Edição nº 57 Ano 11 - 2019 R$ 21,90
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TURISMO E DIVERSIDADE
SUMÁRI O
curtas
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Notícias
entrevista
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mercado
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E SPECIAL
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Lindsay Paulino
l as vegas
Fórum de Turismo LGBT+ do Brasil
Orgulho pelo mundo
passeios
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pet
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Nova York
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Segurança nas quatro patas
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destino
hotelaria
gastronomia
memória
Viena LGBT+, muito mais que música clássica e construções históricas
Exclusividade e muito luxo esperam por você em Nova York e Paris
Éclair Moi deixa SP mais doce e o Yoo2 traz uma nova vista do RJ
Marsha P. Johnson, a veterana de Stonewall WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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E XPEDI ENTE
A revista ViaG foi criada em 2008. É a única publicação impressa brasileira de turismo LGBT+. Uma produção de responsabilidade da Editora Via Ltda. Av. Angélica, 321 – Cj. 92 e 93 - Higienópolis São Paulo/SP - CEP 01227-000 - Brasil
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ed i to r i a l
militância ou fe sta?
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ana melo
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assadas as comemorações do mês do Orgulho, em junho, dá para ver que o legado deixado a cada ano continua positivo. Tanto na questão central de chamar a atenção das pessoas para a importância de termos uma sociedade mais igualitária, quanto para a economia que se volta em torno do segmento LGBT+, incluindo a da cidade que sedia o evento. Sempre há, também, divergências de ideias entre os que participam pelas festividades e os que organizam as mobilizações. Seja por festa, publicidade ou ato político, o fato é que é cada vez maior a adesão de grandes marcas patrocinadoras às Paradas. Independentemente do contexto, é importante ressaltar a "saída do armário" dessas empresas que passam a demonstrar seu apoio. Eu diria que é exemplar mostrar a cara ou melhor, a marca – já que todos saem ganhando: o evento tem patrocínio e atrações, a cidade ganha no turismo e no comércio, e a comunidade se mostra sem medo. A plataforma de viagens Expedia Group anunciou recentemente que a procura internacional de viajantes por São Paulo no mês de junho em seus canais representou 26% de toda a demanda por viagens à cidade. O número também é 4% maior que o observado no mesmo período de 2018. Segundo dados da empresa, a capital teve alta de 40% na demanda internacional por viagens, considerando as plataformas de vendas do grupo. Um levantamento da consultoria OutNow, aponta que o Brasil é o segundo maior mercado nacional para os LGBT+ , respondendo por US$ 26,8 bilhões e ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Isso já é motivo mais que suficiente para as marcas ficarem de olho nesta fatia de consumidores. Também em junho, Nova York foi palco da maior celebração do Orgulho no mundo, recebendo a World Pride. No mesmo encontro, a cidade lembrou o aniversário de 50 anos da Revolta de Stonewall. Foram cerca de quatro milhões de participantes com desfiles de 70 empresas patrocinadoras na marcha oficial – como o banco Morgan Stanley e a Delta Airlines, entre outras - além, da presença do prefeito Bill de Blasio e de grandes estrelas, muito queridas pelo público, como Madonna, Cindy Lauper e Whoopi Goldberg. O palco principal, claro, foi a Times Square. Com toda esta mobilização e adesão, penso que ocupar as ruas, aglomerar milhares de pessoas de todas as letras da sigla LGBT+ é mostrar quantos milhares essas minorias representam. A presença de todos, pessoas físicas e jurídicas, só reforça o apoio à diversidade, um exemplo para a sociedade na prática do respeito, dentro ou fora de seus respectivos ramos de atuação. Seja por negócio ou por militância, a combinação de multidões com música, desfiles e trios elétricos resulta em ferveção na certa. Mas o orgulho e a bandeira estão lá, se fazendo presentes em todos os cantos para o mundo ver. Afinal, se não fosse para ser alegre, a bandeira não seria tão colorida, não é mesmo? Falando em Paradas, trouxemos nesta edição, algumas das mais fervidas mundo afora. Aos viajantes de plantão, vale se planejar para conhecer estes destinos nas ocasiões que acontecem as prides LGBT+. Os lugares já são tolerantes e ganham um brilho especial na ocasião. Do Caribe até a Europa, há opções que vão te surpreender. E se o assunto é viagem, confira um roteiro pra lá de divertido na cidade que vai além dos cassinos. Muitos shows, passeios incríveis e aventura te esperam em Las Vegas. Trouxemos ainda dicas de novos passeios em Nova York e hotéis com localizações privilegiadas em Paris. Para fechar, não deixe de ler a entrevista com Lindsay Paulino. O ator fala de sua carreira, militância e como se tornou o queridinho dos LGBT+. Tudo isso e muito mais está nas próximas páginas, feitas com muito carinho para nosso leitor.
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O valor da repre sentatividade
Considerado o pai da computação moderna, Alan Turing, que foi nomeada como a figura mais “icônica” do século 20 no início deste ano, estará no novo design da nota de 50 libras do Banco da Inglaterra. As pessoas poderão começar usar a nova nota a partir do final de 2021. O inglês nasceu em Paddington,
Londres, em 1912, e acumulou diversos feitos. Um dos mais notórios foi a descoberta do local exato onde as tropas nazistas estariam em 6 de junho de 1944, que culminou no desembarque de 155 mil soldados aliados na Normandia, fato que entrou para a história como Dia D. Além de salvar a Inglaterra do domínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, ele também é considerado o pai da computação por ter criado a base fundamental dos estudos de inteligência artificial, tendo, com isso, prestado muitos anos de serviço à rainha decifrando códigos para o governo inglês. Seu histórico, entretanto, não impediu que ele fosse processado,
condenado, preso e severamente punido por ser gay. Em 1952, Turing foi condenado por atos homossexuais e indecência após admitir seu relacionamento com outro homem. Para escapar de ser preso, aceitou a punição por castração química. Como se não bastassem as injeções que lhe retiraram a libido, provocaram impotência e outras doenças, Turing foi impedido de seguir seu trabalho como consultor de criptografia para o governo – por ter perdido a permissão de acesso a informações confidenciais – e proibido de entrar nos EUA. O matemático morreu por envenenamento em 1954, aos 42 anos. Até hoje não se sabe se ele se suicidou, se ingeriu acidentalmente o veneno ou se foi assassinado.
Ganhadora do Grammy 23 vezes e estrela global, Beyoncé assina a produção executiva do álbum The Lion King: The Gift, uma ode musical da clássica história da Disney, “O Rei Leão”. O novo filme, dirigido por Jon Favreau, conta com a música original “Spirit”, interpretada pela artista. Com o álbum The Lion King: The Gift, Beyoncé foi curadora de uma gravação magistral, reunindo alguns dos seus artistas favoritos com as mais talentosas e importantes estrelas africanas atuais, a fim de prestar homenagem ao icônico filme e trazer os sons autênticos da música daquele continente para o mundo. “Isso é cinema sonoro”, diz Beyoncé.
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“Esta é uma nova maneira de contar histórias. Eu queria mais do que reunir uma coleção de músicas que foram inspiradas pelo filme. É uma mistura de ritmos, não é apenas um som. É influenciado por tudo, desde R&B, pop, hip hop e afro beat”. Ainda de acordo com a estrela, cada música foi escrita para refletir a narrativa do filme, dando a chance do ouvinte criar as suas próprias imagens, enquanto ouve uma nova interpretação contemporânea. “Era importante que a música não fosse apenas executada pelos artistas mais interessantes e talentosos, mas também produzida pelos
Crédito: Kwaku Alston for Disney Studios
Beyo ncé produz e é uma das e strel as do álbum “The Lion King: The Gif t ”
melhores produtores locais. Autenticidade e coração foram importantes para mim”, completa. The Lion King: The Gift, com novas gravações de Beyoncé, apresenta uma bela sinfonia de vários gêneros, mergulhada em influências africanas de vários cantos do continente, com colaborações inesperadas, ritmos pulsantes e uma produção nítida que celebra a diáspora. Esta carta de amor para a África destaca o cenário do filme, enraizado na cultura e nas narrativas maravilhosas.
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A XEL HOTEL INAUGURA PRIMEIRA UNIDADE EM MIAMI A rede de hotel Axel, famosa pelo seu conceito hétero friendly, acaba de inaugurar sua nova unidade em Miami. Localizado na Avenida Colins, um dos points mais badalados de South Beach, o hotel chega com um conceito contemporâneo, conforto e toda audácia, já característica da marca, que possui hotéis também em Madri, Barcelona, Ibiza e Las Palmas, todos na Espanha, além de contar com empreendimentos em Berlim, na Alemanha, e Veneza, na Itália. Mas a expansão não para por aí. Há também inaugurações previstas para Bilbao, Valência e San Sebastian, em território espanhol, bem como na Ilha da Madeira, em Portugal. A parte principal da nova unidade em Miami está localizada no histórico Haddon Hall, um hotel Art Déco de três andares. O meio de hospedagem conta com três módulos separados de dois e três andares, com 159 quartos, restaurante, área de fitness e spa, lounge bar e bar na cobertura.
NOVA OPÇÃO DE AGÊNCIA DE VIAGEM LGBT+ Representatividade é tudo. Foi com base nisso que nasceu a agência de viagens Uau Turismo, do Grupo Líder Corp. “Faltava algo mais direcionado, algo bacana para o público LGBT+, para que cada letra se identifique e cada produto se adeque à pessoa, segundo a necessidade da viagem”, explica Marcos Destro, diretor de Vendas e Marketing. Uma das ideias da Uau é promover parcerias e a união do segmento. “Se eu quiser montar um grupo para um cruzeiro, juntar trinta pessoas sozinho não é uma tarefa fácil. Agora, se eu vender para cinco e, em parceria com as outras agências que trabalham com a comunidade, cada uma pegar mais cinco, conseguimos reunir o total e ainda comprar a viagem com muito mais vantagens, descontos, itens e produtos mais exclusivos. É se juntar para criar poder de compra”, revela Destro. Quando o assunto é receptividade do mercado e do consumidor final, o
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diretor se mostra otimista. “Eu acredito que seremos bem-vindos, porque, hoje, não há muitos trabalhos direcionado especificamente com isso", explica. De acordo com o executivo, ainda há muitos gays, hoje, por exemplo, que compram em lugares héteros por não gostarem de ‘rótulos’. Por isso, apresenta um argumento a favor da comunidade. “Não é melhor comprar com quem te entende, fala sua língua? Muitos casais, por exemplo, acham que falar para agência que querem uma cama de casal é um constrangimento, mas e lá no balcão do hotel que vai ser preciso fazer isso na frente de outras dez pessoas? Deixa que a gente faz esse trabalho pra você!”, ressalta. O diretor ainda destaca que, além de dar ao cliente o que ele deseja, é necessário ter um bom produto, um bom atendimento e ser politicamente correto com tudo o que a empresa precisa trabalhar. “Algumas pessoas ainda
Marcos Destro
acham que contratar uma agência sai mais caro, mas no caso da Uau, nosso papel é estar atento ao orçamento do cliente, respeitando aspectos como a faixa etária”, completa.
Serviço: Uau.Turismo (11) 3050-0520 | 99633-4880 marcos@uau.tur.br
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Rogério Albuquerque
L IT E R AT U R A
MATERNIDADE HOMOAFETIVA Ser mãe não é uma tarefa fácil. Se você tem uma relação homoafetiva, esse processo pode ser ainda mais complicado. Foi isso o que a escritora Marcela Tiboni e sua mulher Melanie Graille, vivenciaram quando decidiram que iriam aumentar a família e engravidar. Ao tomarem essa decisão, a dupla sentiu uma enorme dificuldade para encontrar informações sobre todo o processo em livros. Foi daí que Marcela resolveu que iria transformar o relato de sua experiência no livro “Mama: Um relato de maternidade homoafetiva”, publicada pela Dita Livros. A obra aborda, de maneira leve, todas as fases do projeto maternidade do casal, desde a conversa entre as duas, que deu o pontapé inicial nesse plano, passando pela opção de quem cederiam os óvulos e em que barriga eles seriam implantados, até a decisão de que Marcela faria um tratamento para também amamentar os gêmeos Bernardo e Iolanda. Ao amamentar seus filhos, mesmo
sem ter sido ela a gestar, Marcela literalmente peita, num equilíbrio entre força e delicadeza, os preconceitos e intolerâncias da sociedade. Momentos como o primeiro encontro do casal e reação de pessoas próximas à notícia da gravidez também fazem parte do livro. A publicação conta com ilustrações de Giovanna Poletto, que retratam alguns momentos importantes. "Durante todo a nossa caminhada para nos tornarmos mães, começamos a interagir em nossas redes sociais e em fórum específicos e ver que existem muitas dúvidas sobre o tema. Esse não é um livro técnico, muito pelo contrário, afinal, não tenho formação específica. É um relato. Acredito que ele elucida muitas questões e pode contribuir para a construção de uma série de outras famílias", explica Marcela. A autora diz ainda que ter no livro trechos retirados das suas redes sociais e da esposa também é um processo significativo. "Logo que engravidamos, fui numa grande livraria em busca de algum
Melanie Graille
título sobre assunto. Fiquei espantada ao não achar nenhum sobre o tema. Por meio de Facebook, Instagram e blogs, fomos juntando um material que nos serviu de base", detalha a autora.
