Revista eduque em ação – edição junho 2012

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Ano II Número 06

JUNHO 2012

Editorial

O que esperar dos profissionais de Educação? Capa

Educação Financeira para uma formação cidadã

Artigo

Desafios nos primeiros dois anos de vida


ed i t o r i a l

E s p a ç o dos Pa i s

O que se espera dos profissionais da Educação?

Integração Família Escola

A escola é lugar onde professores aprendem e experiências e saberes são trocados

No dia 05 de Maio, a Eduque proporcionou um momento de integração entre as famílias e a escola com o tema do centenário de Luiz Gonzaga. A proximidade do dia das mães motivou uma homenagem musical que finalizou este encontro de forma carinhosa. Leia alguns comentários sobre o evento.

A

creditamos que a escola é lugar onde professores aprendem, onde os saberes e as experiências são trocados, validados e quando necessário, rejeitados. Nesta edição, temos o prazer de socializar diversos momentos de formação, que possibilitaram, antes da aprendizagem dos alunos, transformar professores em constantes aprendizes. A Eduque investe no seu profissional, pois temos a consciência de que a formação inicial não traz subsídios suficientes para uma prática de qualidade. Esse processo de formação envolve diferentes dimensões, com o objetivo de garantir uma atuação que atenda às necessidades e exigências culturais-tecnológicas da

sociedade, são elas: Formação/ Atualização: Como sujeito crítico-reflexivo, o educador é convidado a perceber as ações que realiza e avaliar constantemente sua prática pedagógica em momentos de estudo in loco, em horário semanal, com acompanhamentos sistemáticos e intensivos. Assessorias: A Eduque contrata especialistas em diferentes áreas. Atualmente, contamos com a assessoria da Nádia Oliveira (pedagoga, com formação na área de saúde e cursos de puericultura), na discussão sobre práticas e desenvolvimento das crianças de 0 a 3 anos, Juliana Carnasciali como Arte-educadora apoiando os projetos e a

ampliação artístico-cultural das crianças, Marcos Tofoli (doutorando da USP) ampliando as investigações no campo das Ciências e as pedagogas Maria Galvão e Simone Azevedo, trazendo as reflexões da Matemática pautadas na resolução de problemas e na utilização dos jogos como prática de ensino. Tecnologia: essa é a dimensão mais assertiva, pois o mundo atual contempla progressos científicos observáveis e as mudanças ocorrem numa velocidade impressionante. Hoje contamos com o apoio de Ricardo Maia, que tem como interface para os projetos pedagógicos a professora Cristiane Kuroba, articulando os conteúdos virtuais. Sabemos que as práticas

de formação são importantes para o desenvolvimento de nossos alunos, portanto representam uma meta e um investimento para a instituição. A formação dos professores significa um compromisso que a Eduque tem em contribuir com uma educação capaz de articular competência técnico-científica, cidadania e ética para a formação de cidadãos preparados para o futuro.

E x p ed i e n t e Eduque Nova Escola Diretora Geral e Mantenedora: Lucia Duarte Diretora Pedagógica: Patrícia Cintra Coordenação pedagógica • Guadalupe Boedo • Lucelena Lee • Fabricia Marim • Tatiana Duarte

Coordenação Administrativa • Ricardo Gouveia • Juliana Duarte

Revista Eduque em Ação Coordenação Geral: Juliana Duarte Produção Editorial: Equipe Eduque Revisão: Paula Strano Fotografias: Arquivo Eduque Diagramação e Design: PontoZap Comunicação (11) 2264-8524

“ Foi um momento extremamente agradável em especial porque foi possível ver e vivenciar com as crianças diversas áreas como música e artes. É de extrema importância que além das matérias corriqueiras sejam acrescentados e aprofundados temas culturais atuais. Fazer tudo brincando com as famílias foi muito proveitoso e gostoso, aprende-se mais. Enfim, foi um momento delicioso.” Paula Cristina C. M. Mãe da aluna Pietra, do 1º B

“Para mim, foi uma experiência inesquecível. Eu adorei quando deram a idéia do Pau-de-Chuva. Gostei muito de ver as crianças cantando “Asa Branca”, música maravilhosa de Luiz Gonzaga. Eu até havia me esquecido dela, mas quando as crianças cantaram, foi como se ela estivesse mais viva.”

