© 2010 Superintendência de Educação Cristã da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Curitiba Av. Cândido de Abreu, 367 – Centro Cívico CEP 80530-000 – Curitiba – Paraná
Presidente da Assembléia de Deus em Curitiba Pastor José Pimentel de Carvalho Vice-Presidente da Assembléia de Deus em Curitiba Pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby Superintendente de Educação Cristã Pastor Carlos Eduardo Neres Lourenço Secretário de Educação Cristã João Tadeu Costa Coordenadora da EBI em Curitiba Mirian Dorneles Projeto Gráfico, Diagramação, Capa Edson Silva Revisão E. Henrique Pesch Impressão e Acabamento Layer Graf Ltda
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SUMÁRIO Organograma...............................................................................................................................04 Equipe de Apoio............................................................................................................................05 Palavra do Pastor Presidente...................................................................................................07 Palavra do Superintendente de Educação Cristã................................................................09 Palavra da Coordenadora da EBI..............................................................................................11
PALESTRANTES Professora Selma Alves............................................................................................................13 A Importância da Chamada
Professora Regina Medrado....................................................................................................25
Não os Impeçais
Professora Luciléia Godoi.......................................................................................................29
Adultização Infantil
Professora Ineide Nobre.........................................................................................................33
Criando, Reciclando e Educando
Professora Helkia Gomes ........................................................................................................37
A Arte de Contar Histórias
Programação........................................................................................41
Pesquisa de Reação do 11º Encontro de Líderes..................................................................43
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ORGANOGRAMA
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EQUIPE de APOIO Bianca Cesar Cardoso Claudia Pires Cleide Scholz Elizamar Paes Gleice Scholz Edelize Gevasone Elcio Scholz Jane Nunes Janete Cruz Maria Wálter Paulo Paes Romilda Nascimento Rozelita Marina Silvaninha Sandoval Siméia Brasileiro
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PALAVRA DO PASTOR PRESIDENTE
A igreja de Curitiba é privilegiada por poder realizar este 11º Encontro de Líderes Infantis. Parabenizamos aos organizadores e desejamos que cada um dos participantes seja abençoado com as disciplinas que lhes serão ministradas. Deixamos ainda nossa palavra de estímulo às irmãs e irmãos que se dedicam ao trabalho de ensinar as crianças os fundamentos da Palavra do Senhor Jesus. É um esforço de ensino que somente se realiza com muita dedicação e amor, e reconhecemos que os amados se doam a este trabalho realizando cada dia o seu melhor. É privilégio e responsabilidade de cada um de nós, conduzirmos nossas crianças ao pleno conhecimento de Cristo Jesus e sua palavra. Dedicando-nos a isto estamos com certeza cumprindo o desejo do coração do Senhor que afirma que dos tais é o Reino dos céus. Nosso desejo e oração ao Senhor é que Ele abençoe este evento, seus participantes, os ministrantes, os organizadores e cada pessoa que de alguma forma doa-se a esta realização. Agradecemos ao Senhor Jesus por vossas vidas e por suas bênçãos multiplicadas em vossas famílias, sonhos e ministério. Estejam plenamente certos de que vosso esforço não é e jamais será vão, no Senhor. Dediquem-se ao máximo, esforcem-se o quanto possível, absorvam todo o conhecimento que lhes for ministrado, e que cada palavra proferida neste evento possa transformar-se em ricos tesouros ministrados diretamente ao coração de nossas crianças.
Pr. José Pimentel de Carvalho Presidente da IEADC
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Palavra do Superintendente de Educação Cristã Somos privilegiados por Deus em podermos nos dedicar a esta árdua,
mas gratificante missão de trabalharmos na área do ensino cristão em nossa igreja de Curitiba. Somos também privilegiados por podermos contar com uma equipe de homens e mulheres, capacitados, dedicados, amantes do ensino e, sobretudo, humildes o bastante para reconhecerem que sempre é possível fazer melhor. São 11 eventos realizados e cada um dos irmãos e irmãs dedicados ao ensino infantil segue inconformado com os conhecimentos já auferidos e sempre incansáveis na busca de melhor exercerem seu ministério. Cada evento que se realiza é uma oportunidade de aprendizado e uma confirmação de que sempre temos algo a aprendermos e melhorarmos até que cheguemos ao pleno conhecimento de Cristo Jesus, à estatura de varões perfeitos como afirmado nas palavras paulinas. Aproveitemos estas oportunidades, e tenhamos a certeza de que sempre faremos melhor o exercício do ministério que o Senhor nos confiou. Nossas crianças cada dia se deparam com realidades mais violentas e espiritualmente destrutivas neste mundo cujos valores são relativizados. A cada ensinador cristão, cumpre a responsabilidade de prepará-las para superar estas ofertas mundanas e manterem seus corações depositados aos pés de Cristo. Educação Cristã é atividade séria, indispensável, responsável, e para pessoas apaixonadas pelo Evangelho de Cristo. Educação Cristã infantil é atividade para heróis que querem encher os céus de pessoas salvas. É atividade para corajosos, para estudiosos, para dedicados, para pessoas que amam crianças e as querem na vida eterna. Conscientizemo-nos cada dia da responsabilidade que temos, e também honremos este privilégio que temos em sermos escolhidos e capacitados por Deus para fazermos sua obra. Não percamos uma só oportunidade de crescermos e melhorarmos nosso trabalho cristão. Cresçamos em conhecimento e graça, nos fortaleçamos na obra de Cristo. Revistamos-nos de todas as armas possíveis para lutarmos ainda mais e melhor para Cristo. Que este seminário não seja somente mais um evento, mas que seja a grande oportunidade para nos transformarmos e transformarmos nosso ministério para melhor. Agradeço a cada um dos envolvidos neste trabalho. Agradeço a coordenadora Mirian Dorneles, a todos de sua equipe de trabalho, a cada professor e professora, e a cada participante. Agradeço ainda nosso incansável secretário Tadeu Costa, nosso sempre pronto design gráfico Edson Silva e cada um de nossos colaboradores. Somente Cristo pode recompensá-los com justiça por todo vosso esforço.
Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço
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Palavra da Coordenadora Geral da EBI
É c om gr a nde a le gr ia que r e c e be mos a sua p r e sença em nosso 11º Enc ontr o de Líde r e s I nf a ntis. D e sejam os que dur a nte e ste s dia s, a tr a vé s de ste se leto grupo de pr of e ssor e s, possa mos se r e dif ic a dos a tr a v é s da palavr a do nosso De us. O nosso m aior desejo é que a o té r mino de ste Enc ontr o, sa ia mos d a q u i c om mais responsabilid a de , de dic a ç ã o e a mor à obr a que Ele te m n o s c o n f i a do. Q ue possamos ref le tir sobr e o tr a ba lho que e sta mos r e a liz a n d o n a c asa do S enhor, sobre o que te mos e nsina do e ta mbé m o que te mo s a p r e n dido e após estes dias, e ste ja mos ma is a ptos a luta r mos c ontr a o i n i m i g o de nossas almas, re sga ta ndo ma is c r ia nç a s pa r a o r e ino do nos s o D e u s. Q ue o P ai, o Filho e o Espír ito Sa nto, nos e nsine e nos dê disc e rn im e n t o sobre o melhor traba lho a se r r e a liz a do.
Mirian Dorneles
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A Importância da Chamada Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor. Isaías 31.1 Pois o Egito são homens e não deuses; os seus cavalos, carne e não espírito. Isaías 31.3
ProfaSelma Alves I – A ORGANIZAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS INFANTIS SECULARES OU CRISTÃOS Ao falarmos em Departamento Infantil tanto secular como cristão, é necessário enumerar alguns elementos que compõem todo esse conjunto, em específico, os departamentos dentro de nossas igrejas: Recursos Humanos, Perfil do Aluno, Recursos Materiais, Organização dos conteúdo, Distribuição das horas, Caracterização do curso/ensino, Princípios e Outros. II - PENSANDO EXCLUSIVAMENTE NOS DEPARTAMENTOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE NOSSAS IGREJAS 01) Recursos humanos: a. Quem são os professores e líderes da Educação Infantil em nossas igrejas? b. Quem ocupa as demais funções pedagógicas? c. Quem atua na secretaria e tesouraria? d. Como os professores e demais líderes se capacitam para manejar bem os conteúdos? (Capacitação funcional) 02) Perfil do aluno: a. Quem são nossos alunos? Quem são aqueles que nos ouvem e esperam aprender de nós? b. O que se espera dos alunos que estão todos os dias aprendendo conosco? 03) Recursos Materiais: a. Que espaços são utilizados para as aulas ou cultos de ensino? b. Que livros em sua maioria compõem a biblioteca de nossas igrejas? c. De que recursos tecnológicos dispomos? d. Qual é o material usado ou o embasamento teórico para tudo que se ensina em nossas igrejas?
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Professora Selma Alves
ANOTAÇÕES
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04) Organização dos conteúdos e distribuição do programa de ensino: a. Como estão organizados os conteúdos? b. Quais são os principiais objetivos? 05) Princípios: a. Quais são os princípios que norteiam nosso ensino? 06) Caracterização do ensino/trabalho: a. Como se caracteriza o trabalho que realizamos com as crianças?
Com base nas perguntas e respostas anteriores, tentemos responder o item 07: 07) Diferencial: a. O que há de peculiar nos Departamentos Infantis de Educação Cristã dentro das Igrejas? Ela é espiritual, por isso precisa, depende do Espírito Santo para que seja eficaz na vida das crianças, e também dos professores. Todos que atuam nos departamentos infantis devem ter uma convicção de que foram escolhidos para essa função, não pelo dirigente da igreja, mas primeiramente, pelo Senhor Jesus. São pessoas salvas por Jesus, chamadas para um trabalho específico, e que receberam no mínimo um Dom Espiritual para fazer com que a Igreja do Senhor cresça. Não podemos funcionar como departamentos frutíferos no Espírito Santo e na Palavra de nosso Deus, se como membros do Corpo de Cristo não nos exercitarmos nos dons do Espírito e nos ministérios que Ele nos encarregou. Somos todos nós, cada um em seu departamento, em sua função, uma unidade em Jesus Cristo para proclamar o Seu evangelho. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. I Coríntios 2: 12 e 13. Todo líder de Criança precisa de planejamento, de organização para administrar com mais destreza os departamentos infantis sob sua coordenação, e obter um resultado de qualidade. Porém para que toda essa organização tenha um resultado não somente eficiente, mas também eficaz, temos que reconhecer que temos uma chamada e por isso devemos priorizar o Espírito Santo em tudo o que estivermos realizando junto com as crianças.
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Roy b. Zuck em seu artigo sobre O Papel do Espírito Santo no Ensino Cristão afirma “Negligenciar o Espírito Santo no ensino é desprezar um dos aspectos mais importantes da educação cristã”. III – OS LÍDERES NEGLIGENTES E OS NEGLIGENCIADORES Quando reconhecemos que temos uma chamada, não podemos ser Negligentes nem Negligenciadores naquilo que estamos realizando. Os Líderes negligenciadores: são os que negligenciam o Espírito Santo. Estes elevam os métodos humanos acima da criatividade de Deus. Para estes, bastam apenas métodos e criatividade para fazer um trabalho de caráter infantil. Não percebem que somente o Espírito Santo está relacionado na grande obra de redenção e só Ele pode cumprir as metas espirituais da nossa chamada. Geralmente muitos dos negligenciadores são muito empenhados, são organizados, têm objetivos muito bem definidos, conhecem todos programas e projetos educacionais seculares. Porém são tão auto-suficientes que se esquecem de que precisam, além da capacitação profissional, de uma capacitação espiritual. Negligenciam a fonte de onde emana todo o poder espiritual do crente. Esquecem que se ministrarmos dependendo sempre do Espírito Santo, haverá organização, criatividade , sabedoria e acima de tudo, poder. Os Lideres negligentes são como o significado da própria palavra: relaxados, descuidados, despreocupados. Os negligentes pregam a teoria de que a educação é inimiga da espiritualidade; para eles estudar, ler, organizar, planejar ou se preparar com afinco, são atitudes que entram em conflito com o Espírito Santo. Por isso, deixam tudo para que o Espírito Santo cumpra e realize. Justificam seu despreparo com a famosa frase “Vou deixar que o Espírito Santo faça por mim”. E acabam não se esforçando, não fazendo nada. Quando a situação fica difícil, recorrem ao emocionalismo, e o resultado é quase sempre zero. Muitos dos negligentes abandonam o barco antes de chegar ao porto, entregam o cargo ao dirigente da igreja e dizem: essas crianças não querem nada com Deus. Mas continuam afirmando que tem uma chamada, mas que o tempo acabou, e precisam desenvolver outro ministério, ou atuar em outro departamento. Os negligentes estão sempre despreparados, sempre têm desculpas para tudo, são preguiçosos para a leitura bíblica, ignoram o mínimo de conhecimento que seus alunos têm, culpam as próprias crianças pelo fracasso de sua liderança. Não têm coragem de enfrentar os desafios. Outros, mais despreocupados, jogam a culpa para as famílias, e dizem “Lavo as mãos do que pode vir acontecer”. Resultado: Perdem-se almas. Impedem que os pequeninos se aproximem de Jesus. Os negligentes esquecem que todos devemos prestar conta de nosso trabalho perante Deus e que deve haver fidelidade na forma como executamos nosso trabalho para Deus.
