceria com uma assistência é a Norwegian Cruise Line (NCL), que se uniu à Assist Card para fornecer um produto diferenciado para a modalidade de cruzeiros. O acordo prevê que os clientes que contrataram um seguro-viagem tenham cobertura de até US$ 500 na enfermaria do navio, devendo avisar à seguradora contratada que fez uso da cobertura no próximo porto de parada. O tratamento médico oferecido pela NCL inclui exame de urina, teste de gravidez e de glicose, além de permitir a realização de procedimentos como eletrocardiogramas, raios-X, sutura de laceração menor e imobilização de fratura. É equipada com os medicamentos de prescrição mais comuns e está disponível aos viajantes. A Assist Card também é parceria da R11 Travel, distribuidora exclusiva da Royal Caribbean no Brasil. A empresa comandada por Ricardo Amaral oferece duas opções de seguro para cruzeiristas, sendo um global e um específico para cruzeiros na Europa. Ambos incluem proteções adicionais, como atraso ou extravio de bagagem e cancelamento de viagem para 27 diferentes motivos. SINISTRALIDADE A maioria dos casos de sinistralidade durante os cruzeiros é referente a situações menores, como enjoos e náuseas, extravio de bagagem, dores de cabeça, pequenos acidentes e alterações de pressão arterial, entre outros, com raros casos em que há a necessidade de remoção da embarcação. A atenção também precisa ser redobrada, já que alguns viajantes
“É importante o cliente avaliar, de acordo com o seguro contratado, quais são as coberturas e limites, pois os produtos apresentam diferenças conforme companhia. Quando a ocorrência é uma emergência médica que não pode esperar ou é impossível realizar um contato, nossos clientes devem procurar primeiramente um atendimento médico e, assim que possível, acionar a seguradora.” RENATO ROTTA (Allianz Travel)
podem passar dos limites durante os cruzeiros, conforme detalha Claudia. “A maioria dos casos está relacionada ao tipo da viagem, como labirintite e enjoos devido ao balanço do mar. Outras vezes a ocorrência é indigestão e doenças relacionadas ao excesso de comida, em razão do regime all-inclusive”, destacou a executiva da April. Contudo, há situações em que o acionamento do seguro-viagem para passageiros de cruzeiros acontece antes mesmo do embarque, conforme aponta Valéria Pereira, gerente de Produtos da Affinity Seguro Viagem. “O cruzeiro é comprado com antecedência, então o seguro irá resguardar o passageiro sobre eventos que ocorrerem entre a data da compra e o início da viagem. Após o embarque, os sinistros mais frequentes estão relacionados a dor de cabeça, gastroenterite, pequenos acidentes e pressão arterial”, apontou.
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LÉXICO David Leslie Autor do livro “Turismo para Leigos e Curiosos”. leslie@cbsmarketing.com.br
Destino... O que é o que é?
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palavra “destino” parece ter a sua origem no latim e tudo indica de que foi formada pelo prefixo “de” com o substantivo “stanare” (do verbo “stare” ou estar). Destanare era, portanto, “fixar, afirmar, estabelecer”, passando a ter o sentido de algo que é estabelecido para alguém. Dicionários interpretam o conceito como “o fim ou o resultado de uma determinada ação” tendo, entre outros sinônimos, os conceitos de sina, fado, sorte, futuro, fatalidade, fortuna. Significa também “direção” ou “rumo”. Alguns acreditam que o destino representa uma “força misteriosa que determina os acontecimentos na vida das pessoas, tanto nas suas vidas presentes como passadas”. No mundo árabe, ouve-se falar em “maktoub”, que significa “já estava escrito” ou “tinha que acontecer” (tentando expressar que algo já estava predestinado ou que o acontecimento estava “escrito nas estrelas”). No cristianismo, o destino não existe e é a vontade de Deus, que controla e determina todos os acontecimentos. É comum escutar expressões como “sem destino” (para se referir a alguém que “vive ao acaso”) ou “fulano é dono do seu próprio destino” (referindo-se a uma pessoa que “controla” seu próprio futuro). Por estar relacionada com o futuro, a palavra é frequentemente associada a práticas esotéricas como tarô, horóscopo e numerologia, entre outras. Na mitologia grega, o destino era determinado pelas três irmãs, conhecidas como Moiras, as divindades que exerciam influência sobre os homens e deuses. Na Mesopotâmia, o destino do ser humano era determinado pelas estrelas. Já os romanos, veneravam a fortuna - que poderia ser favorável ou desfavorável - e o fatum, que indicava uma decisão irresistível. Através dos tempos, o estudo do destino também influenciou inúmeros pensamentos e correntes filosóficas - muitas religiões têm concepções distintas do que
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é e o que representa o conceito de destino. Visto que, na maioria dos casos, o conceito se refere a um evento que está predestinado, é bem comum que grande parte das pessoas não venha a acreditar que o destino, de fato, existe. A palavra “destino” é também bastante usada no mundo das viagens, do turismo e dos transportes. Todos nós sabemos que “a Flórida é um destino de sonho para quem vai viajar de férias com a família” e estamos cientes que “toda aquisição de um bilhete de transporte exige que se determine a origem e o destino da respectiva viagem” ou quando ouvimos que “o passageiro solicitou um serviço de traslado ao chegar ao seu destino” e que “este trem se destina a Roma”. Em seu significado corrente, destinos turísticos se constituem em núcleos receptivos que apresentam interesse para serem conhecidos - pelas suas condições topográficas, importância histórica ou cultural, monumentos ou atrações - e os mesmos se promovem nos principais mercados, buscando visitantes que poderão trazer benefícios econômicos às suas regiões. Destinos turísticos se multiplicam, se reinventam e adequam suas estruturas, sempre contando com o apoio de todos os parceiros responsáveis pelo atendimento, direto e/ou indireto, dos visitantes e turistas, como hotéis, bares, restaurantes, casas de espetáculos, atrações, lojas, boutiques, shoppings, etc. Operadoras de turismo escolhem destinos para serem incluídos em seus itinerários e oferecidos em países emissores, com serviços - tais como transporte, acomodação, passeios e outros - para serem adquiridos - diretamente ou por meio de agentes de viagens intermediários - pelo virtual público consumidor. Mas, afirmam os sábios, em todas condições, a jornada é sempre mais importante do que o destino em si.
TURISMO SEM CENSURA Fabio Steinberg Jornalista e administrador, trabalhou como executivo e consultor de comunicação em grandes empresas como IBM, Rede Globo e AT&T. Edita o site Turismo Sem Censura (www.turismosemcensura.com.br) e é autor de três livros. fabio@steinberg.com.br
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A maldição da marca
stabeleceu-se em terras brasileiras exaustiva discussão sobre a decisão do governo de alterar a marca e slogan do País no exterior. Há argumentos convincentes de que esta iniciativa é inadequada e inoportuna. Afinal, para que alterar a grafia em português de Brasil com s para o inglês de Brazil com z? Será que esta decisão colocaria em risco a nossa soberania linguística? Estas e outras pérolas ganharam prioridade nos debates, tanto no setor turístico como nas redes sociais. Não é recomendável traduzir automaticamente o nome do país para o inglês. Vejamos o que ocorreria com a Turquia. O país em inglês é chamado de Turkey, palavra que também significa peru (a ave). Mas há um segundo significado, mais inconveniente, que quer dizer “estúpido”. Para complicar mais, o nosso vizinho de continente Peru teria legitimidade para se chamar Turkey. Neste caso, novo problema: dois países com o mesmo nome. Voltando ao Brasil, há uma lista de questões com a nova marca. Representaria retrocesso em relação à anterior, pois faltaram estudo e pesquisa de campo. Além disso, o slogan não soa bem em inglês. É incorreto gramaticalmente. Tem conotação sexual. E por aí vai... Neste tiroteio barulhento, perdeu-se a mira sobre o real problema. Como qualquer mágico de circo mambembe sabe, a base da ilusão é fazer o distinto público desviar os olhos para realizar o truque. No caso da marca Brasil, deu-se total prioridade à forma enquanto o conteúdo não mudou. Os erros estruturais que impedem o destino evoluir no Turismo permanecem os mesmos. A verdade é que nos habituamos a conviver com um velho cacoete operacional. Toda vez que uma organização não funciona, ganha má reputação ou muda de dono, ela troca de nome. No setor privado, isso funciona em churrascarias de beira de estrada, hotéis mal operados e prestadores de serviços incompetentes, entre outros. No governo, que possui PHD neste tipo
de malabarismo, o modus operandi já foi usado à exaustão. No passado, serviu em departamentos que não sabem cuidar de índios (de SPI para Funai) a menores desamparados (de SAM, para Funabem e, mais tarde, Febem). Isto para não falar nas taxas e impostos. Ao longo do tempo, há troca de siglas que lembram sopa de letrinhas, mas têm em comum arrancar mais dinheiro do contribuinte. Prevalece, enfim, o modelo “novo nome, velhos processos”. No caso do Turismo, a triste rotina se repete. De que adianta uma marca, seja infeliz como a nova, ou genial como a anterior, se no final tudo continua igual? É algo tão esdrúxulo como um rabo comandar o cachorro. Marcas não influenciam processos. Se bem idealizadas, refletem a essência do que representam. Modelos defeituosos na origem ou viciados pelo tempo não se desentortam diante da mera mudança de nomes ou logos. O destino Brasil tem um dos maiores potenciais turísticos do planeta. Mas também acumula altíssimo nível de incompetência, amadorismo e desperdício de oportunidades. Além da falta de prioridade para o setor, gestões desastrosas de governos em todos os níveis, alto grau de apatia dos players, soma-se ausência crônica de infraestrutura, insegurança e custos absurdos. O Brasil se especializou em exportar turistas. Tomemos os cruzeiros. Há cinco anos, transportava 800 mil brasileiros pela nossa costa. Hoje, não chega à metade. Segundo a Cruise Lines International Association (Clia), dos 510 mil brasileiros que embarcaram em cruzeiros, quase 200 mil preferiram roteiros internacionais, principalmente Caribe (111 mil) e Europa (49 mil). Conspiraram os custos operacionais, falta de infraestrutura, impostos e regulação. O descaso cobra uma taxa alta. Enquanto o Brasil insiste em discutir a nova marca, o Turismo mundial, inclusive em destinos sem grandes atrativos ou tradição, cresce a taxas invejáveis. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 45
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HOTELARIA
O novo empreendimento foi aberto no dia 1º de agosto
O complexo possui 3,4 milhões de metros quadrados
Quarto Superior Plus Dois, capaz de acomodar até quatro pessoas
Do leisure ao bleisure O Jurema Águas Quentes ampliou sua oferta hoteleira e está se posicionando em um novo segmento: o corporativo
POR FELIPE LIMA
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xpansão. Essa é a palavra que simboliza o início do segundo semestre no Jurema Águas Quentes, que inaugurou, em 1º de agosto, seu segundo empreendimento do complexo: o Jardins de Jurema Convention & Termas Resort. A novidade teve investimento de R$ 120 milhões e vai além de complementar as opções de entretenimento já existente no destino. A ideia é alcançar um novo público: o corporativo. O novo meio de hospedagem localizado em Iretama, no Paraná, conta com 114 unidades habitacionais, divididos em dois andares e cinco categorias – Superior, Superior Plus (Um, Dois e Três, de acordo com o número de camas) e Premium –, ideais para famílias e amigos, com apartamentos que acomodam até quatro pessoas. O objetivo é que haja um incremento no número de quartos, chegando a 214 acomodações no hotel e 398 em todo o complexo. A novidade é o centro de convenções, que será inaugurado em meados de outubro. O espaço consegue oferecer até dez salas de eventos, capaz de receber, simultaneamente, 1.036 pessoas em auditório. Mes48 Brasilturis
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mo que as obras ainda não tenham acabado, alguns negócios já foram fechados e Nilson Bernal, diretor-presidente do complexo, assegura que grandes ações poderão ser esperadas. “Acredito que podemos atender a todos os perfis. A região primária [Maringá e entorno] é carente de espaço para eventos. Não tem outro hotel ou resort que ofereça o que a gente tem, incluindo entretenimento, águas termais e centro de convenções. Estamos muito confiantes que este público passe a utilizar nossa estrutura”, destaca o profissional. Chegando ao complexo – que se denomina top inclusive, um intermediário entre pensão completa e all inclusive –, os hóspedes são apresentados a uma gama de atividades, serviços e atrações dos quais até mesmo os hóspedes do perfil Mice (Encontros, incentivos, congressos e eventos) não ficam de fora. Por isso, a aposta no conceito bleisure é certa, conforme adianta Bernal. “Temos pacotes próprios para este perfil. Ele pode vir, realizar o evento e ainda aproveitar das águas termais”, sugere. Essa perspectiva é diferente do
