elitte rural
Sumario
elitte
REVISTA
RURAL
SETEMBRO 2013 . ANO 1 . NÚMERO 1
08
08
36
RAÇA Os filhos dos clones
14
Pinça Fertilize é solução no mercado da Biotecnologia
16
O sucesso do cruzamento das raças Angus e Nelore
20
Cooperfrigo participa de evento na Rússia
21
ShopBoi traz o comércio para a ponta dos dedos
22
TERRA Produção de grãos promete recorde
26
Os detalhes da agricultura sustentável no Brasil
30
Brasil terá recorde histórico de produção de café
20
88
70
32
PONTO DE VISTA Ponderações sobre o Código Florestal
36
GENTE A nova cara da ABCZ: Cau Paranhos
40
Paulo Horto revela o segredo do sucesso da Programa Leilões
45
ACONTECE Tudo sobre os eventos da temporada
54
GIRO O balanço dos principais remates
70
NA MESA A deliciosa carne gourmet
74
Cada carne merece um tipo específico de vinho
80
NOSSAS HISTÓRIAS Causos de personagens do agronegócio
88
ELITTE RURAL VISITA A majestade Sabiá
16
74 22
elitte rural
Editorial
Um novo desafio...
T
emos a honra de apresentar a primeira
ambiente e os lucros. Os criadores com um pé
edição da Revista “Elitte Rural”. Esta ma-
na cozinha e outro no mundo das letras ganham
gazine especializada para o público do
espaço, mostrando suas habilidades por meio de
agronegócio tem como objetivo enfatizar
receitas com carnes nobres e de crônicas com a
as principais transações comerciais envolvendo as
tônica do universo rural. Vamos, a cada edição,
raças zebuínas, seus cruzamentos, leilões e feiras.
apresentar personalidades do segmento num ba-
O projeto editorial contempla também os avan-
te-papo, que vai além da formalidade dos negóci-
ços tecnológicos do segmento, apresentando as
04
os e enfatiza as questões da vida pessoal.
potencialidades do país para atingir o pódio do
A “Elitte Rural” tem, ainda, os indicadores que mar-
ranking mundial em qualidade e produtividade
cam a agricultura nos quatro cantos do nosso Brasil.
de carne. A “Elitte Rural” aponta ainda para a sus-
Esta, sem dúvida, é uma oportunidade para que você
tentabilidade, a vertente para que os pecuaristas
fique por dentro do que há de mais atual no segmento.
diversifiquem seus negócios respeitando o meio
Boa leitura, obrigada pela companhia e bons negócios.
Expediente
elitte rural
elitte
REVISTA
RURAL
www.revistaelitterural.com.br Diretores: Renata Penna Roberto De Nadai revistaelitterural@gmail.com FOTOGRAFIAS: Arquivo ABCZ e Nativa Propaganda, Fábio Fatori, Odair de Oliveira, Rafael Carrieri, Roberto de Mattos, Rosimar, Rubens Ferreira e Zzn Peres EQUIPE EDITORIAL: Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação Ltda. ME Jornalista responsável: Indiara Ferreira MTB MG-6308 Equipe: Eduardo Idaló, Gisele Barcelos, Gustavo Ribeiro, Margareth Dias Ribeiro, Michelle Rosa. DIRETOR JURÍDICO: Bruno Campos Silva DEPARTAMENTO COMERCIAL: Ana Lúcia Magela (34) 9234-1490 Luiz Henrique Beato (34) 9271-3994 revistaelitterural@gmail.com Diretor criativo: Dudu Assis (34) 9640-1345 DESIGNER GRÁFICO: Augusto Sousa (34) 9676-9622
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08
Raca
Os filhos dos clones De olho no melhoramento contínuo da carne nacional, criadores investem alto para produzir filhos de animais clonados
N
a pecuária de elite, pro-
fertilização in vitro para a produção
duzir cópias de grandes
de bezerros dos clones (filhos dos
campeões é algo que
clones). “Nos últimos dois anos, com
gera retornos extraordiná-
o reconhecido registro dos clones
rios. Isso ficou claro em 2007, antes
pela ABCZ, houve aumento na bus-
mesmo do registro oficial fornecido
ca por manter e multiplicar a linhagem
pela Associação Brasileira dos Cri-
genética através das técnicas de clo-
adores de Zebu (ABCZ), quando o
nagem e FIV”, afirma Rodolfo. Ele res-
criador Felipe Picciani, da Fazenda
salta que a expectativa dos criadores
Monte Verde, comercializou metade
é de que as cópias desses animais
de um clone por R$ 1 milhão. A ma-
superiores produzam filhos de quali-
triz, na verdade, era uma das vacas
dade igual ou superior à do clone.
mais valiosas do País: Bilara 7, que
Os índices de sucesso e fracasso
gerou uma linhagem de grandes
na reprodução de filhos de clones,
campeões. “Aquela venda foi um
de acordo com o especialista, são
marco na pecuária”, relembra Piccia-
os mesmos quando comparados aos
ni. Depois disso, embriões de outros
resultados da técnica de FIV feita com
animais famosos, como a vaca Espa-
uma doadora que não foi clonada.
nhola, da Agropecuária Santa Bárba-
“A doadora clone é um animal adulto
ra, foram vendidos a peso de ouro.
normal, viável, e na reprodução não
A partir de 2010, os clones de
é diferente. Temos animais aprovados
animais consagrados, que têm ca-
como a Itália IV, por exemplo, que
racterísticas de hereditariedade ab-
hoje é de propriedade da HRO. É um
solutamente idênticas às da matriz,
animal excepcional. Produziu vários
puderam ter sua própria genética
filhos campeões de pista, foi clonada
comercializada. Segundo o médico
e hoje seu clone também é doadora
veterinário da FertVitro, especialista
no plantel da HRO”, comenta Bilachi.
em reprodução animal, Rodolfo Bila-
No Brasil, a técnica de clonagem
chi Prado, muitos criatórios usam a
está voltada para alguns animais ge09
elitte rural
Raca
neticamente superiores e que fazem parte de um grupo seleto de exemplares de elite. No entanto, já existem estudos de linhagens genéticas direcionados ao rebanho comercial, para que sejam difundidas em larga escala no Brasil. Mas, para pensarmos em clonagem num volume industrial, ainda é necessário viabilizar economicamente o processo. “O que precisamos avançar ainda é na melhora cada vez mais da técnica e, com isso, naturalmente conseguiremos melhorar o custo para obter um clone”, avalia Rodolfo.
10
funciona como um verdadeiro se-
inesperada”, explica Rodolfo.
guro do animal. “Geralmente, somos
Em casos de morte provocada por
chamados em emergências, quan-
raio, perde-se de imediato qualquer
do o animal a ser clonado está do-
possibilidade de aproveitamento do
ente, ou sofreu um acidente, ou até
material genético. Em outros inciden-
já morreu em muitos dos casos. O
tes, como picada de cobra, é possível
problema é que nem sempre é pos-
isolar as células em laboratório num
sível coletar em tempo hábil as célu-
período de 6h a 12h após a morte.
las de um animal mor to de maneira
No entanto, pondera Rodolfo Bilachi, o trabalho realizado às pressas pode
“Apesar do custo alto, vale a pena quando se coloca na ponta do lápis o retorno financeiro
‘‘
Custos da cLonagem Clonar um animal, na realidade, não é uma técnica barata. O investimento para a produção gira em torno de R$ 60.000, garantindo um clone vivo e saudável. “Apesar do custo alto, vale a pena quando se coloca na ponta do lápis o retorno financeiro”, reforça o especialista, destacando que a procura pelo mercado de clonagem de bovinos no País vem aumentando consideravelmente. O preço alto da clonagem é reflexo da baixa eficiência da técnica, que, apesar dos avanços tecnológicos obtidos nos últimos dez anos, ainda não passa de 1%, ou seja, de cada cem embriões clonados, apenas um deles se torna um embrião viável. Uma das preocupações mais atuais no campo de clonagem é com a qualidade das células dos animais que serão submetidos à técnica no laboratório. O melhor a se fazer é investir no congelamento de células somáticas de animais considerados excepcionais. O armazenamento
comprometer a qualidade do material
grandes animais do passado, busca-
genético, inviabilizando a clonagem.
se hoje clonar matrizes ou touros ain-
“Todo criador que pretende, um dia,
da em evidência no mercado de ge-
clonar tal animal deve desde já conge-
nética, mas que, por alguma razão, já
lar e se assegurar de células de boa
não há volumes suficientes de mate-
qualidade. Muitos criadores possuem
rial genético (de sêmen ou embriões)
um banco de células congeladas de
para atender toda essa demanda de
seus melhores animais. A partir do
mercado.
congelamento, você pode armazenar
Especialista em reprodução, Ro-
essas células em nitrogênio líquido e
dolfo Bilachi diz, porém, não ter dú-
decidir quando irá clonar seu animal.
vidas de que, no futuro próximo, a
Não necessariamente deve ser logo
clonagem se tornará ainda mais
após o congelamento das células”.
competitiva no Brasil, fazendo com
As empresas que fornecem o
que seja empregada por um número
serviço de armazenagem de células
maior de criadores e envolvendo até
cobram, em média, R$ 2.000 por ca-
mesmo produtores de gado comerci-
beça, pelo trabalho de coleta, multi-
al. Para que isso ocorra, esperam-se
plicação e congelamento estratégico
cada vez mais avanços na tecnologia
de células. Além desse valor, é pre-
para aumentar a eficiência do pro-
ciso arcar com o custo adicional de
cesso de clonagem. “É preciso de um
manutenção do material nos botijões
esforço repetitivo em busca do aper-
de nitrogênio, em torno de um salário
feiçoamento da técnica”, afirma.
mínimo por animal/ano.
Alguns
analistas
de
mercado
apostam que, nos próximos quatro
Mercado futuro O perfil de animais clonados vem mudando nos últimos anos, embora todos eles ainda pertençam à mesma categoria, de gado de elite. Se antes o alvo predominante eram os
anos, o sucesso das transferências de embriões alcance a marca de 10%. O que talvez poderia fazer com que o valor cobrado pela produção de um clone caísse para algo próximo de R$ 15 mil por animal.
Clones têm registro permitido A bezerra Divisa TN1, do criador Jonas Barcellos, foi o primeiro clone registrado pela ABCZ, a associação dos criadores de raças zebuínas. O registro ocorreu em janeiro de 2010, depois de uma longa briga dos pecuaristas com as autoridades do setor agropecuário no País. Com a “carteira de identidade” fornecida pela ABCZ, o clone, que tem características genéticas absolutamente idênticas às da matriz, pode ter sua própria genética comercializada. Alguns embriões de animais clonados já são vendidos por mais de R$ 100 mil. A sigla TN, colocada após o nome do animal, apenas indica que ele foi produzido pelo processo de transferência nuclear – o nome técnico da clonagem. 11
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Raca
O pulo do gato na pecuária No passado, um animal era abatido com cinco anos de vida. Hoje, graças ao melhoramento genético, segue para os frigoríficos com menos de 24 meses – e com peso muito maior. As grandes doadoras da pecuária nacional, que num ciclo normal teriam uma gravidez por ano, hoje podem produzir mais de 100 prenhezes no período de 12 meses. Isso porque, depois de inseminadas com doses dos melhores touros, elas
Qual a diferença entre um clone e um filhote? O clone é uma cópia genética idêntica ao animal original, equivalente a um gêmeo univitelino, enquanto um filhote combina material genético de dois animais (pai e mãe). Quando dizemos que o clone é idêntico, estamos nos referindo ao DNA desse animal, e não ao fenótipo, que pode sofrer influência do ambiente.
12
passam por aspirações mensais, que podem gerar mais de dez embriões a cada mês – e estes são colocados nas chamadas “barrigas de aluguel”.
Que espécies já foram clonadas?
São vacas com pior qualidade gené-
O primeiro mamífero clonado
tica, mas que se revelam excelentes
foi a ovelha Dolly, em 1996.
mães. E é justamente a genética que
Desde então, foram clonados
explica o fato de o Brasil ter se torna-
vacas, cabras, porcos, camun-
do a maior potência do mundo em
dongos, ratos, cavalos, cães,
proteína animal. Não só tem um re-
gatos e vários outros animais.
banho de 200 milhões de cabeças,
Nenhum ser humano.
como se tornou o maior exportador mundial de carne bovina.
elitte rural
14
Raca
Pinça Fertilize é apresentada pelo Polo de Genética Bovina Além de proporcionar agilidade, o equipamento diminui o contato direto com o frio do botijão de sêmen
O
Brasil
é
referência
quando o assunto é
produtos voltados para a insemina-
mico acumulativo pela redução do
ção artificial na pecuária.
manuseio do botijão de sêmen e
produção de genéti-
A Pinça é uma ferramenta criada
auxiliar na preservação do poder fe-
ca bovina em labo-
especialmente para o manuseio de
cundante das doses estocadas. “Evi-
ratório. O registro do
palhetas de sêmen. O equipamento
tamos o inconveniente de manusear
primeiro nascimento de um animal
possibilita o descongelamento de um
as palhetas com os dedos, o que é
gerado por transferência de embrião
número dez vezes maior de palhetas,
reconhecidamente danoso para os
é de 1970 e, de lá pra cá, a Ciência
simultaneamente. Além de agilizar o
espermatozoides e doloroso para o
não para de evoluir com o objetivo
trabalho, pode evitar o choque tér-
inseminador”, afirma o responsável
de atender o pecuarista do século
pela Fertilize, Ricardo Reuter Ruas.
XXI, que busca qualidade e alta pro-
Ele salienta que a pinça é reco-
dutividade. O Polo de Excelência em
mendada, em especial, para o uso
Genética Bovina, em Uberaba, em
do sêmen sexado (quando há se-
parceria com o Sebrae Minas, incen-
leção do sexo na concepção), ain-
tiva a inovação. Atendendo direta-
da mais sensível ao manuseio e ao
mente 18 empresas do agronegócio,
choque térmico. “É um produto com
faz a ponte entre as instituições de
excelência de serviço e por isso foi
ensino e o mercado.
muito bem recebido pelas empre-
A última novidade apresentada pelo Polo é a Pinça Fertilize – IATF
sas que trabalham com inseminação bovina”, finaliza Ricardo.
(Inseminação Artificial em Tempo
Cada uma é vendida a par-
Fixo), desenvolvida pela empresa
tir de R$70. Mais informações
Fertilize, com instalações em Ube-
sobre
raba, a terra do Zebu. No mercado
(34) 3321-4109 ou direto no site
há 15 anos, é referência no ramo de
fertilizevet.com.br.
a
pinça
pelo
telefone
15
Raca
elitte rural
Cruzamento de Angus e Nelore revoluciona mercado de carne gourmet A expectativa para 2013 é de que a venda de sêmen da raça Angus ultrapasse a barreira de 4 milhões de doses
O
público brasileiro está
um touro da raça de origem escocesa
cada vez mais exigen-
com uma vaca Nelore.
te quando o assun-
“Ao apostar nesse cruzamento, o
to é a qualidade da
produtor consegue um giro mais rá-
carne. Todos querem
pido para o capital investido”, asse-
degustar e servir uma carne macia, su-
gura o proprietário da VPJ Alimentos
culenta e saborosa, mesmo que tenha
e um dos pioneiros na criação da
de pagar mais por isso. Com o aumento
raça Angus no País, Valdomiro Poli-
do poder aquisitivo das classes B e C,
selli Júnior.
este mercado de carnes superiores dis-
Ele diz que as vacas “mestiças”
parou e continua em plena ascensão.
entram em reprodução com a ida-
As perspectivas de produção e con-
de entre 12 e 14 meses, enquanto as
sumo são as melhores, especialmente
100% Nelore só chegariam a esse
para a carne de Angus, que, no Brasil, é
estágio a partir dos 24 meses.
na verdade resultado do cruzamento de
16
Há 20 anos Valdomiro investe em
mente, os bezerros nascem pequenos,
O posicionamento da associação
mas crescem de forma vertical até a
baseia-se no trabalho realizado por
desmama, sendo que a maioria deixa
técnicos e criadores ao longo dos
a teta da mãe com peso por volta dos
últimos anos, com o melhoramento
230 kg para fêmeas e 250 kg para os
genético. “Esse trabalho hoje se tra-
machos”, explica o criador.
duz em animais com índices zootéc-
Ele ainda destaca um grande di-
nicos semelhantes, ou até superiores,
ferencial de lucratividade. “Mais de
a indivíduos de raças de origem eu-
duas arrobas por animal, se compa-
ropeia, por exemplo. Sendo assim, o
rarmos com uma desmama de nelore
aumento de eficiência, produtividade
comercial”. Nelore do Brasil (ACNB), prioritariamente, preconiza o cruzamento de animais Nelore com Nelore Selecionado. “Acreditamos que este seleção genética de Angus. Segundo
cruzamento traz tanta eficiência e
ele, além da precocidade, um dos
produtividade, ou mais, quanto o
grandes benefícios do cruzamento
cruzamento do Nelore com outras
com Nelore está no peso de nasci-
raças”, afirma o gerente executivo
mento e peso na desmama. “Geral-
da ACNB, André Locatelli.
“Ao apostar nesse cruzamento, o produtor consegue um giro mais rápido para o capital investido
‘‘
A Associação dos Criadores de
17
elitte rural
Raca
e rentabilidade pode ser alcançado
“A cada dia que passa, mais e mais
com o cruzamento dentro da própria
produtores se conscientizam de que
raça”, diz Locatelli.
precisam se modernizar e adotar téc-
Para Valdomiro, o cruzamento
nicas inovadoras para continuar no
entre as duas raças, até agora, só
mercado”, salienta o criador.
apresentou vantagens. “O Angus
Economia e incentivos
consegue no cruzamento com vacas zebuínas, já na primeira geração, pro-
Se o boi cruza Angus abatido
duzir animais com 50% de grau de
aos 14 meses, com 16,5 arrobas, já
sangue Angus”, destaca.
considerando o rendimento de 56% a
O peso médio desses animais é
uma arroba de mercado de R$ 90,00,
outro fator de relevância, ficando as
mais a premiação de 10%, recebida
fêmeas na casa das 14,5 arrobas, e
programas de inseminação artificial.
pelo programa de certificação An-
os machos, na casa das 16,5, e com
Em 2012, as vendas alcançaram pata-
gus, o produtor terá faturamento de
quase 100% de aproveitamento da
mares próximos a três milhões de do-
R$ 1.633,50 por animal, o mesmo va-
carcaça em termos de acabamento.
ses comercializadas. De acordo com
lor que receberia por um boi comum,
“A cobertura de gordura com um ex-
Poliselli, a expectativa para 2013 é de
abatido aos 42 meses de idade, com
celente grau de marmoreio entreme-
que seja superada a barreira de qua-
18 arrobas de peso e considerando
ado resulta em muito mais maciez,
tro milhões de doses, ultrapassando,
53% de rendimento; praticamente
que é o grande diferencial dos cortes
assim, até mesmo as vendas da raça
dois anos e dois meses de diferença
nobres”, completa.