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Professora Selma Alves “Quem é negligente, já é irmão do desperdiçador”. Provérbios 18.9 Maldito aquele que fizer a obra do Senhor despreocupadamente. Jeremias 48.10
IV – EVITANDO OS EXTREMISMOS Então qual é a medida para evitarmos esses dois problemas? Ensinar a Bíblia, num contexto cristão cujos princípios são as verdades divinas, é um processo divino e humano. É divino porque seus conteúdos são divinos, espirituais; é humano porque somos nós que devemos propagar essas verdades espirituais a outros humanos. Dessa forma, devemos confiar plenamente na atuação do Espírito Santo enquanto nos preparamos, ensinamos e transmitimos as verdades sagradas. Mas também é nosso dever fazer com cuidado e dedicação aquilo que a nós foi confiado. “Maldito aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente”. Entendemos assim, que depender do Espírito Santo no ensino, não significa deixar tudo por conta do Espírito Santo e nos descuidarmos dos processos pedagógicos, mas diariamente pedir que Ele nos capacite, que Ele nos conceda sabedoria, que antes de ensinarmos a alguém, que Ele nos ensine, que Ele nos guie em toda verdade. É dessa capacitação que precisamos ao aplicarmos nossas técnicas e métodos. Se estivermos afinados com o Espírito Santo certamente buscaremos os melhores recursos para o ensino e aprendizagem de nossos alunos. Se formos negligentes estamos negando a possibilidade do Senhor nos usar em suas mãos. Se temos uma chamada interna do Espírito Santo, devemos nos consagrar e também nos dedicarmos a fim de desenvolvermos o crescimento daqueles que estão sob nossos cuidados: as crianças. “O crescimento do Reino e a expansão da igreja são obras de Deus efetuadas por meio do poder do Espírito Santo. Deus utiliza pessoas comuns e sobre elas derrama o seu Espírito, e elas realizam coisas maravilhosas.” Dood, Brian. CUMPRINDO O SEU CHAMADO Você não pode escolher sua própria chamada. Você deve ser chamado por Cristo. Você não escolhe os dons que quer ter, é o Espírito Santo quem distribui conforme lhe convém. I – OS DONS ESPIRITUAIS E O TRABALHO DOS LÍDERES DE DEPARTAMENTO INFANTIL Não há como falar da importância da chamada para o trabalho infantil no contexto bíblico sem mencionar os dons espirituais com os quais o Senhor Nosso Deus nos presenteou gratuitamente objetivando um “fim proveitoso”. O processo para desenvolver essa prática é mais simples do que imaginamos: é
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encontrar os dons que o Senhor nos deu, reconhecê-los e usá-los adequadamente para o crescimento da igreja; pois todo ministério e toda a liderança cujo propósito seja o crescimento da Igreja de Deus, devem ser dependentes dos dons e do fortalecimento do Espírito. Este é o segredo se queremos ter sucesso na liderança com nossas crianças: Depender do Espírito Santo. Pois, todos os esforços que fizermos, todas as técnicas, metodologias e psicologias que aplicarmos, resultarão em nada, se não contarmos com o poder de Deus. Nenhum líder de departamento infantil, seja de Escola Dominical, de Culto Infantil, de Departamento de Coreografia, de Regência de Coral ou outro departamento, por mais que disponha de todo o seu tempo para esses trabalhos, pode cumprir os propósitos de Deus quanto ao seu chamado sem os dons espirituais. 01) O que são os dons espirituais? O dom espiritual é um atributo especial, um presente dado pelo Espírito Santo a cada membro do Corpo de Cristo, de acordo com a graça divina. Os dons espirituais são uma das muitas formas da manifestação do Espírito. São os meios pelos quais o Espírito Santo revela o poder e a sabedoria de Deus em instrumentos humanos que os recebem e bem os usam. 02) A que e a quem ele se destina? Ao crescimento da igreja, para o benefício de outros que ainda não se tornaram membros do Corpo de Cristo, e à vida espiritual/particular do cristão. 03) Descobrindo os Dons Espirituais para compreender a minha vocação. Mas, afinal, tenho ou não dom espiritual para esse trabalho que desempenho com a liderança infantil? Embora muitos já tenham a convicção de sua chamada para esse trabalho, outros, mesmo que desempenham com destreza muitas atividades relacionadas às crianças, ainda estão se perguntando se era esse mesmo o trabalho que você devia fazer para Deus. Alguns olham para si mesmos e não se vêem merecedores da função que desenvolvem. Outros, mesmo estando à frente de um grande trabalho de muitas responsabilidades, acham que não estão capacitados o suficiente, sentem-se inferiorizados. Isso pode acontecer porque muitos desconhecem seus próprios dons dados pelo Espírito Santo, não estão esclarecidos quanto a eles. Por isso, é preciso deixarmos de ser ignorantes quanto aos dons espirituais. A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
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E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro (pelo mesmo Espírito, ) a operação de maravilhas; e a outro (pelo mesmo Espírito, ) a profecia; e a outro (pelo mesmo Espírito, )o dom de discernir os espíritos; e a outro (pelo mesmo Espírito, )a variedade de línguas; e a outro (pelo mesmo Espírito) a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. I Coríntios 12: 1, 4-12 Apesar da grande variedade de dons, todos eles vêm de uma só fonte — o Espírito Santo. De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo. I Coríntios 1:7 Para descobrir seus dons: • Leia a Bíblia e paute seu estudo em referências bibliográficas que tratam sobre os dons. • Ore para ter discernimento do dom que tens. • Experimente-os. • Examine seus sentimentos. Chamado não é só para um momento, é para toda vida. • Avalie sua eficácia: O que você faz está dando resultado produtivo ou é um fracasso. • Espere confirmação: A sua igreja reconhecerá e o Espírito Santo confirmará. 04) Como auxiliar de departamento infantil, na mais ínfima função que desempenho, tenho também um dom espiritual? Se aceitou Jesus Cristo como seu salvador, tens, no mínimo, um dom. A Bíblia assegura que todo crente recebeu algum dom. Cada líder ou auxiliar de departamento infantil, na função que desempenha, tem pelo menos um dom espiritual. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu. I Pedro 4:10b A manifestação do espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso. I Coríntios 12:7. Mas também é preciso crer nos dons espirituais, em seguida descobrir quais são os seus dons espirituais. É como uma caixinha de presente, é necessário tirar o papel e o laço que o envolve e descobrir com o que fomos presenteados e a que ele se destina.
