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TEXTO E CONTEXTO: O chamado e as promessas de Deus para Abraão

“Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e Herdeiros da terra engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção!” (Gn 12:2)

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IMAGINE A SEGUINTE situação: Deus aparece para você e lhe pede que deixe sua cidade, casa e família para ir a um lugar totalmente desconhecido. No entanto, para amenizar essa decisão angustiante, Ele lhe promete dar uma herança muito valiosa e realizar seu maior sonho. Ainda assim, você confiaria Nele o suficiente para topar essa proposta aparentemente absurda?

Acredito que você já deve ter percebido de quem estamos falando, não é mesmo? Não foi fácil para Abraão e Sara deixar tudo para trás a fim de obedecer ao chamado de Deus, assim como não seria para nós. Porém, no caso deles, o cenário era ainda mais dramático, uma vez que as promessas feitas ao casal esbarravam em obstáculos humanamente intransponíveis.

A seguir, vamos estudar alguns detalhes dessa história contada em Gênesis 11:27 a 12:9 e extrair dela lições de como as impossibilidades humanas são oportunidades incríveis para o Todo-Poderoso. Pegue sua Bíblia e venha comigo!

SEM TERRA E SEM FILHOS

A odisseia espiritual de Abrão, posteriormente chamado de Abraão (Gn 17:5), começa com dois elementoschave das histórias dos patriarcas bíblicos: genealogia e deslocamento. Abrão, cujo nome significa “pai exaltado”, é apresentado como um personagem de origem nobre. Segundo os capítulos 5 e 11 de Gênesis, houve dez gerações de Adão até Noé e outras dez de Sem, filho de Noé, até Abraão.

Por sua vez, Sarai é introduzida no relato como uma mulher estéril e destituída de ancestralidade, à semelhança de uma árvore que não tem raízes nem frutos. Sua identificação se dá apenas em relação à família do esposo: ela é mulher de Abraão e nora de Tera (Gn 11:29-31), embora haja uma possibilidade de Sarai também ter sido filha ou neta de Tera (comparar Gênesis 11:27-29 com 20:12).

Apesar dessa introdução incomum, pois os personagens bíblicos geralmente são apresentados por meio de uma genealogia patrilinear, o nome “Sarai”, que significa “princesa”, não deixa de ser um indicativo da nobreza da futura matriarca. A exemplo do que aconteceu com Abraão, posteriormente Deus trocou o nome de “Sarai” para “Sara” (17:15), que não mudou de significado.

Quanto ao deslocamento, o texto bíblico nos diz que, antes de “ir” para Canaã, verbo-chave nessa narrativa, toda a família de Abraão habitava em Ur dos caldeus, uma grande cidade para os padrões do segundo milênio antes de Cristo. A cidade de Ur, conhecida na antiguidade por sua adoração a Sin, o deus sumério da Lua, era um importante centro do paganismo. Além disso, Ur estava geograficamente sob a influência de Babel, a antiga Babilônia (Gn 11:2 e 9; Dn 1:1 e 2), a nação arqui-inimiga do povo de Deus ao longo de toda a Bíblia.

O livro sagrado nos informa ainda que Abraão e sua mulher foram chamados por Deus a sair daquela cidade para abandonar a idolatria (Js 24:2, 3). Aliás, o contexto escriturístico desse chamado é a edificação da torre de Babel, cujos habitantes procuravam tornar célebre o próprio “nome” e descumprir o propósito divino de espalhá-los pela superfície da Terra (Gn 11:4-9).

É provável que o chamado de Deus a Abraão tenha sido feito inicialmente na cidade de Ur e depois repetido em Harã, após a morte de Tera. Deus disse a Abraão: “Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção! […] Em você serão benditas todas as famílias da Terra” (Gn 12:1; 15:7; Ne 9:7; At 7:2-4).

Por meio dessa apresentação de Abraão e Sara, a narrativa assume um grau de transitoriedade. Para obedecer à ordem de ir para Canaã, eles deixaram a terra natal sem filhos e sem a possibilidade gerá-los. A esse respeito, é importante destacar o contexto mais amplo de Gênesis, que tem como objetivo estabelecer as bases fundacionais da fé israelita, como a eleição divina da linhagem abraâmica e a legitimidade de sua ocupação da Terra Prometida.

