Revista Plano Brasília Edição 58

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ACABE COM A Ano 7/Edição 58 - Brasília R$ 5,00

OBESIDADE MORBIDA

ISSN 1807 - 5738

Há sempre um recomeço

1ª quinzena Setembro - 2009

Claudio Abrantes Ponto de vista

Maria Abadia Entrevista








SUMÁRIO

Editorial 10 Cartas 12 Entrevista 13 Panorama Político 16 Brasília e Coisa & Tal 18 Política Brasília 20 Política Brasília II 21 Economia 22 Capa 24 Cidadania 28 Gente 30 Cotidiano 32 Mercado Imobiliário 34 Educação 36 Tecnologia 38 Planos & Negócios 40 Automóvel 42 Cultura 44 Vida Moderna 46 Esporte 48 Personagem 52 Saúde 54 Cidade 56 Moda 58 Comportamento 60 Artes Plásticas 62 Gastronomia 64 Mundo Animal 66 Jornalista Aprendiz 68 Música 70 Propaganda e Marketing 72 Ta lendo o quê? 74 Frases 76 Justiça 77 Diz Aí Mané 78 Ponto de Vista 80 Charge 82

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20 Política Brasília - Erika Kokay

46 Vida Moderna - Olhar de Boudoir

54 Saúde - Não entre em pânico



EXPEDIENTE

CARTA AO LEITOR DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias

CHEFIA DE REDAÇÃO Letícia Oliveira Luciana Vasconcelos Reis COMERCIAL Roberta Toscano DESIGN GRÁFICO Rodrigo Dias Romannessa Sanches FOTOGRAFIA Moreno Lecino Filho Jorge Campos COLABORADORES Cerino, Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Rafaella Ailgup, Paula Marques, Roberto Policarpo, Paulo Guiné, Lívia Faria, Sabrina Brito, Gabriela Rocha,Cleber Sousa, Ana Helena Melo, Cíntya Feitosa, Claudio Abrantes, Rodrigo Capdeville, Liana Alagemovits REVISÃO Mano Lima DISTRIBUIÇÃO EM BANCAS Distribuidora Jardim DISTRIBUIÇÃO POR MAILING Vip Logística IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica CAPA Foto: Jõao P. Teles Modelo: Gabriela Parízo TIRAGEM 60.000 exemplares Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

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Muito tem se falado sobre a cultura ao corpo e os apelos midiáticos em relação à beleza, mas no Brasil é significativo o aumento da população que sofre de transtornos alimentares, resultando muitas vezes na obesidade mórbida, e para resolver este problema, que hoje é um caso de saúde pública, a Plano Brasília foi conversar com um dos pioneiros no Brasil, especialista em cirurgia bariátrica, conhecida como redução de estômago e com pacientes que passaram pelo procedimento e atualmente apresentam melhora global, na estética e na saúde. A política, jamais deixada de lado, trata dos últimos acontecimentos do cenário, sem esquecer a crise do Senado, as movimentações pela eleição 2010, a confusão que se instalou no PMDB que fez Joaquim Roriz sair de cena e as polêmicas relações entre Câmara Legislativa e o GDF e a instalação das CPIs. Nesta edição, separamos assuntos quentes e interessantes, que com certeza irão gerar polêmica. Abordamos a traição: como ela começa, os mitos e verdades em torno do assunto e os danos causados por este comportamento. Também apresentamos uma nova forma de presentear os maridos, namoradas ou a si mesmo, com o “Olhar de Boudoir” - ensaios sensuais que fazem pessoas comuns se sentirem celebridades. Outro assunto que merece destaque entre os brasilienses é a sobrecarga que os hospitais públicos têm sofrido diante da recusa dos pediatras em atenderem pelos planos de saúde. Falando em caos, não esquecemos a loucura que se tornou o trânsito com tantas obras que estão acontecendo na Capital, principalmente com a ampliação e construção de novas pistas na EPTG, que ao longo dos 12Km integrará cinco viadutos ao novo sistema de transporte Com orgulho apresentamos como personagem da cidade ninguém menos que Edson Porto um pioneiro da cura que desbravou o Cerrado e promoveu a saúde quando Brasília era apenas um sonho. Outro exemplo de pioneirismo e garra é Maria do Carmo Torres, proprietária da grife Letícia Gonzaga, já consagrada pelas brasilienses. No campo das artes mostramos um pouco da obra produzida por Zivé Giudice, um baiano que mostra a vida como ela e que é referência entre os artistas visuais. A educação também não foi esquecida, trouxemos o projeto BrasiliAthos, premiado pelo IPHAN por aproximar as crianças do ensino fundamental da arte e história da Capital... E muito mais! Em mais uma edição, a Plano Brasília reforça o empenho para ser uma revista de conteúdo diferenciado, que presta serviços de relevância para a cidade. Deleite-se! REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial; Sugestões e críticas às matérias; E-mail: redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora. www.planobrasilia.com.br Plano Brasília Editora Ltda. SCLN 116 Bl H sala 218 • CEP: 70773-580 - Brasília-DF Fones: (61) 3202.1257 / 3202.1357 revista@planobrasilia.com.br



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Parabéns novamente pela Revista Plano Brasilia. Clean, moderna e gostosa de ler. Sou José Hamilton Vargas, médico e diretor do Portal Banco de Saúde. O Banco de Saúde (www.bancodesaude.com.br) é um portal dedicado a oferecer informações de confiança em saúde. Nossa missão é revolucionar a forma com que as pessoas cuidam de sua saúde e contamos com apoios de empresas comprometidas com a saúde de seus consumidores. José Hamiltom – Guará II

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Dúvidas e sugestões Política às artes plásticas, envie sugestões de pautas, dúvidas ou reclamações para o e-mail: revista@planobrasilia.com.br

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ENTREVISTA

Compromisso com Brasilia, questão pessoal de Maria de Lourdes Abadia Por Letícia Oliveira Fotos Lecino Filho

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ioneira, filha de pioneiros, talvez uma das pessoas que mais conheça uma das cidades satélites mais importantes do Distrito Federal, a Ceilândia, o currículo de Maria de Lourdes Abadia é extenso. Ela foi a primeira mulher administradora regional e, de todas as experiências, os nove meses como primeira governadora de Brasília foram um dos grandes orgulhos, embora tenham trazido alguns dissabores, como a irregularidade nas contas públicas, até essa questão Abadia já está conseguindo resolver e limpar seu nome. Ela não tem como se afastar da política e, por isso seu nome é tão forte quando se fala na corrida ao GDF. “Quero ajudar o PSDB a eleger o próximo presidente da República e farei o que for possível para isso, e também, eu amo essa cidade”, enfatiza! E Abadia tem noção da força dos seus possíveis adversários. Mas essa questão não assusta a mulher que se criou na Ceilândia e que, desde a época em que era assistente social, comeu muita poeira para ver crescer os sonhos dela, os sonhos daqueles que acreditavam no potencial da Capital Federal. Não se pode negar a história e eis aí o resultado. O nome Maria de Lourdes Abadia está como tatuagem no mapa de Brasília: É indissociável.

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PLANO BRASÍLIA: Em primeiro lugar, Maria de Lourdes Abadia pretende disputar a vaga para o GDF, ou confirma a possibilidade de se candidatar à prefeitura de Águas Lindas, em 2012? MARIA DE LOURDES ABADIA: Em primeiro lugar preciso reafirmar que, apenas agora em setembro, depois de três anos lutando com a minha defesa junto ao Tribunal de Contas, é que eu começo a retomar meus caminhos na política. Estive totalmente voltada para essa questão! Pontualmente sobre a questão de Águas Lindas, essa história começou quando da pesquisa que realizei, junto à UnB, sobre os jovens do entorno, suas condições, expectativas, problemas e possibilidades. Encantei-me com essas possibilidades e vi que, com trabalho, muita coisa boa pode acontecer. Daí, há também um pedido da população, na grande maioria oriunda da Ceilândia. Não descarto. Seria uma coisa nova e também uma maneira de cuidar de Brasília, uma vez que o entorno traz alguns problemas para a Capital. Cuidar do entorno é preservar Brasília, mas 2010 está antes disso. A senhora aceitaria proposta do ex-governador Joaquim Roriz (grande nome sem legenda definida) para concorrer como vice? E de outros nomes, como Agnelo?

Não! Ser vice-governadora em nada me acrescentaria. É uma experiência que já tive e pela qual não preciso mais passar. Reeleições são boas para o legislativo, pois quanto mais bagagem um parlamentar tiver, melhor é o trabalho que ele desenvolve. Não importa de onde venha o convite, seja do Roriz, seja do Agnelo, seja do Arruda. Mas, especificamente sobre a questão do PT, ninguém pode ignorar que o partido dos trabalhadores sempre teve 30% do eleitorado do Distrito Federal... Preciso interrompê-la. E, em falando em percentuais, as pesquisas mostram a força de Roriz... A senhora me fala da expressividade do PT... Arruda também tem bastante eleitorado! Mas, essas pesquisas podem ser consideradas confiáveis? Em Brasília, sempre, as pesquisas surpreendem! A cidade, no ponto de vista eleitoral, é palco de alguns eventos únicos, como a vinda de eleitores do entorno nos 45’ do segundo tempo – Isso, por si só, altera quaisquer pesquisas. Roriz e Arruda são grandes forças e não tenho como negar isso. Roriz é um homem carinhoso, as pessoas têm gratidão pelo governo dele e pelo o que ele fez por elas ao longo de suas gestões – talvez isso explique os números elevados. As obras de Arruda, que fornecem infraestrutura para a

cidade, agradam sobremaneira, pode ser que aí estejam os votos do atual governador. Mas, independente das pesquisas, seguirei o meu trabalho enquanto fundadora do PSDB, que é o de ajudar o candidato do partido a chegar à Presidência da República. Seja ele o José Serra (SP), seja ele Aécio Neves (MG). Numa possível candidatura, quais serão suas bandeiras de luta? Quais propostas a senhora pretende emplacar para que a população brasiliense veja a política sob um novo prisma? A minha bandeira é a do desenvolvimento social, desenvolvimento completo que inclua educação, saúde e segurança pública. E o foco principal são as pessoas. E isso requer desenvolvimento econômico, requer produtividade e capacitação, principalmente para os jovens e para uma área intermediária. Vejo muitos jovens se frustrando ao concluir o nível superior, que tanto investiram em educação, não encontrarem o horizonte sonhado. Contudo, não é possível polarizar, governar sugere uma postura de mãe, daquela que gerencia tudo, que conhece as necessidades de cada filho e que dá o melhor que ela tem em prol do desenvolvimento dele.

[...] independente das pesquisas, seguirei o meu trabalho enquanto fundadora do PSDB, que é o de ajudar o candidato do partido a chegar à Presidência da República

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Mesmo afastada, a senhora possui know how para avaliar a polêmica da mudança do Centro Administrativo de Brasília para Taguatinga. A senhora, como alguns, considera tal medida como um contrasenso? Na minha opinião a coisa está sendo feita de maneira equivocada. Há muito eu já pensava no quanto as administrações regionais, todas elas, precisam de suporte e por isso sempre tive em mente a ideia de criar Conglomerados Administrativos, em que as regiões mais próximas juntariam forças para superar as carências. Realmente, entendo o quanto deve estar

Nem eu, nem a democracia, podem mais permitir que, entre uma população de 500 mil habitantes, a grande maioria desconheça o nome do seu administrador. Na minha opinião isso acontece porque não é essa população que o escolhe e porque ele ainda é um cargo que atende a interesses políticos. Na minha época de administradora na Ceilândia, todos sabiam quem era Maria de Lourdes Abadia... É claro que a cidade aumentou, que o contingente populacional cresceu, mas apoiar as eleições para Administrador Regional deve ser algo primordial para que a democracia se consolide cada vez mais.

lia como um todo. A Ceilândia é uma espécie de legado para mim, a cidade que eu amo e isso é um fato inegociável. Caso o senhora não chegue ao segundo turno para as eleições em Brasília, já tem ideia de a quem a Srª. apoiará? Como eu já disse, não tenho condições de fazer essa avaliação agora. Passei três anos afastada, pois precisava retirar do meu nome essa nódoa de que, sob a minha gestão houve disparidades nas contas públicas. Sempre fui gestora e isso seria algo inadmissível para mim. Venci uma grande batalha agora, mas a

Sou pioneira, sou filha de pioneiros e trabalhei muito pelo crescimento da satélite e de Brasília como um todo. A Ceilândia é uma espécie de legado para mim

sendo sacrificante para as populações da saída norte deslocarem-se para Taguatinga e o quanto o atendimento à população está sendo prejudicado com isso. Sou a favor da descentralização. A ideia não é ruim, tanto que apoio o que Aécio está fazendo em Belo Horizonte, o problema está na forma e na tendência de esquecimento da história que possui o Buriti. Ainda no foco administrativo do GDF, de que forma a senhora vê a luta de alguns para que o cargo de Administrador Regional venha a ser eletivo?

E sobre projetos pessoais? Maria de Lourdes Abadia pensa em novidades? E os cinquenta anos de Brasília, alguma ideia? Uma das coisas com as quais eu já me comprometi, e pretende ser um presente para os 50 anos de Brasília, é o livro que estou começando a me organizar para escrever, sobre a história da Ceilândia. Tenho muito material fotográfico, muitas reportagens... Fico triste, não consigo dissociar meu nome da Ceilândia e não quero ver a cidade dissociando o nome dela do meu. Não se pode negar a história. Sou pioneira, sou filha de pioneiros e trabalhei muito pelo crescimento da satélite e de Brasí-

história ainda não terminou. E também, preciso respeitar minha saúde, esse é um fator do qual não posso me esquivar e do qual não pretendo. Volto a afirmar que minhas ações, sempre, pretendem estar em assonância com o projeto político do PSDB. Por isso não posso falar em alianças, não posso falar por outras pessoas, nem por outros partidos. Primeiro preciso tomar decisões e acho que ainda tenho um tempo para isso. Por enquanto, vou cuidando de me aprimorar como pessoa, para estar mais preparada para ajudar à população de toda a Capital! O meu compromisso com Brasília é uma questão pessoal! 15


PANORAMA POLÍTICO

■ Tarcísio Holanda

PROTEGER RIQUEZA O próprio presidente Lula já adiantou que o Brasil também pretende adquirir 36 aviões caça Rafale, desde que os franceses admitam transferir tecnologia dessas aeronaves para a indústria brasileira. O próprio presidente Lula justificou a compra de aviões com a necessidade de reforçar a vigilância em nossas fronteiras, citando expressamente as ameaças que pesam sobre a Amazônia brasileira. Paradoxalmente, Lula acentuou que o Brasil está empenhado em preservar a América do Sul como zona de paz, mas aposta em um projeto regional de defesa “para a integração e o desenvolvimento”. O território brasileiro corresponde a mais da metade da América do Sul. O país não poderia ficar para trás, quando outros países comandam a corrida armamentista na região. Lula lembrou que as descobertas de petróleo do pré-sal

podem despertar ambições sobre aquela riqueza. “Deve sempre passar pela nossa cabeça a idea de que o petróleo já foi motivo de muitas guerras, muitos conflitos. Não queremos nem guerra, nem conflito. O Brasil vê a oportunidade do pré-sal como oportunidade de daqui a 10 ou 15 anos se transformar em grande economia mundial” – disse Lula. Está praticamente concluído o acordo para a compra dos 36 aviões caça Rafale, prevendo-se transferência de tecnologia pelos franceses para que esse tipo de avião possa ser produzido por aqui. País rico sempre está de pé atrás quando se fala em transferência de tecnologia. Nesse assunto, é bom esperar para ver se o desejo brasileiro é atendido pelos franceses.

MALUF COM O PT Política é mudança, já se disse. Ninguém poderia imaginar, há poucos anos, que o PT chegaria um dia a se aliar a Paulo Maluf, que os petistas transformaram em um demônio. O deputado Antonio Palocci (PT-SP), recentemente libertado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que o livrou da acusação de que teria quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo, poderá ser apoiado por Maluf para candidato a governador de São Paulo. Paulo Maluf faz parte da base de apoio do governo Lula na Câmara. Em uma festa íntima, uma feijoada que ofereceu em casa para comemorar o seu 78º aniversário, Paulo Maluf ironizou, advertindo que, em relação ao PT de hoje, pode ser considerado um comunista. “Estou á esquerda do PT e apoio o Palocci” - desabafou. Maluf atribui a Palocci, como o homem que comandou a economia brasileira nos primeiros quatro anos de Lula, a façanha de ter evitado que o atual presidente e o PT fizessem um governo de esquerda, o que, para ele, teria sido um desastre. Palocci está admitindo a hipótese de ser candidato a governador e tem conversado com muitas personalidades políticas para tratar do assunto. Sexta-feira passada, Palocci conversou longamente com o ex-deputado José Dirceu para avaliar as chances de êxito do PT na disputa pelo governo de São Paulo, nas eleições de 2010. Ambos concordaram que o panorama político da sucessão paulista é muito difícil para os petistas. O ex-ministro da Fazenda 16

já se encarregou de encomendar uma pesquisa para saber qual a avaliação que os eleitores fazem de sua figura como candidato. O pragmatismo do presidente Lula acabou contaminando o PT definitivamente, de tal sorte que já não se nota nenhuma resistência significativa nos quadros do partido contra aliança com políticos que eram demonizados pelos petistas nos duros tempos de oposição a tudo e a todos. Mais compreensível, o PT hoje convive com todos, e não é diferente com o ex-governador e ex-prefeito Paulo Maluf, que tanto combateu, em outros tempos. É de supor que o PT tenha que desfraldar as bandeiras do governo Lula, o crescimento econômico e os programas sociais, uma vez que a da moralidade desgastou-se irremediavelmente em suas mãos.


AS IdeaS DE LULA SOBRE A IMPRENSA BRASILEIRA O presidente Lula tem uma visão bastante simplista do que é liberdade de imprensa, a julgar pelas críticas que acaba de formular ao que sai publicado. “Alguns deles (jornais) parecem ter se especializado apenas em notícias negativas, de modo que se tornaram capengas, deixando de transmitir as variadas dimensões da realidade”. É justamente essa visão variada - que pode não atender ao gosto e ao interesse do presidente, mas é a realidade – que exprime a liberdade de informação na democracia. Se os jornais só publicassem aquilo que interessa ao governo, o Brasil não estaria sob o império de uma democracia.

Essas opiniões do presidente estão sendo transmitidas através de uma coluna que o governo criou e que começou a ser publicada por 94 jornais e hoje já alcança 150 diários de diferentes pontos do território nacional. A coluna publica perguntas de leitores e as respostas correspondentes do presidente. João Teles de Aguiar, de 44 anos, de Fortaleza, perguntou: “Dizem que o senhor não lê jornais e tem desprezo pelo conhecimento e pelo saber. Até que ponto isso é verdade?” o presidente Lula deu a seguinte resposta: “Na democracia, quem tem desprezo pelo conhecimento jamais chega a presidente da República”.

LULA E O SABER Lula revela o sistema que adotou para conhecer tudo de que tratam os jornais sem a necessidade de lê-los, diariamente. Diz que, todas as manhãs, recebe um relato do que foi tratado pelos jornais e durante o trabalho diário recebe informações de ministros, políticos e lideranças de empresários e trabalhistas sobre problemas nacionais e internacionais. Diz que sabe do que saiu e do que não saiu nos jornais, concedendo entrevistas praticamente todos os dias. E lembra que não teria capacidade de dar informações se não estivesse inteiramente a par do que acontece no Brasil e em diferentes países do mundo. O presidente ainda aproveitou a segunda parte da pergunta do leitor de Fortaleza, João Teles Aguiar, sobre seu suposto desprezo pelo saber, para alfinetar o antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um acadêmico com folha corrida brilhante. “Quanto ao saber, logo eu, que não pude ter uma educação formal, tenho feito muito mais pela educação do que governantes que

tinham verdadeira coleção de diplomas”. E aproveitou a oportunidade para adiantar que, em seu governo, criou 14 novas Universidades e 104 extensões universitárias”, além de ter concedido 540 mil bolsas de estudo a jovens de baixa rendas. E ainda acrescentou que seu governo duplicou o ingresso de estudantes nas universidades federais, além de estar em pleno curso a construção de 114 escolas técnicas. Aproveitou a oportunidade para assegurar que, com a exploração de petróleo nas reservas do pré-sal, está propondo a criação de um fundo para financiar programas de educação e inovação tecnológica. A coluna publicada em 150 jornais é intitulada “O Presidente responde” e serve para que Lula critique o que acha que os jornais andaram publicando de negativo sobre o Brasil e o seu governo. Ou seja, aproveita o espaço que lhe é oferecido nos jornais para censurá-los.

