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O valor dos medicamentos genéricos e biossimilares
from Infopharma nº4
by editorialmic
UM TOTAL DE 520 FUMADORES JÁ SE INSCREVERAM NO PROGRAMA ANTITABÁGICO DA INICIATIVA DO MUNICÍPIO, SENDO QUE 85% DAS PESSOAS CONSEGUIRAM ESTAR SEM FUMAR UM ANO, NO MÍNIMO.
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Autor: Francisco Amaral, Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim
Com base no conhecimento recolhido na autarquia de Alcoutim, onde acumulei vinte anos de experiência como autarca, em 2013, repliquei o programa antitabágico na autarquia de Castro Marim. Este novo programa foi, no entanto, implementado com algumas modificações, por forma a corrigir algumas situações vivenciadas. Uma delas foi acreditar que todos os fumadores que vinham ter comigo queriam mesmo deixar de fumar, nomeadamente, quando a mãe vinha a acompanhar o filho ou a esposa a acompanhar o marido.
Complementarmente, em Castro Marim, beneficiamos de uma grande vantagem pelo facto de o chefe de gabinete da autarquia (com quem partilho o mesmo espaço físico) ser psicólogo e ex-padre. Essa premissa contribui para um maior envolvimento com a população e, consequentemente, para uma implementação mais eficaz do programa. O nosso programa pressupõe disponibilidade total e permanente, bem como tratamentos totalmente gratuitos para todos os munícipes que quiserem deixar de fumar. Estes são dois fatores determinantes para o êxito deste programa.
O tratamento consiste na administração de alguns medicamentos de 1ª linha, nomeadamente, Champix (Vareniclina). Nos casos mais difíceis, é feita uma associação com produtos substitutos de nicotina.
Paralelamente, é fundamental garantir o acompanhamento permanente a nível psicológico de todos aqueles que pretendem deixar de fumar. Neste sentido, o nosso programa prevê que o psicólogo esteja em contacto frequente com o fumador em tratamento, para esclarecimento de dúvidas, apoio psicológico e promoção da adesão à terapêutica.
Com o objetivo de promover o nosso programa antitabágico, a autarquia desenvolveu uma grande campanha informativa e sensibilizadora, nomeadamente, com recurso a outdoors, através do Facebook e dos jornais.
Até à data, 520 fumadores inscreveram-se neste programa, sendo que o balanço alcançado é de 85% de pessoas que conseguiram estar sem fumar um ano, no mínimo.
Contam-se também alguns casos de insucessos e de recaídas. No entanto, muitos destes fumadores regressaram mais tarde e realizaram o tratamento com sucesso.
Ao longo dos anos em que temos levado a cabo este programa é com agrado que ouvimos expressões frequentes de ex-fumadores como: “nunca pensei conseguir e estar tão orgulhoso de mim. E tão feliz. E não custou nada. Sinto-me livre”• .
Mensagens-chave do programa antitabágico de Castro Marim:
1. Um fumador vive menos 10 a 15 anos do que um não-fumador. 2. Ganhe qualidade de vida, anos de vida e dinheiro na carteira. 3. DECIDA. No fundo, o mais importante. Decisão pessoal, íntima e inabalável. O resto, a medicação faz: deixar de fumar sem sofrer.
A Farmácia de Sabóia e a Assistência Farmacêutica em meio rural (Parte II)
ESTE TESTEMUNHO SOBRE A ANTIGA FARMÁCIA POPULAR, CUJO RECHEIO ESTÁ EM EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, PRETENDE DAR A CONHECER A HISTÓRIA DE UMA FARMÁCIA DO MUNDO RURAL DE MEADOS DO SÉCULO PASSADO.
Autor:José Cabrita, Professor Catedrático da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Aprimeira farmácia em Sabóia, a Farmácia Gião, foi instalada em 1932 devido ao esforço e influência do Dr. Damas Mora. O primeiro alvará foi concedido a uma sociedade de Santiago do Cacém, sendo a direção técnica assegurada pela Dr.ª Francisca da Conceição Gião, esposa do proprietário. Cinco anos depois, em 1937, foi adquirida por António Dias Franco que a manteve até à sua morte, em 1952, com a designação de Farmácia Franco. Foi então vendida ao ajudante técnico Joaquim Talhinhas que trabalhava naquela farmácia desde 1935 como Ajudante de Farmácia. A partir de então, e até hoje, a farmácia passou a chamar-se Farmácia Popular.
Em 1958 a farmácia foi vendida a José Cabrita, Ajudante Técnico de Farmácia, que já teria mais de 30 anos de profissão, em Farmácias de Lagos, na Farmácia Central do Exército em Lisboa e no Hospital Militar do Algarve. Instalou-se em Sabóia com a família e ali dirigiu a Farmácia Popular até à sua morte, em 2001. A Farmácia Popular manteve-se na família Cabrita até 2020.
Durante as décadas de quarenta a ses-