ENTREVISTA
AVIAÇÃO
AGÊNCIAS E OPERADORAS
Ralf Assmann comemora sucesso das consolidadoras, apesar das dificuldades enfrentadas em 2019
TAP anuncia três frequências semanais entre Portugal e Alagoas para junho de 2020
Desinformação é a pior consequência dos vazamentos de petróleo para o setor turístico
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3 9 A N O S | A PA I X O N A D O S P O R C O M PA R T I L H A R R$ 18,90 |
ANO 39
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Nº 831
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DEZEMBRO 2019
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brasilturis
brasilturisjornal
AGENDE-SE!
Confira os principais encontros do trade e os eventos culturais que podem render negócios no próximo ano Pág. 20
O GIGANTE EM DETALHES Conheça a estrutura do MSC Grandiosa, navio que estreia uma nova fase para a companhia e está confirmado para operar durante a temporada brasileira 2020-2021
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FEIRAS E EVENTOS
ISTO É MS Seminário em Mato Grosso do Sul debate tendências, potencial e oportunidades para o estado Pág. 24
DESTINO
FESTURIS Expositores destacam novidades no encontro que reuniu 11 mil profissionais em Gramado (RS) Pág. 26
AFFINITY Empresa de assistência ao viajante anuncia novos produtos e serviços durante convenção Pág. 33
PORTO DE GALINHAS (PE) Vilarejo turístico reúne oferta natural de atividades e demonstra, na prática, a arte de bem-receber Pág. 40
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EDITORIAL Camila Lucchesi Editora-chefe
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Nova perspectiva
ma notícia trouxe alento ao setor de Turismo. Em um ano conturbado por altas sucessivas do dólar e desastres ambientais, fenômenos que impactam diretamente a atividade, a aprovação da medida provisória que transforma o modelo de atuação da Embratur coloca um bocado de esperança para a indústria em 2020. A MP, apelidada de “A Hora do Turismo”, soma forças com outras iniciativas para chegar à meta de 12 milhões de viajantes internacionais até 2022. Ajustes ainda precisam ser feitos, como sabiamente apontaram as associações de diversos subsetores. Festejaram o feito, mas apontaram as possíveis consequências negativas do texto que segue para aprovação do Congresso Nacional. Enquanto a hotelaria comemora a extinção de pagamento por direito autoral de músicos, a aviação critica o início de incidência de uma nova alíquota. Agências de viagens, operadoras e cruzeiros marítimos também manifestaram decisão conjunta de seguir na luta pela alíquota zero no IRRF sobre remessas ao exterior na atividade. Reveses à parte, não se pode negar o tamanho dessa conquista. Há tempos que acadêmicos e estudiosos do setor reforçam que é preciso sair do discurso desgastado, que ecoa há anos, repleto de palavras como “potencial” e “mola propulsora da economia”. Ainda que o Turismo brasileiro continue distante da maioria dos competidores mundiais, esse é um passo importante. Por outro lado, não se pode minimizar ou ignorar as críticas das entidades de classe, visto que são elas que detêm o conhecimento sobre trâmites e percalços inerentes a cada atividade. Essencial diante da competição ferrenha entre os destinos globais para atrair os visitantes de fora, a medida pode ajudar o Brasil a melhorar sua posição no ranking de atração de turistas internacionais. Por que levou tanto tempo para se tornar realidade? Todos aqueles que conhecem a dinâmica do País sabem responder com propriedade. Mais do que apontar culpados, entretanto, é preciso seguir em frente e se livrar da síndrome de Hardy – a hiena pessimista criada por Hanna & Barbera, na década de 1960, e famosa pelo bordão “Oh, vida. Oh azar. Eu sabia que não ia dar certo”. Assim é também com o derramamento de petróleo no mar, que atingiu o litoral brasileiro. É claro que é extremamente importante conhecer os responsáveis pela atitude criminosa, além de monitorar a situação de água e a saúde dos animais marinhos no médio e longo prazo. Mas é igualmente relevante ajudar as populações e o empresariado das cidades atingidas a superar o ocorrido para garantir os negócios agora. A proximidade do fim do ano e a extensão do desastre potencializam a chance de impactos negativos à atividade turística nos destinos litorâneos afetados. Consultados pela reportagem do Brasilturis Jornal, os empresários informaram a situação local e foram unanimes em apontar a maior vilã dessa historia: a desinformação em relação às condições atuais de balneabilidade. O agente de viagens tem papel fundamental na conscientização de seus clientes em casos graves como esses. É preciso estar próximo do público, esclarecer duvidas e reforçar a realidade com a ajuda de pessoas e instituições confiáveis. Acione sua rede de fornecedores locais e cheque as condições reais, antes de passar qualquer informação para a frente. No mais, só nos resta torcer para que tudo dê certo. Boa leitura, bons negócios!
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ENTREVISTA
Hora de decolar RALF AASMANN Diretor executivo da Air Tkt
POR FELIPE LIMA
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omento de R$ 146 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até o próximo ano. Esta é a previsão da Associação dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens (Air TKT) quanto ao setor aéreo brasileiro em 2020. A entidade, atualmente, conta com nove associados, que representam a uma parcela de 80% do mercado de consolidação do País. Em 2018, a associação terminou o ano totalizando 96% do volume de negócios, número estimulado principalmente pelo ingresso da Sakuratur e com o retorno da Flytour Gapnet e da Rextur Advance ao quadro de associados. Ao todo, foram R$ 4,8 bilhões de faturamento, 6,8 milhões de bilhetes emitidos e R$ 17,2 milhões em investimentos de Tecnologia da Informação (TI) para o mercado. “As empresas continuarão reduzindo gastos, mas o consumo certamente voltará a crescer”, avaliou Ralf Aasmann, diretor executivo da Air Tkt. Em entrevista exclusiva ao Brasilturis Jornal, Aasmann deu seus pareceres sobre o desempenho durante o ano de todo o segmento, indicou melhorias a serem realizadas e reforçou as expectativas para 2020. Confira! Como você avalia o desempenho durante 2019, levando em conta o fato de se tratar do primeiro ano de uma nova gestão governamental? Com certeza houve melhora. O governo ainda está muito no início de sua gestão e também não adianta que ele faça tudo ao mesmo tempo. São quatro anos para que eles realizem o que prometeram. Sempre há as “trapalhadas”, mas também existe muita coisa boa sendo feita. De forma geral, houve crescimento no Turismo, 6
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inclusive na consolidação, beirando os dois dígitos. Tivemos dificuldades e percalços durante o ano, mas há mais confiança nas ações do governo, mesmo que nem todas sejam acertadas. Existe uma estabilidade. A inflação está caindo, o dólar está relativamente estável. Houve, agora, uma oscilação na moeda norte-americana, mas que tem a ver com a economia brasileira. Não necessariamente com o mercado brasileiro. A confiança das pessoas está elevada de novo. A geração de emprego está melhorando e isso resulta em novos negócios e novas viagens. O que é necessário para que esses resultados sejam ainda melhores? Precisamos que o Brasil tenha uma imagem sólida lá fora para atrair novas empresas aéreas e acabar ou diminuir drasticamente essa instabilidade jurídica, porque parece que, no Brasil, você entra na Justiça e o juiz pode fazer o que quiser. Inclusive, tomar decisões absurdas que não estavam em contrato. Existem muitas coisas que são acordadas e não são cumpridas. Por exemplo, o governo quis cobrar IPTU dos novos administradores dos aeroportos que foram privatizados. Nada contra, acho justo. O ponto é que: estava claro que iria ter essa cobrança? Chegar no meio do jogo e mudar as regras não dá, pois isso tem uma repercussão negativa lá fora. É preciso ter solidez para que novos investimentos cheguem ao Brasil, se não, os investidores não vêm. Além disso, muita coisa precisa ser feita na parte educativa, na conscientização de “o que é um turista”. Não é um gringo que vem para cá e tem que ser explorado. Ele precisa sair com uma impressão perfeita do Brasil e não com a impressão que foi lesado, roubado ou enganado. Um turista que sai satisfeito daqui é multiplicador dessa imagem positiva lá fora. O ano foi marcado por grandes acontecimentos no setor aéreo, incluindo a redução do ICMS e a aprovação de 100% do capi-
tal estrangeiro. Como acredita que eles impactaram o setor como um todo? A redução do ICMS trouxe mais voos e você tem condições de negociar melhor, porque dá um pouquinho de margem para a empresa aérea poder respirar e fazer novos negócios e também ajustar tarifas, gerando preços mais atrativos para os consumidores. Tudo isso ajuda, mas é pouco. O Ministério do Turismo ainda precisa realizar mais ações nas questões de impostos para as agências de viagens. O capital estrangeiro também possibilitou melhoras, claro, mas pensa no que eu falei sobre a má impressão jurídica presente no Brasil. Eles abriram em 100% o capital estrangeiro e ainda não veio nenhuma empresa. Teve uma companhia aérea que sinalizou, mas não há nada em contrato. Outro marco de 2019 foi a saída da Avianca Brasil, diminuindo de quatro para três o número de companhias aéreas brasileiras. Concorrência menor afeta a tarifa média? Se você tem uma oferta menor no mercado, automaticamente você tem uma procura maior. O número de concorrentes não interfere. O que pode interferir pode ser o fato de combinar preços, o que não é uma realidade brasileira. Com somente três concorrentes no mercado, não é possível cobrir automaticamente a falta que a Avianca Brasil fez com a presença das atuantes. Não é assim que funciona. O fato é que a oferta de assentos é menor, independentemente do número de concorrentes. É isso que aumenta o preço. Durante o jogo do Flamengo [pela Copa Libertadores da América], estavam comentando que as passagens aéreas tiveram tarifas infladas. Uma parte é causada pela alta procura, claro. Contudo, há outra questão que deve ser levada em conta. Um voo como esse oferecido pela Avianca Holdings vem ao Brasil vazio, vai a Lima cheio, e, após o jogo, vem ao Brasil cheio para, finalmente, retornar ao Peru vazio. Então, o mínimo que a companhia pode fazer é cobrar o dobro.
É preciso ter solidez para que novos investimentos cheguem ao Brasil; ou os investidores não vêm
Há muita desinformação. Põe-se a culpa nas empresas aéreas e nas agências de viagens, mas ninguém explica o que tem por trás. Existe uma procura muito grande, não tem lugar para todo mundo. Lotaram três ou quatro voos extras, para um evento único com custo dobrado, para poder atender aos brasileiros e indústria sofre com isso. “Quem são os vilões? As empresas aéreas. As agências de viagens. O mercado de Turismo está explorando o consumidor”. Não é isso. Essa interpretação precisa mudar. O ano de 2020 tem o que é necessário para ser um melhor que 2019? A gente tem sempre que começar um novo ano com otimismo. O que a gente deseja? Um próspero ano novo. É isso que a gente fala, é a esperança que temos. O Brasil já está engatinhando para uma melhora, quem sabe ele não começa a andar, ainda que de forma meio cambaleante? Torcemos para que haja geração de emprego no País. Pessoas precisam receber dinheiro para movimentar a economia e parte dela é o Turismo. Queremos dólar estável, empresas aéreas novas, ampla concorrência, que haja oportunidade do mundo conhecer o Brasil. Na área de consolidação, nós temos nove associados atualmente. Queremos aumentar essa participação, ter mais atividades dentro da associação e, principalmente, representar os interesses comuns dos nossos associados, tanto junto aos fornecedores quanto à indústria.
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MARKETING
Até que o desencanto nos separe Ricardo Hida CEO da Promonde, formado em administração e pós-graduado em comunicação ricardo@promonde.com.br
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ão sei quanto às outras pessoas, mas eu sempre me pergunto como o Brasil não se tornou uma potência. Desde a época dos meus avós, imigrantes nascidos pelos anos de 1910 e 1920, nosso País tem o sobrenome “do futuro”. Talvez seja esse o problema. Futuro é algo abstrato. Amanhã é futuro, assim como o ano de 3289.
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Estabelecer uma data-limite é algo objetivo e ajuda a planejar e materializar projetos. Se a ideia funciona até com dieta de verão, por que seria diferente para um objetivo coletivo? Imprecisões à parte, eu fico inconformado com o fato de que, em uma época de globalização e com tantas ferramentas de inovação e comunicação, ainda somos os mesmos. Coreia do Sul, Japão e Austrália são países em que, há pouco mais de 70 anos, ninguém apostava um tostão furado e, hoje, são referências em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e economia criativa. Apesar de tantas esperanças, bons exemplos e inú-
meras oportunidades, o Turismo brasileiro nunca avançou na velocidade esperada e adequada. Dubai, Peru e até o Nepal passaram a perna na gente. E, seguindo na mesma lógica - do macro para o micro -, a ideia de programa de fidelização tampouco evoluiu em nossa indústria nesses anos. Atire a primeira pedra quem nunca participou de um programa de fidelidade e se arrependeu amargamente, jurando nunca mais cair na “armadilha” das empresas? O sentimento se deve à complexidade de se resgatar um direito. E vejam que tudo começou com a matemática elementar: Se posso oferecer 10% de desconto para um cliente, porque não transformar isso em uma política do compre dez e leve um? Uma ideia simplória como aquelas encontradas nas gôndolas refrigeradas dos iogurtes, mas que funcionou muito bem porque o cartão de plástico com título Diamond, Silver ou Gold deu materialidade e uma falsa sofisticação ao conceito. Durante um bom tempo, o cartão de milhagem das companhias aéreas funcionou assim: o equivalente a dez viagens pagas dava direito a uma cortesia. Só que o conceito mais primitivo de fidelidade se perdeu. Aquele do saco de padaria: “Servimos bem para servir sempre”. O resgate do prêmio tornou a vida dos passageiros um inferno e os demais equipamentos turísticos, em vez de pegar a ideia e aprimorá-la, resolveram copiar os programas aéreos na íntegra, incluindo todas as gambiarras possíveis. As empresas passaram a investir mais recursos nos programas de fidelidade e os profissionais especializados começaram a ser disputados a peso de ouro. Políticas de co-branding e venda
cruzada foram incorporadas às estratégias, enquanto recursos tecnológicos também colaboraram para melhorias nos processos. O resultado vinha em números milionários: nos investimentos, nos retornos, nas bases de clientes. Tudo parecia ir bem, até que as organizações viram que seus programas garantiam a mesma fidelidade que uma pomba em praça pública. Eles esqueceram que lealdade exige reciprocidade, o que muito raramente se viu nos programas existentes. Resgatar prêmio sempre foi um drama digno de filme iraniano e os benefícios, pouco atrativos. Da mesma maneira o tal do CRM sempre foi muito mal aproveitado. Houve muito esforço para reunir dados dos consumidores, mas faltou inteligência para análise e aproveitamento comercial. Isso é muito diferente do que fazem gigantes como Facebook e Google. No mapeamento e identificação dos clientes, as redes sociais, com seus algoritmos, dão um show de sedução. Embora bem mais novas que os programas de fidelidade, as mídias sociais são muito mais inteligentes e eficazes. Sabem o que eu quero, na hora exata. E criam facilidades para resolverem meus problemas. É preciso rever todos – ou quase todos – os programas de fidelidade do Turismo. E optar pelo retorno ao básico, à lógica elementar. A primeira forma de se ter a lealdade de um cliente é oferecendo aquilo que se promete. Sem mudar as regras do jogo e sem criar obstáculo para o direito do outro. Em seguida, é preciso que sua marca tenha relevância e seja querida pelo consumidor, porque tem os mesmos valores fundamentais. O terceiro passo é criar uma comunicação contínua e leal. Uma estratégia de conexão com marcas é igual ao namoro entre duas pessoas. Passa pelo design, pelo conteúdo, pela transparência, pelos objetivos comuns e até por concessões durante crises. Tudo igual ao casamento, mas com taxa de fracasso muito maior. Entretanto, não há nada que não possa ser reconstruído. Espero, sinceramente, comemorar bodas de ouro com uma marca um dia. E que ele não esteja distante.