Por residirem próximo ao Palácio da Alvorada, discutem política com tanta intimidade... 17


BRASÍLIA E COISA & TAL

Romário Schettino

Ano pré-eleitoral

foto: divulgação

A oposição ao governo Lula e parte da imprensa estão sempre criticando as decisões políticas e sociais adotadas em ano pré-eleitoral. Existe até um projeto de lei em tramitação proibindo projetos sociais em ano pré-eleitoral. O que pretendem os críticos? Acabar com as políticas sociais? No Brasil, com eleições a cada dois anos, não existe ano que não seja préeleitoral ou eleitoral. Os novos passos de Roriz O que fará Roriz no Partido Social Cristão (PSC) ou no Partido Municipalista Nacional (PMN) com menos de um minuto na televisão? Mesmo que ele consiga uma coligação com o Partido Republicano Arlete nos EUA Brasileiro (PRB), do vice José Alencar, não irá muito É isso mesmo. A secretária executiva do Ministélonge. É verdade que Roriz, com seu estilo populista, é maior do que as siglas partidárias, inclusive o rio do Desenvolvimento Social (MDS), ex-deputada distrital Arlete Sampaio, encontra-se com Hillary PMDB de seu ex-fiel-aliado Tadeu Filippelli. Clinton, Secretária de Estado do presidente Barak Obama. Os EUA estão interessados em investir em programas sociais na América Latina, por isso lançam O “voto” de Dirceu em Nova Iorque a Rede Interamericana de Proteção Zé Dirceu já disse ao jornal da Comunidade que Social. Não é à toa que o MDS é convidado para uma se fosse eleitor no DF não votaria em Roriz de jeito conversa. O Brasil tem autoridade e experiência por nenhum. Zé fez elogios a Arruda, mas ressaltou que executar um dos maiores e bem sucedidos programas o desafio dos petistas do DF é levar Agnelo Queiroz de combate à pobreza no mundo. ao segundo turno. E mais, colocar Geraldo Magela no Senado. Arruda pensa no PT O governador José Roberto Arruda disse a jornalistas de O Globo que caso haja segundo turno entre ele e Joaquim Roriz é possível que receba apoio do PT. Essa hipótese está descartada oficialmente pela direção do PT-DF, mas não na cabeça de alguns petistas do alto escalão. Os de baixo escalão dizem que o mais provável é que, neste caso, prevaleça o voto nulo entre os petistas brasilienses. 18

Brasília ampliada Antes de pensar em ampliar o quadrilátero de Brasília deveríamos exigir que o governo de Goiás invista na região do Entorno. É desumana a forma como esses governos goianos tratam os vizinhos do DF. Desumana e nada inteligente. Desenvolver o Entorno significa melhorar a vida de todo mundo. Será que ninguém pensa nisso?


foto: divulgação

Confecom

A escolha de Protógenes Essa foi demais. Todo mundo esperando o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz no PSol, ou no PDT, e ele desembarca no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). "Esse partido consegue se superar, retirar todas as pedras e os espinhos do caminho e se colocar no cenário nacional aliado a uma proposta de um Brasil diferente. O PCdoB é a sigla vitoriosa, entre todas as existentes", explica Protógenes ao Portal Vermelho. Como se vê, é também um lulista.

Juros de Delfim O economista Delfim Netto disse ao jornalista Silvio Guedes Crespo, do site UOL, que a taxa básica de juros real (descontada a inflação) no Brasil não precisa ser maior do que 3% ao ano. Hoje, essa taxa está em 4,5% ao ano. ?Nós continuamos, ainda, com taxas de juros que não correspondem à realidade nacional. O Brasil não precisa de taxas de juros reais superiores à do mundo. Se as taxas de juros internas caminhassem para as taxa de juros internacionais, tudo iria funcionar muito melhor?, sentencia Delfim. Alô Sr. Meireles!!

Saiu, finalmente, a convocação da I Conferência Distrital de Comunicação. O GDF já publicou o decreto e nomeou a Comissão Coordenadora. Os temas da I Confecom vão pegar fogo no país inteiro. Em Brasília haverá conferências preparatórias nas quatro regiões do DF em outubro e, na primeira semana de novembro, a conferência distrital. Os trabalhadores em comunicação farão sua conferência livre reunindo sete sindicatos do setor: jornalistas, radialista, gráficos, publicitários, processamento de dados, correios e telefônicos. Pela primeira vez na história deste país nunca houve oportunidade como esta. A ética da IstoÉ A inútil matéria da IstoÉ contra o jornalista Beto Almeida só serviu para deixar indignados os sindicatos e a Federação Nacional dos Jornalistas. Todos repudiaram o texto do repórter Cláudio Dantas Sequeira pelo desrespeito ao profissional que é Beto Almeida. A IstoÉ não publicou o constitucional direito de resposta de Beto. Faltam ética e compromisso com o interesse público. Isto é que é. Com o foco no Congresso O site Congresso em Foco, com o apoio do Sindicato dos Jornalistas do DF, vai escolher este ano os 10 senadores e os 25 deputados federais que melhor representam a população brasileira. Estarão fora da lista aqueles que tenham faltado a mais que 70% das sessões deliberativas. Também será escolhida uma iniciativa coletiva da Câmara e outra do Senado que tenham contribuído com a valorização da cidadania. Primeiro, os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional votarão, depois os internautas. Os premiados receberão os troféus no dia 10 de dezembro. Aguardemos. Imagem ruim

Passagens subterrâneas Não se fala mais sobre as passagens subterrâneas do Eixão de Brasília. Por que será? Estão esperando que o número de mortos volte a subir?

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) precisa urgentemente trocar seus transmissores para continuar exibindo a TV Brasil. Na cobertura sobre a parada do Sete de Setembro era impossível assistir aos desfiles. Trapalhadas no ar e uma qualidade de imagem desestimuladora. Básico, né? 19


POLÍTICA BRASÍLIA

Enterro de quem? Cada vez mais uma coisa é certa para o executivo no Governo do Distrito Federal – CPIs não se admitem. Antes, derrubadas foram as CPIs da Gautama e dos Cemitérios. Agora, a Digital e a da Saúde Por Letícia Oliveira Foto Lecino Filho

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enterro é da população do Distrito Federal! Caro leitor, pense um pouco mais e lembre-se da história: “quem não deve não teme”, se as denúncias que precisassem ser apuradas pelas CPIs, se fossem completamente infundadas, não haveria porque não permitir, de forma inédita e vergonhosa, que mais duas tentativas de o legislativo de fiscalizar fossem jogadas por terra. Não seria anti-democrático as pernas das CPIs da Saúde e da Digital, que já estavam instaladas? A forma encontrada pelo governo Arruda, para enterrar os inquéritos, foi a desindicação dos blocos partidários para a composição das duas CPIs. Buscamos o outro lado da moeda para falar sobre o assunto, buscamos informação na mídia, nada, apenas a bancada do PT busca, por meio de sua assessoria jurídica, que as comissões

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não sejam enterradas. O deputado distrital Cabo Patrício (PT), ao assumir a presidência da Câmara Legislativa na segunda semana de setembro, instalou as comissões e, depois da publicação da desindicação no Diário da Câmara, concluiu: “É vexatório o que está acontecendo. Bastou que o governador Arruda voltasse dos Estados Unidos para o Legislativo se curvar ao Executivo de uma forma vergonhosa, nunca antes vista no DF”, desabafou. Resumidamente, a CPI Digital pretendia verificar onde foram parar os recursos aplicados nos programas de inclusão digital. Com relação à CPI da Saúde, é muito grande o escândalo da má gestão dos recursos e das ilegais terceirizações. O mais vergonhoso caso é o da Real Sociedade Espanhola, como relata a deputada distrital Érika Kokay (PT). A empresa contratada para assumir a administração do Hospital de Santa Maria não passou por licitação, não comprovou a saúde financeira que a tornava apta a tal empreitada, não recebeu autorização prévia da Procuradoria Geral do DF e do Conselho Regional de Saúde para atuar. E mais, responde à ação de improbidade nos ministérios públicos da cidade de Salvador e do estado da Bahia. Esse fato fez que com a empresa entrasse em crise financeira. A contratação dessa empresa pelo GDF custou R$ 150 mihões aos cofres do DF e da União. O Hospital ainda estava fechado e a empresa já havia recebido R$ 5 milhões e, até agosto, já havia recebido R$ 14,2 milhões:

Apenas o ambulatório encontra-se em funcionamento, ou seja, menos do 10% do hospital está em operação. A deputada do PT vem andando pelos corredores dos hospitais desde o início desse mandato e tem argumentos vários para tocar as pessoas e fazê-las lutar por condições humanitárias para a saúde. “Em todo o país, a mortalidade materna e a mortalidade infantil, regrediram, mas no DF, ela aumentou e, enquanto isso, há falta de equipamentos, remédios, médicos e enfermeiros na rede pública e há R$ 238 milhões aplicados no mercado financeiro, oriundos dos recursos da União para a Saúde do DF, segundo informações da auditoria realizada pelo Denasus”, lamenta Érika. É uma teia, uma rede, tão gigantesca, que é apavorante ouvir o relato de quem acompanha a situação de perto. E ainda há outros motivos. O deputado Paulo Tadeu (PT) também se manifestou, “é inaceitável que a base governista tenha acatado o pedido do governador Arruda para desistir das CPIs que iam apurar as irregularidades na má gestão da informática e na má gestão da saúde pública do Distrito Federal”, comentou. O parlamentar Chico Leite pergunta: “A quem não interessa apurar as irregularidades nos contratos da Secretaria de Ciência e Tecnologia e na Saúde do Distrito Federal? A população vai responder isso nas urnas”.


POLÍTICA BRASÍLIA

Os reais motivos e as reais razões do PMDB Por Paulo Guiné Foto Wilson Dias/ABr

sobre o futuro político de Brasília e traçando cenários de alianças para 2010.

Q

Alguém que acompanhe a política local e nacional desconhece isso?

uais seriam as reais razões da direção nacional do PMDB em não aceitar o pedido de intervenção no partido em Brasília, feita pelo deputado federal Laerte Bessa? Ao negar o pedido, com o adiamento da primeira reunião que seria realizada no dia 10 de outubro, a direção nacional do maior partido brasileiro começou um processo que pode levar o afastamento definitivo de suas fileiras do ex-governador Joaquim Roriz, pré-candidato ao Governo do Distrito Federal em 2010. Mas essa decisão – que poderia ser confirmada em nova reunião no dia 16 de outubro – leva-nos necessariamente a uma reflexão dos reais motivos e das reais razões do PMDB nacional abrir mão da filiação do ex-governador Roriz, quatro vezes governador do Distrito Federal e líder nas pesquisas, como a da Vox Populi que lhe deu a vitória em quatro cenários (ver a Plano Brasília edição número 57). Ora, Roriz é uma liderança inconteste em Brasília, reconhecida por seus próprios adversários, que sempre aguardam os seus movimentos políticos para se definir. Agnelo Queiroz, Geraldo Magela, Cristovam Buarque, Gim Argello, Rodrigo Rollemberg e outros estiveram, em diferentes momentos, trocando ideias com o ex-governador

O ex-vereador, deputado estadual, deputado federal, vice-governador de Goiás, prefeito de Goiânia, ex-governador e Senador do Distrito Federal lidera todas as pesquisas independentes no mês passado os institutos “O Parlamento”, Vox Populi e Global confirmaram essa tendência, colocando-o sempre em primeiro lugar. Alguém que acompanhe a política local desconhece essas pesquisas? Roriz construiu sua história política no PMDB. Foi um dos seus fundadores, militou ao lado de figuras como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Henrique Santillo e outros que escreveram a história do Brasil na época da repressão política, nos duros anos do regime militar. Nos tempos da redemocratização, Roriz acompanhou Tancredo em suas viagens pelo País e nos últimos anos participou ativamente da definição do PMDB nacional na formação de alianças nas campanhas presidenciais de 1998, 2002 e 2006. Alguém que acompanhe a política local e a nacional desconhece esses fatos? O mais interessante, no contexto do PMDB nacional, é que a não intervenção no partido em Brasília beneficia diretamente a corrente que defende

uma aliança com o DEM de Arruda e o PSDB, adversários nacionais do PMDB na sucessão do presidente Lula, em 2010. Ou seja, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, ardoroso defensor de aliança com Dilma Rousseff (PT), ele mesmo um provável candidato a Vice-Presidente, apóia o acordo com o DEM e PSDB em Brasília! Então, cabe, com certeza, uma pergunta, a ser respondida pela direção nacional do PMDB: por que deixar Roriz sair, com toda a experiência política e com a liderança nas pesquisas? A resposta pode ser encontrada na declaração do governador José Roberto Arruda ao Correio Braziliense, em sua edição de 12 de outubro, em que afirma, categoricamente, ter feito um “acordo” com a direção “nacional e local do PMDB” para a participação do partido em seu governo. A bombástica declaração surpreendeu o mundo político brasiliense já que até então ninguém, na mídia ou no partido, havia se referido a um “acordo” com a direção nacional... A frase do governador Arruda, em meio aos debates em torno da intervenção ou não no PMDB-DF, soaram como uma verdadeira confissão de que existem reais motivos ou motivos reais para que a direção do PMDB optar pelo ele. O tempo deixará claro esses reais motivos... 21


ECONOMIA

■ Mauro Castro

Equilíbrio econômico no valorizado mundo de Brasília

E

m toda história têm há lado bom e um lado ruim. Na economia funciona do mesmo jeito. Não tem como escapar. Se a renda da população aumenta, junto, vai o preço. Na economia do Distrito Federal já temos um preço elevado pelo poder aquisitivo da população. O que já era percebido pelas pessoas apenas em olhar preços, agora é constatado por meio de pesquisa: Morar em Brasília está caro. Gastos com construção e mão de obra subiram no último ano bem mais que a inflação. Seria razoável pensar que isso não teria muito problema, caso não lembrássemos que passamos por uma crise econômica. Ou, não seria uma surpresa se descobríssemos que em todo Brasil o valor da construção civil subiu muito mais que a inflação. Mas, não é o caso de encontrarmos, agora, justificativas nacionais para o aumento do produto imobiliário. Na verdade os preços altos representam o equilíbrio econômico para uma Brasília que tem uma elevada renda per capita com pessoas dispostas a pagar este preço.

A crise passou longe da nossa cidade. Por conta do alto volume de dinheiro que circula pela Capital, comprar imóvel em Brasília passou a ser um verdadeiro rallye. O lançamento realizado no setor Noroeste não teve estande, churrasco de lançamento ou sequer uma campanha publicitária com promoção para os primeiros compradores. Sabe-se muito bem o porquê. A explicação para a falta de uma ação agressiva de marketing foi a fila de espera pelos imóveis que estavam sendo lançados. 22

A fila é grande. O Distrito Federal tem um déficit habitacional superior a 120 mil unidades habitacionais. Soma-se a isso uma falta de estrutura urbana para instalar tantas famílias. Assim, sabemos que encerraremos o ano de 2009 com muitos negócios imobiliários de sucesso, para construtoras, incorporadoras e imobiliárias. Já para o cidadão brasiliense fica o penoso papel de guerreiro, para juntar dinheiro, escolher o melhor imóvel e tentar tomar uma decisão difícil, com tantas variáveis. O comprador de imóvel tem que ficar atento ao valor do metro quadrado, taxa de juro do financiamento, seguro do imóvel financiado, taxas cartoriais, imposto de transmissão do imóvel, reformas, condomínios e outras despesas – que provavelmente não serão lembradas agora. A crueldade é que boa parte das despesas decorrentes da aquisição do imóvel vem de forma proporcional ao valor de aquisição.

Poderia ser pior – acredite. Ter imóveis e preços de construção baixos associado a uma economia limitada, sem renda para comprar, não resolve nada. Assim, fica o consolo, apesar de pagarmos caro para morar, temos renda para pagar. Se essa não é a realidade de todos os cidadãos da nossa cidade, é, pelo menos, da maioria, assim diz a economia. Mesmo para as pessoas que têm baixa renda no Distrito Federal é possível dizer que ganham acima da média brasileira. O que não representa que vivam com melhor qualidade. Porém, os lançamentos se espalham por todas as direções: Samambaia, Ceilândia, Gama, Sobradinho, Águas Claras, Noroeste e, brevemente, nos novos condomínios regularizados. Quanto aos preços, continuam subindo. Bom ou Ruim? A Economia responde: coisas de uma cidade com renda elevada.



CAPA

MENS SANA IN CORPORE SANO Por Letícia Oliveira Fotos Lecino Filho

D

ia sete de novembro de 2000, meu segundo aniversário. Nesse dia, em Goiânia, entrei na sala de cirurgia em busca de mais um mecanismo para emagrecer, dos tantos que tentava desde os 14 anos de idade. Ainda bem, foi o último. Mas a cirurgia é apenas o começo. A partir de então há uma série de caminhos a tomar para emagrecer, para resgatar a autoestima, para voltar a viver. É necessária uma grande mudança de comportamento, de hábitos. E isso é o que nos conta também Maria Augusta Arruda, 47 anos. Há dez anos ela eliminou não apenas 70 kg, como também vários fantasmas que passou por toda a sua vida. “Como sempre tive problemas com peso, acreditem, uma das coisas mais incríveis que me aconteceram, depois da cirurgia, foi o dia em que o meu marido me pegou no colo”, emocionou-se. A determinação do paciente é fundamental! Viver com sobrepeso compromete a qualidade vida em geral, a estética é só um dos aspectos – embora, trocadilhos à parte, seja um aspecto de peso. Maria Augusta pesava 150 kg e, aos 37 anos determinou24


Acreditem, eu bem sei que emagrecer é apenas um dos benefícios da cirurgia de redução de estômago. É ter uma mente sã, num corpo sadio. Os entrevistados confirmam, o médico ratifica, mas a cirurgia é apenas um caminho... se a resolver o problema. Confiou na cirurgia, mas passou seis meses pesquisando antes de fazer a operação. Foi nessa pesquisa que ela descobriu a importância do acompanhamento multidisciplinar e da atividade física para o processo de emagrecimento. “É que o tratamento exige muita determinação, e é isso que me faz muito feliz, pois hoje tenho saúde, já que a obesidade é uma porta aberta para todas as doenças”, contou. Outro exemplo de determinação é o de Arnaldo Fernandes de Castro, 38 anos, que veio do Pará para Goiânia para fazer a cirurgia. O peso, que era de 140 kg para 1,79m, está nos 77 kg. O corretor de imóveis que, entre outros componentes, teve o problema da obesidade agravada quando da perda da primeira esposa no parto do filho, hoje encontra a felicidade em atividades físicas

simples como jogar futebol e inspira outras pessoas a melhorarem sua saúde na pequena cidade de Xinguara. “Tentei fazer o máximo do que o médico me pediu e a minha vida mudou completamente, no plano conjugal, no trabalho, nas finanças, quando me reconhecem, as pessoas me elogiam”, disse Arnaldo e o filho Gabriel, confirmou, “antes ele não podia brincar comigo, não ia à praia, agora é diferente”. O referencial da cidade de Goiânia se justifica por ser a capital a cidade em que está um dos pioneiros da cirurgia no Brasil, Dr. Leonardo Emílio da Silva, mestre e doutor em cirurgia.

processo e sobre o fato de que “não existe cura para a obesidade, o que acontece é uma mudança de comportamento, quem faz a cirurgia não tem opção de não mudar”, relatou. Mas a equipe conta também com cardiologista, pneumologista, hepatologista, fisioterapeuta respiratório e nutricionista. A obesidade é uma doença crônica e deve ser tratada a vida inteira. Não é porque o paciente fez a redução de estômago que o problema acabou. Todo o processo de adaptação ao emagrecimento

Mais do que uma cirurgia, tratamento por inteiro... Voltando à necessidade de uma equipe multidisciplinar, embora toda ela seja fundamental, a espinha dorsal do tratamento da obesidade por cirurgia é o tratamento psicológico, psiquiátrico. Dr. Leonardo explica que é dessa forma que se garante a conscientização sobre o caminho ser longo, sobre a importância da participação da família no 25


a competição desleal pela qual uma pessoa vítima de preconceito passa, é muito cruel, é muito ruim ser ‘só um rosto tão bonito’...”, mais emoção. “Eu atesto isso, fui bastante obediente e confiante, então minha adaptação tem sido excelente, as pessoas falavam prá mim, ‘não mexe com isso, não faça essa cirurgia, é perigoso’, e hoje elas se sentem motivadas pelos meus resultados”, Arnaldo explica enquanto a esposa Jane acenava positivamente.

