A minha história é vulgar: o cotidiano sem mentiras nem retoques

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A minha hist贸ria 茅 vulgar O cotidiano sem mentiras nem retoques



Moacyr Medeiros Alves

A minha hist贸ria 茅 vulgar O cotidiano sem mentiras nem retoques


Copyright © Moacyr Medeiros Alves Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma e por qualquer meio mecânico ou eletrônico, inclusive através de fotocópias e de gravações, sem a expressa permissão do autor. Todo o conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do autor. Editora Schoba Rua Melvin Jones, 223 - Vila Roma - Salto - São Paulo - Brasil CEP 13321-441 Fone/Fax: +55 (11) 4029.0326 | 4021.9545 E-mail: atendimento@editoraschoba.com.br www.editoraschoba.com.br CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ A48m Alves, Moacyr Medeiros, 1936A minha história é vulgar : o cotidiano sem mentiras nem retoques / Moacyr Medeiros Alves. - Salto, SP : Schoba, 2013. 100 p. : 21 cm ISBN 978-85-8013-246-5 1. Romance brasileiro. I. Título. 13-1890. CDD: 869.93 CDU: 869.134.3(81)-3 25.03.13 27.03.13

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“A minha história é vulgar” conta a decepção amorosa vivida por Ari, personagem central da narrativa, jovem cujo conceito de moral e de respeito ao próximo transcende as normas de sua geração. Aquela decepcionante experiência levou-o a desacreditar do amor e a temer apaixonar-se novamente. Sendo, entretanto, um hétero excessivamente ativo, privar-se de sexo ser-lhe-ia um inimaginável sacrifício. Por isso, intencionando fugir de relacionamentos tidos por ele como perigosos, decidiu lidar somente com garotas de programa. E as coisas iam de vento em popa até que ele...


Obras do autor: Canção sem metro: A Trajetória de um Mestre – Opúsculo biográfico sobre o artista plástico Jorge Chueri – Tipografia Itararé – 2005 Dito Bé e outras estórias – (Contos) – Alcance – 2007 S.O.S. Pára o Mundo que eu quero descer – (Versos) – Alcance – 2008 Frases que a vida ditou – (Pensamentos) – Allprint – 2009

E-books: Dito Bé e outras estórias – (Contos) – PerSe – 2012 Frases que a vida ditou – (Pensamentos: revisto e ampliado) – Allprint – 2013 A minha história é vulgar: O cotidiano sem mentiras nem retoques – (Ensaio) – Schoba – 2013


Prezado Leitor: Este texto não é um texto autobiográfico. Entretanto, confesso-lhe que gostaria que fosse.

O autor



Dedico estas mal traçadas linhas a todas as mulheres do Mundo. A essas injustiçadas heroínas que nos carregam em suas entranhas por longo período, alimentando abnegadamente a seiva de vida que existe em nossa incipiente formação e que, mesmo depois de nos dar à luz, prosseguem como mães na árdua tarefa de cuidar de nosso bem-estar e nos orientar para a vida. A elas, minha eterna gratidão!


Com todas as diferenças que lhes são inerentes, é a mulher a outra metade da maçã que o homem não se cansa de procurar. Livro das Constatações


Sumário

Minha história.............................................................13 Garotas de programa...................................................19 Grilos da empatia.........................................................21 Fórmula encontrada....................................................23 Profissão valorizada....................................................27 Trabalho de pesquisa...................................................29 Dona Ester....................................................................31 Percalços da vida de uma mulher..............................33 Sonho desfeito..............................................................37 Alzira.............................................................................41 Início da carreira.........................................................43 Filho de peixe................................................................45 Quem sou eu...................................................................49 Pragmático.....................................................................51 Impressões que ficam....................................................53 A cura milagrosa..........................................................57 O seguro morreu de velho..........................................61 As meninas de dona ester............................................63 Desvio de percurso.......................................................65 E agora, josé?..................................................................71