atual cenário do empreendimento. Hoje, cerca de 70% do público pertence à terceira idade. É um perfil que realiza reservas diretas por telefone e que usa o meio de transporte terrestre para se locomover até o complexo, principalmente porque 80% dos clientes vivem em Curitiba, Londrina e Maringá. “Também contamos com uma tímida participação de paraguaios e argentinos, que aproveitam a proximidade do destino. No entanto, muitos turistas de São Paulo, por exemplo, desconhecem nossa marca. Queremos mudar isso, estar mais presentes. Estamos reformulando e reestruturando toda a empresa”, afirma o diretor presidente. Essa reestruturação também está diretamente ligada com o número de reservas diretas, que é predominante, com uma participação de apenas 3% de OTAs. No entanto, esta parcela deve crescer ainda mais nos próximos semestres, já que, segundo Bernal, isso dá a oportunidade de crescimento em outros mercados e fomenta o número de visitantes mensais, que, hoje, gira em torno de dez mil pessoas, em média. Dentre os serviços apresenta-
Nilson Bernal, diretor presidente
dos, os clientes contam com academia, spa, espaço zen, piscinas de águas termais infantil e adulta, espaço baby, kids e teen, balada, restaurantes, bar dentro e fora das piscinas, mini golfe e teatro, entre outros. É importante destacar que os clientes hospedados no Jardins de Jurema podem aproveitar os serviços prestados no Lagos de Jurema sem pagamento adicional, e vice-versa, com exceção daqueles já tradicionalmente cobrados e dos restaurantes. Culinária é outro ponto alto da nova propriedade, conforme afirma Bernal. “Enquanto o Lagos de Jurema possui receitas mais caseiras, o Jardins de Jurema oferece pratos gourmet, mais sofisticados”, explica o executivo. São dois restaurantes no novo hotel. O Gardênia oferece café da manhã, almoço e jantar todos os dias e trabalha com o conceito bufê. Já o Flor da Mata trabalha
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HOTELARIA com cardápio à la carte. Ambos contam com menus semanais, com frutas e vegetais da época e com o uso de ingredientes plantados no próprio complexo. Além disso, há a preocupação em agradar às preferências alimentares dos hóspedes – como vegetarianos, veganos e celíacos –, oferecendo receitas sem lactose e glúten, por exemplo. O PRIMEIRO MÊS Bernal não esconde seu orgulho ao falar sobre os resultados já registrados no novo hotel. Nos primeiros 31 dias, o empreendimento teve ocupação média de 45% de segunda a sexta, enquanto nos fins de semana o índice chegou a 100%. A diária média varia entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil, enquanto o Revpar fica em R$ 1,2 mil. “Não digo que dobramos nossa receita, até porque estamos tratando de números de acomodações distintos entre o Lagos de Jurema e o Jardins de Jurema. Mas foi quase. Tenho certeza que, se estivéssemos ofertando mais quartos, conseguiríamos multiplicar nosso faturamento”, comenta o profissional, que ressalta que o novo meio de hospedagem já alcançou a média de ocupação mensal de resorts brasileiros. “O Lagos de Jurema tem uma média de 65% durante a semana, também chegando à totalidade nos fins de semana, o que representa 20 pontos percentuais acima da ocupação média de resorts brasileiros. A nossa diferença é que não temos uma sazonalidade. Somos lineares durante todo o ano. Há um melhor desempenho no segundo semestre, mas a diferença é pequena. Há uma ótima performance nos dois semestres”, aponta. ANO A ANO O Lagos de Jurema é um empreendimento consolidado e que já está no gosto de seus frequentadores. No ano passado, o hotel contou com o acréscimo de 7% na diária média e sem alterações na taxa ocupacional. Já neste primeiro semestre, o crescimento é ainda mais notório, chegando a 20% no faturamento. A expectativa é fechar o ano com um alavancamento de 15% na receita. “No ano passado, o Brasil passou por dois importantes marcos: a greve dos caminhoneiros e as eleições. Este ano, não tivemos nada 50 Brasilturis
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Aqueles que não deixam a rotina de lado têm a academia à disposição
Resturante Gardênia oferece café da manhã, almoço e jantar
Playground aquático
disso. Essa facilidade, em união com a nossa capacitação da equipe de vendas, da estratégia comercial e da flexibilidade nas negociações, nos possibilita esse claro crescimento”, denota. Nos próximos meses, a ideia é investir em um retrofit na propriedade. “Estamos trabalhando em todos os detalhes do Jardins de Jurema para deixá-lo pronto. No entanto, não vamos parar por aí. Queremos nossos clientes satisfeitos e já estamos com revitalizações nos planos do hotel”, declara. REMANEJAMENTO COMERCIAL É nítida a aposta no mercado Mice e, por isso, estão sendo realizadas mudanças no quadro de colaboradores. Tairon Santos, que atua há mais de um ano na empresa, agora assume a posição de executivo de Contas para o interior de São Paulo, com base em Marília, enquanto Lucas Camerini se posiciona no mesmo cargo, sendo responsável pela região primária, com base em Maringá (PR). Já o recém-chegado Altieri Menezes assume a responsabilidade exclusiva de cuidar do setor corporativo como executivo de Vendas Mice para a capital paulista, onde integrarão o quadro da Asso-
ciação Latino Americana de Gestores de Viagens (Alagev). Além disso, um novo profissional também deve assumir, a partir deste mês, o setor de eventos para a capital paranaense. “A expectativa é que aumentemos a nossa ocupação durante a semana, principalmente por conta do segmento Mice. Vai existir uma mescla no Jardins de Jurema de eventos e entretenimento de segunda a sexta. Estimamos triplicar a ocupação nesses dias, criando uma nova receita”, declara Marcos Vileski, diretor de vendas e marketing. O profissional declara que esses investimentos regionais vão aumentar ainda mais. “Hoje, o nosso foco é a capital paulista e paranaense, que são fortes e têm muito espaço. Também estamos de olho em Minas Gerais, que vemos como um potencial mercado. Na América Latina, vamos continuar investindo em Paraguai e Argentina. Há uma grande margem ainda a crescer”, adianta. SUCESSO COMPARTILHADO Desde dezembro do ano passado, o Lagos de Jurema Termas Resort se uniu ao portfólio da RCI, entrando no programa de
Sport Bar une, em um único espaço, drinques, aperitivos e jogos
timesharing. Os resultados estão sendo positivos e, de acordo com Bernal, as metas vêm sendo batidas a cada mês. “Contamos com cerca de 300 clientes. A média de receita mensal é de R$ 1 milhão pra mais. É um negócio que não tem como dar errado.” Visto o sucesso notável no Lagos de Jurema, o complexo decidiu que vai incluir, em janeiro, o Jardins de Jurema no programa de timesharing, possibilitando, aos seus clientes, comprar parcelas de estada e se conectar com muitos outros meios de hospedagens em diferentes estados e países. “É uma cultura que faz muito sucesso no exterior, como em Orlando, e o brasileiro está aprendendo a explorá-lo”, finaliza. Brasilturis viajou a convite do Jardins de Jurema Convention Termas & Resort, com proteção Affinity SERVIÇO: Jurema Águas Quentes BR-487, Km 237,5 – Iretama - PR (44) 3518-3100 www.juremaaguasquentes.com.br
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HOTELARIA
Vai dar casamento Tivoli Ecoresort Praia do Forte terá nova área para eventos em 2020 e aposta em cerimônias
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POR LEONARDO NEVES
Tivoli Ecoresort Praia do Forte (BA) irá ampliar as instalações. O empreendimento de 300 quartos contará com uma nova área para eventos de dois mil metros quadrados, podendo acomodar mil pessoas, principalmente para cerimônias de casamentos. O espaço fechado terá isolamento acústico e um jardim para eventos externos. A nova área será construída a partir de março do ano que vem e será um dos marcos da celebração de 35 anos do resort, comemorados em 2020. A localização será próxima ao spa, em um espaço que não foi reaproveitado após as reformas de conversão para a marca Anantara, ocorridas em janeiro deste ano. A inauguração está prevista para setembro do ano que vem. João Eça Pinheiro, diretor geral da Minor Hotels (que contempla a marca Tivoli) no Nordeste, destacou que houve cem pedidos de
orçamentos para cerimônias de casamento em 2018. “Recebíamos muitas solicitações e negamos muitas delas por não termos um espaço adequado para realizar as cerimônias, já que elas demandariam uma festa para todos os hóspedes até às 22h ou que o hotel fosse fechado, o que não ocorre com frequência”, destacou. Segundo ele, em 2018, o segmento de grupos e corporativo foi responsável por 18% da ocupação. No ano passado, a propriedade registrou recordes em diferentes índices, com mais de R$ 100 milhões em faturamento e com resultado operacional 37% maior que 2017. A expectativa é chegar a 28% de ocupação com grupos em 2019. Pinheiro é cauteloso ao projetar novos recordes ou cravar 2019 poderá superar o ano anterior, já que, de acordo com o executivo, os índices positivos foram impulsionados pelo último trimestre de 2018.
Piscina privativa da área do novo spa
Segundo ele, houve um aumento considerável nas reservas para o setor de grupos, impulsionada pelo cenário político. Apesar de não acreditar que esse feito se repita em 2019, ele cita um número que reforça a assertividade das estratégias. “Todos os nossos 300 quartos já estão reservados para o Réveillon desde julho e nós ainda não divulgamos a programação. É um fato que exalta nosso trabalho”, apontou. Além da readequação no spa Anantara, com aporte de R$ 1,35 milhão, o Tivoli Ecoresort investiu R$ 650 mil em reformas no anfiteatro, que deixou de lado o formato
João Eça de Pinheiro
de palco romano. O novo layout do espaço permite atender distintos tipos de eventos. Além disso, o resort também prepara uma modernização na recepção, que deve ser iniciada em breve e trará uma proposta diferente para o check-in e check-out.
FESTURIS GRAMADO: UMA FEIRA CONECTADA COM SEU TEMPO POR GUSTAVO BAUER
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enovada e acompanhando as transformações do mercado, a Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) chega à 31ª edição - a primeira de um novo ciclo. O evento se reinventa com novidades todos os anos, motivo pelo qual é considerada pelo trade a mais importante feira de negócios turísticos e viagens da América do Sul. O Festuris acontece de 7 a 10 de novembro de 2019, reunindo profissionais com alto poder de decisão na Serra Gaúcha - oportunidade ímpar para geração de negócios e networking. Mais de duas mil marcas dos mais diversos segmentos estão confirmadas no evento, que pretende superar 95% dos espaços comercializados até o início de outubro. São mais de quatro mil agentes de viagens credenciados até o momento, número que segue crescendo. A internacionalização é outra característica do Festuris, que deve superar os 60 destinos internacionais com representantes da América Latina, 52 Brasilturis
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Caribe, Europa, África e Ásia. A hotelaria também retorna com muita força neste ano, após reduzir sua participação em feiras ao longo da última década. Serão mais de 70 empreendimentos do setor hoteleiro (pousadas, redes nacionais e internacionais), triplicando o número do ano passado. O Festuris mescla a manutenção de grandes players à renovação, com cerca de 40% de novas marcas que buscam visibilidade internacional no mercado turístico. “Neste novo ciclo do Festuris, nossa principal bandeira é provocar a conectividade e a aproximação dos mercados, buscando sempre a qualificação do agente de viagens e a geração de resultados diante da nova economia que vivemos. Somos uma grande plataforma de conexão entre diferentes mundos e nos sentimos felizes por fortalecer a indústria turística”, destaca Eduardo Zorzanello, o CEO do Festuris. Dentre as novidades desta edição, está o lançamento do espaço “Wed-
Diretores do Festuris Gramado, Eduardo Zorzanello e Marta Rossi
ding”, específico para o segmento de casamentos, núpcias e luas de mel. Todos os estandes foram vendidos com dois meses de antecedência. O espaço “Termalismo e Bem-Estar” é outro a ser lançado, percebendo que cada vez mais pessoas têm sua qualidade de vida impactada com os benefícios das águas termais e minerais. O turismo de negócios e as inovações tecnológicas que transformam o setor também levaram à reformulação do espaço Mice & Experience. MAIS TEMPO PARA NEGÓCIOS E AGENDAMENTO DE REUNIÕES Nesta edição, o Festuris terá uma hora a mais de feira de negócios. Ela
será realizada das 13h às 20h, no Serra Park Gramado. Além do maior tempo para concretizar negócios, três espaços segmentados (Wedding, Luxury e Mice) terão agenda obrigatória de reuniões, recebendo inclusive caravanas com buyers nacionais e internacionais para reuniões diretas com expositores. Fora da feira, ainda existe a ferramenta Buyers Club, pela qual o agendamento é livre. O sistema visa otimizar o tempo dos participantes, focando sempre no resultado e na produtividade. Em breve, também será lançado o novo aplicativo do Festuris, ainda mais prático e intuitivo. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site www.festurisgramado.com.