MAMA: Um relato de maternidade homoafetiva Autora: Marcela Tiboni Ilustrações: Giovanna Poletto Editora: Dita Livros 288 páginas www.ditalivros.com.br
C omo a p sicanálise c ompreende a se xualidade e as que stõe s de gênero No que determinadas pessoas estão acreditando quando afirmam a sua identidade de gênero, dizendo serem homens ou mulheres? Essa e outras perguntas são respondidas na obra "Faces do Sexual: Fronteiras entre gênero e inconsciente", organizada pelo psicanalista Rafael Kalaf Cossi e publicada pela Aller Editora. Formado por artigos de renomados psicanalistas, como Vladimir Safatle, Patricia Porchat e Christian Ingo Lenz Dunker, o livro apresenta um debate claro e aberto da psicanálise com o estudo de gênero, apontando as possíveis aproximações e aprofundando o tão atual debate sobre sexualidade, o que é bastante controverso entre os psicanalistas mais arraigados à tradição.
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De maneira didática, os textos quebram com a ideia da transexualidade ou da homossexualidade ligadas à perversão. A obra mostra ao leitor que a psicanálise está atenta aos sujeitos de seu tempo, às suas necessidades e ao seu modo de ser e estar no mundo – o que inclui a sexualidade como parte importante desse processo. Desde Freud, para a psicanálise, a identidade sexual não está forçosamente atrelada aos caracteres biológicos e isso abre diversas possibilidades para pensar o sujeito e suas possíveis maneiras de viver sua sexualidade. Dessa forma, o livro amplia o debate psicanalítico ao conversar com autores de outras áreas, como Judith Butler. Sem qualquer pretensão de limitar
as discussões, o livro quebra paradigmas e convida o leitor a se permitir seguir os descaminhos do debate que conduzem a diferentes interpretações dentro desse universo plural.
Faces do Sexual: Fronteiras entre gênero e inconsciente Organizador: Rafael Kalaf Cossi Páginas: 288 www.allereditora.com.br
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Ele saiu de Montes Claros (MG) e ganhou o País com o personagem Rose, criado para ser a “doméstica das bichas” e que se tornou a "empregada do Brasil". Os vídeos postados no YouTube viralizaram e renderam testes, peças e o tão esperado reconhecimento como artista. Vivendo atualmente em São Paulo, Lindsay é contratado do canal Multishow e integra o elenco de três programas na casa: Treme Treme, Xilindró e Baby e Rose. Abertamente gay, usa sua arte e voz para dar visibilidade aos LGBT+ e inspirá-los pelo orgulho que ele tem de ser quem é.
Higor Almeida
POR MARCELL FILGUEIRAS
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Você veio do interior de Minas gerais. Chegou, um dia, a imaginar que seria um ator de sucesso? Uma coisa que a minha vó sempre me dizia era: “Trabalha! Trabalha! Trabalha! Você tem que acordar cedo”. O povo mais antigo tem isso, né? Então eu cresci com a consciência que eu tinha que trabalhar. Desde pequeno eu já sabia que queria ser ator e que, para isso, eu precisava estudar muito. Não só no colégio, mas também música, interpretação, canto, que era o que eu via nos atores que iam se apresentar em Montes Claros. Como eu sempre trabalhei muito, eu tinha uma certeza dentro de mim que uma hora eu ia acontecer. Meus amigos lembram que eu falava na sala de aula “gente, pode levar uma eternidade, mas eu ainda vou fazer um programa na televisão, nem que eu vire faxineira na Globo (não tinha nem criado a Rose ainda). E hoje, tô aí de faxineira com um programa no Multishow”.
No começo, a Rose era “empregada das bichas”. Por que, quando veio a peça, você mudou para “empregada do Brasil”? Quando eu escrevi o texto, eu já queria que ele tocasse todas as pessoas em diversos sentidos. A peça não é direcionada só aos gays, mas todos que vão se identificam muito e se emocionam. Sendo assim, a ideia é que eles (e digo todos os LGBT+), o público inicial, tragam a mãe, a vó, a tia, toda a família. Quando eu fui conversar com o cenógrafo, que é muito conhecido e respeitado em Belo Horizonte, ele me disse
para mudar o nome porque uma vez trabalhou com Raul Cortez em um espetáculo com temática gay, e ele colocou a menção no título, o que segmentou e por isso foi um fracasso. Ele falou na hora “coloca do Brasil” para atingir todos os públicos, senão o hétero e a dona de casa, por exemplo, não iriam assistir por acharem que é uma peça para as bichas. Aí eu mudei, mas vale ressaltar que são os LGBT+ que trazem os demais. O meu coração e o de Rose é deles.
Todo mundo é bem-vindo, mas saibam que aqui o conteúdo é das LGBT+. Essa é a minha verdade.
Já nas redes sociais, você fala abertamente para o público LGBT+, em especial para os gays. Não ficou com medo que deixassem de te contratar ou dar papéis por conta de acharem que você só fala com esse segmento? Não, nunca. Desde o início eu sabia e queria falar com o público LGBT+. Se você pegar o humor como era há dez anos atrás, é muito diferente do que eu venho fazendo. A bichinha era sempre a gongada, a cheia de estereótipos, e eu falo com orgulho que me sinto responsável por trazer esse entretenimento diferente onde o gay, a travesti, não são mais os oprimidos. O público LGBT+ vai à minha peça todo ano e várias vezes por temporada, assiste aos programas e viraliza os memes e vídeos, por isso, essa fidelização é muito mais importante que a possibilidade de uma marca “x” me chamar um dia para alguma coisa. Todo mundo é bem-vindo, mas saibam que aqui o conteúdo é das LGBT+. Essa é a minha verdade.
Rose, a doméstica do Brasil
Fotos: Edu Viana-Multishow
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m um ano tão especial, quando se comemora os 50 anos da revolta de Stonewall, a entrevista desta edição só poderia ser alguém que tem muito orgulho de ser quem é. A ViaG convidou o ator Lindsay Paulino, que no canal Multishow, dá vida a vários personagens, com destaque para a doméstica Rose (Treme Treme, Baby e Rose), a travesti Xuxeta (Xilindró) e a “poc” Bilú (Baby e Rose), queridos pelo público LGBT+. O artista soltou o verbo sobre temas como fama, os bordões que mais ama e, claro, revelou para onde quer muito viajar. Confira.
Xuxeta e Bilu caíram no gosto do público. Como foi para compor cada uma? No “Xinlindró”, eu ia fazer o papel do Tonhão (personagem do Robson Nunes), até que Caike (Luna), que é o redator final do programa, disse que tinha que ter uma travesti. Assim, eu recebi a Xuxeta três dias antes da gravação do piloto. Aí eu fui pro YouTube e comecei a assistir um monte de vídeos das travestis que viraram meme, pedi pros meus amigos me enviarem todos os áudios engraçados que tinham delas e assisti vários filmes do Almodóvar. Essas foram minhas referências para a primeira temporada, quando eu construí a Xuxeta. Ela veio poderosa, segura de si, sabendo quem
Xuxeta Caça Treta
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Um bordão de Xuxeta que adora?
Até que ponto acredita que as redes sociais te ajudaram a alcançar o sucesso? A internet tem um papel fundamental na minha carreira. É por causa dela que eu estou aqui, hoje. Eu costumo dizer que os primeiros vídeos que postei no YouTube, lá atrás, foram o meu teste. Quando os produtores de elenco me convidavam para os testes, sempre perguntavam se eu era o menino que fazia a Rose no vídeo que eles tinham assistido. Eu fui parar até no programa da Eliana, no SBT, no quadro “Famosos da Internet”.
Para onde acha que a Rose gostaria de viajar com a Baby? Qual seria o destino ideal para elas? Olha, para o exterior, mais especificamente os Estados Unidos. Porque Baby fala que é americana, né, que dá aula de inglês, que é fluente e tudo. E Rose também tem uma história com o inglês, que as bichas ensinaram ela a falar.
Foto: Higor Almeida
Eu acho que o mais marcante é o “vou bater três palma”, porque bicha conversa batendo muitas palmas. Eu falei e pegou, o set inteiro ficou repetindo depois. Aí eu esquecia de falar e a diretora dizia “ai, Lindsay, fecha essa falando aquele negócio da palma”. E tem um bordão maravilhoso, que não é meu, é de uma travesti de Cuiabá que eu peguei para Xuxeta, que é “não me estressa, que se eu me estressar vai ser babado”. Ah, e
tudo isso sem esquecer do jeitinho de falar “moço”, né?
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No momento, você está em uma relação séria. O CASAL VIAJA JUNTO, O QUE PROCURA em um destino? Quando eu viajo eu procuro sempre por roteiros para os gays, coisas pra gente fazer. Quanto mais “viada” for a cidade, melhor, o que não é difícil na Europa, por exemplo, apesar de que lá o “LGBT+ friendly” é tão natural que não há tanto essa segmentação, todo mundo é bem-vindo. Inclusive, Wesler (o noivo), está embarcando agora nessa pegada. Com ele, eu estou querendo ir para as Ilhas Maldivas, que eu achei muito lindo.
Tem algum sonho de viagem? Eu fiquei super a fim de conhecer Palm Springs, na Califórnia, que me falaram que é onde as bichas estão indo morar, e virou um reduto delas. Tel Aviv também, já ouvi que é um “viadeiro”, quero. Agora confesso que sou bem apegado a lugares que eu fui e amei, como São Francisco (EUA), que eu vou pela sexta vez esse ano e Madri (Espanha). Deu certo, eu quero voltar, sabe?
Wesler e Lindsay na Parada LGBT de SP
Arquivo Pessoal
é mesmo, na segunda temporada. Já a Bilú, que é uma “poc” carente, eu gravei a mesma cena umas cinco vezes experimentando várias coisas e eu não gostei. O set estava rindo de todos os personagens, e na hora dela todo mundo ficou em silêncio. Aí eu e Caike pedimos para todo mundo sair do set e fomos de novo, passando o texto e tentando várias vozes e trejeitos, até que veio o personagem como é hoje. Caike começou a rir e disse “é isso, gata”. O set inteiro voltou, todo mundo caiu na gargalhada e aí a Bilú nasceu. Foi um parto!
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A RT I G O
Cidade s do Arc o-íris
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CLOVIS CASEMIRO
IGLTA-BRASIL clovis.casemiro@iglta.org
IGLTA e parceiros: www.iglta.org
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m um recente estudo sobre o turista LGBT+ para Europa, o que mais se encontrou foi quase o óbvio: quanto melhor é a cidade e o país para seus cidadãos LGBT+, mais receptivo é o destino para estes turistas. E quanto mais eventos, o incremento vem junto. Barcelona, por exemplo, realiza o maior encontro para a comunidade no continente europeu. Além disso, Tel Aviv considera a sua parada como um dos maiores e melhores eventos do país. Em ambos, os residentes dispõem de muito respeito e leis que protegem famílias e ampliam o turismo. Durante a Parada de São Paulo deste ano, foi realizado a terceira Assembleia da Rede Latino-Americana de Cidades Arco-íris, quando as prefeituras se reuniram para ampliar e melhorar estas experiências em suas cidades friendly, com foco na luta contra LGBTfobia. O que nos dá um enorme orgulho, pois este avanço é significativo para todas as comunidades LGBT+ e mostra resultados de negócios que voltam para a sociedade, para a cidade e, principalmente, para turistas que visitam e falam de suas experiências. Além de São Paulo e Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS) e Recife (PE) também passaram a compor a lista de cidades participantes. O mês de agosto também contará com dois eventos que são ícones em cidades brasileiras de médio porte: Juiz de Fora (MG) e a preservada e maravilhosa ilha de Fernando de Noronha. O primeiro é o Miss Brasil Gay, em sua 39ª edição, no dia 17 de agosto, com momentos incríveis de glamour com seus misses em trajes super elaborados. A entrada com vestimentas típicas de cada estado é um momento único, seguido das belíssimas roupas de gala, muitas feitas à mão, trazendo, para Juiz de Fora, algo inédito no Brasil. Além disso, contará com a participação de nada mais, nada menos que Pabllo Vittar, além do Rainbow Festival nas praças e ruas para animar a cidade mineira. O Love Noronha voltou e estará na ilha entre 15 e 18 de agosto. A oitava edição é realizada em parceria com a empresa Amo Noronha, com o objetivo de fortalecer o turismo LGBT+ na ilha. A programação, que conta com festas e passeios incríveis, terá o apoio da Inglaterra, que levará os participantes a um passeio exclusivo de barco com DJ e muita alegria. Vale lembrar que o cuida-
do com a sustentabilidade da ilha é parte integrante da programação, educando e mantendo nosso paraíso seguro e limpo para os próximos turistas. Há outras belas cidades na América do Sul para incluir em sua próxima viagem, além das tradicionais Buenos Aires, na Argentina; Punta del Este, no Uruguai; e Bogotá, na Colômbia, que são super friendly. Acrescente, também, a bela Cartagena das Índias, também no país colombiano, com suas belas praias e centro histórico. Muitos cliques lindos te esperam. Cartagena Pride conta com vários eventos, feira e atividades entre 5 e 11 de agosto. E, no finalzinho do mês, é o momento tão esperado por mulheres lésbicas de todo o mundo: a sétima edição do Festival Ella que, este ano, será realizado em Mallorca, na Espanha, de 30 de agosto a 6 de setembro. Com uma programação de tirar o fôlego, o evento terá seminários, festas, passeios de barco, encontros e, claro, a oportunidade de conhecer o destino espanhol, ideal para “aproveitar o sol, o mar cristalino, deitar na praia, vibrar ao som dos melhores artistas e espetáculos internacionais e conhecer mulheres de todo o mundo”, como está no convite. Outro ponto importante é a cidade de Fort Lauderdale, que há alguns anos faz um trabalho incrível para receber turistas trans em suas belas praias, canais e hotéis, proporcionando muita agitação pertinho de outra cidade americana de muito sucesso: Miami. O destino apresenta, entre 15 e 17 de agosto, o Southern Comfort Transgender Conference, com vasta programação de networking, aprendizado e festas, sem contar o Dia de Princesa, que é muito concorrido entre xs participantes. Quem tiver oportunidade, pode acrescentar o famoso restaurante “Lips Drag Queen Show Palace” em seu roteiro. Para finalizar, quero pedir para que você, em sua próxima viagem, possa dar oportunidade de uma agência ou operadora que é membro da IGLTA lhe atender e oferecer uma excelente experiência. Estas empresas realmente estão à sua disposição, com ofertas e garantias de um ótimo serviço, além de entender melhor do que vocês gostam. A lazer ou a trabalho, procure uma empresa LGBT+ friendly brasileira e una-se aos membros da IGLTA em mais de 80 países.