“Eu achei muito interessante a homenagem ao artista Luiz Gonzaga, que completaria 100 anos. A confecção de instrumentos musicais, reutilizando embalagens, foi muito adequada e legal na época que vivemos de reciclagem. Além disso, foi muito prazeroso estar com as minhas filhas.”

Nicolle A. R. Ex-aluna e irmã do aluno Nathan, do 3º ano A

Luciane K. Mãe das alunas Caterine, do 2º A, Caroline, do Jd II B, Camilie, do Maternal B

Pedro D. do Jd I B com seus pais

ESPAÇO DOS ALUNOS

Quer saber como alimentar-se bem?

Patrícia Cintra Diretora Pedagógica

O

s grupos do 3º ano estudaram a relação entre uma alimentação equilibrada e a manutenção da saúde. Dentre outras atividades, os alunos entrevistaram a nutricionista da Eduque, Karen, e os colegas para identificação de seus hábitos alimentares; tabularam dados e analisaram as informações, descobrindo que uma refeição equilibrada possui um pouco de cada alimento da Pirâmide Alimentar. Ocorreram

aulas no Laboratório para a investigação de informações nutricionais nas embalagens dos alimentos, além da reflexão sobre os que são naturais ou industrializados e estudos sobre a importância de higienizarmos e não desperdiçarmos comida. Observarmos algumas mudanças nos hábitos alimentares após este trabalho e os alunos confeccionaram um livro de receitas com sugestões de reaproveitamento de alimentos.

Letícia C. F. V. “O que eu mais gostei foi quando nós estudamos os frutos e as sementes. Aprendi que se nós não lavarmos os alimentos e os utensílios podemos levar ao nosso corpo um bichinho chamado microorganismo e pegar doenças. Eu nunca vou esquecer quando nós montamos a Pirâmide Alimentar. Eu comecei a comer mais vitaminas na minha refeição! Eu adoro Ciênciaaaaaaas!”

Vinícius M. G. “Gostei muito da aula que fomos ao laboratório estudar embalagens, fizemos algumas brincadeiras para ver as embalagens que tinham carboidratos e as que não tinham, ver em quais não apareciam nutrientes, as que eram naturais e industrializadas.”


DICAS: B em es t a r

Como preparar seus filhos desde pequenos para a habilidade da escrita

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A escrita da letra cursiva não envolve apenas a evolução intelectual da criança, mas exige também habilidades psicomotoras, provenientes da musculatura que ajusta o braço, a mão e os dedos para o ato de escrever. Na letra cursiva, os dedos executam o papel principal, enquanto o antebraço direciona o movimento. A harmonia de ambos é que garante uma escrita fluente. Outro aspecto importante é a decisão da mão direita ou esquer-

É importante saber estimular a criança a partir dos primeiros meses de vida da para escrever, escolha determinada pelo amadurecimento do sistema nervoso central. Essa maturidade ocorre a partir das experimentações da criança, que a princípio usa as duas mãos de forma similar até que uma delas se torna mais habilidosa

nos sentidos da força, precisão e velocidade, enquanto a outra funciona melhor no apoio. A criança controla o tronco antes de controlar os braços, controla os braços antes das mãos, usa as palmas das mãos antes de usar as pontas dos dedos, por isso é muito importante que seja estimulada desde os primeiros meses de vida, respeitando a hierarquia do desenvolvimento neuropsicomotor. Teresa Cristina S. D. Borghi Motricista/Psicomotricista Cref:000478-GP/SP

• Após os seis meses ofereça brinquedos de empilhar, peças grandes, assim como cubos, bolas e brinquedos que boiam na água na hora do banho. Incentive seu bebê a segurar sozinho a mamadeira, assim como pegar pedaços de fruta para levar à boca. • A partir de um ano ofereça brinquedos de encaixar, comece com peças maiores e aos poucos peças menores. Incentive-o a comer sozinho alimentos como frutas e bolachas (com supervisão). • A partir de dois anos o bebê já pode começar as tentativas de pegar a comida do prato e levar à boca com uma colher macia. • Lembrem-se, a criança pode usar ora uma mão, ora outra mão, até que por volta dos cinco anos (ou antes) ela naturalmente comece a usar uma das mãos com mais frequência. Não é necessário interferir neste processo. • Até os seis anos é importante priorizar as brincadeiras que exploram o uso do corpo (correr, pular, rolar, andar de bicicleta etc.) e brinquedos não eletrônicos, porque os brinquedos manuais possibilitam uma atividade mental mais intensa do ponto de vista da associação de conceitos, coordenação do movimento ocular, além do aperfeiçoamento das habilidades motoras.

