Editorial J - Encarte especial - 60 anos de jornalismo na Famecos

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linha do tempo

1983

Solavanco no mercado

1973

:ŽƌŶĂůŝƐŵŽ ĂůƚĞƌŶĂƟǀŽ No período em que a Famecos foi sede da TVE, Porto Alegre ganhou novos jornais. Um dos marcos foi o Coojornal, editado por uma cooperativa de jornalistas.

1982

1992 2003

1993

Surge a era digital O ano de 1994 marca o início de uma revolução: o nascimento da internet cria uma nova era para a mídia, com reflexos no jornalismo praticado em todos os meios.

A popularização das redes sociais e a transformação do Google em sinônimo de buscador universal mudaram a maneira como as pessoas consomem informação.

2002

2012

Entrevistas por Cassiana Martins (2º sem), Eduardo Bertuol (6º), Felipe Martini (6º) e Gustavo Frota (6º). Linha do tempo por Felipe Martini (6º) e Rafael Grendene (6º). Fotos e pesquisa de imagens por Eduarda Alcaraz (7º). Coordenação gráfica e diagramação por Daniele Souza (3º) e Gustavo Frota (6º). Projeto gráfico por Rogério Fraga. JULHO/AGOSTO DE 2012 / ESPECIAL J60 / PÁGINA 4

A

ntecedida pelo clamor da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), do Sindicato dos Jornalistas e de empresas de comunicação, o primeiro curso de Jornalismo da Região Sul e terceiro do país foi autorizado, pelo governo federal, em 31 de julho de 1951, passan-­‐ do a funcionar em março de 1952. O propósito de qualificar e profissionalizar a mão de obra das redações se transformou em aulas que ocupavam as salas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da PUCRS, então sediadas no Colégio Rosário, no centro de Porto Alegre. Parte dessa história está registra-­‐ da nas páginas do livro PUCRS: 50 anos formando jornalistas, organizado pela professora Beatriz Dornelles em 2002. Após 60 anos, e depois de ter formado destacados profissionais do país, é possível dizer que a razão de ser do curso não mudou. Na verdade, a necessi-­‐ dade de uma formação completa e específica na área de comunicação se tor-­‐ nou ainda mais relevante, diante do desenvolvimento das mídias. A Famecos é considerada uma das melhores faculdades de Jornalismo do Brasil, com excelente desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), do Ministério da Educação. Também tornou-­‐se uma das escolas tec-­‐ nologicamente mais bem equipadas. A primeira turma tinha 64 alunos, selecionados através de provas escri-­‐ tas e orais. As 23 disciplinas podiam ser concluídas em quatro semestres, e os pioneiros 46 fomandos colaram grau em 16 de dezembro de 1954. Uma década após, uma reforma estrutural na universidade transformou o curso em Escola de Jornalismo, independente da área de Filosofia, unindo-­‐se aos de Publicidade e Propaganda e de Relações Públicas. Assim surgiu a Faculdade dos Meios de Comunicação Social, cuja sigla gerou o hoje con-­‐ sagrado nome Famecos. Em 1967, a faculdade se transferiu para o atual campus do bairro Partenon e ficou sediada provisoriamente no prédio da Reitoria, antes da conclusão da sede atual, em 1972. O currículo também teve mudanças importantes, especialmente a ampliação do número de disciplinas. Naquele ano, assumiu um formato que tinha dois anos de ensino geral, comum às três habilitações da Comunicação, e mais dois específicos de cada curso. As atividades práticas ganharam um capítulo de destaque em 1968, quando a Famecos colocou no ar a Rádio Setembrina. Outro marco foi a inau-­‐ guração da Televisão Educativa (TVE), canal 7, nos estúdios da Famecos, em 1974, em convênio com o governo do Estado. Com isso, os alunos ganharam a possibilidade de estagiar na emissora e aprender com situações reais do mercado. Em 1988, nasceu um dos eventos de graduação mais importantes do Brasil: o SET Universitário, que, em 2012, chega à sua 25ª edição. O SET recebe estudantes e professores nacionais e internacionais e se notabilizou pela realização de concurso de trabalhos acadêmicos, de oficinas e de palestras. O programa de pós-­‐graduação teve início em 1994, quando foi criado o Mestrado em Comunicação Social. Em 1999, começou o Doutorado. Desde então, o PPGCOM recebe graduados da Famecos e candidatos de todo o país.