TERRA E DESCENDÊNCIA

Vimos que o relato de Gênesis 11:27 a 12:9 apresenta dois problemas a ser resolvidos: o desenraizamento de Abraão e a esterilidade de Sara, elementos que são repetidos nas demais narrativas dos patriarcas em Gênesis. O fato de Abraão e Sara deixarem sua terra e não terem descendentes gera naturalmente no discurso uma expectativa de que haja uma intervenção divina.

A relação entre esses dois pontos fundacionais da teologia de Israel é forte no texto bíblico e apresenta muitas nuances. Evidência disso é que ela se dá não apenas em nível temático, mas também em termos linguísticos, já que a palavra “estéril”, do hebraico ‘aqarah (Gn 11:30) , está intimamente associada com o verbo “desenraizar”, do hebraico ‘aqar (Ec 3:2; Sf 2:4).

A teóloga Suzana Chwarts, no livro Uma Visão da Esterilidade na Bíblia Hebraica (Humanitas, 2004, p. 15),

desenvolve bem essa ideia nesta declaração: “O patriarca errante e a matriarca estéril estão desarraigados tanto da bênção divina ‘crescei e multiplicai-vos’ quanto da punição divina segundo a qual a mulher terá numeroso filhos e o homem trabalhará a terra. No passado ancestral de Israel instaura-se uma nova ordem: a mulher não dá à luz, e o homem não possui nem trabalha a terra.”

No parágrafo seguinte, a professora Suzana acrescenta: “A marca distintiva dessa nova ordem é de que as relações naturais são substituídas por relações contratuais, expressas na promessa divina e na aliança celebrada entre Deus e os patriarcas. A essência da promessa que Deus faz a Abraão é: descendência, status e terra. Mas a terra está ocupada; Abraão é estrangeiro e errante; e sua esposa é estéril.”

Em outras palavras, é em resposta à condição de esterilidade e desenraizamento desse casal que Deus prometeu dar a eles a terra de Canaã e uma numerosa descendência (Gn 12:2, 7). E, para selar esse compromisso, o Senhor fez uma aliança com Abraão, colocando a própria existência soberana como garantia do cumprimento da promessa (Gn 15:1-21).

No decorrer da história, as Escrituras nos sugerem que a promessa divina feita a Abraão tinha um spoiler, algo indicado sutilmente em Gênesis 13:16 (“farei a sua descendência como o pó da terra”) e em Gênesis 15:5 (“olhe para os céus e conte as estrelas […]: assim será a sua posteridade”). O olhar e a esperança de Abraão foram direcionados não apenas para o “pó” da terra, mas também para as “estrelas” do céu. O pai da fé teve que olhar para cima, isto é, para além daquilo que estava a seu alcance e que poderia ser controlado por ele.

Parece que o patriarca realizou sua peregrinação sobre o chão empoeirado da Canaã terrestre com a mente concentrada na Canaã celestial (Hb 11:9, 10). Afinal, como os demais heróis da fé, Abraão desejava uma “pátria superior” (v. 16). Não há dúvida de que o patriarca entendeu a amplitude e a transcendência do seu chamado.

ELEIÇÃO E MISSÃO

Em resposta às duas promessas divinas, Abraão deveria ser um canal de bênção para todas as famílias da Terra. Essa era uma das estipulações da aliança que Deus lhe havia proposto, e Abraão assumiu o compromisso. Por onde passava em suas viagens, o patriarca construía altares para adorar o Senhor (Gn 12:7, 8; 13:18; 22:9). Esses pontos de adoração serviam de bússolas espirituais para os peregrinos que, como ele, aspiravam a pátria celestial.

Nesses altares, Abraão invocava “o nome do SENHOR” (Gn 12:8; 13:4; ver 21:33), em contraste com os construtores da torre de Babel, que procuravam engrandecer o próprio “nome” (Gn 11:4). Foi por isso que Deus humilhou os habitantes de Babel e prometeu “engrandecer o nome” do futuro patriarca de Israel.

O trocadilho do texto bíblico tem um objetivo claro: o cumprimento das promessas divinas na vida de Abraão resultaria na exaltação e na santificação do nome do Senhor. A reversão das impossibilidades humanas se tornaria um símbolo permanente da graça de Deus e alimentaria a esperança de um povo e de todos que se refugiassem Nele. O desenraizado que recebe a terra e a estéril que passa a ser fértil seriam evidências incontestáveis do poder divino.

