Revista Eduque em Ação 2019

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Ano X

EM AÇÃO

| Número 18 | 2019

Capa

O que são as competências socioemocionais e como podemos desenvolvê-las nas crianças?

Inglês na Eduque

Bilingual Program: um novo olhar para a Língua Inglesa


Editorial

Competências do século XXI “The world doesn’t care what you know, but what you can do with what you know” – Tony Wagner

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escola tem um papel fundamental em nossa existência. Ela promove a socialização, ensina a ler, escrever, fazer cálculos e apresenta todos os conteúdos acadêmicos necessários para a trajetória até a universidade. Mas o desempenho escolar não pode ser o único objetivo, precisamos também preparar os alunos para a vida e para o mundo, considerando princípios, valores, cidadania e, especialmente, os relacionamentos. O desafio é grande, pois vivemos um momento de profundas e rápidas mudanças, com a rede de informações, a ciência e a tecnologia impactando fortemente nosso dia a dia e por isso é preciso investir nas competências do século XXI: bilinguismo, pensamento computacional e habilidades so-

cioemocionais. Ainda se destacam a criatividade, a flexibilidade e o trabalho em equipe como requisitos necessários para o futuro, em que teremos novas profissões que ainda não conhecemos, usando tecnologias que ainda surgirão. Não bastará ter informações, mas saber o que fazer com elas. E como a Escola pode dar conta de tudo isso? Desenvolvendo metodologias inovadoras, recorrendo não só às tecnologias, mas também a novas formas de ensinar. A escola deve ser cada vez mais um espaço para criar, investigar, prototipar e compartilhar. Resultado: os alunos compreendem o que estão aprendendo e para que serve essa aprendizagem. A Eduque tem seu processo educativo baseado nas melhores práticas pedagógicas.

Valorizamos a Cultura Maker com o uso do material da Lego Zoom Education em aulas específicas na Educação Infantil e no Programa de Educação Tecnológica do Ensino Fundamental, que propiciam a interação de disciplinas de Matemática e Ciências, em que os estudantes criam, testam, compartilham e resolvem, com o uso da tecnologia, o problema inicialmente proposto. O Programa Bilíngue, com o aumento da carga horária do Inglês reforça o aprendizado significativo, no uso da língua em várias situações do dia a dia. E, apesar da Escola já ter um projeto estruturado com aulas de Orientação Educacional, estamos, neste ano, aprofundando a formação de professores nas Competências Socioemocionais, para que façam

intervenções com os alunos no desenvolvimento de atitudes e habilidades como empatia, persistência e resiliência, além do gerenciamento de emoções. Somos uma escola ativa, próxima dos alunos e conectada com as demandas do futuro. Trabalhamos intensamente para dar aos nossos queridos estudantes as ferramentas necessárias para serem competentes neste cenário em constante transformação.

Lucia Duarte Mantenedora

EXPEDIENTE Escola Eduque Diretora Geral: Lucia Duarte

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Diretora Pedagógica: Patricia Cintra Gestão: Juliana Duarte e Tatiana Duarte Orientação e Coordenação Pedagógica • Adriana Lettieri • Cristiane Kuroba • Gabriela Romera • Juliana Bianchi • Juliana Sales • Lupe Cainzos

Revista Eduque em Ação Coordenação Geral:Mayara Alves Produção Editorial: Equipe Eduque Fotografias: Arquivo Eduque Revisão: Paula Strano e pontoZap

As informações nesta revista constituem material protegido por direitos autorais, pertencentes à Escola Eduque. Sua divulgação, reprodução ou qualquer forma de uso é proibida e depende de prévia autorização.


Cultura

A importância de brincar em família O cérebro do bebê nos primeiros anos de vida faz em média 700 novas conexões por segundo. É desta forma que ele aprende. E até o final da infância, nossos filhos terão um ritmo frenético de desenvolvimento e aprendizados, maior do que em qualquer outra etapa da vida, segundo as mais recentes descobertas da neurociência sobre o desenvolvimento das crianças. Eu caí para trás quando descobri que estas mesmas pesquisas afirmam que uma das melhores formas de ajudarmos nossos filhos a se desenvolver é brincar bastante em família. A brincadeira é uma chave de ouro Quando nossos filhos brincam, eles têm a oportunidade de descobrir, de testar, de errar e fazer de novo. Na brincadeira, as crianças exercitam os

quatro pilares da formação: a parte motora e física (correndo, rolando, pulando, engatinhando); a parte cognitiva (montando blocos, raciocinando quebra-cabeças, resolvendo problemas). Também a parte emocional (aprender a expressar seus sentimentos num jogo, entender a sua emoção e a do outro, usar a criatividade e a imaginação, sentir-se seguro para arriscar, ter autoestima elevada) e social (saber negociar, comunicar, testar soluções). Olha quanta coisa! E quando nós, pais, mães, adultos, nos permitimos brincar com nossos filhos, estamos dizendo a eles que os amamos e nos importamos com eles. Sabe o que eu também reparei? Quanto mais brinco com meus filhos, mais eu os conheço. Mais eles

se sentem seguros para contar a mim o que sentem, o que entendem do mundo e da vida. Eu acho isso genial! Agenda de gente grande Infelizmente, nós, pais (e eu também fiz isso), queremos tanto que nossos filhos estejam preparados para o futuro, que lotamos as agendas deles de eventos, viagens, atividades. Esperamos resultados e criamos tanta expectativa sobre as crianças, que esquecemos de abrir espaço para que elas possam simplesmente brincar. Brincar sozinhas, brincar com os amigos, brincar com a gente. Mas a gente não tem tempo, né? Bom, a boa notícia que eu aprendi e coloco em prática todos os dias é que a brincadeira não precisa de um “horário” no fim do dia para

acontecer. Ela pode estar escondida numa espera de médico atrasado, no trânsito, no caminho da escola. Brincar pode estar na hora do banho e enquanto esperamos a comida chegar. Brincar pode estar no trajeto da viagem, na música que a gente canta junto, ou apenas no prestar atenção a um desenho que eles fizeram. Tomara que a gente consiga olhar a brincadeira e a brincadeira em família como coisa séria e fundamental para o desenvolvimento das crianças e do nosso relacionamento com os nossos filhos. Eles vão agradecer. Mas eu garanto que a gente vai agradecer mais ainda. Patricia Camargo Jornalista – Tempojunto Mãe da Larissa (7), Sofia (7) e Henrique (9), alunos Eduque