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aprender para evoluir Fórum de Turismo LGBT+ reuniu trade para destacar ações concretas e estratégias com o objetivo de melhorar a experiência desse perfil de viajante POR ANA AZEVEDO, FELIPE LIMA E JANIZE COLAÇO
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terceira edição do Fórum de Turismo LGBT do Brasil, organizado pela Revista ViaG, consolidou o evento como o mais importante para o segmento, em termos de capacitação profissional. Os resultados falam por si só: em um dia de programação, cerca de 350 agentes, operadores de viagens, hoteleiros e prestadores de serviços de toda a cadeia turística puderam ter acesso a cases e debates com foco em estratégias e desenvolvimento de produtos para melhorar a experiência do turista LGBT+.
PRODUTOS E POLÍTICA Simon Mayle, diretor ILTM Latin America e Proud Experience foi responsável por mediar o painel “Lazer – Turismo LGBT+: Bilhões em potencial e uma infinidade de oportunidades”, que teve a participação de Yan Gillet, ex-diretor geral do Grand Hyatt São Paulo, e Adriana Cavalcanti, presidente do Conselho Consultivo da WTM LA (World Travel Marketing Latin America). O foco do debate foi o respeito, a transparência e a personalização dos serviços na identificação das necessidades do consumidor. “Está na hora do agente usar o perfil do cliente que conhece tão bem e se tornar um conselheiro dessa pessoa, levando em consideração os dados do consumidor. Se tiver um perfil traçado e proporcionar o bem-estar, ele vai voltar”, ressalta Adriana, que aproveita o momento para lembrar os profissionais a se preocuparem com a segurança do seu cliente. David Ryan, diretor geral da Rhino
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Africa, operadora de turismo na África do Sul, reforçou a necessidade de criar experiências específicas ao perfil para garantir sucesso. “É preciso entender como unir o fornecedor com as nossas exigências e nunca vender aquilo que não conhecemos. Levamos isso para um pacote chamado ‘África Mágica’ e mantivemos a taxa de retorno ao continente em 40%”, pontuou. "Na Espanha, tivemos uma ditadura de 30 anos. Porém, apesar disso, a Catalunha, em 1998, aprovou leis que permitiram a união civil entre pessoas do mesmo sexo, um movimento de vanguarda no mundo. Toda essa atitude fez com que o país recebesse mais de seis milhões de turistas da comunidade”, destacou Eloi Morte, diretor geral da Rainbow Gay Tours, operadora de turismo sediada na Espanha. As iniciativas governamentais brasileiras também foram assuntos, em painel que teve a participação de Vinicius Lummertz, secretário de Turismo de São Paulo; e Thomas Werber, presidente da TurisRio, com mediação da jornalista Mônica Nobrega. Lummertz enfatizou a importância de infraestrutura e reconheceu a exigência dos LGBT+ na busca por lazer. “Entre os diferentes segmentos, alguns dos que mais viajam e buscam por turismo qualificado e produtos sofisticados são os membros da comunidade. A política deve promover o diálogo institucional e garantir que essas demandas sejam atendidas”, defendeu o secretário. Werber falou sobre estratégias de promoção do estado além da Cidade Maravilhosa e também, sobre o incen-
tivo às empresas por parte do poder público. “A iniciativa privada deve ser abraçada, pois os governos mudam periodicamente; a indústria turística, não. Precisamos da parceria deles para promover o desenvolvimento de destinos e o crescimento de visitantes, independentemente de sua orientação sexual, gênero ou religião.”
MERCADO TRILIONÁRIO John Tanzela, presidente da International Gay and Lesbian Travel Association (IGLTA) participou do Fórum pela primeira vez e reforçou o poder do viajante LGBT+ ao informar que o segmento é responsável pela movimentação de US$ 3,6 trilhões no mercado global. O executivo destacou também o crescimento do Brasil como destino emissor, receptor e consumidor. “O País é a sexta opção na procura global de destinos em nosso site. Muitos viajantes e empresas têm interesse de vir ao Brasil. É preciso acreditar e apostar nesse potencial”, disse. Parte da fala do presidente foi pautada pelo encorajamento em seguir viajando, apesar de enfrentar o conservadorismo em alguns locais. “Não deixe que a política de um determinado país detenha a sua vontade de viajar. O Egito, por exemplo, é um país que gera cautela aos viajantes LGBT+. Mas tem encantos que não podem ser ignorados”, lembrou. Fort Lauderdale, destino na Flórida (EUA) que atua com campanhas LGBT+ desde 1996 recebeu no ano passado, mais 1,5 milhão de pessoas da comunidade, com gastos que ultrapassaram US$ 1,5 bilhão.
Em 2020, a cidade deverá se consolidar ainda mais ao sediar o Pride of the Americas, evento de dez dias que chama a atenção para as questões que os indivíduos LGBT+ enfrentam na América Latina e no Caribe e busca melhorar a compreensão da comunidade em escala global. “O evento incluirá desfile, festa na praia, festival de artes, eventos sociais e uma conferência de direitos humanos focada nos direitos LGBT+”, revelou Richard Gray, vice-presidente sênior de Diversidade e Inclusão do Greater Fort Lauderdale Convention & Visitors Bureau. Com o lema “O que acontece em Vegas, fica em Vegas”, Neto Fernandes, gerente de mercado de Las Vegas Convention & Visitors Authority (LVCVA) para a América do Sul destacou a flexibilidade que a capital do entretenimento tem para receber bem todos os perfis de viajantes. Ainda nos Estados Unidos, São Francisco destacou o slogan “Always Welcome”, reforçou os 50 anos da Pride que serão comemorados em 2020 e apresentou o legado do destino. “A cidade sempre esteve à frente na luta pelos direitos LGBT+, além de ter abrigado personalidades históricas para a comunidade.”, pontua Igor Romeu, gerente de marketing da SMI que representa a San Francisco Travel no Brasil. A terra da Rainha também marcou presença. Malcolm Griffiths, diretor do Visit Britain no Brasil, lembrou que a Grã Bretranha tem investido continuamente no mercado brasileiro. Entre os cases está a campanha “Love Is Great” para enfatizar o destino como ideal para o público LGBT+. “Nossos atrativos vão além de Londres e oferecemos diversas rotas e pacotes que se adequam ao que esse perfil de visitantes espera. Para o viajante LGBT+, o que não faltam são destinos e atividades acessíveis”, explicou. Para quebrar estereótipos, Renata Cohen, diretora de escritório de turismo de Israel, apresentou o destino por completo. “Os pontos atrativos são próximos e há uma qualidade muito boa dos transportes públicos, bem como empresas de turismo que proporcionam tudo o que é necessário para atender às experiências do visitante”, explica. Nossos hermanos destacaram os eventos como: Marcha del Orgullo LGBTIQ, Asterisco Festival Cine LGBTIQ, Torneio Nacional por la Inclusion, Festival de
Cauê Borini, Richard Gray e Rodrigo Barros (Fort Lauderdale) John Tanzella, presidente da International Gay and Lesbian Travel Association (IGLTA)
Adriana Cavalcanti (WTM LA), Alex Bernardes (Diretor do Fórum LGBT), Yann Gillet (ex diretor do Grand Hyatt) e Simon Mayle (ILTM Latin America) Luís Pereira (Turismo de Portugal)
David Ryan (Rhino Africa Cape Town)
Thomas Weber (TurisRio)
Bruna Freitas (Aeromexico)
Gleyson Ranieri e Sandra Passetto (Air Canada)
Vinicius Lummertz (Setur SP)
Débora Creutzberg (Visit Berlin)
Andre Rojer (Turismo de Curaçao)
Renata Cohen (Turismo de Israel)
Proud Miranda e Chad Intrachooto (Thailand Tourism Authority)
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merca d o
Clovis Casemiro (IGLTA Brasil) e Débora Prass (Miami)
Fernanda Palhares e Carolina Oricchio (South African Airways)
Juliana Gardinalli (Grupo RCD)
Neto Fernandes (Las Vegas CVA)
Luciana Manfredi e Johanna Montes (Blue Tree)
Cláudia Marinaro e Luiz Quaggio (Tap Air Portugal)
Israel Trovão (Hertz Internacional)
Eloi Morte (Rainbow Gay Tours - Barcelona)
Ricardo Gilber (Hotel Unique)
Tango Queer, LGBT Games 2020, Vendimia para Todxs e o inédito Argentina Gay Ski Tour. “Além de Buenos Aires, contamos com o apoio de 23 províncias, como Rosário, sede de uma das cinco casas LGBT no país”, explicou Pablo de Luca, presidente da Câmara de Comércio Gay e Lésbica da Argentina (CCGLAR). A Tailândia estreou no evento para fomentar o destino como LGBT+ friendly e destacar sua cultura, gastronomia e a natureza local. “Somos conhecidos por sermos a ‘terra do sorriso’. Então, como não recepcionar bem os nossos visitantes? Nossa gente sabe respeitar as particularidades de cada um. E mais: ele tem a liberdade de ser quem é”, finalizou Chad Intrachooto, representante do Turismo da Tailândia. Além dos destinos, as companhias aéreas Air Canadá, TAP, South Africa Airways e Aeroméxico também marcaram presença. Outrasempresas apresentaram seus produtos como a locadora de veículos Hertz, Seguro Viagem April, CC Hotels, Blutree hotéis, Hotel Unique, Vila Galé resort, Velle representações de cruzeiros, e Plural Tours Operadora. O Fórum é realizado com o apoio da R1 soluções audiovisuais em parceria com o hotel Tivolli Mofarrej.
Ana Carolina Melo (Editora Via) e Paulo Amorim (R1 Audiovisual)
Os cerimonialistas do Fórum: Rangel Vilas Boas (Sonder) e Marcell Filgueiras (Revista ViaG)
Guilherme Campos (Flot Viagens) e Christiane Chabes (CC Hotel)
Igor Romeu e Nubia Moretti (San Francisco Travel)
Maria Fernanda Carvalho (Accor Hotels)
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Flávio Manoel e Mônica Leone (Vila Galé)
Pablo Calle e Luis Calle (Plural Tours) com Oscar Iroldi (Punta Del Este)
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Malcolm Griffiths e Priscila Moraes (Visit Britain)
Cláudia Brito com equipe da April Seguro Viagem
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Fort L auderdale será a casa da prime ira edição do Pride of the Americas Fort Lauderdale será o palco do Pride of the Americas Festival em 2020. O evento de 10 dias, anunciado em 2018 durante a conferência anual da Associação Internacional de Turismo LGBT (IGLTA) em Toronto será organizada pelo Pride of Fort Lauderdale e apresentada pelo Greater Fort Lauderdale Convention & Visitors Bureau e incluirá desfile, festas na praia, festival de artes, eventos sociais em toda a cidade, além de uma conferência de direitos humanos focada em direitos LGBT+. A conferência focará nos desafios que os indivíduos LGBT+ enfrentam na América Latina e no Caribe. Embora a Fort Lauderdale esteja próxima da América Latina e do Caribe, esses países estão a quilômetros de distância em relação ao tratamento e aceitação dos indivíduos LGBT+ em suas comunidades. A Pride quer chamar a atenção internacional para essas desigualdades, melhorando a educação e a compreensão da comunidade LGBT + em escala global. “Trabalhamos muito bem com a Pride Fort Lauderdale para desenvolver o conceito deste evento importante e transformador”, disse Richard Gray, vice-presidente de Marketing LGBT+ do Departamento de Convenções e Visitantes da Great Fort Lauderdale CVB. “ Fort Lauderdale vem se destacando na vanguarda da sensibilidade e das questões LGBT+ há décadas e estamos ansiosos para continuar liderando esse caminho, reunindo especialistas para este evento importante e instigante. O Pride of Americas junta-se à conferência Southern Comfort como dois dos mais importantes eventos da comunidade que acontecem em nosso destino. ” Recebendo 1,5 milhão de visitantes LGBT+ gastando US $ 1,5 bilhão, a Grande Fort Lauderdale é apta a sediar esta prestigiada conferência. Com centenas de empresas de propriedade e operação de gays e a maior concentração de casais de pessoas do mesmo sexo no nos Estados Unidos, o destino é um dos mais diversos e acolhedores do globo. Também abriga um dos maiores Pride Centres do país, o primeiro museu de
AIDS do mundo, a sede global da Associação Internacional de Turismo Gay e Lésbica ( IGLTA) e o Museu Stonewall, um dos únicos espaços permanentes nos EUA dedicados a exposições relacionadas a para a história e cultura LGBT +. O Convention & Visitors Bureau da Grande Fort Lauderdale oferece as boas vindas aos viajantes LGBT+ desde 1996, quando se tornou o primeiro Convention & Visitors Bureau com um departamento dedicado de marketing LGBT+. Desde então, Fort Lauderdale continua a quebrar barreiras e facilitar a visibilidade para a comunidade LGBT+ em geral, atuando como pioneira no setor hoteleiro e garantindo que o destino seja inclusivo e acolhedor, com uma comunidade diversa, segura e aberta para todos os viajantes. Para saber mais sobre o Orgulho das Américas, vá para PrideOfTheAmericas.org. Para mais informações sobre a Grande Fort Lauderdale, visite a Sunny.org.