C U LT U R A

Dica de livro PARA LER Mania de Explicação Adriana Falcão

Indicação da aluna Carolina, do 3º ano A

M ome n t o Pedag ó g i co

Os primeiros dois anos de vida: um caminho permeado por progressos

A

s estruturas do desenvolvimento social, cognitivo e afetivo começam a se constituir na primeira infância (0-2 anos). À medida que o bebê se desenvolve, as mudanças ocorridas afetam o comportamento em todas as áreas e evolui conforme a criança age sobre o ambiente: ao experimentar atribui significado às coisas que a cercam e constrói conhecimentos. Mas bebês constroem conhecimentos? Como se dá esse processo?! Segundo PIAGET, grande estudioso, o comportamento dos bebês é pautado em reflexos básicos, como sugar, agarrar e chorar. A partir dessas experiências, eles chegam ao terceiro/ quarto mês fazendo as primeiras diferenciações entre os objetos. Sendo assim, aparecem novos comportamentos, como chupar o dedo polegar (coordenação mão-boca), seguir movimentos

(coordenação da visão) e o movimento da cabeça em busca da direção dos sons (coordenação da visão-audição). Entre o quarto e o oitavo mês, ocorre a coordenação da visão e do tato, sendo possível manipular objetos que podem alcançar, além de tentar repetir experiências interessantes, como bater o brinquedo para fazer barulho, puxar algo em suspenso, entre outras. Dos 12 aos 24 meses, aparecem comportamentos que constituem verdadeiros atos de inteligência. A criança começa a fazer uso de meios para alcançar o que deseja, antecipa acontecimentos e começa a procurar por objetos. É possível ver as crianças dessa faixa etária afastando um objeto para alcançar um brinquedo, chorando quando percebem que a pessoa que está sentada ao seu lado vai se distanciar, por exemplo. Aos dois anos de idade a

criança passa de um nível de inteligência sensório -motora para a inteligência representacional. Isto significa que ela começa a representar mentalmente objetos e eventos, consequentemente se torna capaz de resolver problemas através da representação e não mediante apenas de experimentações. Desse modo, vemos crianças ajustando os objetos da maneira que desejam, conseguindo brincar como gostariam. Conjuntamente com o desenvolvimento das estruturas cognitivas ocorre o desenvolvimento das estruturas afetivas. Durante a maior parte dos dois primeiros anos de vida, o afeto é centrado em si mesmo. No segundo ano de vida, as crianças começam a se perceber como um ser que tem vontades e perceber os outros ao seu redor, sendo

possível compartilhar experiências. As preferências e o sentido de gostar começam a se estabelecer, construindo assim as relações interpessoais. Em cada período do desenvolvimento, ao longo dos dois primeiros anos de vida, surgem novas e mais sofisticadas capacidades e nossos pequenos vão se mostrando cada vez mais inteligentes e maduros!

Tatiana Duarte Assistente de Coordenação


CAPA

CAPA

Crianças cidadãs – Projeto Interdisciplinar de Educação Financeira “As crianças experimentam hoje um mundo ao mesmo tempo estimulante e desafiador. Lidar com as diferenças, conflitos e recursos escassos é para elas uma tarefa permanente. Para realizá-la com segurança e com respeito pelo outro, precisam de incentivo e apoio. Precisam também de informação, um direito humano e, portanto, um direito das crianças.” Reiko Nümi Representante da UNICEF no Brasil até 2010

Preço, uma medida comum

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ão há como negar que no mundo moderno quase tudo tem um preço. Se queremos, por exemplo, um chocolate, devemos pagar o valor que o vendedor pede. A mesma coisa acontece com a roupa que vestimos, com a luz que ilumina nossas casas à noite, com a água que usamos... Como vemos, cada coisa tem um preço que se mede com dinheiro. E sendo o preço uma medida comum, expressa por cédulas e moedas, pode-se comparar o valor de diferentes bens de consumo e serviços. Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas se lidar com essa questão é complicado para adultos, passar esse conhecimento para crianças é uma tarefa bem mais delicada.