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AVIAÇÃO
TAP anuncia rota entre Portugal e Alagoas para junho de 2020 Voo tem duração de 7h33 e será operado por um A321LR três vezes por semana POR FELIPE LIMA
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TAP Air Portugal anunciou, durante um encontro na sede da empresa na capital portuguesa, uma nova operação que ligará a capital portuguesa Lisboa à Maceió, em Alagoas. A nova rota, operada por uma A321LR, capaz de transportar 171 passageiros – 113 na classe econômica, 42 na econômica extra e 16 na executiva –, está prevista para começar em junho de 2020, inicialmente com três frequências semanais. As vendas foram iniciadas em 25 de novembro. A assinatura do acordo entre a TAP e o Governo de Alagoas foi registrada durante o evento, que contou com a presença de Antonoaldo Neves, presidente da TAP, e Renan Filho, governador de Alagoas. Rafael Brito, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, aproveitou o momento para comemorar a parceria e reforçar o novo momento de Alagoas. “Há muito tempo esperávamos um acordo como esse, que nos conecta ao continente mais desenvolvido do mundo. Será uma satisfação receber cada um de vocês para mostrar que o estado conta com segurança e infraestrutura”, declara Brito. O voo tem duração de 7h33, conectando Lisboa diretamente a Maceió, com opção de conexões tanto no Brasil e países vizinhos quanto para outros países europeus. Esta é a 11º rota a ser operada no Brasil pela TAP e a primeira com a aeronave A321LR, projetada há quatro anos e que conta com espaçamento entre
Renan Filho, governador de Alagoas, e Antonoaldo Neves, presidente da TAP Air Portugal, assinam novo acordo
Mario de Carvalho (TAP Air Portugal), Renan Filho (Governo de Alagoas), Rafael Brito (Secretaria de Turismo de Alagoas) e o deputado federal Maurício Quintella Lessa
as poltronas similar à formatação do A330Neo. De Lisboa à Maceió, os voos acontecerão às quartas, sextas e domingos. Os horários ainda não estão definidos, mas a ideia é que os voos saiam de Portugal à tarde e cheguem ao Brasil à noite para que a aeronave, logo em seguida, retorne a Lisboa. Uma das novidades do equipamento é a possibilidade de conexão de internet sem fio durante toda a rota. INVESTIMENTO DO ESTADO O secretário Rafael Brito reforçou os principais atrativos de Alagoas, destacando, por exemplo, que as demais cidades do estado ficam próximas da capital alagoana, o que possibilita aos turistas conhecer melhor o que o destino tem a oferecer. “Temos lindas praias, que estão sempre ranqueadas entre as mais
bonitas; baixo custo; versatilidade e segurança pública, com trios de policiais presentes em vários pontos da cidade. Podemos dizer que temos a orla mais segura do Brasil”, destaca. Segundo ele, trata-se do momento de maior investimento do estado em infraestrutura e serviços para os turistas, tanto em âmbito nacional quanto internacional. “Temos a rede hoteleira mais nova, resultado do benefício fiscal criado pelo estado de Alagoas que incentivou a chegada de novos meios de hospedagens e o retrofit de alguns mais antigos. Isso fez com que a gente ampliasse um número de acomodações”, detalha. De acordo com o governador de Alagoas, algumas reestruturações foram essenciais para chegar a essa conquista. “Uma delas é a concessão do aeroporto, que antes era da Infraero e agora pertence à Aena Desarrollo. A privatização facilita a
aquisição de novos voos. Além disso, apostamos em infraestrutura, com melhores rodovias e redução da violência, que, aliados às belezas naturais e à presença de um povo acolhedor, resultam na conquista de novos visitantes”, ressalta. Renan Filho declara que esta é uma oportunidade ainda mais incisiva de aproximação com o mercado internacional que, segundo ele, ainda tem participação pequena, não só no estado, mas em todo o País. “Estamos trabalhando para crescer e temos potencial para isso. É necessário trabalhar o turismo doméstico e também abrir as portas para os turistas internacionais”, avalia. No planejamento, está prevista a ampliação da rota para operação diária, o que dependerá exclusivamente do desempenho observado após o início das operações. Quanto a um possível stopover, Mario de Carvalho, diretor da TAP para a América do Sul, responde que “ainda não está organizado”. Aroldo Schultz, presidente da Schultz, operadora responsável pela viagem à Lisboa em parceria com a TAP, afirma que os planos para Maceió serão colocados em prática. “Trabalharemos com os small groups [pequenos grupos] no destino brasileiro”, adianta. Brasilturis Jornal viajou a convite da TAP Air Portugal e da Schultz, com proteção Affinity
Direto ao Caribe
Stephan Huisman
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Fly Caribbean Direct anunciou, em outubro, sua entrada no mercado brasileiro. Em visita ao Brasil, Stephan Huisman, CEO e fundador da companhia, recebeu a equipe do Brasilturis Jornal, para 10 Brasilturis
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dar mais detalhes sobre a operação. Serão quatro voos semanais partindo de São Paulo e três saindo de Brasília (DF) com destino a Bonaire, a partir de meados de 2020. As vendas serão abertas no início do próximo ano. De acordo com o executivo, o país caribenho é um hub internacional e conecta aos demais destinos na região - como Cancun (México), Punta Cana (República Domicana), Aruba e Varadero (Cuba). As operações serão realizadas em um A320,
capaz de transportar até 180 passageiros. Durante a alta temporada, a capacidade é ainda maior, com os voos realizados por um A330, que atende 277 passageiros na classe econômica e 30 na categoria premium. Além do Brasil, a empresa também está apostando no mercado argentino, com voos que partem de Buenos Aires e Córdoba, conectando ainda mais o mercado ao Caribe. “Queremos investir mais em outros países da América do Sul e, conse-
quentemente, em mais pontos brasileiros, mas nada está decidido”, declara o CEO.
MAIS DETALHES!
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CRUZEIROS
MSC Grandiosa entra em operação Companhia inaugura seu mais moderno navio, reforça compromisso ambiental e destaca importância do Brasil para os negócios POR CAMILA LUCCHESI
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á exatos dois anos, a MSC Cruzeiros noticiava o corte da primeira chapa de aço do MSC Grandiosa, navio de estreia da classe Meraviglia Plus da companhia. O ano de 2019 parecia distante e ainda era difícil imaginar como o transatlântico poderia superar seus enormes antecessores e entrar para a história como o maior da frota da armadora italiana com sede na Suíça. A espera acabou e colocou fim à curiosidade. Em 9 de novembro, o gigante dos mares foi devidamente batizado no porto de Hamburgo, na Alemanha, pelas mãos de Sophia Loren, lenda viva do cinema italiano. No palco organizado em uma das pontes que atravessa a promenade central, a diva fez um rápido discurso, acompanhado por olhares atentos - e smartphones em riste - dos cinco mil espectadores que assistiam à cerimônia de diferentes partes do navio. À direita da madrinha da embarcação, o comandante Marco Massa compartilhou o corte da fita com a diva, sob o olhar emocionado de Gianluigi Aponte, fundador da MSC. “Navegar pelos mares é 12 Brasilturis
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a forma mais antiga de viajar e nunca perde seu charme. É como se voltássemos a ser criança novamente para descobrir o mundo”, afirma Sophia. Do lado de fora, a tradicional queima de fogos tingiu os céus de Hamburgo, acompanhando a iluminação especialmente projetada por Michael Batz, artista alemão que coloriu os principais monumentos da área portuária. Em terra firme, outras cinco mil pessoas enfrentavam o frio da cidade alemã na MSC Village, área especialmente criada para quem quisesse presenciar o passeio pelo rio Elba. Desde a entrega do navio, na França, a MSC realizou eventos em 11 portos de oito países europeus, envolvendo 14 mil agentes de viagens do mundo todo, segundo conta Marion Baland, gerente global de trade da companhia. Depois de passar pela Alemanha, o navio seguiu para Southampton (Inglaterra), Lisboa (Portugal), Barcelona (Espanha), Marselha (França) e finalizou o roteiro inaugural em Gênova (Itália). Em seguida, o MSC Grandiosa iniciou roteiros regulares de sete noites pelo Mediterrâneo para a
temporada 2019/2020. Em dezembro do ano que vem, ele começa a operar no litoral brasileiro. Começa uma nova contagem regressiva, agora para aguardar a chegada do gigante ao País. “Um ano passa rápido”, disse Gianni Onorato, CEO da MSC, que fez questão de conversar pessoalmente com os agentes de viagens brasileiros durante uma capacitação realizada a bordo. Adrian Ursilli, diretor geral da companhia no Brasil, destaca que 13 dos 17 transatlânticos da frota já navegaram em águas nacionais – o MSC Grandiosa será o 14º. “O fato de trazer os maiores navios para roteiros nacionais reforça nosso compromisso com o País”, resume o executivo. Achile Staiano, vice-presidente global de vendas da companhia, reiterou o compromisso com o mercado brasileiro e com ações de suporte aos agentes de viagens, canal que concentra 90% das vendas da MSC. “Temos uma relação histórica e baseada em respeito com esses profissionais”, resume. Ele dedica aos agentes uma parcela importante do sucesso da companhia e se diz otimista com o futuro, especial-
mente pelo trabalho conjunto do time brasileiro com o poder público local para vencer os obstáculos e ampliar a operação no País. “Nossas fortalezas são a distribuição e a atenção às necessidades particulares de cada mercado”, diz. A oferta da armadora no Brasil cresceu 15% em 2019-2020 e, com a chegada do MSC Grandiosa, ela subirá mais 14%. “É crescimento sobre crescimento, o que fará dela a maior da história, com 133,5 mil cabines à venda”, completa Ignacio Palacios, diretor de Vendas e Revenue da MSC para o Brasil. NAVIO SUPERLATIVO Do alto de seus 67 metros de altura, o MSC Grandiosa foi oficialmente inaugurado, com toda a pompa que é diretamente proporcional à estrutura e ao nível de serviços a bordo. Os 331,43 metros de comprimento comportam 19 deques, 2.421 cabines - com capacidade para transportar até 6.334 pessoas –, 1,2 mil metros quadrados de área de compras e uma estrutura ímpar de gastronomia e entretenimento.
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Sophia Loren corta a fita junto com Marco Massa, comandante do navio, e Gianluigi Aponte, fundador da MSC
São 21 bares e lounges e 11 restaurantes, incluindo seis opções de especialidades, um cassino com 164 caça-níqueis e dois teatros – um deles projetado exclusivamente para os espetáculos do Cirque du Soleil at Sea, parceria da armadora para shows exclusivos da trupe. Isso sem falar nos 700 metros quadrados dedicados a bebês, crianças, adolescentes e jovens, com oferta de novas atividades sugeridas pelas famílias e pelos próprios viajantes mirins. Com custo total de 1 bilhão de euros, o MSC Grandiosa inaugura a nova fase de expansão da companhia que tem metas ousadas para os próximos oito anos. Até 2027, a armadora que conquistou aumento de 800% no faturamento nos últimos 15 anos, irá triplicar sua oferta, ingressar no segmento de ultraluxo e saltar dos atuais 3 milhões para 5,5 milhões de hóspedes. O investimento total dessa, que é considerada a terceira onda de crescimento da empresa, é de 11,6 bilhões de euros. O aumento na frota também irá contribuir para dobrar os postos de trabalho no segmento de cruzeiros da companhia - que também tem negócios nos setores de cargas, ferry boats e terminais marítimos. Dos 25 mil colaboradores atuais, a empresa passará a contar com 50 mil em 2027. “Nossa meta é crescer com responsabilidade social, liderando pela qualidade e não apenas pela quantidade”, defende Ursilli. O Brasilturis Jornal embarcou para o roteiro inaugural e traz, agora, um resumo do que esse gigante dos mares tem a oferecer em cinco quesitos. Confira! 14 Brasilturis
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1. ENTRETENIMENTO Gary Glading, diretor global de Entretenimento, ressaltou os números que comprovam o grande investimento em diversão a bordo. Ele explica que a equipe busca por shows além do tradicional, com destaque para os dois espetáculos do Cirque du Soleil at Sea. Cosmos e Exentricks serão oferecidos aos hóspedes, mediante reserva, em um teatro proje-
Um dos espetáculos do teatro La Comédie
tado em conjunto por arquitetos da MSC e do grupo canadense para cerca de 400 pessoas. Segundo o diretor, a estrutura permite que a trupe realize atos acrobáticos nunca vistos anteriormente e realize interações com o público - os ingressos são cobrados e custam a partir de 15 euros - comissionados aos agentes de viagens nas vendas antecipadas. Além destes, oito novos shows estão na
programação do MSC Grandiosa, com apresentações em dois turnos no teatro La Comédie, espaço de mil metros quadrados que oferece 975 assentos. O diretor destaca também a ampla programação musical em diversos pontos do navio. Segundo ele, são 14 diferentes estilos de música executadas por 20 músicos do mundo todo. No total, são 300 horas de música ao vivo por cruzeiro. “Esse número é adaptado de acordo com o destino e as preferências dos hóspedes locais. Já sabemos que, no Brasil, serão pelo menos cem horas a mais de música”, disse. Com 22 obras originais de Edgar Degas, uma das paredes do L’Atelier Bistrot se transformou na primeira exposição de arte a bordo de um navio. “Degas Danse Dessin” fica em cartaz no MSC Grandiosa até 2022. A arte da transformação, aliás, é muito praticada a bordo para garantir a multifuncionalidade dos espaços. Além dos teatros e da boate, outras áreas podem se transformar para atender a necessidades específicas. É assim que a promenade vira pista de dança e a quadra poliesportiva recebe cenografia para comportar um treinamento corporativo, por exemplo. A versatilidade permite incrementar a oferta de entretenimento que compreende 210 atividades por semana e 20 horas de diversão, com direito a festas temáticas. “A ampla programação atinge cada momento da jornada do hóspede e atende a todas as idades e perfis”, pontua Glading. No deque 16, os hóspedes podem curtir dois simuladores de Fórmula 1; um cinema XD, duas pistas de boliche com dez pinos e jogos eletrônicos variados.