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05) Reconhecer o valor dos dons. Se o ouvido disser: Porque não olho, não sou corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo,como lhe aprouve. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. I Coríntios 12:16-20. Quando o cristão, em qualquer função que ocupa dentro da igreja, reconhece o dom que Deus lhe deu, entende o valor desse dom para o crescimento da igreja. Consequentemente esse líder cristão passa a desenvolver uma auto-estima. Ele sabe que mesmo sendo apenas “olho” ele é corpo também. Passa a entender que se ele desempenhar bem o dom que foi dado a ele, o corpo também funcionará melhor. Ao reconhecer seus dons, Deus passa a ser glorificado, pois por este motivo os crentes receberam os dons espirituais. Todos os dons têm sua importância. 06) Mas existe um dom específico para liderar crianças ou o líder de criança deverá ter quase todos os dons? Cada líder em seu departamento deverá descobrir e reconhecer qual é o dom que Deus lhe deu nesta função que desempenha dentro da igreja. Mas também observar os que estão a sua volta, conhecer os dons que se manifestam em seus companheiros e agregá-los ao trabalho que deve ser feito. Conheça, na Bíblia, o que Deus diz sobre os dons: Romanos 12, I Coríntios 12 e Efésios 4. Você poderá também ler em Atos, Lucas, Hebreus, I Timóteo, livros e cartas nos quais continuam as menções aos dons dados à igreja. Já aqueles que dizem que os dons são tão sobrenaturais, correm o perigo de nunca terem coragem de exercer os dons com os quais Deus o presenteou. 07) Usar os dons Saber quais são seus dons não é o principal, mas como exercê-los é fundamental para a edificação da igreja. E só assim o líder de crianças poderá cumprir a chamada que sente dentro de si. Todos os recursos que Deus nos concede devem ser usados. Cada dom que recebemos é um presente, e Ele deseja que nós usemos esse presente, e aprendamos o seu melhor uso. • Identificou os seus dons? • Reconheceu o valor que eles têm para o crescimento da igreja e para o departamento em que você atua? • Procure meios de usá-los em seu trabalho com as crianças. • Inicie seu ministério. Confirme a sua chamada. Continue o trabalho que vem fazendo para Deus.
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08) Mas então o que são os dons naturais que tenho? Não são espirituais? Os dons ou talentos naturais podem ser herdados geneticamente de nossos pais, pessoas humanas. Podemos desenvolvê-los ou não. Ao contrário, os dons espirituais ganhamos quando nascemos para Cristo, quando iniciamos nossa vida espiritual. Os dons naturais e seu uso dependem do próprio indivíduo, mas os dons espirituais são para o benefício da Igreja, do Corpo de Cristo. As habilidades são adquiridas e desenvolvidas, podemos uni-las aos dons naturais e através de nosso esforço, estudo, experiência, dedicação e persistência realizarmos pesquisas, descobertas científicas. Exemplo: um médico, através da ciência, desenvolve a habilidade para curar, e quanto mais eficiente e cuidadoso for em seu trabalho, mais pessoas ele ajudará, porém isso não é o dom espiritual da cura. E ainda aqueles que usam suas habilidades para fazer o mal. Qualquer líder, crente ou não, pode ter dons naturais, como cantar bem, ensinar, administrar com estratégia, tocar um instrumento musical, falar com desenvoltura, desenvolver habilidades extraordinárias, mas são sempre habilidades naturais, dependem do esforço do próprio indivíduo para desenvolvê-las. Já, os dons espirituais dependem somente da obra do Espírito Santo. Os dons e talentos naturais são para o benefício do indivíduo, e se a sociedade apostar neste indivíduo poderá também se beneficiar de seus feitos, e o nome dessa pessoa é que terá destaque. Já os dons espirituais testificam das qualidades não de quem os recebe, mas de quem os deu. Por mais que uma mente brilhante ache soluções para salvar o planeta do aquecimento global, ou uma fórmula de um biocombustível que nunca se esgotará, sempre serão talentos naturais, e estes nunca poderão transformar o mundo. 09) Mas o que fazer com os dons naturais que tenho e as habilidades que conquistei com estudo, experiência? Tudo o que você traz em sua bagagem genética e aquilo conquistou com seus próprios esforços podem ser canalizados para o Reino de Deus. O Senhor poderá transformar toda essa habilidade em dom espiritual, te presenteará com algo dos céus, e você certamente verá a diferença entre usar o dom naturalmente e usar esse mesmo dom com a manifestação do Espírito. Basta que, mesmo em sua competência, você confie em Deus, coloque sua vida e seus talentos para que ele te use da forma como ele quiser. Sua vida será útil não a si mesmo, mas a outros que serão alcançados através dos seus dons.
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10) Com qual ou quais dons o Senhor te presenteou?