Lições que a vida ensina..............................................73 Vovó mafalda.................................................................75 Fatores considerados...................................................77 A alegria de me ver curado........................................81 Dando tratos à bola....................................................85 Finalmente curado.......................................................89 Perfil do autor.............................................................95


Minha história

Não atino porque nestas últimas semanas tenho sentido um vazio dentro de mim... Uma lassidão física e moral, de cujos sintomas me julgava definitivamente imunizado. A dizer a verdade, obrigo-me a afirmar que conheço de sobra o motivo desse desconfortável desalento. Porém, por ser assunto que reputo extremamente pessoal, venho relutando em comentá-lo com quem quer que seja, guardando-o só pra mim. No entanto, a premente necessidade de desabafar que há tempos me oprime e angustia, está compelindo-me a fazê-lo. Vou então, embora extremamente contrafeito e até, por que não dizer, envergonhado, expor o porquê desse desconforto: Por temperamento ou por força de criação – creio mais que pela segunda das premissas –, fui sempre um elemento disciplinado e, até certo, ponto acanhado. Ao temperamento posso atribuir uma pronunciada sensibilidade aos fatos corriqueiros do dia-a-dia, e uma incômoda empatia que inúmeras vezes tem me levado a comprar problemas alheios. Em razão desses fatores, e como forma de resistência •

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para enfrentamento deste perverso e complicado mundo em que vivemos, desenvolvi, por conta própria, uma técnica de autodefesa para controlar minhas emoções e sofrear meus impulsos. Essa técnica nada tem de científico nem de religioso ou cabalístico. Consiste apenas em manter um comportamento discreto, falar pouco em situações e ocasiões em que os ânimos tendam a se exaltar, evitando, dessa forma, criar polêmica, desconforto ou animosidade com os circunstantes. E, para não sofrer decepções amorosas, nunca manter namoros muito prolongados, que possam redundar em envolvimento afetivo. Resumindo: Para defender-me do, como já disse, perverso e complicado mundo em que vivemos, acabei tornandome um cara que pode ser qualificado de “discreto”; para não dizer “reservado”, nem “precavido” ou “circunspecto”. Disse, também, que essa técnica de autodefesa por mim desenvolvida foi adotada com o intuito de policiar minhas reações. Porquanto se me deixasse levar por meus impulsos naturais precisaria estar constantemente pisando no freio das tentações para conter meus arroubos e não expor demais meus pontos de vista e meus sentimentos. Além de necessitar refrear minha incontrolável empatia – que já me causou sérios aborrecimentos. Procuro com a fiscalização a que voluntariamente me submeto, não abrir a guarda e não romper a linha traçada para não me quedar à mercê desse temerário e inconfiável elemento que bem conhecemos e que, por eufemismo, chamamos de “ser humano”. 16 •


Evidentemente que esse método de autodefesa traçado para me proteger e proporcionar uma relativa tranquilidade aos meus dias terrenos, permitindo-me viver dentro dos padrões de honestidade que me impus sem me tornar um eremita, nem sempre consegue ser obedecido à risca, nem respeitado por inteiro. Notadamente naquilo que se refere ao delicado terreno sentimental. Tanto que há coisa de quatro anos mantive um namoro que quase resultou em casamento, risco que, vejo agora, felizmente não se concretizou. Mas ao fim desse efêmero relacionamento, que durou, quando muito, oito meses, adveio-me um longo período de depressão e tristeza e uma imensurável dor de cotovelo, deixando-me, na época, num deplorável estado de ânimo – talvez ainda maior, se comparado ao que sinto hoje –, que prometi a mim mesmo nunca mais me enamorar. Contudo como fazê-lo? Perguntava-me frequentemente. Como evitar ser inoculado por esse inconsequente e abusado vírus que sorrateiramente, sem quaisquer considerações nem avisos prévios, nos contamina, subjugando-nos e nos submetendo a seus caprichosos devaneios? E o mais difícil de aceitar: como viver sem os prazeres oferecidos por esses adoráveis e desejáveis Seres que Deus nos presenteou para companheira? Seres que, além de zelosas companheiras que nos agraciam com indescritíveis prazeres, exercem também o insubstituível papel de virtuosas e queridas mães e irmãs sendo, além de tudo, as maiores responsáveis pela perpetuação da espécie? •