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DESTINO
Ative sua imaginação A Polônia do século XXI deixa a turbulência apenas para a História Książ é o maior castelo da região da Silésia, fica em Wałbrzych, próximo à cidade de Cracóvia POR VELMA GREGÓRIO
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aminhar por uma cidade renascida gera um misto de emoções – horror de pensar no passado, mas também a beleza e a alegria de ver que a força de um povo não se apaga. E é essa energia que propiciou a reconstrução da Polônia. A cidade de que estamos falando é Varsóvia, a capital e a cidade mais valente do país. Teve 85% de seu território destruído durante a Segunda Guerra Mundial e, quem a visita hoje, a não ser pelos marcos históricos e museus, não imagina que isso tenha ocorrido. O país se transformou em um produto turístico para se ter na manga, tanto para os clientes que sonham em conhecê-lo quanto para aqueles que já são avançados em viagens e buscam por algo diferente. Uma vantagem extra: a moeda da Polônia, o zloty, é equivalente ao real, ou seja, câmbio de um para um e, muitas vezes, com poder de compra maior. É a Europa a preço de Brasil. 54 Brasilturis
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Mesmo para os turistas iniciantes, é um ótimo destino para incluir em uma combinação pelo centro europeu. Cracóvia, segunda maior cidade polonesa, está a 600 quilômetros de Praga, na República Tcheca. O país faz fronteira, ainda, com Alemanha, Eslováquia, Lituânia e Ucrânia. Em agosto, a Schultz Operadora e o Escritório de Turismo da Polônia organizaram um famtour para que agentes de viagens brasileiros pudessem fazer um mergulho profundo nessa nova – e vibrante - Polônia. Ana Maria Santana, diretora-geral da Schultz Operadora, liderou o grupo composto por 13 profissionais que representaram dez agências de viagens de diferentes cidades das regiões Sul e Sudeste. Pelo time da operadora, também viajaram Adriana Santos e Karine Vieira, além de Oséas Alves Nogueira e o fotógrafo Antônio Salani, parceiros da empresa. Dorota Zadrozna, diretora de
Projetos do Escritório de Turismo da Polônia, foi anfitriã de um roteiro terrestre, partindo de Varsóvia até Cracóvia, que desenvolveu vários aspectos do país que podem ser trabalhados juntos ou separadamente – como história, gastronomia, arte e religião, em uma degustação da nova Polônia que vai se transformar em produtos. Aroldo Schultz, presidente da operadora que leva seu nome, é um entusiasta do destino. Há cerca de um ano, ele descobriu que os documentos do seu pai eram poloneses e, hoje, o passaporte europeu do executivo é da Polônia. “É um destino em desenvolvimento, o país e sua economia estão crescendo. Os poloneses são muito profissionais e há muito o que descobrir por lá”, avaliou. O grupo embarcou em Guarulhos (SP) em um voo da KLM para Varsóvia, a bordo de um B777-300, com conexão de, aproximadamente, duas horas em Amsterdã. Esse
voo é uma excelente opção, já que a KLM permite stopover neste aeroporto, ou seja, dá para fazer uma parada para conhecer ou rever a cidade, tanto na ida quanto na volta. Vale preparar seu passageiro, já que a experiência de voo entre as cidades totaliza 17 horas. O retorno aconteceu via Cracóvia, também com conexão em Amsterdã. Por se tratar de um famtour, o grupo fez todo o trajeto em ônibus fretado. Com saída de Varsóvia, percorreu Częstochowa, Wrocław (Breslávia), Wałbrzych-Świdnica,Wadowice e Wieliczka, até chegar ao ponto final, em Cracóvia. Após a experiência, os profissionais chegaram à conclusão que parte do trecho pode ser feito em trem para melhorar a experiência do cliente. “Há um trem rápido de Varsóvia a Breslávia”, disse Dorota. Ana Maria reforçou a viabilidade dessa opção. “A viagem de trem é uma oportunidade de oferecer algo diferente para o cliente, além
da rapidez do deslocamento que traz economia de tempo. É uma maneira de incluir a experiência de um trem europeu e, ainda assim, conhecer a paisagem”, explicou. “A viagem da Breslávia até Cracóvia, que tem pontos importantes, principalmente para o perfil do público brasileiro, pode ser feita em ônibus”, complementou. VARSÓVIA Frederic Chopin, um dos principais pianistas e compositores do Romantismo, era polonês. Ele dá nome ao aeroporto de Varsóvia, mas também a uma casa de apresentações de piano bastante exclusiva e que pode ser contratada para grupos. E foi na Fryderyk Concert Hall que o grupo fez o check-in em Varsóvia, com apresentação da pianista Anna Kubicz, especialmente para os brasileiros. Prenúncio de uma viagem especial. Varsóvia é uma cidade plana, ótima para longas caminhadas. Além disso, como as grandes cidades europeias, o destino tem uma rede de transporte público eficiente, com trens, metrô e ônibus muito simples de utilizar, com pagamento
por tempo de uso. Os bilhetes podem ser comprados nas estações ou dentro do próprio ônibus. Aplicativos de transporte também estão disponíveis, assim como táxis. No momento, além das bicicletas, os patinetes para aluguel são a febre. E não faltam lugares para visitar! A começar pela orla do Rio Vístula, uma atração imperdível. Urbanizada, oferece uma larga faixa de pedestres para facilitar a circulação no ponto da cidade, onde a vida acontece durante o verão. Há bares e restaurantes na orla e até uma praia de areia com mesinhas e cadeiras. Outro ponto que merece atenção é o Polin, o Museu da História dos Judeus Poloneses. Ele fica no local do antigo Gueto de Varsóvia, emblemático para os poloneses e um dos pontos onde a História se mantém viva por meio da documentação de mil anos da comunidade judaica no país. A construção nova complementa o legado histórico, com oferta de atrações multimídia e opção de visita guiada em espanhol ou inglês. A próxima parada é dedicada ao Castelo Real de Varsóvia, residência oficial de vários reis polacos.
Fachada do Museu Polin, em Varsóvia
Destruído por um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial, ele passou por diversas tentativas de revitalização até que, em 1971, os poloneses decidiram por sua reconstrução. A reinauguração aconteceu em 1984. É lá que estão “A Moça na Moldura” e “O Sábio do Púlpito”, dois quadros de Rembrandt que foram roubados pela Gestapo, a polícia secreta alemã, e retornaram ao governo polonês em 1994. É de lá que parte o Caminho Real, trajeto que segue pelas ruas Krakowskie Przedmiescie e Nowy Swiat até o Palácio Lazienki. O roteiro é repleto de prédios históricos, incluindo o Museu Chopin e a Uni-
versidade de Varsóvia. A vodca é a bebida tradicional dos locais e a forma de produção típica está eternizada no Museu da Vodca Polonesa. A visita conta a história do destilado na Polônia e o modo de fazer que recebeu selo de identificação geográfica. Para usar a marca de vodca polonesa, ela deve ser produzida no país, com álcool etílico de origem agrícola, centeio, trigo, aveia ou batatas produzidas na Polônia, sem aditivos (exceto água). Ela também não pode ser envelhecida e as com sabor não devem conter mais que 100 gramas de açúcar por litro. Ao final da visita, o turista pode fazer a degustação de
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Castelo Real de Varsóvia
Basílica de Santa Maria, na Cracóvia
Praça do Mercado
Museu da Vodca
Especialistas em Polônia O grupo da Schultz foi formado por Adriana Lavinas e Wilson de Maio, da Bomtempo Turismo, de Vassouras (RJ); Bruno Mosimann Cubas, da Unique Travel & Tours, de Joinville (SC); Danelise Sartori e Deisy Dubena, da Dane Viagens e Turismo, de Canoinhas (RS); Eduarda Cano, da Inove Travel, de Porto Alegre (RS); Jacira Assmann, da Viagens Cirass, de Santa Cruz do Sul (RS); Marcelo Lasmar, da Autêntica Viagens, de Poços de Caldas (MG); Maria Souza Navarro Ferdinandi e Marta Beatriz Ferdinandi, da Cesutour, de Maringá (PR); Monica Warren Johns Ramirez, da Racional Turismo, de Caraguatatuba (SP); Naty Lambert, da J Farago Turismo, de Cambuí (MG); e Ronaldo Francelino, da Artmak Travel, de São Paulo (SP). 56 Brasilturis
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três tipos diferentes de vodca. Varsóvia também é a cidade de negócios da Polônia e conta com uma extensa rede hoteleira. O Hilton Hotel & Convention Center, empreendimento que hospedou o grupo, tem uma história curiosa. Há treze anos, foi um dos primeiros prédios comerciais a se instalar em uma região da cidade que ainda estava degradada. Sua chegada incentivou o desenvolvimento da região que, hoje, conta com outros edifícios sofisticados, bares e restaurantes que revitalizaram o entorno. O hotel segue o padrão da bandeira em todo o mundo, mas é especialmente bem decorado e conta com um bar na área externa, de frente para a rua. Além do conforto dos quartos, da vista dos andares mais altos e do café da manhã que merecem atenção, a área de academia e spa do hotel é de tirar o fôlego (literalmente). Aberta também para não hóspedes, conta com aparelhos de primeira linha, aulas de diversas modalidades e atendimento exclusivo. Outro local visitado pelo grupo foi o icônico Bristol Varsóvia, um hotel Luxury Collection. Fica na cidade velha, perto dos principais pontos turísticos da cidade, e possui serviços exclusivos de limosine, florista e outros mimos para clientes de luxo. Vale a pena checar as tarifas, que são bem acessíveis para
o conceito europeu. O edifício segue o modelo do centro histórico e faz parte do cenário, por isso é um ótimo local para realizar casamentos. Dica: é preciso saber a senha que muda todo dia para participar dos happy hours no terraço. Basta perguntar a um funcionário. O movimento slow food está em alta na Polônia e o Opasly Tom é um bom exemplo disso. Criado na antiga livraria do State Publishing Institute, o local promove o casamento entre a culinária e os livros. Com ingredientes regionais e sazonais, apresenta o sabor e a literatura da Polônia e do mundo. Já a Brasserie Warszawska é um restaurante que, desde 2014, está na lista Bib Gourmand Michelin, aquela que indica boas refeições com ótima relação custo-benefício. A cozinha do empreendimento é criativa e preparada com produtos de alta qualidade. BRESLÁVIA (WROCLAW) Uma viagem à Polônia não pode abrir mão da Breslávia. Aliás, é preciso dedicar ao menos dois dias para ver tudo. Às margens do rio Oder, ela é entrelaçada por cerca de 120 pontes que renderam o apelido de Veneza do Norte. Mas não é só a beleza que faz a visita valer a pena, mas a curiosidade de ser um parque de gnomos a céu aberto. A história é o primeiro relato de uma identidade do povo local, já que a área onde está a Breslávia já pertenceu à Áustria, Prússia e Alemanha até ser entregue de volta aos poloneses, no final da Segunda Guerra Mundial. Nos anos 1980, um grupo de jovens autointitulado Laranja Alternativa e opositores do regime comunista que governava o país encontrou uma forma de burlar a repressão. Em todos os lugares de onde os comunistas tiravam os símbolos da resistência, os jovens pintavam um gnomo. Com a queda do comunismo, os seres mitológicos foram incorporados à cultura local. Como é um movimento tipicamente da Breslávia, os comerciantes passaram a fabricar pequenas estátuas
de ferro alusivas aos seus negócios e, hoje, há até um walking tour que passeia visita os gnomos mais famosos. Hoje, são cerca de 500 e o número continua a crescer. Foi na Breslávia que o grupo conheceu o Pierogi, um tipo de pastel cozido com diversos recheios, que foi servido no jantar do restaurante Sukiennice 7. O de batatas é o mais tradicional. O restaurante conta com uma área externa e coberta na praça, que é um charme e uma ótima sugestão para os clientes. Vale lembrar que as entradas – todas, com destaque para a tábua de embutidos com raiz forte – são imperdíveis.
Praça do Mercado, na Breslávia
Um dos duendes que se encontram pela Breslávia
Fachada do novíssimo The Bridge Wroclaw MGallery Hotel Collection
Mercado municipal da Breslávia
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Entrada principal da Mina de Sal, em Wieliczka
Estátuas de sal
Agentes de viagens em frente à estátua de João Paulo II, em Wadowice
TURISMO RELIGIOSO País de nascimento do Papa João Paulo II, a Polônia é predominantemente católica. A oferta de pelo menos quatro locais de peregrinação cristã torna o país propício para quem busca turismo religioso. A primeira visita do grupo foi ao Mosteiro de Jasna Gorá, em Czestochowa, cidade que fica no caminho entre Varsóvia e Breslávia, considerado um importante centro de peregrinação Mariano. É lá que estão o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa, a Virgem Negra, considerado milagroso e exposto aos fiéis durante a celebração das missas. Em 1384, dois anos depois da chegada dos frades Paulinos à Polônia, o país recebeu a Jasna Gorá, que significa Monte Claro, uma cópia fiel do quadro da Virgem Negra. Os reis polacos costumavam recorrer a ela nos momentos difíceis e agradeciam com doações em ouro, prata e pedras preciosas que tornaram o mosteiro alvo de cobiça. O santuário foi assaltado em 1430 e o quadro da Virgem foi partido em três. O evento gerou a cicatriz de três linhas que hoje estampa o rosto da Virgem, pintada na restauração do objeto. Logo depois, Nossa Senhora de Czestochowa foi declarada Rainha da Polônia. Na rota de Breslávia a Cracóvia, está a Igreja da Paz, em Świdnica. Tida como Patrimônio Mundial da Unesco, desde 2001, é uma igreja barroca, protestante, construída em madeira e sem utilizar pregos. O prédio tem cerca de 300 anos e abriga um órgão barroco que é uma de suas principais atrações, junto com o acervo de obras de época. Outro destino importante é o Santuário de Nossa Senhora do Calvário, considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, localizado na cidade de Kalwaria Zebrzydowska, no caminho entre Cracóvia e Wadowice. Trata-se de um complexo de capelas, igrejas, um parque e até um hotel para peregrinos fundado em 1602. Cerca de um milhão de pessoas visita anualmente o santuário, principalmente em razão da imagem do Calvário de Maria, considerada milagrosa pelos católicos. No santuário, as confissões são ouvidas em oito línguas, incluindo o espanhol. Mas a estrela dos destinos religiosos da Polônia é Wadowice, cidade natal do Papa João Paulo II. Ainda estão lá a casa onde ele nasceu e a igreja em que foi batizado, a Basílica da Apresentação da Santíssima Virgem Maria. A cidade é quase um povoado, mas da praça - onde estão a igreja e o museu - a vista é linda. Além das visitas, é possível provar o Kremowka, ou o bolo do papa. Várias confeitarias oferecem a iguaria. 58 Brasilturis
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Para completar a experiência na Breslávia, o grupo se hospedou no The Bridge Wroclaw MGallery Hotel Collection, empreendimento que acaba de abrir as portas. Com o conceito de convivência em alta, as áreas comuns são preparadas para reunir as pessoas – seja no bar, no restaurante ou na área de leitura. No quarto, um momento inusitado – uma parede de vidro separa a acomodação do banheiro e o hóspede escolhe se deixa a cortina preta aberta ou fechada. A decoração também é inusitada, propondo uma visita ao passado com a ilustração de um pensador ou cientista da idade média e a simulação de velas ao redor da cama. Bem diferente. WIELICZKA Já na região metropolitana de Cracóvia, a cidade de Wielicza tem sob ela uma mina de sal com galerias que somam 300 quilômetros de extensão e 300 metros de profundidade. É Patrimônio Mundial de Cultura e Natureza da Unesco desde a primeira lista, de 1978. A mina é um conjunto de escavações que foi se formando com a exploração comercial de sal ao longo de séculos, desde a idade média até 1996. Anualmente, cerca de um milhão de pessoas visitam o local. O passeio inclui apenas as galerias e câmaras até 135 metros abaixo da superfície. É a parte mais significativa onde, além da evolução dos métodos de extração estarem preservados, há obras de arte produzidas pelos mineiros. A Capela de Santa Kinga é um dos espaços mais impressionantes, com 54 metros de comprimento e entre 15 e 18 metros de largura e 10 a 12 metros de altura. Criada em 1896, a decoração levou aproximadamente 70 anos para ficar pronta. Desde então, foi-se apenas agregando novos elementos, como a estátua do Papa João Paulo II, que é de 1999. Vale dizer ao turista que há elevadores industriais para a descida e subida e não há corredores apertados. CRACÓVIA Da Breslávia, o grupo fez uma parada em Wałbrzych para uma visita ao Castelo de Książ, antes de seguir para Cracóvia. A construção fica dentro do parque Książ Landscape e tem uma vista linda, mas sua história perpassa o nazismo. Conta-se que ele foi reformado com o objetivo de ser uma das casas de Adolf Hitler. Isso não chegou a acontecer, ainda assim, a reforma foi feita por prisioneiros submetidos a condições sub-humanas. Chegar à Cracóvia depois uma imersão no
interior da Polônia é como visitar uma metrópole, apesar de a cidade ter menos de um milhão de habitantes. Predominantemente universitária, ela exala juventude e alegria. O grupo de agentes se hospedou no Puro Hotel Kraków Stare Miasto, empreendimento que segue esse ritmo. Os apartamentos com janelas de vidro gigantes parecem vitrines de hóspedes para a avenida de frente ao shopping center de Cracóvia. Muito bem localizado, fica na parte atual da cidade, mas a uma curta distância a pé do centro histórico. O grupo fez um tour em carros elétricos, que são comuns, não somente em Cracóvia, mas também em Varsóvia, passando pelos principais pontos da cidade, até a Praça Maior, onde estão o mercado municipal, a Basílica de Santa Maria e o Hard Rock Café. O mercado, na verdade, é um conjunto de lojinhas de artesanato de couro, madeira e âmbar, feito para turistas. O bairro judeu fica perto do Castelo Real de Wawel, outro ponto turístico obrigatório. Parte da comunidade judaica ainda vive ali e, apesar de um pouco melancólico por manter o ar antigo, à noite é vibrante, com bares e restaurantes descolados que os próprios poloneses frequentam. Metrópoles combinam com restaurantes Michelin e, desta vez, o grupo conheceu o Miodova, incluído na lista Michelin Plate, ou seja, restaurante com boa culinária. Outra experiência gastronômica imperdível foi no Szara Ges, estabelecimento recomendado pelo Guia Michelin. Além de boa comida, ótimo lugar e bons vinhos, ele não serve pratos, mas obras de arte. Avise aos clientes para pedir a entrada de beterraba e a sobremesa do chef. São surpreendentes na apresentação e no sabor. Uma bela memória para se despedir da Polônia. Brasilturis viajou a convite da Schultz Operadora e do Escritório de Turismo da Polônia, com proteção Affinity e dados móveis Flexiroam Brasil
Informações úteis Localizada no centro europeu, na costa do mar Báltico, a Polônia é boa pedida tanto para o viajante mais experiente e que busca por novos destinos quanto pelos turistas iniciantes que podem incluir o país em um roteiro combinado pela região. Há fronteiras com Alemanha, Eslováquia, Lituânia, República Tcheca e Ucrânia.