Planejamento financeiro A Eduque objetiva o desenvolvimento integral de seus alunos, possibilitando que se tornem, de fato, cidadãos. Assim, percebeu a necessidade de abordar os princípios básicos de como lidar com o dinheiro. Desta forma, incorporou no seu plano de trabalho um projeto estruturado que tem por objetivo levar o aluno a conhecer o dinheiro, refletir sobre consumo consciente e entrar em contato com a Educação Financeira, através de conceitos de economia. Foi programada uma sequência de aulas semanais, entre os meses de Maio a Setembro. Conheça as primeiras atividades no box ao lado.

• O 1º ano começou este estudo com a história “Como se fosse dinheiro”, de Ruth Rocha. A temática propiciou a discussão sobre a necessidade de se estabelecer uma unidade monetária padronizada para consumo de bens e serviços. Os alunos exploram as cédulas e moedas do sistema brasileiro. • O 2º ano comparou sistema monetário e o sistema de numeração decimal, assim como exercitou as composições e trocas possíveis, utilizando cédulas e moedas. • O 3º ano estuda a história do dinheiro, entrando em contato com sistemas de outras nações. Foram convidados a participar de uma Roda de conversa com o autor do livro “Pais inteligentes Enriquecem seus filhos”, dentre outros títulos, Gustavo Cerbasi. No dia do encontro as crianças discutiram questões relacionadas a mesadas, necessidade de programar compras e planejamento familiar.

Experiência na barraca de frutas Programamos uma situação para os alunos exercitarem sua própria aprendizagem através da compra, uma das funções sociais do dinheiro. No dia 24 de maio, o feirante Alessandro, montou em nosso pátio, uma barraca de frutas. Antes da atividade, as crianças organizaram listas e definiram a finalidade da compra. Já no papel de compradores tiveram a oportunidade de negociar, analisar as vantagens das promoções, comprar, efetivar o pagamento e conferir o troco.

Consumo Consciente, ética e poupança A próxima etapa do projeto propõe a discussão sobre consumo consciente, momento em que analisarão as compras, bens necessários e as aquisições mobilizadas pelo desejo, para em seguida entrar em contato com os conceitos de economia, como a importância de ser previdente e poupar. Ao término, os pais serão convidados a participar de uma palestra, na qual Gustavo Cerbasi terá como

tarefa levá-los a avaliar as orientações que têm dado a seus filhos. Cada grupo de alunos preparará um registro, informando as descobertas e divulgando dicas de como usar de forma consciente o dinheiro. Aguardem novas informações na nossa próxima edição. Lucelena Souza Lee Coordenadora Pedagógica Ensino Fundamental


E sco l a em A ç ã o

E sco l a em A ç ã o

Jardim I na Educação Física

Jardim II - Alfabetização: um processo contínuo

Q

uando perguntamos o que significa alfabetizar, provavelmente a resposta será: ensinar a ler e a escrever. Mas que conteúdos devem ser ensinados a alguém que precisa aprender a ler e a escrever? Aprender a ler significa ser capaz de ler em voz alta um texto qualquer. Mas também significa atribuir sentido, isto é, interpretar e compreender os textos. Já aprender a escrever é ser capaz de traçar as letras com lápis, papel ou o teclado de um computador, estabelecendo a correspondência letra/som e escre-

Q

uando a criança inicia o ano no Jardim I, com 3 ou 4 anos, vivencia a fase em que acontece a intensificação da vida social, começando pela família e pela escola. As crianças neste período possuem um predomínio do pensamento mágico, em que tudo é fantasiado, e há um aumento progressivo do vocabulário, o que facilita também a comunicação, a elaboração de perguntas e de questionamentos. A Educação Física como área de conhecimento é, na

