Os Maias ~ E.E.

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Escola Secundária Artística António Arroio

Ano lectivo 2009 - 2010

OS MAIAS uma adaptação para o 11º ano C-G-L

EÇA DE QUEIRÓS

Profª. Eli


Eça de Queirós - Biobibliografia

José Maria Eça de Queirós nasceu em 1845, na Póvoa de Varzim e morreu em 1900, em Paris. Estudou Direito em Coimbra, onde conheceu outro escritor, Antero de Quental, de quem se tornou muito amigo. Em 1867 funda o jornal O Distrito de Évora. Com outro escritor, Ramalho Ortigão, publica no Diário de Notícias, em folhetins, O Mistério da Estrada de Sintra (1870). No ano seguinte começa a publicar As Farpas. Concorre à diplomacia, começando por ser cônsul em Havana, depois em Newcastle e a partir de 1888 em Paris. Em Inglaterra, Eça de Queirós escreveu grande parte da sua obra, através da qual se revela um dos mais importantes escritores da língua portuguesa. Eis as suas obras mais importantes: O Crime do Padre Amaro (1878), A Relíquia (1887), Os Maias (1888 – considerada a sua obraprima), A Ilustre Casa de Ramires (1897) e A Cidade e as Serras (1899). Parte da restante obra foi publicada já depois da sua morte.

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FOTOBIOGRAFIA

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PESQUISA: Procurar elementos que permitam: completar e complementar esta fotobiografia de Eรงa de Queirรณs.

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CARICATURAS

SUGESTÕES: Procurar mais imagens. Esboçar uma caricatura de Eça. Fazer a caricatura de um conhecido (amigo, familiar, colega, …)

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OS MAIAS

Obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. É um romance realista e naturalista onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional. A obra ocupa-se da história de uma família – Maia – ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores de Carlos da Maia e Maria Eduarda. Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (na política e na cultura) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.

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fotografia dos desenhos incluídos no trabalho OS Maias – aparências da vida romântica – de Vânia Assis

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QUEM ERAM OS MAIAS?

Os

Maias

antiga

família

sempre

pouco

eram da

uma Beira,

numerosa,

sem

parentela – e agora reduzida a dois varões, o senhor da casa, Afonso da Maia, um velho já e o seu neto Carlos que estudava medicina em Coimbra. Quando Afonso se retirara definitivamente para Santa Olávia, o rendimento da casa excedia já cinquenta mil cruzados: mas desde então tinham-se acumulado as economias de vinte anos de aldeia. Tinha também havido a herança de um parente, Sebastião da Maia, que desde 1830 vivia, sem mais família, em Nápoles, ocupando-se de numismática. Vilaça, o procurador da família Maia podia sorrir com satisfação quando dizia que a família ainda tinha algum dinheirinho para a manteiga de uma fatia de pão. Vilaça tinha aconselhado a venda da Tojeira, mas nunca tinha concordado com Afonso quanto à venda da casa de Benfica. Agora, os Maias, com o Ramalhete inabitável, não possuíam uma casa em Lisboa; e se Afonso naquela idade amava o sossego de Santa Olávia, o seu neto, rapaz de gosto e de luxo que gostava de passar as férias em Paris e em Londres, não queria, depois de formado, ir viver nos penhascos do Douro. Página 9 de 60


E com efeito, meses antes de Carlos deixar Coimbra, Afonso espantou Vilaรงa quando lhe anunciou que decidira vir habitar o Ramalhete. O procurador fez um extenso relatรณrio a enumerar os inconvenientes do casarรฃo: o maior problema era o da casa necessitar de muitas obras.

estrutura de Os Maias

I

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1. Quem são os Maias? 2. Indique o nome dos dois varões da família. 3. Que relação de parentesco existe entre os dois homens? 4. Como classifica a situação financeira da família Maia? 5. Quem lhes deixou uma herança? 6. Qual a profissão de Vilaça? 7. Afonso da Maia seguia sempre os conselhos que o procurador lhe dava? Justifique a resposta. 8. O avô e o neto têm os mesmos gostos? Ilustre a resposta com o texto. 9. Para onde vão os Maias viver quando Carlos acabar o curso de medicina? 10. Afonso da Maia informou que vinha viver para o Ramalhete. Qual foi a reacção de Vilaça? 11. A casa já estava pronta para ser habitada? 12. Como classifica o narrador deste texto

II 1. Em cada uma das séries dadas, indique o intruso: 1.1.