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Orgulho pelo mundo Confira 11 paradas LGBT+ nacionais e internacionais para fazer as malas e declarar seu orgulho
POR ALEX BERNARDES E MARCELL FILGUEIRAS
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ertencer à comunidade LGBT+ ainda é sinônimo de resistência. Essa força é a que nos encoraja a levantar a colorida e poderosa bandeira do arco-íris, especialmente durante as paradas de orgulho. Sem dúvida, isso é um ótimo motivo também para reunir sua turma e viajar, conhecendo novos destinos, fazendo novos amigos, conquistando de “crushes” à amores e se deliciar em um lugar diferente. Sendo assim, prepare-se, porque a ViaG vai te indicar 11 “prides” para você mostrar, gritar e demonstrar seu orgulho ao – e pelo – mundo!
1. São Paulo O Brasil, felizmente, conta com diversas Paradas do Orgulho nas capitais e interior super válidas! Inclusive, sempre que possível, vá e prestigie. A mais importante delas acontece na capital paulista. No último mês de junho, intitulado o mês do orgulho, cerca três milhões de LGBT+ ocuparam a Avenida Paulista e curtiram os 19 trios que foram às ruas. Alguns desses contaram com o patrocínio de grandes marcas internacionais com sede no País, como Burger King, Amstel e Uber. Quer mais? Venha bem antes do fervo oficial, pois a semana toda tem programação. Dá para visitar a Feira Cultural LGBT de São Paulo, assistir as interessantes rodas de conversas que debatem temas da comunidade e ainda participar dos demais eventos que acontecem em paralelo, como a Marcha do Orgulho Trans, que realizou sua segunda edição este ano. Isso sem falar nas inúmeras festas para todos os gostos e públicos, incluindo shows de drags e cantoras nacionais e internacionais, como a Spice Girl Melanie C, que arrasou esse ano. Mais informações: www.paradasp.org.br
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2. Barcelona Barcelona foi a primeira cidade espanhola a participar da ascensão do movimento LGBT+. Em 1977, um grupo de pessoas ativistas e corajosas, como políticos, foram até Las Ramblas para gritar por mudanças, alegando que ser gay, lésbica, bissexual ou transexual não era um crime. A marcha sofreu a repressão das autoridades, mas o grupo não parou e seu trabalho provocou grandes avanços sociais. Em 1978, a homossexualidade finalmente deixou de ser crime. No entanto, o movimento não parou por aí. Desde 2008, o Barcelona Pride, que acontece sempre em junho, temporada de verão na Europa, é hoje um dos maiores eventos LGBT+ da Europa, reunindo mais de 250 mil turistas e locais por mais de uma semana de programação intensa, com atividades sociais e culturais, conferências, palestras, filmes exposições, shows e festas. Muitas festas! Mais informações: www.pridebarcelona.org
3 . Curaçao A ilha, que concentra algumas das mais belas praias do Caribe, é a casa também de um grande desafio: ser pioneira nos direitos LGBT+ da região. Pequena e jovem, mas de grande importância, a pride de Curaçao leva a bandeira da diversidade desde 2013 aos seus moradores e visitantes. A Curaçao Pride é um evento de cinco dias repletos de festas e atividades com artistas locais e internacionais com forte referência na comunidade. Os destaques são a própria parada, que reúne milhares de pessoas, as festas de final de tarde, eventos na praia, a White Party e o Boat Party, um passeio de barco especial all inclusive com muita badalação. Os acontecimentos são geralmente organizadas pela equipe do Floris Suite Hotel, um resort especial que se tor-
nou referência LGBT+ na ilha, como um hotspot gay em Curaçao, e possui uma programação babadeira o ano todo. A marcha passa pelo centrinho colonial da capital e toma conta da icônica ponte Queen Ema, deixando-a colorida com as cores da diversidade. Os turistas que viajarem para curtir a Curação Pride terão a oportunidade de viver em um paraíso repleto de LGBT+ de várias outras ilhas da região, além dos carinhosos curaçalenhos. Um dos diferenciais do evento é que ele acontece sempre em setembro, quase nunca conflitando com outras prides. Mais informações: www.curacaopride.com WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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4. Toronto Conhecido por ser um dos países mais inclusivos do mundo, o Canadá possui uma das paradas mais bonitas e coloridas do Hemisfério Norte. A bela Toronto é palco da anual Pride Toronto Festival, o principal ponto de encontro LGBT+, que tem como
objetivo reunir milhares de pessoas para celebrar os direitos já conquistados e buscar o que ainda precisa ser feito. A Toronto Pride foi a primeira do mundo a receber oficialmente um chefe de estado. Em 2015, quando a Toronto Pride foi também a World Pride, o evento contou com a presença do primeiro-ministro canadense Justin Trudeu, o que chamou a atenção da mídia global. Um dos pilares da programação da Pride Toronto é a Parada do Orgulho - a maior celebração na América do Norte - que enche de alegria as principais ruas da cidade. A programação inclui um mês inteiro de festivais de música, cinema e artes, feiras de rua e festas para todos os públicos da comunidade. Quem viajar para curtir esse mega evento, terá a chance de sentir como é estar em um dos ambientes mais diversos e acolhedores do mundo. A cidade toda celebra orgulhosamente sua diversidade e as cores do arco-íris podem ser vistas por todas as partes, desde a chegada no aeroporto até na porta do parlamento. Mais informações: www.pridetoronto.com
6. Buenos Aire s Desde 1992, a capital portenha é palco da maior Parada do Orgulho LGBT+ dos países de língua espanhola na América Latina. A marcha, que é uma das mais politizadas do mundo, se inicia na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, moradia do presidente argentino, e caminha até a Plaza dos Dois Congressos, sede do parlamento da Argentina. O evento, que sempre acontece no primeiro sábado de novembro, reuniu aproximadamente 300 pessoas mascaradas em sua primeira edição. Hoje, recebe cerca de 100 mil cidadãos valentes e orgulhosos e que exibem, sem medo, seus rostos. A programação semanal ainda inclui festivais de música e cinema, apresentações de Tango Queer, seminários e muitas festas, transformando o destino em um ponto de encontro de LGBT+ de muitos países vizinhos, como Uruguai, Colômbia e, claro, Brasil, além dos turistas europeus. A cultura aberta e cosmopolita da cidade, juntamente com as leis pioneiras de identidade igualitária e de casamento homoafetivo da Argenti-
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na, fizeram de Buenos Aires o principal destino do turismo LGBT+ na América. Hoje, cerca de 20% de todos os turistas que chegam por lá anualmente fazem parte da comunidade, o equivalente a 430 mil visitantes, segundo o Ministério do Turismo argentino. Quem decidir
por curtir a Marcha del Orgullo LGBT de Buenos Aires, ainda poderá aproveitar de toda agitação e beleza da mais europeia das capitais sul-americanas. Mais informações: www.marchadelorgullo.org.ar
5. Tel Aviv Um oásis no Oriente Médio. Assim é a visão do mundo civilizado sobre Israel. Há muitos anos, o país, posicionado em meio ao turbilhão religioso do mundo, garante aos seus cidadãos LGBT+ praticamente todos os mesmos direitos de um cidadão heterossexual. Por isso, a Tel Aviv Pride é praticamente uma celebração das conquistas e um reforço do orgulho que enche o peito de cada um dos filhos daquela nação tão pequena em território, mas gigante em relevância histórico cultural da humanidade. Desde de 1993, a cidade de Tel Aviv – casa dos mais famosos DJs da cena LGBT+ mundial – recebe turistas de todas as partes do mundo, principalmente da Europa, que chegam em busca de muita alegria e música. Em 2019, o evento bateu recorde de participantes, juntando cerca de 250 mil pessoas. Desses, mais de
30 mil eram turistas. A marcha, que se encerra à beira mar, arrasta toda a multidão com dezenas de trios elétricos ao som de muita música eletrônica. A busca pela Tel Aviv Pride é cada vez maior no Brasil. A cada ano, aumenta o número de brasileiros desembarcando por lá, fruto de um trabalho sério realizado pelo escritório de Turismo de Israel no Brasil, que investe forte em promover o evento e o destino. Quem for curtir a Tel Aviv Pride encontrará uma cidade vibrante e moderna, anos luz à frente de muitas outras capitais do mundo. Além disso, por ter uma extensão territorial menor, Israel proporciona ao turista a facilidade de conhecer a milenar Jerusalém, o Mar Morto, a Montanha Massada e muitos outros cenários históricos. Mais informações: www.gaytelavivguide.com
7. Lisboa Uma nova cena no velho continente. A linda Lisboa também tem se movimentado para tornar sua Parada do Orgulho LGBT+ à altura da sua fama global. O evento, que já acontece desde 1999, tem ganhado destaque à medida que Portugal também se firma anualmente como o melhor destino turístico do mundo. A concentração para a marcha geralmente começa às 17h, no Jardim do Príncipe Real, e atravessa a Rua D. Pedro V, a Rua da Misericórdia, a Rua do Alecrim e termina no Jardim da Ribeira das Naus, pontos encantadores da cidade. Com a criação do grupo Variações, uma associação de empresas LGBT+ de Portugal, a marcha de Lisboa ganhou ainda mais força, organização e representatividade perante o poder público e privado. O grupo, inclusive, conseguiu candidatar Lisboa para receber a World Pride 2022. O resultado ainda não foi divulgado.