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Hola! Tapas Bar
Atmosphere Pool
2. GASTRONOMIA A diversidade na oferta gastronômica oferecida pelos 11 diferentes restaurantes que funcionam a bordo é outro ponto alto do MSC Grandiosa. Os espaços ficam concentrados nos deques 6 e 7 e tem como um dos destaques o Hola! Tapas Bar, comandado por Ramón Freixa, chef com duas estrelas Michelin. O restaurante de especialidades traz receitas da culinária espanhola em um ambiente que evoca o espírito mediterrâneo de compartilhar. Basta cruzar a promenade para garantir a sobremesa. Bicampeão mundial de confeitaria, o chocolatier e pastry Jean Philippe-Maury oferece as delícias do chocolate em dois espaços: um dedicado apenas aos chocolates, bombons, trufas, macarrons e demais sobremesas; e outro é focado em sorvetes e gelatos. “É possível produzir sua própria barra de chocolate, personalizar e levar para casa”, complementa o chef. As opções a bordo incluem outras especialidades que vão do francês L’Atelier Bistrot até o Butcher’s Cut, uma steakhouse baseada no conceito norte-americano. No Kaito Teppanyaki, o ato de comer transcende a necessidade básica com o show dos chefs à frente das chapas, de onde saem preparados diretamente para o balcão. É um espetáculo que estimula a visão e o olfato, antes de saciar o paladar. Há, ainda, o Marketplace do 15º deque. O imenso bufê funciona 20 horas por dia e oferece um pouco de tudo: desde pratos da culinária categorizada como exótica até hambúrgueres, grelhados e saladas. Destaque para as pizzas recheadas pela muçarela que é produzida a bordo, 16 Brasilturis
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em uma estação envidraçada, bem à vista dos comensais. Os bares também são imperdíveis, principalmente o Sky Lounge e o Masters of the Seas. O primeiro tem uma carta de drinques criados por mixologistas – além de cervejas, vinhos e bebidas sem álcool, com destaque para deliciosos cafés - e aposta no jazz como trilha sonora, enquanto se observa a paisagem pelo vidro panorâmico de 80 metros de extensão. Já o segundo funciona como um típico pub, com oferta de cervejas de diversas partes do planeta.
3. ÁREAS MOLHADAS As piscinas estão localizadas nos deques 15 e 16: a externa Atmosphere Pool fica bem em frente a uma gigantesca tela de LED e rodeada por bares, enquanto o complexo chamado de Safari Pool garante o relax também nos dias mais frios porque está em uma área coberta. Um andar acima, a Horizon Pool tem dimensões menores e fica junto a um anfiteatro com o mesmo nome. No deque 19 funciona o “Wild Forest Aqua Park”, com toboáguas e uma ponte suspensa que compreendem mil metros quadrados de diversão. Outra área voltada ao relaxamento é o MSC Aurea Spa, espaço que se estende por 1,1 mil metros quadrados no deque 7, projetado seguindo o conceito balinês. O cardápio oferece 160 tipos diferentes de tratamentos, incluindo 15 terapias que estreiam a bordo do MSC Grandiosa, além de salão de beleza e de uma área termal com diversos tipos de saunas, hidromassagens e duchas com temperaturas e intensidades diferente de água – do vapor à tempestade.
Sala do Espaço Kids e cabine Deluxe do Yacht Club
TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE Adrian Ursilli, diretor geral da MSC no País, reforçou a preocupação da empresa em alinhar tecnologia com sustentabilidade. “Desde a classe Lírica, em 2003, a MSC demonstra sua preocupação com a redução dos impactos ambientais. Nessa época, o tema não era tão comum na pauta, mas essa questão está no DNA da companhia, já que o mar é nossa casa, é onde atuamos”, defende. Além da MSC Foundation - organização sem fins lucrativos que presta auxílio a populações vulneráveis com oito projetos em curso em diversas partes do mundo e foi oficialmente lançada no MSC Grandiosa -, Ursilli reforça que a companhia será a primeira de sua categoria e porte do segmento a zerar as emissões de carbono. As ações serão graduais e começam a ser implantadas em 1º de janeiro de 2020, mas a estrutura dos novos navios já vem sendo criada (ou adaptada, no caso dos que já estão em operação) com um viés sustentável. A aerodinâmica, por exemplo, é desenvolvida para garantir melhor performance, o que reduz a emissão por consequência. “A tinta que usamos no casco impede a adesão de cracas, o que também melhora ao desempenho do navio”, diz. Há ainda a reciclagem de materiais sólidos, gestão de resíduos, um sistema que diminui o ruído das hélices para minimizar o impacto para os animais marinhos e a adoção de gás natural liquefeito (GNL), mais correto ecologicamente. O MSC Grandiosa é o primeiro da frota movido a GNL, combustível que também abastecerá os quatro navios World Class que serão entregues a partir de 2022. “O navio está equipado com tecnologia ambiental de ponta para cumprir as rigorosas normas estabelecidas pela Organização Marítima Internacional”, disse Pierfrancesco Vago, presidente executivo da MSC. E isso não é tudo! O navio também estreia um catalisador que elimina 90% das emissões de óxido de nitrogênio e tem um sistema especial de limpeza de gases com escape em circuito fechado que diminui em 97% o lançamento de enxofre na atmosfera. Com essas ações, Vago reforça a estratégia da companhia de se antecipar às demandas de um público cada vez mais exigente. Entre os recursos tecnológicos, Ursilli destacou a assistente virtual Zoe, que estreou no MSC Belíssima no início deste ano. “A ideia não é substituir o atendimento humano, ela funciona bem para respostas rápidas e jamais substituirá os colaboradores”, alerta, acrescentando que o equipamento terá upgrade até o final deste ano. Atualmente, Zoe é capaz de responder a 850 perguntas em sete idiomas. O diretor também mencionou a pulseira com geolocalização que integra o sistema MSC For Me. A plataforma que permite reservas em teatros, restaurantes a la carte, excursões e consultas diversas está disponível ainda como aplicativo para IOS e Android, nas TVs das cabines e nos 177 totens interativos espalhados pelos deques.
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CRUZEIROS
Adrian Ursilli, diretor geral no Brasil
CONTAGEM REGRESSIVA
Gianni Onorato, CEO
Pierfrancesco Vago, presidente executivo
Eduardo Mariani, gerente de Marketing; e Ignacio Palacios, diretor de Vendas e Revenue
4. ACOMODAÇÕES O navio oferece dez diferentes categorias que hospedam de um a 12 viajantes. As 15 unidades da Interior Studio têm o layout mais básico e acomodam quem prefere viajar sozinho em uma área de 12 metros quadrados com cama e banheiro privativo. No extremo oposto estão oito Duplex Suites de 59 metros quadrados que têm um sofá-cama no piso inferior, uma cama king size no mezanino e varanda com hidromassagem. O navio dispõe ainda de 34 suítes (de 25 a 39 metros quadrados), 1.322 cabines com varanda (19 metros quadrados), 160 Ocean View (de 15 a 22 metros quadrados) e 728 cabines internas (17 metros quadrados), além de 60 unidades adaptadas para viajantes com necessidades especiais e/ou mobilidade reduzida. Para grupos maiores, há as 190 Family Cabins que acomodam seis pessoas e podem ser conjugadas para dobrar a capacidade. Na área do Yatch Club, o MSC Grandiosa oferece 95 cabines, sendo duas Royal Suites (57 metros quadrados), 78 Deluxe Suítes (28 metros quadrados) e 15 Interior Studios (17 metros quadrados), além de todos os serviços premium oferecidos exclusivamente para esses hóspedes 18 Brasilturis
Dezembro | 2019
Achille Staiano, vice-presidente global de vendas
Gary Glading, diretor global de Entretenimento
- que incluem desde um mordomo particular até áreas privativas para refeições e lazer.
5. VIAGENS EM FAMÍLIA Famílias com crianças contam com espaços dedicados e criados em parceria com Chicco e Lego. Divididas por faixa etária, as sete salas compreendem 700 metros quadrados e atendem desde bebês até jovens de 17. Algumas estreias na programação chegaram para atender à solicitação dos hóspedes mirins. A partir desta temporada, a companhia passa a oferecer o Drone Academy, programa que irá ensinar as crianças a partir dos sete anos a operar e fazer malabarismos seguros com esses equipamentos. Outras duas atividades foram criadas especialmente para o público jovem: Dance Crew (competição para aqueles que amam dançar) e Cabin 12006 (série filmada especialmente para a web). O casting será feito entre os hóspedes do navio a partir de janeiro de 2020. Brasilturis Jornal viajou a convite da MSC Cruzeiros, com proteção Affinity
O MSC Grandiosa chegará ao Brasil para operar itinerários durante a temporada 2020-2021. Adrian Ursilli, comandante da companhia no País, adiantou ao Brasilturis Jornal que a companhia fará duas grandes festas para comemorar a chegada do maior e mais moderno navio da frota da armadora à costa nacional. Cada evento será programado para receber três mil convidados, entre agentes de viagens que são parceiros de longa data, top producers, prospects e clientes habituées. O local ainda não foi definido, mas já se sabe que o navio aportará em Salvador (BA) na manhã de 23 de novembro de 2020. O MSC Grandiosa terá embarques em Santos (SP) a partir de 28 de novembro para minicruzeiros de três noites rumo a Salvador ou quatro noites, da capital soteropolitana até a cidade paulista, com escalas em Búzios (RJ) na “subida” para o Nordeste e parada em Ilhéus (BA), no retorno ao Sudeste. Outra opção é embarcar em roteiros de sete noites partindo de Salvador, com paradas intercaladas em Ilhéus, Ilha Grande (RJ) e Búzios (RJ) até chegar em Santos (SP). O roteiro de Réveillon 2020-2021 inclui parada para ver a queima de fogos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. As vendas foram iniciadas em 25 de setembro e a MSC oferece a promoção de segundo passageiro grátis – acomodado na mesma cabine – e superupgrade de acomodação para vendas até abril de 2020.
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FEIRAS E EVENTOS
Engrenagens do Turismo POR ANA AZEVEDO, FELIPE LIMA E LUCAS KINA
C
om a proximidade da virada de ano, a sensação de renovação aparece e o otimismo ganha força, ainda que de forma sutil; e os números parecem atender às expectativas. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de janeiro a julho de 2019, o Brasil registrou faturamento de R$ 136,7 bilhões, número recorde nos últimos quatro anos. Para continuar a movimentar todas as engrenagens do Turismo, é essencial o trabalho de networking, com o estreitamento de antigos contatos e a aproximação com novos parceiros – e esse é um dos principais papeis das feiras e encontros do setor. Em 2018, eventos em geral re-
presentaram, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), 4,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, sendo grande parte do valor – R$ 210 milhões – gerado pelo segmento corporativo. Para este ano, a estimativa da entidade representante é que o setor cresça 14%. Só em São Paulo, os eventos de negócios atraem cerca de 8,2 milhões de visitantes, segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe). Ainda de acordo com a análise, as feiras e eventos do segmento geram volume anual de R$ 305 bilhões em negócios. Pesquisa realizada pela New Sense, intitulada “Impacto e resultados dos eventos com foco em geração de negócios no Estado de São Paulo”, mostra que
66,5 mil empresas e expositores participam de 742 eventos de negócios por ano no estado, com a comercialização de três milhões de metros quadrados em pavilhões, centro de eventos e grandes hotéis. “Cada R$ 1 investido por expositores em feiras com foco em negócios gera vendas de R$ 35”, afirmou Jamil Abdala, presidente da Ubrafe. Os índices apontam para boas expectativas na economia, mas é necessário entender e conhecer os grandes eventos que compõem o calendário brasileiro. Não há dúvidas que festivais culturais também são grandes chamarizes de público. Só no ano de 2019, o carnaval movimentou cerca de R$ 9 bilhões no País de acordo com números da
CNC. Os gastos, segundo a pesquisa, foram divididos entre hospedagem, transporte, viagem e alimentação. Mas o turismo focado em cultura popular e nos grandes shows não se pauta apenas pelo carnaval que, em 2020, será comemorado entre 21 e 25 de fevereiro. E, como os negócios não podem parar, selecionamos eventos consolidados - tanto no segmento turístico, nos quais os profissionais podem se capacitar e fazer networking, como naqueles que podem render negócios com a venda de ingressos e pacotes turísticos - para você se programar para 2020.
FEVEREIRO 20 E 21 - AVIESP EXPO (ÁGUAS DE LINDOIA/SP)
17 E 18 - LACTE (SÃO PAULO/SP)
Promovido pela Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), o evento trabalha seis eixos centrais para que cada participante escolha aquele que vai mais de acordo com seus processos atuais e futuro. O evento reuniu 1,3 mil pessoas em 2019.
27 E 28 - UGART/BRAZTOA (PORTO ALEGRE/RS)
21 A 25 - CARNAVAL
A CNC destacou o grande impacto gerado por aqueles que são considerados os principais polos para a festividade: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Juntos, os estados respondem por um montante de 80% da movimentação econômica do Brasil no período. Os segmentos que mais se beneficiam com as festas são o de alimentos e bebidas, transporte rodoviário e os meios de hospedagens, que, juntos, faturaram mais de R$ 5,5 bilhões em 2019. A festa em Belo Horizonte (MG) atraiu 4,1 milhões de foliões que foram responsáveis por 66,8% da ocupação hoteleira no período; em Salvador (BA), o número de turistas chegou a 800 mil, com permanência média de seis dias. Em Recife (PE), o mix de ritmos atraiu cerca de 400 mil foliões, com estada média de 4,6 dias. Unindo o carnaval de rua e a movimentação no sambódromo, São Paulo (SP) fez 14 milhões de pessoas sambarem durante o feriado de 2019. Já a Cidade Maravilhosa levou sete milhões paras suas ruas, entre moradores e turistas. No sambódromo, 62,9% do público vinha de outros estados e 12,1% era composto por estrangeiros.
MARÇO 13 - SALÃO DE TURISMO DA ABAV-MG (BELO HORIZONTE)
Em sua 13ª edição, reuniu mais de 1,2 mil participantes inscritos antecipadamente, que tiveram acesso aos 60 expositores e produtos presentes no evento. Os visitantes também têm acesso às cinco palestras realizadas ao decorrer da feira.
13 A 15 - THE DNA WORLD (SP/RJ/MG)
A turnê do grupo norte-americano Backstreet Boys chegará ao País para uma série de três apresentações. Os shows acontecerão em Minas Gerais (13/03), no Rio de Janeiro (14/03) e na capital paulista (15/03).
19, 21, 24, 27 E 29 - MCFLY (MG/SP/PR/RS)
Depois de sete anos sem pôr os pés no Brasil, a banda inglesa McFly volta ao País em 2020. As sete apresentações passarão por Uberlândia (19/03) e Belo Horizonte (21/03) em Minas Gerais; Ribeirão Preto em São Paulo (24/03); Curitiba, no Paraná (27/03); e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (29/03). 20 Brasilturis
Dezembro | 2019
A feira atua na prospecção de novos negócios, principalmente no interior paulista. A edição de 2019, registrou aumento de 7% no público frente ao ano anterior, com 3,8 mil visitantes únicos. Em estandes, o crescimento foi de 45%, totalizando 110 expositores – sendo 35 operadoras.
A 34ª edição superou as expectativas, com 2,5 mil visitantes em dois dias, resultado 35% maior do que foi registrado no ano anterior. A intenção do encontro é ampliar a capilaridade pelo estado gaúcho e atingir também o público catarinense e paranaense.
31/MAR A 02/ABR - WTM LATIN AMERICA (SÃO PAULO/SP)
Com um total de 600 expositores de 50 nacionalidades, o evento tradicional em Londres chegou à sexta edição com foco na América Latina, em 2019. Além da geração de negócios, o propósito é promover networking entre países e quebrar barreiras por meio de um assunto em comum: o Turismo. A organização registrou 19,4 mil visitantes neste ano, incremento de 23% no público.