Eduque, a responsável por introduzir, integrar e conduzir os alunos de Jardim I a uma cultura corporal de movimento, com a finalidade de lazer, expressão de sentimentos, expressão corporal, afetos e emoções, manutenção e melhoria da saúde. Neste sentido, garantimos que todos tenham a possibilidade de participar de jogos, esportes, danças, lutas, ginástica e outras atividades físicas sócio-educativas que beneficiam o exercício crítico da cidadania. Dentre

estas atividades, destacam-se os jogos de integração, sociabilização, cooperação, simbólicos, coordenação, com materiais reciclados, práticas circenses, além do aperfeiçoamento das habilidades básicas, como andar, correr, saltar, equilibrar, lançar, receber, chutar, rebater, volear e pinçar. Em virtude dos Jogos Olímpicos de Londres, que acontecerão este ano no mês de junho, os alunos vivenciarão atividades que os levarão ao contexto das Olimpíadas, além de conhecerem

a história e as especificidades do maior evento esportivo do mundo. Pensando em tudo isso, a Educação Física nos Jardins I na Eduque parte do pressuposto que o movimento humano e o corpo adquirem suas significações dentro de um contexto social e cultural, modificando-se de acordo com os diversos momentos históricos de uma sociedade. Boaz Oliveira Professor de Educação Física e IES

“Cada criança tem um tempo de percurso e assim são planejadas atividades específicas tornando o trabalho significativo para ela, individualmente” vendo um texto adequado ao uso social. As crianças precisam aprender a “ver” o mundo letrado. Alfabetizar, portanto, é despertar a curiosidade das crianças em

descobrir o que está escrito nos diversos textos que estão a sua volta e promover oportunidades para que as crianças convivam com material escrito. O trabalho com nomes e com brincadeiras cantadas, parlendas, trava-línguas, cantigas, trovas e adivinhas ganha um espaço especial nessa fase. Por serem fáceis de guardar, esses textos, juntamente com as listas expostas na sala, por exemplo, contribuem para que as crianças compreendam as relações que as letras mantêm com os sons, criando um banco de palavras memorizadas que são utilizadas no desenvol-

vimento das habilidades de leitor e escritor. Esse banco torna-se cada vez mais abrangente e logo dá espaço ao universo letrado. Cada criança tem um tempo de percurso e assim são planejadas atividades específicas tornando o trabalho significativo para ela, individualmente. Para que a criança consiga construir novos conhecimentos, é necessário que seja estimulada, com atividades específicas e intervenções planejadas pela professora. Para o processo de alfabetização, é fundamental que haja uma continuidade, pois os avanços são, em alguns momentos, sutis e necessitam de estímulos para serem consolidados. Assim, as rupturas que eventualmente ocorrem na vida escolar da criança podem prejudicar sua aprendizagem. É possível, portanto, entrar no mundo da escrita junto com o universo das brincadeiras infantis, valorizando a tradição oral da nossa cultura. Os textos podem até sofrer pequenas modificações de acordo com a época e o lugar, mas continuam do jeitinho que a gente gosta de brincar e, é claro, de aprender. Ana Christina Araújo Professora do Jardim II B


E sco l a em A ç ã o

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Os primeiros anos na Sala Multimídia

A ludicidade no maternal

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coletivo. Compartilhar os brinquedos e materiais que pertencem ao grupo é mais fácil do que ter de emprestar algo que é só da criança. Assim, esses dias proporcionam momentos de troca e respeito ao que é do outro.

esde o começo do ano, a nossa Sala Multimídia vem recebendo diversas novidades: a ampliação do acervo de livros infantis, a criação do Clube de Leitores para os funcionários e, principalmente, a chegada do Evandro, que cuida de tudo e organiza os materiais com bastante cuidado e atenção às necessidades dos alunos. Os primeiros anos frequentam o espaço semanalmente, com atividades variadas e objetivos amplos que abrangem diversas áreas do conhecimento, com foco principal na formação das crianças como leitoras proficientes de literatura. Para isso, é necessário que tenhamos à disposição livros adequados em um ambiente organizado e convidativo. Em nossas visitas, nas quais os alunos emprestam livros para levar para casa, encontramos sempre os materiais separados por série, além de termos o privilégio de receber, semanalmente, indicações do Evandro, que recomenda boas leituras para os empréstimos. Quando os livros voltam para serem devolvidos, as próprias crianças, que já tiveram um modelo, fazem as indicações, comentam o