Antigo mercado municipal e o novo shopping center, ambos em Cracóvia
SERVIÇO: Mosteiro de Jasna Gorá www.jasnagora.pl Igreja da Paz em Świdnica www.kosciolpokoju.pl Santuário de N. Sra. do Calvário www.kalwaria.eu Museu da Casa do Papa João Paulo II www.casajp2.es Clima – É temperado e os invernos são rigorosos, com ocorrência de temperaturas negativas, especialmente em janeiro. O mês mais quente é julho, quando os termômetros marcam uma média de 18ºC. Gastronomia - A culinária polonesa é bem favorável ao paladar brasileiro. Não usa temperos muito
diferentes dos nossos, mas tem ingredientes ricos, como as carnes de ganso, pato e uma variedade de cogumelos frescos. No geral, as refeições são servidas em quatro movimentos – entrada, sopa, prato principal e sobremesa. Língua Polonês. Vale contratar um guia local, já que não é em todos os lugares que se encontra locais que dominam o inglês ou o espanhol. O grupo foi guiado por Agnieszka Didenko, polonesa fluente em português. Moeda Uma vantagem extra é que o zloty (PLN), moeda polonesa, é equivalente ao real, ou seja, câmbio de um para um e, muitas vezes, com poder de compra maior. O ideal é levar euros ou dólares na viagem e
fazer a troca em casas de câmbio do centro da cidade, incluindo os correios, que têm taxa bem melhor do que a praticada no aeroporto. ATRAÇÕES Fryderyk Concert Hall www.chopininwarsaw.pl Museu Polin www.polin.pl/pl Castelo Real www.zamek-krolewski.pl/en/your-visit/welcome Museu da Vodca Polonesa www.muzeumpolskiejwodki.pl/en/ RESTAURANTES Opasły Tom www.kregliccy.pl/opaslytom Brasserie Warszawska www.brasseriewarszawska.pl
Sukiennice 7 (Breslávia) www.sukiennice7.pl Miodova Restaurante (Cracóvia) www.miodova.pl CK Dezerter Restaurante (Cracóvia) www.facebook.com/CKDezerter/ Szara Gęś w Kuchni (Cracóvia) www.szarages.com HOSPEDAGEM Hilton Hotel & Convention Center (Varsóvia) www.hilton.com Bristol Hotel (Varsóvia) www.hotelbristolwarsaw.pl/ The Bridge Wroclaw MGallery Hotel Collection (Breslávia) www.accorhotels.com Puro Hotel Kraków Stare Miasto (Cracóvia) purohotel.pl/pl/krakow
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DESTINO Durante as flutuações nas águas do rio Formoso e da Nascente Azul, os turistas são acompanhados por cardumes de piraputangas
Debaixo d’água tudo é mais Bonito A transparência dos rios, lagos e nascentes convidam os turistas a mergulhar com a pluralidade de espécies da fauna e flora aquática TEXTO E FOTOS: ANA AZEVEDO
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eu cliente procura por um local com altas temperaturas, águas cristalinas e atividades de aventura na natureza? Então diga a ele: aproveite Bonito! Localizado no estado do Mato Grosso do Sul, a cidade, com aproximadamente 20 mil habitantes, possui 41 opções de passeios focados em ecoturismo. Outra vantagem é que o local está entre os sete destinos mundiais com opções de turismo acessíveis aos viajantes que tenham algum tipo de deficiência física, sensorial ou mobilidade reduzida. Pensando no turismo sustentável, todos os atrativos requerem a presença de um guia credenciado e a apresentação do voucher eletrônico. A tecnologia serve para regular a quantidade de pessoas dentro 60 Brasilturis
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dos aparelhos turísticos e evitar a degradação da natureza, além de proporcionar uma experiência mais confortável e privativa. A cidade oferece 5,6 mil leitos divididos em 72 hotéis, albergues, resorts e pousadas. Há, também, um centro de convenções com capacidade para até duas mil pessoas. O Brasilturis viajou a convite do Instituto de Desenvolvimento de Bonito (IDB) para conhecer os atrativos, que incluem flutuação, grutas, balneários, observação da fauna e flora, além de atividades educacionais voltadas à preservação da natureza. A iniciativa do IDB parte do objetivo de reafirmar Bonito como um destino estruturado. O grupo é formado por seis associações ligadas ao setor turístico (veja no box Turismo e Prevenção).
ADRENALINA E CONTEMPLAÇÃO A aventura começa no Hotel Cabanas, com um circuito de seis quilômetros de arvorismo que, além de proporcionar um contato próximo às aves, testa o equilíbrio. Suspensos a 15 metros do chão, os 18 obstáculos são produzidos com cordas, outros mesclados com madeira e exigem concentração. Todos os participantes ficam presos por um cabo guia e, além disso, um monitor acompanha todo o percurso para auxiliar em qualquer dificuldade. O trajeto é realizado em 90 minutos e o desafio aumenta a cada estação. Próximo ao fim do percurso, o turista se depara com duas tirolesas: A primeira tem uma plataforma que dá acesso à trilha e a segunda propõe imersão nas
águas em tons de verde esmeralda do rio Formoso. É possível descer em ambas. O Zagaia Hotel e Resort também propõe atividades em meio à natureza. A dica é participar do passeio de quadriciclo da Rota Zagaia, um tour de 50 minutos por três quilômetros dentro da propriedade. No resort, o contato com as espécies é frequente e as aves não se incomodam com a presença de humanos. Ao caminhar pelas dependências, é comum encontrar araras, tucanos e cotias descansando à sombra. A próxima parada é na Gruta do Lago Azul. Para acessar seu interior e vislumbrar o lago cristalino, é preciso percorrer 200 metros de trilha e descer cerca de 300 degraus. A caverna, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
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DESTINO
TURISMO E PRESERVAÇÃO A Gruta do Lago Azul abriga fósseis pré-históricos e uma espécie rara de crustáceo
cional (Iphan), contém cercas de proteção margeando o caminho. Além da presença obrigatória do guia, há limite diário de pessoas dentro do atrativo. O lago de 90 metros de profundidade funciona como um espelho, refletindo os raios solares e tonalizando a água em diferentes nuances de azul. Atividades aquáticas não são permitidas, pois podem interferir no habitat do raro crustáceo Potiicoara brasiliensis, descoberto no local em 1990. Dois anos depois, descobriu-se que o tigre de sabre e a preguiça gigante, espécies que habitaram a Terra entre seis e dez mil anos atrás, também residiram no local. Próximo de lá, as Grutas de São Miguel compõem outro ponto de observação das formações de estalagmites e estalactites. O interior da caverna é seco e iluminado, o que minimiza a possibilidade de quedas, tropeções ou esbarrões. A atração proporciona a apreciação de morcegos e da coruja suindara. Os mais sortudos podem conseguir ver a ave se alimentando ou depositando os 62 Brasilturis
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restos de suas refeições em pilhas pelos rochedos. DEBAIXO D’ÁGUA Saindo das contemplações geológicas, a dica é saltar em grandes boias na água para se aventurar no boia cross, atração que funciona dentro do Parque Ecológico do Rio Formoso e começa com 900 metros de trilha. Com capacidade para até nove pessoas por grupo, a opção é indicada para crianças a partir de sete anos e não é necessário saber nadar, pois os coletes salva-vidas fazem parte dos parâmentos obrigatórios de segurança. O uso dos equipamentos é indicado para todos os atrativos e o empréstimo já é incluso no valor dos ingressos. O local dispõe de restaurante e fica aberto para utilização da lagoa e do circuito de aventura, mesmo após o término da atividade principal. Por falar em gastronomia, no centro comercial, além das lojas de artesanato local, há 42 opções de bares e restaurantes com especiarias da
região, cardápios veganos e populares. Além de boas receitas e do ambiente acolhedor, a Casa do João inclui um museu com vinis, equipamentos eletrônicos e móveis antigos. O artesanato se destaca tanto na decoração quanto na loja de souvenires. A programação segue imersa pelas águas cristalinas do rio Sucuri. Após instruções de uso do snorkel e ambientação na água, os turistas seguem ao longo de 1,3 mil metros rio adentro, acompanhando o ritmo da vida aquática, mudanças de relevo e vegetação. Com frequência, cardumes de piraputangas, o peixe símbolo da cidade, envolvem e acompanham os nadadores. A flutuação é feita sem pressa, já que o momento é de apreciação. Em pontos estratégicos, a guia para o grupo para fazer explicações sobre a fauna e flora, além de reforçar a preocupação com a preservação ambiental. Um barco nos acompanha para oferecer suporte, se necessário. Ao chegar ao deque, nos despedimos das águas cristalinas e voltamos por uma trilha semelhante à inicial:
O Instituto de Desenvolvimento de Bonito (IDB) é uma iniciativa das associações de comércio e lazer ligados ao turismo com o objetivo de ampliar a atividade do setor e desenvolver a economia local. Participam do grupo a Associação Bonitense de Agências de Turismo (Abaetur); Associação Bonitense de Hotelaria (ABH); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); Associação Comercial e Empresarial de Bonito (Aceb); Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur) e o Bonito Convention & Visitors Bureau. Outra entidade atuante é o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), cuja história começou em 1999, por iniciativa comunitária. Um grupo de moradores com atuação em setores diversos - como agricultura, turismo e comércio - se reuniu para combater a poluição do rio Mimoso. Por meio de ações de conscientização entre a população e um trabalho voluntário de coleta de lixo, o projeto expandiu e, em 2004, se transformou no IASB. Hoje, a organização atua na preservação dos recursos hídricos da Serra e na recuperação da mata ciliar. O Parque Nacional da Serra da Bodoquena possui 76.481 de mata protegida e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Reserva da Biosfera.