ABRIL 3 A 5 - LOLLAPALOOZA (SÃO PAULO/SP)
O evento acontece no Autódromo de Interlagos e reunirá mais de 30 artistas nacionais e internacionais. Em 2019, teve público superior a 240 mil pessoas. De acordo com uma pesquisa do Social Wave, metade dos participantes alega interesse para ir a mais de quatro festivais de música por ano. Os dados apontaram ainda que o público tem preferência por ir aos eventos em grupos de quatro a seis pessoas.
4 A 11 - PAIXÃO DE CRISTO (NOVA JERUSALÉM/PE)
A encenação da Paixão de Cristo, tradição que acontece em uma cidade cenográfica desde 1997, contará com a participação de grandes astros em 2020. Caco Ciocler fará o papel de Jesus e Christine Fernandes, Maria.
23, 25 E 27 DE ABRIL - METALLICA (RS/PR/SP/MG)
Mundialmente famosa, a banda de rock Metallica chega a Porto Alegre em (21/04) e dá início a uma série de quatro concertos no País. Curitiba (PR) é o segundo destino do grupo, que sobe no palco em 23/04. Em seguida (25/04), é a vez de São Paulo. Belo Horizonte (27/04) será a última parada da banda.
MAIO 3 E 4 - SALÃO PARANAENSE DE TURISMO (CURITIBA/PR)
O evento feito para os agentes de viagens envolve feira, palestras e rodada de negócios. Em 2019, foram 3,2 mil visitantes, que puderam estreitar relacionamento com as mais de 195 marcas expositoras. Além disso, 986 agentes participaram das 20 capacitações oferecidas pela organização.
5 A 8 - ILTM LATIN AMERICA (SÃO PAULO/SP)
A maior feira de turismo de luxo da América Latina reúne os principais players do segmento na Fundação Bienal de São Paulo. O evento é exclusivo para convidados e responsável por apresentar as principais tendências do segmento.
13 A 15 - CONOTEL E EQUIPOTEL REGIONAL (SALVADOR/BA)
Os eventos, promovidos pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), reuniram 30 expositores de todo o País, além de 50 marcas nacionais e internacionais em Goiânia (GO). O evento itinerante é visto como uma oportunidade de manter os profissionais atualizados, principalmente aqueles que não têm a possibilidade de participar da edição nacional. Este ano, reuniu 3,2 mil visitantes.
29 E 30 - BNT MERCOSUL (ITAJAÍ/SC)
A feira trabalha na promoção de destinos, serviços, atrativos turísticos e de outras empresas do setor, reunindo operadores, agentes de viagens e demais profissionais. Entre os dois dias de evento deste ano, foram 5,5 mil visitantes, 350 marcas expositoras de 306 cidades brasileiras e 36 de outros países.
30 E 31 - BILLIE EILISH (SP/RJ)
Destaque da música internacional Billie Eilish interpretará suas melhores músicas em dois shows. O encontro da capital paulista acontece no Allianz Park, em 30 de maio. No dia seguinte, a cantora se apresenta no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena.
JUNHO/JULHO
AGOSTO AVIRRP: 14 E 15 DE AGOSTO (RIBEIRÃO PRETO/SP)
Em dois dias de eventos, a feira registrou 3,9 mil visitantes, voltados a capacitações e treinamentos. Ao todo, mais de 500 marcas compareceram, com 117 expositores. Para o próximo ano, uma remodelação será realizada no conceito, conforme afirma Assis Leite, presidente da Associação das Agências de Viagem de Ribeirão Preto e Região (Avirrp).
FÓRUM CLIA (BRASÍLIA/DF)
Realizado em parceria com o Ministério do Turismo (MTur), oferece um dia de debate e troca de informações com autoridades e nomes de diversos segmentos, que abordam temas que circundam o mercado de cruzeiros para mostrar possíveis caminhos na retomada do crescimento da atividade no Brasil. Em 2019, o encontro foi realizado em 28 de agosto. A data da próxima edição ainda não foi divulgada.
SETEMBRO 15 A 18 - EQUIPOTEL (SÃO PAULO/SP)
A feira voltada exclusivamente para o segmento de hotelaria reuniu 24,6 mil visitantes durante os quatro dias de realização. O encontro deste ano contou com aumento nas horas de palestras, debates e workshops.
23 A 25 - ABAV EXPO (SÃO PAULO/SP)
Com mais de 32 mil visitantes em 2019, a feira recebeu mais de duas mil marcas, 59 palestras, cinco painéis e seis ações especiais na edição 2019. A feira promoveu a primeira Black Friday de Viagens, com oferta de 500 pacotes criados por operadoras associadas à Braztoa e ofertados com desconto aos consumidores convidados.
23 A 25 - ENCONTRO COMERCIAL BRAZTOA (SÃO PAULO/SP)
Realizado dentro da programação da Abav Expo, o encontro teve presença de 2,6 mil profissionais, boa parte vindos em caravanas rodoviárias e aéreas que partiram de mais de 30 cidades. O evento é uma oportunidade de conversar com diretores de empresas turísticas do Brasil e do mundo, além de oferecer capacitação sobre destinos e serviços.
9 - FÓRUM DE TURISMO LGBT (SÃO PAULO/SP)
O encontro organizado pela Revista ViaG visa capacitar os profissionais do turismo, ampliar seu atendimento e desenvolver produtos que atendam às demandas do turista LGBT de maneira profissional. O formato inclui meio de palestras, cases de sucesso e painéis de discussão para orientar os agentes de viagens, hoteleiros e prestadores de serviço da cadeia turística a oferecer serviços qualificados e atendimento adequado para conquistar esse perfil de viajante.
17 A 19 - FESTIVAL DAS CATARATAS (FOZ DO IGUAÇU/PR)
Em 2019, o Festival das Cataratas teve mais de mil expositores e 8,8 mil participantes, apresentando 12,5% em crescimento de público. Em 2020, a feira completa 15 anos e seguirá focada na geração de negócios, em inovações tecnológicas e em ações de responsabilidade socioambiental.
14 - PARADA DO ORGULHO LGBT (SÃO PAULO/SP)
Em 2019, o evento movimentou R$ 403 milhões na economia da cidade, segundo dados da prefeitura. O valor é 40% maior que o conquistado na edição 2018. O evento reuniu três milhões de pessoas na Avenida Paulista, segundo os organizadores. O gasto médio do turista cresceu 46,9% de acordo com a Secretaria Municipal de Turismo.
SÃO JOÃO
Em todo o Nordeste, o mês de junho é momento de celebração, comemorado com muita música, dança e pratos típicos. Os destaques são Caruaru (PE) – no pátio de eventos Luiz Gonzaga, com 100 mil metros quadrados - e Campina Grande (PB) – no Parque do Povo, área equivalente a seis campos de futebol. Em 2019, a edição paraibana trouxe R$ 300 milhões à economia, aumentando em 30% o faturamento dos estabelecimentos. A edição de 2020 acontecerá entre 5 de junho e 5 de julho. Em Pernambuco, os 31 dias de festa, com atrações divididas em 24 polos, receberam mais de 3 milhões de pessoas, segundo dados do Centro de Monitoramento e Gestão de Eventos. Em 2020 Marília Mendonça, a dupla Zé Neto e Cristiano, o DJ Alok e a cantora Elba Ramalho, já estão confirmados para a festa em Caruaru.
18 E 19 DE JULHO - TAYLOR SWIFT (SÃO PAULO/SP)
Outra artista que promete agitar o ano é Taylor Swift. Vencedora de dez Grammys, considerado o principal prêmio da música norte-americana, a cantora chega ao Brasil para cantar em 18 e 19 de julho, em São Paulo.
OUTUBRO ACTE SUMMIT (CAMPINAS/SP)
O evento, promovido pela Academia de Viagens Corporativas e pela Associação dos Executivos de Viagens Corporativas (Acte, da sigla em inglês), conta com palestras, capacitações e experiências imersivas sobre o segmento Mice. Em sua última edição, ocorrida em 11 de outubro, em Campinas (SP), foram mais de 400 inscritos, mostrando maior adesão do público que forma o setor de negócios. O encontro ainda não tem data para 2020.
16 E 17 - FEIRA PARAIBANA (JOÃO PESSOA/PB)
Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) confirma a realização de um evento, ainda sem nome definido, que será realizado no Centro de Convenções da capital para o trade nacional.
23 E 24 - BRAZIL TRAVEL MARKET (FORTALEZA/CE)
O JPA Travel Market passou por uma reestruturação em sua nona edição e anunciou seu novo nome: Brazil Travel Market (BTM). Com isso, o evento se despede de João Pessoa (PB) e, a partir de 2020, é sediado em Fortaleza (CE). O encontro reuniu 3,7 mil visitantes, que puderam aproveitar do contato direto com líderes e representantes do mercado, além de palestras e capacitações.
NATAL LUZ: OUTUBRO/2020 A JANEIRO/2021 (GRAMADO/RS)
A 34° edição do Natal Luz em Gramado (RS), que acontece entre 24 de outubro de 2019 e 12 de janeiro de 2020, vendeu mais de 80 mil ingressos, montante acima de R$11 milhões de reais. O evento com 81 dias de duração oferece apresentações de teatro e musicais pagos e gratuitos com foco nas festas de fim de ano.
NOVEMBRO 5 A 8 - FESTURIS (GRAMADO/RS)
Neste ano, duas mil marcas se reuniram para o evento que contou com workshops e capacitações, geração de negócios, espaços de turismo segmentado, palestras, entre outras atrações. Ao todo, foram 17 mil credenciados, 13% a mais do que ano passado e três pontos percentuais acima do que era estimado. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 21
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FEIRAS E EVENTOS
De olho no futuro: Mato Grosso do Sul apresenta oportunidades para o Turismo Tendências, cases de sucesso e oportunidades de negócios foram discutidos em três dias de programação
Bruno Wendling, presidente da Fundetur
Geancarlo Merighi, Guto Carvalho, Edson Moroni e Ney Gonçalves palestram sobre as oportunidades do birdwatching no turismo POR ANA CAROLINA AZEVEDO
O
ecoturismo segue em ascensão. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o segmento cresce globalmente entre 15% e 25% ao ano e a imersão para atividades na natureza é responsável por movimentar anualmente cerca de US$ 260 bilhões no mundo. No Brasil, esse montante fica em torno de US$ 70 milhões. Entre os dias 19 e 21 de novembro, especialistas da área ambiental, criativa, tecnológica e de negócios se reuniram em Campo Grande (MS), para promover o seminário “Isto é Mato Grosso do Sul”. Oportunidades no segmento e estratégias em desenvolvimento no estado estiveram em pauta, principalmente aquelas que asseguram o contato com a natureza. O destaque foi para a observação de aves (Birdwatching), modalidade que cresce 12% ao ano no Brasil, segundo análise do Encontro Brasileiro de Observação de Aves (Avistar Brasil). Atualmente, existem dois grandes bancos de fotografias de aves, o Wikiaves e o E-bird. Somadas, elas hospedam mais de quatro milhões de fotografias e dados apontam que 1,7 milhões dessas fotos são resultados de deslocamentos turísticos. “A observação de aves oferece uma tendência do que será o Turismo no futuro, já 24 Brasilturis
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que saímos de 500 para 15 mil observadores em um curto período de tempo”, afirma Guto Carvalho, organizador do Avistar. Segundo Carvalho, há dois perfis de birdwatchers que se destacam. O observador de binóculo, que sabe onde e o que encontrar; e o fotógrafo de aves, que fotografa primeiro e depois estuda o que fotografou. Somente em 2018, o Brasil foi sede de 200 eventos desse nicho. “O clique é um momento mágico, no qual a pessoa deseja eternizar uma lembrança. A atividade é pioneira no Brasil e, a partir desses dados, podemos estruturar estratégias de mercado e definir pacotes para esse público. Quanto tempo você quer que esse turista fique na cidade?”, questiona. Para desenvolver a o birdwatching de maneira responsável é necessário o acompanhamento de um “passarinheiro”, termo utilizado para profissionais especializados na observação de aves. Devido à pluralidade natural, o Pantanal é um dos principais pontos de observação do País. A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS) está em busca de estratégias para monitorar as espécies e traçar planos para promover a atividade. “Elaboramos um vídeo de treinamento para quem quer vender a
observação de aves”, afirma Geancarlo de Lima Merighi, executivo da diretoria de Desenvolvimento do Turismo e Mercado Fundtur-MS. O encontro discutiu ainda, os efeitos que o desmatamento, a ação do homem e incêndios sobre as espécies. “É prejudicial em um nível irreversível. Um acontecimento desse não apenas causa danos às espécies como à imagem do País internacionalmente”, afirma Carvalho.