rápido e ao novo corpo deve ser acompanhado de perto por vários motivos, entre eles para a adaptação à nova imagem corporal. O paciente, para se submeter ao tratamento cirúrgico, necessita de uma avaliação pré via dessa equipe, uma vez que, por já estar com saúde debilitada, não é simples o processo de realização de cirurgias. São muitos os casos de comprometimentos cardíacos e, se houver complicações hepáticas, os riscos da operação são maiores. E, nesse momento, o laudo psicológico e psiquiátrico também é importante. “Já tive um paciente que só foi autorizado a realizar o procedimento, pelo psiquiatra, cinco anos depois de se submeter a tratamento”, comenta Dr. Leonardo. Maria Augusta também se manifesta, “o paciente precisa saber que a cirurgia é um caminho e não uma solução radical, que toda mudança implica em incômodos, desconfortos, mas com determinação eles são mínimos, 26

O sucesso na balança pode ser assim considerado quando da constatação de perda de ao menos 50% do sobrepeso. Muitos ainda temem a cirurgia, mas a taxa de mortalidade é a aceitável pela Organização Mundial de Saúde, principalmente considerando que os pacientes com obesidade mórbida apresentam riscos 12 vezes maiores. E também, a obesidade é a doença que mais causa mortalidade no mundo, nas mais diversas circunstâncias. “Até em acidentes, uma vez que a superfície de contato é maior”, lembra Dr. Leonardo. Depois da cirurgia, o acompanhamento multidisciplinar também é fundamental, por pelo menos 5 anos. Sendo mensal no primeiro ano, de seis em seis meses do 2º ao 5º ano e bienal a partir de então. Isso se deve ao fato que o organismo precisa entender ANTES E DEPOIS

a transformação metabólica pela qual estará passando. Esse paciente terá problema de absorção de nutrientes e precisa ser avaliado para receber as complementações. Como é a feita a cirurgia? A vida do paciente que faz opção pela Gastroplastia Redutora e Y de Roux, nome técnico da cirurgia, é o procedimento mais adequado, realizado na clínica do Dr. Leonardo. A gastroplastia é uma plástica no estômago que, com um corte vertical, delimita a área do estômago para receber entre 20 e 3mL de alimento. Com isso, faz-se necessário o Y de Roux, que é simplesmente conduzir o intestino ao novo estômago. É um procedimento misto: restritivo e desabsortivo. Outro fator interessante é a maneira como Dr. Leonardo realiza a cirurgia, por videolaparoscopia. O que, para o paciente, é muito interessante, pois a recuperação é bem mais tranquila. O especialista foi para Pitsburg, nos Estados Unidos, em 1997, para fazer um curso inédito, justamente sobre essa técnica. Ao voltar para o Brasil,


Mens sana in corpore sano “Uma mente sã num corpo são” é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida: “(...) Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são. Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza, que suporte qualquer tipo de labores, desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental. Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude”. montou uma equipe e começou fazendo experiências na garagem de um hospital, com procedimentos veterinários em porcos – dada as características orgânicas dos animais, semelhantes às humanas. Dr. Leonardo, que já acompanhava os pacientes do Dr. Arthur Garrido, de São Paulo, passou por tudo isso para atender a uma solicitação desses pacientes, de realizar cirurgias em Goiânia. A cirurgia de redução de estômago é feita desde a década de 1950, mas não com fins de redução de peso, mas sim para a cura de úlceras e cânceres, em que parte do órgão era removido. Foi um médico americano, Dr. Maison, que descobriu, devido a esse procedimento, os pacientes a ele submetido tinha redução nas taxas do diabetes e também apresentavam redução de peso. Daí o médico começou a desenvolver técnicas para, apenas, inutilizar parte do estômago, sem ter a necessidade de retirá-lo. Além da cirurgia mista, existem dois tipos de procedimentos desabsortivos, a Scopinaro e a Duodenal Switch, que é o desvio intestinal para os su-

perobesos diabéticos; e existe ainda um procedimento desabsortivo puro (“desvio intestinal”), proibido pelas sociedades brasileira e americana de cirurgia bariátrica, devido ao alto índice de complicações (60%) em especial determinada pelo comprometimento hepático que ele proporciona, nesse procedimento, apenas ocorre o desvio intestinal. A gastroplastia por videolaparoscopia é melhor técnica, tanto em segurança quanto em resultados, para a maioria dos pacientes obesos, porque com ela, a cirurgia é feita por vídeo, ou seja, são feitos apenas cinco furos no abdome. Com isso, preserva-se a musculatura da barriga, eliminando a permanência na UTI, isso diminui o comprometimento pulmonar causado em cirurgias em obesos. Há contra indicações para a realização da cirurgia. Alcoólatras e dependentes químicos não devem se submeter ao tratamento cirúrgico da obesidade. Pacientes com tendências suicidas também não. A mulher que deseja engravidar precisa saber que só poderá pensar nisso 18 meses após a cirurgia, pois o risco de aborto numa paciente reduzida é

bastante alto. Com tudo isso, somos categóricos. Faríamos tudo de novo, se necessário fosse! Falo por mim, por Maria Augusta, por Arnaldo e por muitas das pessoas que descobriram a maravilha de ter uma mente sã, num corpo sadio O médico... Dr. Leonardo Emílio da Silva fez toda a formação em medicina em São Paulo, e toda a residência em cirurgia, em endoscopia e em cirurgia laparoscópica. Depois do mestrado e do doutorado, Dr. Leonardo voltou para Goiânia, cidade em que nasceu, em 1998 e já veio assumindo a direção do Pronto de Socorro de um dos hospitais da cidade. Nesse anos estreitou laços com o Dr. Arthur Garrido, de São Paulo, a maior autoridade no Brasil nessa cirurgia e pioneiro no tratamento da obesidade com esse mecanismo. Dr. Arthur operava pacientes de fora em São Paulo, e em Goiânia, Dr. Leonardo os acompanhava. Quando a proporção começou a aumentar, pois o volume cirúrgico aumentava e os pacientes começaram a pedir para o Dr. Leonardo começar a executar as cirurgias em Goiânia. A evolução foi um processo natural. O curso em Pitsburg, em cirurgia da obesidade por videolaparoscopia, foi mais um fator motivador. Antes de começar a operar, toda a equipe foi passou por preparação técnica para sistematização do procedimento. Serviço: Instituto de cirurgia do aparelho digestivo e obesidade (62) 3531.0842 / 3224.8710 www.icadgoiania.com.br 27


CIDADANIA

Fundação Suely Nakao Compromisso com a cultura e o desenvolvimento social Por Luciana Vasconcelos Reis Fotos Divulgação

C

riada em julho de 2006, a Fundação Suely Nakao de Cultura e Desenvolvimento Social acredita que democratizando e oferecendo conhecimento à população será possível transformar indivíduos em cidadãos. “É por meio do trabalho e da integração de parceiros e recursos que se consegue realizar as ações formadoras e transformadoras mais efetivas para a ampliação da consciência do papel do indivíduo na sociedade”, afirma Suely Nakao, diretora-presidente da entidade. Para proporcionar aos alunos do 2º Grau da Rede Oficial de Ensino capacitação e conscientização como futuros condutores de veículos, foi de-

Luis Carlos Garcia, Suely Nakao e Wolfang Sauer

senvolvido o “Programa de Educação para o Trânsito”, em parceria com a Seguradora Líder do Consórcio DPVAT S/A e com a WebAula S/A, tendo como beneficiário o Departamento de Trânsito do DF. O contrato celebrado em março/2008 estabelece a ministração dos Cursos de Direção Defensiva, Legislação de Trânsito, Primeiros Socorros, Mecânica Básica, Cidadania e Meio Ambiente, O programa pretende conscientizar os jovens para que, ao tirarem a carteira, assumam a postura de direção defensiva e responsável. Já passam de 6 mil alunos beneficiados! Mas os programas consagrados não param por aí, a Fundação também tem projetos destinados a atender comunidades carentes e a entidades que atuam diretamente na prestação de assistência social, devida-

Assim a instituição desenvolve suas ações

mente instituídas e comprovadamente sem fins lucrativos. A ideia é contribuir com a disponibilização de suprimentos e serviços, como gêneros alimentícios, complementos nutricionais, produtos farmacêuticos, medicamentos, materiais de higiene pessoal, materiais de limpeza e conservação, eletrodomésticos e eletrônicos, serviços profissionais de saúde preventiva e curativa, serviços profissionais nas áreas de odontologia e advocacia assistenciais. Por meio de contratos celebrados a partir de outubro de 2007, outro programa tem rendido frutos e é motivo de orgulho para a instituição: “Inclusão Social Mediada por Educação à Distância Via Internet”. A prova é que em apenas dois anos foram capacitados mais de 60 mil alunos. Para que a empreitada se transformasse nesse sucesso, foram firmadas parcerias com a Fundação de Apoio à Pesquisa da Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF, e colaboração Institucional da FEPAD/UNB, Programa Providencia de Educação da Renda Familiar, Fundação Gonçalves Ledo e WebAula S/A. O principal resultado foi proporcionar para a população do Distrito Federal, em especial as comunidades mais carentes, o acesso ao mundo digital, promovendo a sua capacitação para utilizar com desenvoltura e de forma autônoma, os recursos da tecnologia da informação, bem como capacitá-las

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em áreas de ocupação profissional por intermédio da educação à distância via Internet (gráfico 1 e 2). Sabedoria na formação de parcerias é o forte da Fundação, exemplo disso é a união com Centro Cenecista de Educação Profissional Felipe Tiago Gomes - CNEC, a Fundação Suely Nakao oferece também cursos presenciais para proporcionar a jovens e adultos originários de áreas de alto risco social o acesso a educação profissionalizante, por meio de cursos orientados ao mercado de trabalho e vocacionados para o setor produtivo local. Depois que foi estendido à família o projeto mostrou-se uma relevante ferramenta no resgate da estrutura familiar. Nas aulas é comum ver pai e filho num mesmo objetivo: qualificação profissional. O sucesso é total. Normalmente, todas as vagas são preenchidas(gráfico 3). A Fundação, buscando a sustentabilidade dos seus programas sociais, está aberta para celebrar parcerias no Brasil e em outros países. É o caso da 1

ordem Soberana e Militar de Malta, entidade filantrópica secular, criada em Jerusalém para fins assistenciais. No Brasil é representada pela Sociedade Cruz de Malta e oferece creche em tempo integral a crianças de zero a três anos, tudo para que as mães tenham a oportunidade de trabalhar e ajudar na renda familiar. Segundo o diretor executivo da FSN, Demetrius Guiot, a parceria proporcionou a realização de um curso periódico para capacitar profissionais de Educação Pré-Escolar a diagnosticar indícios de distúrbios psicológicos e psiquiátricos em crianças de tenra idade, permitindo a orientação e aplicação dos tratamentos adequados em fase precoce. Considerando apenas o ano de 2008 foram formados 72 profissionais de educação pré-escolar. As ações da Fundação vão mesmo de vento em popa! A partir de um acordo de Cooperação Técnica Multilateral, no Contexto do Programa Parceiros da Escola celebrado em junho de 2008,

os profissionais em educação passam por uma capacitação para aplicação e avaliação de diversos elementos pedagógicos, metodológicos e estruturais, relacionados à utilização de recursos, funcionalidades e ferramentas do ensino à distância via computador. A máquina é usada como instrumento de apoio ao processo de ensinoaprendizagem. A duração da capacitação é de um ano e já há previsão de habilitar os demais docentes da unidade escolar. Atualmente estão participando 42 profissionais de educação envolvidos no projeto. O êxito deste programa só foi possível graças à parceria entre a Secretaria da Educação do DF, a Fundação Suely Nakao, as empresas WebAula S/A e Ory – Solutions Group, que tem o objetivo de promover uma experiência com professores e pessoal técnico de 1º e 2º Graus do Centro Educacional 02 do Cruzeiro, da Rede Oficial de Ensino do GDF. Serviço: www.fundacaosuelynakao.org.br

Resultado alcançado em inclusão sócio-digital 3

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Resultados Alcançados em quantidade de alunos por curso ministrado pelo CENEC em parceria com Fundação Suely Nakao, totalizando 296 alunos

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GENTE

Edson Crisóstomo

OLHA O TURIBA AÍ GENTE!!! Na foto, o poeta Tutuca da Cuíca, ou Turiba, como é mais conhecido, está abraçado com Selmynha Sorriso, mas o que ele mais quer é que o refrão “Vai jorrar leite e mel / Cinquenta anos de amor / Brasília voando alto / nas asas da Beija-Flor” esteja na boca do povo, desde a Esplanada até o Sambódramo.

foto:divulgação

OLHA QUE COISA MAIS LINDA O Liberty Mall e a equipe Elite Models Look (concurso vanguardista no mundo), a ser realizado na primeira quinzena de setembro, sempre renova o casting de modelos nos lugares por onde passa, colocando lindas brasilienses no circuito.

ANIVERSÁRIO DE SOFIA VELOSO

Na belíssima fazenda Nobel

Lazaro e Eunice Veloso receberam a amiga Lilian Lettieri

Fernanda, Eunice, Sofia e Lazaro Veloso

Política SISMÓGRAFOS ACUSAM... O desembarque de colaboradores de primeiro e segundo escalão do GDF na candidatura de Joaquim Roriz para 2010 vai causar tremores maiores, aliás, bem maiores do que o esperado por Arruda e P.O. VENTRILOQUO Convencido a sair da corrida eleitoral em 2006, o deputado Zé Edmar está encarregado de voltar com sua candidatura ao governo do DF, a missão é bater, bater e bater. O indicado para apanhar é Joaquim Roriz, que está criando musculatura rapidamente com sua candidatura a governador em 2010. Seguuura Roriz!!!!!!! SANTA INOCÊNCIA Já foi dito que ele seria o herdeiro político de Roriz, pelo jeito ainda não é. Tadeu Filippelli ficou com a sigla do PMDB e está assistindo o partindo se esvaziando, a militância está indo atrás dos passos de Joaquim Roriz 30

Caixa Rápido PLANOS E NEGÓCIOS O sucesso das vendas do empreendimento Península, da Poupex e da Via Engenharia, é tão grande, absoluto, que dá garantia de novas parcerias para as duas empresas. AMARELOU GERAL!!!! A poluição visual da camisa do time do Brasiliense (Jacaré) tem explicação: vai ter patrocínio assim, lá em Honduras! Mas em compensação, a falta de resultados...


foto:Lecino Filho

CORPO-A-CORPO O advogado Wilson Sampaio recebeu a visita de Rafael Albuquerque e de Francisco Caputo, que concorrerão à presidência da OAB-DF em novembro. Sabedores que conversa com eleitor ao pé do ouvido faz bem às urnas, conquistaram mais um voto.

foto:Andressa Anholete

foto:divulgação

CASUAL E DESCONTRAÍDO Temperos especiais à temperatura certa, molhos e combinações exclusivas são os segredos dos sócios Felippe Antonelli, Guilherme Antonelli e Luiz Antonelli, por isso os sorrisos com a inauguração da nova Casa no Shopping Que! em Águas Claras.

FAZENDO MODA “LA SPOSA” BARCELONA Fernando Peixoto e a sócia Elisângela Eterna da Silva, de Goiânia, em clima de comemoração, sendo parabenizados pelo Lançamento da Coleção Noivas 2010 FP Conceitual Noivas. E aguarde novidades, vem aí, Complexo de Cinderela.

O casal Joelma e Jones Alves recebendo o administrador Geovani Ribeiro para mais uma mega festa da Chantilly.

Geléia Geral DANDO SANGUE PELA CULTURA Iluminação noturna, bancos acolchoados, pufes, plantas de jardim e música ao vivo. Você tem uma pista de onde isso pode ser encontrado, num mesmo lugar, em Brasília? Não se assuste, mas é nas paradas de ônibus em frente ao HRAN e na L2 Sul e Norte. Parabéns à iniciativa do Laboratório Sabin!

COLABORAR, É PRECISO! Em tempos de crise e consequentemente de união empresaria para a realização dea coes e espetáculos culturais e/ou musicais, nada mais urgente do que criar associações colaborativas Nesse espírito, a banda brasiliense Another Blues Band e o cantor Rafael Cury lançarão juntos seus CDs, no dia 4 de outubro, no Rayuela Bistrô (412 sul), à partir das 18h. FESTIVAL REPÚBLICA BLUES Nos próximos dias 09, 10 e 11 de outubro o calendário cultural de Brasília se incrementa com a volta do BSB Blues Festival, o maior festival de blues do Centro-Oeste, realizado pelo Clube do blues de Brasília. Nos três dias de festival e nos dois palcos se revezam desde a novata “Casa Vermelha”, até veteranos como “Oficina Blues” e “Brazilian Blues Band”. MANÍACO DO PARQUE A história do mais famoso serial killer brasileiro, conhecido como Maníaco do Parque, será o destaque da mostra “Horror no Cinema Brasileiro”, em cartaz de 29 de setembro a 18 de outubro de 2009, no Centro Cultural Banco do Brasil.

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COTIDIANO

Hospitais públicos sofrem com crise da pediatria

Depois de médicos pediatras descredenciarem os planos de saúde, o atendimento nos hospitais públicos do DF que já é ineficiente ficou ainda pior

Por Paula Marques Fotos Lecino Filho

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esde julho, quando aconteceu a paralisação dos médicos pediatras em reivindicação ao reajuste dos valores repassados pelas empresas de planos de saúde, o caos se instalou nas emergências pediátricas dos hospitais públicos do Distrito Federal. Os planos de saúde, que na capital somam em torno de 80, se recusam a repassar mais do que os R$ 24 a R$ 48 já pagos aos pediatras por consulta. Mais da metade dos profissionais do Distrito Federal que tinham contrato com planos de saúde já pediu descredenciamento deixando de atender usuários de aproximadamente 70 empresas de convênio. A suspensão dos atendimentos pelos planos de saúde tem deixado muitos pais preocupados. O administrador Eduardo Vasconcelos, 38 anos, é pai de Daniel, de três anos, e com frequência leva-o a consultas. Agora, teme não ter condições de oferecer assistência médica ao filho com o rompimento definitivo dos pediatras com os convênios. “Realmente vai ficar difícil, já tenho gastos com plano de saúde e ainda ter que pagar pelas consultas, será complicado”, afirma Vasconcelos. A professora Ana Maria, 35 anos, passou por uma situação constrangedo32

ra. Ela já havia procurado atendimento particular e não conseguiu, relatou não ter como pagar, além do convênio, R$ 90 em cada consulta que a criança precisar. “Tive que levar meu filho de um ano ao Hospital da Asa Norte (HRAN) e esperei cinco horas para ser atendida”, conta. Membro do Departamento de Defesa Profissional da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal, SPDF, o pediatra Dr. José Marcos Rezende Andrade, explica que os pais têm alternativas. “Ou eles buscam os médicos no serviço público ou pagam o que está sendo pedido nos consultórios e depois exigem o ressarcimento pelas empresas de plano de saúde”, diz José. Ele relata que alguns de seus colegas estão cobrando valores mais baixos do que normalmente custa uma consulta particular. Porém, um valor próximo ao exigido nos acordos com os planos de saúde. Assim como Ana Maria, vários usuários de planos de saúde foram pegos de surpresa na tentativa de atendimento particular. Andrade recomenda aos pais que se informem se há pediatras atendendo pelo o plano de saúde que possuem. A maioria dos profissionais já parou de atender pelos convênios, apenas aqueles que têm contrato de prestação de serviço diretamente com o hospital é que ainda estão atendendo. Segundo a assessoria do Hospital

Regional do Gama o atendimento emergencial pediátrico no mês de agosto superou o mês anterior, 200 crianças a mais foram atendidas. Contudo a assessoria deixou claro que não se pode afirmar se esse aumento foi devido ao rompimento dos pediatras com os planos de saúde ou devido à gripe H1N1. Para os pacientes que não recorrerem à rede pública e tiverem que pagar pelas consultas pediátricas nos hospitais particulares, o doutor José Marcos recomenda que solicitem o ressarcimento do dinheiro gasto na consulta ao convênio. Ele disse que a SPDF está na situação como intermediária, representando os pediatras e já tentou todo tipo de negociação, porém as empresas de plano de saúde não abrem para negociações. Enquanto isso, na rede pública do Distrito Federal, a população continua sendo mal atendida, correndo risco de morte. E muitas vezes perdendo a vida por falta de equipamentos, pela demora no atendimento, por falta de medicamentos ou por não terem atendimento adequado, seja ele público ou particular, agravando ainda mais essa situação. As pessoas que não possuem planos de saúde também estão sendo prejudicadas. Afinal, com a não aceitação de convênios nas emergências dos hospi-


tais particulares, o público fica superlotado. “Eu cansei e desisti de esperar, agora só no dia que eu tiver de folga de novo, isso se minha filha aguentar”, desabafa a telefonista Mônica Oliveira, 27 anos, que levou a filha com muita febre ao Hospital Regional de Sobradinho e voltou para casa sem atendimento.