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(Sabemos que apenas alguns religiosos convictos, membros de seitas que impõem a seus sacerdotes o celibato, logram sublimar o sexo. E perguntamos: à custa de que enormes sacrifícios? Quando não de intoleráveis mentiras para esconder o não cumprimento desse preceito? Mentiras sim! Mentiras que, partindo de um religioso, deveriam ser consideradas inadmissíveis e imperdoáveis pecados! Inda mais quando a causa é, quase sempre, o abjeto envolvimento de indefesas crianças nesses abomináveis crimes! Temos lido com exagerada frequência notícias da infame prática de pedofilia no meio eclesiástico católico. E as outras sacanagens e imoralidades, motivadas pela abstinência de sexo imposta pelo Vaticano, que são praticadas por seus religiosos e não chegam aos nossos ouvidos? Esses são, a meu ver, os verdadeiros sacrilégios que deviam ser rigorosamente punidos; inclusive com a excomunhão, além da castração e da prisão. Cambada de hipócritas!) Concluído esse desnecessário desabafo, assunto totalmente alheio àquilo a que me estou propondo contar, voltemos aos fatos. Visando evitar que se repetisse o episódio que me quedou prostrado por longo período, fazendo-me curtir imensurável dor de cotovelo, era meu propósito encontrar uma solução para o problema. Uma solução rápida e eficiente, que realmente pusesse termo ao assunto. E eu vivia dando tratos à bola em busca da almejada saída. Trabalhava avidamente à procura de uma solução inteligente que pusesse fim às minhas preocupações e evitasse a repetição daquele insuportável desconsolo, sem que precisasse abster-me de sexo. 18 •


Depois de aventar dezenas de hipóteses, cheguei à que me pareceu a mais lógica e fácil de pôr em prática. E, cria eu, a mais próxima de se enquadrar em meus conceitos de honestidade, e condizente com minha filosofia de vida: “Daqui pra frente só vou me relacionar com garotas de programa!”

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Garotas de programa

Prostitutas, ou eufemisticamente rotuladas de “garotas de programa”, eis a solução que visualizei para resolver meu problema de macho ativo e carente da companhia feminina que, por temerosa covardia de evitar decepções amorosas, se esquivava dos relacionamentos mais estreitos com pessoas do sexo oposto. Tais garotas – as de programa –, como sabemos, são profissionais autônomas, “freelances”, meras prestadoras de serviço, que fazem um trabalho remunerado, especializado na satisfação de prazeres eróticos, sob encomenda. Assim sendo, a relação que os clientes mantêm com elas é idêntica à que rege a contratação de qualquer profissional liberal: um médico, um dentista, um advogado; ou então a contratação de qualquer outro trabalhador autônomo: um pedreiro, um pintor de paredes, um encanador, um eletricista, um mecânico, etc. Inexiste nessa relação o vínculo empregatício. O preço, adrede combinado, é pago, – antes ou depois de feito o serviço, – e cada qual volta à rotina de sua vida, sem maiores comprometimentos nem pretensos envolvimentos. “O simples fato de haver contratante e contratado para •