Nelore, líder de mercado há mais de
de tempo. Essa conta, segundo Poli-
10 anos.
selli, reflete o diferencial econômico
Mercado
Quanto às perspectivas para o
A melhor maneira de se medir a
cruzamento industrial de Nelore e
participação do Angus, hoje, no mer-
Angus, as possibilidades são as me-
cado da pecuária comercial é a ven-
lhores, visto que hoje somente 7%
da de doses de sêmen da raça para
do rebanho nacional é inseminado.
do cruzamento industrial diante de
“Acreditamos, sim, que não existe pecuária no Brasil sem vacas Nelore. O Angus vem somar e trazer, no cruzamento com essas vacas, a possibilidade de produzirmos uma carne de qualidade comparável às melhores do mundo
‘‘
18
Alimentos paga pela fêmea o preço
os, há limites para o crescimento
O interesse da VPJ Alimentos é
da arroba do boi da região e pode
do Angus em relação ao domínio
pelas fêmeas “mestiças” com pa-
chegar até 10% de bonificação ex-
da raça Nelore no mercado bra-
drão para cer tificação no Programa
tra.
sileiro. Valdomiro Poliselli discorda:
outros modelos de pecuária.
“Acreditamos, sim, que não existe
Carne Angus Cer tificada da Associação Brasileira de Angus (ABA), visto
Ponto de vista
pecuária no Brasil sem vacas Ne-
que 100% da carne VPJ é cer tificada.
Atualmente, o Brasil contabiliza
lore. O Angus vem somar e trazer,
Para isso as fêmeas devem ter pelo
cerca de dois milhões de cabeças
no cruzamento com essas vacas, a
menos 50% de grau de sangue An-
de gado da raça Angus, o equiva-
possibilidade de produzirmos uma
gus, peso de carcaça acima de 14,5
lente a um por cento do plantel bra-
carne de qualidade comparável às
arrobas, seis milímetros de cober-
sileiro, estimado em 200 milhões de
melhores carnes do mundo e que,
tura de gordura, mochas e dentes
cabeças. No entanto, para alguns
hoje em dia, o consumidor procura”,
de leite. Dentro desse padrão, a VPJ
analistas do setor de agronegóci-
analisa.
Cortes Premium Diante do interesse pela carne Angus, Poliselli Júnior planeja aumentar sua aposta em oferecer cortes especiais da raça no varejo - hoje, ele já vende a marca VPJ Angus Prime em empórios e açougues dedicados às classes A e B. Este ano, a aposta em cortes Premium teve como destaque o lançamento da Black Angus. A linha foi apresentada durante a Feicorte 2013, em São Paulo, e tem como objetivo ofertar ao consumidor carnes de alto padrão de qualidade. “É corte para um público de alto padrão e exigente. Uma carne diferenciada, uma reserva especial, para um mercado mais segmentado do que já trabalhamos”, afirma o empresário. Ainda em 2013, ele pretende investir R$ 20 milhões na construção de um segundo frigorífico, para dobrar seus abates para cerca de 1,2 mil cabeças por dia. 19
elitte rural
Raca
Membro da Cooperfrigu representa o Brasil na Rússia
A
Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (Cooper frigu) par ticipou
da
Cúpula
G-20Y, representando o país. Os par ticipantes da Cúpula do G-20Y são executivos de nível C, proprietários das principais empresas do mundo ou indivíduos em posições de liderança com instituições governamentais ou públicas, segundo a lista “Forbes Global 2000”. Nesta edição da 4ª Cúpula do G-20Y, o empresário José João Batista Stival Junior, diretor de Expor tação e Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Cooper frigu, foi convidado para representar o estado do Tocantins e, consequentemente, o Brasil. O objetivo das Cúpulas do G-20Y é a preparação de um conjunto de recomendações por líderes empre-
O objetivo das Cúpulas do G-20Y é a preparação de um conjunto de recomendações por líderes empresariais jovens a serem disseminadas, por todo o mundo
Com base em uma agenda preparada com antecedência, 2.013 participantes e um Conselho Consultivo com cerca de 200 delegados selecionados, representando todos os países do G-20, irão preparar e discutir o final de Cúpula do G-20Y Comunicado 2013. A Cúpula do G-20Y irá agregar
‘‘
valor não só para os esforços dos
seleciona-
chefia com instituições governa-
dos os principais delegados de
mentais ou públicas de se reuni-
A 4ª Cúpula foi realizada em São
um grupo de elite de candidatos
rem em um intercâmbio de ideias
Petersburgo, na Rússia, de 21 a 25
já nomeados por suas empresas
e boas práticas, incentivando re-
agosto apenas duas semanas antes
como os principais executivos jo-
lacionamentos pessoais e profis-
da reunião do G-20 Chefes de Esta-
vens (30-50 anos).
sionais mais for tes.
sariais jovens a serem disseminadas por todo o mundo e compartilhadas, em particular, com o G-20 Chefes de Estado e líderes de organizações internacionais, como o FMI, World Bank, da OCDE, da Comissão Europeia e do Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia.
20
do, na mesma cidade. Anualmente,
são
líderes do G20 em responder aos desafios econômicos e financeiros globais, mas também ser virá como opor tunidade única aos líderes empresariais proeminentes jovens e pessoas em cargos de
ShopBoi é o classificado virtual para a agropecuária
I
nspirado em sites de compra, o
de pessoas realizam suas compras
tantes para comprar. E ainda tem o
ShopBoi pretende revolucionar
pela internet e, de acordo com le-
recurso de comparar preços”, conti-
a comercialização de produtos
vantamento da Câmara Brasileira
nua Adinho.
agropecuários. É um classifica-
de Comércio Eletrônico, o setor re-
do vir tual para a comercialização
gistrou faturamento de R$ 12,47 bi-
de todos os produtos existentes em
lhões no primeiro semestre de 2013
“Hoje em dia, compramos tudo
uma propriedade rural: desde equi-
e deve terminar o ano movimentan-
pela Internet. Então, porque não
pamentos para manutenção da fa-
do mais de R$ 28 bilhões. A principal
comprar e vender bois pela rede?
zenda, passando por implementos
vantagem apontada pelos consumi-
Ao contrário do que muitos pensam,
agrícolas, insumos e máquinas até
dores é a conveniência para achar o
os pecuaristas estão na vanguarda
rebanhos de bovinos de cor te e lei-
que precisa pelo menor preço e com
desse processo. Todos os fazendei-
te, ovinos e equinos até a própria
agilidade.
ros que eu conheço manejam muito
O site shopboi.com.br dispõe de inúmeros produtos para venda.
fazenda. A plataforma foi idealizada
“No ShopBoi, essas facilidades
bem e ficam on-line até mesmo nos
pelos pecuaristas José Paulo Teixei-
também estão presentes, porque o
seus smartphones. Comprar e ven-
ra Filho, dono da Fazenda Paraíso,
produtor pode encontrar no site pro-
der pela internet são comodidades
em Bonito (MS), e José Eduardo
dutos ou ferramentas que, antes, ele
que ninguém pode dispensar na
Prata Car valho Filho, o Adinho, dono
teria que se deslocar até pontos dis-
vida moderna”, completa José Pau-
das fazendas Santa Silvia e a Nova
lo, que, além de produtor rural, é
Esperança, em Por to Mur tinho, tam-
formado em Gestão Ambiental.
bém em Mato Grosso do Sul.
O vendedor interessado em ca-
“Acreditamos que esta ferramen-
dastrar seus produtos deve pagar
ta poderá estimular os negócios en-
uma taxa, que garante o espaço
tre os produtores rurais, porque per-
com foto e descrição da mercado-
mite o anúncio desde um prego até
ria. Os interessados pelas merca-
a fazenda inteira”, diz Adinho, que
dorias expostas devem entrar em
é filho do Ado, fundador da Remate
contato diretamente com o vende-
Leilões e neto de Rubico Car valho.
dor para negociar valores e a for-
No Brasil, mais de 46 milhões
ma de entrega.
21
elitte rural
Terra
Produção de grãos
é melhor alternativa para diversificar atividades
S
afra de grãos deve cres-
cialmente no município de Uberaba:
A cidade também apresenta bom
cer quase 13% este ano,
maior produtor do ranking estadual e
desempenho na cultura de soja.
conforme levantamento da
terceiro maior do Brasil. Ao todo, são
Conforme dados do IBGE, são 82
Companhia
54 mil hectares de área plantada, pro-
mil hectares de área plantada, com
duzindo 448,2 mil toneladas do grão.
produção de 270,6 mil toneladas do
Nacional
de
Abastecimento (Conab), divulgado em setembro. O resultado é puxado
grão, a segunda maior em Minas.
principalmente pelas lavouras de soja
À frente da Secretaria de Agricul-
e milho, que registraram aumento,
tura do município, o especialista em
respectivamente, de 22,7% e 18,1%
Gestão Agroindustrial Danilo Campos
na produção.
analisa que os números da Conab re-
Um dos destaques na produção
fletem o avanço da agricultura em áre-
nacional de grãos é Minas Gerais. O
as antes destinadas exclusivamente à
Estado responde por 10% do milho
pecuária. A estratégia de diversificar a
produzido no País, com safra estima-
produção vem sendo adotada para
da em 7,5 milhões de toneladas este
assegurar a sustentabilidade dos ne-
ano. A maior parte das lavouras está
gócios, pois a criação de gado é uma
na região do Triângulo Mineiro, espe-
das atividades com menor rendimento.
22
da, a integração entre lavoura e pecuária permite a exploração econômica do solo durante todo o ano e aumenta os lucros dos proprietários. “Os ovos não podem ficar todos em uma só cesta. O que garante estabilidade é a interação: uma atividade oferecerá melhor resultado em determinado momento e vai compensar o desempenho menor do outro lado”, observa. A experiência deu certo para o produtor João Ângelo Guidi Júnior. A propriedade, antes focada apenas na pecuária, agora divide espaço com o plantio florestal e com lavouras rotativas de soja, milho, trigo, feijão, batata e a nova produção de cenouras. “Conseguimos viabilizar a fazenda. Antes mal tirávamos o suficiente para pagar funcionários e a manutenção. Hoje, ela se autosustenta e traz recursos para reinvestirmos na estrutura”, comemora. O processo de integração nas terras da família vem sendo de-
“Não se consegue recuperar a pastagem apenas com a pecuária. O plantio integrado dá resultados já no primeiro ano para pagar o investimento na introdução de novas culturas
‘‘
Aplicada de forma bem planeja-
da palha da lavoura de soja e milho, por exemplo, garante alimentação de qualidade para o rebanho, mesmo durante a época da estiagem. Com isso, até mesmo a atividade pecuária avançou na fazenda. A lotação animal era inferior a uma cabeça por hectare. Hoje, a taxa triplicou e a mesma área comporta três
cabeças de gado bem nutrido. “Não se consegue recuperar a pastagem apenas com a pecuária. O sistema de plantio integrado dá resultados já no primeiro ano para pagar o investimento na introdução de novas culturas”, acrescenta. A exemplo de João Guidi, várias atividades podem ser introduzidas paralelamente à pecuária. Em especial, no Triângulo Mineiro, onde o relevo e as características do solo são favoráveis. No entanto, o consultor José Humberto Guimarães destaca que os grãos são muito mais atrativos para os pecuaristas, porque o pagamento é melhor. A região responde, atualmente, por 41% do milho cultivado em Minas Gerais. Ainda assim, o consultor afirma que há espaço para ampliação: “Temos muitas áreas aptas ao plantio de grãos, mas que continuam subutilizadas com pecuária bovina. Precisamos incentivar a inserção da agricultura”. A diversificação produtiva da fa-
senvolvido há três anos.
zenda tem custos referentes à mão
Além da sustentabilidade
de obra e maquinários. O capital apli-
financeira, outro benefício
cado é de R$ 250 a R$ 400 mil para
foi o sucesso na recupera-
uma lavoura de soja com 400 hecta-
ção das pastagens. O uso
res, por exemplo. Desta forma, nem
23
elitte rural
Terra reção do solo degradado. É uma boa oportunidade para quem não tem capital para adaptar a estrutura ou experiência técnica para atuar com outros segmentos”, acrescenta. As possibilidades para ampliar a área plantada reforçam a estimativa da Conab para 2013. A expectativa é incremento de 21 milhões de toneladas na produção de grãos este ano.
sempre o pecuarista tem condições de entrar na empreitada por conta própria e são necessárias parcerias com agricultores para ampliar a usa-
Na safra anterior, 166,20 milhões de toneladas foram registradas, e agora a quantidade produzida deverá atingir 187,09 milhões de toneladas.
bilidade das terras. Neste caso, José Humberto orienta que a alternativa é o arrendamen-
Produtividade em números
to de terras. Dependendo do tipo de
Milho (em grão) - Área colhida
47.800 hectares
contrato, o retorno seria, em média,
Milho (em grão) - Área plantada
47.800 hectares
de R$ 70 mil/ano para uma lavoura
Milho (em grão) - Quantidade produzida 329.250 toneladas
de 400 hectares. O valor pode dimi-
Milho (em grão) - Rendimento médio
11.900 kg por hectare
nuir em áreas degradadas, pois o lo-
Milho (em grão) - Valor da produção
139.602 mil reais
Soja (em grão) - Área colhida
80.000 hectares
Soja (em grão) - Área plantada
80.000 hectares
pamentos e recursos para o cultivo e,
Soja (em grão) - Quantidade produzida
240.000 toneladas
também, a revitalização da área. Ao
Soja (em grão) - Rendimento médio
3.000 kg por hectare
ceder as glebas, o proprietário recebe
Soja (em grão) - Valor da produção
167.280 mil reais
catário teria despesas maiores para preparar o solo. “O lavourista profissional tem equi-
parte dos lucros e, ainda, tem a corFonte: IBGE - Uberaba - 2011
24
25
elitte rural
Terra
Agricultura sustentável plantando de olho no futuro
Apontada como vilã do meio-ambiente, a agricultura se desenvolve a passos largos rumo à sustentabilidade
E
m menos de 50 anos, a popu-
O produtor rural tem se consci-
ca, reduzindo, assim, a necessidade
lação vai crescer de sete para
entizado da importância de adotar
de mecanização, o gasto de energia
10 bilhões de pessoas. Nes-
medidas sustentáveis, uma vez que
e, consequentemente, os custos de
se cenário, surge a frequente
ele próprio se beneficia a médio e
produção.
dúvida: haverá capacidade produti-
longo prazo. Isso acontece porque,
Outras medidas que vêm sendo
va para alimentar e abastecer tanta
adotando medidas, como o Sistema
amplamente executadas são: Agro-
gente? As palavras-chaves capazes
de Plantio Direto, por exemplo, que
energia (fabricação de biocombus-
de responder essa pergunta são: co-
consiste em alternar as culturas plan-
tíveis a partir da produção rural), o
nhecimento, tecnologia e inovação.
tadas e manter o solo com cobertura
tratamento de resíduos animais (que
Orientada por esses três pilares, a
vegetal, sem aração para o plantio, é
são reutilizados como fonte de ener-
agricultura tem dado respostas muito
possível minimizar as perdas de solo
gia, e biofertilizante), recuperação de
positivas a essa preocupação.
e melhorar níveis de matéria orgâni-
pastagens degradas e Sistemas de
26
Produção Sustentável em geral, como
Terra, Nilson Gamba, o Brasil tem con-
agricultura orgânica e a produção in-
seguido fazer agricultura de forma
tegrada, entre outras.
consciente. “Entendo que a agricultu-
Há incontáveis soluções sus-
ra é sustentável a partir do momento
tentáveis possíveis na agricultura, o
em que utilizamos da melhor forma
que nos mostra que não faltam tec-
possível os recursos técnicos disponí-
nologia, conhecimento e inovação
veis, reduzindo assim a necessidade
– e nem sequer incentivos, já que
de explorar novas áreas. Isso é uma
o Governo oferece linhas de crédito
realidade em nosso país, pois o setor
de até um milhão de reais por sa-
tem alcançado níveis de produtivida-
fra para cada produtor, por meio do
de nas principais culturas acima dos
programa denominado Plano ABC
padrões internacionais, enquanto a
(Agricultura de Baixo Carbono). Este
área de cultivo se mantém em torno
programa visa a estimular a adoção
de 7% do território nacional. Faz-se
de medidas sustentáveis pelos pro-
necessário lembrar que 65% da área
dutores, com o intuito de reduzir a
territorial é ocupada por florestas na-
emissão de gases, cumprindo assim
tradicionais de exploração, que de-
os compromissos firmados volunta-
vastavam as áreas florestais.
riamente pelo Brasil em acordos climáticos internacionais.
tivas”, ressalta. Ainda de acordo com Gamba,
Segundo o engenheiro agrônomo
para atingir o potencial máximo de
responsável pela área Negócios e
produtividade das áreas agricultá-
Planejamento Estratégico da Cia da
veis, é preciso informação. “Nesse
Um país de futuro Nosso país possui diferencial incomparável aos demais quanto às responsabilidades ambientais. Além de contar com um território privilegiado, onde apenas 10% correspondem à área urbana, enquanto 30 e 60% correspondem à zona rural e floresta, respectivamente, saímos na frente na adoção de medidas necessárias para continuar desfrutando do meio-ambiente ainda por milhares de anos. O Brasil conta com a maior área de floresta do planeta e, para preservá-la, tem optado pela exploração de florestas cultivadas – e deve triplicar sua área nos próximos 10 anos. Além disso, o país tem se preocupado com o manejo florestal sustentável, modificando os padrões 27
elitte rural
Terra
sentido, a Cia da Terra trabalha de forma a orientar sobre a importância do investimento tecnológico, a fim de reduzir ao máximo o impacto ao meio ambiente. Da mesma forma, o uso racional da água é fundamental para extrair mais valor da área, bem como a recuperação de mananciais e matas ciliares. Visando o melhor aproveitamento da água, a Cia da Terra, em parceria com a Syngenta, desenvolve regionalmente o Projeto Água Viva”.
O Projeto O Projeto Água Viva trabalha
balho beneficiou diretamente 15.982
fazer com que a criança tenha prazer
para identificar nascentes de água,
pessoas, quase 4 milhões de aves
em ser um “agrocidadão”. “O Esco-
orientar os produtores, recuperar es-
e outros animais, além de proteger a
la no Campo é aplicado em escolas
ses mananciais e promover o plantio
vegetação do entorno das nascen-
rurais e, por meio de um programa
de árvores. O trabalho começa com
tes. Com medidas como essa, em
didático, conta com a par ticipação
a limpeza do local até atingir o ponto
4 ou 5 anos se recupera o fluxo de
ativa dos professores, que, por sua
onde a água brota, visando, assim,
água”, ressalta Gamba.
vez, inserem o conteúdo na gra-
a resgatar a qualidade da nascen-
A Cia da Terra também fomenta
de curricular das séries atendidas.
te. Em seguida, é construída uma
outro projeto em parceria com a Syn-
Esse projeto conta com o apoio
mureta de contenção, forrada com
genta. O Escola no Campo tem como
da Fundação Abrinq. Os parceiros
pedras, lona impermeável e terra,
objetivo mostrar à criança a impor-
envolvidos trabalham em conjunto
evitando a contaminação da água,
tância do agronegócio, formando
pela evolução intelectual dessa
para o consumo humano e animal.
uma geração de agricultores consci-
geração em formação, para que
“O projeto já recuperou cerca de
entes da necessidade de preservar
esta tenha interesse e continue no
duas mil nascentes, o que corres-
o meio ambiente e usar a tecnologia
campo, evitando um grave e imi-
ponde a 245.880 metros cúbicos de
para a produção de alimentos mais
nente problema de falta de alimen-
água preservada por dia. Esse tra-
saudáveis. O projeto visa, ainda, a
tos no futuro”, finaliza.