Reivindicações: Entre as exigências dos pediatras estão: - o aumento nos valores repassados a eles que variam de R$ 24 a R$ 48 por consulta, para R$ 90 a R$ 100; - pagamento das consultas de retorno; - pagamento das visitas a pacientes internados.

Serviço: Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS Setor de Autarquias Sul Quadra 1, Bloco N, 1º andar 0800.701.9656 / 3213.3040 Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal PROCON Setor Comercial Sul, Edifício Venâncio 2.000, Bloco B, Sala 240 (61) 3212.1534

Dr. José Marcos Rezende

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MERCADO IMOBILIÁRIO ■

O Park Way se tornou um dos bairros de luxo mais procurados em Brasília “O privilégio de estar em contato com uma vasta área verde, ter tranquilidade e segurança para quem pode pagar”

Por Livia Faria Fotos Divulgação

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Park Way é uma cidade emergente de Brasília, composta de casas, mansões e condomínios fechados. Geralmente os terrenos medem 20 mil metros quadrados, que podem formar condomínios se divididos em até oito frações com lotes de 2.500 metros quadrados. A região onde hoje é o Park Way começou a ser habitada após a construção de Brasília e ao longo da formação da Capital Federal. Na década de 90, o Park Way se tornou uma boa opção para a classe média e principalmente para quem tinha interesse em viver em grandes espaços, com enormes terrenos. Contato com a natureza... O silêncio e claro, o acesso livre e fácil a todo DF. Mas não podemos negar que com o tempo e rápido crescimento do bairro, os grileiros e a especulação imobiliária elevou substancialmente o valor do m² na cidade. Contudo, o diferencial que atrai compradores para o Park Way é a proximidade com uma vasta área verde, que proporciona qualidade de vida aos moradores, a cidade abriga grandes reservas ecológicas de setores públicos, como: Aeronáutica, UnB, Marinha e IBGE. Itair Rego, 34

professora aposentada, mora com o marido e os dois filhos há 21 anos na cidade, “Não troco o Park Way por nada, tenho uma área de 20 mil metros quadrados e estou em contato direto com a natureza, a fauna e a flora que existe perto da minha casa. Isso só seria possível ver no zoológico, em que outro lugar eu teria um privilégio como esse?” comenta a professora. A cidade foi criada exclusivamente como área residencial, os moradores podem utilizar o comércio de áreas próximas como: o Núcleo Bandeirante, Águas Claras, Taguatinga entre outros. Além disso, a cidade é perto de Brasília e do Aeroporto. Hoje a maior oferta de terrenos para construção no Distrito Federal está no Park Way, outros lugares como o Lago Sul, por exemplo, quase não existem mais lotes para serem vendidos, isto influenciou diretamente no aumento da procura pela cidade. “Esse boom aconteceu no final de 2007 e no início de 2008 devido a diversos fatores como: tamanho dos terrenos, condomínios fechados, uma grande área verde e principalmente pela segurança”, explica Paulo Roberto, gerente e sócio da imobiliária Rogerbras. A moradora Itair conta que nesses 21 anos nunca sofreu nenhuma tentativa de assalto, “Claro que tenho um sistema de segurança, mas me sinto

muito segura vivendo aqui, nunca aconteceu nada”, conta. Com a valorização imobiliária em todo o país, principalmente em Brasília houve um aumento significativo nos preços do m² no Park Way, principalmente depois da liberação de financiamentos bancários de até 100 % pela Caixa Econômica Federal para a compra de terrenos para construção, “Realmente houve uma grande valorização de preço, é a lei da oferta e da procura, acredito que agora os valores vão se manter estáveis, só com a correção de juros anuais, comentou Paulo. “Em um mercado exigente e competitivo procuramos desenvolver soluções que satisfaçam as necessidades do cliente” afirmou Paulo. A empresa que atua em Brasília há 13 anos acredita no potencial do Park Way e está lançando um novo empreendimento: o Condomínio Central Park, Residência oficial da embaixada dos Estados Unidos, serão 15 unidades com 2.500 m2, com total infraestrutur. Serviço: Rogerbras CSW 06, lote 01, loja 02 Sudoeste (61) 3251.6600


Park Way, Quadra 15 - R$ 1.750.000,00

Park Way, Quadra 20 - R$ 1.280.000,00

Park Way, Quadra 04 - R$ 1.500.000,00

Park Way, Quadra 20 - R$ 1.350.000,00

* valores baseados no site www.rogerbras.com.br no dia 18/09/09

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EDUCAÇÃO

Athos Bulcão nas escolas Projeto candango criado há sete anos para a aproximação das crianças com a arte da capital é premiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN Por Ana Helena Melo Fotos Patrick Grosner & Lana Guimar

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projeto Circuito Educativo BrasíliAthos recebe no próximo mês de outubro o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A premiação foi oferecida em reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. O circuito surgiu há sete anos, quando a Tríade - Patrimônio Turismo Educação, sediada em Brasília, elaborou o programa sociocultural BrasíliAthos. O programa possui três linhas de ações: turismo cultural, divulgação das obras de Athos Bulcão e educação patrimonial - tendo como foco e fio condutor, as obras do artista plástico Athos Bulcão. O circuito, uma ação de educação patrimonial dentro do BrasíliAthos, surgiu com o propósito

de promover atividades educacionais e artísticas para estudantes e professores do ensino fundamental da rede pública - dos 4º e 5º anos, de regiões pouco assistidas do Distrito Federal. Ao contribuir para a formação sociocultural de crianças que têm pouco acesso à arte e à cultura, o projeto estimula o poder criativo e dá espaço para o desenvolvimento das atividades cognitivas das crianças. O objetivo do circuito é criar uma consciência cidadã em prol da preservação do patrimônio nesses jovens. “Queremos, também, divulgar a grandiosidade da presença de Athos em Brasília. Mais do que um artista, ele foi um mestre por sua generosidade e pela capacidade de inovar, de brincar com suas ferramentas e ideias, de experimentar técnicas e materiais. Sempre chegando a obras ao mesmo tempo simples e bastante sofisticadas”, explica Lana Guimarães, uma das idealizadoras do projeto e do programa. As características do trabalho de Athos Bulcão, que faz uso de formas geométricas simples em composições representadas nos painéis de azulejos, estimularam Lana Guimarães, Patrícia Herzog e Tatiana Petra, as idealizadoras, a destacar no projeto os valores da simplicidade, da observação e da comunicação. O Programa Sociocultural BrasiliAthos foi apresentado e imediatamente

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apoiado por Athos Bulcão ainda em 2001, quando o projeto ainda estava sendo esboçado. Com o apoio da Fundação Athos Bulcão, o programa foi posto em prática pela primeira vez em 2005 quando um projeto piloto, patrocinado pelos Correios, atendeu três escolas do DF. Em 2009, após a abertura de uma nova linha de patrocínio - Educação para as Artes - do Programa Petrobras Cultural/2008, atual mantenedora majoritária do projeto, o circuito passou a atender 30 escolas. 1.500 alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal foram beneficiados até junho deste ano e, até dezembro, 3.500 crianças terão participado do projeto. O circuito possui 32 profissionais como colaboradores diretos e indiretos, exercendo funções de coordenação geral, coordenação de arte-educação, produção, assistente geral, administração financeira, mediadores, fotógrafo, designers gráficos, web designers e assessor de comunicação.


As etapas do Circuito

1º dia: Oficina de Sensibilização

2º dia: Aula Passeio

3º dia: Oficina Criativa

Nesse dia, são desenvolvidas atividades em sala de aula que visam introduzir o significado do título Brasília - Patrimônio Cultural da Humanidade. Durante a oficina, são apresentadas as obras de Athos Bulcão e ocorre uma preparação dos alunos e professores para a aulapasseio. Para isso, ocorre a distribuição do livro Na Trilha dos Azulejos – um passeio por Brasília, uma coletânea das obras de Athos Bulcão, aos alunos, e do encarte Guia do Mestre, aos professores. As publicações foram elaborados especialmente para o projeto e trazem atividades e conhecimento apresentados de forma lúdica.

Nesse dia, os alunos e professores são guiados entre a arte de Athos Bulcão, por obras especialmente selecionadas, para que tenham um contato direto tanto com as obras do artista quanto com o espaço em que estão inseridas. Um exercício do olhar crítico e apreciação do patrimônio.

Este dia é destinado à criação de trabalhos artísticos pelos alunos. Imbuídos da experiência vivenciada na Aula Passeio. Por meio do manuseio de materiais diversos aliados aos conceitos e métodos utilizados por Athos Bulcão, os alunos têm criado verdadeiras obras de arte. Prova de que a oficina é um instrumento de estímulo e formação do potencial artístico de alunos e professores.

Serviço: Tríade - Patrimônio Turismo Educação (61) 3272.3780 3274.3971 www.triadepatrimonio.com.br

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TECNOLOGIA

Scanner revoluciona produzindo retrato em 3D Imagem detalhada da cabeça em 3D pode auxiliar na identificação de criminosos, ajudar cirurgiões plásticos e contribuir para o aperfeiçoamento de museus digitais Por Ana Helena Melo Fotos Marcelo Brandt

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m equipamento desenvolvido pelo estudante e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Gerardo Antonio Idrobo Pizo, pode auxiliar a polícia a identificar mais facilmente criminosos que se submetem a cirurgias plásticas para não serem reconhecidos. O aparelho, um scanner 3D, faz uma imagem completa em três dimensões não só da face, mas de toda a cabeça. Assim, reproduz com perfeição e em

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cores todas as características, como volume das bochechas e do nariz, além de dimensionar a área total do rosto. Pizo afirma que um delinquente pode até mudar algumas de suas feições com o auxílio da medicina. Porém, há pontos no rosto impossíveis de serem alterados, como a distância entre os olhos. Por uma comparação baseada nessas referências, há como saber se as imagens analisadas pertencem à mesma pessoa. “A digitalização em 3D oferece muito mais informações que

um 2D – o caso das fotografias. É muito mais difícil burlar um sistema 3D porque a mudança de um parâmetro implica na alteração de vários outros”, explica. A obtenção da imagem passa por um método simples e rápido, que leva aproximadamente 40 segundos. O indivíduo ou objeto se posiciona em um local para ser mapeado pela aparelhagem, constituída apenas de um feixe de laser comum, motor e uma câmera digital apoiados sobre uma estrutura que gira 360º, além de um sistema que leva os dados ao computador.


A luz se deforma ao atingir a superfície estudada. Essas alterações são captadas pela máquina fotográfica e, de lá, levadas para um microcomputador, onde são processadas em um programa também criado pelo engenheiro. Em termos físicos, a estrutura custa cerca de R$ 3 mil. O segredo está na forma de aproveitar essa infra-estrutura. Pizo vem aperfeiçoando o tratamento matemático das informações, no mestrado em Sistemas Mecatrônicos na UnB, para refinar o processo e, assim, conseguir mais detalhes nas imagens. Ao término da pesquisa, o equipamento pode chegar ao valor de US$ 150 mil, preço médio pelo qual são comercializadas tecnologias semelhantes.

Aplicações em plásticas e museus Da mesma forma que auxilia a polícia, o sistema atua como ferramenta para outras atividades que envolvem as feições do rosto. Cirurgiões plásticos, por exemplo, podem simular o resultado de uma intervenção. “O médico pode ‘operar’ o rosto virtual e mostrar como vai ficar”, diz. Esta possibilidade existe porque é possível manipular a imagem gerada no computador. Segundo o engenheiro, o instrumento também pode ser usado para criar museus virtuais de peças arqueológicas, como crânios. Bastaria mapear o objeto original e disponibilizar a infraestrutura para reprodução dessa imagem num local apropriado.

Outra hipótese, também no âmbito histórico, é reconstituir o crânio ou o esqueleto de civilizações antigas com o auxílio do software e de peritos.

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PLANOS & NEGÓCIOS

■ Alex Dias

Via Engenharia Empresa apresentará no evento réplica decorada de apartamento de quatro quartos do Via Parque Noroeste

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elo oitavo ano consecutivo, a Via Engenharia participa da Casa Cor, principal evento de arquitetura e decoração do país, que será realizado, em Brasília, de 26 de setembro a 04 de novembro. A construtora apresentará uma unidade decorada do Via Parque Noroeste, primeiro empreendimento da Via Engenharia no mais novo bairro da cidade. Além da unidade decorada pela designer May Moura, a empresa também terá o Lounge Via, decorado pelas arquitetas Ângela Borsoi e Sônia Lacombe, que ficará integrado à galeria do Burle Marx. O residencial Via Parque Noroeste terá 48 unidades de quatro quartos de 151 m² ou 171 m² e coberturas privativas com até 399 m². O edifício ficará próximo ao Parque Burle Marx, o que acrescentará mais qualidade de vida aos futuros moradores. O empreendimento terá diferenciais

inovadores norteados em três eixos: segurança, acabamento e tecnologia e segue a proposta ecológica do Setor Noroeste e terá, a exemplo dos mais recentes lançamentos da Via, sistemas para aquecimento de água com previsão de energia solar complementar e ampla iluminação natural nos ambientes, entre outros diferenciais. Serviço: Via Engenharia SIA TR. 3 s/n Lt. 1705 – Guará-DF (61) 3361.3370 www.viaengenharia.com.br

Cartão de crédito perfumado de O Boticário O Boticário – maior franquia de cosméticos e perfumaria do mundo –, em parceria com o Banco Bradesco, traz para o mercado o primeiro cartão de crédito perfumado do Brasil. O cartão O Boticário vai operar inicialmente com a bandeira Visa, aceita em milhares de estabelecimentos no País. O resultado desta parceria é um produto diferenciado para os consumidores de cosméticos, unindo o crédito aos benefícios do programa fidelidade da marca. Criado em 1999, possui atualmente mais de 7 milhões de clientes cadastrados. Para o portador do cartão O Boticário, cada real gasto em produtos da marca gera vantagens exclusivas como troca de pontos por descontos de até 20% em todas as lojas, parcelamento de compras em até 10 vezes iguais, troca por produtos Boticário e milhagens em companhias aéreas. 40

A fragrância aplicada no cartão de crédito O Boticário foi desenvolvida pela equipe interna da empresa em parceria com perfumistas da IFF – International Flavors & Fragrances, conceituada casa de perfumaria internacional. A novidade ganhou uma fragrância suave de frutas com toque floral de rosa e jasmim. O perfume do cartão de crédito é liberado com o atrito. A durabilidade do perfume é de, em média, seis meses, dependendo da utilização e conservação. Serviço: O Boticário www.oboticario.com.br 0800.413011


RestauraCar A RestauraCar traz para o Brasil o conceito de Car Care e oferece soluções para uma gama de clientes – atende, com excelência, desde os mais criteriosos e apaixonados por carros, até ativistas ecológicos, alérgicos e investidores ávidos por preservar o valor patrimonial de seus automóveis. O método cuida tanto da estética, quanto da valorização do automóvel. Um dos hits das lojas é uma linha de produtas específicos para carros escuros (principalmente pretos), cujos riscos ficam mais aparentes. Um dos orgulhos da empresa é o produto Higienização de Interior do Carro. Ao final de cada um dos serviços realizados na RestauraCar, os clientes recebem um certificado de garantia, que discrimina todos os produtos utilizados no procedimento, oferecem dicas de manutenção e definem datas de retorno à loja para, sem custo, averiguar a qualidade do serviço e dar possíveis retoques necessários. Serviço: RestauraCar Brasília Shopping – (61) 3964.0443 Sudoeste – (61) 3344.2885 SOF Norte – (61) 3465.2532 www.restauracar.com.br

RosAzul A boutique infantil RosAzul nasceu há cinco anos, em Brasília. Sua proprietária, Cássia Monteiro, tinha como proposta montar uma loja de roupas infantis que resgatassem toda a beleza para vestir crianças: , como crianças! Assim, reúne em sua loja as melhores marcas de roupas infanto-juvenis do Brasil. E mais! Além da elegância da loja, ela oferece atendimento personalizado. Confira! Serviço: RosAzul QNB 16 Lote 1 Loja 4 - Taguatinga (61) 3551.1236

Fernando Peixoto lança coleção Noivas 2010 Depois de cinco anos atuando com roupas de festas em Brasília, o estilista Fernando Peixoto, vive um ótimo momento em sua carreira e a cada dia se firma como um dos grandes nomes no segmento de Noivas na Capital Federal. E é para comemorar mais esse momento especial na carreira do estilista, que Fernando convidou profissionais que atuam em festas e jornalistas para este café da manhã, que marcou o lançamento de duas novas ações que pretende realizar nos próximos dias. A primeira delas foi o lançamento da sua nova coleção – Noivas 2010 - no dia 16 de setembro em sua loja no Lago Sul. Fernando apresentou as novas linhas que está preparando para o ano de 2010: a “Haute Couture”, a “Romântica” e por fim a “Conceitual”. No dia do lançamento de suas criações, Fernando Peixoto também apresentou as criações da marca espanhola “La Sposa” recém-chegadas de Barcelona. Uma das maiores grifes no mundo quando o assunto é casamento, e a qual Fernando é o representante exclusivo em Brasília. Serviço: FP Conceitual Noivas QI 13 CL Bloco A – Lago Sul

foto: Thiago Rodrigues

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AUTOMÓVEL

Astra 2010 e a manutenção da liderança Modelo de sucesso da marca vem de série com itens que o deixaram ainda mais completo e competitivo no mercado Da redação Fotos Divulgação

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Chevrolet Astra fica ainda mais completo para manter a liderança em vendas no segmento de hatches médios do Brasil, que já dura 10 anos. Para este desafio, a linha 2010, que chega às concessionárias Chevrolet de todo o país no final de julho, ganhou novos conteúdos para agradar ainda mais aos exigentes consumidores desta categoria, entre eles ar-condicionado eletrônico digital e rodas de liga leve aro 16 polegadas As novidades do Chevrolet Astra 42

2010 referem-se a diversos quesitos, selecionados durante pesquisa de mercado realizada pelo Marketing da Chevrolet. Segundo o estudo, os consumidores de modelos do segmento de hatches médios no Brasil levam em consideração, no momento da compra, desempenho, conforto e comodidade (nível de equipamentos disponíveis), design e relação custo-benefício.

cializadas no mercado interno 13.346 unidades no acumulado do primeiro semestre, o equivalente a uma participação de 24% no segmento de hatches médios. Esse volume é 3.773 veículos a mais do que o registrado pelo modelo segundo colocado no ranking de janeiro a junho deste ano”, salienta José Carlos Pinheiro Neto, vice-Presidente da General Motors do Brasil.

Além da liderança histórica, o Chevrolet Astra segue para seu 11º ano na frente. Em 2009, foram comer-

As novidades implementadas no Astra 2010 seguiram os desejos do consumidor. No aspecto conforto, que


diz respeito ao nível e quantidade de equipamentos. Sem contar o ar condicionado eletrônico digital, tem ainda a regulagem elétrica de altura dos faróis halógenos e faróis com desligamento automático temporizado - após o seu acionamento com o veículo desligado, os faróis permanecem acesos por quinze segundos. Também são itens de conforto no Chevrolet Astra 2010 o espelho retrovisor eletrocrômico (escurecimento automático e antiofuscante) e luz de cortesia integrada com ativação e desativação automáticas; limpador do vidro traseiro acionado automaticamente ao engate da marcha à ré, sempre que o limpador de parabrisas estiver ligado; banco traseiro rebatível com encosto dividido 1/3 e 2/3; descansa-braço central; e portinhola de acesso ao porta-malas pelo habitáculo.