*Habilidade: Leia-se Habilidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo. Profecia *Habilidade para receber e comunicar mensagem da parte de Deus. Pastor *Habilidade para promover o bem espiritual de um grupo de crentes. Ensino *Habilidade para transmitir informações para que os membros aprendam. *Habilidade para receber conhecimento em profundidade e aplicá-los ao Sabedoria Corpo de Cristo. *Habilidade para descobrir, acumular, analisar e esclarecer informações, Conhecimento idéias, as quais são necessárias para o crescimento Corpo de Cristo. Exortação *Habilidade para ministrar palavras de ajuda, consolo, ânimo aos membros. Discernimento *Habilidade para julgar com segurança a procedência de determinadas de Espíritos manifestações ou comportamento. *Habilidade para repartir com liberalidade seus próprios recursos materiais Contribuição com a obra do Senhor. *Habilidade para investir seus próprios talentos na vida e ministério de Socorro outros. *Habilidade de ter genuína compaixão e simpatia pelas pessoas sejam elas Misericórdia cristãs ou não. Missionário *Habilidade para ministrar e servir em outras culturas ou grupos sociais. Evangelização *Habilidade para compartilhar o Evangelho com os não-crentes. *Habilidade para manter as portas de suas casas abertas para receber os Hospitalidade que necessitam de alimento e hospedagem. *Habilidade para discernir com confiança a vontade e o propósito de Deus Fé sobre o futuro de Sua Obra. *Habilidade para estabelecer metas de acordo com os propósitos de Deus, Liderança levando outros a trabalharem pelos mesmos objetivos. *Habilidade para compreender, traçar e executar metas a longo e curto Administração prazo. Milagres *Habilidade para servir como intermediários humanos do poder divino. *Habilidade para servir como intermediários humanos do poder divino para Cura curar enfermidade e restaurar a saúde. Línguas *Habilidade para falar a Deus em linguagem que nunca antes aprendeu. Interpretação de *Habilidade para fazer conhecida em idioma comum a todos, a mensagem Línguas daquele que fala em línguas. *Habilidade para permanecer sem casar, e apesar disso, não sofrer tentações Celibato sexuais. *Habilidade para orar regularmente por períodos longos , ou orações Intercessão específicas. Martírio *Habilidade para suportar sofrimento pela fé, até mesmo a morte. *Habilidade para reconhecer as necessidades e as tarefas da obra de Deus Serviço e se dispor a fazer. Outros ... Fonte: Romanos 8; Romanos 12; I Coríntios 7; I Coríntios 12; I Coríntios 13; Efésios 3; Efésios 4; I Pedro 4 Dom
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O importante não é como são classificados os dons ou como os relacionamos. O importante é que você use os que Deus lhe deu para o funcionamento de Seu Corpo. 11) Descobri quais são meus dons. Qual deve ser o meu papel como líder cristão em relação aos dons que não tenho? Função ou papel não é dom. Papel/função é o que se espera de cada um nós cristãos, líderes ou não. Você pode não ter o dom da fé para remover montanhas, mas precisa ter fé para a salvação e para o viver diário, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6). Você pode não ter o dom da hospitalidade, mas o seu papel como cristão e como líder é sentir-se honrado ao receber outros irmãos em seu lar. Você pode não ter o dom da intercessão, mas a oração é responsabilidade de todo cristão. E devemos sempre interceder pelos demais. Dedique tempo à oração e edifique as crianças na oração. Você pode não ter o dom de evangelista, mas deve testemunhar com a sua vida. Atos 1:8 Você pode não ter o dom da contribuição, mas deve ofertar com bom ânimo ao Senhor. I Coríntios 9:7 Você pode não ter o dom do discernimento de espíritos, mas precisa ser capaz de distinguir entre o bem e o mal, provar se os espíritos procedem de Deus. E como líderes devemos também desempenhar o papel de conduzir nossas crianças a descobrirem seus dons, desenvolvê-los e exercê-los. Para isso fomos chamados. Ofereça a oportunidade para que as crianças ouçam o Espírito e compartilhe impressões de Deus sobre seus corações. Ensine as crianças a ouvirem a voz Deus, e não a sua voz gritando para que eles se calem. Ore pelas crianças enfermas e leve as demais a orarem também pela cura. Elas aprenderão desde cedo a confiar no poder da oração. Teremos futuramente menos jovens depressivos, duvidosos e sem esperança. As crianças só orarão se os líderes orarem também.
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Deus conta com você, líder de departamento infantil, para fazer crescer o corpo de Cristo, para edificar espiritualmente as crianças de nossas igrejas. Sem a liderança de trabalhos infantis a igreja não cumpre seus propósitos eficazmente, pois o evangelho deve ser anunciado a toda criatura, seja ela anciã ou uma simples criança. Foi Jesus quem disse “Deixai vir a mim as criancinhas por que delas é o reino de Deus”. As crianças fazem parte do propósito de Deus. E você tem uma chamada para fazer crescer na graça e no conhecimento cada uma delas. Aprenda a ser quem você é nos dons que recebeu do Senhor. Nunca mova fora dessa unção, mas sempre trabalhe em parceria com outros ministérios que complementam a sua chamada.
Bibliografia BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL Rio de Janeiro: CPAD, 2007. DOOD. Brian J. Liderança de Poder na Igreja – o ministério no Espírito segundo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. HORTON Stanley . Teologia Sistemática – uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. MIRANDA Juan Carlos. Manual de Crescimento da Igreja. São Paulo: Edições Vida Nova, 1989. SILVA José Alves da. As virtudes do Fruto do Espírito. Curitiba: Orfeu Editora Ltda, 2006.
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Não os Impeçais Em Marcos 10.13-16 a Bíblia diz que os pais trouxeram a Jesus as crianças. Elas não foram sozinhas, mas foram levadas pelos seus pais para Jesus. Os discípulos acharam que Jesus estava ocupado porque Ele estava numa discussão com os Fariseus sobre o divórcio. Não era o momento certo para atrapalhar o mestre. Mas quando Jesus viu o que os Profa Regina Medrado seus discípulos estavam fazendo, ele saiu da reunião e foi para os seus discípulos e os repreendeu, dizendo: Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus. Ele saiu da reunião para abraçá-las e para abençoá-las e para dizer: Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus. Através de seus gestos e atitudes, Jesus mostrou o carinho e a atenção que ele tinha para com todas as crianças. Se Jesus agiu assim com as crianças do seu tempo, é porque ele queria que as crianças de todos os lugares e de todos os tempos também fossem tratadas com carinho, respeito e atenção. A Educação Cristã é fundamental para orientar as crianças: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22.6). Para que as crianças mantenham firmes os seus passos com Jesus, é preciso aprender a Palavra, vivenciar e testemunhar desde cedo. A convivência com a criança é um ato educativo em todo o tempo, e é maravilhoso, pois ensinamos e aprendemos, abençoamos e somos abençoados. Ensinar a Palavra de Deus é uma via de mão dupla, na qual quanto mais ensinamos, mais fé e conhecimento adquirimos aumentando assim nosso crescimento espiritual. O QUE AS IMPEDE DE CHEGAR AO MESTRE - Criança não guarda rancor de seus irmãos e amigos (exceto quando os adultos as fazem guardar). Elas brigam, mas, logo voltam a brincar juntas. - Criança não tem preconceito (exceto quando os adultos as fazem ter). Crianças de classes sociais e/ou etnias diferentes brincam juntas sem preconceitos. - Criança não rejeita a presença de Jesus nem a mensagem do evangelho (exceto quando os adultos as fazem rejeitar). Rejeitam quando o evangelho lhes é apresentado de forma errada.