28
elitte rural
Terra
Brasil terá recorde histórico de produção de café Serão colhidas 47,54 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado
E
ste ano, o Brasil irá colher a maior safra de café já produzida no país no período de baixa bienalidade. A informação é da terceira estimativa da produção brasileira do grão para 2013, divulgada pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Por to. De acordo com o levantamento, o Brasil deverá colher 47,54 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado (arábica e robusta). O resultado representa uma redução de 6,46% (3,28 mi de sacas), se comparado aos 50,83 milhões do período anterior, de alta. A maior redução foi obser vada no café arábica, que teve queda de 1,68 mi, seguida pelo robusta, 1,61 mi. De acordo com a Gerência de Avaliação de Safras da Conab, área responsável pelo levantamento, a redução se deve, sobretudo, ao ciclo de baixa bienalidade. Isso ocorreu na maioria das áreas de café arábica. Outro fator que inter feriu na queda foi o regi-
30
me de chuvas bastante irregular, aliado às altas temperaturas na maioria dos estados produtores e geadas no Paraná. Estimada em 36.666,7 mil sacas, a produção de café arábica corresponde a 77,12% do volume de café produzido no país, e tem como maior produtor o estado de Minas Gerais, com 25,87 mi de sacas. Já a produção do robusta, contabilizada em 10.877,3 mil sacas, representa 27,88% do total nacional e tem como maior produtor o Espírito Santo. O estudo indica também outra tendência positiva: nas últimas safras, a diferença entre a alta e baixa bienalidade está reduzindo. “Este fato se deve à maior utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas, às exigências do mercado, à qualidade do produto e à boa gestão da atividade”, esclarece Silvio Por to. Segundo ele, esses fatores são extremamente impor tantes e necessários para o avanço e mo-
dernização da cafeicultura. Em relação à área plantada no país, a cultura do café totaliza 2.312.152 hectares, 0,74% inferior à safra passada, com uma redução de 17.205 hectares. Desse total, 302.287,4
hectares (13,07%) estão em formação e 2.009.864,7 hectares (86,93%) estão em produção. Em Minas Gerais está concentrada a
maior área, 1.236,9 mil hectares, predominando a espécie arábica com 98,82% no estado. A área total estadual representa 53,49% da área cultivada com café no país, e consequentemente, o maior estado produtor. Geotecnologia Em relação aos avanços tecnológicos, a Conab vem utilizando, desde 2004, imagens de satélite, fotografias aéreas e informações georreferenciadas para fazer o mapeamento das áreas cultivadas nos principais estados produtores. Isso permite o aper feiçoamento metodológico do sistema de previsão de safras no Brasil. No caso do café, já foram realizados mapeamentos em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Goiás, para mais de uma safra, e estão previstas ainda novas atualizações nesses estados. Também serão mapeadas as áreas
cultivadas no Mato Grosso, no Rio de Janeiro, no Pará e no Distrito Federal. No principal Estado produtor, Minas Gerais, o resultado da validação foi de mais de 90% de exatidão para o Estado, sendo de 94,53% para o Sul e Centro-Oeste; 82,44% para o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste; 89,58% para a Zona da Mata, Rio Doce e Central; e 79,73% para o Nor te, Jequitinhonha e e Mucuri.
31
elitte rural
Ponto de vista
O Novo Código Florestal Lei nº 12.651/12 alterada pela Lei nº 12.727/12 algumas críticas pontuais
32
A medida liminar postulada pelo Ministério Público Federal tinha por objetivo suspender, de
“A insegurança jurídica é evidente, mas não devemos sustentar a interpretação e a aplicação de normas com a eficácia suspensa
‘‘
A
s normas constantes do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/12 alterada pela Lei nº 12.727/12) encontram-se em pleno vigor; tanto assim que, recentemente, o próprio Egrégio Supremo Tribunal Federal, cuja percuciente análise e julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) propostas pelo Ministério Público Federal coube ao ilustre ministro Luiz Fux, decidiu por deixar de analisar a medida cautelar postulada liminarmente, postergando a análise do mérito para o Plenário da Suprema Corte.
imediato, a eficácia das normas supostamente eivadas de inconstitucionalidade. Sempre, desde a entrada em vigor da novel legislação federal (Novo Código Florestal), defendemos a sua imediata aplicação, sob a argumentação de que não se deve, em hipótese alguma, aplicar normas com a eficácia suspensa ou até mesmo revogadas, como no caso da legislação estadual anterior. A questão é simples No caso em exame, deve-se in-
integrante da sustentabilidade, com as suas condutas voltadas à colaboração para a proteção/conservação/defesa do meio ambiente, possui um papel de suma relevância global. É preciso, com urgência, lançarmos mão de instrumentos com ingredientes de informação, educação e cooperação ambientais os que possibilitem a verdadeira integração entre o meio ambiente e as ações produtivas do ser humano (p. ex., agronegócio), a fim de viabilizarmos o “efetivo” desenvolvimento sustentável desgarrado de uma visão míope, que, na realidade, prejudica e corrói a saudável relação já existente em nosso Planeta Terra.
“É preciso, com urgência, lançarmos mão de instrumentos com ingredientes de Bruno Campos Silva é advo(OAB/MG nº 89.126), autor de vários artigos informação, educa- gado publicados em periódicos nacionais e estrangeiros; Coordenador e coautor de obras coletivas na área ção e cooperação de Direito Ambiental e Urbanístico. coautor de obras coletivas na área de Direito Processual Civil. ambientais *Diretor Adjunto do Departamento de Direito
‘‘
terpretar/aplicar as normas insertas no Artigo 24, § 4º, da Constituição Federal, ou seja, a norma estadual que contrarie a norma federal superveniente terá a sua eficácia suspensa; daí o nosso posicionamento de que a legislação estadual contrária à federal estaria com a sua eficácia suspensa, para não se dizer revogada, s.m.j. Não devemos transigir com a insegurança jurídica, sob pena de se comprometer (rectius: prejudicar) o “efetivo” desenvolvimento sustentável; aliás, não se trata daquele desenvolvimento apregoado por aqueles que pretendem engessar os meios inerentes à salutar produtividade do nosso País. Então, todos os pedidos formulados em ações civis públicas pautadas em legislação federal e estadual revogadas deverão ser julgados improcedentes, inclusive com o cancelamento das multas consolidadas e aplicadas. Nesse aspecto, também os TACs (termos de ajustamento de conduta) firmados com base na legislação federal revogada ou em legislação estadual com eficácia suspensa, ou até mesmo revogada, deverão ser desconsiderados, vez que não detêm qualquer força executiva, por completa ausência de exigibilidade de suas obrigações; portanto, afiguram-se inexequíveis, d.v. A insegurança jurídica é evidente, mas não devemos sustentar a interpretação e a aplicação de normas com a eficácia suspensa. Os legitimados à defesa do
meio ambiente do nosso País (v.g., órgãos ambientais, Ministério Público, ONGs) devem alinhar a sua fiscalização/atuação, levando-se em consideração: 1º) as normas constantes do Novo Código Florestal em pleno vigor (lei federal); e 2º) as normas insertas no Código Florestal Estadual vigente em consonância com as da lei federal vigente. O efetivo desenvolvimento sustentável depende, é claro, da plena consciência da finitude dos bens ambientes ainda existentes; e o ser humano, como peça fundamental
Ambiental do Instituto dos Advogados de Minas Gerais – IAMG; Presidente da Comissão de Direito Ambiental da 14ª Subseção da OAB/ MG; Membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM; Membro da Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil – APRODAB; Membro da Deutsch-Brasilianische Juristenvereinigung; Membro do Conselho Editorial da Revista Fórum de Direito Urbano e Ambiental; Membro do Conselho Editorial da Revista Magister de Direito Ambiental e Urbanístico; Membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de Direito do Agronegócio – RBDAgro; Membro da Comissão de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC; Especialista em Mercado de Carbono pela Proenco; Especialista em Direito Processual Civil pelo CEU-SP; Professor de Direito Processual Civil do Centro de Ensino Superior de São Gotardo-MG - CESG; Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP; Membro do Conselho Editorial da Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil; Membro do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública – IBAP e Membro da Associação dos Advogados de São Paulo - AASP.
33
elitte rural
34
Gente
Os desafios do novo
presidente da ABCZ
A
ntes de receber para a
pecuária e à ABCZ, tendo sido diretor
entrevista a equipe da Re-
da associação nas últimas três ges-
vista “Elitte Rural” em seu
tões dos presidentes Orestes Prata
gabinete, na sede da As-
Tibery Júnior - 2004/2007, José Olavo
sociação Brasileira dos Criadores de
Borges Mendes - 2007/2010 e Edu-
Zebu (ABCZ), em Uberaba, no Triân-
ardo Biagi - 2010/2013. Além disso,
gulo Mineiro, Luiz Cláudio Paranhos
é membro do Conselho Deliberativo
estava em reunião para tratar de
Técnico da ABCZ (Raça Nelore) desde
assuntos relacionados a visitas técni-
2004 e coordenador da ExpoGenéti-
cas que faria nas próximas semanas
ca e da ExpoZebu.
a três estados brasileiros, com o ob-
No próximo triênio, a rotina do pecu-
jetivo de ouvir os criadores de Zebu.
arista Cau Paranhos, como é conhe-
Segundo Paranhos, a comunicação
cido pelos amigos do agronegócio,
aberta com os pecuaristas do Bra-
ficará dividida com as funções delibe-
sil todo é uma das estratégias para
rativas na ABCZ. “Passei boa parte
aproximar a entidade da realidade
do meu trabalho na gestão das fa-
dos produtores. “Vamos escutar quais
zendas para meu irmão. Nos próxi-
são as prioridades, o que estamos
mos três anos, quero estar a serviço
fazendo de bom e o que ainda pre-
dos criadores de Zebu e isso precisa
cisamos fazer enquanto associação,
ser levado muito a sério. A dedicação
na visão deles”, comentou.
à ABCZ será, praticamente, exclusi-
Formado em Zootecnia e com es-
va”, afirmou o presidente.
pecialização em Agronegócio, Luiz
A nova diretoria da ABCZ e os conse-
Cláudio Paranhos é de uma família
lhos Consultivo e Fiscal da entidade
tradicional da pecuária. Nasceu no
tomaram posse em agosto. Ao todo
Rio de Janeiro, cresceu em Pernam-
foram empossados 96 membros,
buco e mudou-se para Uberaba
sendo 17 diretores, dez conselheiros
para estudar, onde se casou e resi-
fiscais e 69 conselheiros consultivos.
de há 24 anos. Atualmente, é diretor
Em entrevista à “Ellite Rural”, Para-
da Japaranduba Fazendas Reunidas,
nhos também falou da pecuária co-
com propriedades em Uberaba e
mercial, do mercado da carne e do
Muquém do São Francisco, na Bahia,
leite, das discussões políticas e am-
onde se dedica à seleção das raças
bientais que preocupam o produtor
Nelore, Nelore Mocho e Brahman.
e dos preparativos para a 80ª edi-
Tem uma trajetória de dedicação à
ção da ExpoZebu, em 2014.
35
elitte rural
Gente
“O melhoramento genético será encarado como prioridade absoluta
‘‘
“A dedicação à ABCZ será, praticamente, exclusiva
ELLITE RURAL – Você assume a pre-
te do mercado de carne e leite, que
sidência da ABCZ num momento
é a gastronomia. Não é preciso ir à
especial, com os preparativos
Argentina pra comer um filé bovino
para 80ª edição da ExpoZebu. Dá
especial. O Brasil produz cortes de al-
para adiantar alguma novidade?
tíssima qualidade. Assim vamos atrair
LUIZ CLÁUDIO – É uma data mar-
também o público urbano, que não
cante. Vamos explorar o máximo
cria Zebu,mas pode apreciar a carne.
possível esse momento. Queremos mostrar com clareza as vantagens
ELLITE RURAL – Neste ano, a Expo-
competitivas do Zebu e da pecuá-
Zebu apresentou ao produtor
ria brasileira. Aproveito para desde já
uma feira dinâmica, com um es-
convidar a todos a participarem da
paço multiuso, na Estância Zebu,
80ª ExpoZebu, não só para o even-
onde a intenção era mostrar
to que se realizará tradicionalmente
inovações tecnológicas a cam-
no período de 3 a 10 de maio, mas
po. Essa mostra continuará
também contribuindo com ideias, su-
nos próximos anos?
gestões e ações. Um dos focos que
LUIZ CLÁUDIO – A ExpoZebu Dinâmi-
vamos apostar no ano que vem é a
ca será outro foco de ação na nossa
valorização da carne e do leite. Nos-
gestão. O projeto integrou a feira em
sa ideia é incluir na programação da
2013 pela primeira vez e, a partir do
feira um concurso gastronômico, em
ano que vem, será um projeto per-
parceria com a Prefeitura, o Sindica-
manente, com animais em confina-
to Rural e a Associação Comercial. E,
mento. É um espaço para apresentar
com isso, movimentar a feira de uma
aos produtores inovações tecnológi-
forma diferenciada, com um alcance
cas no setor rural. Queremos que o
mais popular, atingindo outra verten-
criador veja na prática as técnicas e
‘‘
os resultados para engorda do gado, para corte e para leite. Esta será uma oportunidade de mostrar as vantagens da genética de fato, com experiências feitas nesse espaço. ELLITE RURAL – Fala-se muito em democratização da genética.Como a ABCZ pode contribuir para isso? LUIZ CLÁUDIO – O melhoramento genético será encarado como prioridade absoluta. O PMGZ é o maior programa de melhoramento genético de zebuínos no mundo e tem a obrigação de ser o melhor. Temos como grande diferencial um corpo 36
técnico altamente qualificado, formado por profissionais que já frequentam propriedades rurais em todos os cantos, atingindo a base dos nossos criadores, exatamente onde a extensão rural se faz necessária e onde o melhoramento genético pode fazer a diferença. Realizamos mais de 13 mil visitas técnicas por ano, que podem perfeitamente prestar mais do que o Serviço de Registro tradicional. Podemos levar informações e orientações importantíssimas na busca por uma pecuária mais moderna, competitiva e sustentável. A democratização da genética vem com programas, como
a diretoria pessoas que têm muita ex-
sindical, órgãos de extensão rural.
o Pró-Genética da ABCZ. É um pro-
periência na gestão do próprio negó-
Temos ainda o desafio da gestão
grama que vem funcionando bem
cio, focadas na pecuária comercial e
estratégica, uma conquista das
em muitos estados, com o apoio de
que, sem dúvida, vão agregar a ges-
últimas diretorias, com a implan-
órgãos de extensão rural. Esses ór-
tão cada vez mais profissionalizada
tação do planejamento orçamen-
gãos identificam os produtores e pro-
da ABCZ, mas também mesclamos
tário, das metas administrativas
movem encontros de quem tem essa
com especialistas técnicos da área
e financeiras, dos indicadores de
genética, certificada pela ABCZ, com
de Veterinária e Zootecnia e pessoas
desempenho,
quem precisa dela para melhorar sua
que já desempenhavam liderança em
produção. E já existem linhas de cré-
sindicatos rurais. Queremos aproximar
dito para adquirir essa genética supe-
a diretoria da realidade prática das
rior, com subsídios e até dois anos de
fazendas. A nossa responsabilidade é
carência, mais cinco anos para pagar.
muito grande diante do desafio de re-
Em Minas, Espírito Santo e Bahia já
presentar mais de 20 mil associados
acontecem mais de 30 feiras do Pró-
em todo o país.
bem. Numa primeira etapa, vamos
ELLITE RURAL – Além de estimular
ampliar esse alcance para mais sete
o melhoramento genético, quais
estados, mas queremos levar esse
serão as outras prioridades da
programa para todo o Brasil.
nova diretoria? LUIZ CLÁUDIO – Nós enxergamos
ELLITE RURAL – A diretoria da
como uma necessidade simplificar os
ABCZ passou por uma renova-
processos do Registro Genealógico,
ção. Quais critérios foram le-
melhorando a confiança e a quali-
vados em conta para a forma-
dade. Trabalharemos para estar mais
ção desse grupo?
próximos também das entidades ir-
LUIZ CLÁUDIO – Pensei em trazer para
mãs, associações parceiras, sistema
capacitação
“Se a gente dobrar a produção para 18 milhões de toneladas de carne, não vamos aumentar muito o consumo interno, que já é alto, mas podemos quintuplicar a exportação
‘‘
genética por ano e funcionam muito
da
37
elitte rural
Gente
continuada dos colaboradores e da
últimos 20 anos, todo ano, cinco ou
ELLITE RURAL – O Brasil tem po-
comunicação com os associados. O
seis grandes plantéis são liquidados
tencial para produzir muito
desafio de ouvir mais e atender me-
e entram nove ou dez novos pecu-
mais alimentos do que já pro-
lhor nossos associados. Passar para
aristas no mercado. É normal. Um
duz. Como você avalia essa po-
a sociedade, de uma forma mais
movimento que existe e que de-
tencialidade para o mercado
clara e eficiente, o valor da pecuária
pende muito também do ciclo de
de carne e leite?
brasileira.
pecuária comercial. Hoje, não esta-
LUIZ CLÁUDIO – A gente tem que
mos num momento muito favorável
aumentar a produção de carne e
ELLITE RURAL – Para você, qual é
desse ciclo. O preço da arroba do
leite por hectare. A produção média
o desafio para a associação?
boi está estagnado há praticamente
nacional é muito baixa, e aí ela não
LUIZ CLÁUDIO – A comunicação é
três anos, mas no ano que vem a
é competitiva. O pecuarista precisa
um desafio constante e precisa me-
tendência desse ciclo da pecuária é
manter e ganhar dinheiro. Para gerar
lhorar sempre. Somos continuamente
melhorar. Essa base da pecuária co-
renda, ele tem que ter produtividade,
surpreendidos por uma enxurrada
mercial influencia muito na pecuária
investir muito em nutrição, genética,
de informações que podem influ-
seletiva. Os preços devem voltar a
gestão e sanidade. Esses são os
enciar, a qualquer momento, o setor
subir a partir de 2014. Isso é o que a
quatro pilares da pecuária comerci-
ruralista e precisam ser filtradas. Pre-
gente escuta dos principais analistas
al. As pastagens no Brasil estão mui-
cisamos sempre estar à frente para
de mercado.