B

Encontros esporádicos na sala permitem realizar pequenas palestras sobre assuntos da escola e do mundo que leram e, quando querem, recomendam para os amigos. Além de explorarmos materiais e computadores para fazer pesquisas, contamos com encontros esporádicos com o Evandro, que prepara pequenas palestras sobre assuntos que estão cir-

culando pela escola e pelo mundo, como quando ouvimos a história do carnaval, da páscoa e também uma gostosa exploração da vida e obra de Luiz Gonzaga. Sabemos que para que se desenvolvam leitores competentes e interessados, são necessárias, além do contato com bons livros,

referências de leitores mais experientes, que mostram, por meio de ações, como se comporta quem lê. Por isso, os alunos, que frequentam bastante o espaço e convivem com nosso bibliotecário, já acumulam os ganhos dessas vivências, pois estão cada vez mais desenvolvendo suas habilidades de leitura e, como não poderia deixar de ser, aumentando seu repertório cultural e, claro: literário.

rincar é uma das principais atividades para o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança, pois ela tem a oportunidade de representar diferentes papéis, de se imaginar no lugar do outro, interpretando situações já vividas ou observadas. No faz-de-conta a criança tem a possibilidade de escolher seus companheiros, o enredo da brincadeira, o papel a ser representado e o tempo em que permanecerá brincando. Assumindo novos papéis a criança experimenta maneiras de ser e pensar, ampliando suas concepções e enriquecendo sua própria identidade.

Paula Strano Professora do 1º Ano B

A diversidade de materiais,

a organização dos espaços e a oferta de brinquedos são fatores importantes que determinam a qualidade e as possibilidades de interação entre as crianças. Assim, o professor tem um papel importante na organização e modificação da sala de aula e dos diferentes espaços a fim de oferecer um ambiente convidativo e estimulante. O uso de materiais reutilizáveis, como caixas e potes vazios ou tecidos e objetos, como teclados de computador e telefones antigos enriquecem os cantinhos lúdicos. A presença desses objetos possibilita o desenvolvimento da criatividade e imaginação das crianças, já

que ao brincar atribuem um novo uso e significado. O dia do brinquedo também é uma oportunidade para as crianças brincarem livremente e interagirem de outra maneira, pois o brinquedo que vem de casa tem uma dimensão afetiva, é algo particular e não

Além do brincar livre proporcionado pelas professoras, as crianças participam de momentos dirigidos, como jogos e brincadeiras tradicionais, que funcionam como recursos didáticos para a aprendizagem de conteúdos das diferentes áreas do conhecimento. Sendo assim, o lúdico está presente em todo o currículo do Maternal, sendo ele o principal recurso das crianças para crescerem e se desenvolverem integralmente.

Paloma Dantas Professora Maternal C


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Uso da tecnologia no Ensino Fundamental

Cursos Extras – Esportes e Arte

A

Eduque procura integrar as tecnologias ao cotidiano escolar tornando mais produtivos os processos de ensino. Um dos recursos presente em todas as salas do Ensino Fundamental é a Lousa Interativa. Através de um dispositivo instalado, o e-Beam, em conjunto com um notebook e um projetor, proporciona ao professor a utilização dos recursos, como internet, editores de texto e gráficos, recursos multimídia e softwares educativos. Os Netbooks e os computadores da Sala Multimídia são ferramentas disponíveis para que os alunos tenham acesso a conteúdos e atividades diferenciadas, como jogos educativos.

realizadas periodicamente pelos alunos do Fundamental com o uso de recursos tecnológicos:

Conecte-se com algumas das atividades que estão sendo

• Nos 1ºs anos, as turmas acessam periodicamen-

te o jornal online e escolhem notícias para ler, verificam a previsão do tempo, acessam dicas culturais para o fim de semana e produzem atividades coletivas com os recursos tecnológicos.

em inglês com jogos interativos matemáticos e o ‘Junke Pile’, que em um ambiente ‘multiplayer’ explora o cálculo mental, a comparação dos algarismos e o raciocínio lógico-matemático.

• Nos 2ºs anos, atividades como pesquisar dados, selecionar informações importantes para preencher fichas técnicas e inserção de imagem em documentos são realizadas durante pesquisas de diferentes temas.