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Família Costa Acciarto, brincando ao ar livre

Família Camargo Cavalieri, se divertindo com jogo de tabuleiro


Inglês na Eduque

Bilingual Program: um novo olhar para o Inglês

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Programa Bilíngue é uma das novidades de 2019. Discutido e estruturado, respeita o olhar e a concepção da Eduque sobre a aquisição de língua e infância. O currículo é uma parceria com a Language in Life. Desde o nascimento, nosso Bilingual Program traz como essência a prioridade do desenvolvimento das habilidades orais: ouvir e falar em Inglês com autonomia e naturalidade e, no Ensino Fundamental, acrescentamos as habilidades de leitura e escrita. Outro grande diferencial é considerar o potencial dos alunos desde a primeira infância e planejar aulas que desafiem, divirtam e proporcionem mais uma

possibilidade de ver o mundo. A língua inglesa é um idioma de encontros. Encontros com identidades, culturas, pessoas e uma nova maneira de pensar. Durante as aulas, os alunos são convidados a conhecer músicas, histórias, países, artistas, brincadeiras e a vivenciar o uso real do Inglês, expandindo olhares. Nesse caminho, as aulas dialogam não apenas com os conteúdos trabalhados nas outras disciplinas, como também abraçam projetos artísticos, musicais, literários e de movimento previstos para cada série. Os alunos vivenciam o Inglês entrelaçado na estrutura e rotina escolar, de uma maneira fluida e homogênea. Os professores do Progra-

Aula de Yoga em Inglês, na Integração Família Escola 2019

ma Bilíngue trabalham junto com as professoras de sala e acompanham o que cada grupo está aprendendo nas outras disciplinas, assim, podem colaborar com ideias e abordar pontos de conteúdo e língua. As equipes de Coordenação da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Bilingual Program atuam de forma conjunta, garantindo o desenvolvimento dos alunos em todas as áreas. Enquanto na Educação Infantil o brincar é o ponto de partida das aulas, no Ensino Fundamental a leitura, a escrita, as discussões e as exposições orais são práticas adicionais de uso da língua, com temas relevantes que despertam a curiosidade e o interesse de cada faixa etária, como quando estudamos spelling com as letras e sons do alfabeto brincando de musical chairs (dança das cadeiras) com os grupos dos 1ºs anos, ou quando os 3ºs anos descobriram informações sobre países e nacionalidades com o running dictation - um jogo da memória que envolve corrida e escrita. Além da carga horá-

ria expandida e diferenciada, nosso Programa Bilíngue propõe uso de livros didáticos cuidadosamente escolhidos pela equipe pedagógica. O material dialoga com a visão cultural e ampla que temos do Inglês e, no Ensino Fundamental, prepara para os Exames de Cambridge para Very Young Learners, com a aplicação de Mocks (simulados), a partir do 3º ano. Por fim, o Inglês não pode ser visto apenas como uma disciplina ou matéria a ser “estudada”. Língua é muito mais do que um conjunto de regras gramáticas e habilidades, língua é como estruturamos nosso pensamento; e uma segunda língua precisa ser vivenciada para que as crianças internalizem os sons, as expressões, os significados e conceitos de forma natural, gradativa e sólida. O Inglês precisa fazer parte do aprendiz de forma orgânica, assim como a língua materna.

Ana Claudia Araujo e Heloisa Tambosi Bilingual Program


Espaço das famílias

Como equilibrar filhos, trabalho e participação na vida escolar?

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onciliar todas as dezenas de atividades que surgem semanalmente em nossa agenda não é fácil. Como mãe (e pais), sabemos que administrar a vida profissional e o dia a dia com a rotina dos filhos é cansativo e exige muita organização e empenho. Mas a questão é que certamente, sentiremos saudades de cada momento, cada fase e até daquele “manheeeeeeê, me ajuda!” dito a cada meia hora, e tudo o que

só a infância proporciona. Eles crescem (e muito rápido) e precisam de nós para sua formação como ser humano. Participar de cada momento é marcante e importante para a criança. Ser presente é diferente de estar presente, e é o melhor que podemos fazer por eles. Mesmo quando chegamos cansados do trabalho, vale muito mais uma hora de atenção efetiva, um abraço, olho no olho, do que horas olhando o celular ao lado da crian-

ça, sem estar presente. Estamos tão acostumados com a superficialidade que precisamos estar atentos aos detalhes. Quando perguntamos: como foi na escola? É só para ouvir: foi legal? Adoro fazer perguntas diferentes e deixo aqui algumas delas, como: O que foi mais legal? O que foi engraçado? Algo te deixou triste/feliz? Aconteceu alguma coisa diferente hoje? Você conheceu algo que nunca viu antes? E descubro um mundo de acontecimentos e tantas coisas, que nos divertimos, conversamos e acabo entrando um pouquinho no mundo da Carolina (11) e da Gabriela (7), um mundo que está centrado principalmente, no ambiente escolar. Por isso, nossa

atenção aos detalhes do que eles vivenciam na escola é importante: ler o Plano de Ensino Anual, que traz informações essenciais sobre os aprendizados do ano; atentar-se aos e-mails da Escola; ler e interagir com a leitura do livro que eles escolhem e trazem para casa e levar os assuntos da escola para os passeios da família como museus e parques, enfim, participar é se envolver. Vamos aproveitar o tempo e fazer cada minuto valer a pena! Angela Nunes Life e Professional Coaching ANGE Professional Organizer Mãe da Gabriela (7), aluna Eduque e da Carolina (11), ex-aluna Eduque/ atual aluna Colégio Bandeirantes

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Família Nunes Tamashiro

Família Souza Faria, na Festa Junina da Eduque


Especial

Eduque Mostra: Arte

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Compartilhar e celebrar o conhecimento construído com toda a equipe escolar, alunos e famílias, é uma maneira de valorizar socialmente o aprendizado das crianças. Uma das formas solidificadas, na cultura da Eduque de compartilharmos com nossa comunidade educativa as conquistas dos alunos é a Eduque Mostra, que acontece anualmente, com temas que se revezam a cada ano: Arte, Literatura, Ciências. Em 2019, com o tema “Eduque com Arte: Para Comer com os Olhos”, celebraremos o oitavo

ano desse projeto. Nele, a partir do Infantil 3, nossos alunos visitam em cada série um museu, sendo: MAM, Lasar Segall, MUBE, Pinacoteca, MAC, MASP, Afro Brasil, MIS. Este ano, nossos estudantes do 5º ano foram a primeira turma a completar o ciclo de visitas monitoradas a museus de arte da cidade de São Paulo. Nessas visitas, ampliamos o conhecimento de mundo por meio da apreciação de obras e manifestações artísticas que dialogam com as sensações, os sentimentos e os co-

nhecimentos históricos. As crianças começam a aprender a apreciar diferentes linguagens artísticas, bem como a criar seu repertório particular sobre arte e noção estética. A ida ao museu assume características de uma pesquisa de campo: Onde fica o museu? Quem o construiu? O que tem dentro dele? Por que há obras que estão na parte de fora do museu? Como foram escolhidas as obras que estão nele? Estas são algumas das perguntas disparadoras feitas na escola, que preparam nossos alunos