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Professora Regina Medrado
COMO AS ACOLHEMOS Jesus recebeu aquelas crianças de coração e braços abertos quando todos, inclusive os discípulos, queriam expulsá-las. - Receber de coração e braços abertos é prova de amor. Jesus protegeu aquelas crianças da estupidez dos adultos que, naquela época, julgavam que as crianças eram adultos em miniatura e por isso eram intolerantes com elas. - Proteger é prova de amor. Jesus impôs as mãos sobre elas e as abençoou. - Abençoar é prova de amor. Jesus mostrou carinho e atenção para com todas as crianças. Ele sempre soube valorizá-las e nunca as deixou de lado. Ao receber, proteger e abençoar aquelas crianças, Jesus demonstra profundo amor por todos os pequeninos. Deus dá o real valor às crianças e quer especialmente que as ensinemos no caminho santo da Sua Palavra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIA SAGRADA. NTLH. SPURGEON. C.H. Pescadores de Crianças. Orientações práticas para falar de Jesus às crianças; Tradução, Hope Gordon Silva. São Paulo: Shedd Publicações, 2004. Apostila do MEI. Amplie Sua Tenda Acolha as Crianças. Jane A. Camargo. 2010. Deixai Vir a Mim as Criancinhas Não as Impeçais: Disponível em http://archote.blogs.sapo. pt/343554.html. GUERRA Alexandra. Infância, o Melhor Tempo de Semear. Belo Horizonte: Betânea. 2006.
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Adultização Infantil Os últimos anos têm sido marcados com uma enxurrada de atrativos oferecidos pela mídia e aceitos em muitos lares do nosso país. Não é motivo de assombro, observarmos nas casas, os brinquedos infantis sendo abandonados por crianças que sem se darem conta, preferem adotar uma postura “mais adulta”, a ter que ficar brincando com “carrinhos” e “bonecas”, e quando o fazem, descartam o primeiro brinquedo assim que percebem que a mídia lançou um modelo mais novo. A sociedade, por sua vez, começa a colocar sobre os pequenos ombros infantis, a Prof Luciléia Godoi responsabilidades financeiras e familiares. O propósito deste seminário é compreendermos o que é adultização infantil. Por que ela está ocorrendo e o que podemos fazer para evitá-la.
A História da infância
Na Idade Média e no início dos tempos modernos, os filhos eram protegidos por seus pais, no seio de uma organização familiar. Mas não havia um sentimento de família que unisse emocionalmente seus membros em núcleos isolados. Anteriormente à sociedade industrial, a duração da infância se limitava à tenra idade em que ela necessitava dos cuidados físicos para a sua sobrevivência. Assim que este desenvolvimento físico fosse assegurado (em torno dos 7 anos de idade) a criança passava a conviver diretamente com os adultos, compartilhando dos jogos e trabalhos em todos os momentos. A aprendizagem de costumes e valores se dava a partir do contato com os adultos: a criança aprendia ajudando aos mais velhos. A família moderna que se estabeleceu na burguesia a partir do século XVII, veio instalar a intimidade, a vida privada, o sentimento de união afetiva entre o casal e entre pais e filhos. A aprendizagem social vai deixando de se realizar através do convívio com os adultos, sendo substituída pela educação escolar. Passou a se admitir que a criança não estava preparada para a vida, cabendo aos pais a responsabilidade pela formação moral e espiritual dos filhos, o que colaborou para o aparecimento de sentimento novos nas relações entre os membros de familiares: o sentimento de família. Assim, a criança que na sociedade medieval convivia com os adultos, é afastada deste convívio. Com isto perdeu a possibilidade de opinar sobre decisões que lhe diziam respeito, foi excluída do processo de produção. Restou à criança a posição de mera consumidora de bens e idéias produzidas exclusivamente pelos adultos. A criança moderna passa a ter a imagem de: inocente e má (desprovida de meios para enfrentar o mundo), imperfeita e perfeita, dependente e independente, herdeira e inovadora. Nas classes média e alta, a criança aparece na modernidade como o reflexo de um adulto. Torna-se o eixo central das propagandas de marketing atingindo o objeto da mídia e fabricantes. Neste caso, não opina, não participa. Suas angústias (na maioria das vezes) não é ouvida, em outras vezes, domina. Nas classes mais baixas, a criança passa a ter obrigações e até mesmo a função de manter a família com trabalhos e responsabilidades, onde na maioria das vezes , não estaria apta a resolver. Diante dessas situações, surge a adultização infantil.
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Professora Luciléia Godoi
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Professora Luciléia Godoi
Os vilões da infância: 1) As mídias, de forma geral; 2) Videogames e filmes. A Adultização Embora a sociedade perceba que algo está errado, continua aceitando a adultização infantil. Por detrás de toda esta avalanche que circunda o espaço infantil, está o objetivo da mídia. A criança tornou-se consumidora em potencial, e as que ainda não são, diante destas circunstâncias, poderão se tornar. Diante do fato de terem um crescimento “apressado” a criança moderna passa a ter angústias, medos, dentre outros sentimentos, os quais não conseguirá lidar. A Adultização dentro da igreja Muitos líderes infantis não estão se dando conta do fato de estarem contribuindo para a adultização infantil em nossas igrejas. As crianças, que antigamente gravavam seus CDs com canções infantis, hoje são réplicas de adultos, muitas vezes de pais frustrados que projetam em seus filhos seus sonhos irrealizados. Em muitas escolas dominicais, existem crianças “ensinando” quando deveriam estar “aprendendo”. O papel dos pais, da igreja e dos professores da Escola Bíblica Dominical Mais do que nunca a criança precisa ser orientada em relação ao que é a infância. Esta infância precisa ser resgatada, vivida, experimentada pelas crianças. Cabe aos pais, aos pastores, aos líderes de EBD lutar contra o consumismo que está ganhando espaço nos lares cristãos. A criança precisa valorizar o que é, e não o que tem. Conclusão Diante do assunto exposto, faz-se necessário uma vigilância maior de nossa parte. Como líderes infantis podemos perceber como andam os sentimentos de nossas crianças, bem como a educação que elas possuem. Não é errado orientarmos os pais e sinalizarmos alguns comportamentos na criança , aqueles que percebamos que podem estar contribuindo para uma adultização infantil. Como líderes, devemos conversar mais com nossas crianças ensinando-as que, acima de todas as coisas, elas precisam aprender o que realmente significa a frase dita pelo Mestre Jesus “Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus”, e que para alcançar isto, não precisa ser consumista, basta, apenas, ser criança.