Décio Coutinho, mestre em Gestão do Patrimônio Cultural e gestor em Cultura e Economia Criativa
COTA ZERO Outro motor potente para o Turismo, a pesca movimenta cerca de 700 milhões de pessoas e rende US$ 200 bilhões de dólares por ano, segundo dados do Banco Mundial. No País, o atrativo é responsável pela arrecadação de mais de R$ 1 bilhão. Um dos destinos nacionais mais buscados por pescadores, o Pantanal no (MS) está implantando o Decreto nº 15.166, que estabelece cota zero para a atividade, ou seja, restringe a retirada dos peixes das águas a determinadas situações. A medida que entrará em vigor no estado a partir de 2020, autoriza a retirada e o transporte dos peixes apenas para consumo consciente no local. Serão aplicadas penalidades para aqueles que não cumprirem a regra. “Se a pesca esportiva
Lawrence Ikeda, biólogo marinho
Luciana Balbino, consultora de Turismo de base comunitária
estiver calçada nos cinco P’s – pessoas; planeta; propriedade; parcerias; e paz – podemos desenvolver a atividade e ampliar o Turismo. Para ter pesca, precisamos ter peixe vivo”, afirma Lawrence Ikeda, biólogo marinho. Atualmente, o Mato Grosso do Sul exige licença de pesca para profissionais e amadores. Em 2011, foram emitidas 98,5 mil autorizações e, em 2015, o número saltou para 381,9 mil. O estado defende a prática da pesca esportiva, traduzida como a ação de pegar e soltar o peixe de volta no rio. “Se tivermos o manejo correto da espécie e da prática, retornarmos o peixe vivo para a água. Assim, teremos a perpetuação das espécies, o equilíbrio ambiental e a preservação dos recursos naturais”, enfatiza Ikeda. O Mato Grosso do Sul criou uma cartilha para instruir a atividade de maneira consciente. O setor é responsável pela movimentação do setor hoteleiro, gastronômico e de transporte, além da contratação de condutores e do estímulo à indústria de cosméticos, equipamentos náuticos e de pescaria. DE OLHO NO LGBT+ Anualmente, o mercado LGBT+ representa o movimento de US$ 3 trilhões, segundo a Organização Mundial do Comércio. No Brasil, o turismo gera aproximadamente R$ 150 bilhões por ano. É sabido que o viajante LGBT+ preza pela qualidade do serviço e um estudo britânico aponta que estes turistas estão 30% mais dispostos que pessoas heterossexuais a gastar para ter mais conforto nos locais de hospedagem. “Desse público, 94% não frequenta pontos onde há qualquer política ou ideologia homofóbica. São raras as exceções dos que se aventuram por locais assim”, afirma Alex Bernardes, diretor da restiva ViaG, publicação pioneira voltada
Alex Bernardes, diretor da revista ViaG
ao público LGBT+. O perfil de consumo identificou que esses turistas gastam cerca de 50 bilhões de euros por ano na Europa; enquanto nos Estados Unidos, o consumo chega a 760 bilhões de dólares. Entre os cases apresentados, Bernardes destacou a LiGay, liga de futebol masculino amador, inspirada na GFSN National League. Desde 2017, ela classifica o vencedor para a Copa do Mundo de Futebol gay, realizada internacionalmente em uma cidade-sede diferente a cada ano. “Por que não criar um campeonato esportivo nesses moldes? Um campeonato de vôlei, basquete ou qualquer esporte. Por que não, promover um cruzeiro pelos rios do Pantanal focando esse público ou uma saída para pescaria? Vocês têm os recursos e eu garanto que será muito divertido”, sugere. INOVAÇÃO, TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE O uso de vídeos para promover atrativos turísticos foi o conselho dos palestrantes, Camilo Coutinho, CEO do Double Play Media, e Thiago Akira, consultor em Marketing Turístico Digital. Segundo dados de 2018 da Statista, em 2020, 80% do tráfego da internet estará concentrado em vídeos. Hoje em dia, 78% do consumo semanal provêm desse formato e 90% das pessoas leva em consideração o conteúdo na descoberta e para a aquisição de produtos. Por este motivo, os palestrantes orientam os donos de estabelecimentos turísticos a criar um cronograma de postagens e divulgar seus produtos com riqueza de detalhes. Na criação de um roteiro para vídeo, a instrução é não se preocupar com equipamento de alto custo e prezar pela linearidade do conteúdo. É importante ter um público-alvo, um objetivo e contar a história com começo, meio e fim, além de conhecer a linguagem do seu espectador e utilizá-la para que ele se sinta próximo de você. Dentre os temas sugeridos estão curiosidades locais, lendas, contos e histórias, opções para disseminar a cultura regional e encantar o turista. “O turista do momento quer aprender a cada dia mais e está sempre procurando experiências. Ele quer vivenciar, quer saber como a comunidade faz e como ela vive”, ressalta Luciana Balbino,
consultora de Turismo de Base Comunitária. Luciana é responsável pelo projeto Chão de Jardim, uma comunidade paraibana que utiliza a produção local, materiais recicláveis e atrativos naturais para fomentar a visitação. A comunidade implantou atividades como piquenique na mata e apresentação de teatro encenando os cangaceiros, caminhada, aluguel de bicicleta e sessão de relaxamento. “O que é dificuldade, nós transformamos em negócio. Se você consegue emocionar o cliente, terá fidelidade”, afirma. Décio Coutinho, mestre em Gestão do Patrimônio Cultural e gestor em Cultura e Economia Criativa, reforça a importância do conhecimento e da cultura para inovar nos negócios. “A pessoa que não tem consciência da sua identidade cultural, não se conhece. Precisamos conhecer história para valorizar o nosso local e fazer o turista ficar mais tempo”, finaliza. CONEXÃO
(45,9%), Rio de Janeiro (11,4%) e Santa Catarina (6,1%) que vão ao estado para buscar destinos como Bonito (42,1%), Campo Grande (36,1%) e Corumbá (8,5%). Para atender à alta demanda, o programa Decolar MS incorporou seis voos adicionais em janeiro deste ano, disponibilizando mais 12,2 mil assentos da Gol, 43 mil da Azul e 10 mil da Latam. A taxa de ocupação ficou entre 75,16% (Gol), 80% (Azul) e 79% (Latam). No mercado internacional, os Estados Unidos, a Alemanha e a Holanda se destacam entre as nacionalidades mais frequentes no estado. De janeiro a junho, a Itália e a Argentina também estiveram entre os grandes emissores. Bruno Wendling, presidente da Fundtur, destaca também o interesse no mercado chileno, principalmente com a chegada das companhias low costs. “Estamos com uma estratégia bem definida de promoção e captação de voo nos Estados Unidos. Se antes éramos o cantinho do Brasil, agora somo o centro″, afirma.
A demanda turística sul-mato-grossense é composta por três grandes emissores. São Paulo
Brasilturis Jornal viajou a convite da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, com proteção Affinity
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FEIRAS E EVENTOS
Novo ciclo e sucesso tradicional Festuris reuniu, entre os dias 7 e 9 de novembro, 11 mil visitantes no Serra Park Gramado (RS), 10% a mais do que foi registrado na 30ª edição POR FELIPE LIMA E LUCAS KINA
A
expressão “Novo Ciclo” foi o guia do 31º Festival Internacional de Turismo de Gramado (Festuris). Durante três dias, o encontro reuniu 17 mil credenciados - 13% a mais frente à edição de 2018, quando foram registradas 15 mil pessoas - e três pontos percentuais acima do que era estimado para o evento de 2019. Destes, 11 mil eram visitantes, um alavancamento de 10% sobre dos 10 mil passantes do ano anterior. O crescimento também foi conquistado entre as marcas expositoras, com acréscimo de 5%, totalizando 2,7 mil empresas presentes. Nesta edição, a pesquisa realizada com os participantes mostrou que 35% eram de fora da região Sul e do estado de São Paulo. Além disso, 7% representam profissionais de outros países. “Isso prova que não se trata de um evento regional. Estamos vendo pessoas de todas as regiões viajando para fazer parte do Festuris”, declara Eduardo Zorzanello, um dos diretores da feira, que foi sediada no Serra Park Gramado (RS). Zorzanello e Marta Rossi, CEO do Festuris, iniciaram oficialmente 26 Brasilturis
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o evento na noite de 7 de novembro, no Palácio dos Festivais, em Gramado (RS). Os executivos premiaram parceiros e destacaram as novidades preparadas para a feira, como a ampliação de uma hora em cada dia, a adição dos espaços de Termalismo e Bem-Estar e Wedding e o lançamento do aplicativo do Festuris para mobile. “Apostamos em qualidade e profissionalismo. Buscamos agregar novos valores, nos adaptar às mudanças do mercado e estar a par do novo perfil do consumidor, mais exigente. Temos a necessidade de nos reinventar e criar um ambiente favorável”, declara Zorzanello. Marta destaca que a feira aposta em conhecimento. “Este é um dos pilares do setor. Em tempos de transformação, cada edição é tratada como marco zero. Não são os mais fortes que sobrevivem, mas aqueles que têm mais possibilidade de se adaptar às mudanças. Hoje, o agronegócio representa 40% do PIB, mas o Turismo tem a capacidade de se tornar um dos principais setores de recuperação econômica”, reforça.
João Alfredo Bertolucci (Prefeito de Gramado), Marta Rossi (Festuris), Eduardo Leite (Governador do RS) e Eduardo Zorzanello (Festuris)
PÚBLICO + PRIVADO A abertura contou com a participação líderes e representantes do setor, como Gilson Machado Neto, presidente da Embratur; Bob Santos, secretário nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo; e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. Machado Neto reforçou iniciativas que compõem a agenda política referente ao Turismo e que vem sendo trabalhada em união com o presidente Jair Bolsonaro. Uma das mais recentes é a isenção de visto para chineses, ação que já é válida para norte-americanos, japoneses, canadenses e australianos. A ideia é, em breve, oferecer o
mesmo benefício aos indianos. O presidente da Embratur afirma que esse tipo de anúncio gera preocupação quanto à limitação e filtragem de visitantes no País. “Somente 10% dos chineses possuem passaporte. Mesmo assim, eles representam 149 milhões de turistas. Outro filtro é que os chineses têm somente 12 dias de férias por ano”, declara. Santos fez um discurso com tom comemorativo. “É hora de celebrar as rotas gastronômicas, os encantos naturais, os milhões de negócios que são sediados, os diversos assuntos que compreendem o segmento. Nosso PIB cresceu e o Turismo acompanhou esse alavancamento, com acréscimo de 3,2% neste ano”, aponta.
Por fim, Leite destacou a importância de os setores público e privado trabalharem unidos, gerando o fomento necessário para a evolução do setor. “As pessoas querem experiências e, para isso, é necessário boa infraestrutura, como malha aérea, estrada acessível e entretenimento. Esse tipo de trabalho é da competência do governo. Desta forma, damos espaço para quem quer empreender”, completa. Brasilturis Jornal viajou a convite do Festuris, com proteção Affinity
Michel Tuma Ness (Fenactur) e Luís Calle (Gupo Camar)
Herculano Passos (Deputado Federal), Eduardo Zorzanello (Festuris), Bob Santos (MTur), Marta Rossi (Festuris), Robson Napier Borchio (MTur), Amanda Leonel (Brasilturis Jornal), Marcelo Álvaro (Ministro do Turismo), Ana Amélia Lemos (Senadora) e Gilson Machado (presidente Embratur)
Carlos Prado (Abracorp), Eduardo Sanovicz (Abear), e Marco Ferraz (Clia Brasil)
Bob Santos (Mtur) e Magda Nassar (Abav nacional) Alexandre Sampaio (FBHA)
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FEIRAS E EVENTOS TREND A consolidadora prometeu algumas novidades para este semestre, como o relançamento da Central de Carros – anunciada no início de outubro - e o retorno da Tarifa Flex – que está passando por homologação com algumas agências de viagens seletas para testar a funcionalidade antes de entrar oficialmente no mercado. A empresa do grupo CVCCorp reforçou as novidades e distribuiu catálogos com serviços e produtos exclusivos para a região Sul.
Equipe Trend
ENOTEL Idalina Pestana foi apresentada como a nova CEO do grupo hoteleiro comandado por Estêvão Neves. A executiva, que está há 15 anos com a empresa, foi escolhida para o cargo em votação do conselho e passa a comandar os setores comercial e financeiro das 11 empresas da companhia, incluindo o grupo Enotel. “Estar em feiras e eventos do gênero faz parte do nosso planejamento no Brasil, mercado com muito potencial”, explicou. De acordo com a CEO, uma necessidade do grupo é se aproximar do público jovem, principalmente millennials. A estratégia integra ações de marketing do Enotel unidades em Brasil e Portugal.
VILA GALÉ O grupo hoteleiro anunciou que seu novo empreendimento paulista teve a previsão de abertura antecipada para junho do ano que vem. De acordo com Adriana Borges, gerente de Marketing e Vendas, isso ocorre porque o controle da construção está nas mãos da própria rede. Nesta edição do Festuris, a empresa investiu 26% a mais em seu estande frente ao ano passado. Para o ano que vem, a ideia é apostar ainda mais no evento, vistos os resultados positivos proporcionados pela feira.
Adriana Borges e Flávio Manoel
BTM Segundo Breno e Bruno Mesquita, diretores da Brazil Travel Market (BTM),, o objetivo é receber seis mil profissionais do setor em Fortaleza (CE), entre os dias 23 e 24 de outubro do ano que vem. Além disso, é esperado que o número de compradores internacionais seja dobrado. “Tivemos 32 buyers presentes nesta edição do JPA Travel Market, mas o potencial da BTM é de dobrar esse número. Outro público extremamente importante e que será amplamente contemplado é o agente de viagens nordestino”, disse Breno. Os executivos afirmam ainda que levar a feira para o Ceará tem relação, principalmente, com a ideia do aumento do público, aproveitando que o estado tem um dos maiores hubs aéreos do Nordeste. Os irmãos acreditam que esse fato deve contribuir para melhorar a chegada de visitantes nacionais e internacionais.
EUROPLUS
SKYTEAM A marca está trabalhando em reestruturação para aperfeiçoar o atendimento aos clientes. Por isso, uma de suas próximas apostas é a abertura de dez novos postos de atendimento por todo o Brasil – a primeira já foi aberta em Natal (RN). No entanto, segundo Peter Weber, CEO da empresa, o foco será a região Norte. “É um lugar onde tivemos muito sucesso”, se orgulha.
A empresa, que por muito tempo atuou somente com o setor hoteleiro, anunciou sua entrada no mercado aéreo, também simbolizando uma aposta no segmento de lazer. Segundo Peter Weber Junior, CEO, não está nos planos apostar em apenas um segmento, mas ir trabalhando ambos os setores. “Eu, particularmente, gosto de fazer os dois”, declara. Para 2020, a ideia vai ser trabalhar com mais ênfase nesse novo mercado.
ESPAÇO LGBT A 31ª edição do Festuris marcou os dez anos de criação da área dedicada ao Turismo LGBT. O espaço contou com a participação da revista ViaG, publicação da Editora Via. Expositora e apoiadora do pavilhão LGBT desde a primeira edição, a publicação foi representada por Alex Bernardes, diretor comercial. “Estamos no espaço LGBT do Festuris desde o início, quando este mercado era mais tímido. Agora, ficamos honrados ao ver tanta gente no pavilhão, inclusive agentes de viagens interessados nos painéis do segmento”, afirmou o executivo. Além de tratar da importância da atividade turística LGBT, ele apresentou a evolução da publicação ao longo de 11 anos. Para Bernardes, é nítida a mudança na reação das pessoas com o pavilhão cheio de produtos voltados ao público LGBT. “Antigamente, havia um certo receio de quem passava por lá, mas hoje todos entendem que é uma atividade econômica importante no meio turístico”, disse. A Revista ViaG é o primeiro produto da Editora Via e organizadora do Fórum de Turismo LGBT do Brasil, que terá sua quarta edição realizada no hotel Tivoli Mofarrej São Paulo, em 9 de junho de 2020. 28 Brasilturis
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FEIRAS E EVENTOS IBEROSTAR O grupo hoteleiro aproveitou a oportunidade para continuar divulgando sua campanha “Wave of Changes”, que visa estimular ações socioambientais, indo desde ações em parceria com comunidades locais até a pesca responsável. Além disso, visto que a taxa de ocupação para as festividades de verão já está chegando à totalidade – com o empreendimento Praia do Forte com 97% Orlando Giglio de ocupação, o Bahia com 84% de ocupação e o Grand Amazon com ocupação total -, a rede trabalhou na divulgação de pacotes e serviços para o verão, incluindo o carnaval.
Lucas de Almeida, Vitor Spirandelli, Bruno Cordaro, Newton Santos e Roberto Affonseca
MSC A armadora participou do Festuris para fortalecer sua presença e consolidar produtos na região. A empresa confirmou a chegada do recém-inaugurado MSC Grandiosa à costa brasileira para a temporada 2020-2021; reforçou a promoção para o MSC Fantasia com segundo hóspede grátis para reservas nos roteiros de 2020-2021 entre Santos (SP) e Buenos Aires. Por fim, a companhia destacou a operação do MSC Sinfonia, que sai pela primeira vez de Itajaí (SC), novo home port para itinerários rumo a Argentina e ao Uruguai.
Equipe Seleto e Flytour
SELETO
A empresa, resultado da união entre o Grupo Flytour e Omint, aproveitou o encontro para reforçar sua chegada ao mercado turístico. De acordo com Ana Carolina Carvalho (ao centro da foto), gestora de Produtos, mais novidades fazem parte da marca, incluindo o chatbot, que auxilia os clientes a solucionar dúvidas frequentes e entrou em operação no fim de novembro. Além disso, os visitantes puderam saber mais sobre a campanha “Você é Seleto”, que premiará o ganhador com um carro zero quilômetros. Equipe April
APRIL BRASIL
GTA
A empresa havia anunciado, durante a 47ª Abav Expo, o lançamento de um de seus mais recentes produtos: o Plano VIP. Visto que o produto se adequa ao perfil de luxo, a empresa viu, no espaço Luxury do Festuris, a possibilidade de apresentar ainda mais detalhes sobre o serviço que oferece cobertura de R$ 60 mil a R$ 1 milhão, incluindo indenização por danos à bagagem, cobertura de despesas veterinárias e cancelamento.