Exposição Ernesto Neto: Sopro - Pinacoteca do Estado de São Paulo

e aguçam a curiosidade para desvendar o lugar a ser visitado. E mesmo quando já é conhecido de alguma criança, a exploração com os professores e colegas dá outra dimensão e significado ao museu. Ainda como pesquisadores, nossos alunos receberam este ano uma tarefa especial: descobrir o que é curadoria e como ela é feita na instituição visitada. Respeitando as características de cada idade, todas as crianças fazem boas descobertas e as registram por meio de fotos, áudios ou es-


Especial crita. Dentre as descobertas dos alunos, estão que “curadoria pode ser feita por uma ou mais pessoas juntas”; “que é uma forma de organizar

A Mostra celebra oito anos de “Para Comer com os Olhos” o espaço para receber os visitantes”; “que a forma como se reúnem algumas obras e objetos conta sobre a história de um lugar, traz mais força para um tema, passa determinada sensação”. Relacionam curadoria com a palavra cuidado, cuidado em arrumar bonito, uma coisa importante para alguém. Essas descobertas são a principal motivação para a construção

da nossa Eduque Mostra. Agora, os alunos estão em meio ao principal desafio: como organizar as produções artísticas deles próprios para apresentar ao público mais querido: os outros alunos e todas as famílias? As ideias das crianças, organizadas e apoiadas pelas professoras, formam o que constituirá o produto final apresentado na Mostra, não só nas obras feitas pelos estudantes, mas também em cada detalhe do espaço, cuidadosamente pensado para o aproveitamento do outro. Até aqui, tratamos do quanto nossos alunos, ao olhar, se alimentam e se nutrem da arte e do que ela comunica ao extrapolar o espaço das escolas e conhecem espaços da cidade de São Paulo. Além disso, a Mostra terá ainda um autor homenageado, que vem nos nutrindo com seu trabalho há

algum tempo. As turmas que compõem o Período Complementar, juntamente com suas monitoras, apresentarão um belíssimo trabalho construído a partir da obra de Andrés Sandoval, artista plástico radicado em São Paulo, que desde 2003 desenvolve projetos de livros, estampas e murais. Alguns de seus livros são conhecidos na Eduque, como o “Siga a Seta”, “Dobras” e “O Invisível”. Suas obras requerem um manuseio diferente do leitor, que precisa ir e voltar nas páginas para revelar informações ou imagens, ou até mes-

mo dobrar páginas para criar outras imagens. Conhecer novos mundos e possibilidades por meio de livros e histórias, sair para a cidade, adentrar o universo da arte e voltar para a escola são escolhas pedagógicas que constantemente fazemos e reafirmamos, acreditando que todo o conhecimento construído, compartilhado e celebrado é caminho para formar um cidadão mais generoso, empático, curioso e criativo. Juliana Sales Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental

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Exposição Tarsila Popular MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Exposição Quadrinhos - MIS - Museu da Imagem e do Som de São Paulo


Capa

Afinal, o que são as competências socioemocionais e como podemos desenvolvê-las nas crianças? O desenvolvimento das competências socioemocionais inclui a capacidade de cada um lidar com as suas próprias emoções, ampliar o autoconhecimento, relacionar-se com o outro, ser capaz de colaborar, mediar conflitos e solucionar problemas. Diante das demandas da sociedade contemporânea, é fundamental que a escola, em parceria com a família, considere as necessidades atuais para auxiliar na formação integral da criança, não se restringindo apenas a mediar aprendizagem de conteúdo. Na Eduque, é por

meio de projetos e sequências que trabalhamos atitudes e habilidades voltadas para o autoconhecimento, demonstração de empatia, cooperação, tomada de decisões de maneira responsável, desenvolvimento de valores e responsabilidade digital. Desde pequenos, os nossos alunos participam de situações planejadas que envolvem a educação para o século XXI, considerando um percurso de construção das competências socioemocionais, como: a realização de rodas de conversa na Educação Infantil e assembleias

no Ensino Fundamental, negociação, definição de combinados, consequências nas relações diárias e incentivo aos desafios, fortalecendo suas capacidades. As atividades propostas envolvem a leitura de textos literários e atualidades, discutindo pontos de vista e contribuindo com uma argumentação fundamentada, de maneira contextualizada e significativa. Esse trabalho não desconsidera as competências cognitivas, como interpretar, relacionar e refletir, desenvolvendo o processo de aquisição do conhecimento. Por

meio da participação e engajamento da equipe docente, coordenação pedagógica e orientação educacional, foi elaborado um planejamento que contempla a formação dos estudantes para a vida. Os temas norteadores foram escolhidos de acordo com as especificidades de cada faixa etária, considerando aspectos como a capacidade de compreensão e repertório da criança. O intuito é de aproveitarmos ao máximo as possibilidades dos alunos para discussão sobre os assuntos e significá-los de maneira contextualizada.