Referências
MIRANDA. M.G. O processo de socialização na escola: a evolução da condição social da criança. São Paulo. Brasiliense: 1985. http://prmarcostuler.blogspot.com/2010/01/blog-post.html
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Criando, Reciclando e Educando
Jesus, o maior reciclador de seres humanos. Introdução
Profa Ineide Nobre
Criar é uma característica do ser humano. Deus nos deu um grande exemplo de criatividade: a criação da natureza e todas as outras coisas que Ele criou, e isto está bem claro aos nossos olhos.
“Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; Cheia está a terra das tuas riquezas.” Sl 104.24 O professor deve seguir também o exemplo de Jesus: “Percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho do Reino. E vendo as multidões, teve grande compaixão delas.” MT 9.35,36 Devemos criar e utilizar métodos diversos ao preparar nossas aulas para então torná-las mais atrativas aos nossos alunos. A paixão pela arte virou o meu melhor método de ensino, por isso acredito que devemos usar materiais recicláveis para confecção de brinquedos, peças e personagens das histórias bíblicas. Fazendo assim, estaremos enriquecendo a nossa aula e conquistando os pequenos para o Reino de Deus usando uma nova estratégia.
Ocupados em uma grande obra Quando o Senhor nos chama Ele se responsabiliza e nos capacita. Qual a tua ocupação? “Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu?” Jn 1.8 Como um bom professor que tem um compromisso e uma ocupação na seara do Senhor devemos ser: - Dedicados; - Dinâmicos; - Criativos.
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Professora Ineide Nobre
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Professora Ineide Nobre
Como ser dedicado?
Fazendo uma entrega de si mesmo. Um professor dedicado ora por si mesmo e por seus alunos, visita seus alunos, faz planejamento e pesquisas sobre os assuntos a serem ministrados, enfrenta qualquer obstáculo e segue de cabeça erguida. (Quadrinho – coragem de mestre)
Nas figuras em quadrinhos a professora encontrou obstáculos para chegar ao seu destino, mas apesar de tudo o que passou ela chegou lá com o seu manual de ensino nas mãos, demonstrando coragem e competência. Apesar de todos os obstáculos não abandonou e nem desistiu do seu material didático, muito pelo contrário, priorizou nos piores momentos e chegou ao seu destino como se nada tivesse acontecido. Nós também encontramos diversos obstáculos como, por exemplo: invejas, calúnias, perseguições, desânimos e outras coisas mais, porém, nunca devemos nos esquecer ou separar do nosso manual de ensino: A Palavra de Deus. Nela encontramos força, coragem e competência para enfrentar e combater os obstáculos que venham nos impedir de fazer o que o Senhor nos confiou. Como ser criativo? O professor deve ser criterioso ao escolher e utilizar o método que será usado em sua classe. Cada situação específica requer um método apropriado e todas as vantagens e desvantagens deverão ser avaliadas. Existem vários métodos ou técnicas que podem ser usados juntos ao ensino da classe. Por exemplo: dramatizações, perguntas e respostas, painéis, dinâmicas, discussões em grupos e uso de material reciclável na confecção de peças. O professor deve estar sempre inovando. A inovação impede que o ensino se transforme em algo cansativo e repetitivo. O professor precisa de imaginação para agradar e prender a atenção dos alunos de forma construtiva e útil. Unindo o agradável ao útil A paixão pela arte virou meu melhor método de ensino, por isso acredito que devemos usar materiais recicláveis para a confecção de brinquedos, peças e personagens das histórias bíblicas. Fazendo isso estamos enriquecendo nossas aulas e conquistando os pequenos para o Reino de Deus, usando uma nova estratégia. A importância da reciclagem em sala de aula ou na Escola Bíblica Dominical Devemos estar antenados com o planeta e suas necessidades, principalmente com o meio ambiente. Desde 1995 tive a idéia de usar um novo método nas classes de crianças e tenho obtido êxito pois o número de alunos foi sempre aumentando e o interesse pelo aprendizado das histórias bíblicas das nossas lições têm se tornado satisfatório. Desta forma estamos conquistando, a cada domingo, novos alunos os quais têm tido, no mínimo, 80% de aproveitamento de aprendizagem do que ouvem e veem e também levam para casa um brinquedo ou um personagem da história que aprendeu.
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Professora Ineide Nobre
Começam, então, a contar e ensinar a outros que não estiveram presentes no domingo despertando interesse pela Escola Bíblica. Isto é gratificante e prazeroso, muito melhor do que trabalhar sendo remunerado com alto valor, não tem comparação. É imensa a gratidão que sinto de ver um aluno agindo assim pois já tive a oportunidade de ouvir vários testemunhos e relatos dos pais e familiares a respeito do método de aprendizado que estou usando, o quanto têm sido benéfico nos lares e na vida dos que aceitam a Cristo. Como ser dinâmico? Acredito que para sermos professores dinâmicos basta orar e pedir a Deus sabedoria para sermos criativos, pois a criatividade não é um atributo só de artistas e cientistas, em maior ou menos escala, ela é inerente a cada um de nós. Só é necessário pedir e confiar em Deus. “ E se algum de Vós tem falta de sabedoria peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente.” Tg 1.56 Ser dinâmico é não ficar no comodismo repetindo sempre a mesma coisa. É estar sempre inovando para transmitir melhor o ensino aos seus alunos. Misturar idéias, recriar algo já criado é dever do professor dinâmico. Embora nem sempre seja possível mudar o mundo com as suas idéias, vai ser possível mudar a sua maneira de ensinar. Tente e sinta a diferença de ser criativo, útil e colaborador. Tenho certeza que tudo irá mudar. Tenho feito um trabalho diferente e social em Curitiba, Região Metropolitana e outros estados como São Paulo, Pernambuco e Bahia, e isto tem sido prazeroso e fantástico! Tive o intuito de achar que iria ensinar algo diferente, mas fui eu é que aprendi. “Se é ensinar haja dedicação ao ensino” Rm 12.7b
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A Arte de Contar Histórias
Narrar é contar casos, fatos, situações, obedecendo a uma seqüência lógico-temporal.