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No Eco Park Porto da Ilha, stand up paddle é uma das atividades disponíves para os turistas
O arvorismo do Hotel Cabanas possui 18 obstáculos, 15 metros de altura e 6km de extensão Durante o passeio de Duck, o viajante se aventura em descidas por cascatas ao longo do rio Formoso
O passeio de quadriciclo do Hotel Zagaia Eco Resort pode ser feito no período diurno e noturno
terreno plano e sem grandes dificuldades para locomoção. Em seguida, é hora de conhecer o duck, uma mistura de caiaque e bote. O veículo inflável acomoda duas pessoas: na frente vai o turista que será responsável pela velocidade e atrás fica o controlador da direção. O desafio é manter-se ereto, já que o aparelho é sensível e, muitas vezes, navega em círculos em vez de permanecer no curso. A atividade resulta em muita diversão, cooperação, coordenação motora e momentos de admiração da paisagem. Descer as cachoeiras é o ponto alto do passeio. Após as instruções dos monitores, a primeira experiência é de muita água na cara e adrenalina. A queda d’água é baixa e nos prepara para obstáculos maiores. O frio na barriga aumenta ao se aproximar da cachoeira mais 64 Brasilturis
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O boia cross é indicado para públicos de todas as idades
desafiadora do trajeto. A descida é feita de costas e finaliza o passeio em grande estilo, de frente para uma série de pequenas cascatas com píeres e deques. Um salva-vidas observa os banhistas fazendo stand up paddle e mergulhando livremente. TOUR PELAS CACHOEIRAS A manhã seguinte começa com um mergulho na Nascente Azul. A água é tão cristalina que permite observar o processo de fotossíntese acontecendo. A flutuação dura duas horas e é indicada para adultos e crianças a partir de quatro anos. O acesso em toda a propriedade é adaptado para pessoas com baixa mobilidade e há também uma cadeira anfíbia para que todos tenham oportunidade de ter um
contato próximo à natureza. Outra atração do local é a tirolesa de 300 metros de comprimento e 30 de altura. A experiência é suave e permite uma visão panorâmica da propriedade. Os usuários que desejarem podem se refrescar no balneário do empreendimento, desfrutar dos brinquedos do playground e descansar no redário. Bonito possui cerca de 50 quedas d’água. No complexo Cachoeiras Serra da Bodoquena, uma trilha leve passeia por sete cascatas formadas por tufas calcárias e pequenas cavernas banhadas pelo do rio Mimoso. A profundidade varia entre dois e sete metros. Para realizar o passeio, é recomendado usar roupas leves, sapato fechado e protetor solar. A sugestão é terminar a programação do dia no bar e restaurante
Na cachoeira Boca da Onça, o visitante pode se refrescar na piscina natural ou descansar nas cadeiras disponíveis no deque
Taboa. Há 25 anos em funcionamento, o estabelecimento oferece música ao vivo, cardápio diversificado e bebidas derivadas da cachaça homônima, uma receita exclusiva e muito procurada pelos turistas. Nas mesas, teto e paredes, a assinatura dos clientes dá um toque peculiar à decoração do bar. No dia seguinte, o passeio é orientado pela Boca da Onça Ecotour, um dos receptivos locais. A trilha de quatro horas abrange o poço da lontra, garganta da arara, cachoeira do jabuti, piscina da cotia e cachoeira do fantasma. Ao todo, são quatro paradas para banho, incluindo o rio Mimoso, que fica abaixo da cachoeira Boca da Onça. Além da cascata que dá nome ao passeio, um dos pontos de destaque é o buraco do macaco. Com sete metros de altura, nove metros
de largura e quatro metros de profundidade, o acesso é feito por um túnel de cinco metros de comprimento, que acaba na gruta formada pelo córrego Boca da Onça. A paisagem fica ainda mais bela com os raios solares atravessando as árvores e a água cristalina. O último e principal ponto de parada é a cachoeira Boca da Onça, atrativo que recebe o nome devido à formação rochosa próxima ao topo, semelhante ao animal. Com 156 metros de altura, a queda d’água é a maior do estado do Mato Grosso do Sul. No local, há um deque com cadeiras de descanso e uma piscina natural para se refrescar após a caminhada intensa. Com as energias recarregadas, subimos 886 degraus até o topo do morro em direção à recepção e ao balneário, estrutura que fica aberta para os turistas antes e depois da atração principal. Ao longo da escadaria, pontos de descanso com bancos formam pequenos mirantes. Outra opção de lazer é a plataforma de rapel, suspensa a 90 metros do chão. A atividade pode ser feita em dupla ou individualmente.
exposição nos viveiros. Bonito é o local para quem quer ter uma experiência imersiva na natureza sem abrir mão de estrutura. As experiências que a região proporciona imprimem no turista o desejo pelo cuidado com o meio ambiente e o fascínio pela fauna e pela flora. Brasilturis viajou a convite do Instituto de Desenvolvimento de Bonito, com proteção Affinity
Nas Grutas de São Miguel, as formações rochosas ilustram a passagem do tempo
CONSERVAÇÃO A preocupação com o meio ambiente chama a atenção no município, não apenas nos atrativos como na gestão do destino e em ações criativas. Criada em 2014, a Casa de Vidro é responsável pela reciclagem de 80% do material em Bonito. Mais do que tratar a matéria-prima descartada pela comunidade, a empresa personaliza itens de acordo com a preferência do cliente. Assim surgem luminárias que enfeitam árvores, xícaras, copos, jogos e vasos. A produção pode ser encontrada tanto nos estabelecimentos quanto nos locais públicos. Outra iniciativa que complementa o ecoturismo é o Projeto Jiboia. Com o objetivo de conscientizar a população, a ação existe desde 2005 e é feita por meio de palestras acerca do comportamento, reprodução, hábitos alimentares e defensivos de serpentes não peçonhentas. As instruções são ministradas para turistas, moradores e grupos escolares. Ao final da apresentação, os visitantes podem tirar fotos segurando uma jiboia e observar as outras espécies em www.brasilturis.com.br | Brasilturis 65
DESTINO SERVIÇO
Além dos rios e lagos, a região possui cerca de 50 cachoeiras
Água, protetor solar, roupas leves, trajes de banho e sapatos fechados são itens indispensáveis para o roteiro. Para entrar em qualquer um dos 41 atrativos focados em ecoturismo, é preciso ter o acompanhamento de um guia credenciado e a apresentação de um voucher eletrônico, comprado com antecedência. HOSPEDAGEM Zagaia Eco Resort e Hotel www.zagaia.com.br (67) 99963.6830 Cabanas Aventura www.hotelcabanas.com.br (67) 3255-3013
Na cachoeira da Anta, é possível observar a textura das formações rochosas de calcário
Águas de Bonito www.aguasdebonito.com.br (67) 3255-2330 RESTAURANTES Juanita (67) 3255-1924 Casa do João www.casadojoao.com.br (67) 3255-3987 Taboa www.taboabar.com.br (67) 3255-3598 ATRATIVOS E RECEPTIVOS Boca da Onça Ecotour www.bocadaonca.com.br (67) 99974-8315
A cachoeira do Jabuti é um dos atrativos da trilha da Boca da Onça
Cachoeiras da Serra da Bodoquena www.cachoeiraserradabodoquena. com.br (67) 3255-3199 Grutas de São Miguel www.grutasdesaomiguel.com (67) 3255-5524 Parque Ecológico do Rio Formoso www.parquerioformoso.com.br (67) 3255-2200 Casa do Vidro (67) 3255-3987 Projeto Jiboia www.projetojiboia.com.br (67) 3255-2200 Gruta do Lago Azul www.grutadolagoazul.com.br A cachoeira Boca da Onça possui 156 metros e é a mais alta do Mato Grosso do Sul 66 Brasilturis
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Piraputanga cozida em fogo baixo, arroz carreteiro à moda pantaneira e prime rib angus grelhado
66 . FLÓRIDA
Estado reúne atrativos que combinam com a personalidade de diferentes famílias
68 . GREATER FORT LAUDERDALE
Paisagens naturais, gastronomia, entretenimento e oferta cultural atraem turistas de todo o mundo
70 . ST. PETE / CLEARWATER
Boa conectividade aérea facilita a chegada às melhores praias dos Estados Unidos
72 . TAMPA BAY
Cervejarias, vida ao ar livre e oferta cultural peculiar fazem da cidade uma ótima pedida
74 . KENNEDY SPACE CENTER
Centro de visitantes da Nasa leva os turistas para o espaço com exposições e interações
78 . FORT MYERS / SANIBEL
Ilhas no Golfo do México compõem um paraíso que ainda é pouco conhecido pelos brasileiros
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ÓTIMOS HOTÉIS DA FLÓRIDA PARA TODA A FAMÍLIA Kara Franker Kara on the Coast
A
s famílias vão para a Flórida há anos, e é fácil entender por quê. “A Flórida é um destino ideal para se divertir em família porque oferece oportunidades para as famílias participarem em conjunto das atividades”, disse Emily Kaufman, também conhecida como The Travel Mom. “De parques temáticos e aventuras ao ar livre a atividades práticas de aprendizagem, a Flórida tem algo que combina com a personalidade de toda família.” A blogueira de viagens em família que mora em Jacksonville Carrie McLaren concorda. “A Flórida é um lugar fantástico para as famílias visitarem em razão de todas as ótimas atividades que pais e filhos podem experimentar juntos. De andar em montanhas-russas emocionantes a assistir a um lançamento de foguete, explorar trilhas naturais, fazer passeios de aerobarco ou procurar conchas na praia, a Flórida permite que as famílias tenham lembranças inesquecíveis juntas.” Aqui estão apenas alguns dos melhores hotéis que atendem a famílias em todo o Estado do Brilho do Sol.
TRADEWINDS ISLAND RESORTS EM ST. PETE BEACH Ocupando 10 hectares de areia branca à beira-mar na St. Pete Beach, os TradeWinds Island Resorts oferecem muito a fazer. A propriedade é o lugar perfeito para dar um mergulho, com suas sete piscinas, bem como um toboágua de três andares na praia. Você também encontrará um playground aquático com trampolins e lounges para relaxar flutuando nas ondas. Os mais aventureiros da família vão adorar a oportunidade de pairar com um JetLev Flyer acima da água. Além disso, há diversas atividades para as crianças, como uma apresentação de piratas, um cinema dentro d’água e a oportunidade de fazer carinho em criaturas marinhas na Touch Tank Experience. Os nadadores sortudos maiores de 8 anos podem sentir o gostinho de mergulhar no tanque de 125 mil litros construí-
do pelo programa “Com Água até o Pescoço” do Animal Planet, no aquário do RumFish Grill. CABANA BAY BEACH RESORT EM ORLANDO O Cabana Bay Beach Resort, de temática retrô, no Universal Studios em Orlando, é praticamente um parque de diversões por si só. Ao ficar nesse hotel, você ganha acesso antecipado ao The Wizarding World of Harry Potter uma hora antes da abertura dos parques temáticos. Além disso, ele fica a uma curta distância dos dois parques temáticos da Universal em Orlando e do Universal CityWalk. Entre as visitas aos parques, dê um mergulho nas duas enormes piscinas, onde você encontrará um rio lento e um toboágua com temática de plataforma de salto. Há também um boliche com 10 pistas e, todas as noites de sexta-feira, espere aparições de alguns de seus personagens de filme favoritos. HAWKS CAY RESORT EM FLORIDA KEYS Desça a Overseas Highway em Florida Keys, e você descobrirá a Duck Key, onde fica o Hawks Cay Resort. A instalação de pesquisa de golfinhos do resort oferece a hóspedes de todas as idades a oportunidade de nadar e interagir com golfinhos-nariz-de-garrafa do Atlântico enquanto aprendem a importância de proteger o ecossistema marinho da Flórida. No Coral Cay Activities & Adventure Center, as crianças podem nadar e brincar na laguna, jogar frisbee, fazer colares de den-
tes de tubarão, tomar vaca-preta e muito mais. Há diversas oportunidades para mergulhar, pescar em alto mar e praticar canoagem ou parasailing. Sem contar que há seis enormes piscinas, incluindo uma com um navio pirata, toboáguas, canhões de água e duchas em formato de cogumelo. O calendário de eventos fica cheio o ano inteiro, para você nunca ficar entediado. SOUTH SEAS ISLAND RESORT EM CAPTIVA ISLAND Situado na ponta da Captiva Island na costa do golfo da Flórida, o South Seas Island Resort abrange 130 hectares de pura beleza, incluindo 4 quilômetros de praias. O resort possui a melhor escola de vela do país e, por isso, é o lugar perfeito para inscrever a família para fazer algumas aulas. Ou optar pelo stand-up para ver tartarugas-marinhas, peixes-boi e golfinhos. A Sanibel Sea School é uma organização sem fins lucrativos no local que oferece passeios em família e programas educativos experimentais relacionados ao mar. O Skully’s Family Interactive Center é um ótimo lugar para crianças de todas as idades participarem de brincadeiras ao ar livre, bingo na beira da piscina, kitesurf, corrida de caranguejos e muito mais. E não se esqueça de tirar um tempo para procurar conchas; as ilhas de
Captiva e Sanibel estão entre os melhores lugares do mundo para essa atividade. SANDESTIN GOLF AND BEACH RESORT EM DESTIN Localizado perto de Destin na Costa Esmeralda do Noroeste da Flórida, o Sandestin Golf and Beach Resort parece um vilarejo praiano, estendendo-se por 970 hectares. O resort é tão grande que há um bonde que você pode pegar para ir de um lugar ao outro. Se você gosta de golfe, minigolfe, tênis, ciclismo, remo em pé, caiaque, pesca, caça às conchas ou parasailing, esse resort familiar é para você. No Village of Baytowne Wharf, você pode atravessar a lagoa de tirolesa, além de fazer arvorismo para testar seu equilíbrio e agilidade. Para as crianças menores, há um passeio de carrossel. Confira o Club KZ, o clube infantil do resort, para jogos interativos e atividades que exploram a cultura local e a vida selvagem. LOEWS MIAMI BEACH HOTEL EM SOUTH BEACH Embora South Beach seja famosa por seu constante cenário festivo, o Loews Miami Beach Hotel oferece um ambiente familiar e o programa Our Loews Loves Kids. O SoBe Kids Camp do resort oferece programas de período integral ou meio período, repletos de atividades como esportes de praia, guerrinhas de balão d’água, competições de Wii, concursos de construção de castelos de areia e gincanas. Dê um mergulho na espaçosa piscina ou vá até a sorveteria SoBe Scoops, que oferece sorvetes de produção local da Azucar, com sabores como Abuela Maria e outros mais clássicos. Há diversos esportes aquáticos disponíveis, como aulas de surfe, mergulho e excursões de pesca, caiaque, parasailing e passeios de banana boat.