Este ano, o evento reuniu cerca de 50 mil pessoas, um recorde local. Os brasileiros que decidirem participar do evento em Lisboa poderão reforçar o senso coletivo entre nossos países, lutando juntos pela causa comum em pró à comunidade, além de poder curtir dias de calor na capital portuguesa sem se preocupar com o idioma. Caso ainda tenha tempo sobrando,
poderá conhecer outras regiões encantadoras de Portugal. Com um território pouco menor que o estado de Pernambuco, o país encanta turistas por sua diversidade de paisagens, estrutura impecável, riqueza histórica e arquitetônica, além de uma gastronomia rica e farta. Mais informações: www.ilga-portugal.pt WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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8. Europride
Foto: Martin Darling
Realizada pela European Pride Organisers Association (Epoa) e sediada na Bélgica, a Europride é uma iniciativa das paradas de Amsterdã, Berlim e Londres, onde foi fundada em 1991. A organização se autodefine como “a rede que conecta organizações de paradas LGBTs europeias”. A prova disso é que, após 28 anos, a Epoa só cresceu. Hoje, conta com 90 organizações distribuídas em 30 países e possui um link direto com o Parlamento Europeu, que dá força a esse trabalho. O plano é empoderar e apoiar as organizações de paradas locais e nacionais no planejamento e promoção do evento, que todo ano é realizado em uma cidade diferente da Europa. Em 2019, o point foi na capital da Áustria, em Viena, (confira a cobertura nesta edição). De acordo com o calendário oficial, em 2020, a Europride será em Tessalônica, na Grécia. Já Copenhagen, capital da Dinamarca, receberá a festa em 2021. Além disso, pela primeira vez na história do evento, cinco cidades disputam, com suas paradas, a vaga para 2022: Barcelona e Maspalomas, ambos na Espanha; Belgrado, na Sérvia; Dublin, na Irlanda; e Variações & ILGA Portugal. Mais informações: www.epoa.eu
9. Pride of the Americas
A cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, mundialmente famosa por ser o destino que recebe mais de 1,5 milhões de turistas LGBT+ por ano, será sede da primeira edição do Pride of the Americas. Lançado pelo Greater Fort Lauderdale Convetion and Visitors Bureau (GFLCVB), o evento foi pensado para ser a grande celebração do Orgulho LGBT+ do continente, nos mesmos moldes da Europride. Criado por Richard Gray, vice-presidente
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sênior de Diversidade e Inclusão do GFLCVB, o evento será realizado a cada dois anos e, assim como a World Pride, a celebração será itinerante. “A primeira edição será em Fort Lauderdale, mas a próxima pode ser em São Paulo, Bogotá, Toronto, ou qualquer outro destino na América que tenha interesse em sediar o evento”, comentou entusiasmado Gray para a revista ViaG. A Pride of The Americas acontecerá
de 17 a 26 de abril de 2020 e contará com uma programação intensa. Espera-se que cerca de 100 mil turistas visite o destino no período. Repleta de praias encantadoras e centenas de espaços para a comunidade LGBT+, quem for curtir a Pride of The Americas terá a chance de aproveitar o melhor do destino LGBT+ da Flórida. Mais informações: www.prideoftheamericas.org
10. Brighton
Com mega produção e o envolvimento de toda a comunidade, Brighton, na Inglaterra, é conhecida como uma das capitais gays do mundo. A cidade litorânea dá um show de organização e respeito à diversidade. As comemorações duraram uma semana de festas do mais alto calibre. Tudo para encantar os participantes e os milhares de turistas que invadem o destino no período. O coroamento acontece no sábado, quando tem o desfile dos trios que partem
de Hove, município vizinho, e percorrem toda a orla de Brighton. A festa só termina no Preston Park, o maior da cidade, onde são montadas várias tendas com temas da comunidade. Tem a das meninas, trans, ursos, urbanos, das famílias homoafetivas e muitas outras. Na mesma área é montado um palco onde acontecem apresentações de artistas e DJs internacionais. Um parque de diversões faz parte do complexo e fica a dispo-
sição dos participantes. O evento tem hora para acabar no parque, mas não na cidade onde as ruas do chamado gay village ficam lotadas. Bancos, rede de lojas internacionais e espaços públicos e privados se vestem das cores do arco-íris em demonstração de apoio total à diversidades sexual, sem nenhuma discriminação. Mais informações: www.brighton-pride.org
11. World Pride A World Pride, licenciada pela Interpride e organizado por um de seus membros, é um evento que promove as questões do Orgulho LGBT+ em nível internacional por meio de desfiles, festivais e outras atividades culturais. Roma, na Itália, foi o palco da primeira edição do evento em 2000. Sem uma frequência muito definida, a World Pride já aconteceu em cidades como Jerusalém, Londres, Madri e Toronto. Em 2019, a cidade de Nova York foi a grande anfitriã da World Pride. Aproveitando os 50 anos de Stonewall, evento que marcou a luta pelos direitos LGBT+, a cidade organizou um mês inteiro com várias atividades, festas, exposições, festivais e debates que culminaram na grande marcha final, que contou com milhões de pessoas, segundo a prefeitura da cidade. Muitas celebridades, como Madonna, Alicia Keys, Lady Gaga e Cyndi Lauper, ajudaram a dar grandiosidade e atraíram os olhos do mundo todo para o evento. A próxima está prevista para 2021 na cidade de Copenhagen. Uma excelente oportunidade de você conferir de perto o que acontece no reino da Dinamarca. Mais informações: www.interpride.org WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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EuroPride Village
Foto: Stephane Magloire
DESTINOS
ONDE A DIVERSIDADE REINA
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POR MARCELL FILGUEIRAS
uando se ouve falar em Viena, é comum que a primeira impressão que venha à cabeça seja relacionada à música clássica, construções históricas, muita arte e cultura. Não está errado pensar assim, mas definitivamente, o destino tem muito mais a oferecer, especialmente se você for LGBT+. A prova disso é que a cidade foi a escolhida para sediar a icônica EuroPride em 2019 e a ViaG foi convidada pelo Vienna Tourist Board, órgão oficial do turismo da cidade, para viver essa experiência fascinante, e claro, compartilhar tudo com você.
O primeiro impacto O evento aconteceu em junho, mês oficial do orgulho, e além das diversas estátuas, fontes, parques e arquitetura que fazem da capital da Áustria um lugar lindo, via-se em diversos pontos da cidade a bandeira LGBT+ flamejando. E o mais impressionante, sem sombra de dúvidas, foi na frente do palácio da
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presidência, onde o arco-íris cintilava ao lado e do mesmo tamanho das bandeiras da Áustria e da União Europeia. Você quer respeito? Toma! Os trens do transporte público também estavam todos adornados, cada um com uma bandeirinha que vibrava ao se movimentarem pela cidade. É surpreendentemente nítido e encantador o quanto Viena vivia esse momento. Não tem como não se sentir acolhido, bem recebido, em casa.
A EuroPride O desfile aconteceu na Ringstrasse, avenida principal da cidade, que é circular e forma um anel em volta de todo centro histórico. Enquanto no Brasil os desfiles são feitos com trios, em Viena havia uma fila de “floats”, pequenos caminhões de patrocinadores e organizações do movimento LGBT+ com seus respectivos convidados. A concentração reunia gente de todos os países, dos que mais se ouve falar, como Estados Unidos
e França, por exemplo, até os menos populares, como Sérvia e Romênia. Eles chegavam a pé, de carro, nos trens, de bicicleta, enfim, só não chegavam voando porque não é possível mesmo, se não já dá para imaginar o monte de maravilhosas descendo do firmamento.
Orgulho LGBT+ De cima do float a visão era fantástica: diferentes raças, gêneros e idades compartilhavam, igualmente, sorrisos. Algumas lágrimas de emoção, e claro, muito close e muita fechação. Vale ressaltar que a organização premiou o float do Vienna Tourist Board como o melhor da Parada. Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, queers, drag queens e todas as demais letras da sigla marcaram presença, era fascinante identificar os grupos com sua representatividade, além dos héteros, que não perderam a festa. Inúmeros abraços e mãos dadas contrastavam com o núme-
ro zero de brigas. As pessoas se misturavam, interagiam, conversavam, dançavam, pulavam, batiam cabelo, peito e quadril. A energia? Super positiva, um momento único de imensa alegria. Ao fim, a chegada, que naturalmente é super próxima ao ponto de partida, aconteceu em frente ao EuroPride Park, onde foi montada a EuroPride Village, uma feirinha com várias barracas cheias de roupas, acessórios, livros e artesanato feitos por artistas e empreendedores LGBT+, além de uma área especial para lanches e um palco montado com música rolando para deixar tudo mais animado. O lugar ideal para por o pink money pra jogo! Além disso, o ambiente é ótimo para reunir ou fazer novos amigos e por que não, dar uns beijinhos, afinal, ninguém tá morta, né? A EuroPride, usualmente, contempla a cidade escolhida com muito mais que a Parada em si. E os destinos não decepcionam. Este ano houveram atividades diversas entre os dias 1º e 16 de junho e, durante as noites do fim de semana do evento, alguns dos principais nightclubs de Viena, como o Arena Wien e o espaço de Prater Dome, onde aconteceu a after party com a maior festa gay da Áustria, a Circus. Ao chegar, você já se depara com a enorme roda-gigante Wiener Riesenrad, construída em 1897 e com o título de mais antiga do mundo, ainda funcionando. Um fervo que não deixou a desejar em nada para nenhuma festa da badalada São Paulo. Como se diz: “boca de confusão, meu amor”. Poder LGBT+ puro, nas casas, nas atrações, no show das drags, nos gogo dancers que trouxeram, inclusive, exemplares femininos e claro, no público.
Alguns números da EuroPride em Viena, de acordo com o Vienna Tourist Board: - O percurso começou as 12h e durou aproximadamente 5 horas. - Os organizadores estimaram 460 mil visitantes à Parada, que algumas publicações da Áustria chamaram de “quase meio milhão”. - A EuroPride foi a 24ª Parada que aconteceu em Viena.
“Bora dar um rolê?” De cara, vale fazer uma visita guiada pelo Palácio Hofburg no coração da cidade, que ao longo dos séculos, foi ganhando anexos construídos por cada monarca. O resultado é um opulento complexo imperial, que abriga os antigos aposentos reais, museus, a Biblioteca Nacional Austríaca, a Escola de Inverno de Equitação, e os escritórios do prefeito, do governador e do presidente
Imperial gay power O príncipe Eugene de Savoy (em português, Eugênio de Saboia) é outro ícone que merece respeito. Primeiro porque diz-se que ele era gay, segundo Desfile dos float na Europride
Foto: © Vienna Tourist Board/Paul Bauer
Foto: Stephane Magloire
Flashmob exaltando o orgulho
da Áustria, e muito mais. São cerca de mil e quatrocentos aposentos! Explorando um pouco mais, lembrando que o percurso foi feito todo a pé, é possível entrar no magnífico jardim imperial Heldenplatz, que é bárbaro para umas fotos lindas e conhecer mais da história local através das estátuas dos grandes nomes que fizeram de Viena o que ela é hoje. O destaque vai para Isabel da Baviera, mais conhecida como Sissi, imperatriz da Áustria, uma mulher que não gostava das formalidades da corte e não as obedecia também. Era super vaidosa e belíssima com seus 1,74m de altura adornados por 1,80m de cabelo. Obcecada pela magreza, se pesava várias vezes ao dia e vivia testando dietas malucas. É possível voltar no tempo ao visitar Schönbrunnn, seu suntuoso (e diz-se o mais belo) palácio. Ah! Uma curiosidade: a cama e os armários de seu quarto eram todos feitos de jacarandá, madeira vinda do Brasil. Uma mulher de claro bom gosto. Ela é uma figura tão admirada, que durante a Circus, a drag queen Tamara Mascara, uma das mais famosas de lá, a interpretou em seu show, ao som de “Sissi that walk”, de RuPaul, escrito dessa forma, fazendo um trocadilho com o nome da imperatriz.
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Vienna State Opera
dica: o secador fica dentro de uma bolsinha preta, em um cesto, embaixo de um banco. Ligado ao lobby há o restaurante 1500 Foodmakers, com um café da manhã cheio de gostosas opções, e um menu no qual os pratos do cardápio têm preços acessíveis.
Belvedere Palace
porque foi reconhecido como um dos maiores líderes e gênios militares da Idade Moderna. Ele nasceu na França, mas o fato de ter estatura pequena e ser meio franzino, aliado às polêmicas em que sua mãe se envolveu na corte francesa, ele foi recusado pelo exército francês. Saiu arrasado e fugiu para Áustria, onde ofereceu seus serviços. Aceito e bem-vindo, de escorraçado, passou a ser o maior conquistador do país, vencendo todas as batalhas em que esteve envolvido. Quer mais? Ele ergueu um dos hotspots mais magnânimos do país, o Belvedere Palace como residência de verão e também o Winter Palace, no centro de Viena, além de outros, um
inclusive só para festas. Nunca casou-se, não teve filhos, e ainda há muitos boatos sobre seus momentos íntimos com outros homens na corte, ou seja, a boa e velha pegação com os boys, o que fez com que ele tivesse essa “fama” de homossexual. Felizmente, nada disso afetou o grande homem que foi. Eugene tem uma eterna homenagem e gratidão da Áustria em forma de estátua, em Heldenplatz, na frente da Biblioteca Nacional Austríaca, que tinha tudo a ver com ele, um amante das artes e cultura. O local tem 15 mil exemplares que eram do acervo pessoal dele.
Ainda nos clássicos A famosa Vienna State Opera foi construída pelos arquitetos Eduard van der Nüll (1812–1868) e August Sicard von Sicardsburg (1813–1868), parceiros no trabalho e na vida. O primeiro se suicidou e, seis meses depois, o segundo faleceu de tuberculose, mas deixaram um trabalho fenomenal de pé, assim reconhecido só após alguns anos após a morte deles.
O hotel que te quer como você é! Acima, o rooftop do 25hours hotel e abaixo, a suite
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Maior e mais visível do que o próprio nome dele, o 25hours Hotel Vienna no MuseumsQuartier recebe os hospedes com a frase na fachada em enormes letras: “venha como você é”. Super bem localizado na região central, permite fazer todo o tour que falamos acima a pé. Os quartos são bem confortáveis, lindamente decorados com o tema circense e com uma vista privilegiadíssima para o Weghuberpark e para o palácio que é sede do Ministério Federal dos Assuntos Constitucionais, Reformas, Desregulamentação e Justiça. Nos banheiros, uma
Que tal uma sauna para abrir os poros? A mais popular é a The Kaiserbründl Men’s Sauna. Da discretíssima porta de entrada você não imagina como é fascinante por dentro, com seu estilo palaciano. É bem ampla, com três andares e diversos ambientes que servem de refúgio para momentos tórridos. Agora, se quiser descansar um pouco, aproveite as espreguiçadeiras do solário, faça uma massagem ou coma algo no espaço para jantar. Assim que estiver recarregado, não deixe de ir à “masmorra”, experiências inesquecíveis te esperam lá. Fica aberta das 12h às 14h, mas em caso de eventos especiais, eles estendem. Como deu para perceber, Viena é um destino incrível. A arquitetura clássica respira um ar de modernidade, com um perfume de segurança, educação e respeito. Agora, é tudo em euro, então, lembre-se do ditado: “quem guarda, tem”. Se programe e vá!