Acreditamos na aliança das tecnologias e dos conteúdos e, neste processo, o professor tem o papel de analisar criteriosamente as contribuições dos recursos tecnológicos para o processo de ensino, considerando os objetivos educacionais, o trabalho colaborativo e os desafios a serem superados.

• Nos 3ºs anos, entre outras atividades, os alunos utilizam os Netbooks em sala de aula e os computadores da Sala Multimídia para acessar principalmente jogos como o ‘Sumdog’, um site

Cristiane Kazue Kuroba Professora de Tecnologia Ricardo Maia Toledo Enc. de Tecnologia

Atelier

Balé

Judô

Curso em que as crianças exercitam seu olhar sensível, conhecem materiais, vivenciam diferentes formas e dimensões, experimentam o encontro da linha, da forma e da cor em diversas possibilidades, criando trabalhos estéticos e belos!

Movimentos firmes, graciosos, postura impecável e muito treino. Esse gênero requer prática! As técnicas e as músicas também são fundamentais para a aprendizagem. Nesse contexto cultural e artístico, a Eduque está trabalhando o Balé de repertório “Nápole” como tema da Mostra de 2012, um espetáculo que contemplará as tradições italianas, fantasias e muita beleza.

Os principais objetivos do judô são fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, além de desenvolver técnicas de defesa pessoal. Os alunos são orientados principalmente nos âmbitos da disciplina e atenção, que são regras básicas da modalidade.

Violão

IES

Natação

Tocar violão é, antes de tudo, ter disciplina e concentração. Nesse curso, além de aprender as notas musicais, o cuidado com o instrumento é essencial. A Música é a arte de combinar sons e silêncios de uma maneira agradável, melodia é a combinação de sons sucessivos de forma harmônica e ritmo é a combinação das notas musicais no tempo em que são executadas. Descobertas importantes para a formação musical de qualidade.

Determinação e conhecimento esportivo fazem parte do dia a dia das atividades da IES. Os professores estão aperfeiçoando movimentos e demonstrando novas atividades aos alunos. Além disso, trabalham o jogo como elemento cultural e construção de pensamento, numa perspectiva de formação integral.

Atividades diferenciadas fazem parte da rotina na natação – todas orientadas pela metodologia MGB. As crianças estão cada vez mais aplicando as técnicas aprendidas.


E s p ec i a l

E s p ec i a l

“Para comer com os olhos: uma proposta de alfabetização estético visual em museus” “A arte é importante na escola, principalmente porque é importante fora dela. Por ser um conhecimento construído pelo homem através dos tempos, a arte é um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber”. Mirian Celeste Martins

P

ara Comer com os Olhos é uma proposta de nutrição estética que envolve leitura visual, fruição de arte, reflexão, registro e construção de conhecimentos através da aproximação do patrimônio estético cultural dos museus de arte de São Paulo. O trabalho acontece desde o maternal até o 5º Ano. O roteiro de museus escolhidos para visitação ao longo da escolaridade tem como objetivo principal ampliar o conhecimento do acervo

e do espaço arquitetônico dos museus da cidade. Para garantir uma amplitude contextual estética, foram selecionados museus de arte clássica, moderna e contemporânea, além de garantir o cuidado com a possibilidade de visitar museus de diferentes linguagens da arte, sem esquecer a questão multicultural. Assim, foram selecionados: MAM, MAC, MUBE, MASP, PINCOTECA, MIS E MUSEU AFRO BRASIL, um bom roteiro para começar.

2º Momento – Visita Os alunos do maternal vivenciaram a experiência a céu aberto, o Jardim das Esculturas do MAC. Em cada obra, passaram as mãos, subiram, colocaram pedras e outros materiais dentro ou sobre as peças. Já nossos alunos do 2º ano do Fundamental, logo que chegaram no MAC, foram convidados a observar o prédio do museu, perceber suas linhas, seu formato, pois estudaram anteriormente o arquiteto Oscar Niemeyer e suas

do suas características, bem como desenhando de diferentes pontos de vista. Era o momento de comer com os olhos.

características. Na visita, os alunos olharam amplamente o acervo, conhecendo as pe-

ças tridimensionais e escolheram uma obra para estudar com maior profundidade, registran-

As crianças se envolveram muito com os nomes das obras. Havia uma com a informação: “Sem nome, mas com amor”, que as deixou bastante interessadas. Muitas das obras e artistas foram reconhecidos, pois a pesquisa anterior do acervo, foi repleta de significado e sentido para os estudantes.