O chamado de Abraão e as promessas de Deus para ele nos ensinam que, na Bíblia, eleição sempre é sinônimo de missão. O Senhor prometeu reverter o desenraizamento e a esterilidade de Abraão e Sara para abençoar toda a humanidade. Havia um propósito global e inclusivo na escolha divina. De fato, Abraão não se tornou somente o progenitor de uma numerosa nação, mas o pai espiritual de todos os que seguem seu exemplo de fé (Rm 4:1-25).

Portanto, como herdeiros espirituais de Abraão e das promessas de Deus (Gl 3:29), somos chamados a abandonar a idolatria, o conforto e os prazeres destrutivos de Babel. Em referência à Babilônia espiritual do tempo do fim, o Apocalipse nos adverte: “Saiam dela, povo Meu, para que vocês não sejam cúmplices em seus pecados” (Ap 18:4). Também somos chamados a invocar o nome do Senhor e ser um canal de bênção para todas as famílias ou etnias da Terra (Mt 28:18-20; Ap 14:6-12).

Contudo, se quisermos seguir os passos de Abraão em nossa jornada rumo à Terra Prometida e ver a concretização plena das promessas divinas (Hb 11:13-15), inevitavelmente teremos que confiar na palavra de Deus, deixar nossa zona de conforto e participar da missão. Pode ser que Deus não apareça pessoalmente a você, mas o chamado para a missão e a promessa de uma Nova Terra continuam os mesmos. Como você vai responder a esse desafio?

Para saber mais • Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, de Francis D. Nichol (CPB, 2011), v.1. • Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White (CPB, 2021). • Uma Visão da Esterilidade na Bíblia Hebraica, de Suzana Chwarts (Humanitas, 2004). • Descobertas dos Tem pos Bíblicos, de Alan Millard (Vida, 1999).

“Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações” (Rm 4:18)

Básica

Texto Adriani Milli Imagem ©Krakenimages.com | Adobestock

Na Bíblia, vemos que Deus é um Ser singular e profundamente pessoal

QUEM É DEUS?

Nas Escrituras, Deus não Se revela por meio de uma lista conceitual de temas, como num dicionário ou enciclopédia, mas através de narrativas sobre Seus atos criativos e salvíficos. Pense, por exemplo, no relato da criação, do êxodo (libertação da escravidão do Egito), dos Dez Mandamentos entregues no monte Sinai ou ainda nas parábolas de Cristo nos evangelhos.

Por influência do racionalismo moderno, foi criado o pressuposto de que narrativas não têm profundidade de pensamento, mas apenas a abstração de ideias teria valor em si mesma. Nesse sentido, as histórias serviriam somente para ilustrar conceitos, principalmente para as pessoas mais limitadas culturalmente. No entanto, correntes teóricas mais contemporâneas têm contestado essa visão e enfatizado a riqueza e o poder das narrativas. E o resgate dessa percepção é importante para quem lê a Bíblia hoje.

Imagine que alguém lhe diga: “Fulano é muito bondoso!” Você entende essa afirmação com base na ideia que tem de bondade. Mas para compreender quanto o fulano é bondoso, você precisa de uma narrativa. Na verdade, só depois de ouvir uma história sobre o fulano, é que você poderá concluir se ele é bondoso ou não.

É esse tipo de aprofundamento sobre Deus que encontramos nos relatos bíblicos, quando nossa leitura é feita com oração e guiada pelo Espírito Santo. Na Bíblia, vemos que Deus é um Ser singular e profundamente pessoal. Em realidade, é um Deus em três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo). Ele também é retratado de modo grandioso, como Alguém onipotente, onisciente e onipresente. E as Escrituras ainda nos dizem que Deus tem atributos morais, como amor, integridade, santidade e justiça. Porém, para vislumbrarmos melhor todas essas características Dele, precisamos observar como as narrativas bíblicas O descrevem.

Portanto, desenvolver um relacionamento profundo com Deus não tem que ver com especular abstratamente sobre quem Ele é, mas se identificar com Aquele que Se revela na Bíblia por meio de situações concretas com pessoas de carne e osso, como eu e você.