SERVIÇOS Bares e cafés Why Not - www.why.-not.at Village Bar - www.village-bar.at Felixx - www.felixx-bar.at Kisss Bar Vienna - www.kisssbarvienna.at Café Savoy - www.savoy.at Café Willendorf - www.dievilla.at Hotelaia 25hours Hotel Vienna www.25hours-hotels.com Sauna The Kaiserbründl Men’s Sauna www.kaiserbruendl.at ViaG embarcou a convite do Vienna Tourism Board com proteção Affinity e dados móveis Flexiroam
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DESTINOS
As luzes da Strip, a avenida principal de Vegas
Um lugar para brilhar Os letreiros luminosos de Las Vegas deixam claro o que se encontra por lá: opulência, grandiosidade, esplendor, luxo e diversão POR LARISSA COLDIBELI
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o meio do deserto de Nevada, Las Vegas é um oásis que convida a se jogar como se não houvesse amanhã. Com uma legislação liberal, que permite o jogo, a prostituição e o comércio de maconha para uso recreativo - inclusive para turistas - e tira burocracias para a realização de casamentos (quem se lembra do casamento-relâmpago de Britney Spears e seu amigo de infância Jason Alexander, numa capela de Vegas, em 2004, anulado dois dias depois?), a cidade habita o imaginário de festeiros e até dos mais tímidos. Não é à toa que também é conhecida como “Cidade do Pecado”, “Capital Mundial do Entretenimento” e pelo bordão “O que acontece em Vegas, fica em Vegas”. O deslumbramento já começa na chegada, antes mesmo do pouso do avião. Como o aeroporto é próximo da cidade, lá do alto é possível ver os hotéis, que vão se agigantando à medida em que o avião desce. À noite, com os neons acesos, fica tudo ainda mais bonito. Las Vegas é uma cidade noturna:
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Flamingo, um dos primeiros hotéis de luxo da Strip
é quando os cassinos fervilham, que os bares e restaurantes lotam, pessoas se montam para a balada e quando rolam os apresentações. A agenda de shows é uma atração à parte: inclui as divas Cher, Madonna, Lady Gaga, Christina Aguilera, Mariah
Carey, Gwen Stefani, com apresentações marcadas para os próximos meses; sete shows fixos do Cirque du Soleil, Blue Man Group, Magic Mike, enfim, uma infinidade de opções que incluem música, humor, mágica, striptease, tecnologia e variedades.
Absinthe Vegas
Le Rêve - The Dream
Montanha-russa do hotel New York New York
Anote os shows imperdíveis: Le Rêve, no hotel Wynn, conta uma história de amor com acrobacias na água e no ar, em coreografias que deixam o público boquiaberto em um lindíssimo teatro circular, com o palco hightech no meio. Absinthe, no Caesars Palace, é um show inspirado em números de circo, com muita sensualidade e piadas politicamente incorretas (vá com o inglês em dia para entender e preparado para participar, caso o apresentador te chame), onde é permitido beber durante o espetáculo. E Brilliant, no Neon Museum, é um passeio pela história de Vegas por meio dos letreiros antigos de
hotéis e cassinos históricos, que voltam à vida graças à tecnologia da projeção mapeada. O preço dos ingressos pode ser um pouco salgado, principalmente com o dólar em alta, mas se sua verba é curta, não se preocupe. Os resorts têm muitas atrações grátis, como o show das fontes do Bellagio e o vulcão que entra em erupção no Mirage. Reserve um bom tempo para caminhar pela Strip, a avenida principal, entrando em cada um dos hotéis. Eles são verdadeiros complexos que têm de tudo: cassinos, restaurantes, shoppings de luxo, teatros e casas noturnas. É possível entrar e sair
Neon Museum
livremente de todos eles, com exceção de menores de 21 anos, que não podem circular pelos cassinos. Muitos dos hotéis são temáticos, como o New York New York, que reproduz o skyline da cidade americana em sua fachada e conta com uma montanha-russa que passa por dentro e por fora do prédio, dando uma pitada de emoção; e o Flamingo, um dos primeiros hotéis de luxo da Strip, com um jardim onde é possível ver os animais cor de rosa que dão seu nome. Apesar de ter mais de 70 anos, o Flamingo Las Vegas é uma excelente opção de hospedagem, pois possui localização privilegiada na WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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destinos Strip e quartos modernos, renovados recentemente. A oferta de hotéis é grande: Vegas possui quase 150 mil quartos, o que faz com que os preços não sejam tão altos. O maior hotel é o luxuoso MGM Grand, com cinco mil quartos. Mas a ocupação também é alta - foi de 89,5% na Strip ao longo de 2018. Com tantas atrações, não é de se estranhar que a cidade receba mais de 42 milhões de turistas ao ano, segundo dados da Las Vegas Convention and Visitors Authority (LCVCA).
Fervo gay A temporada de verão é a época de maior agito na cidade, quando bombam as pool parties. A Temptation Sundays é a pool party gay mais famosa, realizada aos domingos no hotel Luxor, que tem
temática egípcia, com prédio em formato de pirâmide e uma réplica da esfinge na entrada. Só esse cenário instagramável já seria motivo suficiente para querer conhecer, mas saiba que há muita gente bonita - de todos os tipos, em trajes mínimos ou montadas -, música animada, bons drinques e petiscos. À noite, o fervo maior é no Piranha Night Club, uma balada com várias pistas, onde toca muito bate-cabelo, pop e reggaeton, além de shows de drags. Dançarinos e dançarinas seminus fazem a alegria dos mais saidinhos, principalmente se você oferecer um agrado em forma de dólares na cueca ou na calcinha deles. Quem prefere um lugar mais tranquilo encontra uma opção logo em frente, no QuadZ Video Bar, um bar com mesa de sinuca em que o som vem de clipes na TV.
Piranha Night Club
Temptation Sundays - pool party gay mais antiga de Vegas
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Por causa do calor, Las Vegas não comemora o orgulho LGBT+ no mês de junho, mas em outubro, quando as temperaturas são mais amenas. Também por causa disso, a parada é realizada à noite, e não durante o dia. Este ano, o Las Vegas Pride Festival será realizado de 11 a 13 de outubro, no centro da cidade.
Ostentação Las Vegas e sua mania de grandeza inspiram a ostentação. Sonha em andar de limusine? Lá é o lugar para isso. Ou talvez uma voltinha de helicóptero? Não faltam opções. Muitas empresas oferecem esse tipo de passeio. A Sundance Helicopters, por exemplo, busca os turistas de limusine no hotel, antes de um tour de cerca de quatro horas para o Grand Canyon. Sobrevoar essa maravilha da natureza e degustar um piquenique com champanhe lá embaixo é, sem dúvida, uma experiência inesquecível. O voo também passa pela Hoover Dam, represa no Rio Colorado entre os estados de Nevada e Arizona, e custa pouco mais de 400 dólares por pessoa. A empresa também promove surpresas românticas, inclusive casamentos gays. Se não estiver em condições de ostentar tanto, opte por um passeio mais básico: um voo de cerca de 15 minutos sobre a Strip com a Maverick Helicopters custa cerca de 100 dólares por pes-
soa. É rapidinho, mas é tempo suficiente para sentir frio na barriga com a subida do helicóptero e para se encantar com as luzes de Vegas do alto. Outra maneira de apreciar a cidade de cima com um pouco mais de calma é na High Roller, a maior roda-gigante panorâmica do mundo, com 168 metros de altura. A volta completa dura meia hora, tempo suficiente até para drinques em uma das cabines, onde rola open bar. No caminho para a atração, outra opção de passeio com emoção. É o Fly Linq, uma tirolesa que passa por cima da Linq Promenade, um calçadão com restaurantes e lojas anexo ao hotel The Linq. Mas Vegas também oferece aventuras no chão. A Exotics Racing é um autódromo onde é possível acelerar supercarros, como Ferraris e Lamborghinis, a mais de 200 quilômetros por hora. Dá para você mesmo pilotar ou ir de carona - uma opção mais emocionante, já que o motorista contratado não tem medo de pisar no acelerador. Se o seu estilo de ostentação é nas compras, também está no lugar certo. Vegas é endereço das maiores e mais exclusivas grifes e possui shoppings centers de luxo dentro dos resorts, com lojas que não colocam etiqueta de preço nos produtos. Afinal, como uma guia disse, se você precisa perguntar o preço, você provavelmente não pode pagar. Mas há uma boa notícia para quem gosta de comprar grifes a preços menores: Las Vegas tem dois Premium Outlets, o North e o South, respectivamente ao norte e ao sul da cidade. Mas não é porque você vai pagar mais barato que não merece ser mimado: no Las Vegas North Premium Outlet você tem comodidades, como a entrega das suas compras no hotel.
Voo no Grand Canyon com a Sundance Helicopters
Aproveitando o dia Las Vegas é um destino eclético e também tem atrações para quem gosta de aproveitar o dia, apreciar arte e conhecer história. A Seven Magic Mountains é uma instalação artística de Ugo Rondinone que leva cores fluorescentes à monocromia do deserto. São grandes blocos de pedra coloridos e empilhados numa bela paisagem. Aproveite que é caminho e faça a clássica foto no Welcome Sign, a placa que dá boas-vindas aos turistas. É um ponto
Tirolesa Fly Linq
Voo noturno com a Maverick Helicopters sobre a Strip e a roda gigante High Roller Vegas
Exotic Racing Vegas
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destinos turístico disputado, por isso, há fila dia e noite, mas há uma pessoa para organizar e fazer os cliques em troca de uma gorjetinha. Já que está com o pé na estrada, siga até Goodsprings, quase uma cidade-fantasma, para conhecer um cenário de filmes de velho-oeste. O Pioneer Saloon é um restaurante com mais de 110 anos que serviu de locação para inúmeros faroestes americanos. Continuando o roteiro cultural, visite o Mob Museum, no centro de Las Vegas. Com muitos recursos tecnológicos e atrações interativas, ele conta a história da cidade e da máfia que ajudou a construí-la, passando por tempos de glamour e violência. A própria região do centro da cidade, onde fica a Fremont Street, é quase uma viagem no tempo, com cassinos antigos e menores, longe da suntuosidade dos gigantes prédios espelhados da Strip. Também no centro está localizado o The Gay & Lesbian Community Center of Southern Nevada, que presta um importante serviço de apoio à comunidade LGBT+ local.
The Mob Museum
Delicie-se com a gastronomia Com luxo e glamour por toda parte, não dá para esperar pouco da gastronomia de Vegas. Assim como os principais artistas marcam presença na cidade, os chefs mais famosos do mundo também possuem restaurantes estrelados por lá. E não é necessário gastar uma pequena fortuna para conhecer alguns deles. O Lipsmacking Foodie Tour é um tour gastronômico que leva a quatro restaurantes numa noite, onde se provam, pelo menos, três pratos em cada - com
Seven Magic Mountains
a opção de drinques inclusos ou pagos à parte. O tempo é cronometrado em cada restaurante e, às vezes, é necessário escolher entre degustar ou fazer foto para as redes sociais - tudo isso porque se tratam de lugares muito disputados. Entre os restaurantes visitados no tour estão o francês Bardot Brasserie, onde se provam escargots; o mexicano Javier’s, que tem tequilas exclusivas que custam US$ 300 a dose; o espanhol Julian Serrano e suas deliciosas tapas; e o
Vanderpump Cocktail Garden
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italiano Cucina Wolfgang Puck, que encerra o tour com deliciosas sobremesas, como cannoli e tiramisú. Além da alta gastronomia, o tour vale a pena para conhecer o City Center, um moderno complexo de hotéis e shoppings, com curiosidades como a cortina de dois milhões de pedras Swarovski, no hotel The Cosmopolitan. Para uma culinária oriental nada convencional, experimente o Sake Rok, restaurante japonês todo estilizado e
Cucina Wolfgang Puck
Julian Serrano Tapas
Libertine Social
Pioneer Saloon
Sake Rok
Javier´s
Bardot Brasserie
com intervenções artísticas dos garçons. Para bons drinques antes da balada acompanhados de petiscos classudos, como o caviar com espuma de ovo, a pedida é o Libertine Social, no Mandalay Bay. Outro esquenta disputado é no novo Vanderpump Cocktail Garden, no Caesars Palace, com bebidas tão gostosas quanto fotogênicas. Com noites tão intensas, Las Vegas pede um café da manhã reforçado. De-
Panqueca do Primrose
licie-se com a refeição em estilo tipicamente americano com as panquecas doces e fofinhas do restaurante Primrose, no hotel Park MGM, com ovos e bacon e com o mingau de aveia. Afinal, é preciso muita energia para acompanhar o ritmo insano de Vegas!
A ViaG embarcou a convite do Visitors Las Vegas Convention and Visitors Authority, com proteção Affinity
Mais informações: www.lvcva.com WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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gas t r o n o m i a
Doce Maravilha Magnífica
Fotos: Matheus Cabral
São Paulo mais doce
Eclairs
POR MARCELL FILGUEIRAS
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m docinho é sempre bem-vindo. Se tiver beleza, qualidade e sabor, melhor ainda. É o que oferece a Éclair Moi, que, em 2019, completa cinco anos e comemora com uma série de mudanças na loja e no cardápio. Mais do que uma confeitaria, o empreendimento apresenta um leque de opções para presentes, que podem ir desde de uma caixinha de suspiros personalizados a kits com trufas e champanhe. De acordo com Edward Davies, diretor criativo e um dos sócios da marca, a loja contém um estilo próprio. “O chamado ‘novo centro’, que engloba a região da República e da Vila Buarque, é o novo distrito tendência e bombado de São Paulo. Então foi natural a escolha do local para abrigar nosso novo conceito de luxo democrático urbano, ou seja, trabalhar com o acessível, que todos possam aproveitar.” comenta. O carro-chefe da casa, obviamente, são as éclairs. “Sem sombra de dúvidas, são os itens mais vendidos, principalmente o sabor red velvet e chocolate ao leite. Dos bolos, o red velvet também é um
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campeão de vendas, seguido dos nossos maravilhosos macarons de caramelo e água de rosas”, revela Davies. A loja adicionou ao menu três tipos de pão de queijo: tradicional, ervas finas e calabresa. Além disso, há também empadas de camarão, palmito e frango. Ah, não deixe de dar uma espiadinha no freezer de sorvetes. No aniversário da marca, há um cardápio especial chamado “Maravilhas e Paixões”, que oferece opções de cafés elaborados e uma atraente seleção de drinques, alguns exclusivos da loja, assinados por Davies. Essas novidades se unem aos doces com base de suspiros, cobertos e recheado de limão, caramelo e chocolate.