to degradadas e isso precisa mudar
à entidade, passando sempre muita segurança. A renovação da diretoria era um desses desafios, e já o fizemos. Agora, queremos aumentar a frequência dos encontros com os criadores de outros estados. O Duda Biagi já fez muito isso e vamos dar continuidade, com mais empenho ainda. Quero participar pessoalmente. Vamos escutar dos criadores quais são as prioridades, o que está
“Vamos escutar dos criadores quais são as prioridades, o que está bom e o que precisamos fazer, na visão deles
‘‘
dar feedback ao criador associado
muito. Para você ter uma ideia, a média nacional é de mais ou menos um animal por hectare. Com pouco esforço e pouco investimento, a gente pode chegar a duas unidades de animal por hectare. Isso quer dizer que a gente pode dobrar o nosso rebanho sem aumentar nossa área de pastagem, com gestão e investimentos. É obvio que precisamos de políticas de governo. E isso não se faz da noite para o dia. Pouca gente
bom e o que precisamos fazer, na
ELLITE RURAL – Como a ABCZ tem
tem recurso próprio para fazer. Pre-
visão deles.
acolhido os novos criadores
cisa de mais linhas de crédito com
no mercado?
esse incentivo. A maior facilidade
ELLITE RURAL – A renovação da di-
LUIZ CLÁUDIO – Ações pontuais têm
de acesso a essas linhas de crédi-
retoria também é um reflexo da
sido feitas. Todo novo criador que en-
to pode transformar a pecuária do
renovação na pecuária brasi-
tra na casa é procurado pelo suporte
Brasil, que já é a mais importante do
leira, uma vez que, nos últimos
técnico da ABCZ, que tem toda uma
mundo ou uma das três mais evi-
anos, criadores tradicionais
atenção especial. Essa abordagem
dentes, numa coisa muito maior que
liquidaram seus plantéis?
acontece tanto na parte burocráti-
é hoje. Temos um consumo per ca-
LUIZ CLÁUDIO – Acredito que é re-
ca de cartório quanto na introdução
pita de carne alto, 36 quilos por ha-
novação. Essa renovação é con-
desses novos criadores ao programa
bitante/ano. Produzimos, segundo o
tínua. Se a gente for analisar, nos
de melhoramento genético.
abate nacional, cerca de 9 milhões
38
de toneladas de carcaças, exportan-
você vê a relação entre rura-
estados brasileiros. A regra deve ser
do 20% disso. Se a gente dobrar a
listas e ambientalistas para o
uma só. Temos que sempre nos voltar
produção para 18 milhões de tonela-
futuro da pecuária?
ao que diz o Código Brasileiro.
das de carne, não vamos aumentar
LUIZ CLÁUDIO – A gente tem sempre
muito o consumo interno, que já é
que se posicionar ao lado do pro-
ELLITE RURAL – Depois de ter parti-
alto, mas podemos quintuplicar a ex-
dutor. Na nossa concepção, a pro-
cipado das ultimas três gestões
portação, atendendo principalmente
dução precisa ser economicamente
da ABCZ, quais as melhores re-
os países que mais precisam, como
viável. Não é nossa função, nem
ferências para influenciar seu
os africanos que passam fome, toda
como dirigente da associação nem
trabalho, agora, como presi-
a Ásia, principalmente a China. Essa
como empresário, defender algo que
dente?
possibilidade existe. Não estamos fa-
não seja produção sustentável. To-
LUIZ CLÁUDIO – Os últimos três pre-
lando de uma coisa não exequível. É
das essas linhas que caminham para
sidentes – o Orestinho, o José Ola-
possível e depende de políticas inter-
a pecuária sustentável são melhores
vo e o Duda – foram grandes líde-
nas, investimentos e gestão. Podemos
para a produtividade da fazenda.
res em quem eu vou me inspirar. O
transformar o setor de pecuária num
Você conservando melhor sua pro-
Orestinho, por sua experiência extra-
setor tão importante como é o de pe-
priedade, seja em relação ao solo,
ordinária e simplicidade nas ações,
tróleo para a economia brasileira.
à água e mesmo às reservas, terá,
mas com muita objetividade. O José
com certeza, retorno financeiro. Não
Olavo, pela força de argumentação
ELLITE RURAL – Quando se fala
há dúvida quanto a isso. A gente se
política muito grande. O Duda, pela
em aumentar a produtividade,
posiciona contra alguns exageros. Se
grande visão empresarial. Então, os
sempre se esbarra em legisla-
o Código Florestal nacional permite
três trazem para mim as referências
ção ambiental. Prova disso foi
você contar as áreas de APP como
de uma gestão completa. Se eu con-
o longo debate político em tor-
parte das áreas de 20% de reserva
seguir fazer um pouquinho a exem-
no do Código Florestal Brasi-
legal, não cabem o questionamento
plo de cada um, será um triênio de
leiro, nos últimos anos. Como
e obstáculos propostos por alguns
muito sucesso na ABCZ. 39
elitte rural
Gente
Paulo Horto O dono da batida certeira do martelo
P
aulo Horto é titular da
GRESSO NO AGRONEGÓCIO E NOS
no orçamento. Identifiquei-me muito
Programa Leilões e uma
LEILÕES?
com a área e logo recebi uma pro-
das personalidades mais
PAULO HORTO – O contato com o
posta salarial da leiloeira, melhor que
importantes do agronegó-
mundo rural vem desde a infância.
a do banco. Acho que fiz a escolha
cio. Em um papo descon-
Meu avô tinha uma casa de carnes
certa ao deixar o Bradesco. A partir
traído, Horto conta ao leitor da “Elitte
em Tupã, interior paulista. Eu saía com
disso, comecei efetivamente minha
Rural” como tudo começou, fala sobre
ele para comprar, vender e abater
carreira no mundo dos leilões, com
a Programa, o mercado de leilões e,
gado. Ele tinha uma chácara e, com
18 anos de idade nessa época. Fiz
ainda, revela como curte os seus mo-
sete anos de idade, eu já vivia esse
30 anos de carreira, trabalhando efe-
mentos de lazer. Confira um recorte
mundo, de cavalo, boi, casa de car-
tivamente só com leilões. Comecei a
da história desse mito e perceba sua
nes etc. Na adolescência fui para
carreira na Programa, em São Paulo,
visão sobre o agronegócio brasileiro.
São Paulo trabalhar no Bradesco e,
e pouco tempo depois abrimos uma
nos fins de semana, trabalhava nos
filial em Londrina (PR). Acabei adqui-
leilões, como freelancer, para ajudar
rindo a Programa e a Remate Leilões
ELLITE RURAL – COMO FOI SEU IN-
40
e hoje o grupo realiza mais de 700 leilões por ano. ELLITE RURAL – QUAIS FORAM OS CAMINHOS
PERCORRIDOS
PARA
“Não houve muita estratégia. Houve muita paixão, energia, vontade de trabalhar e há até hoje
cio, ou estamos simplesmente puxando o freio de mão com o carro acelerado. Temos uma estrada pela frente para percorrer, mas estamos parados. No caso da pecuária, precisa-
hoje. No nosso trabalho, você sem-
‘‘
mos de mais tecnologia. Os criadores
para trabalhar durante os leilões, nos
para produzir mais carne em menos
pre precisa depositar muita força, tem
buffets, nos bastidores etc.
tempo, além de aprimorar a qualida-
TRANSFORMAR A PROGRAMA LEILÕES NA MAIOR LEILOEIRA DO BRASIL? PAULO HORTO – Não houve muita estratégia. Houve muita paixão, energia, vontade de trabalhar e há até
que gostar do que faz, pois toma mui-
têm feito o dever de casa, o melhoramento genético está acontecendo. O pessoal tem investido e obtido bons resultados. Agora, acredito que está na hora de focar em tecnologia
de dessa carne. Precisamos ter mais
to tempo. Temos que abrir mão dos
ELITTE RURAL – Quais foram os
precocidade e aumentar a qualidade,
fins de semana, feriados etc. São 30
maiores obstáculos ao longo
esse é o nosso desafio. Dessa for-
dias de férias por ano, entre o fim de
dessa trajetória?
ma, poderemos exigir preço, que é o
dezembro e o fim de janeiro. Depois
PAULO HORTO – O Brasil ainda está
que falta na pecuária. A conta hoje
vem uma rotina pesada dentro da
longe de ter a melhor pecuária e a
para o pecuarista está muito difícil.
nossa agenda. Todos que trabalham
melhor agricultura. Estamos avançan-
A agricultura avançou. Ela tem seus
nesse ramo precisam ter muita pai-
do muito, mas existem obstáculos
problemas de logística, mas também
xão e energia na atividade. E é óbvio
como em qualquer negócio. Temos
tem preço. Na pecuária, é difícil en-
que precisa ter planejamento, uma
que trabalhar para superá-los. O se-
tregar a produção, e não tem preço
boa equipe, retaguarda, organização,
tor agrícola teve um grande avanço e
por falta de qualidade. O pecuarista
transparência na execução do traba-
agora não consegue escoar a produ-
tem que investir em tecnologia o má-
lho e dar o maior equilíbrio possível
ção, vive um caos logístico. Ou resolve
ximo possível para buscar qualidade
entre quem vende e quem compra.
o problema de logística do agronegó-
de carne. A genética nós temos, falta
Isso é uma receita básica para você ter sucesso nesse segmento. ELITTE RURAL – Como é formada a equipe da Programa Leilões? PAULO HORTO – Hoje, contamos com uma equipe grande de funcionários, todos devidamente registrados, espalhados pelos escritórios do grupo, sendo a matriz em Londrina (PR) e as regionais em Campo Grande (MS), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e, agora, o mais novo filho, em Marabá (PA). Temos também a equipe de freelancers em todo o Brasil,
41
elitte rural
Gente
“O setor agrícola teve um grande avanço e agora não consegue escoar a produção, vive um caos logístico. Ou resolve o problema de logística do agronegócio, ou estamos simplesmente puxando o freio de mão com o carro acelerado
o elo entre a genética e a tecnologia
Vendemos animais milionários, então,
de produção, que resulta em melhor
é obvio que todo mundo vai falar de-
custo-benefício. Investir em qualidade
les. Isso é ótimo, maravilhoso, mas
de carne é a receita para navegar-
nós já vendemos milhares de cabe-
mos em mares calmos por muitos
ças de gado de corte, vendemos tou-
anos na pecuária brasileira.
ros e cavalos Crioulos. A Programa é bastante diversificada, estamos em
ELITTE RURAL – Muita gente pensa
todas as raças. E eu falo que, na pi-
que a Programa só trabalha
râmide da pecuária, atuamos desde
no mercado de leilões de elite. É
a sua base, que é a pecuária exten-
verdade?
siva. Inclusive, os nossos novos es-
PAULO HORTO – Os leilões de elite
critórios são voltados quase que ex-
são os que mais aparecem. Fizemos
clusivamente para vender bezerros e
um estudo, no qual foi mensurado
touros de corte. Trabalhamos também
que 50% dos nossos leilões são de
na ponta da pirâmide, com os leilões
melhoramento genético e a outra
de genética em Uberaba e por todo
metade é composta por arremates
o Brasil, comercializando o que há de
de cria, recria, engorda, pecuária ex-
melhor no melhoramento genético.
tensiva e produção. Fazemos leilões
Esses são extremamente importan-
de bezerros, touros, equinos, ovinos
tes, porque a pecuária funciona de
e avançamos muito no segmento de
cima para baixo. A genética vem da
leite. É claro que esses leilões de eli-
ponta da pirâmide e vai pulverizando
te, que na verdade são de melhora-
até a sua base. Precisamos melho-
mento genético, têm mais visibilidade.
rar constantemente nossa genética
‘‘
aliada à tecnologia de engorda, ou deixaremos de ser competitivos. Não adianta produzirmos milhões e milhões de toneladas de carne, se não tivermos preço e qualidade. Quando tivermos qualidade, teremos preço, é uma consequência. Aí, meu amigo, ninguém segura o Brasil. Vamos abastecer o mundo com proteína vermelha. ELITTE RURAL – Quais são os pontos fortes da Programa? O que a diferencia da concorrência? PAULO HORTO – Acredito que a concorrência é extremamente importante e salutar. Você precisa ter concorrên-
42
cia para evoluir sempre. Somos bastante apaixonados pelo que fazemos, o tempo todo estamos procurando aprimorar todo o segmento do nosso trabalho, desde o primeiro contato com o criador até a elaboração da melhor mídia. Investimos muito em informática dentro da empresa. Hoje temos um sistema de informação avançado, tudo para dar o máximo de ferramentas para quem está comprando e vendendo. Em resumo, gostamos do que fazemos e depositamos bastante energia no trabalho.
em leilões são altos. Como a
fortes na internet. A web é uma reali-
Programa trabalha para mini-
dade dentro do mundo globalizado e
mizar os riscos do cliente?
chegou ao campo com muita força. A
PAULO HORTO – Na verdade, esse
Programa está preparada para isso.
investimento na realização de leilão
Temos leilões 100% virtuais. Todas
cada um faz como quer. É igual você
as tecnologias são bem-vindas. Lá
promover uma festa na sua casa. Po-
atrás, quem trouxe a televisão para
de-se fazer do tamanho que quiser.
os leilões foi a Programa. Todas as
Conseguimos fazer leilões com custos
ferramentas para melhorar a comer-
bem razoáveis em relação ao custo-
cialização são positivas.
benefício. Basta termos uma linha, um foco. Agora, tem gente que, além dis-
ELITTE RURAL – Paulo, um homem
so, quer fazer uma festa diferenciada.
que trabalha tanto tem tempo
Vai muito de cada um. Conseguimos
para o lazer?
fazer leilões em que o custo gira em
PAULO HORTO – Meu lazer é trabalhar,
torno de 10% a 15% para o criador.
encontrar os amigos e ir às fazendas.
Se analisarmos, qualquer produto que
É claro que também tenho meu lazer
você queira vender no mercado, em
com minha família, isso é extrema-
diferentes segmentos, o custo gira em
mente importante. E, a cada dia que
torno disso.
passa, buscamos equalizar isso da melhor maneira. Gosto de pescar e
ELITTE RURAL – Um dos grandes
andar a cavalo. Sou um homem bem
parceiros da Programa Leilões
simples. Meu hobby é minha família,
foi a televisão?
acender uma churrasqueira e receber
PAULO HORTO – Tudo que é tecno-
os amigos.
“A genética nós temos, falta o elo entre a genética e a tecnologia de produção, que resulta em melhor custo-benefício
“Sou um homem bem simples. Meu hobby é minha família, acender uma churrasqueira e receber os amigos
‘‘
logia é importante. Agora estamos
‘‘
ELITTE RURAL – Os investimentos
43
03
elitte rural
Acontece
42ª Expoinel terá exposição simultânea da raça BrahmaN
O
Parque Fernando Costa,
empresários do agronegócio, a Ex-
no município de Ube-
poinel definirá o nome dos grandes
raba, no Triângulo Mi-
campeões da raça Nelore e encer-
neiro, sedia até 29 de
rará o calendário de exposições do
setembro a 42ª Exposição Interna-
Ranking Nacional e dos Rankings
cional do Nelore. Com cerca de 100
Regionais. Quem não está na “bri-
expositores confirmados, o evento
ga” dos campeonatos também en-
deverá ter mais de 1.000 animais
contra uma grande opor tunidade no
na disputada pista de julgamentos.
evento para mostrar o resultado do
A novidade nesta edição é a re-
trabalho para todo o País, indepen-
alização simultânea da exposição
dente do tamanho do rebanho ou
da raça Brahman. Para o presidente
tempo de criação.
“A sinergia é fundamental para a evolução da pecuária nacional”, destaca o presidente da ACNB, Pedro Gustavo de Britto Novis
da Associação de Criadores de Ne-
Além dos julgamentos, o público
lore do Brasil (ACNB), Pedro Gustavo
poderá conferir estandes de vendas
de Britto Novis, a união de esforços
de produtos para a agropecuária
entre as duas raças tem o objetivo
e conhecer empresas especializa-
de fortalecer a troca de experiênci-
das em prestação de ser viços de
12 remates: dez da raça Nelore, um
as. Com esse propósito, a pista do
FIV e laboratórios de biotecnologia.
de cavalo Mangalarga Marchador e
Parque Fernando Costa será dividida
A programação conta ainda com
um de Gir Leiteiro e Girolando. Confira
em três partes para comportar, ao
atrações especiais, como workshop
nas próximas páginas os principais
mesmo tempo, os julgamentos de
de fotografia, além dos leilões mais
leilões da Expoinel e outros eventos
Nelore, Nelore Mocho e Brahman.
concorridos da temporada.
que vêm contribuindo para propagar
Reunindo os maiores criadores e
Nesta edição serão realizados
a genética zebuína de ponta no país.
45
elitte rural
Acontece
EAO marca início e fim da rodada de leilões O leilão Linhagem Favacho Man-
no dia 21 de setembro, na Fazenda
galarga Marchador, da EAO Empre-
Reunidas Uberaba, a partir das 20h. Já
endimentos, abre o calendário oficial
no dia 28, a propriedade sedia a quar-
de remates da Expoinel 2013. Na 5ª
ta edição do Prenhezes EAO & Guada-
edição serão ofertados 42 lotes do
lupe, um dos remates mais disputados
melhor da raça, incluindo embriões,
da Expoinel. De acordo com Bernardo, o leilão
doadoras, garanhões, potros e potras da linhagem Favacho.
movimentou mais de R$ 4 milhões no
O coordenador de Marketing da
ano passado e foi campeão de fatu-
EAO, Bernardo Ferreira, aponta que os
ramento na exposição. Para manter o
principais destaques no remate são os
título, uma seleção diferenciada de ani-
animais Normanda EAO, Quaresmeira
mais foi reservada para esta edição.
EAO, Favacho Iate, Garapa da Cava-
A lista traz 50 embriões das melho-
rú-Retã e Seta Eflar, que carregam a
res doadoras da raça, incluindo o ma-
genética premiada da raça. Com essa
terial genético da Hamina FIV da MV e
lista, a projeção é de mais um leilão de
do Missoni TE. Além disso, a EAO e a
sucesso.
Fazenda Guadalupe vão ofertar dez lo-
O Linhagem Favacho, acontecerá
“O Favacho é uma linhagem de mais de 250 anos de seleção, mas continua atual. Prova disso foram os 25 campeonatos conquistados por animais com descendência direta dessa linhagem na 32ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, realizada em julho deste ano”, avalia o coordenador de Marketing da EAO, Bernardo Ferreira
tes com animais escolhidos a dedo.
Terras de Kubera Com um histórico marcado por
ra vai disponibilizar um lote especial
touro Fargo TE Kubera, reconhecido
produzir grandes campeões do Gir
este ano. O destaque no leilão será
entre os TOP no Ranking Leiteiro do
Leiteiro, o criatório Terras de Kube-
a ofer ta para lances de 50% do
Sumário ABCGIL/Embrapa. Além disso, foi preparada uma seleção com as melhores fêmeas
Foto: Alta
do Gir Leiteiro e Girolando para o pregão. Ao todo são 37 doadoras com pedigree Kubera. E os organizadores também estão com um lote secreto para surpreender os compradores durante o remate. O conteúdo será revelado apenas no leilão, que acontecerá no dia 21 de setembro, a par tir das 14h, no Centro de Eventos Rubico Car valho.
46
LEILÃO Aliança Também no dia 21 de setembro,
tores para o remate de prenhezes.
será realizada a 10ª edição do Lei-
O pregão será uma grande
lão Aliança & Convidados, no Cen-
opor tunidade para a compra de
tro de Eventos da ABCZ, a par tir das
embriões de ponta e, ainda, animais
20h. Os criadores José Olavo Bor-
com seleções especiais de cada
ges Mendes, Antonio Paulo Abate,
plantel. As estrelas da noite serão
Dorival Giber toni, Reinaldo José Ca-
as vacas Orquidia, Mayara, Cina I e
ravellas formam o grupo de promo-
a diferenciada Joeira Katispera.