A linha abaixo ilustra as escolhas realizadas de acordo com os critérios relacionados para o processo cuidadoso de formação do aluno de maneira integral. Infantil 2 e 3

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Construção de identidade e formação de grupo

Infantil 4 Sentimentos

2º ano Respeito

Infantil 5 Preferências

1º ano Diversidade

4º ano Amizade

3º ano Colaboração

5º ano Responsabilidade na era digital


Capa A intensidade em que as relações e aprendizados são constituídos na rotina escolar possibilita que os assuntos sejam trabalhados de acordo com as demandas dos grupos e contextos vividos em cada série. A Eduque tem, em seus alicerces, os quatro pilares da Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Isso possibilita que as crianças conheçam suas características individuais e de seus familiares, valoriza os aprendizados e as produções dos alunos,

ensina a refletir sobre os sentimentos do outro e a respeitar todos os profissionais da escola. Desde muito pequenas, as crianças são estimuladas a expor suas ideias, indicando o que estão sentindo, do que gostaram e do que não gostaram. Histórias que ajudam a se autoconhecer e verbalizar os sentimentos são instrumentos que podem auxiliar a tornar esse processo de desenvolvimento ainda mais significativo e prazeroso, tanto para as crianças quanto para os adultos. Segue uma indicação literária:

Como descrever o amor? O que você sente quando está com medo? De onde vem a alegria? Por que sentimos inveja? Emocionário é um dicionário de emoções que nos ajuda a entender melhor o que se passa em nosso coração. Prazer, ódio, entusiasmo, insegurança, orgulho e muitos outros sentimentos são representados por ilustrações inspiradoras e explicados de forma simples e delicada. Fonte: Sinopse do livro “Emocionário”.

A colaboração e o respeito durante as brincadeiras

Gabriela Romera e Juliana Bianchi Supervisoras Pedagógicas

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Diante da importância da formação integral e do desenvolvimento pleno da infância, é através de um trabalho voltado para atitudes e vivências, que considera as competências socioemocionais como um eixo de trabalho intencional, que o aluno pode elaborar o pensamento crítico e incorporar estratégias para solucionar as mais diversas situações em que se depare ao longo da vida.


Momento Pedagógico

Como se constrói uma postura de estudante?

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emos o compromisso de manter equilíbrio em nossa rotina escolar. Por isso, realizamos um trabalho voltado para o cuidado e preservação de uma infância saudável, ao mesmo tempo em que prezamos pela forte base acadêmica. Manter ajustado o prumo dessa balança requer uma equipe pedagógica afinada, em constante estudo, ação e reflexão. Mas o que é a postura de estudante? Trata-se de um conjunto de habilidades que os alunos adquirem ao longo da vida escolar e que favorece o desejo pela busca do conhecimento, uma inquietude em saber mais a fundo sobre seus centros de interesse. Também envolve a organização corporal para se concentrar numa aula e se organizar com progressiva independência para realizar uma lição de casa ou estudar para uma avaliação. Postura de estudante é hábito que se forma pela repetição de ações rotineiras. É algo a ser ensinado, a ser reforçado, até que

ele seja capaz de fazer sem auxílio. Na Eduque, ensinamos os alunos, desde cedo, por meio da rotina e do exemplo, a desenvolver tal postura. Desde os dois anos de idade, nossas crianças carregam suas próprias mochilas, levam até onde elas devem ficar, e

Postura de estudante: habilidades que os alunos adquirem ao longo da vida escolar já se organizam em rodas com a mediação das professoras. Ainda na Educação Infantil, vivenciam, ao longo do dia, atividades de concentração e de dispersão, em que as ações esperadas que elas realizem sejam diferentes. Aprendem o momento de ouvir, de

falar, de atuar com o outro e de realizar algo individualmente. Com a aquisição da linguagem escrita, essa postura ganha novos contornos. O universo letrado se revela, primeiro compartilhado, depois em momentos individuais. As ações esperadas dos alunos em cada momento são declaradas pelas professoras e demais educadores da escola. São observadas pelos alunos quando realizadas por adultos ou por grupos de crianças mais velhas. Aqui, o exemplo e a coerência são fundamentais para a educação dos pequenos. A partir do 1º ano, as crianças têm garantidos na rotina momentos de estudo pessoal, em que fazem atividades específicas para avançar no domínio da Língua Portuguesa. Começam a perceber que há diferentes formas de estudar e que é importante ter um repertório variado de como podem realizar um estudo de maneira cada vez mais independente do adulto. Esse repertório é construído em sala de

aula e transposto para casa, com a participação das famílias. A cada série, aumenta-se a demanda de tarefas individuais em sala e em casa, para que as crianças vivenciem a progressão de postura de estudante. Aos poucos, começam a fazer avaliações que requer organização de ideias, do corpo e do material. Quando as crianças entendem como estudar, quais estratégias mais combinam com cada um, melhoram o desempenho individual e qualificam a colaboração entre elas, que trocam com os pares as estratégias que dominam, além de ampliar o repertório.

Juliana Sales Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental


Escola em Ação

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Marcos do desenvolvimento no Berçário e Infantil 2

primeira infância é a etapa crucial para o desenvolvimento humano. As crianças passam por um processo muito intenso e repleto de particularidades, conhecido como “Marcos do Desenvolvimento”, que são as idades, fases ou períodos que marcam a realização de determinada ação. Temos que lembrar sempre que cada criança é única e o tempo para alcançar determinados marcos pode variar de uma para outra. Pensando nisso, escolhemos três marcos importantes para compartilhar como atuamos nesse desenvolvimento: o motor, o cognitivo e o socioemocional: 1. O desenvolvimento motor é um marco muito significativo, sendo estimulado com toda atenção e planejamento para que os bebês, nas diferentes fases, tenham a experiência adequada

para seu crescimento. A sustentação da cabeça e o virar sozinho é uma fase importante, no entanto, é possível que o bebê pule a etapa de virar e passe diretamente para a fase de se sentar e engatinhar. Para realizar este último movimento, o bebê precisa descobrir que para manter o equilíbrio é necessário inclinar-se um pouco para frente e apoiar os braços. Exercícios com rolos de espuma, rampa e objetos que se deslocam têm a função de estimular, passar mais segurança e fortalecer a musculatura de braços, pernas e coluna para engatinhar. Até um ano de idade, o bebê já domina completamente essa forma de locomoção e passa a perceber que pode segurar em apoios para ficar de pé. 2. A aquisição da linguagem é um outro fator marcante no desenvolvimento da criança,

vontades apresentando a fala mais desenvolvida. 3. Desenvolvimento emocional refere-se ao processo pelo qual a criança constrói sua identidade, autoestima, segurança e confiança no mundo ao seu redor, por meio das interações que estabelece com todos a sua volta, reconhecendose como uma pessoa única e distinta. As relações entre as crianças surgem no dia a dia, no choro de um, na alegria do outro, nas disputas por brinquedos e na saudade do colega que faltou. A criança começa a distinguir emoções, identificá-las, gerenciá-las, expressálas e controlá-las a partir de suas vivências e intervenções do adulto, que ajuda a nomear os sentimentos e apresenta possibilidades de como lidar com o que está sentindo. Cada faixa etária necessita de observação, experimentação e estímulos que propiciam suas aprendizagens e conquistas. Ana Madio – Berçário Luciane Comenale, Mariana Cafasso e Tatiane Alves Infantil 2