Em 1972, lançamento da pedra fundamental da sede atual

Nos anos 1970, carros estacionavam em frente à faculdade Eduarda Alcaraz

1994 Em julho, o Brasil adota o Real como moeda. Eurico Lemos assume como diretor da Famecos. Revista Playboy publica ranking das universidades, e Famecos é segunda colocada em Jornalismo. Governo dos EUA abre o acesso à internet. 1995 Criada, pelo Programa de Pós-­‐Graduação em Comunicação, a Revista Famecos. 1996 Criado o curso de Mestrado em Comunicação Social. O New York Times começa a ser publicado na internet. 1997 Jerônimo Braga é empossado diretor da Famecos. 1998 Inicia-­‐se o estágio de televisão da Famecos, TV Foca e a Cyberfam. Em setembro é fundado o 1999 Lançado o Doutorado em Comunicação Social da PUCRS. Implantados os Laboratórios Integrados da Famecos, dos quais faziam parte, entre outros, o jornal Hipertexto, o LabFoto, a TV Foca e a Radiofam. 2000 Criado o Laboratório Apple Training Center, primeiro centro de treinamento certificado pela Apple no RS. 2001 Criação do Laboratório de Imagem Digital. Atentado terrorista ao World Trade Center, em Nova York. Rede Pampa lança, em Porto Alegre, o jornal O Sul. 2002 Criação do Centro de Produção Multimídia (CPM) da Famecos.

2003 Surge o Skype, pioneiro em telefonia via internet. Inicia-­‐se o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro presidente oriundo da classe operária. 2004 Lançada a rede social 2005 Mágda Cunha torna-­‐se a primeira mulher a dirigir a Famecos. Entra no ar em Porto Alegre a BandNews FM, emissora com programação jornalística em FM. 2006 É inaugurada a rede social Twitter, notabilizada pela comunicação em 140 caracteres. 2007 Steve Jobs apresenta ao mundo o iPhone, que popularizou o uso da internet em celulares. A Rede Record compra o Sistema Guaíba-­‐Correio do Povo, passando a ter o controle do jornal e das emissoras de rádio e TV. Primeira transmissão de TV digital no Brasil. 2009 Barack Obama assume como primeiro presidente negro dos EUA. Começa a funcionar o Espaço Experiência, da Famecos. O projeto reúne 13 núcleos e estudantes e professores de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Produção Audiovisual. 2010 Site Wikileaks promove o maior vazamento de documentos oficiais da história. 2011 Toma posse Dilma Rousseff, a primeira presidente mulher do Brasil. Lançado o Editorial J, nova redação integrada do curso de Jornalismo da PUCRS.

Texto: Rafael Grendene (6º sem)

Arquivo PUCRS

Google e Facebook mostram a cara

Seis décadas de educação em Jornalismo

Colégio Rosário foi a primeira sede do curso, vinculado à Filosofia Arquivo PUCRS

1974 Instalação da TV Educativa (TVE), emissora pública, nas dependências da faculdade. 1975 Lançada em abril a primeira edição do Jornal Experiência, uma das mais antigas e regulares publicações produzidas pela Famecos. 1976 Lançado o Coojornal, principal jornal da imprensa alternativa do RS. Caracterizou-­‐se por denunciar a repressão do regime militar. Pela primeira vez surge uma programação de âmbito nacional na TV. Lançado o computador pessoal Apple I. Antonio Gonzalez assume a direção da faculdade.