Flexpower 2.0, que recebeu importantes modificações este ano e agora desenvolve 140 cv a 5.600 rpm, quando abastecido com álcool, e 133 cv a 5.600 rpm, com gasolina. Esta motorização ainda está mais econômica e ecológica. O motor 2.0 Flexpower do Chevrolet Astra 2010 atende aos novos requisitos técnicos vigentes desde o último dia 1º de janeiro de 2009, de emissão de poluentes para veículos leves, do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – Proconve -, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama.

É importante ressaltar ainda a excelente relação custo-benefício do Chevrolet Astra 2010. Pode-se dizer, então, que o consumidor terá um modelo muito mais completo, por um preço de mercado ainda mais competitivo. Serviço: Orca Veículos QS. 01, rua 212, lotes 19 e 21 St. de Concessionárias - Águas Claras Taguatinga DF (61) 2106-6000

No aspecto design, outra importante razão de compra dos hatches médios, há também novidades como o farol de neblina no parachoque dianteiro, aerofólio traseiro (exceto para a configuração de entrada), ponteira do escapamento polida e em formato “oval”, além de instrumentos no painel com moldura preta, fundo branco, ponteiros pretos e anéis cromados. O Chevrolet Astra 2010 também se destaca pelo desempenho do motor 43


CULTURA

Correm pelas veias do CONIC pessoas de segmentos variados como roqueiros, empresários, regueiros, religiosos, poetas e muitos outros que fazem do Centro Comercial um lugar muito especial Por Paula Marques Fotos Lecino Filho

depois o fortalecimento do potencial cultural do Conic”, conta a prefeita.

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Hoje a estrutura conta com uma delegacia de polícia, o que torna o lugar mais seguro. Outro ponto que culmina para a garantia de sossego dos transeuntes é a extinção das boates que ajudavam no crescimento da prostituição. Na visão do tatuador Anderson Silva, 28 anos, as mudanças são nítidas. “Hoje existe ordem, não está mais bagunçado como era antes. Para conseguir liberação para realizar qualquer evento, alguns critérios são observados, dificultando a proliferação do tráfico de drogas e a prostituição”, diz Anderson.

ete anos após a implantação da Capital do Brasil no cerrado, inaugurou-se o CONIC. Um Centro Comercial com comércio variado e de caráter popular. Assim chamado em homenagem à construtora que o ergueu, porém, oficialmente seu nome é Setor de Diversões Sul – SDS. Ele agrega 13 edifícios em seu complexo. Quando se ouve falar em CONIC, o pensamento que vagueia é drogas e prostituição. No entanto, este estigma está virando fumaça, principalmente para aqueles que fazem do lugar uma parte de si. “Vir à Brasília e não conhecer o CONIC é como ir ao Rio e não entrar no mar”, diz o fotógrafo Welber Souza, 40 anos, há 24 frequenta o ambiente. Um dos motivos da degradação do imóvel está no modelo de administração. São cerca de 1.700 proprietários, em 13 condomínios distintos, e cada qual com um pouco de poder sobre as decisões de que rumo tomar o lugar. Para centralizar então a administração dos edifícios, foi criada há quase 10 anos, uma prefeitura, na tentativa de resgatar a imagem projetada pelos criadores de Brasília. Prefeita há seis anos, a arquiteta Flávia Portela, diz que está sendo feito trabalho incansável para a implantação de um conceito diferente do espaço. “Estamos fazendo trabalho de formiguinha, começamos pelas reformas dos prédios para o conforto e segurança das pessoas e

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O CONIC fica ao lado da rodoviária, local por onde passam milhares de pessoas de todas as cidades do Distrito Federal e entorno, o que faz do complexo um ponto de referência e de encontro de diversos segmentos. A diversidade no comércio também influi na variedade dos ‘tipos’ que por ali circulam. Livrarias, livrarias evangélicas, lojas de instrumentos musicais, de roupas, de artigos para informática, papelarias, lanchonetes, bares, restaurantes, lojas especializadas, estúdios de tatuagem, salões de beleza, sedes de sindicatos, faculdade, óticas, consultórios dentários, auto-escolas, laboratórios, joalherias, discotecas, agências de turismo, escritórios contábeis, editoras, laboratórios fotográficos, igrejas entre outros, geram mais de 10.000 empregos, e movimentam a passagem dos cerca

de 150.000 pessoas por dia. No CONIC há 20 anos, Reinaldo Freitas, 43 anos, tem uma loja de CD’s, DVD’s, LP’s e camisetas, onde tem uma grande representatividade entre a turma underground. “Não vendo como antes por causa da facilidade de obter músicas pela internet, mas ainda assim tenho um público fiel,” diz o ex-bancário. Culturas diferentes, buscas em comum Anderson Chagas, 24 anos, trabalha a dois anos no CONIC, porém, seu contato com a diversidade do local começou quando tinha apenas 15. “Eu andava de skate e vinha para encontrar os amigos e ler revista em


quadrinhos na loja especializada que tem aqui”, conta o estudante de letras. Sérgio Bento, 22 anos, frequenta o CONIC há sete anos e no início costumava visitar as lojas de skate. Hoje, trabalha na loja Negroblue. Eduardo Neves Pereira, 26 anos, teve seu primeiro contato com a cultural alternativa do CONIC em busca de artigos de skate e agora, vai para encontrar os amigos. Anderson gosta de poesia e literatura. Sérgio de samba, cultura afro. Eduardo, de reggae. O que há de comum entre os três é o amor pela diversidade cultural e o respeito pela escolha dos outros. Dono do Quiosque Cultural, Ivan Presença, 60 anos, é um dos responsáveis por manter viva a cultura no local. No CONIC há 30 anos, o livreiro já teve um Café. Hoje, realiza saraus uma vez por mês. O local é ponto de encontro de pessoas que amam a cultura. “Esse lugar só tem alma por causa dessas pessoas”, desabafa.

As igrejas, ao levarem os fiéis aos templos, também agregam parcelas de incentivo à movimentação do SDS, aumentando seu potencial. O pastor da igreja Vivo Por Ti, Anderson Silva, 28 anos, acredita nas diferentes formas culturais que existem no CONIC, o que leva os fiéis da sua congregação a se reunirem ao ar livre todos os sábados, às 17 horas. “CONIC é a diversidade do Brasil”, resume Anderson, que também é tatuador.

Serviços: Quiosque Cultural SDS – Projeção nº 4, Térreo, Ed. Darcy Ribeiro (Em frente ao teatro Dulcina) (61) 3225.2832 / 9601.1221

Berlin Discos SDS - Ed. Miguel Badia Bl. L Lj. 63 (61) 3226.3106

Doctor Piercing e Tattoo SDS – Shopping Boulevard 2º Subsolo Lj. 51 (61) 3322.6377

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VIDA MODERNA

Sensualidade só em jovens e em corpos esculturais? Não!

Por Luciana Vasconcelos Reis Fotos Claudia andrade e Nando Gomes

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essoas normais como eu e você, que possuem ‘defeitos’, gordurinhas a mais e rugas, devem sim ousar e tirar a roupa. Quer dizer, desnudar-se do preconceito e mostrar que também são estrelas, não da calçada da fama em Hollywood ou das telinhas da TV, mas estrelas de sua vida, da sua idade, de si mesmas. Se presentear e até surpreender a pessoa amada com um livro repleto de imagens que revelam a essência e a sensualidade ímpar. Mostrar que não é preciso ser “Estrela de Cinema“ para se sentir uma. Essa é a proposta e o desafio da marca “Olhar de Boudoir” que prioriza em seus ensaios, as características individuais e os pontos fortes da pessoa fotografada, independente de idade ou padrões estéticos. O que importa é realizar o sonho do cliente, tornando-o o centro das atenções e deixando-o à vontade para mostrar quanta beleza há no seu sorriso, na forma como olha, como se movimenta... E tudo com muita naturalidade, como relata Vera Lúcia Versiani, que está na casa dos 60 aninhos e se diz maravilhada com o resultado do seu livro: “Eu me senti uma rainha, a equipe é muito profissional, nos deixa 46

à vontade para posar, fazer caras e bocas, são de uma ética impecável. Um trabalho como este mexe com nossa autoestima, a gente se sente muito mais jovem depois. Meu namorado adorou e minhas irmãs e sobrinhas me elogiaram muito”, concluiu Vera”. Maria Christina Costa, de 55 anos, fala de sua experiência: Minha vida sempre foi cheia de surpresas e situações inusitadas. Olhar de Boudoir foi mais uma delas. Fotos sensuais na minha idade? Jamais me imaginei ser fotografada assim, tinha muito receio de parecer vulgar. Mas com a forma profissional e delicada como Cláudia,

Nando e sua equipe conduziram a produção, fiquei bastante tranquila e o fato do ensaio ter sido realizado na minha casa, que representa meu canto de paz, meu porto seguro também contribuíram muito. O desafio foi grande e o resultado foi uma bela surpresa! As fotos revelam uma mulher forte, alegre, feminina, madura, romântica, moleca e também sensual... Meus filhos, meus pais, amigas e amigos amaram e disseram que são um retrato fiel da minha pessoa. Foi uma experiência maravilhosa que guardarei para sempre! “Olhar de Boudoir” é uma proposta ousada que inova ao sair de um estúdio


para fotografar num estilo totalmente artístico e espontâneo, mulheres, homens e casais, independentemente de idade, físico ou opção sexual, em momentos pessoais e íntimos onde a sensualidade, o romantismo e o glamour são a tônica. Para Ricardo Maia, ex-modelo e hoje profissional que lida diretamente com beleza, o ensaio sensual é uma coisa que todos deveriam fazer: “Eu sempre gostei de fotografia, acho que é a forma de eternizar as fases da nossa vida. Todo ano faço fotos novas, no caso dos ensaios sensuais é uma realização pessoal, um modo de se ver na intimidade, sem vulgaridade, mas com muito requinte e bom gosto, mesmo porque é algo para você mesmo, não é para ficar expondo”, concluiu. Para Cláudia Andrade, fotógrafa e proprietária da marca, “Olhar de Boudoir” é arte, é emoção, é sensualidade. Também é ousadia e fragilidade. É registro, é história, é lembrança. É clássico e irreverente, momentâneo e perene, é realização de sonhos, transgressão, desafio e coragem. Enfim, Olhar de Boudoir é um retrato pessoal e único, transcrito em fotos e palavras. Uma comunhão harmônica entre artista e modelo, testemunhando o sublime e revelando o belo. Vale ressaltar que

existe um contrato de sigilo entre cliente e a marca, todos os ensaios são pessoais e atendem exclusivamente ao pedido do cliente, somente sob autorização escrita, os nomes e as fotos podem ser divulgadas. Entre maquiagem e cliques, aproximadamente 2.000 fotos são tiradas. Dois fotógrafos agem simultaneamente: Cláudia, que é formada em Produção Audiovisual pela UnB, e trabalhou

em Holywood, dá o toque artístico na produção do ambiente, no figurino, na composição da cena e na percepção da pose, Nando Gomes, fotografo profissional com mais de 15 anos de experiência, apresenta o olhar técnico. Serviço: www.olhardeboudoir.com contato@olhardeboudoir.com

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Wakesurf, a nova onda do Lago Paranoá ESPORTE

Conquistando cada dia mais adeptos, a prática do wakesurf cresce nas águas do Lago projetado por Lúcio Costa

Por Paula Marques Fotos Angelo Augusto

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á 12 anos o grupo de reggae de Brasília Natiruts lançou o rite Surfista do Lago Paranoá que tocou sucessivas vezes nas rádios não só da capital brasileira como em todo país. “Eu sei que o Havaí não é aqui, que o mar está longe daqui, mas pra quê que eu quero o mar se eu tenho o Lago pra mim, eu sou surfista do Lago Paranoá...”, diz a letra da música. Ela resume para quem ama o surf, que apesar de Brasília não ser uma cidade litorânea não há empecilho algum para a prática do esporte. Para o tri-campeão Brasileiro de Wakesurf, Juliano Degrazia, 35 anos, mais conhecido como Juba, a sensação de surfar no Lago Paranoá não é muito diferente das ondas naturais. “A onda te leva com a prancha, tem força como a onda do mar só que ela é pequena, mas dá a sensação completa do surf, a diferença é que você olha para o lado e vê o Congresso”, conta entre risadas. O wakesurf já é praticado há mais de dez anos em outros países como na França, por

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exemplo, e é uma adaptação do wake- os praticantes do esporte. A partir da board, esporte onde o atleta é puxado segunda edição com o campeonato por uma lancha e faz manobras segu- mais organizado e melhor estruturarando numa corda. Porém, entre eles do, o wakesurf passou a ganhar cada existem algumas diferenças. Há uma dia mais adeptos. Angelo participa adaptação na parte traseira da lancha do campeonato desde a sua primeira onde ela é carregada de água e jumbo edição na área técnica e diz que a concentrados em um dos lados, pro- cada ano o evento está tomando uma duzindo ondas de até 1 metro. A pran- proporcionalidade maior. cha é a mesma do surf, sem presilhas, Morando em Brasília há pouco e o atleta ao ter estabilidade na onda, solta a corda e surfa livremente na mais de um ano, o comerciante, e constante onda. Angelo Augusto tem campeão na modalidade Stand UP uma lancha completamente adaptada Paddle 2009, Carlos Alberto Schmitz, para a prática de esportes aquáticos o Beto, conta que quando veio para inclusive o wakesurf, também é pra- o cerrado encontrou tudo o que preticante do esporte e diz que qualquer cisava menos o surf, que sempre foi barco pode ser usado para produzir as ondas, mas Vanessa Azevedo recomenda: “barcos com motor de popa não são aconselhados porque ele fica pro lado de fora e o atleta permanece muito perto do barco, de três a quatro metros ou até menos, dependendo da manobra”, lembra Angelo. No Distrito Federal, a prática de wakesurf teve inicio em 2004 com o Campeonato Mormaii Brasileiro de Wakesurf, que mesmo de forma aventureira agradou


uma paixão, “O wakesurf viabilizou a prática desse esporte aqui,” diz Beto. “O bacana dele é que a onda não dura apenas alguns segundos como no mar, costumo dizer que ela só acaba quando desliga o motor da lancha,” completa. O Stand UP Paddle (SUP) é uma variação do wakesurf, onde o atleta usa um pranchão e um remo para as manobras. Diferentemente dos demais atletas

que moraram em cidades litorâneas e já praticavam o surf, a empresária Vanessa Azevedo, 29 anos, é nascida no cerrado e nunca morou fora. Ela pratica wakeboard há seis anos e começou com o wakesurf há cinco. A Campeã Brasileira de wakeboard e Tetra Campeã em wakesurf revela que tem um pouco de dificuldade quando surfa em ondas naturais. “O que tem de mais difícil no surf é a remada, furar a onda e pegar arrebentação. Quando surfo no mar eu ralo pra ficar em pé, mas quando fico me saio muito bem”, diz. Para Vanessa a representatividade do esporte em Brasília está na oportunidade do treino. “Com wakesurf aqui o atleta pode aprimorar o seu surf, já que só vai para o mar em época de competição”, diz a atleta. Mas para

Juliano é uma sensação de realização. “Quando você faz uma seção de wakesurf é como se você tivesse seu dia ganho, como se tivesse saindo do mar, sem stress e na paz”, descreve. O esporte que era exclusivamente do mar e que em 1997 era sonho para a turma do Natiruts, hoje, já é uma realidade para os surfistas que residem na Capital e se realizam praticando-o nas ondas do Lago Paranoá.

Serviço: Quiosque Náutico do Pontão do Lago Sul Aulas de wakeboard, wakesurf, squi, slalon e wakeskate (61) 9982.3562 / 7814.7336 (88*7123) www.wakebrasilia.com.br Stand UP Paddle Surf Aulas e passeios (61) 8108.6868 http://supsurfbrasilia.blogspot.com

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PERSONAGEM

Edson Porto, um pioneiro da cura! Desbravou cerrado e promoveu saúde quando Brasília era apenas um sonho Por Letícia Oliveira

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ra 4 de dezembro de 1956. O cenário não era assim tão animador, afinal, não havia praticamente nada entre o Acampamento da Novacap e o Catetinho. Muita, poeira! Nesse dia, em meio à aspereza do cerrado e foto: Kim

foto: Arquivo pessoal

contaminado pela poeira vermelha que se tornaria uma das marcas registradas da nova Capital, o pediatra Edson Porto abraçou definitivamente o desafio de cuidar dos operários. Nem o posto de saúde em que o jovem Dr. Edson, de 23 anos, iria trabalhar, estava pronto. O médico havia sido indicado pelo renomado Dr. Luiz Rassi para assumir a assistência médica aos operários candangos. No início, o atendimento e os exames admissionais eram feitos no Catetinho, até que o barraco de madeira ficasse pronto. Foram seis meses até que esse barraco se transformasse em hospital, hoje, o Museu Vivo da Memória Candanga. “Assim que as obras começaram, o então Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriais (IAPI) fechou um convênio com o Hospital Rassi,

de Goiânia, para dar assistência médica aos operários. Eu trabalhava lá. Eles me escolheram e me mudei para Brasília’’, lembrou. Hoje Edson Porto está aposentado há 15 anos, além da medicina, o médico tem outras paixões: a música, a fotografia, a pintura, a família, a sinuca – maximizada na figura de Marilda Porto, sua companheira há 51 anos. Foi violinista da primeira orquestra sinfônica, inaugurada em 1970 e fundador da Federação Brasiliense de Sinuca. “Ainda prima por receber os amigos e tocar boa música”, conta Marilda. Hoje, o pioneiro que desbravou esse cerrado para garantir a saúde dos que apostaram na promessa de JK, está prestes a completar 76 anos. Em comemoração, Marilda e os filhos organizam uma exposição fotográfica, que não só o homenageia, como também presenteia a Capital Federal e dá mais orgulho aos que sonharam com esse céu de Brasília, com o traço do arquiteto, de quem gosto tanto assim, parafraseando Djavan. Conversar com o Dr. Edson e com Dona Marilda nos remete, principalmente aos amantes da história, da fotografia, a uma época em que a solidariedade foi a grande aliada de pessoas que se uniram em prol de um ideal.

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A construção de Brasília! É emocionante trazer para o presente a memória de um tempo em que a esperança era algo vivido intensamente. Talvez tenham sido as inúmeras serestas no Catetinho, com músicos como Dilermando Reis e César Prates, até Juscelino participava. Na manhã seguinte, todo mundoe o presidente, seis horas da manhã, estavam de pé para trabalhar. Mineiro de Araguari, Dr. Edson tem cinco filhos e 12 netos. Sua formação se deu no Rio de Janeiro na década de 1940 na Faculdade Nacional de Medicina. Após a conclusão de seus estudos, decidiu regressar ao interior em busca de novas oportunidades de trabalho. Optou por Goiânia, que na época florescia como capital, entrelaçando definitivamente sua trajetória profissional com a história de Brasília. Outro pioneiro, César Lacerda, lembra com carinho de sua chegada e das referências que tinha, “meus dois filhos eram ainda muito pequenos e a minha esposa, Ana Beatriz, não queria vir, temerosa de não encontrar atendimento médico para as crianças. Porém, eu havia sido informado de que, na futura Brasília, havia ‘um tal de doutor Edson Porto’, que fazia de tudo, inclusive partos e tratamento psiquiátrico... Ele clinicava no Cerradão”, relatou.

foto: Arquivo pessoal

para esse fim. Por aqui só tinha mesmo material para atendimentos clínicos e para pequenas cirurgias. Era tudo muito precário. Segundo Edson Porto, era um hospital de madeira, com quarenta leitos e as cadeiras médicas básicas: centro cirúrgico, sala de parto, laboratório e emergência. Contava ainda com um conjunto habitacional onde residiam os médicos com seus familiares. Era imensa a dificuldade em convencer os funcionários do Hospital a permanecer em Brasília, mas o interesse de Edson Porto em montar um consultório de pediatria, fizera com que o médico propusesse aos irmãos Rassi – Luiz e Alberto – estabelecerem-se em Brasília o tempo que fosse necessário, sem necessidade de rodízio com outros profissionais. Em contrapartida, pediu um espaço de atuação ga-

foto: Arquivo pessoal

rantido no hospital em Goiânia, ao término das obras. Edson pensou que em três meses resolveria tudo, mas as obras atrasaram e o pioneiro precisou estender sua estada no canteiro de obras da futura Capital Federal. A decisão de permanecer em Brasília, definitivamente, se deu quando ele foi nomeado diretor do Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), em 1958. A nós, cabe, sobremaneira, um muito obrigado pela dedicação e atuação de Edson Porto que, em tudo que se dedicou, no cerrado fez florescer.