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Brincadeiras que propõem o equilibrio e a sustentação do corpo

pois, ao falar, elabora pensamentos, interage, se relaciona, comunica o que sente e participa cada vez mais do universo que a cerca. O falar e escutar são focos do trabalho realizado nesta faixa etária. Diariamente as crianças vivem inúmeras experiências significativas de interação com a linguagem, por meio de brincadeiras, das cantigas de roda, durante as leituras e contações de histórias, elaborando perguntas e respostas, nomeando objetos, partes do corpo e, principalmente, interagindo com o outro. Nesta fase que a criança já consegue compreender e seguir alguns comandos, assim como ter sua marcha/ andar firme, inicia-se a aquisição do controle do esfíncter. É de extrema importância respeitar o tempo de maturação de cada um e observar sinais que nos dão pistas de que a criança está preparada, como: permanece longo tempo com a fralda seca, demonstra desconforto e avisa quando evacua ou urina, corre, pula, mantêm-se concentrada por um tempo maior e consegue expressar suas


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Elementos da Natureza

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onectar-se à natureza em uma era onde os tablets e celulares são o centro das atenções da maioria dos adultos e crianças é um desafio. O olhar se perde, com tanto para se observar e tudo o que a natureza tem para oferecer, passa desapercebido. Tocar, sentir e ouvir elementos naturais são ofertas que precisam de tempo. O canto dos pássaros, uma joaninha no jardim, uma árvore que frutificou, a água da chuva que deixou uma poça ou uma flor que desabrochou são alguns dos convites da natureza para as crianças do Infantil 3 vivenciarem e explorar de forma prazerosa o am-

biente natural. Por meio das sensações do corpo e também do ambiente, elas têm oportunidade de elaborar diferentes possibilidades de brincadeiras. Trazer a natureza para a rotina escolar enriquece a pesquisa e a brincadeira com os elementos naturais. Folhas que viram barquinhos, pedras que viram casas, gravetos se transformam em pessoas, e muitos outros itens nas mãos das crianças tornam-se preciosos. Organizar espaços com esses materiais, deixando-os manusear livremente cada elemento tem a intencionalidade de despertar o olhar sensível das crianças para buscar e construir outras possi-

Exploração com a terra

Exploração de elementos da natureza na mesa de luz

bilidades. Brincar com a natureza aguça a curiosidade por sua diversidade e constantes mudanças. Sentir as texturas, perceber as diferentes formas, os odores e as variadas cores desperta perguntas e temas a explorar, além de criar hipóteses para investigações. A criança que convive com o meio natural tem uma infância

mais sensível que busca a construção de significados e desenvolve afinidade em relação à natureza, aprecia e zela pelo mundo à sua volta, porque respeita e reconhece o ambiente, sentindo-se parte dele. Dentre todos os saberes e fazeres que norteiam o brincar, os mais significativos estão relacionados à percepção de adultos e crianças de que há muitas possibilidades para além da caixa de brinquedos convencionais. Os elementos da natureza dentro da Eduque são utilizados, desde a Educação Infantil, com a intenção de ampliar o repertório lúdico, instigar a criatividade e proporcionar aprendizados, até o Ensino Fundamental. Natália Riboldy, Selma Barbosa e Yasmin Abdo Infantil 3


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Conhecendo diferentes tipos de vida: os peixes

Observando a estrutura física dos peixes no laboratório

além da humana, amplia o olhar da criança para o mundo, aproveitando a sua curiosidade e o desejo de aprender à medida em que estabelecem relações com questões da sua própria vida, tais como o nascimento, cuidados recebidos, sobrevivência, relações parentais e, principalmente, o crescimento. Todos estes são conceitos e conteúdos que as crianças construíram a partir dos campos de experiência dos quais o projeto proporciona a aproximação. Agentes da sua própria

bém visitam o Aquário de São Paulo com este olhar investigativo e se encantam com a biodiversidade que existe debaixo d’água. Mas as experiências não param por aí! Utilizam o laboratório da escola para empregar outro método de estudo: a observação. Com um peixe nas mãos, os sentidos do corpo são fundamentais para dar ainda mais significado à aprendizagem: observam, tocam e até cheiram o animal, identificando estruturas ósseas e outras partes do corpo. O projeto encerra com a responsabilidade de cada Infantil 4 cuidar do seu próprio peixe de estimação. Fazem uma votação para escolher o nome e levam para casa a tarefa de pesquisar sobre as especificidades do peixe Betta. Presenciam a montagem e a manutenção do aquário, alimentam os peixes e assim, vivem coletivamente a experiência de estudar e de estar próximas deste tipo de vida, que é tão diferente.

Amanda Faria, Cristiane Santiago e Milena Ferraz Infantil 4

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Como os peixes nascem? Será que eles vivem com a mamãe? O que eles comem? Tubarão é peixe? Estas são algumas das perguntas que surgiram no decorrer do projeto de pesquisa, realizado no primeiro semestre, nos grupos de Infantil 4. O estudo científico é aproximado das crianças através da pesquisa sobre estes animais. Aproximam-se de instrumentos e de procedimentos de análise enquanto fazem suas próprias descobertas. Reconhecer que há outro tipo de vida,

aprendizagem, as crianças são provocadas a refletir desde a primeira etapa do projeto, ao verificar e classificar imagens de rios, mares e lagoas limpas e poluídas. Percebem o quanto cada pessoa contribui ou não para a preservação destes ambientes, pois, segundo elas, “se o peixe vive na água poluída, ele morre... Não pode comer sujeira!”. Surge, então, a pergunta norteadora: “O que os peixes precisam para viver?”. Numa verdadeira submersão, as crianças entram em contato com livros de pesquisa e almanaques científicos. Apoiam-se nas ilustrações para executar a pesquisa em subgrupos e identificar quais informações são relevantes. Porém, é questionando e trocando ideias no coletivo que estas aprendizagens se ampliam e transformam-se em novos conhecimentos. As rodas de conversa contribuem para organizar as informações coletadas, confrontar hipóteses e reformular coletivamente novas perguntas, que guiam o projeto para outros caminhos. Durante esse processo, elas tam-


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Caligrafia, as marcas de um novo ciclo!