Fontes:The Doctrine of God: Introducing the Big Questions, de John Peckham (T&T Clark, 2019); capítulo “Doutrina de Deus”, de Fernando Canale, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (CPB, 2011), de Raoul Dederen (org.), p. 120-179.

Curiosa

Texto Julie Grüdtner

A DISPUTA POR SUA ATENÇÃO

Se você quer ser bem-sucedido(a) nos estudos, vá a um lugar silencioso para ler o que tenho a dizer. Esse já é o primeiro passo rumo ao sucesso. E quando falo em sucesso, estou pensando no resultado de seguir com disciplina determinada estratégia para alcançar certo objetivo.

Vamos a um exemplo hipotético. Aline tem 24 anos e está determinada a trabalhar como psicopedagoga para auxiliar crianças pobres que foram abusadas sexualmente. Mas para conseguir o cargo que tem em vista, ela precisa passar num concurso bem concorrido. Aline tem um nobre objetivo e um caminho razoável para chegar até ele; porém, alguns pequenos maus hábitos podem sabotá-la.

Isso porque estudar tem que ver com concentração, e nunca nossa atenção foi tão disputada. No caso da Aline, o que tira sua concentração é o fato de não estar dormindo bem e comendo muita bolacha enquanto refaz as provas antigas do concurso que vai prestar. Além disso, Aline não tem tomado banho de sol nem água suficiente. Soa um pouco ridículo, né? Aline sabe da importância desses desligue o celular, beba água para hidratar o cérebro e faça pausas regulares.

Lembre-se de que, às vezes, o problema não está na sua playlist, mas na agitação do seu coração. Por isso, sábio conselho é aquele que diz para eliminar o que não é essencial, a fim de dedicar força, foco e fé no que vale a pena.

pequenos hábitos, mas ela se distrai facilmente da leitura porque acabou de sair de um relacionamento tóxico.

O ponto é que concentração é sinônimo de atenção e foco. Contudo, é difícil se concentrar quando algo disputa sua atenção dentro de você ou ao seu redor. Notificações de mídias sociais, excesso de atividades ao longo do dia, brigas em casa ou na escola, tudo isso não colabora para seu rendimento nos estudos. Portanto, elimine ao máximo os estímulos do seu ambiente de estudo. Se for escutar música, que seja mais calma e instrumental, como a clássica. Se for comer, que seja antes e algo leve. Mas na hora que abrir os livros,

Fontes: Essencialismo: A Disciplina Busca por Menos (Sextante, 2015), de Greg McKeown; artigos acadêmicos “Brief and rare mental ‘breaks’ keep you focused: deactivation and reactivation of task goals preempt vigilance decrements”, de Atsunori Ariga e Alejandro Lleras, em Cognition, v. 118, no 3, março de 2011. p. 439-443; “Baroque Classical Music In The Reading Room May Improve Mood And Productivity”, apresentado no congresso anual da American Roentgen Ray Society, divulgado em ScienceDaily, de 26 de abril de 2009.

JESUS VOLTARÁ SECRETAMENTE?

Num estalar de dedos, parte da humanidade desaparece, deixando o mundo em caos. A corrente escatológica (visão sobre as últimas coisas) mais popular no cristianismo entende que o retorno de Cristo à Terra será assim – sem aviso e secreto. Contudo, o que dizer de passagens bíblicas que falam sobre a segunda vinda de Jesus como um evento visível, audível e glorioso? Saiba como as principais interpretações sobre o acontecimento mais aguardado pelos cristãos respondem à pergunta: Jesus voltará secretamente?

Sim

As Testemunhas de Jeová entendem como simbólicos os textos que descrevem Cristo voltando em glória (Ap 1:7; Mt 25:31); por isso, concluem que o retorno Dele seria espiritual e invisível. Na verdade, essa denominação acredita que Cristo já voltou em 1914. A leitura que eles fazem de Daniel 4 os leva a entender que Jesus começou Seu reino no início do século 20 e que Sua presença espiritual transformará a Terra num paraíso.