Ao recordar aquele tempo, o médico nos conta que os casos mais leves eram tratados aqui mesmo. Os mais graves, encaminhados ao Hospital Rassi, para onde os pacientes eram levados num avião Cessna, reservado 53


SAÚDE

Palpitação, sensação de sufocamento, desorientação, medo extremo? Você pode estar sofrendo de síndrome do pânico

Por Luciana Vasconcelos Reis Fotos Divulgação

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Transtorno do Pânico, antes conhecido como síndrome do pânico é uma doença marcada por ataques repentinos de ansiedade, nervosismo, medo iminente da morte e outros desconfortos. A causa da enfermidade se dá pelo distúrbio dos neurotransmissores: serotonina e noradrenalina, resultando num conjunto de alterações fisiológicas, comportamentais e emocionais. Esta é uma doença que não escolhe cor, raça ou nível social, em qualquer profissão ou área residencial; seja na cidade ou no campo, todos estão sujeitos. Estudos mostram que em 70% dos casos, a doença se manifesta entre os 20 e 35 anos, fase de pleno crescimento profissional. É comum o diagnóstico tardio da doença, que muitas vezes é confundida com vertigem ou labirintite, ataque

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cardíaco ou infarto, derrame, asma e até problemas gastrointestinais! Como os sintomas são muitos, geralmente os pacientes passam por diversos médicos antes de receberem o diagnóstico correto. O transtorno do pânico se apresenta associado a outros transtornos: Depressão, que já foi chamada de “o mal do século”; Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC, problema que o cantor Roberto Carlos trata há algum tempo; ansiedade generalizada ou especifica, como agorafobia, que é o medo de estar em lugares ou situações nas quais seja difícil sair, ou não haja ajuda disponível, caso ocorra um ataque de pânico. Segundo o mestre em Psicologia Comportamental, Dr. Fábio Augusto Caló, que trata atualmente cinco pacientes com a doença, as crises de pânico, podem se manifestar de diversas formas: “São reações repentinas e intensas do sistema nervoso, que provocam tremores, sudorese, tonteira,

vertigens, taquicardia, dificuldade de respirar, medo de perder o controle, boca seca, pernas bambas, desmaio, náusea, formigamento, terror – medo exagerado e medo da morte”, afirmou Fábio. O profissional disse ainda, que normalmente os ataques podem durar


de dez minutos até uma hora. Vale ressaltar que são distúrbios desenvolvidos pela sociedade pósmoderna e que a cada dia aumentam não só o número de pacientes como também o número de doenças psicossociais. Dados do Instituto Nacional de Saúde Mental do EUA, entre 2 e 4% da população mundial sofre com o transtorno de pânico. O estudo afirma ainda que a incidência é maior nas mulheres, numa proporção de 2:1 em relação aos homens. O problema é tão sério, que muitas vezes afasta totalmente a pessoa do convívio social. Não pense você que o problema aflige a pessoas que estão tristes da vida por estarem desempregadas, sem companhia ou não serem tão articuladas ou criativas, Fábio foi categórico: “são pessoas extremamente produtivas no nível profissional, possuem alto nível de criatividade, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres e são muito exigentes consigo mesmas”, concluiu o psicólogo.

Não há grupo de risco No mundo das celebridades não é difícil encontrar alguém que tenha vivido ou ainda esteja convivendo com o transtorno do pânico: a apresentadora da TV Fama, Monique Evans é uma delas, mesmo usando medicação afirma não ter resultado. Ela revelou inclusive que quando sai de carro esquece onde está e que hábitos do dia a dia como comer e tomar banho também são esquecidos. Outra figura conhecida dos brasileiros que lutou contra a doença foi Angélica, também apresentadora, ela revelou ter sofrido com um início de síndrome do pânico, por volta do 23 anos, quando deixou seu programa infantil, mas fez análise e procurou entender aquilo tudo. No Brasil cerca de 5% da população é atingida pelo problema. De acordo com Eliane Cristina Juscelino, cantora gospel, que está em

Fatores influenciadores • Os ataques de pânico estão relacionados muitas vezes, a causas e fatores ambientais, históricos (coisas que aconteceram ao longo da vida) e sócio-culturais. • Fatores genéticos por si só, não explicam os acontecimentos, já que as reações do sistema nervoso simpático, que surgiriam, geralmente, diante de perigos reais, aparecem em situações que não existe perigo. Logo, compreender a história de vida de quem tem o a doença é crucial para o seu tratamento. Mesmo porque, os pacientes que sofrem de ataque do pânico costumam apresentar muitas características em comum. • Outras características que têm sido observadas naqueles que desenvolveram o transtorno são a privação afetiva, a dependência emocional e a passividade nas relações interpessoais. tratamento há três anos, os ataques surgem ‘do nada’: “De repente eu senti frio como se estivesse no inverno, um medo assombroso tomou conta de mim, sem motivo nenhum. Meu coração disparou, tive dor no peito e achava que algo terrível fosse acontecer. Então me agarrei em minha mãe e quase não conseguia respirar, é uma sensação horrível”, relatou Eliane. A mãe, Adélia Juscelino, declarou que é muito difícil lidar com a pessoa nos momentos de crise: “nem ao banheiro ela ia sozinha, era um medo sem fim”.

balhar, por isso estou de licença médica há dois meses”, declarou.

Diagnosticar o quanto antes é o melhor remédio!

Quando necessário, são usados, dois tipos de medicamentos: Benzodiazepínicos - Que têm função tranquilizante, atuando principalmente no início do tratamento até que o equilíbrio do sistema nervoso esteja restaurado e inibidores de recaptação de serotonina - Que têm função regular a produção de neurotransmissores no sistema nervoso central, impedindo assim o surgimento de crises de pânico.

Os primeiros ataques são assustadores e surpreendentes, porque acontecem com pessoas que até então levavam uma vida normal. Mas depois disso, há uma reviravolta na vida pessoal, profissional e afetiva, principalmente porque os lugares onde aconteceram os ataques de pânico passam a ser evitados, limitando atividades pessoais e profissionais importantes. Como relata a assistente administrativa, Roseana Lima da Costa Pereira, de 30 anos: “Quando me preparo para sair, tenho uma horrorosa sensação no estômago e me apavoro pensando que vou ter outra crise, de tanto medo que tenho. Não consigo tra-

Para o Dr. Fábio é importante observar os sinais iniciais, pois com o diagnóstico precoce o tratamento é eficiente. “O acompanhamento médico em muitos casos é necessário, contudo, a psicoterapia, principalmente a terapia comportamental (TC), tem se mostrado muito eficaz no tratamento de pessoas com transtorno do pânico, a TC busca promover o autoconhecimento, levando o paciente a compreender momentos da sua vida que desencadeiam as crises, evitando-as”, explicou.

Serviço: InPA - Instituto de Psicologia Aplicada SGAS 910 Mix Park Sul Bloco E Sala 42 www.inpaonline.com.br clinica@inpaonline.com.br (61) 3242.1153 55


CIDADE

Obras na EPTG serão concluídas somente em 2010 Modernidade, fluidez no trânsito e qualidade de vida. Estas são propostas para a nova EPTG Por Sabrina Brito Fotos Divulgação

É

com a ideia de presentear a Capital Federal, que irá comemorar seu quinquagésimo aniversário em abril de 2010, que o Governo do Distrito Federal pretende inaugurar o primeiro trecho da nova EPTG, obra do Programa Brasília Integrada e também chamada de Linha Verde. A proposta da nova estrada é ligar o final da Asa Sul à Ceilândia, passando por Taguatinga, Águas Claras, Vicente Pires e Guará. As demais obras de transporte que compõem o Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal e Entorno (PDTU), deverão ocorrer até o ano de 2012. Ao longo dos 12 quilômetros da EPTG, serão integrados, ao sistema de transporte, cinco novos viadutos. Além disso, a Estrada Parque também será ampliada, passando a ter mais duas pistas, que darão acesso aos bairros.

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Serão construídas, ainda, 17 estações paralelas e um corredor exclusivo para ônibus situado no canteiro central da via. Segundo o Secretário de Transportes, Alberto Fraga, esses ônibus terão passagens integradas ao sistema de micro-ônibus, que deixarão os passageiros nas novas pistas e na Estação Terminal do metrô na Asa Sul, que fica no Setor Policial Sul. O projeto dispõe de 400 novos carros adaptados com piso baixo, acesso para deficientes, portas para os dois lados e capacidade para 150 passageiros. No projeto também está prevista a construção de vias marginais, ciclovias ao longo de toda EPTG e bicicletários em todas as estações de ônibus. Para o Secretario, a EPTG é a principal via de transporte do DF, sendo trajeto de 140 mil veículos e quase um milhão de pessoas, e para ajudar a desafogar

o trânsito durante as obras, os motoristas poderão contar com rotas alternativas como a pista que liga a EPTG ao Setor de Inflamáveis, localizada atrás do SIA. As obras na nova EPTG serão feitas com um empréstimo estimado em R$ 244 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que também deve financiar grande parte das obras do Brasília Integrada nos próximos anos. As licitações para as obras da Linha Verde já foram encerradas e o consórcio vencedor da licitação internacional é formado por três empreiteiras brasileiras: Mendes Júnior, Serveng e CR Almeida. Para que seja entregue na data prevista, as empreiteiras licitantes tocarão os serviços em três turnos, inclusive aos finais de semana e feriados. Quanto à avaliação ambiental do Programa, o Secretário garante


que as obras estão devidamente materializadas no Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica RAAE e inseridas nas exigências do BID. “As soluções apresentadas têm relação direta com a resolução dos reais problemas de gestão de transporte público coletivo no Distrito Federal, apresentando informações sobre as consequências sócio-ambientais das diferentes intervenções, de modo a permitir

que correções de rumo, quanto a eventuais impactos negativos, sejam apropriadamente adotadas em tempo hábil em todas as fases do Programa”, explica. Existem ainda outras intervenções previstas para serem concluídas até 2012 que darão passagem à modernização nos sistema viário e no transporte de passageiros no Distrito federal. São elas: a constru-

ção de um anel rodoviário, ligando as BRs 020 (Brasília/Salvador), a 040 (Brasília/São Paulo e a 060 (Brasília/Goiânia), a ampliação do sistema de metrô com a construção de duas estações em Ceilândia e duas em Samambaia, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos entre o Aeroporto de Brasília; além da aquisição de 12 trens e a construção de um túnel rodoviário no centro de Taguatinga.

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MODA

A mulher que veste Letícia Gonzaga É uma mulher sofisticada, que gosta de moda, utiliza ferramentas para complementar seu look de maneira elegante! Por Liana Alagemovits Fotos Divulgação

H

oje se fala muito em como uma mulher pode ser moderna e contemporânea tanto na sua carreira, como nos seus afazeres diários, na sua maneira de vestir, protagonizando um estilo prático e sofisticado. Quem pode falar sobre isso é a empresária do ramo da moda, Maria do Carmo Torres Gonzaga, 59 anos, idealizadora da marca Letícia Gonzaga, que leva o nome da sua 58

primeira filha, também apaixonada pelo bom gosto. Sem dúvida, hoje a marca LG já se tornou sinônimo de elegância na Capital Federal. A empresária começou a conquistar clientes e a fazer uma carreira sólida em 1965, ao lado de sua irmã, Ana Maria Torres Carneiro, em Belo Horizonte, Minas gerais. “Eu ficava impressionada porque ela sabia escolher tecidos e criava belíssimas peças.”, lembrou Maria do Carmo ao afirmar que de tanto observar, criou gosto pela moda e, desde então, vive uma grande

paixão por tudo o que tem feito. Ela lembra bem que 1987 foi um marco em sua carreira. Justamente neste ano, decidiu abrir seu próprio ateliê de costura, realizando o sonho de lançar sua marca e também de conquistar novos clientes que pudessem alavancar sua criação. “Tudo aconteceu naturalmente, conforme a demanda. Com o tempo, tínhamos que aumentar também a produção, mas sempre de olho na qualidade, que até hoje não abro mão. E assim, fomos crescendo, construindo uma equipe e um


nome sólido”, disse à empresária que comanda pessoalmente a linha de produção e criação de cada peça que vai para exposição. Desta forma, foi fácil para Letícia Gonzaga conquistar uma clientela fiel que valorizou suas peças e hoje lhe dá subsídio para se lançar em novos vôos, como o lançamento de acessórios sofisticados, complementanado suas peças. “Vestir Letícia Gonzaga é assumir uma imagem clássica e moderna”, teoriza Maria do Carmo ao descrever suas roupas dispostas em um simpático ateliê na 506 sul. “As pessoas vêm até aqui porque preferem um lugar calmo e um atendimento personalizado”, confessa ao falar do seu escritório, do showroom e da sala de produção, que ficam no mesmo prédio onde administra uma equipe de profissionais. Por permanecer no ramo da moda há 20 anos Maria do Carmo se declara guerreira. “Estar no mercado é uma coisa. Estar no mercado há tanto tempo, é uma vitória”, afirma orgulhosa.

Com relação a se vestir bem e estar chique, Maria do Carmo é sincera e não poupa alfinetadas para o exagero. Segundo ela, para ser notada não é preciso se transformar em uma vitrine ambulante. Ela acredita que as pessoas devem procurar usar peças harmônicas, além de estar sempre atentas ao equilíbrio do que é oferecido em cada estação. No final das contas, vestir bem é estar sempre pronta para qualquer ocasião.

Comandando a marca Letícia Gonzaga, Maria do Carmo entende muito bem o que as mulheres querem. “Elas exigem qualidade, conforto, beleza, e peças com um toque de sofisticação, que Brasília exige”, finaliza a empresária. Serviço: Letícia Gonzaga 506 Sul, Bl. B, entrada 27 (61) 3244.8797

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COMPORTAMENTO

O que é traição, afinal de contas? No Brasil o adultério deixou de ser crime e ilícito penal, mas continua sendo um ilícito civil passível de indenização

Por Luciana Vasconcelos Reis Fotos Lecino Filho

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alar sobre traição não é fácil! Há muita polêmica sobre o assunto: há aqueles que acham que trair é só quando há envolvimento sexual, enquanto outros acreditam que para trair basta que haja o desejo, um olhar diferente, conversas mais íntimas ou brincadeiras pela internet, por telefone... Ainda que os gestos pareçam pequenos, a intenção deles representa muito. Para quem trai, apesar de exigir criatividade e muitas vezes “cara de pau”, é o prazer do diferente, do proibido e da novidade, mas atitudes assim podem representar a destruição da parte traída, é incontestável que a perda do afeto traz dor, desespero, depressão, tristeza e outros sentimentos negativos, além de acabar com a autoestima da pessoa. Mas o que é traição, afinal de contas? Para a especialista em Psicologia Comportamental Cognitiva, Drª. Alessandra Regina Rodrigues, que trabalha há 14 anos em Brasília, a resposta é simples e invariável: “Quando se quebra um contrato com alguém ou alguma entidade, seja o contrato explicito ou não, você está traindo. Você trai o seu amigo quando mente 60

pra ele, quando o engana, trai quando jura que não irá ao shopping e vai, comprando um acessório que afirmou que não compraria, seja paquerando no semáforo ou mesmo tendo um ‘caso’, afirmou Alessandra. Psicologicamente falando, superar a traição é sempre difícil. Seja entre amigos, colegas de trabalho, parentes, virtual ou imaginária, a verdade é que alguém sempre sai machucado. Embora existam diversos tipos de traição, a que parece causar mais danos é a da pessoa amada. A parte ofendida sente um aperto no peito que parece interminável, como relata Débora Cavalcante de Moraes, que em seu casamento de 17 anos com Felipe, viveu momentos inquietantes: noites sem dormir e muitos questionamentos, alguns deles, amargos: “eu sabia que ele saia para beber, mas tinha certeza que nesse meio ele se relacionava com outras mulheres. No início eu até o ia junto, para não dar motivos, já que as pessoas dizem que as mulheres devem acompanhar os maridos, mas de nada adiantou, eu percebi que não importava eu estar perto. Quando eles estão dispostos a trair, irão fazê-lo de qualquer forma”, lembra com uma certa mágoa na voz. Atualmente, depois de três anos de terapia e alguns medicamentos nos

momentos mais depressivos, ela tenta reconstruir sua vida. “A pessoa que comete a traição não tem noção do estrago que faz, eu costumo dizer que se você quer destruir uma pessoa, traia”, ressaltou a Drª. Alessandra. Ela afirma que do total de pacientes que procuram a clínica, 60% são de casais que tentam retomar o relacionamento arrasado por momentos ou até anos de traição. “Hoje há mais liberdade em todos os sentidos e como as mulheres estão mais independentes, a traição tornou-se de certa forma mais comum, logo, é um problema que aflige os dois gêneros e é um fenômeno mundial, independente da cultura.


Motivos que podem levar a traição: Insatisfação no relacionamento, mesmice, rotina, a falta de romance, de autoestima, de aventura e de emoção, podem acabar com a sensação gostosa do frio na barriga da época de namoro. Cabe a cada um quebrar os protocolos na hora de amar, vale usar uma roupa mais ousada, um perfume diferente para atrair o parceiro. Inove também na hora de resolver problemas do dia a dia, nada de estresse. A pisicóloga alerta que é preciso manter acesa a chama da paixão, do tesão: “Saia para jantar fora, mande torpedos, e-mails, vá ao cinema, a um bom restaurante, ligue apenas para dizer ‘amo você’, vá ao shopping, quer dizer, renove o relacionamento fora da rotina diária, porque se você não desejar, não vai querer estar perto, logo a coisa descarrila”, aconselhou Alessandra.

Trair pode sair caro! Desde a criação do mundo existe traição, na época bíblica o deslize era condenado com a morte por apedrejamento. Em outras culturas costumavam deixar as mulheres nuas na rua e cortar-lhes os cabelos, mas os tempos mudaram. Hoje o adultério, que era considerado crime e ilícito penal, pelo Código Penal Brasileiro há até pouco tempo, foi rebaixado a ilícito civil pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sancionou a Lei 11.106 de 2005, revogando o artigo 240, aproveitando o Dia Internacional da Mulher. O ilícito civil, por importar em grave descumprimento do dever de fidelidade, essencial em sociedades de famílias monogâmicas, quando comprovado e, se desse ato ilícito decorrer dano moral, haverá o direito à indenização da parte ofendida.

Atitudes de um traidor (a) Começa a gastar dinheiro em coisas que você não sabe Compra roupas intimas Leva o celular até quando vai ao banheiro ou esconde a conta Atende algumas ligações escondido ou desliga logo, dizendo que foi engano Não demonstra mais interesse por sexo ou intensifica a frequência do mesmo Irrita-se com muita facilidade Fica mais amável do que o normal Fica vaidoso(a) e compra roupas novas Costuma exagerar nas crises de ciúme Anda gastando mais que o habitual Trabalha até tarde e vive tendo reuniões no final de semana Tem sempre desculpa para os atrasos: trânsito, cafezinho com amigos, pneu furado

Mitos e verdades

contabilizar conquistas para se afirmar.

• Homem trai mais do que mulher? No Brasil, assim como em todo o mundo, é maior o número de traição por parte dos homens. Segundo o Projeto Sexualidade (Pro-Sex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o índice de traição masculino ficou em 50,6% e o feminino em 25,7%, em cinco regiões pesquisadas

• Em relações de muitos anos a traição é praticamente certa? Para todo caso há exceções. Existem inúmeros casais que vivem durante toda a vida um para o outro sem que haja traição. Muitos por carinho e respeito e outros por medo de perder a relação ‘perfeita’ que construíram ao longo dos tempos.