3º momento: Sistematização 1º momento - Apresentação do projeto Em uma roda de conversa, a professora pergunta “O QUE É UM MUSEU?” para que as crianças respondam do ponto de vista delas, sem nenhuma interferência, verbalizando o que pensavam sobre o assunto.

Pedro C. C. (Maternal C)

“Que tem chafariz”- João

“Um Museu é um lugar

“É um túnel”- Catherine S. L. (Maternal C) “Um Museu é um lugar que pode ver coisas interessantes”- Leonardo P. C. P. (2º ano A)

que tem exposições de esculturas e quadros” - Júlia F. D. (2º ano A) Depois, com a mediação, foi apresentado às crianças o projeto “Para comer com os olhos”, com fotos de diferentes museus, explorando o conceito de acervo a partir de coleções.

Na escola as crianças puderam socializar: O que comi com os olhos no museu? “Eu gostei dos cones porque dava para subir.” Guilhreme K. C, do Maternal C. “Eu gostei de jogar pedras dentro dos cones.” Lucas M. R. Maternal C O desejo dos alunos do maternal de escrever suas descobertas através do desenho era intenso e foi fato marcante em nosso retorno.

Com a finalidade de divulgar o estudo, os alunos do 2º ano montaram murais pela escola e um texto para o site. Esse projeto conta com a montagem de um mural coletivo que apresenta as visitas a todos da escola, com diversas informações. Vale contar que o trabalho rende surpresas significativas, mostrando atitudes autônomas. A aluna Beatriz, do 2º ano A, por

exemplo, enviou e-mails para a artista Carmela Gross, que possui objetos expostos no MAC, e aguarda retorno. Nessa perspectiva, esse trabalho se reinventa continuamente frente aos diferentes saberes e percursos de aprendizagem em co-autoria com os alunos. Patrícia Cintra Diretora Pedagógica Juliana Carnasciali Arte-Educadora e Assessora


n ov i dades

Feira de Ciências – expor o quê, para que e para quem?

T

odas as disciplinas, em especial as científicas, promovem oportunidades para que as crianças façam apreciações qualitativas de fenômenos naturais, identifiquem variáveis relevantes em processos, tomem dados, analisem os resultados, elaborem relatórios, proponham e planejem ações. A Eduque tem constituído uma estratégia rica, que integra

Eduque Nova Escola

esse conjunto de vivências e recursos, promovendo a capacidade dos alunos de organização para planejar roteiros, programar etapas de desenvolvimento, fazer pesquisas, desenvolver as atividades previstas, relatá-las e avaliá-las, favorecendo ainda o trabalho em equipe com divisão de tarefas. Vale ressaltar que, mesmo em uma fase escolar inicial, esse trabalho em grupo

Av. Bosque da Saúde, 1404 - Bosque da Saúde, São Paulo - SP 11 5581 0123 | 11 5594 1999 www.eduquenovaescola.com.br novaescola@novaescola-eduque.com.br

também auxilia o desenvolvimento da autoconfiança, para seu futuro engajamento em atividades profissionais ou sociais, na divisão de tarefas e responsabilidades e na comunicação com os colegas, o desenvolvimento de autodisciplina e autonomia, fundamentais ao exercício pleno da cidadania. Portanto, diante de tantas iniciativas, a escola também decidiu realizar uma feira de ciências, sendo um de seus principais eventos, que terá como objetivo expor uma amostra de todos esses ideais que diariamente busca alcançar junto a seus alunos. Todos os

envolvidos, coordenação e professores, acreditam que, em atividades como essas, os alunos poderão fazer uma interação com a comunidade e familiares (convidados), bem como poderão apresentar trabalhos de seu cotidiano escolar e até mesmo colaborar com propostas de melhoria na região ou na cidade, ou com a divulgação de conhecimentos importantes. Aguardem maiores informações sobre a mostra, que acontecerá no segundo semestre deste ano.

Marcos Rogério Tofoli Assessor da área de Ciências


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