A narração transmite conhecimento, capta e mantém o interesse, desperta a imaginação e apela fortemente às emoções. Contar histórias e apresentar ilustrações é mostrar a verdade em ação, é sempre colocar ideias em termos concretos. Por isso a narração, como técnica, explica conceitos de difícil definição.
Profa Helkia Gomes
/ PRINCÍPIOS DE NARRAÇÃO
Veja, a seguir, três princípios que levam ao sucesso ao se contar uma história. 1. O maior narrador de história deve estar preparado. Isto inclui a escolha cuidadosa da história, dependendo da ocasião; conhecer bem a história toda. Ele também precisa saber o que quer comunicar com a história. 2. O narrador da história deve ter uma boa apresentação pessoal. Ele deve captar a atenção dos ouvintes a partir do começo da história. Deve manter um perfeito contato visual com seus ouvintes, de modo que cada pessoa sinta que a história está sendo contada diretamente a ela. É importante que o narrador fale alto e claro o suficiente para que todos possam ouvi-lo, sem ter que gritar. O discurso suave e pausado com pequenos períodos de silêncio cria uma atmosfera de expectativa, e ajuda a manter a atenção de todos. O vocabulário deve ser simples de modo que se faça entender pelos ouvintes. A expressão facial é de muita importância. Os movimentos devem ser naturais e com entusiasmo. Isto dá vida à história. Sua voz deve exprimir emoção e sentimento à medida que a história for movendo seus ouvintes. Quando o ato for ligeiro e tenso, as palavras devem ser assim também. Outras vezes ele deve falar devagar e com reflexão. Toda história deve levar a um clímax para a conclusão da história, se necessário. 3. O narrador da história deve orar muito. Ele deve pedir a Deus para guiá-lo na seleção da história apropriada para a ocasião certa. Deve pedir a Deus para abençoá-lo na apresentação da história. É evidente que o bom narrador primeiro pratica a história, contando-a para si. Se ele não ensaia, como a contará bem? Ao contarmos uma história temos por objetivo incentivar o crescimento espiritual na vida de cada aluno. Este deve ser nosso alvo. ELEMENTOS ESSENCIAIS A UMA BOA HISTÓRIA ► COMEÇO: deve ser claro e bastante motivador; ► ENREDO: sucessão dos episódios que constituem a história – deve seguir uma seqüência lógica; ► CLÍMAX: trata-se do ponto culminante da história onde deverá haver a conclusão lógica de tudo que veio antes. É no clímax que se determina a lição que se deseja ministrar.
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Professora Helkia Gomes
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Professora Helkia Gomes
► CONCLUSÃO: fechamento dos episódios. Deverá ser clara de modo que os ouvintes saibam que a história terminou. Clímax
Começo
Conclusão
AO ESCOLHER A HISTÓRIA É IMPORTANTE OBSERVAR:
É fundamental, ao escolher-se uma história, ter em mente um propósito ou objetivo. Uma boa história pode manter o interesse na lição, esclarecer ou reformar um ponto da mesma, ou levar o aluno a tomar uma decisão; deve ser breve, clara e nova para a classe. OBJETIVOS: é importante traçar os objetivos claros. Os objetivos são o ponto de partida para o processo de ensino–aprendizagem. O ENREDO: este deve ser simples e atraente. MENSAGEM: a mensagem da história precisa ser clara, definida e de fácil assimilação. GRUPO (OUVINTES): a história deve ser de interesse para o grupo e para momento. A faixa etária do grupo. Cada faixa etária possui características próprias de assimilação de conceitos. O tamanho da história também é muito importante:
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O QUE NÃO PODE FALTAR NA HISTÓRIA
PLANO DE SALVAÇÃO. OPORTUNIDADE PARA A CRIANÇA ACEITAR A CRISTO. ENSINO PARA A CRIANÇA SALVA. OPORTUNIDADE PARA A CRIANÇA SALVA DAR NOVOS PASSOS NA VIDA CRISTÃ.
COMO PREPARAR A HISTÓRIA ■ Ore pelas crianças, por você como professor, pela preparação da história e pela apresentação da lição. ■ Estude a lição (2 Tm 2.15). ■ Prepare a história, mesmo que já seja conhecida. ■ Leia a passagem bíblica várias vezes. ■ Fixe a mente à seqüência lógica dos eventos. ■ Não decore a história. ■ Conte a história em voz alta a você mesmo, usando suas próprias palavras. ■ Tenha certeza de que tem fixa na mente os nomes dos personagens, a seqüência lógica dos acontecimentos. ■ Jamais leia a história para a criança. ■ Viva a história ao contá-la. ■ Ensaie algumas vezes diante do espelho.
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Professora Helkia Gomes
O bom contador de histórias deve ter experiências com Deus para enriquecer o momento da mensagem. Uma vida de intimidade com Deus trará todos os requisitos necessários para ser um bom narrador da palavra de Deus.
Bibliografia:
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Apostila – Treinamento básico para o Ministério nas Escolas Públicas. MEI 1ª IEQ, 1997. Apostila – O programa de uma aula. Curso ACC, 1997. Apascenta os meus Cordeirinhos APEC – 10ª Edição, 1990. Apostila – Vira Criança, 2000. Convenção Batista Fluminense. Costa, Débora Ferreira da. Evangelização e Discipulado – CPAD, 1ª Edição, 2000.
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PROGRAMAÇÃO DIA 11 (Sexta-feira) • • • • •
18h ás 19h – Entrega de materiais 19h às 19h30 – Abertura e Devocional 19h30 às 20h – Palavra Pastoral 20h às 21h30 – Palestra (Professora Selma Alves) 21h30 às 22h – Considerações Finais
DIA 12 (Sábado) • • • •
08h30 às 09h 09h às 10h30 10h30 às 11h 11h às 12h30
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Devocional Palestra (Professora Regina Medrado) Intervalo/ Confraternização Palestra (Professora Luciléia Godoi)
• 12h30 às 14h – Intervalo de Almoço • 14h às 15h30 - Oficina (Professora Ineide Nobre) • 14h às 15h30 - Oficina (Professora Helkia Gomes) • 15h30 às 16h – Intervalo / Confraternização • 16h às 17h – Dinâmicas / Troca de experiências / premiações / Considerações Finais
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