Porto Dentistas OMD nº49 oct 2021

Page 31

ORDEM

FISCALIZAÇÃO E EXERCÍCIO ILEGAL

“Temos uma abrangência territorial e uma equipa aferida para a ação inspetiva” João Tiago Ferreira, coordenador do grupo de trabalho Fiscalização e Exercício Ilegal, conversou com a Revista da OMD sobre a participação da Ordem nas ações inspetivas. Entre os projetos a desenvolver estão a aposta no relacionamento com as instituições que têm poder para fiscalizar a atividade médico-dentária e na aproximação da classe, através do desenvolvimento de documentação de apoio nesta matéria.

João Tiago Ferreira, coordenador do grupo de trabalho Fiscalização e Exercício Ilegal

O responsável fala ainda dos motivo s que levaram à criação de uma equipa heterogénea e com capacidade para abranger o território nacional, incluindo as ilhas. ROMD - Quais são os objetivos e missão do grupo de trabalho Fiscalização e Exercício Ilegal? JTF - O Gabinete de Intervenção ao Exercício Ilegal (GIEI) foi criado em 19 de março de 2011 pela direção dessa altura, isto porque a Ordem começou a ver que havia necessidade de participar e ser inclusiva nas ações de fiscalização ao exercício ilegal da profissão. Como estas ações inspetivas estavam a aumentar, fazia sentido criar este departamento dentro da OMD, bem como um grupo de trabalho (GT) com competências para prestar esta assessoria. Para este mandato, o grande objetivo deste GT será dar continuidade ao trabalho anteriormente realizado. No entanto, estabelecemos três polos de atuação: em primeiro, criar uma equipa a nível nacional devidamente aferida e calibrada para colaborar nas ações inspetivas; em segundo, estreitar ainda mais as relações com as instituições que têm o poder de fiscalizar – IGAS, Infarmed, ERS e ARS. O propósito deste gabinete, e também do nosso atual bastonário, é sensibilizar estes organismos para a necessidade imperativa de haver mais inspeções ao nível do exercício ilegal da profissão. Por último, queremos projetar o gabinete junto da classe e tentar criar canais próprios para os colegas poderem de uma maneira muito simples exercerem, de forma concreta e consistente, denúncias com que se deparam no dia-a-dia relacionadas com o exercício ilegal da profissão.

ROMD – Porque decidiu alargar a equipa neste momento em particular? JTF - Entendemos que havia necessidade de reestruturar a orgânica do grupo e calibrar os colegas para assessorar as atividades inspetivas. Desta forma, existe um coordenador a nível nacional, que sou eu, e subcoordenadores regionais, para ter uma maior abrangência territorial: Norte (Luís Corte-Real), Centro (Salomão Rocha), Sul (que abrange a extensão Lisboa – Algarve e é subcoordenada por Nuno Ventura e Susana Falardo Ramos), Regiões Autónomas dos Açores (Pedro Almeida) e da Madeira (Catarina Cortez). Depois a coordenação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral está afeta ao colega Manuel Nunes. Por fim, preocupámo-nos em ter nas nossas equipas regionais um médico dentista por cada sede de distrito. Temos assim uma equipa bastante coesa, estruturada e organizada para colaborar com a instituições anteriormente referidas. Não podia deixar de referir que foi nossa prioridade realizar ações de formação internas para que os colegas estejam devidamente integrados nos objetivos do GT e familiarizados com os procedimentos de atuação. Em conclusão, temos uma equipa altamente motivada e capacidade para ajudar a combater o exercício ilegal da profissão. ROMD - Em quantas inspeções participaram? JTF - Este ano, estamos a fazer ações inspetivas provenientes de denúncias que fo-

ram reportadas no mandado anterior. Participámos até agora em 13 ações, que foram muito heterogéneas porque incidiram tanto em clínicas dentárias, como em estabelecimentos de dermocosmética suspeitos de exercício ilegal e laboratórios de prótese dentária. As ações foram realizadas por elementos da OMD e pelas entidades competentes, de acordo com as atividades em questão. ROMD - Falou na necessidade de sensibilizar as entidades competentes para a necessidade de existirem mais inspeções. Verifica-se um aumento das denúncias? JTF - Estamos no terreno e temos recebido várias denúncias que se fazem chegar diretamente à OMD. As redes sociais, hoje em dia, facilitam este tipo de denúncias e não podemos ser indiferentes a este fenómeno. Eu como médico dentista e coordenador deste gabinete não posso deixar de atribuir importância perante uma denúncia clara e evidente que um colega partilhe numa rede social. É minha obrigação, enquanto coordenador deste gabinete, apreciar e investigar tal denúncia e, caso exista efetivamente uma forte suspeita de exercício ilegal, dar o devido seguimento da mesma para as instituições com poderes para realizar a ação inspetiva. Compreendo que muitos colegas pensem que nada se faz relativamente ao combate do exercício ilegal da profissão, no entanto a estes queria dizer que esta OMD, na figura deste gabinete, irá canalizar todos os meios que tiver ao seu alcance, para que juntamente com as entidades responsáveis se

Nº49

omd

31


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.