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tão esperada letra cursiva é um marco na vida das crianças que do 1º ano, mas elas nem imaginam que desde muito pequenas estão envolvidas no aprimoramento motor fino. A praxia fina (movimentos refinados das mãos, como pinça – polegar e indicador) e o aperfeiçoamento desses movimentos contribuem para ações cotidianas, como abotoar uma camisa, amarrar os tênis, recortar algo, digitar e escrever. Caligrafia é a arte de se escrever à mão de modo elegante e ornamental, e tem como objetivo aprimorar as formas da escrita. Garantir a legibilidade e agilidade da grafia é um instrumento para a vida escolar e social das pessoas. Pensando nisso, a Eduque acredita que o ensino da letra cursiva deve acontecer a partir do segundo semestre do 1º ano, momento no qual os alunos apresentam mais fluência na leitura e escrita. Desta forma, a transposição da letra não atrapalha o processo de alfabetização. Desde pequenas, as crianças são convidadas a explorar e brincar com

Movimento contínuo para garantir a agilidade da letra cursiva

objetos que aperfeiçoam a preensão, soltura do punho e o movimento de pinça. No Infantil 4, temos cantos com amassador de batatas, palito de churrasco para perfuração, pregadores, porcas e parafusos para que, de maneira lúdica, as crianças desenvolvam as habilidades manuais necessárias. Já no Infantil 5 o desafio da pulseira e o bordado são agregados nesse trabalho, visando o aprimoramento do aspecto psicomotor. No 1º ano, além de todas as explorações citadas acima, temos desafios com massinhas, jogo da pinça

e construção de pulseiras de elásticos, a preferida das crianças. Para o início da aprendizagem da letra cursiva construímos os combinados necessários, a fim de facilitar esse processo. São os principais: manter o lápis bem apontado, a borracha por perto, prestar atenção no traçado das letras feito pela professora e sentar com postura de estudante. Também planejamos aulas com recursos tecnológicos, como a lousa digital e Ipads, estimulando o interesse dos alunos em aprender corretamente o traçado das letras. A escrita cursiva

traz a marca pessoal de quem escreve; a letra de cada um é uma manifestação de identidade. Construímos o Caderno Eduque de caligrafia dialogando com a proposta de alfabetização da escola. Nele, o nome próprio e os textos memorizados são os grandes desafios para atingirmos o objetivo de grafar corretamente a letra cursiva. Este trabalho continua no 2º Ano, mas as conquistas já são evidentes e comemoradas no 1º! Denise Maack e Taynah Seiler 1º ano


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Provas: como tudo começa

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2º ano é repleto de novidades e uma delas é a avaliação, que carrega o peso de seu nome mais antigo: prova. Prova, palavra que pode remeter a sentimentos como medo e insegurança, relacionados às nossas experiências como alunos, já que, por muito tempo, foi utilizada essencialmente para classificar em aprovados e reprovados. Na Eduque o processo avaliativo vai muito além das provas classificatórias. Por ser processo, não é uma atividade que acontece somente ao final do trimestre. Ele permite o planejamento e a regulação das ações das professoras e alunos, bem como a revisão e construção de novas rotas educativas. As primeiras avaliações

do 2º ano são propostas em duplas ou pequenos grupos e contam com atividades lúdicas, como jogos, elaboração de cartazes e convites. Essas produções são compartilhadas com os demais alunos e expostas pela escola, como forma de valorização da produção acadêmica. Durante a execução dessa avaliação, a professora observa o relacionamento entre pares na divisão de tarefas e decisões em grupo. É quando os próprios alunos começam a se avaliar sob esses aspectos. Trimestralmente, é realizada a avaliação individual de cada componente curricular, em que os alunos registram os aprendizados obtidos a partir dos conhecimentos específicos desenvolvidos em aula. As provas

são feitas sem agendamento, para não gerar tensão indesejada e para que os alunos percebam que a participação em aula é a principal fonte do aprendizado escolar. A leitura desse instrumento é orientada coletivamente pela professora, que circula entre as mesas, garantindo que todos se sintam seguros e à vontade para sanar possíveis dúvidas. Não há tempo pré-determinado, respeitando o ritmo dos alunos e garantindo a calma e a atenção, necessárias à postura de estudante. As avaliações são corrigidas coletivamente, pois compartilhar algumas respostas, refletir sobre o erro e perceber o que pode ser melhorado também é parte da aprendizagem. O trimes-

tre é finalizado com uma autoavaliação feita pelos alunos, que aborda os combinados do grupo e as metas estabelecidas em assembleias. Desde cedo, eles aprendem a olhar para si e a refletir sobre o desempenho obtido. Na Eduque, a avaliação é focada no potencial de desenvolvimento do aluno e é tarefa do professor mediar e refletir sobre o processo, tomar decisões para replanejar suas ações, intervir e adequar suas práticas em sala de aula para que o aluno possa aprender e avançar, tendo suas diferenças e particularidades consideradas. Andreza Gissoni, Gabriela Yue, Kátia Cainzos, Raquel Domingues 2º ano

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Avaliação em dupla - Jogos matemáticos

Avaliação em grupo - Produção textual


Escola em Ação

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Educação Financeira: da sala de aula para a sociedade

Eduque possui, no currículo do Ensino Fundamental, um espaço dedicado à Educação Financeira. Esse trabalho atua nas dimensões temporais e espaciais (ilustração abaixo). A dimensão espacial trata do impacto de nossas ações na sociedade e vice-versa; já a temporal trata de como as ações tomadas no presente podem impactar no futuro. A Educação Financeira tem como objetivos formar os alunos para a vida em sociedade, ensiná-los a consumir e a poupar de modo ético, consciente e responsável. Os alunos aprendem a importância de cuidar dos próprios pertences, e dos diferentes espaços Passado

da escola. Aprendem, ainda, a importância dos 5R’s (Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar) e a ser multiplicadores dessas ideias. Em todas as séries do Ensino Fundamental, os alunos realizam ações de organização, cuidado e planejamento. As ações dentro desses três eixos ganham maior complexidade com o avançar das séries. O 3º ano, por exemplo, trata da história do dinheiro no Brasil e no mundo; do sistema de troca conhecido por escambo; da discussão sobre o consumo frente à realidade vivida na comunidade escolar e fora dela, planejamentos de consumo, entre outros. Através de experiências

Presente

Futuro

Global Nacional Regional

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Local Individual

Ilustração de como se relacionam os níveis da dimensão espacial entre si e com a dimensão temporal que os atravessa