Depende

As denominações que aceitam a interpretação dispensacionalista, a Assembleia de Deus e a maioria das igrejas pentecostais, entendem que a segunda vinda de Cristo se dará em duas fases. A primeira seria secreta e repentina (para arrebatar a igreja), enquanto a segunda seria majestosa e visível (já com a igreja glorificada). Os dispensacionalistas interpretam que os textos que tratam do aspecto repentino do retorno de Cristo (Mt 24:40-42; Mc 13:36, 37; Lc 12:39, 40) se refiram ao primeiro evento: o arrebatamento secreto da igreja. Já os textos que descrevem Cristo voltando em glória com Seus anjos (Mt 26:64, Lc 21:27) se cumprirão no segundo evento. É essa a perspectiva da série de livros e filmes Deixados Para Trás.

Não

Católicos e adventistas discordam sobre muitos aspectos da segunda vinda de Jesus. Eles discordam, por exemplo, sobre a dinâmica da ressurreição final, a respeito do papel dos judeus no tempo do fim e quanto à relação da ceia com o retorno de Cristo. Contudo, ambas as denominações concordam em declarar que a segunda vinda será visível. Eles entendem que Jesus voltará em glória (Mt 25:31; Lc 2 1:27) e de forma visível (Ap 1:7). Além disso, acreditam que os salvos não serão arrebatados secretamente para o Céu, mas trasladados num contexto de grande comoção pública (1Ts 4:15-17; 1Co 15:51-55). Os que defendem essa posição também explicam que os textos que falam sobre o aspecto repentino da volta de Jesus geralmente são acompanhados por previsões de diversos sinais (Mt 24, 2Pe 3:10). Isso indica que o objetivo dessas passagens é levar ao preparo e à vigilância, pois ninguém sabe quando Ele voltará (Mt 24:36).

Fontes: Suma Teológica, 9 v., de Tomás de Aquino (Loyola, 2018); Nisto Cremos (CPB, 2018); capítulo “A Segunda Vinda de Jesus”, de Richard Lehmann, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (CPB, 2011); Dispensationalism, de Charles C. Ryrie (Moody Publishers, 2007); Declaração de Fé da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, 2017 (link.cpb.com.br/201f43); Catecismo da Igreja Católica, 2003 (link.cpb.com.br/f22a05); artigo “Do Catholics believe in the rapture?”, de Graham Osborne (link.cpb.com. br/e25f9d); artigos “1914 – um ano significativo na profecia bíblica”, “O que é a vinda de Cristo?”, “Qual é o objetivo da volta de Cristo?” e “O que a presença de Cristo significa para você?” (jw.org/pt).

DA ESPIRITUALIDADE À RELIGIOSIDADE

Espiritualidade Está ligada à necessidade humana de encontrar sentido e propósito. Na França do século 17, quando o termo começou a ser popularizado, estava mais associado ao modo pelo qual as pessoas estabeleciam vínculos com a igreja e viviam esses valores no dia a dia. Hoje, no entanto, é vista de maneira mais ampla. Embora a prática da espiritualidade continue sendo ancorada em alguma medida nas tradições religiosas, o conceito contemporâneo é mais fluido, remetendo também à busca individualista pelo transcendente ou jornada para o

Autoconhecimento Palavra que lembra a famosa máxima grega: “Conhece a ti mesmo.” Apesar de o autoconhecimento ser importante, os gurus da autoajuda têm banalizado essa questão ao promoverem técnicas/fórmulas que prometem sucesso e resolução de problemas existenciais por meio do despertamento da “força interior” de cada um. A literatura de autoajuda e a internet contribuíram para popularizar esse tipo de

Crença Ato ou efeito de crer, convicção. No que diz respeito às crenças religiosas, uma pesquisa divulgada recentemente pelo Pew Research mostrou que quase metade dos adolescentes norte-americanos diz manter as mesmas crenças de seus pais. Por outro lado, o estudo relevou a tendência da perda de vínculo com as tradições da família depois que eles atingem a maioridade. Isso não quer dizer que as novas gerações estejam se desconectando completamente das instituições religiosas, mas aponta para um modo mais individualizado de

Religiosidade Forma pela qual a religião se expressa. Numa época em que até mesmo o sagrado foi transformado em simples produto de consumo, temos visto muitas expressões ilusórias de religiosidade, que não respondem verdadeiramente às questões existenciais. Ao contrário, uma religiosidade/ espiritualidade consistente, além de levar ao autoconhecimento e colaborar para o desenvolvimento integral da saúde, ajuda a pessoa a encontrar na crença em Deus um propósito na vida.

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