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Hollywood Beach Broadwalk
DESCUBRA GREATER FORT LAUDERDALE Com refeições e atrações para viajantes internacionais que querem experimentar novas culturas e belas paisagens, Greater Fort Lauderdale recebe visitantes de todo o mundo PRAIA É SÓ O COMEÇO Os mais de 37 quilômetros de praias com ondas azuis tornam fácil a tarefa de sentar-se ou passear durante horas, apreciando a brisa e observando a água com navios de cruzeiro, iates e veleiros continuamente cortando o horizonte. Com uma temperatura média da água de 26,5°C, a natação é uma atividade durante todo o ano em Greater Fort Lauderdale, junto com snorkel e uma variedade de esportes aquáticos repletos de diversão. Embarque em uma aventura de barco pelos mais de 480 quilômetros de vias navegáveis e veja porque o destino é conhecido como a “Veneza da América”. As opções incluem passeios para pesca de alto mar e aulas de mergulho em pontos que facilmente irão trazê-lo cara a cara com a incrível vida marinha local. CENA INESPERADA DE RESTAURANTES E VIDA NOTURNA Com tantas opções de restaurantes tentadores, os visitantes começaram a conversar e trocar indicações, o que vem transformando Greater Fort Lauderdale, rapidamente, no destino preferido da Flórida. Sob o sol, os paladares refinados têm à disposição churrascarias clássicas e café da manhã na praia. Isso sem falar em novos pratos do estado feitos com ingredientes frescos, incluindo frutos do mar direto do Atlântico, frutas e legumes originários do campo.
Experimente um passeio gastronômico ou uma aula de culinária. E, para ter a vivência mais importante de Greater Fort Lauderdale, jante em um dos vários restaurantes à beira-mar com acesso por barco. Os habitantes chamam, apropriadamente, essa atividade popular de “docking n’dine”. À noite, desfrute de bebidas sob as estrelas, cervejas artesanais mais badaladas, clubes no centro da cidade e corridas de praia ao luar. Uma cena vibrante de artes e cultura ganha vida no Riverwalk Arts & Entertainment District, ao longo da cênica New River, com performances empolgantes, exibições emocionantes, música, filmes, locais históricos e muitas outras opções. É uma mistura brilhante de casual e sofisticado que oferece algo diferente para todos os tipos de notívagos. GOSTA DE FAZER COMPRAS? Comece sua experiência no maior outlet do mundo, o Sawgrass Mills, e visite as lojas de luxo Prada, Kate Spade, Bloomingdale’s Outlet e Saks Off 5th. Dirija-se ao The Galleria, em Greater Fort Lauderdale, para fazer compras sofisticadas no melhor local. Ali você encontrará varejistas mundialmente famosos como Macy’s, Neiman Marcus e Dillard’s, além de restaurantes de luxo e o Red Door Spa de Elizabeth Arden. Prepare-se para fazer uma declaração de amor à genuína moda local. Reinvente o seu estilo com looks boêmios e dignos das pis-
tas, encontrados em espaços imprevisíveis. Designers de renome montaram lojas com ar vintage, boutiques pop-up e estúdios por toda a cidade. Localizada no The YARD, em Wilton Manors, a Wander Shop vende moda com essa mistura boêmia. A boutique eclética é pequena em tamanho, mas grande em charme, com seleções exclusivas de roupas e acessórios perfeitas do brunch até as boates. Se você quiser fazer um mergulho na praia, o Montce Swim é o seu destino para trajes de banho de grife. Com uma grande clientela composta por celebridades e presença online, a loja chama a atenção em Greater Fort Lauderdale. Independentemente do que você procura - sejam peças ultracontemporâneas, chiques, bohos ou com tiras - seu mais novo traje inspirará confiança e elogios. Há também as boutiques da Las Olas Boulevard, nas proximidades. Conhecida como a “milha do estilo” de Greater Fort Lauderdale, a mundialmente famosa avenida é repleta de boutiques, restaurantes com lounges animados e cafés com mesas na calçada. Las Olas também é uma parada importante ao longo da rota de táxi aquático da Greater Fort Lauderdale. Planeje sua escapada em Greater Fort Lauderdale com o guia de férias oficial do destino em: pt.vacationplanner.sunny.org
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Clearwater Beach
CURTA AS MELHORES PRAIAS DA FLÓRIDA C
urta nossas praias premiadas entre 56 quilômetros de areia branca! Com tantas opções de vôo direto e um trajeto fácil de carro de Orlando, suas melhores e relaxantes férias da Flórida acontecem aqui na Costa do Golfo. Explore com seus pés na areia branca das melhores praias dos Estados Unidos pelo TripAdvisor 2019. A praia de Clearwater Beach nomeada mais uma vez como #1, tem o conhecido Pier 60, um lugar magnífico para assistir ao pôr do sol. Na praia tranquila de St. Pete Beach – nomeada #4, construa um castelo de areia perfeito, e aproveite o paddleboard no impressionante Golfo do México. Encontre uma vibe da Velha Florida na Treasure Island ou Pass-A-Grille, ou fique ativo no parque de praia Fort De Soto voltado para a família. Desejando um refúgio na ilha? Não há lugar como Honeymoon Island e Ilha Caladesi praias subdesenvolvidas da Flórida, onde você está garantindo uma boa pausa.
www.visitstpeteclearwater.com/br
Caladesi Island
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Ybor city
Skyline do centro de Tampa
Postal mostra ícones da cidade
Produção artesanal de charutos
Ybor City
COMBINAÇÃO PERFEITA POR CAMILA LUCCHESI
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iversidade gastronômica, autenticidade cultural, temperatura agradável e as belas paisagens de uma baía no Oceano Pacífico. A combinação de atrativos oferecida por Tampa Bay, destino na costa oeste dos Estados Unidos, vem atraindo a atenção de turistas de diversas partes do mundo que buscam por novas experiências na Flórida. Não é diferente no Brasil, segundo conta Patrick Harrison, diretor de Marketing do Visit Tampa Bay. “Oferecemos oportunidades diferentes para todos, especialmente aos repetears de Flórida. Eles encontram em Tampa a combinação perfeita de atrações que atendem a diferentes faixas etárias e perfis de público, além de um ambiente autêntico e amigável”, defendeu.
Enquanto os mais aventureiros podem testar seus níveis de adrenalina em Busch Gardens, parque temático que completa 60 anos em 2019 e estreou a montanha-russa Tigris, em meados de abril, quem prefere relaxar se dedicar à contemplação pode incluir no itinerário uma caminhada pelo calçadão de quatro quilômetros que acompanha o curso do rio. “A reformulação desta área trouxe mais vida a Tampa. É comum ver pessoas caminhando e praticando esportes como caiaque e stand up paddle”, disse Harrison. O Riverwalk acompanha o ritmo da cidade e é marcado por dezenas de atrações culturais, como museus, restaurantes, hotéis, lojas, teatros e parques interligados pelo calçadão que formam um
grande complexo de lazer e entretenimento na cidade, sendo palco para festas e festivais durante todo o ano. Outra maneira interessante de conhecer a cidade é navegando pelo Pirate Water Taxi, um barco táxi que passa pelos canais do rio Hillsborough e faz 15 paradas pelos principais pontos turísticos de Tampa. Outro local imperdível é o bairro histórico de Ybor City, local que viveu seu auge no final do século 18, quando era considerado centro de produção dos melhores charutos fabricados nos Estados Unidos. O clima, a história dos imigrantes, os prédios antigos, restaurantes e bares ainda estão lá para contar essa história. Amantes da boa mesa também encontram seu lugar na cidade. A colonização espanho-
la combinada com a influência cubana e latina trouxe novos temperos e sabores à culinária que agrada a diversos paladares. Outra vertente que vem crescendo é a do turismo cervejeiro, já que o destino reúne dezenas de cervejarias artesanais com estrutura para receber turistas e promover degustações. A expectativa do Visit Tampa Bay é que entre 200 mil e 300 mil brasileiros visitem a cidade em 2019. Esse número considera o número de pernoites, provando que o destino não é mais local para passeios de apenas um dia. São 24 mil apartamentos disponíveis e outros dois mil em construção que serão somados nos próximos três anos. “Além de elevar a capacidade, queremos diversificar a oferta”, finalizou Harrison.
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Kennedy Space Center
A MAIOR AVENTURA DO HOMEM, AO ALCANCE DE TODOS
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omemoramos este ano 50 anos da chegada à Lua pela missão Apollo 11. Hoje, os visitantes vivenciam esse grande feito diretamente de onde o sonho de explorar a Lua realizou-se: no NASA Kennedy Space Center Visitor Complex, na Flórida. A atração Apollo/Saturn V Center já apresentava artefatos da história do célebre programa espacial e recebeu inovações. Agora, está ainda mais imperdível e interessante aos agentes de viagens. Traz exposições que exploram a preparação e treinamento dos astronautas da Apollo, oferecem outras visões do foguete Saturn V e replicam a superfície lunar – turistas podem deixar as próprias pegadas na “Lua”! Entre outras novidades, há o Jardim de Árvores Lunares (Moon Tree Garden), com 12 árvores “netas” das sementes que orbitaram a Lua durante a missão e uma estátua em homenagem aos três grandes veteranos: Armstrong, Aldrin e Collins. O já conhecido “Almoço com o Astronauta” também foi re-
formulado, agora em novo local e focado nas vivências dos astronautas no espaço. Mesmo orgulhosos do passado, nossos olhos permanecem no futuro. Em 2019 houve lançamentos de foguetes entre testes para tripulação e serviços para a estação espacial, graças aos parceiros da NASA: Boeing, SpaceX e United Launch Alliance for the Commercial Crew Program que têm um único objetivo: voltar a enviar humanos ao espaço a partir do solo americano. Estes eventos podem ser assistidos do complexo em datas específicas. Algumas áreas de visualização estão inclusas no ingresso ou, por um valor adicional, os visitantes podem acomodar-se em áreas mais privilegiadas. Também é possível adquirir um Pacote de Lançamento de Foguete, que inclui ingressos a facilidades específicas
disponíveis de acordo com as missões. Para ficar próximo deste futuro que se torna cada vez mais presente, o www.kennedyspacecenter.com disponibiliza calendário de lançamentos, que podem alterar sem aviso prévio.
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Fotos: Divulgação/Visit Florida
Ilha Captiva
Família em Sanibel
Vista aérea de Fort Myers
Farol de Sanibel
PARAÍSOS DESCONHECIDOS POR ANA PAULA GARRIDO
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ue tal sugerir ao seu passageiro que ama Miami agregar novas paradas à tradicional viagem? No entorno da cidade famosa entre os brasileiros pela combinação de oferta cultural, lifestyle e compras há muitos destinos charmosos e que têm tudo a ver com o perfil do brasileiro. A dica é atravessar a Flórida até a outra costa, no Golfo do México. Pode parecer distante, mas o trajeto de pouco mais de 250 quilômetros é realizado em três horas. A região conhecida como “Mediterrâneo das Américas” oferece 1,6 mil quilômetros de praias, com areia branca e água transparente, uma infinidade de pássaros que migram conforme as estações do ano, golfinhos que nadam na beira da praia e os mais lindos fins de tarde com o sol se pondo no mar. Fort Myers, Sanibel, Captiva e outras dezenas de ilhas formam um destino paradisía-
co e ainda pouco conhecido por brasileiros. Verdadeiro santuário de vida selvagem, com uma enorme área de preservação ambiental, esse pedaço de paraíso com clima mais relaxado e ar de veraneio é um convite ao descanso e ao contato com a natureza. Vale conhecer a reserva ecológica de Six Mile Cypress, ver as borboletas no Butterfly Estates, fazer fotos do Fort Myers Beach Pier e explorar a beleza das inúmeras ilhas da região. Quem quiser fazer um passeio mais cultural pode conhecer os museus dedicados a Thomas Edison e Henry Ford, instalados nas mansões que os gênios escolheram para residir durante o inverno. Outro programa interessante é fazer um passeio de barco para a ilha de Useppa, sempre acompanhados por golfinhos surfando nas ondas da embarcação. Com acesso apenas por barco, a ilha tem uma pequena
Edison & Ford Winter Estates, em Fort Myers
marina, casas de veraneio, restaurante, clube privativo e museu. Nos anos 1920, a ilha era local disputado para pesca esportiva dos ricos e famosos. Belezas naturais escondidas vão se revelando pouco a pouco, à medida em que você atravessa a ponte em direção a ilha de Sanibel e, posteriormente, chega a Captiva. Vegetação exuberante, praias quase desertas, um farol construído em 1884, lindas casas, restaurantes, lojinhas e até um museu de conchas são as grandes atrações do destino que prova que a Flórida é um luxo também para amantes da natureza.
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Foto: Dragon Rid
PUBLIEDITORIAL
uais são as suas experiências favoritas em família para criar memórias inesquecíveis? Seria encontros de pertinho com animais exóticos? Ou passeios relaxantes de bicicleta ao ar livre? Talvez curtindo a gravidade zero em uma montanha russa radical? Ou um jantar temático de alta energia? Em Kissimmee, você pode vivenciar todos os itens acima (e muito mais) para criar os momentos favoritos que farão todos comentar “você se lembra quando”. ACOMODAÇÕES RELAXANTES Não se limite quando se trata de onde você vai descansar sua cabeça à noite. Em Kissimmee, na Flórida, você não terá que sacrificar a proximidade das famosas atrações da região ou uma estadia confortável - você terá os dois! Com mais de 45.000 acomodações, este destino na Flórida Central oferece opções para todos os orçamentos e necessidades. De belas casas de férias a resorts equipados com cozinhas nos apartamentos, Kissimmee facilita o acesso a tudo. PARQUES TEMÁTICOS EMOCIONANTES Há apenas dez minutos de dis-
tância, experimente a magia do Walt Disney World® Resort. Aprecie a majestade do Cinderella Castle no Magic Kingdom® Park, dê um passeio ao redor do mundo no Epcot®, veja o lado selvagem no Parque Temático Disney’s Animal Kingdom® ou encolha até o tamanho de um brinquedo no Toy Story Land no Disney’s Hollywood Studios ™. Além disso, seja a estrela dos filmes no Universal Orlando Resort ™, visite o The Wizarding World of Harry Potter™ e incríveis atrações com temas de filmes. Esfrie as coisas no SeaWorld® Parks & Resorts ™ Orlando, onde você pode viajar para a Antártida e conhecer um pinguim ou dois. E a uma curta distância de carro encontra-se o complexo de visitantes do Kennedy Space Center, que é um lugar fora deste mundo, e o LEGOLAND® Florida Resort, favorito para toda a família. Encontros com animais selvagens e aventuras ao ar livre Jacarés, pássaros e até mesmo um bicho preguiça ou dois! Os animais estão ao seu redor quando você visita Kissimmee. Ande a cavalo no Forever Florida. Conheça bicho preguiça,
Foto: WildFlorida
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Memórias em Família para vida inteira
lêmures, zebras e muito mais no Wild Florida Airboats & Gator Park. Assista a um show incrível de répteis em Gatorland, onde você pode ver mais de 2.000 jacarés - incluindo o famoso jacaré-albino, Pearl. Passeie em um aerobarco com até 17 pessoas, ou escolha um barco privado, e experimente uma velocidade de até 72 km por hora no Boggy Creek Airboat Rides. Nesta área, você verá animais selvagens como pássaros, tartarugas e jacarés de pertinho. COMPRAS EXCLUSIVAS E GASTRONÔMICAS Depois de explorar a Flórida natural com a família, é hora de visitar os clássicos que Kissimmee tem a oferecer... e talvez convidar a todos para algumas deliciosas excursões gastronômicas e de compras! Do Orlando Premium Outlets ao shopping de Old Town Kissimmee, a Flórida Central tem tudo que você precisa para criar as férias mais memoráveis entre família e amigos.