Matrizes Brumado Alcançando a 12ª edição este ano, o Leilão da Matrizes Brumado é o único leilão da Expoinel a ofertar animais POI. O criatório levará ao pregão machos selecionados e fêmeas muito bem avaliadas pelo novo sumário da
“Estamos colocando o melhor do nosso plantel neste leilão. Vamos ofertar prenhezes das consagradas Copacabana, Peroba e Miragem, que dispensam apresentações. Essas vacas são fábricas de campeões de pista. A expectativa para o leilão é a melhor possível”, garante o proprietário da RM Nelore e promotor do leilão, Reinaldo José Caravellas.
Agência Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). O remate vai comercializar 47 lotes, sendo 38 fêmeas, quatro machos e cinco prenhezes. O destaque vem da Fazenda Sant’Anna, que colocará a venda cinco lotes especiais da genética. Marcado para o dia 22 de setembro, o leilão acontecerá na chácara Leilopec, em Uberaba/ MG, a partir das 14h.
“Os animais POI estão despertando muito interesse dos criadores por causa da excepcional qualidade, fertilidade, rusticidade e habilidade materna”, afirma o criador Antonio Jose Prata Carvalho
47
elitte rural
Acontece
Qualidade Futurity
Elite Colorado Expoinel A Seleção Colorado chega à 42ª
para a disputa de lances.
O tradicional remate traz as
Expoinel com força total, alicerçada
De acordo com os organizado-
grandes promessas genéticas para
em seus 14 anos de melhoramento
res, o leilão disponibilizará doadoras
o futuro da raça Nelore. Serão co-
genético e grandes conquistas. Para
provadas e as mães dos grandes
mercializadas bezerras geradas por
comemorar as vitórias, Marcelo Ribei-
destaques do rebanho Colorado nos
meio de fer tilização in vitro (FIV), fi-
ro de Mendonça e Irmãos promo-
últimos anos.
lhas dos melhores acasalamentos
vem o leilão Elite Colorado. O remate
O evento está marcado para o dia
do mercado. A 13ª edição é assina-
contará com 67 lotes, trazendo pre-
23 de setembro, na própria Chácara
da pelas tradicionais fazendas Ba-
nhezes, bezerras, novilhas e matrizes
Colorado, às 21h.
luar te, Carpa, Colorado, Guadalupe e Mata Velha, incluindo lotes de pre-
“Realizamos este leilão há mais de seis anos e em todos os remates nos dedicamos a expor o que existe de melhor em genética Colorado. Neste ano, não será diferente. Teremos só os destaques”, diz o membro da Colorado, Marcelo Ribeiro Mendonça
nhezes e de babys especiais. O Leilão Qualidade Futurity está agendado para o dia 22 de setembro, no Tattersal Rubico Car valho, a par tir das 20h.
Sabiá Nova Geração A Fazenda do Sabiá realiza pela pri-
“A nossa expectativa para esta edição é das melhores. Estamos mudando o formato e vamos mesclar prenhezes das melhores doadoras do país com bezerras recém-nascidas. A exposição está bem movimentada e o pregão coincide com o fechamento do ranking, o que traz a previsão de negócios maiores este ano”, espera o zootecnista da Fazenda Mata Velha, Nilo Sampaio Júnior 48
meira vez o leilão virtual Nova Geração Sabiá, trazendo o resultado de 46 anos na seleção de gado Nelore.
filhas de Beluga, Prada, Rytna, Empa e famílias reconhecidas do criatório. O evento será realizado no dia 24 de setembro, a partir das 20h, com
O evento será oportunidade para
transmissão pelo Canal Rural, mas
adquirir uma das mais competitivas e
todos estão convidados a se reunir
tradicionais genéticas da raça Nelore,
no estande da Ourofino para acom-
que nos últimos anos se mantém nas
panhar o leilão.
primeiras colocações do ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). Ao todo, serão comercializados 30 lotes de animais, sendo seis bezerras e 24 prenhezes. De acordo com o organizador Beto Mendes, o leilão apresenta
“São novas doadoras, produtoras de animais de destaque nas pistas de julgamento”, afirma o organizador Beto Mendes
Lírio do Vale A Fazenda Lírio do Vale começou
I DA LV x Jeru. Os dois são irmãos do
também são a novilha Devassa EDTO
a trabalhar com seleção genética em
Dimple FIV EDTO, Campeão Júnior da
e o touro Barulho FIV EDTO, ambos
2005 e hoje conta com um time forte
ExpoZebu 2013 e destaque no Leilão
premiados na pista de julgamento.
de melhoradores da raça Nelore. Par-
Copacabana Palace, ao ser arrema-
Os compradores podem oferecer lan-
te das estrelas do criatório será ofer-
tado por R$ 282 mil. Oportunidades
ces para adquirir metade dos animais.
tada no leilão Lírio do Vale 2013, marcado para o dia 25 de setembro, no Centro de Eventos da ABCZ. Ao todo, 28 lotes serão levados ao pregão. De acordo com o proprietário Edson Torres, a grande expectativa para o leilão está nos animais da família do touro Alarme EDTO, Campeão da ExpoZebu 2012. Além dos irmãos do touro premiado, o remate contará
“Este é um evento para toda a família Nelorista e todos os investidores que querem iniciar na raça serão bemvindos”, convida Edson Torres
com o casal de prenhezes da Coxilha 49
elitte rural
Acontece
Pérolas do Nelore
Jóias da Raça
A Fazenda Nova Trindade sedi-
O último dia da Expoinel contará
ará, no dia 26 de setembro, o Lei-
com o Leilão Joias da Raça 2013, es-
lão Pérolas do Nelore, conceituado
pecializado no comércio de fêmeas
como um dos principais remates
da elite Nelore. Desta vez o even-
da Expoinel 2013. O evento terá iní-
to vem com a assinatura do Grupo
cio às 21h, com expectativa de 500
Monte Verde, representado pelo ne-
convidados presentes.
lorista Jorge Sayed Picciani. O remate será dividido em duas
Neste ano, o leilão será promovi-
etapas. A primeira oferecerá 30 lotes
do por Paulo Trindade, que se uniu à qualidade genética da Villa dos Pinheiros e da Fazenda Modelo para ofer tar animais de pista e doadoras. A lista apresenta principalmente fêmeas de elite de renomados criatórios. Responsável pela área de Marketing, Eventos e Vendas da fazen-
“Acredito que faremos um excelente leilão. Estamos abrindo as portas para mais um evento de sucesso da pecuária nacional”, comemora a gerente de Marketing, Eventos e Vendas da fazenda Nova Trindade, Soraia Belizário
de elite, que inclui parcerias com o pecuárista Alfredo Zamlutti Júnior e outros convidados. Em seguida, 400 novilhas e bezerras de produção PO serão leiloadas. O Centro de Eventos da ABCZ será palco dos lances no dia 28 de setembro, às 14h.
da Nova Trindade, a gerente Soraia Belizário afirma que o grande des-
Ranking da ACNB na categoria Me-
taque será a Bromélia TE da BAR.
lhor Fêmea Jovem e deverá atrair a
A vaca ocupa o quinto lugar no
atenção dos compradores.
Terras do Nelore Fazenda Pau d’Arco, Rima Agropecuária, Ipê Ouro e Revemar aproveitam a Expoinel para promover mais uma edição do Leilão Terras do Nelore. O evento será no dia 27 de setembro, reunindo também a produção de 18 criatórios convidados na Leilopec, a partir das 20 horas. O superintendente técnico da Rima Agropecuária, Cláudio Signorelli, afirma que a projeção é de bons negócios no pregão. Como a disputa do ranking da ANCB está bastante acirrada, ele analisa que o movimento deverá refletir-se no mercado.
50
“A Expoinel está bem frequentada e esperamos um público grande com novos investidores na raça. Acreditamos em crescimento de 110% este ano”, avalia o superintendente técnico da Rima Agropecuária, Cláudio Signorelli
“O Grupo Monte Verde se preparou de forma ímpar para essa edição do leilão. A data é muito privilegiada porque será no sábado que antecede o julgamento dos grandes campeonatos da raça. E, ainda, teremos um evento completo, atendendo quem busca uma genética de qualidade e em quantidade. Tem tudo para ser sucesso”, espera o organizador Felipe Picciani
Circuito Feicorte Rondônia Nos dias 3 e 4 de outubro, terá início mais uma etapa do Circuito Feicorte em Ji-Paraná (RO). A feira já passou por Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Campo Grande (MS) este ano, discutindo estratégias para a eficiência na produção e no comércio de carne. A programação contará com workshops ministrados por especialistas na área de pecuária, além de reunir mais de 30 estandes de empresas que oferecem serviços de nutrição, pastagens, rastreabilidade, software, irrigação, entre outros.
À frente do projeto, Carla Tuccilio explica que a meta do Circuito Feicorte é levar informação e as últimas novidades em tecnologia para pecuaristas que estão fora da Grande São Paulo. As três primeiras etapas do Circuito já reuniram 4 mil participantes, ultrapassando o público das quatro rodadas do ano passado. A última parada da feira será em Paragominas (PA), nos dias 7 e 8 de novembro. “É com grande satisfação que vemos essa iniciativa atingir um número maior de produtores brasileiros”, comemora a idealizadora.
“Nem sempre todos os produtores têm disponibilidade para ir a eventos como a Feicorte, em São Paulo. O Circuito vai até onde eles estão, percorrendo algumas das principais capitais pecuárias do País”, destaca Carla Tuccilio
51
elitte rural
Acontece
Elite Totó Com 52 anos de experiência na
É o amor & Amigos
seleção de Nelore, o produtor Cláu-
Investindo no mercado de Nelore Eli-
dio Garcia de Souza abre as por-
te há sete anos, o cantor Zezé di Camar-
teiras do criatório CS, no dia 5 de
go organiza mais uma edição do Leilão
outubro, para o Leilão Elite Totó, em
“É o Amor & Amigos”, no dia 8 de outu-
Três Lagoas (MS).
bro, em São Paulo (SP).
O remate será dividido em duas
Este é o segundo ano do evento.
etapas. A primeira, com 30 lotes,
Desta vez, serão leiloados 26 lotes reu-
reunindo a tradicional genética CS
nindo fêmeas doadoras e animais jo-
e mais 20 convidados. Em seguida,
vens com futuro promissor nas pistas de
serão levados a leilão 30 reprodu-
julgamento. Além de disputar fêmeas e
tores e 30 vacas prenhes e/ou pa-
prenhezes da elite Nelore, os convidados
ridas. A promessa do organizador é
Vips poderão aproveitar um show exclu-
apresentar o melhor da raça e ani-
sivo da dupla sertaneja.
mais de qualidade comprovada nos campeonatos.
Na estreia em 2011, o pregão com a marca de Zezé di Camargo foi considerado um dos cinco melhores remates da temporada, prestigiado por um público de 800 pessoas. O presidente da Agrozurita, Ivan Fábio Zurita, foi o maior investidor da noite. Ele desembolsou R$ 800 mil por dois lotes. Na primeira edição, o movimento financeiro girou em torno de R$ 5 milhões.
“Queremos superar o desempenho do primeiro pregão, pois os nossos animais já são consagrados como grandes campeões no Brasil. Os animais selecionados para este ano têm qualidade ainda maior e o mercado está bem mais aquecido no momento. Além disso, estamos organizando um evento num cenário inédito para o circuito Nelore e esperamos uma festa bastante badalada”, diz o diretor de pecuária da marca, Murilo Canedo
Nelore Barros Correia e Convidados Situada na Zona da Mata alagoana, a Fazenda Recanto será palco para a 12ª edição do Leilão Nelore
“Durante mais de meio século, criamos com extremo amor e dedicação a raça Nelore. Neste leilão será encontrado o que selecionamos de melhor durante todos esses anos. Qualidade totalmente sem reservas, que significa certeza de satisfação”, pondera o promotor do remate, Cláudio Totó
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Barros Correia e Convidados, no dia 26 de outubro. A tradicional família de pecuaristas vai ofertar prenhezes, matrizes e reprodutores da raça.
“Os animais são resultado de 33 anos de seleção desenvolvida pelo criatório em Maceió”, enfatiza o organizador Celso de Barros Correia
elitte rural
Giro
2º Leilão Eldorado com genética J. Galera
O
segundo leilão Fazenda Eldorado movimentou mais de R$ 4 milhões com a marca CGAL, na tarde de 24 de agosto, em Pontalinda, no noroeste paulista. Um recorde de investimentos, confirmando o prestígio e a importância da genética J. Galera para o mercado. Sob o comando de Ronaldo Alves e Paulo Golin, 69 produtos foram ofertados, incluindo animais premiados em pistas de julgamento da raça Nelore. Amigos e admiradores da genética de origem do criatório J. Galera passaram o dia na fazenda que deu origem a toda a história da linhagem. O pecuarista Helder Galera morreu no ano de 2009, vítima de um câncer. Ele criou a modalidade de venda chamada “shopping”, onde os animais são ofertados por preços fixos. Ele ainda ajudou a escrever um importante capítulo da história da raça Nelore no Brasil, produzindo uma geração de grandes campeões e investindo em modernas tecnologias. Entre os destaques do plantel estão dois ícones da pecuária brasileira: Ópera da Santa Cruz, Matriz Tricampeã do Ranking Nacional, e Fajardo, o maior produtor de sêmen do País. “Há muito tempo eu não vinha à Fazenda Eldorado,
DIVINO BARBOSA E PAULO GOLIN
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ALESSANDRO LOUREIRO, RODRIGO ABDANUR E BETO MENDES
ROBERTO DE NADAI E MACARRÃO
CLÁUDIO TOTÓ
“Para nós, é uma satisfação muito grande a continuidade do trabalho por parte do Ronaldo Alves, mas deixa muita saudade do meu tempo, dos meus filhos,que infelizmente Deus levou os dois. Estamos também um bocado comovidos, mas ficamos felizes em ver a continuidade desse gado, que vai perpetuar o nome por todo país” José Galera, patriarca da família
“Todo trabalho bem feito, bem sustentado, bem iniciado tem um caminho muito bom. Aqui, o Helder deu início a esse trabalho. A pecuária brasileira deve muito ao Helder Galera, à sua família e a todos aqueles que contribuíram ativamente na seleção da sua genética. Nada melhor como Golin e Ronaldo dando continuidade a esse trabalho. Golin é um homem muito caprichoso e o Ronaldo, um homem meticuloso. A amplitude aqui está maior do que se esperava” Cícero de Souza, pecuarista
CÍCERO DE SOUZA E ZEZÉ DI CAMARGO
“Todo mundo sabe que o Helder foi um expoente da pecuária brasileira. Nós o perdemos muito jovem. Ele, com a sua coragem, construiu toda essa estrutura, essa história da J.Galera. A pecuária brasileira deve muito a ele. Nós, que gostamos do Nelore, devemos a ele essa apuração da genética. Temos que agradecer ao Paulo e ao Ronaldo por darem continuidade a esse trabalho” Zezé Di Camargo, Nelore É o amor
ARNALDO MANUEL, JOSÉ GALERA, RONALDO E DUDA BIAGI
“A parceria nos fez adquirir e prosperar a genética oriunda da J. Galera. Com muita responsabilidade e orgulho, encaramos o desafio de continuar com a qualidade da Fazenda Eldorado. Então, abrimos espaço para que todos tenham acesso à estrutura e qualidade desses animais” Ronaldo Alves, responsável pelo leilão
MIGUEL PINTO E NEO GILBERTONI
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elitte rural
Giro
desde que tudo aconteceu. Comecei com o Nelore porque o Helder confiou em mim numa parceria. Hoje, retorno à sua casa e fico muito feliz ao ver que dois pecuaristas estão dando seguimento ao trabalho já começado com um gado tão bom quanto ao que foi o originário’’, destacou Dorival Gilbertoni. A dupla Paulo e Ronaldo abriu os remates com exemplares de genética refinada. No grupo das fêmeas estavam doadoras, novilhas e algumas matrizes destacadas em julgamentos da raça. A média ficou em R$ 163.629, com preço máximo de R$ 598.340 para Aventura 2 TE J. Galera. O lance foi dado pelos criatórios Casa Domingos e Nelore Curió, dupla que adquiriu 66% da matriz. Entre as prenhezes, todas de elite, a cotação ficou em R$ 53.472. Na segunda bateria, 21 fêmeas foram negociadas à média de R$ 11.871 e outras seis prenhezes por R$ 43.600. O preço máximo saiu para um lote duplo de prenhezes. A compra foi fechada em R$ 38.400 pela Nelore Caraíbas. Além de pecuaristas e empresários, o remate contou com a presença de profissionais da publicidade, como Duda Mendonça, e do mundo da música, como Zezé di Camargo e Wilson Marques; todos criadores de Nelore. “Foi muito bom participar deste leilão. O Helder foi um mestre do melhoramento genético e o Ronaldo, na condição de seu amigo, acreditou e investiu na produção diferenciada, dando continuidade à existência da raça que hoje pode ser de todos”, enfatizou Wilson Marques. Ao todo, foram comercializados 69 produtos, por R$ 4.541.650, impulsionados pela venda de animais premiados.
JAIME E NOELI PINHEIRO
LUIZ ANTÔNIO DA SILVA
GOLIN, WILSON MARQUES E RONALDO
“É uma genética maravilhosa. Sor te que o grupo Golin está dando sequência, porque é um gado maravilhoso, que não pode parar. Com certeza, Paulo e Ronaldo estão fazendo um excelente trabalho de continuísmo” Luiz Antônio da Silva, Mundial Agropecuária
PAULO GOLIN REUNIU AMIGOS NO LEILÃO ELDORADO
“As oportunidades são raras em nossas vidas. Sou muito grato por trabalhar tanto tempo ao lado dessa genética. Foram 17 anos de trabalho e aprendizado com o Helder. É uma satisfação estar nessa nova fase” Macarrão, colaborador mais antigo da Fazenda Eldorado, que em 2014 completa 20 anos de serviços prestados
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CÉSAR E ELIZETE GARETTI
“A gente admirou todo este tempo o Helder. Vim num leilão e não tinha muito conhecimento, mas o Helder fez comigo uma parceria. O negócio virou amizade e confiança. Há muito tempo que eu não vinha aqui. O gado do Ronaldo e do Paulo está no nível J. Galera” Dorival Giber toni, Nelore Giber toni
“Ronaldo e Golin fizeram uma parceria e tiveram a felicidade de ter acesso direto ao acer vo do senhor José Galera. A Fazenda Eldorado é um lugar iluminado. O Helder fez muita coisa, fez um trabalho maravilhoso aqui. Eu entrei no Nelore há dois anos, mas acompanhei sempre o trabalho dele e acredito que todo criatório deve ter uma linhagem J.Galera” Cesar Garetti, Fazenda Lince
DORIVAL GIBERTONI E FAMÍLIA
JAIME E NOELI PINHEIRO COM RONAN EUSTÁQUIO E DUDA BIAGI
LEILÃO ELDORADO RECEBEU PERSONALIDADES DO AGRONEGÓCIO
HALIM ATIQUE E RODOLFO PRADO
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Giro
Leilão Carpa
O
leilão Anual Carpa movimentou a cidade de Serrana (SP), no fim do mês de agosto. O anfitrião da festa, pecuarista Eduardo Biagi, o Duda, recebeu
amigos para a 34ª edição do remate. Neste ano, o faturamento foi de R$2 milhões. Foram 29 lotes de progênies, prenhezes, fêmeas e, também, um touro. No total, 25 fêmeas Nelore de Elite tiveram média de R$ 87 mil. Um reprodutor foi comercializado por R$ 68 mil e três pacotes de prenhezes saíram também com média de R$ 68 mil. pa, fêmea de apenas três meses de idade, que teve 50% adquirida pelo pecuarista Antonio Paulo Abate, por R$ 150 mil. “Essa bezerra impressionou pela sua beleza, imponência e desenvolvimento. É irmã da Rima FIV Ellara, Grande Campeã Nacional. Abate fez um bom investimento”, explicou Duda. A novilha Mesashy FIV NRIO, fêmea premiada
“Essa bezerra impressionou pela sua beleza, imponência e desenvolvimento. É irmã da Rima FIV Ellara, Grande Campeã Nacional. Abate fez um bom investimento
‘‘
O grande destaque foi a bezerra Verona I Car-
em pista, propriedade da Agropecuária NRIO, de São José do Rio Preto, também fez bonito. Foi adquirida por R$ 208 mil pela EAO Empreendimentos, do Grupo Odebrecht. O Leilão Anual Carpa acontece, no último fim de semana de agosto, e a expectativa para 2014 é superar a qualidade ofer tada.
