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COVID-19: O papel das farmácias comunitárias durante a pandemia

COVID-19: O papel das farmácias comunitárias durante a pandemia

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COM O SURGIMENTO DA PANDEMIA, AS FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS ASSUMIRAM-SE COMO PRIMEIRO E ÚLTIMO CONTACTO DOS CIDADÃOS COM UM PROFISSIONAL DE SAÚDE, INFORMANDO, ACONSELHANDO E ESCLARECENDO A POPULAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS E AS MEDIDAS A ADOTAR PARA MITIGAR A PROPAGAÇÃO DO VÍRUS.

Autor: Associação de Farmácias de Portugal

Acapacidade de resposta das farmácias comunitárias durante a pandemia tem sido reconhecida pelos diversos agentes do setor e, sobretudo, pelos utentes. De acordo com os resultados do estudo “A farmácia comunitária em tempos de COVID-19”, realizado pela Spirituc, em maio passado, os utentes inquiridos consideram que o desempenho das farmácias superou as expectativas. Também a Organização Mundial da Saúde para a Europa (OMS Europa) sublinhou, na mesma altura, o papel chave que as farmácias comunitárias têm no combate à pandemia.

Na verdade, desde março que as farmácias comunitárias têm estado na linha da frente no combate à COVID-19, em estreita articulação com os centros hospitalares e as unidades de saúde. Ao longo dos últimos meses, as farmácias comunitárias assumiram não só as suas naturais funções no que respeita à dispensa de medicamentos, prevenção da doença, promoção da saúde e aconselhamento farmacêutico, como também asseguraram a prestação de um conjunto de serviços excecionais. Tudo isto num contexto particularmente atípico e difícil.

Recorde-se que, desde o início da pandemia, diversos centros de saúde encerraram temporariamente ou funcionaram exclusivamente Se as farmácias demonstraram estar à altura do desafio, assumindo novas responsabilidades e garantindo a realização de serviços excecionais, este é o momento para reforçar o papel de naturais parceiras do Serviço Nacional de Saúde

dedicados à COVID-19, condicionando, assim, o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde primários em Portugal, dado o forte impacto na realização de consultas e exames médicos considerados não urgentes. As farmácias assumiram-se como primeiro e último contacto dos cidadãos com um profissional de saúde, informando, aconselhando e esclarecendo a população sobre os

cuidados e as medidas a adotar para mitigar a propagação do vírus. Além disso, e porque os serviços de saúde do SNS têm estado focados no combate à pandemia, por todo o país as farmácias garantiram, a título excecional, a prestação de uma panóplia de outros serviços, por forma a responder às necessidades em saúde dos cidadãos.

O contexto particularmente difícil em que vivemos veio, por isso, sublinhar que só é possível garantir uma resposta eficaz às necessidades de saúde da população portuguesa se os diversos agentes da saúde, incluindo as farmácias comunitárias, trabalharem em rede. E se as farmácias demonstraram estar à altura do desafio, assumindo novas responsabilidades e garantindo a realização de serviços excecionais, este é o momento para reforçar o papel de naturais parceiras do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para o efeito, os serviços até agora prestados com caráter excecional – como a renovação da terapêutica para doentes crónicos e a dispensa de medicamentos hospitalares – deverão ser assumidos pelas farmácias comunitárias permanentemente.

Trata-se de uma resposta integrada, de proximidade, que permite por um lado melhorar o acesso, a segurança e a comodidade dos utentes, e, por outro, contribuir para o descongestionamento dos cuidados de saúde primários e hospitalares. No que diz respeito à vacinação da gripe, as farmácias comunitárias vão assumir este ano um papel fundamental, com a implementação do programa “Vacinação SNS Local”

FARMÁCIAS COM UM PAPEL CRUCIAL NA VACINAÇÃO DA GRIPE

Também no que respeita à vacinação da gripe, as farmácias comunitárias vão assumir este ano um papel fundamental. Isto porque, se anteveem meses desafiantes, devido ao potencial aumento do número de casos de doentes com COVID-19 aliado à expectável afluência aos hospitais de casos de gripe sazonal e de problemas respiratórios.

Para ajudar a debelar este problema, as farmácias e o Governo protocolaram recentemente o programa “Vacinação SNS Local”, que tem como objetivo garantir que a população com mais de 65 anos possa ser vacinada contra a gripe sazonal na sua farmácia habitual, nas mesmas condições em que o serviço é realizado nos centros de saúde (ver caixa ao lado).

Esta medida reflete o reconhecimento de que as farmácias comunitárias têm capacidade para fornecer com qualidade um conjunto de serviços que tipicamente não lhes estavam atribuídos.

QUATRO SERVIÇOS QUE AS FARMÁCIAS IMPLEMENTARAM NO ÂMBITO DA COVID-19

1. Entrega de medicamentos

ao domicílio

Para garantir que todas as pessoas que estavam impossibilitadas de se deslocar a uma farmácia tivessem acesso à sua medicação, muitas farmácias comunitárias passaram a disponibilizar o serviço de entrega de medicamentos ao domicílio, garantindo a segurança e a comodidade dos utentes. Ao mesmo tempo, este serviço também contribuiu para que a população cumprisse as indicações de confinamento da Direção-Geral da Saúde. Neste âmbito, a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) assinou nos últimos meses protocolos com a ADIFA- Associação de Distribuidores Farmacêuticos e com a Torrestir, com o objetivo de apoiar as farmácias associadas na prestação do serviço de entrega de medicamentos ao domicílio.

2. Dispensa de medicamentos hos-

pitalares

Um dos serviços disponibilizados nas farmácias mais valorizados pelos cidadãos no atual contexto de pandemia foi a dispensa dos medicamentos hospitalares. Esta medida permitiu que os utentes não tivessem de se deslocar às respetivas unidades de saúde para conseguirem obter a medicação de que necessitam. Desta forma, os utentes puderam articular com a farmácia comunitária (à sua escolha) a dispensa dos medicamentos necessários.

3. Renovação de terapêutica para

doentes crónicos

Um outro serviço prestado pelas farmácias durante a pandemia e que contribuiu para o descongestionamento do Serviço Nacional de Saúde foi a renovação da medicação de doentes crónicos. Através da flexibilização de algumas disposições, tornou-se possível aos farmacêuticos renovarem a terapêutica dos doentes crónicos e, desta forma, garantir a continuidade do acesso aos medicamentos sujeitos a receita médica, evitando que os doentes tivessem de se deslocar às unidades de saúde para renovar o respetivo receituário.

4. Vacinação da gripe no âmbito do

programa “Vacinação SNS Local”

As farmácias comunitárias vão receber 10% do stock de vacinas da gripe do Serviço Nacional de Saúde (SNS) reservadas à população com mais de 65 anos. A medida, anunciada no final de setembro, decorre do programa “Vacinação SNS Local”, assinado pela Associação de Farmácias de Portugal, a Associação Nacional de Farmácias e o Governo.

Esta medida reforça assim o papel das farmácias comunitárias na vacinação da gripe. O objetivo é garantir a administração da vacina da gripe a, pelo menos, 150 mil portugueses com mais de 65 anos, nas mesmas condições em que é feito nos centros de saúde, nas unidades locais de saúde e nas unidades de saúde familiar.

Recorde-se ainda que além destas vacinas, as farmácias dispõem de cerca de 500 mil doses da vacina contra a gripe para dispensa e administração à restante população. •

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