A arte de presentear A ideia de oferecer uma gama de produtos para presentear nasceu de forma orgânica. “Logo percebi que muitos clientes compravam éclair para presentear outras pessoas em festas e comemorações. Desta forma, pouco a pouco fomos desenvolvendo produtos para atender a demanda. Hoje, isso é um dos pilares cen-
trais da marca”, explica o empresário. Além das sobremesas, é possível encontrar inúmeros mimos para presentear aqueles que a gente quer bem. “Os mini suspiros cobertos por chocolate no sabor de limão, morango ou chocolate ao leite são os campeões de venda, mas a marca ainda oferece uma linha de perfumes para ambiente”, complementa. A Éclair Moi se consolida como ponto positivo na revitalização do Centro de São Paulo, com seu espaço aconchegante e acolhedor, pronto para receber todos os tipos de casais, famílias e amigos, sem preconceito algum. É ainda um ótimo lugar para uma reunião informal de negócios. Vale lembrar que seu pet também é bem-vindo!
SERVIÇO: Éclair Moi R. General Jardim, 277, CentroSão Paulo/SP - (11) 2639-5899 Segunda a sábado das 11 às 21h Domingo das 9h às 19h
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gas t r o n o m i a
Fotos: Divulgação
Melhor visual da Cidade Maravilhosa
O
bar The Rooftop, localizado na cobertura Yoo 2 Rio de Janeiro by Intercity, foi o vencedor na categoria Melhor Visual da premiação "Veja Rio: Comer & Beber 2019//2020". De lá do topo da propriedade, é possível avistar o Cristo Redentor de braços abertos de um lado, as curvas do Pão de Açúcar do outro, além dos barquinhos da Baía de Guanabara. Os aperitivos são preparados pela equipe do chef Mbark Guerfi, com destaque para o dadinho de tapioca servido com geleia de pimenta e sanduíches. Adicionadas recentemente ao cardápio do espaço, outro highlight são as coxinhas crocantes Ana Vitória, da dupla musical que teve seu filme "Ana & Vitória", rodado nas dependências do hotel. Os drinques têm assinatura de Roger Bastos, bartender dos mais carismáticos da comunidade de bar. No berço da Bossa Nova, o drinque "Água de Beber" – referindo-se à canção composta
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pelos poeta e músico Vinicius de Moraes e Tom Jobim – é um dos mais pedidos no The Rooftop. A bebida é feita com blend de duas variações de uísque, Gold Label Reserve e Black Label, com redução de maracujá, cardamomo cumaru e limão Taiti. Outro campeão de vendas é o "Beija Eu" - com inspiração na canção homônima de Marisa Monte. Elaborado com base de gin, leva espumante rosé, limão taiti, vermute italiano, martini rosso e xarope francês spicy com canela. Aberto ao público mediante reserva, o rooftop também recebe eventos corporativos, celebrações e festas para até 150 pessoas. Lugar especial para apreciar um pôr do sol é o mirante com mesinhas e bancos reclinados para a praia de Copacabana. Mas há quem opte pelo conforto das espreguiçadeiras à beira da piscina ou os bangalôs na área traseira, reservado apenas aos hóspedes ou a quem adquirir o day use, com mais privacidade. Como todos são bem-vindos,
os animais de estimação têm circulação garantida e mimos exclusivos, como cama e potes customizados durante o tempo que permanecerem no hotel. A experiência do rooftop começa antes mesmo de chegar ao ponto mais alto do hotel. Os hóspedes e convidados embarcam em um elevador de vidro com vista para as paredes coloridas e grafitadas pelo artista Marcelo Ment, que representam todo o vigor e brilhantismo da alma carioca. O bar funciona de domingo a quinta-feira, das 10h às 23h. Quintas, sextas e sábados, a programação inclui DJs, das 19h à meia-noite.
SERVIÇO Yoo2 Rio de Janeiro by Intercity Informações e reservas: (21) 3445-2000 Praia de Botafogo 242, Botafogo Rio de Janeiro www.yoo2rio.com.br
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pass e i o s
One World Observatory se destaca entre a arquitetura urbana
Dos céus ao palc o POR ALEX BERNARDES
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voz poderoza e os belos olhos azuis de Frank Sinatra seduziram o mundo nos áureos anos de 1970 e 1980. Com muito charme, enquanto cantava, ele também difundia para o mundo todo o encanto e glamour de Nova York, a cidade que nunca dorme. Além disso, não para de se reiventar diariamente. Por mais que você ande, visite, conheça, nunca será o suficiente. Haverá sempre algo novo para se fazer, uma nova sensação para experimentar. Tudo sempre à frente do resto do mundo. Poderiámos dedicar um anuário sobre a big apple, mesmo assim, faltariam páginas para descrever tudo que acontece por lá, tanto na arquitetura, nas artes, gastronomia e cultura quanto nas pequenas coisas cotidianas. Por isso, listamos, nos próximo parágrafos, dois passeios que te farão sentir a grandiosi-
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dade e a paixão dos residentes por sua bela casa. Confira:
One World Observatory O predio é o maior e mais novo observatório da cidade, localizado no topo do One World Trade Center – também conhecido como Freedom Tower –, bem ao lado de onde ficavam as Torres Gêmeas. Com uma vista de 360 graus de Nova York, do 102º andar, o local é uma das melhores vistas, onde é possível ter uma noção da beleza dos arranha-céus e do skyline. É impossivel não se apaixonar. A atração funciona sete dias da semana das 8h às 21h, sendo o último ingresso vendido 45 minutos antes do seu fechamento. As entradas podem ser adquiridas no local ou pela internet e possuem diferentes preços para adultos, idosos e crianças. Se estiver
disposto a desembolsar um pouco de dólares a mais, o visitante tem a opção de comprar o ingresso prioritário, que dá direito a pular a fila. Além disso, pode ser adquirido o tíquete all inclusive, que inclui bebidas e a oportunidade de poder chegar a qualquer momento do dia marcado para a visita. Tem também os que incluem o jantar, para não perder a chance de viver uma experiência única. Uma das partes mais legais do passeio é o vídeo em time lapse mostrando 500 anos da história de Nova York e como tudo mudou enquanto você vai até o 102º andar. Muito bem feito. A dica mais valiosa é comprar pela internet ou por meio do seu agente de viagens, isso te poupará tempo na longa fila da bilheteria. Reserve pelo menos duas horas para essa atividade e aproveite para registrar cada momento. Será inesquecível.
co. Visto como alívio cômico, suas entradas narram um personagem irônico e com muita dor de cotovelo por se sentir traído pela colônia. Na temporada 2019, o rei é interpretado pelo ator Evan Morton, enquanto Alexander Hamilton é representado pelo ator Austin Scott. Hamilton já faturou vários prêmios e chegou a ser incluindo em 11 das 16 indicações ao Tony Awards, o mais famoso troféu do teatro americano. One Word Observatory
Hamilton, na Broadway Nossa próxima dica é um clássico. Não tem como visitar Nova York e não assistir a um musical da Broadway. Quem comete essa locura se arrepende para sempre. Palco de mega produções, como o Fantasma da Ópera, O Rei Leão, Frozen e outros, a Broadway também tem espaço para espetáculos menos famosos entre turistas. Mas que, geralmente, são disputadíssimos entre os próprios americanos. Um deles é o musical Hamilton. A peça conta a história de Alexander Hamilton, um dos fundadores da América. Imigrante das Índias Ocidentais, tornou-se o braço direito de George Washington durante a Guerra da Independência e foi o primeiro secretário do Tesouro do país. O musical estreou no circuito Off-Broadway em fevereiro de 2015, mas o grande e imediato sucesso o levou seis meses depois para a Broadway, sendo aclamado e disputando estrelato com gigantes que atraem milhares de espectadores todos os anos. Com uma partitura que mistura hip-hop, jazz, blues, rap e R&B, Hamilton é a história dos Estados Unidos na época de sua independência contada pelos Estados Unidos dos dias de hoje. O espetáculo, dividido em dois atos, tem concepção, música e letra de Lin-Manuel Miranda, já famoso por escrever filmes e roteiros da Disney, como Moana. Um dos motivos do sucesso do musical é, sem dúvidas, o seu elenco tão diverso quanto os ritmos que compõem a peça. A cada temporada, a direção
troca seus atores, mas a ideia é sempre manter a diversidade no palco. Na primeira temporada, o elenco contou com Miranda, que, além de autor, foi uma das estrelas do musical. O profissional é de uma família de Porto Rico e, por isso, fez questão de oferecer muita representatividade em toda sua equipe. Aaron Burr, vice-presidente americano, narrador e antagonista da peça, foi interpretado por Leslie Odom Jr., um ator negro. Já a Phillipa Soo, uma atriz com ascendência chinesa, coube interpretar de Eliza Schuyler, esposa de Hamilton. Todos os papeis de destaque seguiram a mesma pegada. A única exceção é o Rei George III, que, na primeira temporada, foi interpretado por Jonathan Groff. Esse é o único personagem da peça sempre interpretado por ator bran-
Dicas:
1 - Dependendo da época, os ingressos podem chegar até US$1.000. Por isso, planejar e comprar com antecedência faz toda a diferença.
2- Esteja com seu inglês afiado. O musical tem muitas canções em estilo hip-hop, isso dificulta um pouco a compreensão de quem não tem fluência no idioma. Mas a narrativa é tão boa que dá para entender todo o contexto mesmo não sendo fluente. SERVIÇOS One World Observatory www.oneworldobservatory.com Hamilton - Broadway www.hamiltonmusical.com/new-york www.broadway.com
Musical Hamilton
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Urbano chique
POR ALEX BERNARDES
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onstruído em 1898 para ser residência de alto padrão no coração de Midtown Manhattan, em Nova York, o prédio Royalton ganhou fama e destaque pelo seu design incomum para a época. A construção permitia a passagem de um lado ao outro da rua por dentro de suas instalações, o que o tornou um dos mais icônicos hotéis de Nova York. Quase cem anos depois, o prédio ganhou um retrofit para ser o primeiro hotel projetado pelo famoso Philippe Stark, arquiteto e designer francês. Depois disso, durante o verão de 2007, o Morgans Hotel Group decidiu mais uma vez renovar o complexo e atualizar o interior, sem perder o charme e o estilo que lhe deram fama, brincando com a luz e com texturas em um
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clima intimista e urbano em todos os detalhes. Seus 168 quartos e suítes com estilo elegante e atemporal oferecem o máximo conforto aos hóspedes mais exigentes. O destaque fica para as maravilhosas penthouses, que possuem solários e terraços ao ar livre com vista privilegiada para o destino. Além disso, o Royalton oferece uma pequena, mas muito bem equipada academia, com aparelhos ultra modernos. Com design em tom escuro e sofisticado, é sem dúvidas um dos boutique hotéis de quatro estrelas mais badalados de Manhattan. No fim de tarde, o bar 44, localizado no lobby, recebe muitos residentes e turistas em busca de um bom drinque em um ambiente casual e descontraído.
Como não poderia deixar de ser, o Royalton NYC Hotel é membro da coleção Preferred Pride da Preferred Hotels & Resorts, grupo de hotéis de luxo independentes do mundo. Trata-se de uma iniciativa global destinada a ajudar os hoteleiros a entender melhor as necessidades e preferências do viajante LGBT+. Os hotéis que fazem parte desta coleção defendem a igualdade em suas políticas de emprego e estão comprometidos com a comunidade. Para fazer parte desse seleto grupo, os hotéis membros são incentivados a pertencer à Associação Internacional de turismo LGBT+, a IGLTA.
Serviço: 44 W 44th St, New York, NY 10036, EUA www.royaltonhotel.com
Fotos: Divulgação/Royalton
H OT E L A R I A
Fotos: Divulgação/Lotte New York Palace
luxo e mimos
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ituado atrás de grandes portões de ferro na Madison Avenue, bem atrás da icônica Saint Patrick Cathedral, o Lotte New York Palace é um dos hotéis mais bonitos e luxuosos de Manhattan. Suas instalações já serviram de cenário para muitos ensaios fotográficos e filmes, incluindo as famosas séries Gossip Girl, CSI e Law and Order. No entanto, o currículo de Hollywood do hotel não é o principal motivo para ficar lá. O que chama atenção é a exclusividade. No lobby privativo da 50th Street, uma pequena área restrita dá acesso ao The Towers, uma espécie de hotel dentro do hotel. Através deste espaço, é possível chegar às suítes mais sofisticadas do empreendimento. Renovado em setembro de 2013, o prestigiado Towers - que ocupa os 14 andares mais altos do Lotte New York Palace - oferece ainda
mais luxo, com 176 quartos e suítes. De todos os quartos, o hóspede pode desfrutar de vistas de marcos históricos de Manhattan, incluindo o Rockefeller Center e o Empire State Building. As suítes, a partir de 46 metros quadrados, culminam nas estonteantes suítes tríplex do 52º andar. O The Jewel Suite tem o selo de Marton Katz, designer de joias das celebridades, enquanto a Champaign Suite foi inspirada em Dom Pérignon. Nos quartos, sofisticação na medida certa e sem exageros proporcionam uma experiência sofisticada e de extremo bom gosto. Nos criados mudos, equipamentos tecnológicos facilitam a vida de quem gosta de ter tudo na ponta dos dedos. Um controle digital de todo o quarto permite abrir e fechar persianas e regular luz e temperatura sem levantar da cama, por exemplo.