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a execução de um trabalho eventual, deixa subentendida uma responsabilidade transitória: um comprometimento transitivo entre contratante e contratado. Comprometimento que, se não exclui totalmente o risco, dificulta e minimiza a possibilidade de se repetir o indesejado transtorno afetivo que me vitimara.” Foi este o raciocínio que me sobreveio para justificar o acerto da decisão encontrada. Vi ainda nas garotas de programa, por comparação às vantagens oferecidas pelos trabalhadores autônomos e profissionais liberais, outras de ordem prática: “Se o profissional fez seu trabalho adequadamente, pode-se, em caso de nova necessidade, contratá-lo outra vez; se o fez negligentemente, não satisfazendo a expectativa do contratante, esqueçamo-lo; rasguemos seu cartão de visitas e chutemo-lo para escanteio. É privilégio de quem contrata voltar ou não a utilizar seus serviços. Nada de compromissos futuros ou quaisquer outras obrigações implícitas no trabalho executado. E o melhor de tudo: nada de sentimentos envolvidos no negócio! Embora com as garotas de programa as emoções próprias do envolvimento carnal e do prazer que ele proporciona pudessem sujeitar-me ao indesejado risco que queria evitar. Por conseguinte, em havendo emoções, mesmo que superficiais, haveriam riscos. Então, para não me submeter a eles, decidi não repetir a mesma garota. Um único encontro, uma única relação, certamente livrar-me-ia do perigo que procurava evitar.

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Grilos da empatia

A determinação de não repetir a mesma garota era um direito que assistia unicamente a mim, contratante do serviço. Esse detalhe afigurou-se-me mais inteligente, seguro, prático, lógico e honesto. E nem mesmo a razão ou razões que levaram as gurias a escolherem essa profissão – condenável para muitos, – abalar-me-ia ou afetaria minha idiossincrasia levando-me a brochar. Não fui o responsável por esse desvio de comportamento e, ao conhecê-las, elas já estarão nessa vida. Se más companhias foram que as induziram a seguir aquele espinhoso caminho; se algum gigolô ordinário e desalmado, valendo-se de sua adocicada lábia as desencaminhou fazendo delas uma fonte de renda para si; se elas, por necessidades que a pobreza e outros fatores adversos impõem ao ser humano, viram-se forçadas a enveredar por aquela tortuosa trilha; ou se elas, voluntariamente, por mero prazer ditado pela índole escolheram-na, a mim não caberia culpa nem responsabilidade. Aliás, a tendência das pessoas de enveredar por caminhos tortuosos, condenáveis e até perigosos, muitas vezes, é •

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quase sempre imposta pela índole. Lembro-me da cena de um filme em que num diálogo um dos personagens contou a seguinte história: “Precisando atravessar um rio, um escorpião pediu a uma rã que o transportasse em suas costas. A rã, prudente e temerosa, sabendo do risco que correria caso se dispusesse a atendê-lo, negou-se, dizendo-lhe: ‘Não... Eu conheço sua fama, o senhor vai me ferroar!’ O escorpião, insistente, garantiu que não a picaria; que, se o fizesse, ele também morreria afogado porque ela, não resistindo ao seu veneno, o levaria consigo para as profundezas das águas. A rã, convencida pela lógica do argumento e sensibilizada com a comovente história por ele contada para justificar sua necessidade de atravessar o rio, acabou concordando em levá-lo nas costas à outra margem. Na metade do caminho, porém, a pobre rãzinha sentiu uma dorzinha aguda e um grande calor invadir-lhe o corpo e, estuporada, quase desfalecendo, disse ao escorpião: ‘O senhor me picou!’ O escorpião, entre arrependido e envergonhado, desculpou-se dizendo: ‘Perdoe-me, dona rã! Não pude evitar. É da minha natureza!’ E ambos sucumbiram, submersos nas águas do caudaloso rio.”

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Fórmula encontrada

Satisfeito com a fórmula sugerida por minhas elucubrações, fórmula que parecia isentar-me quase que integralmente dos temerários envolvimentos amorosos, indiciando satisfazer inteiramente minhas necessidades sem ferir meus escrúpulos, restava-me apenas pô-la em prática. Foi do que passei a cuidar. De tanto ouvir um colega vangloriar-se das “minininhas” que faturava, mesmo não dando muito crédito às suas bazófias por ser ele um contumaz narcisista que não se cansava de se auto-elogiar, eu já tinha alguma noção de como funcionava o esquema das garotas de programa. A mim, inegavelmente, teria sido mais cômodo e prático pedir a assessoria desse cidadão para iniciar-me no “métier”. Estou certo de que ele me atenderia com satisfação, pois, apesar de eu cercear nossa amizade não a deixando ultrapassar os limites permitidos pelo coleguismo, em respeito ao ambiente de trabalho, procurava dar-me bem com ele. Estou certo também de que, se a ele recorresse, dar-lhe -ia grande satisfação; inclusive material, para durante muito tempo vangloriar-se de seu “elevado grau de coleguismo” e •