A Global Travel Assistance (GTA) está comemorando 30 anos e não deixou de destacar as ações comemorativas, como a promoção de até 30% de desconto em alguns serviços. Segundo Celso Guelfi, presidente da GTA, o segredo para chegar aos 30 anos de atuação é a capacidade de se reinventar e se adequar aos novos perfis de viajantes. Por isso, a marca continua apostando em capacitação e realizou treinamentos para agentes de viagens durante a feira.
ROYAL AIR MAROC De acordo com Cesar Alruiz, gerente de Vendas da Royal Air Maroc no Brasil, o final de ano promete. “Estamos com voos extras a partir de São Paulo, entre dezembro e janeiro. Além disso, nossa frota no Rio de Janeiro foi aumentada em 10% para Natal e Réveillon”, disse. Durante a feira, o executivo explica que a presença faz jus a uma maior aproximação com a região Sul. “Queremos melhorar o relacionamento com esse mercado tão importante, tendo em vista também que poucos voos saem daqui direto à Europa”, explicou Alruiz. A partir da segunda quinzena de janeiro de 2020, ainda, a aérea lança a frequência São Paulo-Pequim, com conexão no Marrocos. 30 Brasilturis
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BRAND USA O Brand USA foi uma das marcas internacionais presentes ao encontro. A ideia foi apresentar os destinos de compõem o país norte-americano e reforçar seu espaço no mercado brasileiro. De acordo com Suzana Shepard gerente de Desenvolvimento global de Trade, a participação é justamente para aproximar ainda mais o destino do Brasil, que ocupa a sexta posição no ranking de principais mercados. “Sabemos que um dia ele estará posicionado entre os três primeiros”, defende.
ETIÓPIA O destino, que já participa de outras feiras do setor no Brasil, levou atrativos e informações a Gramado (RS). A representação ficou por conta da Embaixada da Etiópia, com Beza Melis, segunda secretária do órgão público. Na visão dela, a participação no Festuris é importante para a consolidação do destino no País. “O setor representa, por ano, uma média de 9,4% da receita nacional. Isso mostra como a prática é necessária”, afirmou. De acordo com a representante, a maior aposta é o turismo ancestral, levando em consideração a rica história da Etiópia e atrativos naturais. No cenário mundial, os principais turistas chegam de Itália, França e Reino Unido, respectivamente. Na América Latina, o Brasil é destaque, já que São Paulo possui três frequências semanais para Adis Abeba, capital do país.
PARAÍBA O trade turístico do estado anunciou a criação de um novo evento para 2020. O encontro, que ainda não tem nome, será realizado no Centro de Convenções de João Pessoa, nos dias 16 e 17 de outubro. A coordenação ficará com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira da Paraíba (ABIH-PB), em parceria com o Governo da Paraíba, prefeitura de João Pessoa, Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fecomércio-PB, Sebrae-PB e Empresa Paraibana de Turismo (PBTur). De acordo com Manuelina Hardman, presidente da entidade hoteleira, a programação será debatida até o final do ano. Ao todo, três empresas concorrem para desenvolver o projeto que terá foco nas vivências da Paraíba. “Somos um destino que tem muito de comodidade, belezas naturais e atrativos. É isso que o evento mostrará ao agente de viagens participante”, concluiu.
QUICKLY TRAVEL Uma das três operadoras com licença para subdistribuir ingressos para as Olimpíadas de Tóquio 2020 afirmou que deseja ir além. Durante o Festuris, o objetivo foi mostrar tudo o que o Japão pode oferecer ao turista. Cultura, modernidade, gastronomia e, é claro, tecnologia, são os atrativos trabalhados pela Quickly. Ao todo, são dez roteiros que mostram o destino por completo. De acordo com Mami Fumioka, vice-presidente executiva, 40% dos pacotes foram vendidos até o momento. A expectativa é chegar a 100% até março do ano que vem.
CLIQUES
Paulo Henrique (Localiza) e a equipe da locadora: Nadia Menezes, Katlen Ribeiro, Mairi Daldon, Charles Strzalkowski e Meire Paula
João Batista, Doris Alves e Ricardo Dias (GJP)
Manuelina Alves (ABIH-PB) e Ruth Avelino (PBTur)
Carolina Dias (Israel)
Jean-Philippe Pérol (Cap Amazon) e Caroline Putnoki (Atout France)
Gustavo Esusy (Avianca Holdings)
Ricardo Alves, Elenice Rimolo e Raul Monteiro (Velle Representações) Rosângela Cruz e Diógenes Toloni (Aerolíneas Argentinas)
Leonardo Barbosa, Tanise Mendonça, Patrícia Cremer, Mariana Galindo e Richard Abbade (Orion)
Joyce Cordeiro (Visit Tampa Bay) e Rafaela Gross Brown (Visit Florida)
Carla Cecchele (Nobu Hotel)
Simone Almeida e Durval Uliana (Turismo do Espírito Santo) www.brasilturis.com.br | Brasilturis 31
FEIRAS E EVENTOS
Rubens Régis e Raquel Conti (Costão do Santinho)
Matt Teixeira e Karen Schmidt (Best Western)
Joseph Hernandez, Bia di Pietro e Mynor Guerra (Las Vegas)
Ronaldo Viana, Rafaela Marques e Régis Rodrigues (Beto Carrero World)
Marcos Lucas e Juliana Assumpção (Aviesp)
Bruno Wendling (Fundação de Turismo do MS)
Flávio Louro (ao centro) com sua equipe (E-Htl)
Rosana Takahashi e Jiovana Alves (Belmond)
Iomar Carlos e Stefano Curti (Omint)
André Mercanti (Norwegian Cruise Line)
Marcos Vileski (Águas de Jurema) Mariano Fernández (Cuba)
Rodrigo Pereira e Israel Trovão (Hertz)
Equipe Rio Grande do Norte
Patricia Santos, Juliano Soares e Cleusa Konrad (Movida)
Paulo Amorim (R1 Soluções Audiovisuais) e Simone Mariote (Preferred Hotels e Resorts)
Christina Kler (Boarding Gate) 32 Brasilturis
Agustina Rodriguez e Alessandra Prado (Bahia Principe)
Alexandre Milessis (Operadora Milessis)
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Fernando Santos (Abav-SP)
Equipe Foz do Iguaçu
Alzira Freitas, Isadora Simões, Magno Ribeiro e Rosana Caporal (Copa Airlines)
Equipe Affinity
Affinity prorroga Black Friday até janeiro de 2020 e lança campanha de vendas Convenção reuniu cem colaboradores para fazer um balanço do ano e anunciar novos produtos e serviços José Carlos de Menezes, diretor geral, e Marilberto França, CEO da Affinity
POR ANA CAROLINA AZEVEDO
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nir, valorizar, planejar, inovar e executar. Entre os dias 13 a 17 de novembro, cerca de cem funcionários da Affinity se reuniram no resort Costão do Santinho, em Florianópolis (SC), para a sétima convenção da seguradora. O encontro apontou mudanças e lançou produtos da empresa que cresceu 17% entre janeiro e outubro de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Na prática, isso representa um rendimento de R$ 34,3 milhões no ano passado, frente aos R$ 40,3 milhões obtidos neste ano. Nos últimos doze meses, dentre os 15 mil pontos de venda, 500 mil bilhetes foram emitidos, contemplando os 80 produtos no portfólio da seguradora. “Queremos a liderança entre as empresas de seguro viagem do País e temos condições para isso. Nosso mercado é o B2B”, afirma, Marilberto França, presidente da Affinity. Pensando em reforçar a qualidade dos serviços prestados, a empresa também foi atrás de usuários do Reclame Aqui para resolver os problemas. Em 2018, dentre as 450 mil vendas, a empresa recebeu apenas 100 feedbacks negativos. Após a ação, todas as indisposições relatadas foram resolvidas e a pontuação da empresa subiu para 9,1. Criada e executada por Valéria Pereira, gerente de Produtos, a estratégia foi elogiada durante a convenção. “Nós
temos as pessoas certas, fazendo o melhor em suas áreas”, ressaltou José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity. MUDANÇAS E NOVIDADES Já está em vigência o cancelamento do seguro para passageiros adicionais em produtos avaliados entre US$ 1 mil a US$ 10 mil. Segundo Valéria, o benefício adicional será automaticamente vinculado ao pacote na aquisição da proteção. A empresa também anunciou a redução no valor do benefício, para os casos de cancelamento de voo, atraso e repatriação. Segundo Carlos Gevaerd, diretor de Operações Affinity, a ação foi necessária devido ao uso exagerado dos clientes. “O seguro cobre itens de primeira necessidade, mas tivemos casos em que o passageiro perdeu a mala e comprou tênis de 300 euros, além de roupas de marca”, explica. Entre as novidades, a equipe destacou a extensão dos descontos oferecidos durante a Black Friday. O período de preços promocionais foi estendido de 22 de novembro de 2019 para até 31 de janeiro de 2020, com 35% de desconto nos pacotes e sem imposição de data-limite para a viagem. Outra estreia anunciada é o Clube de Vantagens Affinity, previsto para entrar em funcionamento
em março de 2020. O sistema dará descontos em produtos e serviços aos clientes durante o período de vigência da proteção contratada. A inserção no programa será feita de maneira espontânea, a partir da aquisição do seguro. Ainda em formatação, o clube está em negociação com várias empresas e atrativos. A Affinity estuda a criação de categorias para benefícios, conforme a aquisição dos pacotes de proteção. “Estamos montando esse formato de acordo com o número de diárias compradas para oferecer melhores recompensas”, afirma França. A convenção terminou com o anúncio da campanha Show de Prêmios. De 1° de dezembro de 2019 até o mês de abril de 2020, a ação premiará os agentes de viagens com valores que vão de R$1,5 mil a R$ 50 mil. Para participar, o titular das vendas deve se cadastrar no site da promoção e receberá um número da sorte para cada R$150 comercializados para concorrer aos sorteios pela loteria federal, entre fevereiro e junho do ano que vem. Com essa ação, segundo França, a empresa prospecta crescimento mínimo de 25% nas vendas. Às segundas-feiras, a Affinity fará a divulgação dos vencedores em seu blog e, ao final do mês, informará a lista completa de vencedores. A ação voltada para os agentes de viagens
CONVENÇÃO AFFINITY 2020 Para escolher o destino da próxima convenção, a Affinity pediu a ajuda da equipe. De forma anônima, os cem participantes escreveram em um papel qual seria o destino nacional ou internacional de preferência. Os votos ainda não foram apurados, mas os nomes mais citados foram Cancun (México), o Nordeste do brasileiro e um cruzeiro. França declara que manterá o formato deste ano, com um dia para a chegada dos participantes, seguido por dois dias de trabalho, com palestras e apresentações. O último dia é livre de programação, para retorno dos profissionais a suas cidades de origem. “Estamos pensando em 2020, estamos sempre pensando no futuro”, finaliza José Carlos Menezes, diretor geral da Affinity. também contemplará a equipe da Affinity. Ao todo, serão 101 prêmios para os agentes de viagens e 101 para a equipe da seguradora. Brasilturis Jornal viajou a convite da Affinity, com proteção da seguradora www.brasilturis.com.br | Brasilturis 33
AGÊNCIAS E OPERADORAS
Setor turístico combate a desinformação, maior consequência diante dos vazamentos de petróleo no litoral POR ANA AZEVEDO E LUCAS KINA
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ensar em férias no Brasil é quase sinônimo de sol e mar, não é mesmo? Ainda mais se falamos das belas praias nordestinas. Mas o que fazer quando o paraíso é afetado por um desastre ambiental de cunho criminoso? Entre os dias 28 e 29 de julho, o laboratório HEX Tecnologias Geoespaciais detectou, por meio de imagens de satélite, manchas de óleo a 733 quilômetros a oeste do estado da Paraíba. O rastro que se movia em direção ao litoral atingiu desde as praias do Maranhão até, mais recentemente, o Rio de Janeiro. Segundo relatório pulicado pelo Ibama em 24 de novembro, desde
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30 de agosto, data em que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) foi criado, 764 localidades foram atingidas pelo desastre. O informe aponta, ainda, que 143 espécies da fauna marinha foram contaminadas pela substância. Em resposta aos fatos, o ICMBio, a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) e a Fundação Pró-Tamar retiraram mais de 3,5 mil espécies preventivamente para evitar a contaminação, além de estabelecerem uma barreira no recinto de peixe-boi em Porto de Pedras (AL). Desde então, mais de quatro mil toneladas de óleo foram retiradas das praias nordestinas. O descarte
do material é feito pelas Secretarias de Meio Ambiente dos estados. Foram disponibilizados dez navios, sete aviões, seis helicópteros e 3,9 mil empregados e servidores, além da população voluntária, para trabalhar na retirada do óleo no mar e na areia das praias. INVESTIGAÇÃO
Até o momento, o responsável pelo vazamento não foi identificado. Em 21 de novembro, o caso discutido em audiência pública na Câmara dos Deputados considerou dois navios petroleiros que passaram pela localidade no período do derramamento. Para determinar os culpados, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), analisou imagens de satélite do dia 19 de julho. O estudo aponta o Voyager 1, embarcação alemã registrada em nome da Gulf Marine Management Deutschland, como possível autor do crime ambiental. O estudo também levou em consideração imagens da Marine Traffic, empresa de monitoramento marítimo. Em oposição, o laboratório HEX estudou uma mancha de óleo de 200 quilômetros de extensão entre os dias 29 de julho e 1º de agosto, apontando o navio Bouboulina, de origem grega, como suspeito. De acordo com a Polícia Federal, o petroleiro atracou na VenezueFonte: Ibama - 24 de novembro 2019
la em 15 de julho, permaneceu por três dias e seguiu rumo a Singapura, pelo Oceano Atlântico, terminando o trajeto na África do Sul. Para descobrir a data e o local do derramamento, a apuração considera cinco critérios: densidade do óleo, datas de avistamento nas praias, correntes marinhas do oceano Atlântico, rotas das embarcações, direção e intensidade dos ventos. Até o momento, dentre os 111 navios petroleiros que realizavam a rota Ásia-África-América e passaram pela costa brasileira, somente esses dois estão sendo investigados como possíveis autores do crime. RESPONSABILIDADE GOVERNAMENTAL Após 50 dias de óleo no mar, o Ministério Público Federal (MPF) dos nove estados do Nordeste entrou com uma ação conjunta pedindo que a Justiça Federal obrigue a União a acionar em 24 horas o Plano Nacional de Contingência (PNC) para Incidentes de Poluição por Óleo. O documento previa multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. Criado em 2013, o PNC determina funções e responsabilidades para órgão do governo, permitindo que estratégias e planos de ação sejam elaborados em situações dessa natureza. Ao invés de acionar o PNC, entretanto, o governo criou o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), constituído pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com monitoramento e atualização diária do percurso e consequências do vazamento de petróleo. Segundo relatório mais recente, desde 30 de agosto, 764 áreas foram atingidas que compreendem 11 estados e 124 municípios, dos