E os mimos não param por aí. O The Towers oferece aos clientes esquecidinhos roupas de ginástica, tênis, tapetes de yoga e bandas elásticas para uso na academia de última geração. Além disso, o hóspede tem à disposição o serviço de carro de luxo: um motorista pode deixá-lo em qualquer lugar dentro de um raio de 20 quarteirões em uma elegante Mercedes GL350 ou Maybach. O The Lotte New York Palace ainda conta com um spa, perfeito para recuperar as energias depois de um dia de passeios pela Big Apple.
Serviço: 455 Madison Ave, New York, NY 10022, EUA www.lottenypalace.com WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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C onforto e sofisticação
POR ALEX BERNARDES
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onhecida como Cidade Luz, Paris é também um destino dos sonhos para turistas LGBT+ do mundo todo, não só pela sua arquitetura deslumbrante, mas também pela diversidade que a cidade oferece. Porém, como em qualquer lugar do mundo, não é fácil encontrar um hotel que esteja 100% preparado para receber hóspedes da nossa comunidade. Por isso, trouxemos duas opções para se hospedar divinamente e se sentir em casa sendo quem você é. Confira!
Fraser Suites Harmonie La Defense
Parte da cadeia de hotéis de luxo Frasers Hospitality, os dois empreendimentos oferecem residências em estilo apartamento, uma excelente escolha para quem viaja em grupo ou é adepto de longas permanências. A planta dos apartamentos transporta os hóspedes para um ambiente domicilar, com áreas de estar, jantar, cozinha completa, quartos e espaços de recepção. Além disso, os hotéis oferecem centros de negócios com escritório que in-
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clui wifi gratuito, Ipads, impressoras e computadores. Também têm salas de reuniões, onde podem organizar eventos e conferências. O Fraser La Defense fica localizado a poucos passos do rio Sena, possui 137 studios confortaveis e luxuosos. A decoração inspirada nos prédios da região de negócios de Paris dá o toque de modernindade às suites e áreas comuns. Cada um de seus apartamentos é equipado com internet fibra, desk office, TV de plasma, leitor de blu-ray, autofalante bluetooth JBL, cama de casal king ou twin, cozinha privativa totalmente equipada, maquina de café expresso, lounge, tábua e ferro de passar roupas, cofre individual, ar-condicionado e secador de cabelo, além de uma bandeja cheia de delícias durante o check-in.
Fraser Suites Claridge Champs-Elysée O Fraser Claridge Champs-Elysée também ganha pontos pela localização. A charmosa propriedade está em um dos endereços mais badalados de Paris, a Avenida Champs-Elysées, entre o icônico
Arco do Triunfo e a Place De La Concorde. A fama não vem de hoje. Desde 1914, hóspedes como Edith Piaf, Rey Charles, Santos Dumond e muitos outros já se hosperam por lá. No total, são 114 suítes, que variam de 35 a 170 metros quadrados, todas recentemente renovadas com tema de alta costura. Outro destaque da rede é o serviço. Os hotéis oferecem transfer de chegada e saída para todos os aeroportos de Paris, táxi privativo, lavanderia e serviço de limpeza a seco, lavanderia automática gratuita para os hóspedes, academia de ginástica totalmente equipada, power bank e business corner.
Serviço:
Fraser Suites Harmonie Paris La Defense La Défense, 6 Boulevard de Neuilly, 92400 Courbevoie Fraser Suites Claridge Champ 74 Av. des Champs-Élysées, 75008 www.frasershospitality.com
Fotos: Divulgação/Frases Suites
H OT E L A R I A
Fotos: Divulgação/Littrè
No c oração de paris
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utra excelente opção para viajantes que desejam se hospedar no coração de Paris é o hotel tranquilo e luxuoso Hôtel Le Littré, que fica em uma rua tranquila na margem esquerda do emblemático Rio Sena. Localizado no bairro de Montparnasse, o empreendimento possibilita que o hóspede tenha acesso direto às atrações turísticas famosas, incluindo o Louvre e o Museé d'Orsay, além da Rue de Rennes, a segunda rua mais famosa de Paris e endereço certo para quem não dispensa as compras. Logo na chegada, o hotel já impressiona pela beleza do lobby bem iluninado e espaçoso. O destaque vai para equipe da recepção, muito gentil e prestativa. Classificado como um botique quatro estrelas, o hotel possui 90 suítes confortáveis e aconchegantes, todas decoradas com peças contemporâneas, resultado de um retrofit realizado em 2015. São 35 quartos na categoria standart, com 20 metros quadrados; 23 quartos na categoria superior, com espaço de 20 a 25 metros quadrados e equipados com um sofá-cama para um terceiro hóspede; e 21 quartos Deluxe, que possuem entre 30 e 35 metros quadrados e também inclui área de estar com sofá-cama. Por fim, o Littré conta com 11 suítes, com dimensões que variam de 40
e 60 metros quadrados e sala de estar privativa com sofá-cama para um terceiro hóspede. Apenas cinco quartos privilegiados possuem terraço privativo com vista para Torre Eiffel. Porém, todas as categorias são equipadas com TV de tela plana, ar-condicionado, minibar, cofre, armários, secador de cabelo e mesa de trabalho. Os banheiros são amplos e equipados de banheiras, chuveiros e roupões, além de amenities L’Occitane. O meio de hospedagem possui três quartos adaptados para portadores de necessidades especiais. O café da manhã é oferecido das 7h30 às 10h, podendo ser servido no quarto até às 11h sem custo extra. É um mimo à parte e impressiona pela qualidade dos alimentos servidos. Ovos, panquecas, croissants, geleias, queijos, frutas, cereais e iogurtes fresquinhos e saborosos são alguns dos itens que os clientes podem encontrar. O hotel possui ainda um belo jardim interno, que dá mais charme e roman-
tismo à hospedagem. O aconchegante Le Verandabar é ambiente perfeito para um drinque e para um momento relaxante após um dia puxado, seja por reuniões ou passeios.
Serviço 9 Rue Littré, 75006 Paris, França www.hotellittreparis.com WWW.REVISTAVIAG.COM.BR
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Segurança nas quatro patas
Segundo levantamento do Instituto Pet Brasil (IPB), o gasto médio por mês com um gato pode chegar a R$ 196,56. Já os custos com um cachorro giram em torno de R$ 338,76. Foi pensando nessa demanda e nos gastos com a assistência veterinária que a Global Travel Assistance (GTA) lançou o seguro viagem para os bichinhos que embarcam com seus donos ou para os que ficam com tutores. Ao contratar os planos internacionais Planet ou Global da GTA, cujo valor cobrado varia de US$ 102 a US$ 216 para uma
viagem de até 10 dias, o passageiro já conta com o benefício para seu cachorro ou gato, sem valor adicional. Nos demais planos, o custo será de R$ 1,91 a mais por dia. O benefício é válido para casos de acidente ou enfermidade emergencial com o pet durante todo o período da viagem, com um limite de utilização de R$ 1.500. Para sinistros no Brasil, o atendimento deverá ser feito em clínicas credenciadas da rede Amigoo Pet, empresa especializada em serviços e planos para animais domésticos e parceira da GTA. Na inexistência dessas clínicas, o processo pode ser
realizado por reembolso. Para os animais que embarcarem em viagens internacionais com o dono e titular da apólice, os acionamentos devem ser feitos somente por reembolso. Entre as coberturas, estão a consulta veterinária emergencial; atendimento clínico hospitalar, que inclui atendimento ambulatorial, medicamentos, cirurgia, internação e exames de imagem e laboratoriais; transporte do animal para clínica credenciada; assistência funeral, que inclui despesas com a organização do funeral, cremação ou enterro.
Vamos passear! H
oje em dia, muitos estabelecimentos comerciais adotam o conceito Pet Friendly, recebendo os peludos de braços abertos. Veja a seleção e programe-se para um dia divertido:
Black Beef - A rede de hamburguerias, que é uma das pioneiras no conceito pet friendly, possui em seu cardápio uma opção de sorvete voltada especialmente para os pets. São mais de 20 unidades em todo o Brasil. Confira a mais perto de você e leve seu amigão saborear esse delicioso sorvete.
Mercure Aeroporto - Um dos poucos hotéis de Curitiba em que os pets são bem-vindos. Há mimos para os hóspedes caninos, além de uma área ao lado do estacionamento, onde há um gramado com árvores em que eles podem correr e brincar à vontade.
Pousada do Sandi - A pousada localizada em Paraty, é um casarão que há 300 anos conserva os elementos decorativos da época da sua fundação. O espaço conta com 24 apartamentos confortáveis, com área de lazer, piscina, academia e restaurante. Para os pets, o hotel possui um bom espaço para passear e a única restrição é no interior dos restaurantes, além da orientação de não deixá-los sozinhos no quarto. Resort La Torre Resort - O resort, localizado em Porto Seguro, na Bahia, aceita pets e adota regras semelhantes às das companhias aéreas. Lá são aceitos animais com peso máximo de dez quilos, com carteira de vacinação em dia
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Pousada do Sandi
e autorização do veterinário. O pet precisa portar coleira de identificação.
Shoppings - Os principais shoppings do país permitem a entrada dos pets, além de promoverem encontros, para que possam se socializar com outros animais. Consulte os shoppings da sua região e boas compras.
Parques e praças - A maioria dos parques e praças do Brasil estão preparadas para receber os amigos pets. Escolha um lugar bem bacana pertinho da sua casa e divirtam-se!
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Marsha , a veterana de Stonewall Conheça mais da ativista que não só é parte como estava presente no “dia 1” da luta pelos direitos da comunidade LGBT+
Por que um ícone LGBT? Era uma figura conhecida nas ruas do Greenwich Village, bairro em Nova Iorque onde fica até hoje o bar Stonewall Inn, e teve títulos como “prefeita da rua Christopher” e “rainha do Village”, não só por sua constante presença física, mas por como ela marcava a vida de quem conhecia, com seu carisma e seu trabalho voltado para a comunidade LGBT+. Pouco tempo depois da revolta de Stonewall, Marsha entrou para o Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay), e participou em 1970 da primeira Cristopher Street Liberation Pride, no aniversário de um ano da revolta de Stonewall. Pouco tempo depois, ela e sua grande amiga Sylvia Rivera fundaram a S.T.A.R. - Street Transvestite Action Revolutionaries (Brigada Revolucionária das Travestis de Rua) e pagavam o aluguel do próprio bolso com o dinheiro que ganhavam como trabalhadoras sexuais. O objetivo era acolher jovens LGBT+ que viviam nas ruas, dando a eles um senso de família e suporte emocional, além de comida e roupas. Quer mais? Ela ainda fazia parte do ACT UP - AIDS Coalition to Unleash
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Power (Coalizão da SIDA para desfazer o poder), grupo fundado em 1987 para conscientizar as pessoas sobre o HIV-AIDS e tentar acabar com a pandemia da doença. Esta era mais uma grande luta pela qual Marsha é extremamente respeitada.
Gênero de vanguarda Marsha P. Johnson nasceu Malcolm Michaels Jr, e não se prendia a gêneros. O “P” de seu nome social significava “pay it no mind” (algo como “não ligue para isso”), que ela sempre respondia quando questionada, o que o fez inclusive a um juiz durante um julgamento. Ela se identificava como uma queen (de drag queen), como travesti ou como gay, mas hoje, especialistas a definem como uma mulher trans, termo que não existia na época. Tal vanguarda e personalidade era admirada por nomes como Andy Warhol (de quem era amiga), que em 1974 a fotografou para sua série polaroid “Ladies and Gentlemen”.
Foto: Reprodução/Netflix
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m 2019, diversas Paradas LGBT+ pelo mundo, incluindo a World Pride, tiveram como tema os 50 anos da revolta de Stonewall (28 de junho de 1969), onde o movimento como você conhece hoje, começou. Marsha P. Johnson estava lá. A drag queen afro-americana que hoje é reconhecida como um dos maiores ícones LGBT+ da história, também foi descrita na placa que a homenageava em frente ao local onde acharam seu corpo: artista, mendiga, prostituta e modelo de Warhol.
Foto: Diana Davies/New York Public Library
POR MARCELL FILGUEIRAS
Um brilho que não se apaga Em julho de 1992, pouco depois da Parada do Orgulho daquele ano em NY, Marsha, aos 46 anos, foi encontrada morta boiando nas águas do Rio Hudson. A princípio a polícia decretou o caso como suicídio, mas após inúmeros protestos de amigos próximos e companheiros de luta, que tinham certeza que ela jamais tiraria a própria vida, o caso ficou apenas como não solucionado. As cinzas de seu corpo, jogadas ao mesmo rio, faziam contraste à consistente luta
em vida desta heroína da comunidade LGBT+. No documentário “A Morte e Vida de Marsha P. Johnson”, disponível na Netflix, ela diz “enquanto meu povo não tiver seus direitos garantidos em todo os EUA, não há motivos para comemoração. Por isso venho lutando pelos direitos dos gays há tantos anos”. Vale lembrar que antigamente usava-se “gay” para toda a comunidade, até que a sigla LGBT+, felizmente trouxesse a representatividade que todos merecem e pela qual Marsha já tanto lutava.
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