1983 Entra no ar a Rede Manchete. A TV Pampa era a afiliada de Porto Alegre. 1984 Inauguração da VídeoPUC, produtora que funcionava nos estúdios da Famecos. Crise da empresa Caldas Júnior leva ao fechamento do Correio do Povo, de 1895, e da Folha da Tarde, de 1936, o primeiro jornal brasileiro em formato tabloide. Em 1986, adquirido pelo empresário Renato Ribeiro, Correio do Povo volta a circular. 1988 Famecos promove o 1º SET Universitário. 1991 Guerra do Golfo, o primeiro conflito televisionado ao vivo da história. 1992 O presidente Fernando Collor de Mello sofre impeachment, dando lugar ao vice, Itamar Franco.

Arquivo PUCRS

A década foi marcada pelo fechamento e reabertura do mais tradicional jornal gaúcho, o Correio do Povo.

especial

Em 2012, jardim demarca a entrada do prédio 7

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gera futuro de desafios

Experiência do passado Mágda Cunha, DIRETORA DA FAMECOS

ENTREVISTA:

“É preciso ler situações, conectá-­‐las Ğ ƚƌĂŶƐĨŽƌŵĄͲůĂƐ Ğŵ ƚĠĐŶŝĐĂ ŶĂƌƌĂƟǀĂ͟

D

iretora da Famecos, a jornalista Mágda Cunha destaca a influência da evolução da profissão nas prioridades do curso de Jornalismo, em busca de uma formação em sintonia com as tendências do mercado. “Houve um época em que se dizia que o jornal-­‐ ista era um grande generalista, tinha que saber um pouco de tudo. Hoje ele tem que saber, claro, e ao mesmo tempo dominar técnicas que são cada vez mais importantes e aprendidas durante os quatro anos de curso. A capacidade de ler várias situações, conectá-­‐las, transformá-­‐las em uma técnica narrativa é que o jornalista vai ter que aprender. Não quer dizer que ele vai ‘apertar botão’. Existe muito polêmica sobre isso. Não pode o jornalista ter ideias e ficar na mão do empregador ou dos técnicos. É preciso saber o que é possível fazer e o que não é possível. Isso interfere no produto final, na narrativa, e assim no produto que você entrega para a sua audiência.”

As transformações da sociedade implicaram em mudanças no Jornalismo da Famecos nos últimos 60 anos. Na era da revolução digital, o desafio está renovado. É preciso preparar profissionais para atuar em um tempo em que a tecnologia não para de possibilitar novas formas de consumo de informação. Para entender os rumos da educação em Jornalismo, este caderno reúne opiniões de seis personalidades do mundo acadêmico e do mercado. A íntegra das entrevistas está na revista digital sobre os 60 anos, disponível em agosto no site do Editorial J (www.pucrs.br/famecos/editorialj).

linha do tempo

Vitor Necchi, COORD. DO CURSO DE JORNALISMO DA PUCRS

Aron Pilhofer, EDITOR DO THE NEW YORK TIMES

ENTREVISTA:

“Estamos trocando mais tecnologia, ĐŽŶŚĞĐŝŵĞŶƚŽ Ğ ĂƚĠ ƌĞƉŽƌƚĂŐĞŶƐ͟

O

editor de Notícias Interativas do The New York Times, Aron Pilhofer, é responsável por desen-­‐ volver infográficos dinâmicos para o site do jornal. Em conversa por Skype, destacou a importância da colab-­‐ oração, até mesmo entre veículos de comunicação concorrentes. “Eu acho que as notícias em colaboração são o futuro. Se tem alguma coisa que estou convencido é disso. Lançamos no ano passado um projeto chama-­‐ do School Book [www.nytimes.com/schoolbook], em colaboração com a rádio WNYC. Também colaboramos com uma das histórias do Wikeleaks sobre Guantánamo, e obviamente colaboramos com o [jornal britâni-­‐ co] The Guardian. A concorrência ainda existe, mas se você puder pensar em algo positivo em relação à diminuição do tamanho da indústria da notícias nos EUA é a colaboração. Estamos trocando mais informação, tecnologia, conhecimento e até mesmo histórias e reportagens.”