Reduzida, abreviada, atenuada, resumida, relatada

1.2.

Misturara, afastara, retirara, apartara, desligara

1.3.

Excedia, comia, sobrava, passava, sobejava

1.4.

Acumulado, passado, reunido, juntado, armazenado

1.5.

Satisfação, contentamento, inconveniente, gosto, agrado

2. Escreva o antónimo de: 2.1.

numerosa

2.2.

sem

2.3.

reduzida

2.4.

neto

2.5.

definitivamente

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2.6.

mais

2.7.

algum

2.8.

venda

2.9.

inabitável

2.10. extenso 3. Coloque a preposição adequada: 3.1.

Os Maias eram naturais ______ Beira, possuíam um bom rendimento e receberam a herança ______ um parente que vivia ______ Itália.

3.2.

Afonso, já velho, ______ o sossego ______ Santa Olávia, mas Carlos gostava mais ______ luxo ______ vida ______ Lisboa.

4. Releia o texto “Quem eram os Maias” e transcreva os aumentativos encontrados. 5. Elabore duas frases usando aumentativos diferentes. III Afonso da Maia gosta mais da calma, do sossego e da tranquilidade de Santa Olávia. Carlos da Maia prefere a vida agitada das grandes capitais, por isso, nas férias vai para Paris, Londres, e, quando acabar o curso, quer ir viver para Lisboa.

Em

não

mais

de

vinte linhas,

indique gosta

mais

se da

vida no campo ou na cidade, explicando as razões da sua preferência.

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AFONSO DA MAIA VEM VIVER NO RAMALHETE NO OUTONO DE 1875

A casa, depois de arranjada, ficou vazia, enquanto Carlos, já formado, fazia uma longa viagem pela Europa; - e foi só nas vésperas da sua chegada nesse lindo Outono de 1875, que Afonso se resolveu a deixar Santa Olávia e vir instalarse no Ramalhete. Havia vinte e cinco anos que não via Lisboa; e, passados poucos dias, confessou ao Vilaça que estava com saudades da calma, tranquilidade e sossego de Santa Olávia. Mas, que remédio! Não queria viver separado do neto; e Carlos agora tinha ideias sérias de começar a trabalhar em Lisboa. De resto,

não

desgostava

do

Ramalhete, agradava-lhe também muito a vizinhança e gostava até do seu quintalito. Não era como o jardim de Santa Olávia, mas tinha o seu ar simpático, com os girassóis perfilados ao pé dos degraus do terraço, com o cipreste e o cedro juntos como dois amigos tristes e com a estátua do parque, a clara e bela estátua de Vénus.

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1. Acabaram as obras no Ramalhete, mas a casa continua sem moradores. Qual a razão? 2. Quando é que o avô de Carlos da Maia decidiu vir instalar-se no Ramalhete? 3. Quantos anos viveu Afonso da Maia em Santa Olávia? 4. Que confissão fez Afonso da Maia ao procurador? 5. Explique a razão pela qual Afonso da Maia ficou a viver no Ramalhete. 6. Faça a descrição do jardim da casa do Ramalhete. 7. Como classifica o narrador presente neste texto?

II 1.

Em cada uma das séries dadas, indique o intruso: 1.1. arranjada, reparada, laranjada, consertada, restaurada 1.2. chegada, aparecimento, vinda, jantarada, regresso 1.3. confessou, revelou, declarou, passeou, anunciou 1.4. triste, chorosos, presunçoso, desgostoso, magoado 1.5.

