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A importância de uma estratégia para o futuro da saúde

DECISÕES ESTRATÉGICAS ASSUMIDAS COM UM GRANDE SENTIDO DE RESPONSABILIDADE ASSOCIADAS A UM PENSAMENTO CRÍTICO E INOVADOR SÃO IMPERATIVAS, POR FORMA A ENCONTRAR SOLUÇÕES PARA MANTER A QUALIDADE E A SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE.

Autor: Eurico Castro Alves, Presidente da Comissão Organizadora da Convenção Nacional da Saúde.

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ASaúde e o direito ao acesso à saúde é um dos temas que mais une os portugueses, sendo inclusive um direito inscrito na constituição. Os desafios societários que se aproximam são vários e bem conhecidos, pelo que importa começar a preparar hoje o futuro que pretendemos, desenhando e implementando novas políticas e estratégias de saúde que se adeqúem às novas realidades. Essas novas politicas e estratégias devem surgir de uma profunda reflexão que inclua não apenas o governo e as autoridades regulamentares, mas também todos os profissionais de saúde e os cidadãos em geral que deste modo assumem desempenhar um papel fundamental pelas mesmas.

É imperativo que as decisões estratégicas sejam assumidas com um grande sentido de responsabilidade associado a um pensamento crítico e inovador que permita encontrar soluções para manter a qualidade e a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.

O papel que as Farmácias desempenham no Sistema Nacional de Saúde é incontornável, não só pelo seu posicionamento de grande proximidade ao utente, mas principalmente por serem uma referência de credibilidade no que concerne à prestação de serviços de saúde e à promoção da informação e da literacia em saúde da população. Foi com a profunda convicção de que as próximas políticas e estratégias de saúde devem refletir a contribuição de todos que decidi avançar para organizar a primeira Convenção Nacional de Saúde. A Convenção Nacional de Saúde foi pensada como um espaço que visa procurar consensos e onde se pretende deixar para trás diferenças ideológicas e interesses corporativos ou profissionais, preterindo-os pela busca de pontos comuns que permitam a elaboração de estratégias de saúde que visem o melhor interesse da sociedade.

Ao elaborar uma “Agenda da Saúde para a Década”, que apontou caminhos para o futuro sustentável da Saúde em Portugal, a Convenção Nacional de Saúde incorporou a opinião dos diferentes parceiros da saúde: profissionais de saúde, parceiros públicos, privados e setor social, associações de doentes, responsáveis políticos, imprensa, centros de investigação e universidades, mas acima de tudo a dos cidadãos.

Foi com essa reflexão coletiva, despida de outros interesses que não a promoção de uma estratégia de excelência e sustentabilidade para a saúde, que foram elaboradas as pro-

“O papel que as Farmácias desempenham no Sistema Nacional de Saúde é incontornável, não só pelo seu posicionamento de grande proximidade ao utente, mas principalmente por serem uma referência de credibilidade no que concerne à prestação de serviços de saúde e à promoção da informação e da literacia em saúde da população”

postas que certamente contribuirão para a definição do que será o futuro da Saúde nacional.

Um excelente exemplo de participação, quer a nível pessoal, quer a nível da instituição que lidera, é o da Sra. Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Professora Doutora Ana Paula Martins. Com a sua capacidade de construir pontes e de gerar consensos associada ao seu conhecimento profundo do sistema nacional de saúde e da realidade da Saúde vivida nas diferentes regiões do país, a Professora Ana Paula Martins tem sido instrumental no desenho da nova agenda para a Saúde portuguesa.

Estou certo de que as Farmácias, e os Farmacêuticos, continuarão a ser uma peça chave no mapa da saúde portuguesa. A sua elevada qualidade científica associada à sua proximidade e à sua credibilidade junto dos cidadãos coloca-os numa posição ímpar para desempenhar um papel muito ativo e fundamental nos cuidados de saúde primários.

As Farmácias são uma instituição milenar, agregadora das comunidades que servem e a quem prestam um serviço de extrema importância, que deve ser reconhecida e apoiada por todos os restantes agentes da saúde. De igual forma as Farmácias têm vindo a demonstrar a sua capacidade de se adaptarem às novas exigências e desafios da sociedade, pelo que, certamente, continuarão a desempenhar um papel de grande relevância no panorama futuro da saúde portuguesa. Tal como escrevia Peter Drucker, “a melhor forma de prever o futuro é criá-lo”.

É exatamente isso que a Convenção Nacional de Saúde pretende, criar um futuro, baseado nos consensos que conseguiu encontrar, que tenha em mente o melhor interesse da sociedade portuguesa, presente e vindoura. Para tal, a Convenção Nacional de Saúde conta com a contribuição de todos, mas de uma forma particularmente significativa com as Farmácias e com todos os profissionais de saúde que nelas trabalham.•

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