ENTREVISTA:

1952

“Mais importante do que ĂƐ ƉůĂƚĂĨŽƌŵĂƐ Ġ Ž ĐŽŶƚĞƷĚŽ͟

C

oordenador do curso de Jornalismo da Famecos desde 2010, Vitor Necchi acredita que os funda-­‐ mentos do ofício resistem às mudanças nos meios de comunicação e continuarão a nortear a formação dos profissionais no futuro. “O que define o bom Jornalismo, em essência, não mudou. Alteraram-­‐se alguns procedimentos, maneiras de se ter acesso ao conteúdo. Algumas questões são inegociáveis: o compromisso ético, o texto preciso, a apuração profunda – se formos pen-­‐ sar em reportagem –, bem como a ideia do compromisso social, o interesse públi-­‐ co como principal critério de noticiablidade. Vivemos um momento em que esses valores voltam a ganhar mais ênfase. Chegamos a um ponto em que se percebe que os suportes, as plataformas, não são os elementos mais importantes. O mais importante é o conteúdo.”

Eric Newton, CONSELHEIRO DA PRESIDÊNCIA DA KNIGHT FOUNDATION

ENTREVISTA:

“Hospital-­‐escola é modelo ƉĂƌĂ Ă ĞĚƵĐĂĕĆŽ Ğŵ ũŽƌŶĂůŝƐŵŽ͟

E

ric Newton, jornalista dos Estados Unidos e consel-­‐ heiro sênior do presidente da Knight Foundation, participou da Iniciativa Carnegie-­‐Knight para O Futuro da Educação em Jornalismo, onde escolas norteamer-­‐ icanas se juntaram para repensar a profissão. Em con-­‐ versa via Skype, expressou sua opinião sobre o melhor modelo de ensino nas faculdades. “A metáfora mais importante para a educação jor-­‐ nalística é o modelo do hospital-­‐escola. Ele é um hos-­‐ pital como qualquer outro, só que dentro da universi-­‐ dade. Nos EUA, essas unidades hospitalares são exemplares. Apesar de tudo isso ser uma metáfora, podemos dizer que este é o modelo mais adequado ao ensi-­‐ no do jornalismo neste momento. Cada escola de jornalismo é uma produto-­‐ ra de conteúdo. E também é necessário a presença de profissionais. Não é possível um hospital universitário sem médicos. Aqueles que fazem pós-­‐graduação, acabam se especializando em uma área específica, por isso a importância da presença dos profissionais.”

Nasce a educação em Jornalismo no RS A inauguração dos cursos da PUCRS e da URGS, atual UFRGS, deram início à profissionalização do jornalismo no Estado. A década iniciada em 1952 marca o surgimento do primeiro canal de televisão gaúcho, a TV Piratini. 1952 Em março, iniciam-­‐se as aulas do Jornalismo da PUCRS, o primeiro do sul do Brasil. Em setembro é inaugurado o curso de jornalismo da Universidade do Rio Grande do Sul, atual UFRGS. 1954 Em 24 de agosto, Getúlio Vargas, que havia sido eleito presidente em 1951, comete suicídio. Lançado, em Porto Alegre, o jornal A Hora, pioneiro na publicação de fotos coloridas no Brasil e primeiro periódico gaúcho diagramado. Nele trabalharam Ibsen Pinheiro, Xico Stockinger, Célia Ribeiro, Flávio Tavares e Fausto Wolff. Fechou em 1961. 1955 O jornal Última Hora, de Samuel Wainer, fundado em 1951 no Rio de Janeiro com apoio de Vargas, passa a ter uma edição na Capital gaúcha. 1959 Entra no ar a primeira emissora de TV do RS, a TV Piratini, canal 5 de Porto Alegre 1960 Inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília torna-­‐se capital do Brasil. 1961 Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, Leonel Brizola comanda, pelos microfones da Rádio Guaíba, a campanha da Legalidade, em favor da posse do vice João Goulart, que estava em viagem à China. O movimento é vitorioso.