Bem pertinho você encontrará a bela cidade de Celebration, onde você descobrirá uma variedade de opções de restaurantes. Pare no Wonderland Cookie Dough Co. para experimentar uma massa de biscoito comestível que você pode comer direto da tigela! Depois dos doces, leve seus pequenos em um passeio de bicicleta pela cidadela. Celebration Bike Rentals tem tudo que você precisa para explorar esta cidade pitoresca. Para uma experiência completa, jante e curta a um novo filme no Studio Movie Grill do Sunset Walk, onde você pode assistir o filme enquanto come sua refeição favorita. Ha apenas alguns minutos esta localizado o Disney Springs, aonde você pode experimentar momentos inesquecíveis jogando boliche no Splitzville ou aproveite para visitar o World of Disney para comprar suvenires. E estas são apenas algumas das muitas aventuras memoráveis esperando por você na ensolarada cidade de Kissimmee, na Flórida. Inspire-se em EXPERIENCEKISSIMMEE.COM
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Suiíte
Piscina principal
EDEN ROC MIAMI BEACH: LUXO, ENTRETENIMENTO E UM CENÁRIO CHEIO DE ENCANTOS Resort sintetiza o estilo de vida que reúne a praia cosmopolita, oferecendo aos hóspedes uma atmosfera emocionante
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o coração de Miami Beach, e à beira-mar, o Eden Roc Miami Beach, uma das propriedades mais luxuosas de Miami Beach e sob a administração da RCD Hotels, oferece um ambiente moderno e confortável para relaxar e apreciar a vista que pode ser para o mar ou a instigante paisagem horizontal da cidade. Ambas de tirar o fôlego. Conforto de sobra para o hóspede que procura quartos espaçosos e que incluem amplas varandas. Para o lazer, três piscinas e cabanas à beira-mar. Já para a gastronomia, há de se destacar a culinária premiada do chef Hélène Henderson que oferece ingredientes frescos, da fazenda direto para a mesa no Malibu Farm. Mas há muito mais para ser explorado no resort. Na coquetelaria, por exemplo, o hóspede tem à disposição um mixologista para oferecer uma experiência ímpar no lobby ou no bar junto à praia. Mas você tem o direito de escolher mais. Se preferir, seu drink
ou sua refeição no aconchego do seu quarto, o chef executivo Thomas Buckley te oferece um menu criado especialmente para o room service 24h, incluindo sabores locais. O luxuoso resort garante também seu momento de bem-estar. Inspirado no estilo de vida cosmopolita da praia, o spa e o Fitness Center oferecem uma renovação personalizada e um relaxamento profundo para mente, corpo e espírito. O spa possui programa criado e selecionado especialmente para oferecer uma pausa do sol quente de Miami, com tratamentos especializados para combater o envelhecimento, os cuidados pós-sol, a pele seca e muito mais. O cenário e o destino inspiram também o desejo de se casar. Miami é a queridinha dos brasileiros para compras, mas é inegável que sua paisagem litorânea é estonteante e de uma beleza única. E é exatamente neste contexto que o Eden Roc Miami Beach está inserido.
Unindo todos os atributos naturais com a estrutura do resort, não é exagero afirmar que o casamento do sonhos aconteça no espaço. E sim, os noivos têm em suas mãos uma seleção variada de espaços internos e externos para escolher. Do estilo icônico ao contemporâneo. Essa importante decisão não pode ser tomada sozinha. Por isso, uma equipe formada por profissionais e chefs de bastidores conceituados está disponível para ajudá-los. Tudo para que o dia seja eternizado para o casal e seus convidados e familiares. No serviço wedding, os noivos podem contar com a estrutura do resort também para realizarem os eventos pré e pós-casamento, incluindo festas de noivado, despedidas e recepções. Aquela viagem em família está garantida. O Eden Roc Miami Beach é um empreendimento que está preparado para atender adultos e crianças. Da praia à piscina,
o hóspedes com idade entre 4 e 12 anos, se divertem com o programa BECO Kids. Inspirado pelo espírito do oceano, equipado com toques náuticos e está em um espaço transformado com mais de 700 metros quadrados. O serviço é contratado à parte, e oferece de meio-dia, dia inteiro ou cuidados à noite. Enquanto isso os pais, relaxam sabendo que seus filhos estão crescendo e explorando. O espaço conta com uma estação de atividades, área de lazer com móveis adequados para a idade e é equipada com brinquedos e legos. O mezanino atenderá aos mais velhos do grupo, com uma mesa de pebolim, filmes e outras atividades divertidas. Mas e os pets? Desde julho, o Eden Roc Miami Beach, em parceria com a PupJoy, passou a oferecer serviços exclusivos voltados para os pets caninos por meio do programa VID (Very Important Dog). Entre as opções disponíveis está a reserva de massagens, caminhadas e serviço de pet sitter. O serviço não está incluso na hospedagem.
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DIREITO
LGPDP e o Turismo João Bueno Advogado especialista em associações e consultor jurídico para empresas de turismo e hotelaria. joao.bn@bnkm.com.br
A
legislação brasileira sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPDP) trouxe intensa movimentação nas empresas e a busca crescente por informações confiáveis. Publicada em 14 de agosto de 2018, a Lei nº 13.709 seguiu o modelo europeu, criando regras para operações que trabalham com dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa física ou jurídica de direito público ou privado. O objetivo é “proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural”, segundo texto que consta no artigo 1º. A lei se aplica a qualquer operação comercial realizada em território nacional e cujos dados pessoais tenham sido coletados no País. É imperioso destacar que a lei abrange apenas operações com finalidade econômica e, também, exclui atividades de cunho jornalístico, artístico e acadêmico, além daquelas que são de interesse da segurança nacional e governamental, conforme disposto no artigo 4º. Com a comercialização de viagens ocorrendo em grandes volumes pelos meios digitais, é fun-
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damental o aprimoramento dos requisitos ligados à segurança da informação das empresas de Turismo. Afinal, elas transmitem os dados pessoais dos viajantes/consumidores, enquanto os fornecedores que integram a cadeia produtiva armazenam informações sobre o meio de pagamento, via cartão de crédito. Seguindo o que está expresso no artigo 7º da LGPDP do dispositivo legal, todas as empresas devem obter o consentimento ou, como relata o texto, contar com a “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada”. É importante ter esse consentimento, que não pode ser genérico, por escrito. A lei brasileira designou um capítulo exclusivo para tratar de direitos do titular dos dados, com garantia da revogação do uso e acesso aos dados, a qualquer momento. É fundamental que, durante o período de adaptação, as empresas busquem conhecer a Legislação em detalhes, uma vez que praticamente todas as empresas integrantes da cadeia produtiva do Turismo terão de se adaptar e ajustar seus protocolos com base nos dispositivos da LGPDP. Vale lembrar que ter uma política de privacidade ou informar no website que aquela empresa observa os ditames da legislação não significa estar em conformidade. É preciso adotar medidas internas para atender a todas as regras da guarda, manuseio e trato das informações pessoais de cada pessoa que navegou ou transacionou nos canais de vendas.
Além dos requisitos associados ao consentimento dado pelo titular dos dados, as empresas também começam a incluir cláusulas específicas relacionadas ao cumprimento da LGPDP, como forma de assegurar o cumprimento das normas pelos parceiros comerciais. Esse é um ponto delicado, já que não adianta ter um contrato com previsões para atender às exigências do mercado e não ter uma estrutura interna para tratar as informações de acordo com a lei. Vejam que o artigo 52 da LGPDP traz as sanções administrativas aplicáveis contra os infratores que vão desde advertência até multa de até 2% do faturamento da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado, com base no último exercício, com valor limitado a R$ 50 milhões pela infração, além de uma multa diária. Todas as empresas - agências de viagens, hotéis, empresas de transporte e organizadoras de eventos, entre outras - estão sujeitas aos efeitos desta lei. Algumas situações que são muito comuns no dia a dia do setor, como, por exemplo, a utilização dos contatos entre empresas de um mesmo grupo ou a disponibilização da listagem de inscritos em eventos e congressos como benefício para empresas patrocinadoras, deverão se adequar às exigências legais. É muito importante que as empresas busquem apoio jurídico para as providências necessárias ao atendimento de todas os critérios legais, evitando que fiquem sujeitas às penalidades por infrações após o início da validade da Lei que se dará em meados de agosto de 2020.
PASSO A PASSO Confira as principais etapas para preparar e adequar sua empresa para a LGPDP 1) Nomear um responsável ou estruturar um comitê para proteção de dados; 2) Fazer uma minuciosa pesquisa de como os serviços oferecidos pela empresa podem ser impactados pela LGPDP; 3) Desenvolver uma estratégia abordando as áreas impactadas na empresa, com a execução de alterações em processos e procedimentos; 4) Realizar um levantamento preciso para inventário de todas as informações pessoais sob a guarda da empresa; 5) Mapear o caminho percorrido pelos dados durante seu ciclo de vida dentro da empresa, com análise dos riscos envolvidos; 6) Ajustar a Política de Privacidade, Compliance e/ ou boas práticas com todas as previsões alusivas aos dados, envolvendo segurança, riscos e treinamentos às equipes; 7) Sites devem ter atenção especial aos termos de captura e rastreamento de dados pessoais, com testes e validações para a plena conformidade.
UNEDESTINOS
Uberlândia investe em turismo de saúde Projeto visa transformar a cidade mineira na primeira Health City do Brasil POR CAMILA LUCCHESI
U
m destino formatado para oferecer excelência em tratamentos e assistência à saúde. O conceito de Health City está guiando transformações em Uberlândia, cidade mineira que deve estrear essa categoria no País no próximo ano. O projeto é liderado por Vanessa Segantini, médica que enxergou esse potencial no município, e ganhou a adesão do Visite Uberlândia. O órgão irá capacitar a cadeia de Turismo local para promover excelência no atendimento aos visitantes. Segundo Pedro Paulo Schwindt, empresário local e presidente do Visite Uberlândia, a cidade já recebe um grande fluxo de turistas em busca de tratamentos. A união de turismo com saúde pareceu natural e a ideia é unir forças para criar um encadeamento de ações e, assim, oferecer opções de lazer e entretenimento a esse público. O projeto tem apoio do Sebrae, entidade que irá qualificar os empreendimentos turísticos. Em entrevista exclusiva ao Brasilturis Jornal, Pedro Paulo Schwindt, empresário local e presidente do Visit Uberlândia detalhou os próximos passos do projeto.
Saúde da Família, 11 unidades especializadas, 34 postos de farmácia, 92 consultórios odontológicos, 74 pontos de coletas de exames, 17 clínicas e hospitais particulares conveniados, uma Central de Ambulâncias próprias, Centro de Atenção ao Diabético, Centro Especializado de Reabilitação e Hospital Municipal. A cidade consegue suprir as necessidades não só dos moradores, mas também de pessoas que vêm de fora procurando serviços.
Brasilturis Jornal - Por que vocês acreditam que Uberlândia tem potencial para ser um destino referência em saúde? Pedro Paulo Schwindt - A movimentação à procura de saúde, em clínicas, hospitais, procedimentos estéticos é constante e toda a região tem Uberlândia como referência para diversos procedimentos que as cidades menores não têm. Totalizamos 12 milhões de atendimento por ano, sendo 1,6 milhão de atendimentos domiciliares. Os números apresentam fatores positivos que impulsionam a melhora nos serviços para tornar Uberlândia uma Healthy City, com excelência em serviços de saúde. Já existe uma infraestrutura de qualidade para atendimento, com oito Unidades de Atendimento Imediato, oito Unidades Básicas de Saúde, 56 Unidades Básicas de
BJ - Quais são os principais mercados emissores? Esses viajantes procuram que tipo de tratamento? PPS - A busca é constante por exames, especialmente os mais complexos e que exigem mais tecnologia, investimento e gasto. Como, por exemplo, ressonâncias magnéticas e tratamentos de câncer. O Hospital do Câncer em Uberlândia é um centro de referência no interior de Minas Gerais, oferecendo atendimento totalmente gratuito e de qualidade aos pacientes da região. É construído e equipado pelo Grupo Luta pela Vida, ONG criada para oferecer as melhores condições de tratamento aos pacientes. Apenas esse hospital atende 8,5 mil pacientes por ano, vindos de 80 cidades da região.