CARLOS E CAU PARANHOS
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JOão GABRIEL
MARÍLIA CORRÊA
ARRUDA
ROSI BLANCO
STELA PIRES
LÊDA E CLÁUDIO
ELZO VELANI
FABIANA BORELI
Este ano, o leilão teve como temática a produção da uva e a escolha dos melhores vinhos. “Como todo plantio de uva, houve anos memoráveis e que produziram as melhores safras. Como os anos de 1968 e 1985, na região da Toscana, e os anos de 1997, 2004, 2007 e 2012, notáveis para toda a Itália. Na seleção Nelore da Carpa, não foi diferente. Para 2013, preparamos a melhor reserva de cada ano. Foram os melhores animais das últimas safras, especialmente separados para este
JOÃO AGUIAR E CARLOS
leilão” Duda Biagi, anfitrião do Carpa
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elitte rural
Giro
Leilão Nelore da Sorte de 50% da fêmea de 20 meses. O
pital baiana também foi
Haras Vila dos Pinheiros arrematou
palco para grandes atra-
o lote por R$ 300 mil, que ficou va-
ções da agropecuária,
lorizado em R$ 600 mil. A vaca é
apesar do longo período de estia-
um dos principais animais do time
gem que afetou o estado, no início
que lidera o ranking baiano. Entre
deste ano. O leilão Nelore da Sorte,
os títulos, foi 3º prêmio na ExpoZe-
realizado no Parque de Exposições
bu 2013, Campeã Novilha Menor na
de Salvador, ofertou 46 produtos,
ExpoBahia, Campeã em Itapetinin-
movimentando quase R$ 2 milhões.
ga 2013 e Reser vada Campeã na
À frente da promoção, estive-
lizamos este remate e ficamos muito felizes com o resultado em sua máxima. Conseguimos mostrar num local simples a grandeza do nosso trabalho na pecuária, sendo prestigiados por grandes nomes do setor brasileiro” Wilson Marques, da Ouro Bahia
Exporural 2013.
ram os criadores Wilson Marques,
Apesar do período de estiagem,
da Ouro Bahia Agropecuária; Ro-
a feira este ano veio com força total,
naldo Alves, da Fazenda Eldorado,
mostrando o avanço da pecuária
e Paulo Brandão, da Nelore Edap.
brasileira. “Passamos por um pe-
Foram 20 lotes de fêmeas, sendo
ríodo complicado em nossas terras,
oito vacas à média de R$ 45.195,
mas isso não afetou a realização
sete novilhas a R$ 75.085 e cinco
dos trabalhos. E mesmo com todas
bezerras a R$ 48.720. Entre as pre-
as complexidades ficamos felizes
nhezes, 26 lotes, com preço médio
com o resultado dos remates, pois
de R$ 27.600.
atingimos a meta e já nos prepara-
Zacha I FIV da Serra Verde foi o
mos para o próximo ano”, concluiu
lote mais disputado do remate. O
o gerenteda Ouro Bahia Agropecuá-
criador Abraão Bastos abriu mão
ria, Clerison Souza Santos.
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“Foi a primeira vez que rea-
“Passamos por um período complicado em nossas terras, mas isso não afetou a realização dos trabalhos
‘‘
N
o mês de agosto, a ca-
elitte rural
Giro
ExpoGenética A 6ª ExpoGenética, exposição promovida entre os dias 17 e 25 de agosto, pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em parceria com os principais programas de melhoramento genético do Brasil, mostrou mais uma vez o trabalho de melhoramento genético das raças zebuínas para a evolução da pecuária no Brasil. Mais de 760 animais, das raças Nelore, Guzerá, Tabapuã, Sindi e Gir Leiteiro foram expostos nos pavilhões do Parque de Exposição Fernando Costa, em Uberaba, Minas Gerais. Par ticiparam expositores dos programas PMGZ, PMGRN, Geneplus, Conexão Delta G, Altaplus,
Darcy ferrarin, FELIPE PIcCIANi E LÁZARO IVO GOMES
Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite, PNMGL, Qualitas, Instituto de Zootecnia e Paint. A exposição movimentou o mercado pecuário com a realização de dez leilões. Nove leilões de animais provados movimentaram o valor total de R$ 9.316.040,00, com a venda de 988 lotes. Já o leilão Zebu de Ponta a Ponta, promovido pela ABCZ, com a par ticipação de criadores de Zebu de todo o Brasil, ofer tou 24 lotes de bezerros/garrotes, filhos de touros zebuínos PO, com o objetivo de mostrar a influência da genética zebuína no rebanho de cor te. Com a venda de 1.953 animais, foi movimentado neste remate o total de R$ 1.891.760,00.
SOLANGE, RICARDO VICINTIN, JONAS BARCELLOS E PAULO HORTO
O faturamento dos leilões da ExpoGenética 2013 foi superior ao do ano passado, quando os 12 remates promovidos movimentaram o total de R$ 10.608.840,00.
ANTÔNIO JR.
62
ALINE FERNANDES
BRUNO VICINTIN
Outra atração técnica da ExpoGenética foi a realização da etapa final da 4ª edição do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT), que elegeu os reprodutores jovens destaques par ticipantes do PMGZ. A raça Nelore chegou ao final com dez touros escolhidos. Novidade também em torno do Concurso Leiteiro Natural, no qual a Campeã foi a vaca adulta (Gir PO) Xixa FIV JMMA, do expositor José Mario Miranda Abdo, alcançando produção leiteira total de 153,18 quilos e produção média de 30,64 litros.
ZURITA
nilson CARLOS CAVALARI
RONAN EUSTÁQUIO
“Foi um sucesso a feira. Todos os participantes trouxeram um trabalho de seleção, o que tornou possível ver a evolução da genética zebuína. Os pecuaristas puderam ainda trocar experiências e ver de perto o resultado do que está sendo realizado em todo o país” Carlos Henrique Cavalari, PEDRO NOVIS
superintendente de Melhoramen-
PAULO BRASIL
to Genético da ABCZ 63
elitte rural
Giro
Leiloshopping Rima
P
rimeiro Leiloshopping Rima abriu o segundo semestre em 10 de agosto, com a venda de mais de R$3 milhões em embriões, animais e touros, confirmando a qualidade
da genética bovina na Fazenda Santa Maria, em Minas Gerais. Ao todo, foram colocados à disposição 117 produtos, sendo 52 embriões, 33 animais e 32 touros, distribuídos entre Shopping e Leilão. Na tradicional batida do mar telo, o destaque foi para a filha da Bélgica 1 (irmã própria da Bélgica 8), RIMA FIV GHAUS 2, comprada 50% por R$ 192 mil pelo criador Antonio Paulo Abate. Na modalidade Shopping, lotes de sêmen abriram os remates. Depois, foram vendidas prenhezes das campeãs. A Rima Agropecuária, atual líder do ranking nacional de Melhor Criador e de Melhor Expositor, em menos de duas horas de trabalho faturou mais de R$ 1 milhão. A equipe se prepara agora para o Expoinel MS, maior feira da raça Nelore realizada em ambiente fechado, em Campo Grande, no mês de novembro.
“Foi a primeira vez que realizamos esse modelo de remate e tínhamos uma expectativa boa, mas fomos surpreendidos pelo prestígio dos criadores em relação à oferta. Agora, vamos nos preparar para o próximo” Bruno Bello Vicintin, organizador do Leiloshopping. BRUNO VICINTIN E FAMÍLIA
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03
elitte rural
Giro
Leilão 1000 touros Nelore Grendene
T
rinta anos de seleção resumidos em oito horas, num dos maiores eventos já realizados pela pecuária brasileira. O Leilão 1000 Touros Nelore Grendene, reuniu no domingo, 1º de setembro,
cerca de 500 pessoas na fazenda Ressaca, em Cáceres, no Mato Grosso, e outras milhares pelas lentes da TV. Dois lotes foram escolhidos por centrais, o primeiro deles o GREN 2226, contratado pela Alta Genetics, é Tapuan do IZ em vaca Parabólico, top1% de MGT e foi vendido 50% por R$2500,00 de parcela. Já o touro GREN 2445, contratado pela empresa ABS Pecplan, é filho próprio do Funcionário de Naviraí em vaca Nadã da Bonsucesso, sendo vendido 50% por R$3100,00 de parcela. A média de venda dos touros ficou em R$7.252,00 e o megalote com 100 garrotes ficou em R$3.900,00. De acordo com Mauricio Tonhá, diretor da leiloeira Estância Bahia, responsável pelo evento, o Leilão 1000 Touros surpreendeu em todos os sentidos. “As pessoas que duvidam da possibilidade de vender mil touros é porque não conhecem a capacidade da pecuária brasileira, nós acreditamos no Brasil e o trabalho realizado pela Nelore Grendene é a demonstração de que estamos no caminho cer to”, finaliza Mauricio.
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PEDRO GRENDENE
Para a escolha de mil reprodutores que correspondessem aos itens levados em consideração pela própria Grendene, criteriosas etapas desde o nascimento destes animais, foram desenhadas. Tudo coordenado por uma equipe técnica de referência. As linhagens Lemgruber, IZ, VR e CFM, adotadas desde o início do projeto na década de 80, direcionaram toda a produção ofer tada neste evento. “Não basta dizer que você vai ter um ótimo animal de reprodução, leva muitos anos, precisa de muito trabalho, persistência, precisa acreditar em um caminho e é dessa forma que atingimos o nosso ideal, animais precoces e que possam corresponder de forma adequada as necessidades do mercado” Pedro Grendene, do Leilão 1000 touros
“A união e o comprometimento de toda uma equipe foram os grandes responsáveis pelo resultado que tivemos. A liquidez total dos mil animais mostrou que o criador busca assim como nós aprimorar a pecuária e acima de tudo acredita na importância da genética para continuarmos a crescer na atividade” Ilson Correa, Nelore Grendene
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informe publicitário
PARCERIA DE SUCESSO Após a liquidação da J. Galera em 2010, em fevereiro de 2012, nascia o condomínio C GAL. Ronaldo Alves, Nelore Distrito Federal, juntamente com Paulo Golin, Grupo Golin, resolveram juntar suas genéticas oriundas do plantel J. Galera, que é uma genética reconhecida e adorada por todos os neloristas. Assim, montaram um projeto dentro da raça Nelore, com o intuito de desenvolver as gerações futuras da genética J. Galera dentro da Fazenda Eldorado. A parceria dos amigos Ronaldo Alves e Paulo Golin faz prosperar a genética da J. Galera, com muita responsabilidade e orgulho. Eles encaram o desafio de continuar trabalhando com a genética J. Galera na Fazenda Eldorado. Em especial, Ronaldo e Golin 68
agradecem ao senhor José Galera, juntamente com toda a sua família, pela confiança e apoio neste projeto na Fazenda Eldorado. Ronaldo e Golin agradecem também aos parceiros e amigos neloristas por confiar no tra-
balho adquirindo os produtos com a genética consistente oriunda do plantel J. Galera. “Uma certa vez, escutei do amigo Helder Galera, que para o seu criatório dar certo, teríamos que viver a raça nelore 24 horas. E assim
procuro fazer”, diz Ronaldo Alves. Fernando Barros, da SAP Assessoria, acompanha o trabalho e seleção J. Galera desde o início. “A Fazenda Eldorado é realmente abençoada. Praticamente pude testemunhar o nascimento desta fazenda, um dos trabalhos de genética mais consistentes que a raça Nelore já viu em todos os tempos. A Genética J. Galera se mostrou forte, vitoriosa e principalmente consistente. Pelos motivos que todos sabemos, essa propriedade teve uma mudança nos seus condutores, mas para a felicidade de todos
nós, Galeristas, o Ronaldo Alves e o Paulo Golin decidiram manter na Eldorado a mais pura genética J. Galera, trazendo inclusive a competente administração do “Macarrão”, braço direito do período mais produtivo da J. Galera. No último dia 24 de agosto, a Fazenda Eldorado, de Ronaldo Alves e Paulo Golin, realizou seu primeiro grande leilão, pondo a prova os poucos anos de trabalho, mas mostrando que a genética J. Galera, unida a muito trabalho, competência, carisma e apoio de inúmeros amigos, conseguiu um feito histórico, colocando o Leilão Eldorado entre os principais da Raça no calendário do Nelore. Vimos uma seleção que está alicerçada em doadoras consagradas mas mostrando novas gerações trazendo a renovação necessária para um trabalho que veio para ficar. Criadores de todo o país disputaram intensamente lote a lote os animais da Fazenda Eldorado e dos convidados e o resultado final não poderia ser outro: Recorde de Médias. Não tenho dúvida: Fazenda Eldorado - Terra Abençoada.” O mais antigo colaborador da Fazenda Eldorado, Macarrão, resumiu, em poucas palavras, toda essa histó-
ria. “As oportunidades são raras em nossas vidas. Sou muito grato por trabalhar tanto tempo ao lado dessa genética. Foram 17 anos de trabalho e aprendizado com o Helder. Em 2014, fará 20 anos de fazenda Eldorado. É uma satisfação estar nessa nova fase.” O ex-presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, também reconhece o nobre trabalho de Ronaldo e Paulo à frente da J. Galera. “A J. Galera foi reconhecidamente um dos grandes trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos da raça Nelore. O que é bom, tem que se perpetuar”, finaliza Duda.
“A J. Galera foi reconhecidamente um dos grandes trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos da raça Nelore. O que é bom, tem que se perpetuar” 69
elitte rural
Na Mesa
Carne Gourmet deliciosamente linda e desejada
E
la sempre ficou responsável
oferece carne nos padrões das três
pelas refeições em casa ou
principais referências no mundo: Brasil,
A chef de cozinha, apaixonada por
quando saía com os amigos.
Argentina e Estados Unidos. Aliás, este
comida brasileira, conta um pouco dos
Ainda assim, aventurou-se nos
charme do Chima, que foi inaugurado
segredos do sabor da carne bovina,
cursos de Engenharia e de Administra-
em 2001 em Uberlândia, no Triângulo
suas harmonizações e combinações.
ção, mas o que já estava escrito não
Mineiro, espalha seus sabores pelas
“O consumidor está cada vez mais exi-
teria como mudar. Vanessa Miranda
américas. O nobre restaurante, com
gente à mesa. As carnes nobres e a
descobriu-se no curso de Gastrono-
novo conceito de rodízio de churrasco,
cozinha gourmet vieram atender esse
mia e hoje chefia uma cozinha com
possui unidades em Fort Lauderdale,
público diferenciado, que, além do sa-
pratos que dão água na boca.
na Flórida; Charlotte, na Carolina do
bor, quer qualidade. Carne não tem
À frente do Chima – restaurante es-
Norte; Canto de Tyson, na Virgínia e na
meio termo, ou agrada num primeiro
pecializado que agrega ao tradicional
Filadélfia. O sucesso vem das mais de
momento ou não”, destaca a chef de
rodízio de carnes um serviço diferen-
15 carnes rotisserie, incluindo top sirloin,
cozinha.
ciado, em local elegante –, Vanessa
filé, costela, cordeiro, carne de porco,
frango, linguiça e peixe.
Prova dessa exigência é a pesquisa realizada no início do ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando que até o ano que vem cerca de 40 milhões de brasileiros vão ingressar na classe média B, aumentando assim seu poder de compra e, consequentemente, o consumo de carne bovina. Dispostos a pagar mais pela ga-
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rantia de maciez, sabor e origem da
para manter a suculência é selar a
carne, os consumidores sofisticam seus
carne num processo bastante simples.
cardápios eestão mais atentos à ras-
“Deixar a panela ou frigideira aquecer
treabilidade, marcas e rótulos de cortes
bem para que no momento em que
nobres. Ao comprovar a relação direta
a carne for colocada ela sele e man-
entre renda pessoal e consumo de
tenha sua suculência interna. No caso
proteína animal, os brasileiros fazem
de churrasqueira, a brasa tem que
crescer o mercado das carnes – puxa-
estar bem viva”, ensina a profissional.
do especialmente por raças bovinas.
As combinações também contribuem para harmonizar o prato. A
Trunfos de mestre
dica da especialista é que se arrisque
Quem vai a uma churrascaria
processar, bater ou picar os temperos,
busca maciez e sabor. A chef conta
acrescentando um pouco de suco na-
para a “Elitte Rural” os detalhes des-
tural ou um vinho. O sabor fica mais
ta combinação. “Um dos segredos é
agradável com um toque especial.
o ponto correto para deixar a carne podemos fazer uso de ervas e alguns condimentos, mas o sal só deve ser colocado na hora de levar para a churrasqueira. Salgar a peça com muita antecedência faz com que ela perca seu suco interno e acabe muito seca”, explica. Outro segredo da chef de cozinha
“Carne não tem meio termo ou agrada num primeiro momento ou não
‘‘
mais suculenta possível. No tempero,
A chef! A mineira Vanessa Miranda é apaixonada pela cozinha brasileira. Viveu sete anos em São Paulo e, no Senac Águas de São Pedro – primeira escola de gastronomia do País –, consagrou-se chef. Já passou por restaurantes renomados em São Paulo e Rio de Janeiro, além de ter participado de diversos eventos gastronômicos. O sucesso de sua culinária já foi reconhecido por chefs como Ana Bueno, do Restaurante Banana da Terra, de Paraty, e Daniela Martins, do restaurante Lá em Casa, de Belém do Pará. Daniela é filha do grande chef Paulo Martins. Atualmente, Vanessa é a responsável pela cozinha do novo restaurante Chima Steakhouse, em Uberlândia, onde seu desafio é servir pratos com qualidade inigualável, fruto do trabalho diário no sentido de selecionar os melhores ingredientes. 71
elitte rural
Na Mesa
Prime Rib servido com purê de mandioquinha 1kg de mandioquinha-salsa 250 ml de creme de leite 2 colheres de sopa de manteiga 1 dente de alho 1 peça de Prime Rib Sal o quanto baste Preparo: Em uma panela cozinhe a mandioquinha e, com ela ainda um pouco quente, bata no liquificador com o creme de leite. Em outra panela, refogue o alho na manteiga e junte a mandioquinha já batida. Tempere o Prime com mais ou menos 40 gramas de sal grosso e leve à grelha até o ponto de sua preferência. Sirva em seguida.