1962

JULHO/AGOSTO D E 2012 / ESPECIAL J60 PÁGINA 2

Celso Schröder, PRESIDENTE DA FENAJ E PROFESSOR

ENTREVISTA:

“Abrir mão do conhecimento ŵĞ ƉĂƌĞĐĞ Ƶŵ ĞƋƵşǀŽĐŽ͟

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residente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e professor da Famecos, Celso Schröder acredita que a formação universitária ganhou importância na era digital. “O diploma é uma garantia pública. Este mundo da blogosfera, que disponibilizou para a humani-­‐ dade uma quantidade de dados fantásticos, da maneira como é apresentado para a sociedade, ao invés de informar, descomunica, cria um ambi-­‐ ente de entropia, no sentido de não compreensão. Organizadores desses dados são fundamentais, não somente jornalistas, mas teóricos, cientistas que atuem sobre as redes. Os jornalistas são fundamentais para este outro discurso, que é o relato do cotidiano, envolto em opiniões, boatos, mentiras, verdades, coisas criativas, revolucionárias, deliciosas, perver-­‐ sas. Tem de tudo nesse mundo global. Abrir mão do conhecimento me parece um equívoco.”

linha do tempo 1963

Informação sob censura Com o início do regime militar, em 1964, o jornalismo e a sociedade sofrem com a censura prévia nos jornais. Curiosamente, foi também nesse período que a profissão de jornalista foi regulamentada. 1964 Com o fim do vínculo com a Faculdade de Filosofia, o curso se transforma em Escola de Jornalismo da PUCRS. Em 1965, une-­‐se à Publicidade e Propaganda e às Relações Públicas dando origem à Faculdade dos Meios de Comunicação Social (Famecos), dirigida por Claudio Candiota. Em 31 de março é deposto o presidente João Goulart, dando início ao regime militar. Em maio é fundado o jornal Zero Hora, como sucessor da edição gaúcha do Última Hora. 1967 Famecos transfere-­‐se para o novo campus da PUCRS, na Avenida Ipiranga, e funciona no prédio da Reitoria. 1968 Em abril, foi posta no ar a primeira rádio da PUCRS, a Setembrina, com sede em Viamão. 1969 Decreto-­‐Lei 972 regulamenta a profissão de jornalista. Empresa Caldas Júnior lança o jornal Folha da Manhã. Começa a funcionar a Arpanet, rede que deu origem à internet, de uso exclusivo do governo dos EUA. 1970 Diplomada a primeira turma de Jornalismo Polivalente da PUCRS, em que o bacharel podia solicitar o registro profissional na três áreas da Comunicação Social. A Famecos passa a ser dirigida por Alberto André. 1971 No dia 5 de novembro, é lançada a pedra fundamental do atual prédio da Famecos, inaugurado em 1972.

Woile Guimarães͕ yͳ /dKZͳ , & Z s/^d Z >/

ENTREVISTA:

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O

jornalista Woile Guimarães exerceu uma série de cargos de destaque no jornalismo, incluindo o de editor-­‐chefe da revista Realidade. Por email, Guimarães analisou as mudanças na profissão nos últimos 60 anos. “Na maioria dos veículos, o repórter e o editor se fundiram. Pela velocidade do fechamento, pela rapidez com que a notícia precisa ser editada. Nas edições on-­‐line, nem se diga. No rádio, a operação ao vivo é crucial, a entrada ao vivo dá densidade ao noticiário, tudo isso requer repórteres que se editam no ar. Mas há scripts, os programas editados ainda exigem tratamento, sonorização e edições cuidadas e sofisticadas. A TV também exige que seus repórteres editem, enviem imagens via satélite, cada vez mais se familiarizem com as possibilidades de equipamentos portáteis etc.”

1972 No dia 20 de setembro, é apreendida pela censura militar toda a edição do Jornal Correio do Povo. Inventada, nos EUA, a TV a cabo. Em 31 de março, a TV Difusora, de Porto Alegre, faz a primeira transmissão a cores para todo o Brasil: o desfile da Festa da Uva, em Caxias do Sul. O Washington Post publica a primeira notícia do caso Watergate, que culminou, em 1974, na renúncia do presidente dos EUA, Richard Nixon.

1972

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