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logĂ­stica internacional



SĂŠrgio de Almeida Cid Peres

logĂ­stica internacional



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CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ P51L Peres, Sergio de Almeida Cid Logística internacional / Sergio de Almeida Cid Peres. - 1. ed. Salto, SP : Schoba, 2012. 208 p. : 21 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85-8013-210-6 1. Logística empresarial 2. Comércio internacional. I. Título. 12-8572. CDD: 658.78 CDU: 658.78 23.11.12 28.11.12

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Ă€ minha esposa Claudia e ao meu filho Antonio, razĂľes da minha vida.



Sumário

1. Introdução.............................................. 13 2. Histórico................................................... 15 3. Conceituação......................................... 19 4. A logística no mundo.......................... 23 5. A logística no Brasil............................. 29 6. Internacionalização............................ 37 7. O moderno papel da logística........... 49 8. Contratos internacionais.................. 51 8.1. Arbitragem............................................. 55 8.2. Contrato de compra e venda................... 57 8.3. Contrato internacional de seguro............ 60 8.4. Contrato em moeda estrangeira.............. 64 8.5. Documentação de comércio exterior ������ 66 9. Incoterms: Importância na logística....................... 71 9.1. Histórico................................................ 72 9.2. Resumo geral.......................................... 73


10. Condições de pagamento................. 83 10.1. Pagamento antecipado (cash in advance)........................................... 85 10.2. Remessa................................................ 87 10.3. Cobrança documentária....................... 89 10.4. Carta de crédito ou crédito documentário.................................... 90 10.5. Cartão de crédito internacional............ 94 10.6. Moeda de pagamento........................... 95 10.7. Back to back......................................... 97 10.8. ACC e ACE........................................... 98 11. Transporte............................................... 99 11.1. O modal adequado............................. 100 11.2. Transporte no Brasil........................... 102 11.3. Transporte marítimo internacional..... 105 11.4. Transporte aéreo internacional........... 110 11.5. Transporte internacional terrestre e multimodal................................. 111 11.6. Transporte de carga perigosa.............. 113 11.7. Contêiner............................................ 121 11.8. Pallet..................................................134 11.9. Unitização.......................................... 136 12. Armazenagem...................................... 139 12.1. Armazéns alfandegados...................... 141 12.2. Fluxo de informações......................... 149


13. Embalagem........................................... 153 13.1. Cores das embalagens......................... 155 13.2. Tratamento fitossanitário.................... 158 13.3. Etiquetagem........................................ 160 13.4. Rótulos e riscos.................................. 164 13.5. Classificação das cargas...................... 166 14. Custos logísticos............................... 169 14.1. Frete................................................... 172 14.2. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)..................... 177 15. Logística reversa............................... 179 16. Operador logístico........................... 185 17. Uma crítica........................................... 189

Referências................................................. 195



1 Introdução

Com o surgimento do fenômeno “globalização”, as barreiras antes impostas pelas proteções internas de cada país foram ultrapassadas. Podemos até falar em eliminação de fronteiras, que em muitos casos já não fere a soberania de um país. O cenário atual é marcado pela competitividade. A logística ressurge como uma ferramenta capaz de fazer frente a este desafio. Hoje temos que estar sempre surpreendendo nossos clientes. Para estar apto a conquistar novos mercados, e manter os existentes, é preciso estar preparado para responder com rapidez e agilidade às mudanças por eles impostas, mantendo a qualidade no tocante a produtos e serviços. Novos negócios surgem a cada dia, existe a necessidade da busca por suprir esta demanda. A crescente internacionalização das economias mundiais e a conformação de um mercado cada vez mais globalizado são processos irreversíveis, aos quais terão que se adaptar as empresas que desejam expandir seus negócios ou, simplesmente,


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manter suas cotas de mercado a longo prazo. Esta obra procura dar continuidade e mesmo atualizar informações contidas no meu livro “Introdução à Logística Internacional”. O objetivo principal foi atender aos anseios dos novos Operadores de Logística que estão chegando ao mercado de trabalho, bem como sedimentar o conhecimento daqueles que já atuam neste segmento tão contagiante.