quais 21 obtiveram mais que 10% de contaminação; 459 chegaram a até 10% de contato com o óleo e localidades que não tiveram a substância avistada. Em 24 de novembro, o mesmo informe aponta 111 áreas monitoradas, das quais 49 se encontram com até 10% de contaminação e 62 estão limpas. Em 19 de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou a análise de amostras da fauna marinha nas regiões atingidas pelo vazamento. A coleta ocorreu em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) na Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, para identificar a possibilidade de contaminação em itens de consumo. As amostras foram analisadas pelo Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais (Labmam) da PUC-RJ e os resultados identificaram níveis de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA), não considerados nocivos à saúde humana. Passaram pelo estudo 20 espécies de peixes (como Ariacó, Budião, Dourado, Garoupa, Pargo e Saramonete), lagostas (Verde e Vermelha) e camarões (Rosa e Sete Barbas). Moluscos e camarões de cultivos também estão sendo inspecionados. PANORAMA DO TURISMO Como um efeito dominó, o impacto da mancha de óleo afeta empresas que trabalham ou de-
pendem do Nordeste para suas atividades. Publicado em setembro pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), um estudo apontou que, entre os turistas que buscam o Nordeste, de 69% a 92% visam aproveitar os atrativos naturais do litoral. Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte são os estados apontados como preferidos no levantamento feito em 2018, com a participação de 39 mil turistas. Os resquícios do vazamento chegariam, mesmo que minimamente, ao setor turístico. Realizada em setembro de 2019, a sondagem do consumidor – pesquisa do Ministério do Turismo que investiga intenção de viagens - indica que 79% dos brasileiros que desejam viajar nos próximos seis meses, pensam em destinos no Nordeste. A análise considera dados de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP), mercados que representam 70% do fluxo turístico do Brasil. O Brasilturis Jornal conversou com alguns atores do setor para identificar as possíveis consequências do desastre para os negócios. Apesar das divergentes opiniões, Eliseu Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), avalia que a situação ganha um tom preocupante, impulsionado pela propaganda negativa e generalista. “Somos nove estados. É um erro divulgar ‘manchas do Nordeste’, sen-
do que Fortaleza, por exemplo, não sofreu”, cita. Durante a conversa, o executivo afirmou por muitas vezes que o derramamento de óleo não gerou qualquer impacto na ocupação hoteleira do Ceará, mais especificamente na capital. “Fechamos a ocupação de novembro em 75% e já temos o mesmo índice para o Réveillon. A expectativa, porém, é que cheguemos a 94% no período festivo”, explicou. Barros disse, entretanto, que tem sido necessário manter contato constante com as empresas que vendem o destino para evitar problemas com a desinformação que tomou conta do País. “Falamos todos os dias com agentes de viagens e operadores para tranquilizá-los para que, assim, a informação correta seja passada aos turistas”, concluiu. Em nota, a ABIH-BA explicou que o setor hoteleiro local não foi prejudicado pela ocorrência. Isto porque, de acordo com a entidade, o fluxo de turistas não é intenso no período em que o vazamento tomou maiores proporções. Mesmo assim, a associação admite certo desgaste pela situação e afirma que “se a mancha de óleo aumentar, poderá afetar o setor na alta estação. Por este motivo, a associação tem procurado os órgãos públicos e buscado iniciativas que ajudem a conter este desastre ambiental”. As ABIHs dos outros sete estados nordestinos (Alagoas, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio
Eliseu Barros, presidente da ABIH-CE
Grande do Norte e Sergipe) foram procuradas, mas não responderam antes do fechamento da matéria. Maurinho Vasconcelos, proprietário do Hotel Ponta Verde - com duas unidades no litoral de Alagoas, uma das regiões mais afetadas no início da tragedia em setembro -, afirma que as propriedades sofreram com o impacto negativo. “Não consigo quantificar se foi somente por conta da situação com as manchas de óleo, mas tivemos cancelamentos após o ocorrido”, disse. Vasconcellos também critica a imagem criada a respeito dos destinos nordestinos, algo que está sendo combatido pelos próprios empreendimentos turísticos alagoanos. “Não é a realidade que está sendo retratada. Existem zonas afetadas, mas as férias das pessoas não foram e não serão prejudica-
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AGÊNCIAS E OPERADORAS das”, diz, reforçando que as praias atingidas foram rapidamente socorridas por equipes do estado. “Assim, ninguém perdeu a viagem”, exclamou o executivo. FORÇA-TAREFA Quatro agências de viagens foram consultadas a respeito das vendas para os destinos afetados. Moscow Viagens (Ribeirão Preto/ SP), Atual Turismo (Marília/SP) e uma loja da Azul Viagens (Campinas Shopping/SP) relataram que tiveram, sim, consultas dos viajantes para esclarecer a situação, mas não registraram cancelamentos. Apenas uma das agências, a Rosanatur, de Santa Bárbara D’Oeste (SP), informou que vem enfrentando problemas, especialmente para os pacotes em Pernambuco. A remarcação de viagens tem sido a estratégia adotada pelos profissionais que também informaram a criação de uma força-tarefa para informar os turistas sobre os destinos. Entre as seguradoras, a resposta foi mais incisiva. Das três empresas consultadas, apenas a April Brasil aceitou responder sobre as possíveis coberturas para cancelamento e remarcações nesse período. Carlos Giubine, executivo do Departamento de Comunicação e Marke-
LÉXICO
David Leslie Autor do livro “Turismo para Leigos e Curiosos”. leslie@cbsmarketing.com.br
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e umas três décadas para cá, o Turismo criou o termo consolidadora para identificar empresas que se especializaram, por meio de convênios específicos, em um modelo de intermediação entre certas transportadoras aéreas e algumas agências de viagens. A ideia consistia, inicialmente, na tentativa de poupar estas companhias aéreas do complexo trabalho 36 Brasilturis
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ting, afirmou que a ocorrência não se enquadra aos padrões de cobertura previstos nas condições gerais dos produtos. “O que poderia se encaixar seria nosso cancelamento plus reason, mas somente pelos motivos descritos nas condições gerais”, afirmou. Mar agitado e vazamento de óleo não se encaixam, segundo reforça o executivo. O que se enquadra na lista de desastres naturais, com cobertura prevista entre as condições especiais da April são: “Desastres naturais como tremor, terremoto, erupção vulcânica, maremoto ou tsunami, furacão, ciclone, tornado, inundação ou ventos fortes que ocorram no local de origem da viagem do segurado ou cidade de destino que impeça o segurado de fazer a viagem e/ou que evite qualquer voo comercial de chegar ao destino e/ou decolar da respectiva cidade afetada”. RESGUARDO LEGAL Após o fato consumado, o que fazer depois é a pergunta-chave de visitantes e profissionais do Turismo. Em termos legais, os especialistas consultados pela reportagem mostram que o fornecedor de viagens, como é de se esperar, não pode ser culpado pelo momento vi-
vido pelos destinos. Mesmo assim, concorda-se que o cliente – lado mais vulnerável – também não tem a obrigação de ir ao local. Em suma, é possível dividir ações cabíveis em dois grupos: clientes e empresas. Os advogados João Bueno, especialista em associações e consultor jurídico de empresas de Turismo, e Eliezer Carmo, especialista em Direito do Consumidor, citaram os principais pontos quanto à resolução legal para o ocorrido. Para quem consome, levando em consideração o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é passível que haja cancelamento caso o cliente não queira mais viajar, por exemplo. Mesmo assim, nada – nesta situação, em específico – priva o viajante de pagar uma multa de até 10% para cancelamento, taxa que já está prevista no CDC. Isto porque, como na questão de seguradoras, um desastre causado por interferência humana não pode ser de responsabilidade do destino ou de empresas que o vendem. Já do lado dos fornecedores, ambos os especialistas citam que cabe a prestação de esclarecimentos aos clientes e distribuidores, além de ressaltar a existência de locais não afetados, para deixar o consumidor livre para decidir como
OS MAIS BUSCADOS PARA O RÉVEILLON Segundo pesquisa do metabuscador Voopter, lançada em 24 de novembro, dentre os destinos nacionais mais buscados para passar o Réveillon, seis estão no Nordeste. Os resultados se referem a viagens entre 26 de dezembro e 5 de janeiro de 2020. Para contabilizar os dados, o buscador considerou pesquisas realizadas de 5 de agosto a 20 de novembro de 2019. 1. Salvador (BA) 2. Rio de Janeiro (RJ) 3. Fortaleza (CE) 4. Florianópolis (SC) 5. Recife (PE) 6. Maceió (AL) 7. Natal (RN) 8. São Paulo (SP) 9. Porto seguro (BA) 10. Porto alegre (RS)
agir. Em certos casos, é possível conseguir um acordo para abonar a taxa de cancelamento ou sugerir uma mudança de rota.
Consolidação... O que é, o que é? de atendimento aos agentes na emissão dos bilhetes de passagens e, particularmente, no faturamento destes mesmos bilhetes após uma cuidadosa concessão de crédito (sem mencionar o cansativo processo de cobrança gerado por essa difícil estrutura operacional). O termo consolidação tem origem no latim “consolidatio/onis” que tenta caracterizar o ato de fortificar, reunir. O significado deste substantivo feminino, entretanto, transcende o conceito original para explicar o ato de tornar algo sólido, de fortalecer um processo democrático, de processar a fusão de várias empresas em uma só, de juntar leis e/ou normas, para transformar uma dívida flutuante em dívida permanente e, até, à forma pela qual se dá a recuperação total de um osso fraturado. No mundo que engloba os transportes, encontramos os primeiros
conceitos de consolidação no segmento de cargas (originalmente no âmbito marítimo e, posteriormente, em carga aérea). As empresas apresentavam as tarifas de carga em planilhas que ofereciam o custo do transporte - por exemplo: de 1 quilo a 50 quilos, US$ 10 por quilo; de 51 quilos a 100 quilos, US$ 8 por quilo... E assim por diante. Além do peso, elas também diferiam de acordo com o tipo de mercadoria a ser transportada. O modelo de tarifação deu origem à ideia de reunir todos os que tinham cargas de poucos quilos para se beneficiar de tarifas mais econômica. O processo chegou à loucura de reduzir pela metade o valor de transporte de um pacotinho - de São Paulo até Buenos Aires, por exemplo – se ele fosse enviado de São Paulo para Nova York e da cidade norte-americana para a capital argentina. O porto de Nova
York havia se transformado em hub para reunir os conteúdos de acordo com o tipo de mercadoria e consolidar as cargas para se beneficiar da tarifa mais econômica. No caso das consolidadoras de passagens aéreas existentes no Brasil, o termo se associou à transferência de um percentual adicional para o consolidador - além daquele já reservado à comissão do agente vendedor – pelo trabalho na intermediação em questão, além de um percentual ou bônus sobre o volume da produção, como forma de incentivo. Em outros países, vemos o modelo de consolidador se fundir com o conceito de “broker” (palavra inglesa que significa “corretor”) que tenta desenvolver, em parte, a atividade do nosso consolidador. São os brokers de carga, passagens aéreas, cruzeiros marítimos e acomodação em hotéis, entre outros.
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ACONTECEU
Pleito antigo (85,75%), Apex (12,25%) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2%). A proposta é limitar a entrega do Sebrae a 70% do valor, manter os repasses às outras duas agências, e destinar 15,75% à nova Embratur. A medida deve fazer o orçamento de promoção saltar dos atuais US$ 12 milhões para até US$ 150 milhões anuais. Além disso, setores como aviação, viagens e hotelaria também foram implicados com a medida (veja no quadro). A MP segue agora para aprovação do Congresso Nacional. Na opinião da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a incidência de alíquota para leasing de aeronaves e motores pode representar impacto adicional de R$ 79 milhões para o setor no próximo ano. “Reconhecemos os esforços dos Ministérios do Turismo e da Infraestrutura para manter a po-
Bons resultados O escritório de Turismo da Itália (Enit), reuniu amigos e parceiros do trade para um almoço em agradecimento ao apoio na promoção do destino. Fernanda Longobardo, do Enit, aproveitou o encontro para divulgar dados referentes ao fluxo de brasileiros para o país no ano de 2018, que teve um aumento de 9,6% em relação a 2017. As cinco regiões mais visitadas foram: Lazio, Toscana, Veneto, Lombardia e Campania que, juntas, representaram 80,2% do fluxo total de viajantes. Os hotéis concentraram 77,2% dos turistas, enquanto outros segmentos de hospedagem registraram crescimento de 24,5% na comparação com 2017. Quanto aos gastos, os brasileiros deixaram no país 745 milhões de euros em 2018, aumento de 3,4% em relação ao ano anterior. A cidade de Lazio é o destino onde mais se concentraram as despesas - 46,3% do total, com cerca de 345 milhões de euros. Reservas em hotéis e resorts absorvem 75,4% do valor total, com 562 milhões de euros. Clovis Casemiro, diretor da International Gays and Lesbian Travel Association (IGLTA) anunciou que Milão sediará pela primeira vez a 37ª Convenção Anual Global de turismo LGBT+. O encontro acontece entre os dias 6 e 9 de maio de 2020.
Nelson de Oliveira (Alitalia), Fernando Fiore (Italian Trade Agency), Filippo La Rosa (Cônsul da Itália), Fernanda Longobardo (Enit) e Clovis Casemiro (IGLTA) 38 Brasilturis
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IRRF (REMESSAS AO EXTERIOR)
MP 907 traz consequências para o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre remessas ao exterior, incidência de nova alíquota para as companhias aéreas e isenta os hotéis e navios do pagamento de direitos autorais por músicas executadas nos quartos e cabines.
lítica de isenção de IRRF sobre o leasing de aviões e motores praticada há anos no Brasil e em quase todo o mundo, onde não se tributa as operações de arrendamento de aeronaves e motores. Trabalharemos com todos os interessados em uma aviação competitiva e cada vez mais acessível a todos para revermos a medida já em 2020”, afirma a entidade, em nota.
Para Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, a alteração é fundamental para aumentar a presença do Brasil no cenário internacional. “No formato de agência, será possível celebrar convênios e promover ações integradas com outros órgãos governamentais e iniciativa privada”, informa. A meta do governo é atrair 12 milhões de viajantes internacionais ao País até 2022.
Nova campanha A Aviesp realizou a quinta edição de sua convenção, evento que aconteceu em Campinas (SP), com a participação de 96 associados. Na ocasião, a entidade lançou uma nova campanha para os agentes de viagens, intitulada “Nosso Destino – Seu Sonho”. A ideia é colocar os agentes de viagens na posição de influenciadores em relação aos destinos e, conMarcos Lucas sequentemente, impulsionar as vendas por meio da expertise desses profissionais. “Nós sempre fomos o canal de distribuição desse País. Queremos direcionar esse cliente, regionalizar essa pesquisa. Isso vai incentivar vocês a produzir conteúdo e ser protagonistas dos negócios”, declara Marcos Lucas, agente de viagens e presidente da Aviesp.