• Quem ama de verdade não trai? Pode trair sim, principalmente no tocante aos homens, para eles a traição pode ser justificada pelo surgimento da oportunidade, pelo desejo de novidade e aventura, por crises no relacionamento ou até mesmo crises pessoais. No caso das mulheres, elas traem para revidar as escapadas do parceiro, para provar que conseguem seduzir ou para reviver a euforia e excitação do namoro. • Existem pessoas que traem mais? Na realidade o traidor não tem um perfil pré definido, quando a oportunidade surge, os mais afoitos e menos racionais tendem a não resistir. Especialmente àquelas pessoas que adoram

• A pessoa traída sempre sabe da situação? Nem sempre. Muitos afirmam preferir não saber se são traídos. Eles não querem que o fato transpareça, fique evidente, é um processo doloroso e às vezes é mais cômodo fingir não saber. • A traição detona casamento? Não, em boa parte dos casos o casamento continua. No consultório de Alessandra, por exemplo, 60% dos pacientes que viveram infidelidade no relacionamento, realizam a terapia e permanecem juntos. Apesar da cicatriz e da desconfiança permanecerem, há uma tolerância. 61


ARTES PLÁSTICAS

A arte das metrópoles

Zivé Giudice é um baiano que mostra a vida como ela é. Há 30 anos fazendo arte, é referência no campo das artes visuais

Por Sabrina Brito Fotos Lecino Filho

É

em um ateliê pequeno, porém aconchegante que Zivé, assim chamado pelos amigos cria suas obras. Logo na entrada, os visitantes se deparam com uma grande pintura, arranjada com muita luz, sombra, textura e cor. O nome da obra? Floresta. É nesse ambiente colorido e bem humorado que Zivé, às vezes inquieto, mas muito criativo, produz arte, e olha que ela por si só se define: expressam uma alma jovem e cheia de ideas! Zivé cria, do ponto de vista conceitual uma linguagem contemporânea no cenário das artes visuais. As pinturas do artista plástico revelam obras modernas e informais, sugerem propostas que vão desde um palco paisagístico até as 62


criar, até porque, com a proliferação de imagens disponíveis na internet, muitos artistas incorporam esses elementos às suas produções”, explica.

figuras humanas e, principalmente, os temas urbanos. Para ele, a representação e a produção de uma obra, bem como as expressões marcadas pelo contraste das cores, são formas que identificam as peculiaridades de cada artista. “A pós-

modernidade licenciou o artista para produzir o que acha conveniente, assim, uma obra, não é mais pensada fundamentando-se apenas nos estilos dos séculos passados como as tendências do barroco, do naturalismo ou do realismo. Hoje, o artista tem discricionariedade ao

Durante sua trajetória, Zivé expôs suas obras em diferentes galerias, porém, atualmente, as exposições não são mais uma prioridade em sua vida, uma vez que prefere apresentar suas criações em ateliê próprio. “Brasília possui inúmeras galerias e Centros Culturais e ultimamente têm trazido muitas obras interessantes. Questiono a existência de uma curadoria que tenha alguma pertinência com a exposição - não é interessante que, por exemplo, um funcionário público, decida sobre as pautas da mostra. Seria mais sensato o convite de um crítico para avaliar as obras, um comitê especialista ou ainda um artista que tenha intimidade com esta questão”, critica. Serviço: Ateliê Zivé Giudice – CLN 112 Bloco B, sala 101

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GASTRONOMIA

■ Letícia Oliveira

Bacalhau... Prá lá de maravilhoso!!!! Esse foi o ingrediente do I Mercado Gourmet. O evento inaugurou o novo Espaço Gourmet no Mercado Municipal. Com harmonização de Antonio Duarte e culinária do sergipano Marcos Lelis, os participantes se deliciaram com receitas simples, mas requintadas. Um sucesso! foto: Cleber Sousa

Jorge Ferreira, “Brasília é cada vez mais referência para o setor”

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essa edição, interrompo meu passeio gastronômico para falar de algo que você, amante da gastronomia, não pode viver sem participar, ao menos um dia: Uma harmonização de vinhos, com iguarias culinárias. Ferreira atentou para isso e resolveu oferecer aos brasilienses mais essa opção, numa das casas mais charmosas dele, o Mercado Municipal, com a reestruturação do espaço Gourmet. E para que o evento fosse perfeito, para cozinhar, veio Marcos Lelis, o bom aluno do IESB que foi convidado para ser um dos professores do curso de Gastronomia devido ao seu know how e estudante de mestrado da UnB. “A ideia era a de um jantar aula”, afirmou Lelis. Para os vinhos, ninguém melhor que Antonio Duarte, presidente da ABS (Associação Bra-

O Bacalhau... Os alunos do I Mercado Gourmet, que aconteceu no dia 31 de agosto, aprenderam a cozinhar quatro maravilhas com o peixe e uma maravilhosa ambrosia de laranja com queijo coalho grelhado e redução de café para a sobremesa. Para iniciar, Messias (trazido do Mercado Municipal de São Paulo para o Mercado de Brasília por sua especialização no corte do bacalhau), ensinou como comprar um bom peixe, como cortálo, como comprar mais barato. A facilidade era impressionante, ele parecia estar rasgando uma folha de papel, “basta saber o ponto certo, venham adquirir o verdadeiro peixe e eu detalho ainda mais como esse corte deve ser feito”, comentou com 64

sileira de Sommeliers em Brasília) que, com cuidado exemplar, escolheu os melhores vinhos para acompanhar deliciosas receitas de um dos peixes mais nobres da culinária mundial: o Bacalhau, “um orgulho do Mercado”, para Ferreira. As aulas, que incluem todos os ingredientes e vinhos sugeridos, podem ser feitas com o investimento de R$ 140,00. Ao longo da coluna, apresento a receita do prato principal, de sabor ímpar. As demais podem ser encontradas em http://todooamorquehouvernessavida.blogspot.com. Um brinde Jorge Ferreira, pela oportunidade, e parabéns aos chèfs e à Duarte, pelo inebriante trabalho! Todos os ingredientes podem ser encontrados no Mercado Municipal.

foto: Moreno

Messias ensina os participantes a cortar o bacalhau


um largo sorriso. A primeira receita foi um antipasto: Uma saborosa pasta de bacalhau com torradas temperadas esperava pelos participantes. Lelis ensinou como preparou as torradas e a pasta, os comentários foram unânimes – um brinde ao paladar. Em seguida, bruschettas de bacalhau com tomate cereja e ervas frescas... Outra grande surpresa para os participantes devido ao perfume que tomou conta do espaço. Como entrada, brandade de bacalhau

Bacalhau em crosta de azeitonas pretas, aligot de mandioquinha e molho de morangos Ingredientes: Lombo de bacalhau, azeitonas pretas, azeite de oliva, mandioquinha, creme de leite, queijo gruyère, morangos, vinho tinto suave, açúcar refinado, limão siciliano (zester), azeite de azeitonas para finalizar os pratos. Preparo: Do bacalhau: primeiro, dessalgue o lombo do bacalhau. Logo após, seque as azeitonas no forno em baixa temperatura por aproximadamente seis horas, liquidifique com azeite em seguida. Depois envolva o lombo do bacalhau no azeite escuro e, em uma frigideira, aqueça-o rapidamente. Do aligot: asse ou cozinhe (com casca) a mandioquinha. Em seguida, faça um purê e acrescente o queijo gruyère ralado e o creme de leite fresco até dar liga. Do molho de morangos: primeiro, reduza o vinho à metade, depois corte os morangos em quatro partes, acrescentando-o ao vinho reduzido, fora do fogo, com a panela aquecida. Por fim, acrescente as raspas de limão, adoçando se necessário. (*) O chèf não forneceu as quantidades, há de se ter sensibilidade, de acordo com o número de pessoas que se sentarão à mesa.

com micromix de folhas verdes e azeite de ervas, esse último também, os participantes aprenderam delicadamente como prepará-lo, um dos segredos da receita. O prato principal, bacalhau em crosta de azeitonas pretas, aligot de mandioquinha e molho de morangos, dividiu opiniões devido ao forte gruyère – alguns queriam um queijo mais suave, mas as composições e criatividade do chèf agradaram a todos.

foto: Moreno

Ao centro, Lelis apresenta o prato principal ladeado de sua equipe

Duarte, sempre muito fidedigno na descrição dos vinhos, avisou aos participantes, a criatividade de Lelis com os pratos foi um desafio para a harmonização, e ensinou: o segredo da harmonização, “as notas do vinho precisam eliminar do paladar, a comida e o sabor da comida deve eliminar do paladar, a bebida”. O primeiro vinho foi o Rosé Dry Cuvée Incontri, um Piera Martelozzo da região de Trentino, Itália, que pode ser encontrado no Mercado Municipal por R$ 67,00. 12% de graduação alcoólica, de cor púrpura e reflexos brilhantes, bouquet de flores e notas de rosas, encorpado e acidez equilibrada. Ótimo com aperitivo, risotto de peixe, salmão grelhado e particularmente com peixe ao molho formaggi. O segundo, o Cartagena Sauvignon Blanc tem classificação ótima compra pelo Guia Gula 2007 e pode ser encontrado por R$ 75,00. Um Casa Marin 2008, da região da cordilheira da costa chilena, com influência marítima do Pacífico e única na produção de vinhos de clima frio de alta classe. Graduação alcoólica 14%, amarelo-palha brilhante, notas minerais muito frescas e com presença de frutas tropicais, corpo delicado e frescor que acompanha muito bem peixes grelhados, frutos do mar, camarões e lagostas. Deve ser consumido entre 7º e 9º. Em terceiro lugar, um Quinta Nova Tinto Douro DOC, de 2004, premiado pela revista Néctar com medalha de bronze. Da região do Douro, Portugal, possui 13,5% de graduação alcoólica, vermelho vivo, aroma jovem e intenso de frutos vermelhos maduros, algum corpo, boa acidez, taninos finos e bons sabores, final acetinado e elegante, acompanha carnes suínas assadas, carnes vermelhas grelhadas, vitela, bacalhau e massas com molhos encorpados. Para encerrar, mais um Quinta Nova LBV Porto, de 2003, da mesma região do anterior. 20% de graduação alcoólica, cor fechada, notas vermelhas e acastanhadas, aroma elegantes e complexo, com a fruta madura rodeada de notas florais, químicas e apimentadas, algum volume e sabores de fruta preta foto: Moreno e chocolate, final macio, doce e envolvente e que deve ser apreciado com queijos fortes, oleaginosas torradas, doces de nozes, castanhas ou à base de chocolate. Valor no Mercado, R$ 122,00. Duarte, à esquerda de Lelis, cuidou de toda a harmonização

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MUNDO ANIMAL

Cavalos árabes, campeões cobiçados Belos, elegantes e velozes, os puro-sangue árabes têm conquistado cada dia mais espaço entre os admiradores de cavalos e a preferência, quase absoluta, dos competidores do enduro equestre

Por Ana Helena Melo Fotos Divulgação

C

onsiderados jóias por seus criadores e motivo de orgulho e paixão por toda a família, os cavalos árabes sempre foram destaque no mundo dos fissurados por equinos nobres. A raça não é destaque só por sua beleza, estes animais são conhecidos pela boa saúde, inteligência, força, agilidade e principalmente pela elegância. “O seu andar é característico, consegue saltar um obstáculo com a cabeça e a cauda erguidas”, define o veterinário Marcos Fernandes. Distinguir o puro sangue árabe dos demais cavalos não é tarefa complicada. Estes animais possuem o nariz e as orelhas pequenas e os olhos grandes. A sua grande mobilidade dá-se, principalmente, ao arco que se forma ao unir a cabeça e o pescoço, chamado “mitbah”, o que

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facilita a mudança de direção com agilidade e rapidez. Outra diferença é anatômica. “Os cavalos árabes têm uma formação óssea peculiar: são 17 costelas, uma vez que as outras raças têm 18; cinco ossos lombares, sendo que nos outros cavalos são seis; e 16 vértebras, nos outros são 18”, afirma Marcos.

O cavalo árabe e enduro, perfeita combinação! A palavra enduro é uma abreviação de endurance, que em inglês é sinônimo de resistência. O enduro equestre de competição é uma modalidade esportiva originária do turismo equestre, onde o cavalo e cavaleiro devem percorrer uma trilha com obstáculos naturais, demarcada em um tempo pré-determinado, ou em velocidade livre. Vence a prova o cavalo que chegar ao final no menor

tempo, ou no tempo mais próximo do ideal, dependendo do tipo de regulamento. O enduro é praticado em quase todos os países da Europa, na Oceania, América do Sul, Estados Unidos, África e Oriente Médio. Membros da Associação Brasileira de Cavalos Árabes (ABCCA) já comprovaram que a raça demonstra maior resistência, rusticidade, qualidade e melhor performance, o que pode ser verificado na prática através dos resultados obtidos por eles. O árabe é um animal mais dócil, tem mais resistência nos cascos e pernas, não são propensos a defeitos graves de estrutura. Juntando-se a isso tudo, a disposição e espírito do árabe, sem dúvida temos o cavalo ideal para a prática do enduro equestre, é o que afirma o presidente da associação, João Roberto Sorvilo, no site da instituição.


Um raça em constante melhoria Trazidos para o Brasil somente em 1930, pela cavalaria brasileira fortemente instalada no Rio Grande do Sul, a raça de cavalos árabes, segundo contam os estudiosos e apaixonados pela espécie, teve sua origem há aproximadamente 2.200 anos nos reprodutores selvagens dos desertos da Arábia. Conta a história, que naquele tempo, estes cavalos eram utilizados pelos impérios militares dos caldeus, persas, hititas e assírios, em permanente tentativa de expansão. Com

Um sortudo criador de um garanhão árabe A criação de cavalos árabes no Brasil teve impulso de 1965 a 1978, período em foi fundada a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA), por Aloysio Faria. Nessa época, foram realizadas as primeiras importações de porte e também os primeiros leilões. De lá para cá, os compradores se tornaram mais exigentes, o brasileiro trocou a quantidade pela qualidade e a partir daí, os animais brasileiros alcançaram o sucesso entre criações de todo o mundo. Atualmente, a produção do cavalo árabe no Brasil é reconhecida internacionalmente.

a decadência desses impérios militares, os cavalos eram capturados pelos beduínos que já haviam percebido o potencial da raça e pretendiam cruzar os animais com os seus, vindos da América Central - os andaluz. Assim os cavalos de guerra da raça andaluz se miscigenaram com os selvagens árabes através dos séculos, formando as manadas dos beduínos que migravam constantemente em busca de alimento e aperfeiçoando a raça dos selvagens árabes.

Exemplo desse sucesso na capital federal é o criador e apaixonado por cavalos, Rogério Torkarski. Criador de cavalos e ovinos há mais de 20 anos, Rogério teve, em parte sorte e talento – como ele mesmo define, ao adquirir um puro árabe, futuro campeão. Hoje pai e avó de campeões, o cavalo garanhão Nawwak Na é o menino dos olhos de Torkarski, sozinho, deu ao Haras e Rancho Torkarski o prêmio de segundo melhor criadouro de cavalos árabes do Brasil. O criador possui hoje mais de 500 doses congeladas de sêmen de Nawwak Na, hoje com 17 anos. Para Torkarski, o sucesso de Nawwak Na, geneticamente comprovado, dá-se, entre outras qualidades, à capacidade do espécime de manter os batimentos cardíacos equilibrados mesmo após percorrer longas e tortuosas distâncias.

ção de se juntar ao mundo dos criadores de cavalos: “Encontre bastante tempo para se dedicar a essa prática, visite boas exposições e dê bastante trabalho aos futuros garanhões – façaos reproduzir bastante e competir”. Serviço: Haras e Rancho Torkarski DF 250, km 38, Núcleo Rural Taquara – Planaltina-DF (61) 9208.9908

Torkaski dá dicas a quem tem a inten67


JORNALISTA APRENDIZ

Um novo modo de habitar o planeta

A bioconstrução pode ser um passo para uma ocupação mais consciente Fotos Cíntya Feitosa

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er responsável por sua própria existência e ocupar o ambiente de forma menos impactante. Essa é a proposta da bioconstrução, que vem ganhando espaço entre as pessoas que se preocupam com o futuro do planeta. Soluções como energias renováveis, aproveitamento da água das chuvas e até construções que não agridem a topografia do terreno são atitudes que colaboram com uma ocupação consciente e menos agressiva. A bioarquiteta Nara Gallina, que atua na área há dois anos no Distrito Federal, Goiás e Florianópolis, diz que a diferença da bioconstrução são as fontes de matéria-prima e o processo de produção. Num projeto de bioarquitetura, é preciso conhecer os gastos energéticos envolvidos e os recursos disponíveis. A preocupação inclui até o lixo produzido durante a execução do projeto. "Esse conhecimento é importante para conscientização de uma nova geração que sofrerá mudanças econômicas, sociais e climáticas", avalia a profissional. Nara conta que a procura por projetos de bioarquitetura aumentou. Para 68

ela, é importante a preocupação, já que as pessoas estão ligadas ao meio ambiente e são membros dele. "Tudo faz parte de um sistema só: você cuida de si, cuida do meio ambiente, dos excedentes, dos vizinhos e assim por diante. É um ciclo", diz. Nara afirma ainda que esse tipo de projeto promove uma conscientização sensorial, em que o indivíduo se perceberá como integrante da natureza.

Casa Taboca O condomínio Solar da Serra, no Jardim Botânico, abriga a Casa Taboca. Localizado na bacia do Ribeirão Taboca, na área de proteção ambiental do São Bartolomeu, o projeto visa encontrar soluções técnicas e socioambientais para uma ocupação consciente da região, buscando integrar a necessidade de moradia, paisagem e recursos naturais disponíveis.


Inicialmente, a casa sede do projeto foi construída como qualquer outra: o espaço foi desmatado e ocupado, e não houve preocupação com alternativas energéticas ou reaproveitamento de recursos. Após um tempo, o proprietário passou a buscar saídas para amenizar o impacto causado à natureza. A bióloga Taís Benato, que trabalha no projeto, diz que desde a forma de ocupação do terreno é preciso se preocupar com os impactos. Para ela, a topografia do local pode se tornar um diferencial na construção. Na Casa Taboca, por exemplo, foram construídos decks, que formam varandas em harmonia com a natureza exuberante ao redor da casa. "Aproveitando o terreno, não se perde a diversidade de ambientes. Ficamos perto da copa das árvores", diz. A casa é uma verdadeira inspiração para quem procura alternativas ambientalmente responsáveis na construção. Há aproveitamento de água da chuva para utilização nos jardins e o terreno não foi totalmente impermeabilizado, o que permite o retorno da água ao solo. Além disso, todo o esgoto do banheiro é tratado adequadamente para o retorno da água aos lençóis freáticos e aproveitamento de dejetos para adubo.

A chamada água cinza, proveniente de máquina de lavar e tanques, é utilizada no "círculo de bananeiras". As bananas, no crescimento, necessitam de muito potássio. O elemento, de origem mineral, é encontrado em abundância na água com sabão. O lixo orgânico produzido vai para o minhocário. As minhocas processam o lixo e o transformam em húmus. Taís considera todas essas alternativas viáveis. "O que acontece é o acúmulo de resíduos e, depois, problemas que têm que ser resolvidos social e politicamente. É importante que cada um se responsabilize pelo seu pedacinho de terra", avalia. Na construção da casa, foi utilizada madeira de eucaliptos, planta que não é nativa, nascida em florestas controladas. O ambiente busca aproveitar a luz natural, com vidros e janelas grandes, evitando o desperdício de energia. Para evitar o gasto desnecessário de água, as torneiras têm menos pressão e a descarga do vaso sanitário chega a utilizar metade da água que uma descarga comum necessita. Segundo Tais Benato, algumas regiões residenciais, inclusive a da Casa Taboca, nem poderiam ser ocupadas.

Mas, diante da necessidade, é preciso buscar uma forma sustentável. "Já que essas áreas vão ser ocupadas, a ideia é tentar fazer isso da maneira mais sustentável possível, impactando menos o ambiente, para que a gente consiga viver em harmonia com a natureza", aponta. O projeto trabalha junto com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e Ministério Público para criar instruções normativas para ocupação correta dessas áreas. Aos interessados, a Casa Taboca indica profissionais especializados, locais para compra de materiais e até realizam o mapeamento do terreno para apontar soluções. A pesquisa demanda tempo e o custo pode ser um pouco maior. "O investimento inicial é um pouco mais alto, mas com o tempo você acaba ganhando", analisa Taís. De acordo com Nara Gallina, em Brasília há o escritório ArquiNatura (bioarquitetura, urbanismo e permacultura); o IPOEMA (Instituto de Permacultura, Organizações, Ecovilas e Meio Ambiente), ambos disponíveis para projetos, consultorias e cursos; e o Trilha Mundos - projetos socioambientais.

IMPRENSA Cíntya Feitosa é aluna de jornalismo do IESB SGAS Quadra 613/614 - Av. L2 Sul Coordenadora Responsável: Daniella Goulart Rodrigues Silva (61) 3340.3747

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MÚSICA

Você é um daqueles que acha que nesse novo milênio o som das bandas ao vivo vem gradativamente perdendo espaço ante à febre dos DJs e do mundo hip-hop? Então mude sua cabeça...