Compra das frutas estudadas em Inglês - Semana da Boa Alimentação

práticas proporcionadas nesses momentos, as turmas se envolvem em questionamentos de cunho econômico e atitudes sustentáveis nas diversas situações e contextos vividos por elas mesmas. Neste ano, os alunos iniciaram este projeto com uma compra de sorvete na padaria do bairro da escola, conferindo os preços e calculando os trocos envolvidos. A partir desta proposta, a reflexão da compra, juntamente com a sua valorização relacionada ao desperdício e consumo consciente, estendeu-se para a rotina de aquisição de lanche na cantina da escola. Em rodas de conversas, um dos temas discutidos foi a diferença entre o que é supérfluo e o que

é necessário na vida do consumidor. O assunto gerou polêmica em sala de aula, pois não houve unanimidade nos temas abordados, porém, trouxe uma grande descoberta a todos: o necessário e o supérfluo podem variar para cada família e cada indivíduo, em diferentes contextos sociais. Esse é um projeto trimestral em que se repensa ações simples no cotidiano, para contribuir com um bom planejamento e organização do consumo consciente, e para a análise crítica financeira dos nossos alunos.

Althéa D’Almeida, Camila Arashiro, Paula Bighetti, Vânia Marlise 3º ano


Escola em Ação

Introdução ao Pensamento Computacional

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tecnologia é uma das principais linguagens do século XXI. Desde cedo, as crianças entram em contato com esses recursos e aprendem a utilizá-los de forma intuitiva. É por isso que a Eduque busca inserir, no cotidiano dos alunos de 4º e 5º anos, novas maneiras de pensar e conhecer tecnologias de forma alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curri-

seja, fora do computador. Nas aulas, as crianças entendem que para uma ação ser executada em um computador, ela precisa de planejamento, de programação, para então chegar à execução. O pensamento computacional desenvolve uma capacidade criativa, crítica e estratégica de como utilizar os fundamentos da computação nas mais diversas áreas de conhecimento, com o propósi-

Aula de Pensamento Computacional em parceria com a Educação Física

to de resolver problemas de maneira individual ou colaborativa. São aulas práticas que abordam o conhecimento de forma interdisciplinar, com o intuito de transformar todos em possíveis produtores de tecnologia a longo prazo. São momentos em os alunos entendem que não são as máquinas que ensinam os proces-

sos, mas eles, que assumem o papel de agentes de conhecimento e que o que o computador faz depende deles. Aprender a resolver situações de forma desplugada é o marco inicial e eleva o nível de conhecimento e capacidade cognitiva dos nossos alunos. Na primeira atividade, eles conhecem sobre o código binário, sistema pelo qual o computador armazena, executa e mantém sua memória. É representado pelos algarismos 0 e 1. Cada símbolo, letra ou algarismo no computador precisa de um conjunto específico de zeros e uns para funcionar. Os alunos foram desafiados a escrever e ler palavras e frases com este código. Isso é apenas uma das 10 aulas planejadas e aplicadas em 2019, a fim de ampliar seu repertório

lógico e instrumentá-los para o pensamento computacional mais complexo. A última aula que será realizada simulará a programação de jogos. Como educadora, é um privilégio acompanhar a implantação de aulas e atividades que estimulam o que temos de mais atual no campo educacional. Queremos, de fato, ver nossos alunos conhecendo e progredindo nas mais diversas áreas do conhecimento. Apropriar-se do pensamento computacional permite que usem a favor, que seja um forte diferencial em sua formação, transformando algo que a princípio pode parecer difícil em uma linguagem prazerosa, contemporânea e desafiadora. Márcia Regina 4º e 5º ano

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cular (BNCC). Pensamento computacional é uma competência lógica importante, por favorecer a resolução de problemas para além dos algoritmos. Tal competência é trabalhada em aulas que não precisam acontecer apenas com o uso do computador: essas atividades são introduzidas de forma desplugada, ou

Aprendendo o código binário


Escola em Ação

Ações para um mundo melhor O Período Complementar participa de propostas cujos objetivos principais são desenvolver as competências socioemocionais, a consciência ambiental, além de ampliar o repertório cultural e artístico. Durante o primeiro semestre, as crianças pesquisaram sobre os 5 R’s: Reciclar, Reutilizar, Reduzir, Repensar e Recusar. Ao final desse processo, cada faixa etária percebeu a gravidade das ações dos seres humanos com o meio ambiente e os impactos do lixo no mundo. Dar novos significados a caixas, garrafas, tampas, tecidos e diferentes suportes foi a maneira encontrada pelo Período Complementar da Educação Infantil para repensar o uso excessivo de materiais. O quebracabeça, as garrafas sensoriais e o tapete de leitura são os produtos finais de um processo de construção coletiva de conscientização e ressignificação de materiais recicláveis. No Período Complementar do Ensino Fundamental, os alunos iniciaram a reflexão sobre as ilhas de lixos e chegaram à conclusão de que cada um precisa fazer sua parte, propondo ações práticas para serem feitas no dia a dia. Além disso, a Eduque participou de uma campanha da Associação de Moradores da Vila Gumercindo, que sensibilizou as escolas, comércios e residentes da região para os problemas com o lixo no bairro. Com o objetivo de cuidar dos espaços em que vivemos, o grupo realizou a limpeza da Praça dos Namorados, na rua Guararema, em frente à escola. Foram confeccionadas bituqueiras, instaladas nas árvores e cartazes construídos com a intenção de disseminar os cuidados com os espaços coletivos, de incentivar a coleta seletiva e de propor atitudes para um mundo melhor. Além da ação na praça, as crianças tiveram ideias, como a construção de uma luminária de copos descartáveis usados para mostrar como podemos reutilizar de forma consciente e com função social.

Os alunos do Complementar querem saber... Você está fazendo sua parte?

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Você está com uma garrafa de plástico vazia, e encontra uma lixeira destinada a resíduos de metal, o que você faz? A) Joga na lixeira destinada a resíduos de metal mesmo. B) Guarda e espera para jogar em uma lixeira destinada ao plástico. C) Joga no chão.

02

O que você faz quando termina um desenho e não gostou, mas ainda tem espaço na folha? A) Amassa e joga fora. B) Reaproveita, usando como rascunho. C) Usa o verso.

03

Você traz de lanche uma fruta, porém, não quer comê-la. O que você faz? A) Você joga no lixo. B) Oferece a alguém que queira. C) Guarda na lancheira e leva para casa.