BJ - Já existe um fluxo de viajantes que busca tratamentos em Uberlândia? PPS - A cidade recebe grande fluxo de viajantes para exames, consultas e procedimentos estéticos, entre outros, pois estamos em um posicionamento estratégico, trazendo viajantes dos estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. Além disso, a clínica Ferreira Segantini angariou um grande número de pacientes do exterior por conta do serviço de excelência, prestado com humanização, empatia e carisma. Queremos trazer o mesmo padrão para todos que buscam saúde em outros pontos.
BJ - Qual é a oferta atual de leitos na cidade? PPS - São mais de cinco mil leitos
Pedro Paulo Schwindt
distribuídos em 52 hotéis, incluindo hotéis fazenda e hostels. Uberlândia possui infraestrutura para todos os gostos e bolsos, o que faz a cidade conquistar um ponto positivo para quem procura por serviços médicos. BJ – Quais são os próximos passos do projeto, depois de concluída a etapa de conscientização da cadeia? PPS - Organizar um time engajado e disposto para criar e administrar um circuito de excelência dentro de Uberlândia. Assim, quando o paciente vier até a cidade, ele terá as melhores opções dentro da cadeia de serviços e produtos de qualidade, com humanização e empatia por meio de duas frentes de trabalho. A primeira utiliza o conceito de experiência do cliente e é executada por meio do projeto Mudar que irá qualificar os prestadores de serviço para oferecer atendimento único e personalizado, fazendo com que esse cliente e turista saia da cidade com a melhor experiência que ele já vivenciou. A outra frente é um
selo de turismo, oferecido aos empreendimentos que atuam nos segmentos de hotelaria, agenciamento e gastronomia que participarem da qualificação apoiada pelo Sebrae. O selo irá diferenciar os estabelecimentos parceiros. BJ - Quando esses projetos devem ser concluídos? PPS - Estamos estimando um prazo de seis meses para finalizar a qualificação e capacitação da cadeia nas duas frentes citadas anteriormente. BJ - Quantos viajantes a cidade recebe anualmente? PPS - Segundo dados da superintendência do aeroporto da cidade, a média de chegadas anuais é de 1,8 milhão de passageiros. São 4,5 mil pessoas por dia nos 26 voos comerciais que chegam a Uberlândia. BJ - Qual é a perspectiva de aumento na chegada de turistas após o início do projeto? PPS - Tornando-se referência em saúde e prestando um serviço personalizado de excelência, acredita-se que o número de viajantes para Uberlândia tende a dobrar, movimentando toda a cadeia de turismo da cidade. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 85
VIA SUSTENTÁVEL
Falta fazer o certo Velma Gregório Velma é diretora de comunicação da Editora Via e especializada em turismo sustentável. velma@editoravia.com
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Amazônia está pegando fogo. O que é certo fazer? Apagar o fogo. Tomada a decisão de apagar, o próximo passo é discutir como, com que recursos, quem apaga, como trabalhar junto, enfim, listar o que é necessário e fazer. Depois do fogo
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apagado, aí sim chega a hora de investigar, de apontar culpados e de capitalizar a reputação. A falta de objetividade e lucidez na tomada de decisões está sendo levada à máxima potência no exercício das redes sociais, fake news e pós-verdades. Há muita dificuldade em se posicionar, já que, em tempos de polarização, manifestar-se favorável a algo leva ao risco de - automaticamente e involuntariamente - colocar-se contra outra coisa, até mesmo imprevista, o que não é necessariamente um fato.
A consequência de não tomar decisões é que alguém vai tomá-las por você. O exemplo da Amazônia é nacional, mas podemos trazê-lo para os municípios. Quantas decisões em favor de fazer o que é certo deixam de ser tomadas todos os dias? Para quem ainda não se inteirou da agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), aquela dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma das metas do objetivo 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) é, justamente, elaborar e implementar, até 2030, políticas para promover o turismo sustentável, que gera empregos e promove a cultura e os produtos locais. Ou seja, na agenda global, entre 169 assuntos, o turismo sustentável é colocado como pauta do desenvolvimento econômico. O caminho está dado. Este ano, o Mapa do Turismo Brasileiro 2 0 1 9 - 2 0 2 1 , organizado pelo Ministério do Turismo, acaba de validar 2.694 cidades de 333 regiões turísticas como aptas para receber investimentos diversos focados no desenvolvimento do turismo. Ótimo. Mas é preciso fazer o certo localmente com esses investimentos. E, assim como apagar o fogo da Amazônia é o certo a se fazer, para promover o turismo sustentável, o correto é promover a atividade econômica para gerar riqueza, respeitando a história e a vocação local, o meio ambiente e as pessoas que vivem naquele destino. Isso se faz criando
O Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021 valida 2.694 cidades como aptas para receber investimentos
condições para que as pessoas e os empreendimentos deem o seu melhor. Quando encontram um lugar bonito, preservado de acordo com sua identidade, limpo, sinalizado, comprometido com as pessoas que valorizam a cultura local, a experiência, tanto no Brasil quanto no exterior, é natural que os visitantes também se comportem assim. E que mais lugares recebam visitantes, não só os destinos manjados. Parece fácil, mas investir em infraestrutura é uma decisão difícil. Nem sempre agrada ao que já está estabelecido. É preciso abrir-se ao diálogo, cocriar, posicionar-se, superar o impulso de revidar às posições contrárias e, principalmente, ter em mente que os resultados nem sempre estão dentro de um mandato. Mas, se essas decisões não forem tomadas, os próprios turistas vão optar por não escolher aquele destino. Ou nem vão saber dele. Que vergonha. Pense no futuro do consumo. Turismo estará no ápice das experiências transformadoras desejadas. Se, para os millennials, causas socioambientais já devem estar obrigatoriamente nos produtos e serviços que consomem, imagine para a próxima geração dos nativos digitais, a chamada Geração Z, que já está engajada na economia solidária. Está esperando o quê para apagar o fogo?
Pensar globalmente, agir localmente
TECNOLOGIA
POR CAMILA LUCCHESI
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conceito que intitula essa matéria resume a estratégia da Wex, multinacional de soluções de pagamentos. Fundada nos anos 1960 em Portland (EUA), a empresa chegou ao Brasil há seis anos e já tem no portfólio clientes de porte na indústria de viagens corporativas, como Flytour, Copastur, Alatur, Kontik e Costabrava, entre outras. Com escritórios nos Estados Unidos, Europa, Singapura, Austrália e México, a empresa analisa as necessidades de cada mercado para criar soluções customizadas a partir de uma proposta única: facilitar a vida do gestor de viagens e das próprias corporações. No sentido inverso, aproveita de sua presença global para promover um “intercâmbio” de clientes nos mercados onde atua. O carro-chefe são os Virtual Card Numbers (VCN), cartões gerados virtualmente que trazem segurança para as transações – já que estão integrados à política de viagem das empresas – e facilitam a conciliação, com promessa de aumento na produtividade da equipe. A vigência também pode ser flexibilizada de acordo com a permanência do executivo em viagem, segundo explica Luiz Ramos, vice-presidente comercial. “Conseguimos travar os ramos de atividade nos quais o cartão pode ser transacionado, delimitar a vigência de acordo com o período da viagem e, ainda, permitir a compra de uma passagem aérea, por exemplo, apenas para a categoria que corresponda ao nível hierárquico de cada funcionário. O relatório captura as informações gerenciais, como centro de custo, o que diminui o tempo de back office”, exemplifica. Segundo ele, outra questão resolvida é a concessão de crédito. “Normalmente, a TMC trabalha no faturado com as empresas e tenta cavar seu fluxo de caixa entre os compromissos com fornecedores e os recebimentos, o que nem sempre é possível. Esse não é o mundo dela. Agência tem de se preocupar com atendimento, enquanto nós cuidamos do crédito”, diz. A empresa quer mais e promete, ainda para esse mês de setembro, o lançamento de uma solução voltada para eventos, customizada
a partir do produto global para atender às necessidades específicas do mercado brasileiro. “Os pagamentos para eventos têm prazos mais alongados e são planejados com antecedência, o que pode atrapalhar a TMC que, muitas vezes, banca os compromissos com caixa próprio. Conseguimos conciliar as necessidades dos hoteleiros, por exemplo, garantindo o pagamento e, consequentemente, o bloqueio dos apartamentos durante o período escolhido”, pontua, explicando que o planejamento levou seis meses para garantir que os três elos - empresas que realizam os eventos, TMCs e fornecedores – fossem contemplados.
Para ele, o mercado brasileiro de turismo ainda é tradicional. “Muitos preferem o pagamento faturado, por exemplo, porque sempre atuaram assim. Mas já há diversas empresas abrindo os olhos para as novas tecnologias e, mais do que isso, para a facilitação na concessão de crédito. Para Ramos, o próximo passo para os meios de pagamento é atender aos setores de gerenciamento de despesas e de fornecedores tradicionais. “Por que eu não posso fazer o pagamento via cartão para o fornecedor de plástico, de aço? Ainda faltam mecanismos de aceitação. A indústria precisa entender o cartão como um pagamento váli-
Luiz Ramos
do e não apenas um boleto ou uma TED”, defende. Com passagem anterior pela MasterCard, Ramos cita uma frase de seu antigo patrão. “Nosso concorrente não é a Visa. É o dinheiro, o boleto ou a TED. É preciso converter cada vez mais dinheiro em cartão”, finaliza.
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MARKETING
Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação ricardo@promonde.com.br
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turismo não está apenas na moda. Mais do que estar em evidência, a atividade se tornou o que foi a moda tempos atrás. Se, nas décadas anteriores, o sonho de consumo era ter peças de grandes grifes nos guarda-roupas, hoje a preferência recai por ter itens menos caros dispostos em malas prontas nas esteiras dos aeroportos. Mesmo as blogueiras de moda, bem como os influenciadores digitais, elegeram destinos, hotéis e companhias aéreas como alvo principal para estabelecer parcerias. Assim, dedicar três horas por dia para que cada um dos profissionais da equipe administre solicitações de viagens e hospedagens em troca de posts nas redes sociais tornou-se rotina diária em minha agência. É uma demanda que não para de crescer. O look do dia foi substituído por uma corrida por check-ins no Instagram. Destinos exóticos assumiram o posto soberano que antes era exclusivo do “it bags”. Um story em um destino “must go”- para abusar das expressões fashionistas - pode gerar mais curtidas do que uma foto com a peça mais recente de uma marca que desfila em Paris. Tal constatação se mostra nos recentes e bilionários investimentos que a Möet Hennessy Louis Vuitton (LVMH), maior conglomerado de luxo do mundo, fez em hotelaria. Há alguns anos, o visionário Bernard Arnault, chairman do grupo, criou a marca Cheval Blanc, com hotéis em Courchevel, Maldivas, Saint Barth, Saint Tropez e que, breve-
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Setembro | 2019
Espelho meu, como o mercado me vê?
Primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis é de propriedade da Editora Via LTDA, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo. Fundado por Horácio Neves, em 1981. DIRETORIA Sócia-diretora: Ana Carolina Melo CEO: Amanda Leonel amanda@editoravia.com Diretora de comunicação: Velma Gregório velma@editoravia.com EQUIPE DE REPORTAGEM Editora-chefe: Camila Lucchesi camila@editoravia.com
mente, também estará em Paris. Mais recentemente, em uma decisão muito aplaudida por acionistas, adquiriu a marca Belmond. A lógica é simples: já que os clientes deixaram de usar os cartões de crédito nas lojas e foram para o turismo, porque não se assegurar que as receitas continuem indo para a mesma conta bancária? Minha avó diria: se não pode contra eles, junte-se a eles. Tal migração é notada, inclusive, com a chegada de muitos profissionais da moda às grandes marcas hoteleiras. A última megatendência no marketing de destinos é a criação de Film Comisssions. A de São Paulo lançou uma campanha forte neste ano, assim como Paris, Garibaldi e Porto Alegre (RS). O objetivo é trabalhar os destinos como cenários e locações para filmes, séries, novelas e publicidades. Segundo o jornal Meio&Mensagem, a capital paulista foi palco de 1.384 filmes publicitários em três anos, com crescimento médio de 50% por ano. Mais do que trazer empregos e receita para hotéis, restaurantes e demais serviços, tais gravações aumentam o interesse turístico pela cidade. Quanto São Paulo ganha de exposição pelo fato de ter sido cenário de um episódio da quinta temporada da série Black Mirror? Barcelona, Paris e Roma tecem elogios a Woody Allen e Downton Abbey segue sendo explorada pelo Visit Britain. Questão de imagem. O Instagram é a rede social mais importante para o segmento de viagens. Mas, ainda assim, parece que a
relevância da imagem não tenha ficado clara na cabeça de muitos gestores. Uma das provas disso foi o lamentável episódio de mudança de marca da Embratur, promovida de forma atrapalhada e rechaçada por todo o mercado. Muitos tomadores de decisão do setor pouco se importam com a imagem de seus destinos e negócios. Anúncios são feitos e aprovados por pessoas com pouca ou nenhuma experiência no tema; redes sociais destacam peças de gosto duvidoso e logomarcas criadas por “amigos dos filhos” mostram o amadorismo do nosso turismo. Como se queixar do número de turistas no Brasil se ele é o resultado do desleixo com que a Comunicação é tratada? Agências de comunicação, veículos de imprensa, profissionais do marketing são tratados, não raras vezes, como elementos necessários - mas chatos - na gestão. É preciso lembrar: se não há estratégia, investimentos e atenção devida, o resultado é ineficaz. Isso se chama “carma”. Cada ação tem sua reação - seja no templo hindu, seja na bolsa de valores. Se você chamar os profissionais que cuidam da imagem do seu negocio hoje e, depois de uma análise assertiva e honesta, decidir dar a devida atenção à forma como vocês se comunicam, terá a surpresa de ver que o resultado no balanço anual contábil está intimamente ligado à atenção dada ao seu marketing. Tire sua marca da frente do espelho e tente entender como o mercado a vê. Por vezes, a Branca de Neve já derreteu faz tempo.
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