2 Histórico

Se quisermos saber desde quando o ser humano faz uso da logística, podemos com certeza remontar ao tempo dos homens das cavernas. Eles, mesmo de uma forma primária, já se utilizavam dela, quando, de tempos em tempos, de forma nômade, precisavam se deslocar em busca de melhores condições de alimentação e de proteção, para si e para aqueles que os cercavam. Já podíamos vislumbrar o pensar em logística. Tudo começou porque as mercadorias que as pessoas desejavam não eram produzidas onde elas gostariam de consumi-las ou não eram acessíveis quando desejavam. Alguns alimentos só estavam disponíveis em certas épocas do ano. O grande problema era que as pessoas precisavam imediatamente consumir as mercadorias, pois não havia processos de conservação adequados. Temos aqui uma breve noção da importância de local e tempo de consumo. O que se via eram limitações impostas às pessoas, que eram obrigadas a viver perto das


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fontes de produção, consumindo somente os produtos produzidos ao seu redor. Mas a logística já era principalmente utilizada na arte da guerra. A necessidade de abastecimento das tropas em operações militares em efetivo, armamentos, alimentos exigia planejamento, organização e execução de tarefas logísticas. A definição de uma rota requeria exercícios não tão simples como a escolha do caminho mais curto, pois era necessário levar em conta a existência de fontes de água potável, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos. Além, é claro, do inimigo. Em 1888, o tenente Rogers introduziu a logística como disciplina na Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos da América. Entretanto, demorou algum tempo para que estes conceitos se desenvolvessem na literatura militar. Termos como Administração, Organização e Economia de Guerra eram normalmente empregados em substituição à palavra “logística” até meados da Primeira Guerra Mundial. A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo tenente-coronel Thorpe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América. No ano de 1917, ele publicou o livro


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“Logística Pura: a ciência de preparação para a guerra”. Após este período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adotada pelas organizações e empresas civis. Podemos dizer que até o fim da Segunda Guerra Mundial a logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este período, o cenário, principalmente na Europa era de quase total destruição. Tudo se precisava e nada havia ao redor. Com o início da reconstrução dos países destruídos, surge o tripé básico da logística: qualidadetempo-custo. Também neste período, tomando os ensinamentos obtidos durante o tempo de guerra, devido à afinidade das operações militares com as atividades industriais, a logística deixou os campos de batalha e passou a se incorporar nas organizações e empresas civis. Após os anos 80, a logística passa a se desenvolver de forma muito rápida, principalmente “empurrada” pela globalização. Surge como um diferencial nos negócios internacionais.



3 Conceituação

O termo Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês Logistique e tem como uma de suas definições: “a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projetos e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativo”. Logística também pode ser definida como a satisfação do cliente ao menor custo total.1 O Oxford English dicionário define logística como: “o ramo da ciência militar responsável por obter, dar manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos”. Outra definição de logística nos é dada por Ballou (2006, p.27):

1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986 p. 1045.


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É o processo de planejamento, implementação e controle de fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente.

Usando as palavras de Keedi (2004, p.25), que vem a reforçar o tripé anteriormente citado, podemos resumir logística como: “a transferência de uma mercadoria do seu ponto de origem ao seu destino final, com o melhor preço, qualidade e tempo”. No Brasil a utilização da logística como fator de integração, promovendo uma sincronização entre todos os departamentos, é ainda recente. Atualmente temos como desafio movimentar produtos e materiais mais rapidamente e de modo confiável em relação a maiores distâncias entre a empresa e os clientes. O conceito mais amplo da logística adequado à atualidade decorreu da evolução e adoção de sistemas de gestão de estoques, a exemplo do just in time – atender o cliente interno ou externo no momento exato de suas requisições, com as quantidades necessárias para a operação/produção.2 2. Edson Santos, presidente da Comissão de Direito Marítimo e Portuário da OAB/SP.


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Nessa linha, surgiu também o Supply Chain Management, ou cadeia de suprimentos. A logística passa a ter realmente um crescimento de importância nunca visto, empurrado pelas demandas ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mundial e pelo grande uso de computadores na administração. Nesse novo contexto da economia globalizada, as empresas passam a competir em nível mundial, mesmo dentro de seu território local, sendo obrigadas a passar de moldes multinacionais de operações para moldes mundiais de operação. Na atualidade, a logística passou a ter importância nas organizações. Com o desenvolvimento dos programas de qualidade, os produtos ou serviços passaram a se igualar. Como ter competitividade nesta situação? A logística vem ao encontro desse questionamento, sendo o fator diferencial. O produtor ou comerciante assume a garantia de colocar o produto no local aprazado, no momento acordado.




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