72
Ossobuco ao molho de cabernet sauvignon acompanhado de risoto milanez 2 unidades de ossobuco
Preparo: Refogue 2 dentes de alho, 2
com muito gosto de manjericão ou
3 cenouras
cebolas e 1 alho-poró no azeite. Junte o
de tomilho. Aí sim pode comprome-
3 cebolas
ossobuco até dourar. Entre com o vinho e
ter o sabor do seu risoto.
4 dentes de alho picado
500 ml de água. Deixe cozinhar por uma
Retire a ponta da raiz do alho-poró
2 talos de alho-poró
hora.Para finalizar, adicione um pouco de
e a parte mais verde e corte em
500ml de vinho cabernet
salsinha e a cebolinha. Para o fundo de
quatro partes. Faça o mesmo com
500ml de água
legumes: Lave bem as ervasaromáticas,
o salsão.Não vamos utilizar as fo-
1 talo de salsão
junte todas, amarre com uma linha, for-
lhas para que o sabor não sobres-
400g de arroz arbóreo já cozido
mando um saché, e reserve.
saia. Descasque o alho e a cebola,
2 colher de manteiga
cortando a cebola em quatro partes.
40g de açafrão
Importante: Se você não encontrar al-
Lave bem a cenoura e corte também
100g de parmesão ralado
guma das ervas, não há problema;1
em quatro partes. Não é necessário
100ml de fundo de legumes
folha de louro a menos no seu caldo
retirar a casca. Coloque tudo numa
Sal o quanto baste
não vai comprometer o resultado final.
panela funda e grande, com a água
Ervas aromáticas: 2 galhinhos de to-
Por outro lado, tome cuidado para
e o sachê de ervas, e deixe cozinhar,
milho, 3 folhas de manjericão, 4 ga-
não se empolgar demais com as er-
mantendo a mesma tampada ou se-
lhos de salsinha, 3 folhas de sálvia, 1
vas, pois nenhum sabor deve sobres-
miaberta, em fogo médio, por 1 hora.
folha de louro e 5 talos de cebolinha.
sair no caldo, como, por exemplo, ficar
Depois de cozido, deixe esfriar um pouco para não se queimar e passe por uma peneira. Guarde o caldo na geladeira, se não for utilizar logo, ou congele, para utilizar em outra oportunidade, lembrando que, para fazer risotos, o caldo deve sempre estar quente. Os legumes não precisam ser descartados. Você pode bater no liquidificador e utilizar em sopas, molhos ou da forma que desejar. O caldo rende em torno de 1,5 litro depois de pronto e é suficiente para fazer risoto para 4 pessoas. Para o risoto: Em outra panela, coloque a manteiga, o açafrão e junte aos poucos o arroz arbóreo. Coloque o fundo de legumes até dar a consistência cremosa. Junte o parmesão e desligue o fogo. Sirva em seguida e bom apetite.
73
elitte rural
Na Mesa
O vinho certo para cada tipo de carne Tinto, seco ou suave. Na hora de comprar, as opções são inúmeras. Existem mais de 800 aromas diferentes para os mais variados paladares, sabores que fazem da bebida uma das mais complexas da gastronomia mundial. E não é só isso. Se consumido de forma adequada – uma taça ao dia –, faz bem ao coração, é digestivo e excelente acompanhamento para carnes vermelhas. Os elementos contidos no vinho estimulam a liberação de ácido gástrico, que, em sua maioria, é produzido durante o processo de fermentação e removido durante a destilação. O vinho age para eliminar substâncias nocivas à saúde. Por exemplo,a MDA, metilenodioxianfetamina, presente nas carnes vermelhas, produto da oxidação das gorduras insaturadas, se acumulada, pode tornarse cancerígena. O vinho, rico em polifenóis, expele por completo não só a MDA, como também os radicais livres e outras substâncias que poderiam ser maléficas. Quem não gosta de bebida alcoólica pode acrescentar o vinho a alguma receita, refinando o prato e, ainda, o paladar. Especialistas em bebidas deixam claro que não existem regras para apreciar um prato acompanhado pelo néctar destilado da uva. O mais importante é respeitar o paladar, afinal, dizem que quanto mais conhecemos, mais nos tornamos exigentes. É importante, porém, ressaltar que existe uma harmonização entre os alimentos. 74
“Para quem não gosta de bebida alcoólica pode acrescentar a uma receita, refinando o prato e ainda o paladar
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Um produto nunca pode se opor ao outro. O que se busca é o máximo de proximidade entre o prato e o vinho. “O vinho é a forma líquida do alimento por si. Durante a evolução da gastronomia de algumas regiões do mundo, os vinhos evoluíram também. Naturalmente, o vinho de uma região encontra na gastronomia do próprio local a melhor parceria”, afirma o empresário e sommelier Sérgio Novelli Musolino.
da Similaridade à Intensidade A primeira combinação é conhecida como similaridade, em que o vinho e a comida possuem características parecidas: vinho doce com sobremesa doce, vinho com acidez pungente e pratos com
molhos ácidos, vinhos tânicos com pratos de textura mais pesada. A segunda acontece por oposição, em que o vinho e a comida casam porque são diferentes. A terceira é por intensidade. Nesse caso, os pratos leves combinam com vinhos leves, pratos pesados com vinhos encorpados. “Não se atenha apenas à regra peixe ou carne. Um linguado é muito diferente de um salmão, na textura e na gordura. Um vinho branco de uva Sauvignon blanc é bem diferente de um Chardonnay. Preste atenção no prato, na estrutura e no peso e encontre um vinho na mesma medida”, explica o sommelier. Um exemplo disso são os grandes cortes de carne, como o Ancho, que encontra em vinhos encorpados e tânicos parceria ideal. As proteínas do suco da carne combinam muito bem com os tânicos da bebida. 75
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Um cardápio com sete cortes São tantas combinações possíveis que, para não errar, o especialista apresenta um cardápio com sete cortes de carne bovina e suas harmonizações com o vinho tinto. Começando com a alcatra, um corte de pouca gordura, Sérgio orienta que o vinho a ser tomado tenha corpo médio, como, por exemplo, Brancaia Tre (La Brancaia). Um vinho Italiano produzido na Toscana, com aroma de frutas vermelhas e sabor ácido e vivaz. E ainda tem o filé mignon, uma carne que não tem sabor intenso nem muita gordura e por isso pode ser casada com o Sabor Real Viñas Centenarias. Um vinho produzido por pequenos produtores na região do Toro, no noroeste Espanha. Preço e sabor bem atraentes.
Um Malbec argentino é a combinação ideal para pratos compostos com o contrafilé. O Koyle Royale Cabernet Sauvignon é a bebida certa. Tem álcool bem integrado e um sabor bem frutado. “Este vinho é produzido de forma biodinâmica, com produtos orgânicos para equilibrar o solo e as videiras. O resultado é uma das bebidas com sabor e aroma mais acentuados”, enfatiza o especialista. Já a suculenta e saborosa costela bovina pode ser acompanhada de um vinho australiano, como Heartland Shiraz. “É um tinto encorpado, com notas de especiarias, frutas e leve tostado”, conta.
“A picanha geralmente é feita na grelha e o modo de preparo e as características desta carne pedem um vinho também marcante, como o Pulenta Estate Cabernet-Malbec Argentino, bem marcante”.
Fraldão, por ser muito saborosa e gorda, também necessita de um tinto chileno bem encorpado.O Medalla Real Cabernet Sauvignon casa com este prato. Esta bebida é originária das vinhas de Santa Rita, uma das três melhores do país, e traz no seu sabor notas de pimentas pretas.
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Sabor indescritível Assim como na pecuária o destaque é para os touros e novilhas mais desenvoltos e produtivos, na escolha do vinho observam-se as condições climáticas, a harmonização e a safra. Cabernet Sauvignon é a uva mais difundida no mundo, encontrada em todas as zonas temperadas e quentes. O ex-presidente da ABCZ, pecuarista e médico José Olavo Borges Mendes, que ao longo dos seus 70 anos toma vinho há 20, conta que sente prazer indescritível ao saborear a bebida, que tem espaço garantido em sua casa. “Olhe, toda a família aprendeu a tomar vinhos e vinhos bons, principalmente os chilenos tirados da uva Cabernet Sauvignon,com seu aroma e sabor envolventes”, destaca o pecuarista.Ele frisaque o vinho pode ser um bom companheiro para uma prosa em casa e com amigos. Já o italiano Rubio (San Polo), que vem de uma das melhores e mais respeitadas vinícolas do Veneto, harmoniza-se muito bem com a maminha, uma carne de sabor e suco.
Em 1980, 51% dos franceses bebiam vinho diariamente, enquanto hoje apenas 17% são consumidores regulares e 45% ocasionais. Nas Américas, ele está em crescimento. Em 2012, foram vendidas mais de 360 milhões de caixas de vinho nos EUA, o que se traduz em mais de uma caixa por pessoa. A indústria do vinho alcançou cifras de 34,6 bilhões de dólares.
O vinho acompanha a história da humanidade há nove mil anos. No Brasil, começou a frequentar nossas mesas desde o início dos anos 90
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Um cálice de história Estudiosos não sabem ao certo quando a bebida foi criada, mas não negam que ela acompanhou as revoluções econômicas sociais e culturais de muitas civilizações orientais e ocidentais. Para os cristãos, Noé foi quem plantou um vinhedo e, com ele, produziu o primeiro vinho do mundo. Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. Hititas, babilônicas, sumérias não eram diferentes. As histórias foram adaptadas de acordo com a tradição e crença dos povos. Em todos os povos, o vinho era consumido em ocasiões especiais, nas celebrações religiosas ou nos grandes banquetes. No Velho Mundo, cheio de tradições e cultura ligadas à bebida, o vinho sempre foi visto como um ícone. No Ocidente precisou-se de muito trabalho para alcançar o status que tem hoje.
O motivo pelo qual o vinho estaria ganhando lugar entre os consumidores norte-americanos pode ser a crescente tendência gourmet no país, onde a receita antiga da vovó vai ganhando um tempero especial nos grandes restaurantes. “O vinho acompanha a história da humanidade há nove mil anos. No Brasil, começou a frequentar nossas mesas desde o início dos anos 90. Ainda estamos escolhendo e definindo regiões e estilos. Existe muito a ser feito e já temos progresso”, comenta Sérgio. De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravim), no primeiro semestre deste ano houve aumento de 3,21% nas vendas de vinho diante do mesmo período do ano anterior, com 94,7 milhões de litros vendidos. “O mercado cresce muito porque ainda está em uma base muito pequena. Em valores absolutos é 77
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de, aproximadamente, 2,5 litros per capta ano. Anos atrás era 0,8 litro. Claro que, em algumas regiões, é muito maior, mas ainda não temos dados seguros de nenhuma consultoria. É muito difícil medir. Pode ser que no futuro nossos filhos incluam o vinho em sua lista de compras diária,ao lado do arroz, feijão e da carne. Ainda estamos longe disso”, esclarece o especialista. A viticultura no Brasil ocupa área de, aproximadamente, 77 mil hectares, com vinhedos estabelecidos desde o extremo sul do país até regiões situadas muito próxi-
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mas à linha do Equador. Do total de produtos industrializados, 77% são vinhos de mesa e 9% são sucos de uva, ambos elaborados a partir de
“O mercado cresce porque ainda está em uma base pequena. Em valores é de aproximadamente 2,5 litros per capta ano. Anos atrás eram 0,8
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uvas de origem americana. Em torno de 13% são vinhos finos, o restante dos produtos industrializados, 1% do total, é de outros derivados da uva e do vinho. Se por um lado o Brasil está começando de fato a degustar vinhos, por outro não há dúvidas de que o brasileiro é um grande consumidor de carne bovina. Tanto que o poder de compra em relação à carne bovina aumentou em 2013. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16% da renda da população é destinadaà compra de alimentos. Esta combinação de carne e vinho, consagrada desde os tempos remotos, vai ganhando espaço na vida das pessoas. Segundo o Salmo 140:15, “E o vinho alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem”.
A história do empresário Ricardo Vicintin, da Rima Agropecuária, se confunde com a dos patrícios italianos. Criado numa estrutura onde o vinho sempre integrou as principais refeições e celebrações entre pais e avós, ele resolveu, em 1981, em uma de suas viagens a Paris, fazer dois cursos intensivos na Académie du Vin. A Academie du Vin foi fundada em Paris, em 1972, por uma autorida-
“Gosto de vinhos como o italiano Amarone Della Valpolicella, que é um vinho suculento, frutado, complexo e que apresenta toques marcantes de uva muito madura
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Quem toma recomenda
de do vinho britânico, Steven Spurrier. Sua missão era transmitir os prazeres do vinho para as pessoas que não estão acostumadas a beber. A partir dessa paixão, ele criou o método de comparação de degustação, que se tornou o padrão global e o melhor método para aprender sobre vinhos. A academia funcionou neste formato e durou até 1988, quando o governo francês regionalizou os cursos e a Academie du Vin acabou sendo comprada pela academia Repaire de Baco. “Lembro-me como se fosse hoje. Foram três meses e dois cursos,em que degustávamos duas dúzias devinho por dia. Observávamos a coloração, sentíamos o cheiro e depois degustá-
vamos e jogávamos fora num balde com gelo. Não bebíamos o vinho, aprendíamos a detectar como foi realizada a produção e se foi uma boa colheita”. É comum que muitos se encantem com as ricas descrições dos aromas de um vinho e que sucumbam ao fascínio de navegar pelas diversas características gustativas deste complexo néctar de Baco, mas o bom mesmo é sentir o sabor dele. “O verdadeiro segredo das videiras é revelado quando tomamos este néctar. Gosto de vinhos como o italiano Amarone Della Valpolicella, geralmente conhecido como Amarone, que é um vinho suculento, frutado, complexo e que apresenta toques marcantes de uva muito madura. Gosto também do português Verde produzido no noroeste de Portugal, uma região costeira bem localizada geograficamente para a produção de excelentes vinhos brancos, e dos franceses Bordô”, conta o empresário, que recomenda a bebida diariamente para quem gosta.
FAZ BEM A mitologia grega conta que Baco é o deus da videira, do vinho e do delírio místico. Filho de Júpiter e Sémele, é também conhecido como Liber Pater e identificado como o deus grego Dionísio. Em latim, seu nome significa “livre” e corresponde à ideia de deus “libertador”, aquele “que desata”. Assim como os vinhos, que trazem tranquilidade quando são tomados. E se até os deuses abençoam essa bebida, não é por acaso que ela também contribui para a qualidade de vida. Por esse motivo, o vice-presidente da Associação dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo Manuel Machado Borges, também recomenda o vinho. “Bebo socialmente há 30 anos, somente em momentos especiais. Quando vou escolher, prefiro sempre aqueles mais encorpados, mais amadeirados, que possam acompanhar um bom corte bovino, sem falar que, tomado moderadamente, faz um grande bem à saúde”, argumenta Arnaldinho. 79
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Nossas historias
Rural x Urbano e o futuro do planeta
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uando falam em ruralista, já soa como extremista, terrorista, o urbanoide escuta e vira o rosto, desconfiado. A bancada política, que representa o setor, jamais seria chamada de bancada dos produtores de comida. O conflito é constante, numa divisão acirrada entre agronegócio e agricultura familiar e o urba-
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no puro. O primeiro é o desmatador, o aproveitador, não é mais aquele herói que desbravou nosso território e transformou o Brasil em um grande celeiro para o mundo, e vem salvando a balança comercial de um vexame ainda maior e, ainda, gera a maior parte dos empregos. Isso tudo foi estimulado pela sociedade das décadas de 70 e 80, quando apoiaram a abertura
do cerrado e passamos a garantir fartura na mesa dos brasileiros. As pesquisas são direcionadas, com perguntas como: Você quer destruir o oxigênio do planeta? É óbvio que não. Mas e se perguntar – Você quer deixar as pessoas morrerem de fome? A sociedade quer o bônus, mas não quer dividir o ônus. Vejamos quantos colocam álcool no carro por causa da natureza? A
“Eu defendo a classe de produtores rurais de vocação, que consegue passar de geração para geração o gosto pela terra e a valorização da natureza
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primeira coisa que fazem é calcular se o preço compensa. Eu defendo a classe de produtores rurais de vocação, que consegue passar de geração para geração o gosto pela terra e a valorização da natureza. Vamos considerar que tem criminoso em qualquer profissão, mas existe um erro de avaliação. O produtor de berço mesmo é aquele que aprendeu a valorizar o meio ambiente e sabe que, se não preservar, vai ficar sem nada. Os mais antigos, que desmataram, foram heróis que garantiram o surgimento de novas cidades, novos empregos, e foram também fundamentais no combate à malária. Os conceitos mudaram, ainda bem, mas temos dificuldades ainda para definir sustentabilidade. Esquecemos que o tripé que garante o verdadeiro sentido da palavra passa pelo ambiental, pelo social e pelo econômico. O homem deve e faz parte do contexto. Urbanos e rurais, demoramos para entender a importância de cuidar do meio ambiente e ainda estamos aprendendo. Não faz muito tempo, início da década de 90, quando eu viajava pelo interior de Santa Catarina de carona, um amigo mostrava o saquinho de lixo preso ao câmbio de marcha e se achava moderno, mas bastou encher a sacolinha e ela foi amarrada e arremessada na rodovia. Conceitos que demoram a ser completos no consciente
das pessoas, no hábito. Agora, no Rio de Janeiro, em um único dia, mais de 100 multas foram aplicadas àqueles que jogam lixo no chão. O urbano segue vestindo a camiseta do sou verde e o rural implora pela valorização que já existe em outros países. Na semana da Pátria, produtores dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná já encamparam uma campanha para a semana da “dependência” e para
fazer boicote, deixar de entregar boi e soja no mercado. Provocar o sentimento de: “faço falta”. Temos um longo caminho pela frente. Demoramos a ter uma cara de país que quer o desenvolvimento e, justamente agora, os movimentos proibitivos do progresso surgem com força, pois nos países já desenvolvidos não sobrou nada para preservar. Então, vamos encarar o progresso com sustentabilidade, com olhar de futuro, para que as próximas gerações tenham um planeta e que rural e urbano entendam que somos uma sociedade única. Não podemos dividir, precisamos somar para encontrar soluções e dividir as responsabilidades. Como bem disse o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues: “Precisamos concretizar um projeto de interesse global. Uma proposta para uma verdadeira “ECONOMIA VERDE”, capaz de produzir alimentos, energia e fibras sem destruir os recursos naturais.”