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de sua “eclética sabedoria”, envolvendo-me, a mim e às garotas que me apresentasse, em suas bravatas. Em vista disso, pra não virar figurante das estapafúrdias histórias contadas pelo sabichão, elemento que exerce as mesmas funções que eu na corretora de valores onde trabalho e que, apesar de casado e pai de quatro filhos, é um incontido devasso e notório fanfarrão, preferi não contar com ela. Por isso, me virei mais que cavalinho de carrossel de parque de diversões para chegar aonde queria. Quantas e quantas noites, absorto na tarefa de pesquisar o que procurava, esquecia-me até de jantar. E se, ao lembrar-me que não tinha jantado, a fome apertasse, corria a um dos restaurantes das imediações para comer um bife acebolado com salada, arroz e fritas, prato que todo restaurante tem a qualquer hora; ou então, para enganar a fome, resignava-me a pedir por telefone uma pizza portuguesa ou de atum com tomate e muçarela, minhas preferidas. Assim, ganhava tempo e não interrompia o trabalho de pesquisa que iniciara. Nessa labuta, folheei centenas de páginas de jornal, consultei inúmeras revistas e acessei muitos sites da Internet que apregoavam o produto que procurava: Garotas de programa! Confesso que a mim, que não sou nenhum puritano e tampouco metido a moralista, surpreendeu o número de “sites” especializados na venda de sexo. É um negócio de grandes proporções, que envolve muita gente e deve movimentar muita grana. 26 •


Vendem – pelos jornais, pelas revistas e pela Internet, – loiras, morenas, albinas, mulatas, negras, ruivas... Africanas, europeias, asiáticas, orientais... Jovens e coroas. Todas apregoadas como sendo as mais experientes profissionais da área, oferecendo prazeres indescritíveis: sexo oral, sexo anal, papai e mamãe e quaisquer outras práticas que o cliente deseje para dar vazão a suas necessidades e/ou fantasias eróticas, numa moderna e variada reprodução do Kama Sutra. Nesse milionário negócio, soube que até mulheres casadas (obviamente não anunciadas como tal para não ferir suscetibilidades) defendem uns cobres nessa atividade. Umas, para terem um dinheirinho extra para alimentar suas vaidades – roupas, joias, perfumes etc. –, fazem-no às escondidas dos maridos; outras, de maridos mais liberais e destituídos de preconceitos, com o consentimento marital. Por incrível que possa parecer, existem maridos-proxenetas. Homens cujo senso de moral difere muito do juízo vigente, extrapolando absurdamente a lógica moralista. Para esses maridos, a prexeca, se bem lavada depois de usada, fica nova outra vez. Então o faturamento advindo de seu uso é um dinheiro bem-vindo, ganho honestamente com o suor de suas digníssimas consortes; portanto plenamente aceitável e justificável, já que vai contribuir para o conforto do casal e para a educação de sua prole, se esta existir. Na briga pela sobrevivência, cada qual se utiliza da arma de que dispõe. E as mulheres sabem que têm a, quiçá, mais poderosa delas entre as pernas. Arma que ensejou o surgimento da mais antiga das profissões: a Prostituição. Da dura e perigo•

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sa profissão em que as mulheres se expõem à tara e à insânia de homens que lhes são, na maioria das vezes, totalmente desconhecidos; homens que no auge do gozo podem enlouquecer, tornando-se violentos e até mesmo assassinos. Não... Em minha sofrível opinião, a recompensa não compensa o risco que elas correm.

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