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06

Como separar corretamente o seu lixo? A) Junta tudo na lixeira. B) Junta todo tipo de lixo e descarta em um posto de coleta. C) Separa o lixo orgânico do reciclável. Você come uma bala e não tem lixo por perto para jogar o papel, o que você faz? A) Joga na rua mesmo, porque é um papel pequeno e não fará diferença. B) Guarda no bolso para jogar depois. C) Procura uma lixeira para jogar. O que é reciclagem? A) “Jogar fora” o lixo produzido. B) É o nome dado a todo tipo de lixo após seu descarte. C) É um processo de transformação de materiais usados em novos produtos. Consulte a análise dos resultados na última página

Alunos do Complementar realizando a limpeza da Praça dos Namorados

Aline Pinheiro, Thais Cambraia e Carla Tomayose Monitoras do Período Complementar


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Escola em Ação

A contribuição da Natação para o desenvolvimento infantil

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prender a nadar é muito mais do que repetir gestos motores existentes nos quatro estilos tradicionais. Enquanto as crianças nadam, trabalham aspectos físicos (como fortalecimento muscular, dinâmica respiratória, condicionamento), aspectos motores (equilíbrio, coordenação motora, lateralidade), aspectos cognitivos (entender para realizar, cumprir regras, resolução de problemas, técnicas, noções sobre espaço, tempo), aspectos afetivos (confiança, determinação, autoestima, superação) e sociais (respeito, sociabilização). As aulas de Natação na Eduque seguem a Metodologia Gustavo Borges e contemplam uma variada gama de atividades psicomotoras dentro da piscina. O diferencial deste Curso Extra é que temos como propósito ensinar a nadar articulando a técnica e o lúdico, não perdendo de vista a formação integral do aluno. As turmas são divididas de acordo com seu desenvolvimento e seguem a determinada ordem: Fase Bebê 3 (Touca Amarela): as aulas são repletas de descobertas e novas sensações. Brincando, cantando e explorando o novo ambiente de forma lúdica, as crianças vão se sentindo seguras e confiantes no meio líquido e começam as primeiras imersões e contato do rosto e dos órgãos sensoriais com a água. Fase Adaptação (Touca Laranja): as crianças são convidadas, por meio de atividades lúdicas, a resolver diferentes desafios motores. Começam a descobrir variados deslocamentos na piscina, brincam com posições de equilíbrio e descobrem um novo mundo

Em qualquer etapa em que a criança esteja, nosso objetivo, nas aulas de Natação, não se prende somente ao aprendizado dos nados, por isso, a criança é avaliada de maneira global, e só seguirá para o próximo nível quando estiver, de fato, apta. Em nossa análise, observamos a maturidade biológica para um desenvolvimento mais refinado dos nados e seu aspecto emocional, para que se sinta segura e capaz de novos e mais complexos desafios!

Elodie Hue e Diego Santana Professores de Natação

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Aperfeiçoamento 2 (Touca Azul Clara) - Nado Costas

de movimentos possíveis de seu corpo. Fase Iniciação (Touca Vermelha): os alunos vivenciam inúmeros movimentos na água e, aos poucos, começamos a direcionar, de forma lúdica, a forma dos 4 nados tradicionais. Justamente por explorarmos diferentes maneiras de se movimentar na água, é possível que consigam experimentar movimentos rudimentares, que são a base para o futuro aprendizado dos 4 estilos profissionais. Fase Aperfeiçoamento 1 (Touca Verde): começam, neste momento, a trabalhar aspectos mais refinados dos 4 nados tradicionais. Realizam o Crawl e o Costas com coordenação e executam, de forma rudimentar, os nados peito e borboleta. Intercalamos atividades lúdicas, desafios motores, jogos e atividades de correção e, assim, elas aprimorando os nados. Fase Aperfeiçoamento 2 (Touca Azul Clara): as aulas têm um formato mais técnico para refinar os movimentos. É exigido maior volume de nado e apesar de ainda contemplar atividades lúdicas, o objetivo é trabalhar a técnica dos 4 nados. Nesta fase, o Crawl, Costas e Peito são executados de forma correta e com fluência, e o Borboleta vai sendo trabalhado para que a criança consiga executá-lo ao final do processo, quando chega ao Aperfeiçoamento 3 (Touca Azul Escura).


Se a maioria das suas respostas foi a letra A: Parece que você não tem prestado muita atenção às suas atitudes e que está deixando de pensar no meio ambiente. Quer uma ajuda? Fique de olho no que acontece perto de você. Com certeza encontrará formas de ajudar o meio ambiente. Se a maioria das suas respostas foi a letra B: Você procura estar atento aos cuidados com o meio ambiente, mas, de vez em quando, não percebe momentos em que pode ser ainda mais cuidadoso. Fique atento às situações em que é possível contribuir mais. Se a maioria das suas respostas foi a letra C: Suas respostas indicam que você está sempre atento com o descarte adequado do lixo. Isso é muito legal, continue ajudando o meio ambiente e incentive seus colegas e familiares a repensar suas atitudes, porque, afinal, o mundo é nosso!

Confira o resultado do seu quiz:

Vai acontecer... 28/9 - Eduque Mostra: Arte Comemorando o ciclo completo do Projeto “Para Comer com os Olhos”, apresentaremos diversos museus de Arte de São Paulo e do mundo, compartilhando o conceito de curadoria.

Participação das famílias em finalização de projetos

Agosto

Infantil 4

Contos Maravilhosos

Outubro

Infantil 2

Roda de Música

Outubro

Infantil 3

Bilingual Program

Novembro

1º ano

Noite Literária

Novembro

5º ano

Cerimônia de Encerramento e Certificação de Cambridge

Dezembro

Infantil 5

Parlendas Cantadas

Dezembro

2º ao 4º ano

Reunião Cantante

Aconteceu

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Integração Família Escola - Five Senses - Abril Semana da Boa Alimentação - Abril Reencontro de ex-alunos - 5º ano 2018 - Maio Acampamento NR: English and action - 5º ano - Maio Festa Junina - As rodas das tradições - Junho Winter Fun - Curso de Férias em Inglês - Julho

Escola Eduque Av. Bosque da Saúde, 1404 - Bosque da Saúde São Paulo - SP - (11) 5078.0123/ (11) 5581.0123 www.escolaeduque.com.br atendimento@escolaeduque.com.br Siga a Eduque!

“Uni, duni, tê, Salamê, minguê”

Meu “ único desejo, meu tema musical, meu diamante é a educação.” Rubem Alves


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