15 anos em grande estilo A R1 Soluções Audiovisuais completou 15 anos de atuação no mercado de soluções integradas para eventos corporativos, congressos, convenções e exposições. Para celebrar a data, a equipe organizou uma grande surpresa para Raffaele Cecere, fundador e presidente do grupo. Depois de um passeio inusitado de limusine, o destino foi uma casa de eventos no bairro dos Jardins, em São Paulo (SP). Amigos, parceiros e profissionais do Turismo aguardavam o executivo para uma festa surpresa. Com 50 postos de serviços em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Recife (PE), o grupo detém empresas como a TES Cenografia - especializada em comu-
Foto: Zilene Rolim - Polly Eventos
E
m 27 de novembro, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) passa oficialmente do modelo de autarquia para o de agência de promoção internacional do Turismo, atendendo a um pleito antigo do setor. A mudança foi promovida pela Medida Provisória (MP) 907 que extingue cobranças e também altera alíquotas tributárias para segmentos turísticos a partir de janeiro de 2020. A nova Embratur passa a atuar como um serviço autônomo, nos moldes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Mas, na prática, o que muda? Primeiramente, a agência terá uma verba extra. A contribuição que hoje é paga por empresas privadas para Sesi e Senai passará a ser direcionada para a nova Embratur que fica subordinada ao Ministério do Turismo. Atualmente, essa arrecadação é enviada para o Sebrae
IRRF (LEASING DE AERONAVES)
Juan Pablo De Vera, Raffaele Cecere, Rodrigo Caetano e Marcelo Chanoft
nicação visual com uso de tecido impresso sustentável - e a 42 Labs - voltada para ferramentas tecnológicas. Recentemente a R1 firmou uma aliança regional com a RLA, na cidade de Santiago, no Chile, que permite expandir a oferta de serviços em eventos nos melhores hotéis e centros de convenções da América Latina.
TURISMO SEM CENSURA Fabio Steinberg Jornalista e administrador, trabalhou como executivo e consultor de comunicação em grandes empresas como IBM, Rede Globo e AT&T. Edita o site Turismo Sem Censura e é autor de três livros. (www.turismosemcensura.com.br) fabio@steinberg.com.br
Cadê a oposição?
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unanimidade é, por definição, burra. Quando todos concordam com tudo, há algo errado. Contradiz a própria essência do pensamento saudável. Isto pode ocorrer por três razões principais. A primeira, falta de autocrítica. A segunda, apatia crônica. E a terceira: não expressar opinião - seja por temer represálias ou por oportunismo. Pois parece que a unanimidade atingiu o Turismo do Brasil. Quase não se ouvem críticas contundentes sobre a paralisia que acomete o setor há décadas. Não se vê ninguém expressar publicamente indignação com erros, desafios não alcançados e oportunidades perdidas. Como o que ocorreu durante a Copa do Mundo e Olimpíadas no País. É o oposto do que acontece em áreas como política, economia ou esportes, setores em que há uma gama de posicionamentos. Em vez de fazer a autópsia de projetos mal executados e aprender com os erros, os representantes atuais do Turismo se concentram em exacerbar conquistas e realizações (geralmente pífias). Há uma patológica fascinação em promover homenagens e premiações aos dignitários do setor. Estas iniciativas não teriam nada de errado se estivéssemos falando de Paris, Nova York, Veneza, Barcelona ou Dubrovnik – casos evidentes de sucesso. Infelizmente, este tipo de vitória não ocorreu no Brasil, já que o País ocupa a vergonhosa posição de lanterninha na atração de visitantes internacionais. Estagnada há décadas na casa dos seis milhões de turistas, a nação carece de infraestrutura, segurança, divulgação, estímulo aos investimentos – só para falar em problemas mais prementes. Chama a atenção, no Turismo, a inexistência de questionamentos ao atual modelo – ou melhor, à falta dele. Entra e sai ano; entra e sai autoridade; entra e sai titular de entidade de classe; e nada acontece. Como que anestesiada, a maioria da imprensa – seja especializada ou geral – observa, mas não registra a inanição, nem provoca discussão. Afinal, diriam os céticos, tudo e todos dependem da boa vontade oficial. São os governos que têm a chave do cofre das contribuições orçamentárias. Sem falar nas
políticas públicas e legislação, que podem facilitar ou infernizar a vida de empresários e empreendedores. Esta omissão coletiva viabilizou que o Turismo fosse sequestrado da iniciativa privada. Ao colocar em segundo plano a sua missão - que é estabelecer condições para o desenvolvimento - o poder público, pelo jeito, resolveu também operar o Turismo. Na prática nada acontece sem seu aval e participação. Basta olhar em volta. Não há evento do setor que não conte com a presença de, no mínimo, meia dúzia de autoridades. Vindas de todas as esferas, elas ocupam precioso tempo dos ouvintes com enfadonhos discursos. Com raras exceções, não entendem patavina do assunto. Por isso, enchem o vácuo com louvores óbvios à importância do Turismo para a economia, somados a baboseiras descartáveis. Sempre que podem, falam de suas conquistas pessoais para o setor. São, quase sempre, ações isoladas, dissociadas de um planejamento sério, duradouro e consistente. O Turismo brasileiro está atrofiado por falta de oxigênio. Perde espaço diariamente para outros destinos, muitos deles mais incompletos que o nosso. Aqui, não se trata de buscar culpados, mas soluções. E elas passam pela participação ativa e destemida de quem faz, e não apenas de quem fala. Não há progresso sem a livre ventilação de ideias e debates. É preciso que empresários, profissionais e imprensa desmascarem e afastem os oportunistas de plantão. Na omissão atual, maus profetas aprenderam a representar o Turismo, sem legitimidade ou conhecimento de causa. Está na hora de o mercado escancarar o cenário paralisante, discutir soluções e metas, e (re)tomar o poder. O Turismo é altamente lucrativo para a economia dos países que, por isto, hoje viraram ferozes concorrentes entre si. Não há meio termo: o Brasil tem que se profissionalizar neste campo. Não existe mais lugar para amadorismo, demagogia e verborragia. Chegou a hora de privatizar o Turismo. E isto começa por canais de comunicação, abertos e independentes. Onde todos digam o que pensam, sem medo de consequências. www.brasilturis.com.br | Brasilturis 39
Porto de Galinhas: do prazer à harmonia
Porto de Galinhas faz parte de uma cadeia de praias POR FELIPE LIMA
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á destinos que, de tanto ganharem menções, tornam-se sonho de consumo de muitos viajantes. Esse é o caso de Porto de Galinhas, praia localizada no município de Ipojuca, a 43 quilômetros da capital pernambucana. Pequeno e acolhedor são duas palavras que facilmente descrevem o ponto turístico nordestino, que faz parte de uma sequência de sete praias, incluindo Muro Alto, Cupe e Maracaípe. Os visitantes que desembarcam em Recife, podem chegar a Porto de Galinhas com os ônibus que partem do próprio aeroporto, com transfers privativos, táxis ou aplicativos de transporte. No destino não é preciso se preocupar, já que os restaurantes, comércio e atrações locais ficam próximos uns aos outros. Praia, sol, areia e coco gelado são símbolos locais e costumam ser transportados para as marcas das diversas propriedades hoteleiras. A 40 Brasilturis
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recepção calorosa é um dos pontos altos do vilarejo turístico. A arte de ser hospitaleiro e, sobretudo, educado é nítida em diversos momentos – inclusive ao atravessar ruas, quando a preferência é dada aos pedestres. Um questionamento é válido: a que horas o sol aparece? Por ser um dos estados nordestinos que estão mais à ponta do Brasil, o destino recebe o astro-rei bem cedo e, por volta de 5h, já dá para sentir o seu calor. É o indício de que está na hora de começar a aproveitar o destino, porque há muitas atividades à disposição. TERRA E MAR Uma das práticas mais populares é o passeio de jangada, realizado por profissionais regularizados pela Associação dos Jangadeiros de Porto de Galinhas. O grupo tem um guichê oficial para a venda dos
passeios e, entre eles, há aqueles que já fizeram fama e são muito conhecidos na região. É o caso de Hélio Filho, que oferece mergulho com máscara e fotos, além dos tradicionais passeios de jangada. Solícito e disposto a mostrar o que há de melhor, ele leva o turista a pontos estratégicos e mostra o que é imprescindível: a famosa piscina natural que tem o formato do mapa brasileiro; o lindo coral de fogo, que não deve ser tocado; e peixes de diversas espécies, incluindo o famoso cirurgião-patela – famoso pela representação de Dory em “Procurando Nemo”. Outra prática usual é o passeio de buggy, ofertada a cada esquina por profissionais locais. Com fotos e parada em outras praias de Ipojuca, o passeio permite conhecer melhor o destino e aproveitar as águas de lugares pitorescos, como a praia do Muro Alto, uma larga piscina natural que carrega este nome pela
enorme barreira de corais presente, com ampla biodiversidade aquática. Com um valor extra, é possível conhecer o manguezal e se aproximar do habitat de um dos símbolos de Porto de Galinhas: o cavalo-marinho. A praia pode roubar a cena, e não é pra menos. No entanto, os interessados em conhecer a fauna local, devem incluir no roteiro a visita a duas associações. A começar pelo Projeto Hippocampus, grupo que visa reforçar a importância dos cavalos-marinhos para a natureza. Na sede, é possível conhecer as três espécies brasileiras e ver a gestação masculina, uma das principais curiosidades desse gênero. Por conta da perda de um de seus principais patrocinadores, a continuidade dos trabalhos de pesquisa agora depende financeiramente da venda de ingressos e itens na loja de souvenir. Ou seja, há mais um motivo para visitá-los!
Foto: Thiago Cavalcanti
DESTINO
Foto: Larissa Faria
Piscinas naturais reúnem cardumes que não se intimidam com a presença de visitantes
Os saguis também fazem o papel de hospitaleiros de Porto de Galinhas
Cenário paradisíaco compõe o destino
Já a ONG Ecoassociados tem como principal objetivo cuidar da vida de tartarugas. Em 30 minutos, os visitantes são imersos na história da associação, dos animais e são encorajados a reforçar o cuidado com as praias e com o descarte de materiais plásticos, um dos principais inimigos da espécie. A organização é responsável ainda pela coleta de informações sobre ninhos no litoral pernambucano, acompanhando a desova e realizando, posteriormente, a soltura segura ao mar. Sempre que necessário, também auxilia na recuperação de animais feridos para que retornem ao habitat. Infelizmente, nem todas estão aptas a retornar a natureza e permanecem no espaço sob os cuidados de voluntários. COZINHA LOCAL Na vila turística, principal polo gastronômico e de compras do des-
tino, é possível encontrar comida italiana, japonesa e mexicana. De certo, é gosto para todos. Claro que a cozinha local não fica de fora e, na maioria das vezes, chama muito mais a atenção do que as receitas internacionais. Muitos empreendimentos oferecem música ao vivo e embalam os turistas nos sucessos locais. Obviamente, quando o destino inclui praia, os frutos do mar são destaques, contudo, a diversidade do cardápio não se limita a essas receitas. Um dos carros-chefes é a carne de sol servida em forma de aperitivo e acompanhada por salada e batata ou mandioca frita. Saborear a refeição sentindo a brisa do mar é uma opção, já que há empreendimentos que estão mais próximos da praia – alguns, literalmente à beira-mar – e outros mais próximos de pequenos shoppings comerciais. Vale a pena visitar as lojas de
souvenir da vila, onde, por motivos óbvios, as galinhas estão muito presentes e seguem ganhando forma nas mãos hábeis dos artesãos. Há quem prefira levar nas O turismo é um dos malas uma parte dos principais setores econômicos de Porto sabores locais, como o de Galinhas bolo de rolo, guloseima recheada de goiabada e enrolada como um rocambole, uma das guloseimas mais populares do estado e que também está presente ONG Ecoassociados por lá. Tel.: (81) 3552-2465 www.ongecoassociados.weebly. SERVIÇO com Associação dos Jangadeiros de Porto de Galinhas Tel.: (81) 99333-7405 / 8821-4766
Projeto Hippocampus Tel.: (81) 3552-2191 www.projetohippocampus.org
Hélio Filho (jangadeiro) Tel.: (81) 98541-0738 / 99785-5033
DICA DE HOSPEDAGEM Pousada Coco Beach Tel.: (81) 3552-1529 / 99153-5021 www.pousadacocobeach.com.br www.brasilturis.com.br | Brasilturis 41
VIA SUSTENTÁVEL Velma Gregório Diretora de Comunicação e especialista em sustentabilidade velma@editoravia.com
A
Primeiro jornal criado especialmente para a indústria do turismo nacional, Brasilturis é de propriedade da Editora Via LTDA, grupo de comunicação especializado em publicações segmentadas sobre turismo. Fundado por Horácio Neves, em 1981. DIRETORIA Sócia-diretora: Ana Carolina Melo CEO: Amanda Leonel amanda@editoravia.com
Os próximos dez anos
ONU Meio Ambiente divulgou, em novembro, um relatório chamado “Emissions Gap 2019” que afirma que não dá para esperar o fim do ano de 2020 para os países ampliarem os compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa para conter o aumento da temperatura média em 2ºC. Mas o que isso tem a ver com o Turismo? A complexidade na comunicação dos temas relacionados à sustentabilidade contribui para afastar as indústrias - incluindo a do Turismo - da ação positiva. Sustentabilidade é sinônimo de eficiência, não o contrário. A elevação da temperatura média em 2º C significa que o planeta entraria em estado febril, fazendo uma analogia com o corpo humano. E, quando há febre, tudo fica mais difícil. E é sobre isso que trata o Acordo de Paris, de 2015. Evitar a febre. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) derivados deste acordo são, em última análise, uma lista de temas prioritários que precisam ser trabalhados pelas nações. Mas, pela primeira vez na história, a iniciativa privada faz parte oficialmente dos esforços. Foi chamada para a discussão, mas também para a ação. É responsabilidade dos governos dos países signatários do acordo, mas também das empresas que movem a economia. É aí que entra o Turismo, indústria que representa 10% do PIB mundial e quase 9% do nacional. É responsável por mais que um em cada dez empregos, ou seja, cada decisão dessa indústria impacta fortemente o mundo. Fazemos parte de um sistema complexo. Não há ausência de visto que impeça que as consequências negativas de decisões erradas avancem as fronteiras. Mas, olhando o lado cheio do copo, também pode não haver barreiras para as decisões certas. Grandes corporações, como as companhias
aéreas e as redes hoteleiras, por exemplo, iniciaram esse movimento de gestão da eficiência ambiental e social – já que a econômica sempre foi vista mais de perto. Nesse campo, a questão mais profunda é como ganhar e investir dinheiro. Por isso, a diversidade entre os empregados se tornou um objetivo tão importante. Quanto mais pessoas diferentes em uma organização, melhores são as decisões. Mais pontos de vista e de vivência são levados em conta. Escolhas corretas são aquelas feitas em benefício da qualidade de vida das pessoas, já descrita na Declaração Universal de Direitos Humanos. E aí uma coisa puxa a outra. Qualidade de vida tem a ver com preservação do meio ambiente – gestão de resíduos, consumo de energia, uso e ocupação do solo, emissões, prevenção do desmatamento – e também com as questões sociais e culturais – relacionamento com a comunidade, por exemplo, é prioridade no Turismo. Por onde começar? Minha sugestão é de que seja por uma reflexão honesta sobre os impactos de cada negócio, independentemente do tamanho. Faça perguntas importantes, como por exemplo “Qual é o problema que eu resolvo?” e “O que meu negócio deixa de bom e de negativo para o mundo?”. Considere testá-las com outras pessoas além de você. A partir daí, veja o que você já faz de bom – certamente irá encontrar muitas coisas – e reveja o que pode melhorar olhando para os ODS. As viradas de ano são sempre momentos de reflexão e planejamento. O conceito de um negócio eficiente hoje está relacionado ao impacto positivo que ele gera e ao negativo que ele reduz ou elimina. Planeje a próxima década com essa visão e, certamente, a inovação e o sucesso farão parte da sua trajetória – e a do mundo sem febre também. Feliz 2020!
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