Marcelo Lara é jornalista e conquistou os prêmios CNA em Brasília (2002), Massey Fergunson de Jornalismo (2003) e Embrapa de Jornalismo (2005). Começou a carreira no Grupo RBS, em 1992. Em Santa Catarina, especializou-se em Agronegócio, cadeias produtivas e foi responsável pelas matérias de mercado para o “Globo Rural”. Está no Canal Rural desde a sua criação, em novembro de 1996. Em 2005 e 2006, foi repórter Mitsubishi, fazendo reportagens em 20 estados para mostrar o Brasil Rural e, mais tarde, conquistou experiência internacional, com reportagens nos Estados Unidos, na França e Bolívia. Atualmente, responde pela sucursal de Uberaba e ministra palestras com o tema “Mundo Rural, visão urbana, o desafio de produzir alimentos”
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Nossas historias
Uma questão de atitude
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Esse mesmo sistema nos nossos padrões operacionais seria um fracasso total. Diariamente, a natureza produz vida, purifica a água, produz sombra e microclimas sustentáveis, produz alimentos, não produz lixo, recicla tudo e purifica o ar, retirando gás carbônico da atmosfera. Mas, mesmo assim, tendemos a olhar
“O gigantesco e fenomenal equilíbrio do uso da energia pela natureza em seus processos é que lhe permite operar um sistema tão eficiente
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obert Constanza, um economista ambientalista norte-americano, publicou em 1997 um trabalho que trazia uma visão diferente sobre a natureza: quanto custa a operação que a natureza processa no mundo todo, todos os dias, caso fôssemos fazer o seu trabalho? Ele estimou um custo aproximado de 33 trilhões de dólares por ano. Isso era duas vezes mais que a soma de toda a economia mundial daquele ano. O segredo engenhoso desse caso de sucesso já havia sido predito por Lavoisier (1743-1794), quando elaborou a sua famosa lei que enunciava: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O gigantesco e fenomenal equilíbrio do uso da energia pela natureza em seus processos é que lhe permite operar um sistema tão eficiente.
para a natureza como uma propriedade particular, sobre a qual teríamos direito de posse, uso e intervenção infinitos. Na outra margem dessa história, outro estudo mostra que os jovens em nossa sociedade moderna assistem por pelo menos 4 horas por dia à televisão e são capazes de reconhecer pelo menos mil logotipos de empresas, mas revelam uma ignorância completa sobre o nosso sustento, tendo conhecimento restringido a menos de dez plantas e animais de suas regiões locais. Tom Hartmann, um escritor igualmente ambientalista, autor, dentre outras obras, de “As últimas horas do sol antigo”, coloca outra questão interessante. Ele considera que, nos primórdios da civilização humana, a sociedade vivia basicamente com o que era possível de ser produzido
diariamente com a irradiação da luz solar. A luz do Sol era nossa única fonte de energia e sobrevivência. Através dela, as plantações cresciam, comíamos as plantas; os pastos brotavam, os animais pastavam e comíamos os animais. Um ciclo marcado pelo relógio da natureza. Nesse ritmo, a humanidade viveu séculos, e nesse período, multiplicou-se na mesma velocidade com que a natureza operava suas transformações. Éramos 150 milhões de pessoas no ano 1 d.C. Foi preciso que se passassem 1.350 anos para dobrarmos esse número e chegarmos a 300 milhões. Nos 350 anos seguintes, a taxa de crescimento já seria outra e em 1700 somávamos 600 milhões. Depois disso, a revolução industrial revela-nos outro mundo, outro ritmo. Inventamos a máquina a vapor, os meios de transporte mais rápidos e a produção de alimentos e bens de consumo começaram a se distanciar de seus consumidores – era preciso conseguir mais energia do que aquela disponibilizada diariamente pela luz do Sol. Os alimentos já não estavam mais em nossos quintais. A virada do século XX registrou nosso primeiro bilhão de pessoas e descobrimos as fontes fósseis de energia. Uma energia escondida sob a terra, não renovável como a luz diária do Sol. Foram necessários apenas mais 85 anos para que a população mundial se quintuplicasse, e, em 1985, atingimos 5 bilhões de seres humanos. O movimento ritmado da nature-
za precisou ser alterado para atender a demanda de toda essa população, e os efeitos começaram a ser percebidos, principalmente nas mudanças climáticas. Hoje, as estimativas projetam 6,5 bilhões de pessoas e em 2050, mantida a taxa de crescimento, seremos mais de 9 bilhões de pessoas. Em pouco mais de 100
anos, multiplicamos oito vezes o que levou 1.900 anos para ser atingido. Nesse cenário, o Brasil, mais do que um eterno país potencial na produção de alimentos, consolidouse como tal, finalmente. Agora, nos mantermos nessa posição já será outra história. Os ataques serão cada vez mais frequentes e terão cada vez mais, como fundamentação, o impacto ambiental dos sistemas de produção. Números são números e consubstanciam fatos, e, como dizem, contra fatos não há argumentos. Temos o maior rebanho bovino comercial do mundo (perdemos somente para a Índia), temos 177 milhões de hectares em pastagens e outros 60 milhões em culturas. Nossos bovinos são ruminantes e, como ruminantes, produzem gás metano por fermentação entérica, expelido por eructação. Outras atividades também produzem metano,
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Nossas historias
tais como o cultivo de arroz inundado, os aterros sanitários, o gás natural, dentre outros. A fermentação entérica e o esterco animal respondem por 29% da produção de metano, seguidos pelo cultivo de arroz, com 16%. E o metano contribui para o aumento do efeito estufa. Por conseguinte, este tema tem que entrar na nossa agenda. Por outro lado, o CO2 (dióxido de carbono), produzido pela queima de combustíveis fósseis, queimadas e desmatamento, responde, sozinho, por 60% do efeito estufa. Outros gases são mais nocivos ainda quando medidos através do PAG – Potencial de Aquecimento Global, como o óxido nitroso (310 vezes mais potente que o CO2) e o hexafluoreto de enxofre (23.900 vezes). Mas é mais provável que todos os ativistas continuem viajando de avião pelo mundo todo e se deslocando em carros para os locais onde irão alardear a eructação de nossas vacas. A boa notícia é que dentre as alternativas para mitigar o problema do aquecimento global, não figura, por razões óbvias, a de deixarmos de nos alimentar. Entretanto, as circunstâncias nos levam verdadeiramente a um novo nível de compromisso com a produção de alimentos. Alguns estudos mostram que o aumento da produtividade animal pode contribuir para a redução dos níveis de emissão de metano à medida que o ciclo de produção é acelerado. Nesse caso, o mesmo animal produz menos metano em sua vida útil. Esta é uma boa e nova razão para nos preocuparmos com a seleção
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focada em princípios econômicos, principalmente para aqueles que até agora não haviam se convencido de sua importância. Outra prática muito razoável é a melhoria do manejo das pastagens. Nada muito sofisticado, somente a melhoria do uso das áreas de pastagens já implantadas, que depende muito mais de atitude do que de investimentos. Especialistas da área são unânimes em dizer que, com um ajuste de carga e manejo racional dos pastos, saltaríamos da nossa média de 0,7
“O Brasil, mais do que um eterno país potencial na produção de alimentos, consolidouse como tal finalmente. Agora, nos mantermos nessa posição já será outra história
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UA/ha para 1 UA/ha – um aumento de 43%. Já dependente de alguns investimentos, existem indicações de que podemos saltar para até 6 UA/ há, ou seja, podemos produzir muito mais na mesma área e, ainda, explorarmos a potencialidade das gramíneas forrageiras como redutoras dos níveis de CO2 . A Terra existe há 4,5 bilhões de anos. Nesse período, 99,9999% das espécies que aqui existiam foram extintas. É o processo da seleção natural, ajustando as formas de vida aos novos ambientes, o que nos mostra, também, que a Terra nunca foi um sistema estático. Existem simulações mostrando que se toda a história do planeta Terra fosse compartimentada em um ano, nós, humanos, teríamos surgido nos últimos 2 segundos do dia 31 de dezembro. Somos uma espécie muito recente e, provavelmente, a mais evoluída entre todas que surgiram sobre a superfície do planeta, mas estamos acelerando o processo da nossa própria extinção e de outras espécies. Temos uma chance, talvez, de mostrar a nós mesmos que somos uma espécie diferente, capaz de reverter esse quadro.
Luiz Antonio Josahkian é o superintendente-técnico da ABCZ, além de jurado efetivo das raças zebuínas. Inicialmente, ele dedicou este texto à revista da entidade. O zootecnista é graduado pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba, Fazu (1982), onde é professor titular. Josahkian possui especialização em Produção de Ruminantes pela Universidade Federal de Lavras, UFV (1997) e conta com experiência na área zootécnica, com ênfase em Melhoramento Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: bovinos de corte e leite, registro genealógico de zebuínos e julgamento de animais das raças zebuínas
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Nossas historias
A coisa tá feia... ... A coisa tá preta... Quem não for filho de Deus tá na unha do capeta! A frase e a rima não são minhas, têm gosto e cheiro de Tião Carreiro e Pardinho. Também não vou seguir o caminho das estrofes, como sempre engraçadas e oportunas. Sem preocupar em fazer rimas bonitas, vou embarcando apenas na realidade brasileira, coisa em que tenho larga e longa experiência. Penso e escrevo o que sinto, não me interessando por críticas e desabonos de muitos leitores. Vou lá e de início recordando minha simpatia e solidariedade ao governo de dona Dilma. Tenho comigo que mulheres são melhores e mais sinceras no exercício do poder. Não vi – e vocês são também testemunhas – governante mulher usar avião da FAB ou governo para carregar amores escondidos ou festas de fantasia particular. Já o segundo e masculino time da dona Dilma andava se esbaldando nesta especialidade, todos os órgãos da imprensa buzinaram diariamente. Acontece que a história é cíclica e teimosa. E os governos se repetem, desde a Presidência da República até a mais modesta cidadezinha de modestos prefeitos e vereadores. Existe um espírito mau e con-
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tagioso no processo democrático, um regente ou maestro que os iniciantes julgam de obrigação ser imitado. Verifiquem comigo: um golpe de sucesso na Câmara de Vereadores ou equipe de secretários, se for de sucesso, entra na agenda, imitação e sucesso de outras comunidades políticas. Parece-me evidente que a doença é contagiosa, porém não absoluta – sempre existirão comunidades sadias e imunes a esta doença dos tempos modernos. Acontece que este comportamento de honestidade na vida pública não é generalizado e está sempre ameaçado. Na minha longa observação e experiência, os governos ditatoriais são
mais eficientes neste combate quando começam seu trabalho: existe certa vigilância e respeito pela opinião pública. Depois, amaciados ou deportados os críticos, a situação vai piorando, piorando... Não quero adivinhar nada, posso estar errado, mas a simpatia trabalhadora do início no governo Lula foi importante alicerce de sua simpatia... Até ele eleger Dilma, quando a turma achou que já tinha garantia e imunidade na opinião pública. Igual jabuticabeira, quando a chuva molhou os galhos das grimpas escondidos, elas começaram a escorregar, e por aí vão entrar Tião Carreiro e Pardinho. Não vou exagerar minha sensação de que tudo está preto, mas também não dá pra acreditar que o céu permanece limpo e azul. E isto é importante, porque a sensibilidade do povo é sensível a contágios.E pareceme que as coisas boas e ruins estão se misturando – e em política pé de moleque é muito quebradiço...
João Gilberto Rodrigues da Cunha é escritor, médico, empresário e agropecuarista. Foi três vezes presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). É dono da Cadeira nº 38 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM). Em 2001, foi finalista do prêmio Jabuti, com o livro “Caçadas de Vida e de Morte”
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Urbanismo sustentável:
Invista nessa ideia Você sabia que pela primeira vez na história, mais da metade da população mundial vive em cidades? Em 2008, ultrapassamos esse marco e, em 2040, estima-se que duas em cada três pessoas viverão em ambientes urbanos. Este fator geográfico está ocorrendo muito mais rapidamente nos países e cidades em maior desenvolvimento. No Brasil, aproximadamente 83% de sua população vive em centros urbanos. Essas mudanças que costumavam levar séculos estão ocor-
subterrâneas e à vida silvestre.
rendo em poucas décadas, gerando enor-
O Grupo New Bank Urbanismo atua
mes desafios. Por isso, essas aglomerações
no setor imobiliário e construiu uma histó-
enormes e sem precedentes históricos criam
ria marcada pela viabilização de grandes
uma série de novas exigências e vulnerabili-
negócios no Brasil e no exterior.
dades que têm de ser resolvidas de forma
Todos esses empreendimentos são re-
criativa e equitativa. Precisamos de novas
sultados de intensas pesquisas de viabilida-
formas de produzir, fornecer bens e serviços,
de, que permitem a escolha das melhores
consumir e nos locomover. A mobilidade ur-
áreas para loteamento. Valorizando localiza-
bana precisa ser sustentável.
ção, infraestrutura e dinâmica de crescimen-
Infelizmente, poucas cidades estão
to. Sua prioridade é investir com sustentabili-
adequadamente preparadas para estes
dade, promovendo o melhor aproveitamento
desafios e, menos ainda, estão tentando
dos espaços e integrando setores residen-
gerenciá-los de forma planejada.
ciais, comerciais e de lazer em um mesmo
Uma das soluções é que as edifica-
projeto, dando destaque para as áreas ver-
ções projetadas sejam construídas com
des e a criação de parques ecológicos em
o emprego de materiais e técnicas de
áreas com proteção ambiental.
baixo impacto ambiental, baixo consu-
As áreas, de propriedade do grupo, têm
mo de energia e de baixa geração de
projetos personalizados que se adaptam a
gases do efeito estufa, além do respeito
qualquer cidade. Tudo isso para oferecer o
à paisagem natural, águas superficiais e
que existe de melhor no mercado.
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Toda majestade
da Sabiá
ponto de encontro entre a tradição colonial e a inovação tecnológica
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U
ma fazenda jovem, mas com o requinte da arquitetura barroca das centenárias propriedades cafeeiras de Minas Gerais. Esta é a descrição da Fazenda do Sabiá, localizada em
Capitólio e reconhecida pela excelência genética na seleção de gado Nelore. A estrutura tem pouco mais de 40 anos. A princípio, o lugar seria apenas um refúgio à beira da represa de Furnas para o empreendedor Alberto Mendes e a família, mas o patriarca, interessado em pecuária, encantou-se com a raça zebuína. Por isso, antes mesmo de construir a casa de campo, a escolha foi investir nas instalações para o gado. Essa paixão garantiu ao rebanho a melhor paisagem da fazenda, bem às margens de um dos maiores lagos artificiais do mundo. Não bastasse a vista premiada, a elegância é outra característica na Fazenda do Sabiá. O bom gosto tem o toque da matriarca Edi Mendes. Ela fez questão de pesquisar em revistas e livros o verdadeiro estilo barroco mineiro para execução do projeto da sede. Os traços arquitetônicos do século passado tomam conta da fachada de alto a baixo, desde as janelas e beirais até os degraus da en-
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trada principal, feitos da típica pedra mineira de Tiradentes. Para garantir ainda mais fidelidade ao estilo colonial, foram introduzidas também cópias dos lampiões antigos de Petrópolis (RJ) e peças de cerâmica portuguesa de Santo António, no Porto. Por dentro, a decoração segue a mesma tendência. A proprietária garimpou os antiquários mineiros para selecionar objetos que fizeram parte da história. O resultado foi um ambiente que concilia a beleza do design barroco e a rusticidade aconchegante do campo, onde não poderiam
Por dentro, a decoração segue a mesma tendência. A proprietária garimpou os antiquários mineiros para selecionar objetos que fizeram parte da história.
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faltar a cozinha típica com fogão à lenha e, também, a sala de visitas com uma ampla mesa de madeira maciça para recepcionar os amigos e convidados, como manda a tradição de Minas. Da sala de jantar, o visitante tem acesso a uma sacada com vista para os fundos da fazenda. O camarote foi criado durante a reforma de ampliação da sede e oferece uma visão panorâmica da área que abriga todos os anos o concorrido Leilão Sabiá. E como o rebanho se tornou referência em todo o País, a propriedade virou ponto de encontro para neloristas do Brasil e do mundo. Então, foram espalhados 20 chalés ao redor da casa
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central, com o mesmo conforto e requinte, para hospedar os familiares, amigos e compradores. “Temos o prazer de receber as pessoas na casa da gente e dividir esse pedaço de paraíso”, afirma Beto Mendes, que atualmente comanda os negócios da família. O capricho estético observado na arquitetura também é característica marcante no trabalho de melhoramento genético na Fazenda do Sabiá. Conforme Beto, os últimos 46 anos foram dedicados ao aperfeiçoamento da raça e investimento constante em tecnologia para projetar um tipo próprio de Nelore: animais que reúnem beleza racial, harmonia e carcaça bem desenvolvida.
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Por causa de desse legado, a Fazenda do Sabiá se mantém nas primeiras colocações do ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) Com isso, muitas estrelas do plantel são consideradas ícones da raça Nelore. Betina, Tajayama, Cristal, Ryatna, Taibhara, Filadélfia, Kashimira, Eternity, Ermida, Alphorria e Cantarina vêm disseminando sua qualidade genética por todo o rebanho nacional, gerando filhos e filhas campeões de pista e de produtividade. Reprodutores como Legat, Tatcher, Pitman e Bvlgari contribuem para o melhoramento genético tanto no mercado de elite quanto na produção de touros comerciais. Por causa de desse legado, a Fazenda do Sabiá se mantém nas primeiras colocações do ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), seja como melhor criador ou expositor.
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elitte rural
Capa
A Capa: um exemplar de sucesso da Rima
N
o decorrer dos anos, a Rima vem buscando o melhoramento genético da raça Nelore. São muitos os desafios, mas são superados gradativamente. Uma das formas encontradas pela empresa é a clonagem de suas principais doadoras. Com muito trabalho de toda a equipe, a empresa vem colhendo resultados. O mercado ainda visualiza o negócio de clonagem de forma receosa, com a crença de que os clones não evoluem a raça e, como consequência, alguns criadores, ainda retrógrados a essa tecnologia, não acreditam nos produtos provenientes de clones ou nos próprios
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clones. Já a Rima utiliza o método de clonagem não para perpetuar genótipo, e sim para evoluir a partir de um ponto já conhecido, com o objetivo de dar uma longevidade maior à genética top de produção e já provada em pista. “Um dos destaques do leilão que ocorrerá no dia 27 de setembro, Terras do Nelore, é a Rima FIV Indiara, filha de um clone da Varusada Baluarte, doadora de destaque do meio e mãe da Grande Campeã Nacional da ExpoZebu de 2007, Alika TE da Baluarte. Esta é uma bezerra que vem para quebrar paradigmas na raça, mostrar que os clones podem produzir ani-
mais tão bons quanto ou até melhores que as originais”, afirma Marcello Ricardo Costa Bello, da Rima Agroflorestal. Segundo ele,os animais clonados, bem como seus produtos, irão ao longo dos anos mostrar seus resultados.“Aquele criador que estiver por dentro do negócio e do mercado Nelore tem grandes chances de sair na frente, uma vez que esses animais ainda estão ganhando espaço e visibilidade”, finaliza Marcello.