Por Rafaella Ailgup Fotos Divulgação

E tenha certeza de uma coisa, ser DJ é um dom. Ninguém se torna um de uma hora 70

foto: Lecino Filho

M

uitos pensam que uma coisa está surgindo em detrimento da outra, mas você não precisa se deixar levar por essa conversa. A profissão DJ já é muito antiga e não é coisa do século 21 não! E sempre conviveu com outros estilos musicais, ou melhor, a discotecagem é essência e vive das variedades musicais que existem... Do rap ao sertanejo, do rock ao axé, tudo pode ser convertido para as pick ups. E para falar disso com mais propriedade, a Plano Brasília foi entrevistar dois DJs. um que tem na atividade uma paixão antiga, Jorge Jagger, e outro que vive da paixão e que está sempre com novos projetos para atrair o público de Brasília, DJ Maffra, que com outros amigos DJs apresenta o House 4 Excellence.


para outra, simplesmente fazendo um curso. É obrigatória a responsabilidade musical, estudar técnicas e ter conhecimento de som. Estar sempre antenado com o mundo musical é indispensável e um ingrediente que não pode faltar é muita vontade de divertir aos outros e a si próprio. Um candidato a DJ consegue analisar a música, sentila e seus arranjos. Se emocionar, literalmente, quando uma batida, um vocal ou um arranjo tocar nos seus ouvidos. Músicas lembram momentos, fazem você viajar... Você consegue analisar sentimento na batida e visualizar as feições da música. Jorge Jaegger Formado em matemática e servidor da Receita Federal, foi nas festinhas desde quando veio para Brasília, aos 13 anos, que Jorge se descobriu: Adorava cuidar do som, enquanto os outros só gostavam de dançar! Estamos falando dos anos de 1970... “Fui pegando o gosto, comprando discos nacionais e internacionais (itens caros na época), eu preferia o disco ao tênis”, contou. Uma das grandes paixões foi o LP do John Travolta, Saturday Night Feevers. A partir daí, tudo era motivo para Jorge Jaegger ser o organizador de festinhas da galera. Ser DJ nunca foi base profissional de Jorge, por muitos anos foi um hobby. O reencantamento e o retorno à dedicação aconteceu em 1997, quando Jaegger resolveu, com mais dois amigos, montar a boate Mikra. “Adorava quando um DJ faltava, porque eu assumia o som”, revelou. Desde esse fato, voltou

a investir na profissão paralela e a tocar, aliando prazer a retorno financeiro. Jorge lembra que uma das coisas essenciais para um DJ é bom gosto! Mas cuidado, o bom gosto não está ligado ao gênero A ou B, mas ao fato de o profissional estar “antenado” com o gosto do público para quem vai tocar. “Esse é o segredo do sucesso”, garante. Serviço: Jorge Jaegger (61) 9983.3384 jjsom@pop.com.br House 4 Excellence Esse é o mais novo projeto dos produtores musicais, DJ Marçal e DJ Jotta, considerados por onde passam, como referência de inovação e entretenimento para o mercado musical atual. Eles discotecam juntos em quatro toca-discos, usando efeitos, sintetizadores. Nessa história entra a poderosa percussão de DJ Maffra e o Sax de Pablo Maia ao vivo. Sem falar dos vocais e outros instrumentos.

DJ & Percussionista, Maffra carrega desde os 12 anos de idade, a paixão por qualquer tipo de batida. Em sua bagagem, podemos encontrar apresentações com inúmeros artistas e bandas consagradas como: Los Hermanos, Paralamas, Barão Vermelho, Titãs, Monobloco, Kiko Perez (ex-Natiruts), Capitão do Cerrado e outros. “Percussão acústica é o meu grande forte, comecei em 2002, sendo residente nos clubs”, contou. Um dos destaques é o do Reveillon Blue Tree (Brasília), outro refere-se aos três anos que está tocando no aniversário de Brasília, o tempo no Pub O’rilley – dois anos e meio, e no Gates Pub. Várias são as casas noturnas pelas quais Maffra já passou. House 4 Excellence já ultrapassou as barreiras da capital e está em turnê em todo o Brasil. Serviço: Carlos - (61) 8115.0795 Brunno - (61) 8538.4076 djmaffra@hotmail.com

www.myspace.com/house4excellence

foto: Divulgação

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PROPAGANDA & MARKETING

You scream, we scream,

ice cream...

Por Rodrigo Capdeville(*) Fotos Arquivo Pessoal

B

arack Obama venceu as eleições com a conquista de novos eleitores e a sua fidelização permanente. Prova disso é que, se contarmos exclusivamente os que votaram na eleição anterior, Obama ficou com 50% dos votos contra 49% de John McCain. Quando analisamos somente os novos eleitores: 71% contra 24%. A base da conquista foi a mídia digital. Eu mesmo, curioso, cadastreime no site do B.O., chegando ao limite de quase contribuir com US$ 20, mas esbarrei em meu bom senso e no impedimento legal de doação de estrangeiros. Passados vários meses da posse, continuo recebendo e-mails que divulgam as ações do presidente eleito. Isso é “pós-venda”? Não, isso é “próxima venda”! O voto ficará mais barato e eficiente para Obama em sua reeleição. É o marketing de relacionamento em sua essência e aplicado em mão dupla, tanto na conquista quanto na manutenção. Os meios digitais permitiram a rapidez e a interatividade necessárias ao perfeito atingimento dos objetivos. O tempero a mais é a autenticidade que transborda de todo o material. Sem ela, duvido que teria sucesso. Obama e o coordenador de campanha, David Plouffe, implantaram um sistema inédito para o marketing eleitoral, na fase pré e durante a campanha. O pós ficou com o inteligente marketing político. 72

A eficácia das ações digitais fazem parte do “grito compartilhado”. Twitteiros, facebookers, blogueiros, youtubanos, orkuteiros de plantão mandaram ver no boca a boca cibernético, multiplicando opiniões e realizando passeatas virtuais pró-Obama pelo mundo inteiro, fazendo valer o que significa “world wide web”. No final foram 13 milhões de e-mails cadastrados, 1 bilhão de mensagens enviadas e cerca de US$ 750 milhões recebidos em doação pela web.

Por aqui, em 2010, os candidatos terão a vontade, mas lhes faltarão a coragem e a determinação de fazer uso de uma linguagem nova e assustadora. A tecnologia, os meios de acesso e os bons profissionais para fazer igual, já temos de sobra. Ferramentas não é o problema. O que não temos é o perfil de candidato ideal para tanto. José Serra tem ensaiado alguns passos nessa direção, sem converter sua simpatia na autenticidade exigida, tão necessária e fundamental. Dilma Roussef tem o perfil de mulher atualizada e com conteúdo para dizer a que veio. É boa gestora, administradora dos pepinos públicos e, como tal, íntima dos procedimentos eletrônicos atuais. Mais uma vez, será que sentiremos a autenticidade que garantirá a eficácia? Para tanto, acaba de contratar a dupla Self-Goodstein, publicitários de Obama. Aécio Neves caberia melhor no figurino do candidato mais autêntico no uso das ferramentas digitais, por ser jovem, boa pinta e antenado. Só que está atrasado.

No plano local, Agnelo Queiroz está fazendo um bom trabalho nessa área, assim como Rodrigo Rollemberg. Mas você imagina Joaquim Roriz tuitando? Arruda passa raspando, se o fizesse... Não se trata de fazer um site bacana, perfil nas redes sociais e blog atualizado, praticamente uma obrigação de todos, e, sim, de ter uma vivência real, um comprometimento tático, uma ação cotidiana e ética com o mundo virtual, que dá dinheiro e voto! Os trópicos tentarão seguir os mesmos passos de Obama. E é bom que sigam. Advirto que, apesar de parecer sem dono e aberto ao que der e vier, o modelo não cabe indistintamente em todos. Não elegeremos sabão em pó, sorvetes ou produtos mal acabados. Vamos eleger ideais autênticos. E, para isso, a rede estará pronta para marchar e gritar junto. Yes, we can!

(*) Rodrigo Capdeville é Diretor Associado da Giacometti em Brasília.



TÁ LENDO O QUÊ?

■ foto: Divulgação Gran Cursos

Rubens César Brunelli Júnior

Juana Ferreira

Ivelise Longhi

José Wilson Granjeiro

Propietária e diretora da Magrela

Administradora da RA-I - Brasília

Diretor-Presidente do Grupo Gran Cursos

Livro: Dom Casmurro Autor: Machado de Assis

Livro: O Vendedor de Sonhos Autor: Augusto Cury

Livro: Inês da Minha Alma Autor: Isabel Allende

Livro: A cabeça de Steve Jobs Autor: Leander Kahney

Estou relendo os principais clássicos da literatura brasileira, especialmente os livros José de Alencar e Machado de Assis. O deputado se impressionou com os romances do cearense José de Alencar, principalmente “O Guarani”, que destaca o heroísmo dos índios guaranis que foram um dos primeiros povos indígenas a serem catequizados pelos portugueses. No momento estou mergulhado na obra daquele que pode ser considerado o maior contista e romancista brasileiro, Machado de Assis, relendo Dom Casmurro.

O livro tem sua história narrada pelo professor Julio César que tentou se suicidar, se atirando do alto de um prédio. O vendedor de sonhos começa a apregoar que o mundo contemporâneo se transformou em um manicômio e que todos nós somos coniventes e construímos essa sociedade, instalando uma dúvida inquietante na mente de todos. A personagem vai ganhando, então, discípulos e, por consequência, inimigos, como a poderosa empresa de tecnologia “Megasoft. Resta a pergunta: o vendedor de sonhos é um louco ou um sábio?

Adoro ler e procuro não perder o bom hábito. Tenho um gosto muito eclético. Leio desde livros técnicos até os romances, e daqueles bem doces. Neste momento, estou lendo um maravilhoso. A narrativa empolgante é descrita como uma epopéia viva, que reúne batalhas violentas e paixões ardentes. O livro reúne uma mescla de romance, ação, sangue e resgate histórico. Inês é uma mulher forte, de vanguarda, que na pacata sociedade do século XVI, trava bravas batalhas na luta pela fundação do reino do Chile. Eu recomendo muito.

Gosto de ler autobiografias de grandes empreendedores, administradores e executivos para aprender com seus erros e acertos. Este livro tem uma leitura rica, fala do líder que criou a empresa mais revolucionária na área de informática, a Apple. É importante ler experiências bem sucedidas, por isso recomendo o livro líderes e pessoas que querem inovar e conquistar mercados.

Deputado Distrital pelo DEM

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FRASES

“Madame, a senhora tem entre as pernas um instrumento capaz de dar prazer a milhões. Basta dedilhá-lo”. Thomas Beecham

“Se pelo menos pudéssemos viver duas vezes: a primeira para cometer todos os inevitáveis erros; a segunda, para lucrar com eles”. D. H. Lawrence

“O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de suas benesses. O do socialismo é a distribuição por igual das misérias”. Winston Churchill

“A História tem, de vez em quando, uns ataques epiléticos”. Cacá Diegues

“Se quisermos prevenir a violência, não precisamos de menos democracia. Precisamos de mais”. Frederic Wertham “Aposto que, dentro de dez anos, ser virgem estará na moda outra vez”. Barbara Cartland, em 1976 “A virtude, como os corvos, faz seu ninho entre ruínas”. Anatole France

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“Todas as mulheres deviam ter catorze anos”. Nelson Rodrigues “Uma mulher sem um home é como um peixe sem uma bicicleta”. Gloria Steinem “Este mundo está se tornando tão perigoso que um sujeito pode se dar por feliz se sair dele vivo”. W. C. Fields

“Uma mulher só precisa de quatro animais na vida: uma raposa no armário, um tigre na cama, um Jaguar na garagem e um burro para pagar por tudo isso”. Mae West


JUSTIÇA JUSTIÇA

■ Roberto Policarpo

A reestruturação do Estado deve ser completa

A

criação de 10.510 vagas no Judiciário em 2010, com previsão de preenchimento imediato de 7.897 delas, é notícia a ser comemorada, já que há muitos anos temos lutado pela reestruturação e pela interiorização da Justiça. Grande parte dessas vagas (8.510) diz respeito à abertura de mais 230 varas na Justiça Federal. O Sindjus participou ativamente do movimento nacional em prol desta lei (Nº 12.011), sancionada em agosto, e que agora viabilizará uma prestação jurisdicional mais eficaz, célere e objetiva na solução de causas federais à população interiorana, contribuindo para a fomentação da cidadania e para o combate à desigualdade social. Como o Ministério Público também espera abrir 6.804 vagas, a expectativa é que sejam mais três ou quatro anos com muitos concursos. Por meio de um processo democrático, a Justiça ganhará um importante reforço para desempenhar suas funções. Porém, se quisermos ter um Judiciário eficiente que atenda às demandas da sociedade é necessário ir ainda mais longe e voltar o foco àqueles que compõem a Justiça. Hoje, por se tratar de uma área estratégica no serviço público brasileiro, as carreiras do Judiciário e do MPU estão defasadas, salarialmente falando, em relação a outras de atribuições semelhantes, como as que compreendem os servidores da Receita Federal e do Banco Central. Além disso, é preciso investir em programas permanentes de capacitação e formação, bem como em instrumentos que proporcionem mais satisfação no trabalho e qualidade de

vida no tocante aos servidores. Também é necessário que a realidade do Estado brasileiro e o papel desenvolvido por esses profissionais cheguem à sociedade sem distorções. Quando se fala em concursos e plano de carreira, logo vem o discurso de que o Brasil está inchado, de que o servidor público trabalha pouco e ganha muito. Esse discurso é responsável pelo sucateamento do Estado e pelo nosso País estar bastante atrasado em matéria de serviços públicos de qualidade em relação às nações desenvolvidas. É preciso que a sociedade tenha a consciência de que o servidor, na maioria dos casos, é um profissional que dedica sua vida, com esforço e paixão, a uma instituição e, por isso, vive sobrecarregado de trabalho e responsabilidade. Em números, o Brasil está muito distante de países europeus e do próprio EUA em relação a funcionalismo público. Isso explica a pesquisa da FGV que relata uma sociedade ainda não satisfeita plenamente com os serviços referentes à Justiça, mas que recorre a essa instituição com frequência. Isso se dá, em parte, pelo número deficitário de profissionais e pela falta de políticas que valorizem aqueles que realmente constroem a Justiça, ocasionado constantes perdas de servidores (conhecimento) para outras carreiras. A máquina pública precisa funcionar para garantir saúde, educação, segurança e, no caso específico deste artigo, JUSTIÇA para todos os cidadãos brasileiros. Para tudo isso funcionar é fundamental que haja profissionais de qualidade em quantidade suficiente para administrar, por

exemplo, os mais 70 milhões de processos que tramitaram na Justiça em 2008. Com a Constituição de 1988 e o reconhecimento dos direitos individuais e coletivos houve um aumento da demanda por prestação jurisdicional sem precedentes em nosso País. Um grande salto em matéria de democracia e cidadania começou a ser dado. O Sindjus, ao longo dos últimos 19 anos, trabalhou pelo aprimoramento do acesso à Justiça, pela qualidade do serviço prestado à comunidade e pelo fortalecimento do Estado lutando por aqueles que conhecem a realidade brasileira e trabalham por um País mais justo – os servidores públicos. Atualmente, são pouco mais de 100 mil servidores subsidiando o trabalho de 15 mil juízes. O anúncio de abertura dessas mais de 10 mil vagas é importante, mas não é o bastante para construir uma Justiça eficiente, célere e transparente como almeja a população. É necessário aprimorar a carreira dos servidores do Judiciário e do MPU. A grande revolução que precisamos em matéria de fortalecimento de Estado e acesso a um serviço público de qualidade passa por investimentos no funcionalismo. Somente por meio dessa reestruturação completa conseguiremos avançar não só em matéria de prestação jurisdicional, mas na construção de uma sociedade mais justa, independente e igualitária. Policarpo é coordenador-geral do Sindjus e autor do blog: www.blogdopolicarpo.com.br 77


DIZ AÍ MANÉ!

Pérolas do ENEM

“Sobrevivência de um aborto vivo”. “O Brasil é um país abastardo com um futuro promissório”. “O maior matrimônio do país é a Educação”. “Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que almenta”. “Os analfabetos nunca tiveram chance de voltar à escola”.

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“O bem star dos abtantes endependente de roça, religião, sexo e vegetarianos, está preocudando-nos”.

mente em sua cadeira, fumando

“É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas”.

“Qual o meio de transporte mais

“E o presidente onde está? Certabaseado e conversando com o presidente dos EUA”.

utilizado no deserto da Arábia?? - O tapete!!”

‘Também preoculpa o avanço regesssivo da violência”.

“Diretas já! foi uma campanha contra as curvas das estradas”.

“Segundo Darcy Gonçalves (Darcy Ribeiro) e o juiz Nicolau de Melo Neto (Nicolau dos Santos Neto)”.

“Jânio Quadro era um grande pintor!!”



PONTO DE VISTA

■ Claudio Abrantes (*)

As cidades da saída Norte merecem mais atenção do poder público

F

ica cada vez mais evidente que o governo do Distrito Federal precisa dar mais atenção às necessidades de investimentos na região da Saída Norte – que congrega o Grande Colorado e as cidades de Sobradinho, Paranoá e Planaltina. Estou analisando um eixo que reúne milhares de moradores e um imenso potencial de crescimento em várias áreas da economia. Longe de desdenhar os recursos que vem sendo empregados na porção Sul, do DF, acredito ser legítimo clamar por uma partilha mais equilibrada nas prioridades de infra-estrutura, beneficiando esse pólo populacional. Entendo que essa modificação deve se iniciar pelas vias de acesso. Nesse caso não serão necessárias muitas palavras para justificar esse pleito. É importante salientar que é pela região Norte do DF que se faz a ligação aos estados do Nordeste brasileiro, grande consumidor de insumos. Com o mesmo propósito, vale lembrar que o mais produtivo centro agrícola do DF, sobretudo a área rural de Planaltina, está na saída Norte. Tendo por referência Planaltina – cidade mais antiga da região, com 150 anos de existência – chama a atenção que a saída Norte tem vocação para se desenvolver em vários segmentos. O turismo, por exemplo, não se resume a um projeto, tampouco a um desejo, 80

pois conta com dotes na área da ecologia, histórica, cultura e religiosidade – resta à população acreditar e o poder público invistir e reconheçer essas oportunidades de desenvolvimento. Para se aprofundar sobre as possibilidades de Planaltina, podemos começar pela Via Sacra ao Vivo, evento reconhecido nacional e internacionalmente que atrai turistas de vários lugares. Nessa mesma linha de raciocínio temos a Festa do Divino. O Vale do Amanhecer, igualmente, desperta interesses em várias regiões. Planaltina também conta todos os anos com a Cruzada Evangelística, que é de grande porte. Ocorre que falta nos dias atuais uma infra-estrutura hoteleira, que pode levar os visitantes a permanecerem mais tempo na cidade. Isso sendo possível, ganha o comércio local e fica fortalecida a oferta de geração de emprego e renda. Planaltina também desponta por suas reservas ecológicas. A mais conhecida é a do Parque Águas Emendadas, mas existem outras áreas que podem atrair para o turismo ambiental. Não podemos deixar de lado o potencial arquitetônico. Ou seja, o Centro Histórico, a Pedra Fundamental, a Igrejinha de São Sebastião, o Morro da Capelinha. Aproveito para lembrar a da Estrada Colonial, também conhecida como Estrada Real. Notem quantos

atrativos numa só cidade! Animador por ora é o projeto de se construir, em Planaltina, um aeroporto de cargas, para aliviar a demanda do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. A promessa é que essa unidade de transporte esteja em funcionamento antes da Copa do Mundo de Futebol, em 2014. Da mesma forma, a futura implantação de uma torre digital no Grande Colorado é também uma informação animadora para a região. Com a concretização desses projetos, ganharão as cidades, mas também se beneficiará o Distrito Federal. Enquanto parlamentar, ressalto que o momento é de reivindicar mais atenção do governo distrital e compromisso intenso das lideranças políticas e comunitárias da cidade em prol desse futuro próximo. Mais do que tudo, conscientizar a sociedade planaltinense e das demais cidades daquela região de sua importância, a fim de alavancar esse protagonismo. Planaltina completou 150 anos em agosto. A meu ver, essas comemorações deveriam servir de símbolo para um salto no desenvolvimento das cidades da saída Norte e do turismo cultural, ambiental, histórico e religioso, que devem estar no centro dessa nova etapa. (*) Cláudio Abrantes é deputado distrital pelo PPS.



CHARGE

EIXO MONUMENTAL

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