2.

3.

bela, curiosa, formosa, graciosa, harmoniosa

Escreva o antónimo de: 2.1.

vazia

2.2.

chegada

2.3.

começar

2.4.

simpático

2.5.

clara

Preencha os espaços com a preposição correcta: 3.1.

Afonso

da

Maia

queria

viver

_________

o

_________ Lisboa _________casa _________ Ramalhete.

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neto


3.2.

Carlos

da

Maia

saiu

_________

Coimbra,

passou

_________ Paris e _________ Londres e demorou-se bastante tempo _________ Oslo. 4. Preste atenção às frases O jardim do Ramalhete não era como o de Santa Olávia. O jardim tinha um ar simpático. 4.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de oposição.

5. Encontre a personificação que se encontra no texto «Afonso da Maia vem viver no Ramalhete no Outono de 1875». 6. Escreva uma frase em que esteja presente uma personificação.

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AFONSO DA MAIA

Afonso era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes: e com a sua face larga de nariz aquilino, a pele corada, quase vermelha, o cabelo branco todo cortado à escovinha, e a barba de neve aguda e longa – lembrava, como dizia Carlos, um herói dos tempos antigos. Afonso amava os livros, a comodidade da sua poltrona, o seu jogo de cartas ao canto do fogão. Vilaça vinha encontrá-lo muitas vezes ao canto da chaminé, com um livro na mão e o seu gato aos pés. Este pesado e enorme angorá, branco com malhas louras, era agora (desde a morte de «Tobias», o soberbo cão são-bernardo) o fiel companheiro de Afonso. Tinha nascido em Santa Olávia, e recebera o nome de «Bonifácio», depois, ao chegar à idade do amor e da caça, fora-lhe dado o apelido de «D. Bonifácio de Calatrava». Agora, dorminhoco e obeso, entrara definitivamente

no

descanso

próprio

das

grandes

figuras

eclesiásticas, e era chamado por «Reverendo Bonifácio».

1. Classificar, quanto à presença, o narrador do texto «Afonso da Maia». 2. Fazer o retrato físico de Afonso da Maia. 3. Indicar os passatempos preferidos desta personagem. 4. Dizer quem é o fiel companheiro de Afonso. 5. Elaborar a descrição desse fiel companheiro. 6. Apontar os nomes que, ao longo da vida, o gato angorá teve.

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Observar a pintura de Van Gogh. Fazer a descrição da imagem. Comparar „este velho sentado‟ com a imagem de Afonso da Maia.

PESQUISA: Recolher informações sobre a vida e obra de Van Gogh. De entre a obra do Pintor, escolher uma. Explicar a razão da selecção feita.

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A vida de Afonso da Maia, em Inglaterra, na companhia de sua mulher, Maria Eduarda Runa

Afonso da Maia estudou literatura inglesa; interessou-se pela cultura, por cavalos, pela prática da caridade; - e pensava com prazer em ficar ali para sempre naquela paz e naquela ordem. Mas Afonso percebia que sua mulher não era feliz. Estava quase sempre pensativa e triste, tossia sempre pelas salas. À noite sentava-se junto do fogão, suspirava e ficava calada… Pobre senhora! A nostalgia do país, da parentela, das igrejas, fazia com que ela ficasse cada dia mais doente. Ela era uma verdadeira lisboeta, pequenina e trigueira, sem se queixar e sorrindo timidamente, odiava, desde a sua chegada a Inglaterra, aquela língua estranha, aquelas pessoas com outra religião. Ela, só à noite, indo refugiar-se no sótão com as criadas portuguesas, podia rezar o terço. Odiando tudo o que era inglês, não consentira que seu filho, o Pedrinho, fosse estudar para o colégio de Richmond. Afonso, para a tranquilizar, dizia-lhe que o colégio era católico, mas a pobre senhora não acreditou e mandou vir de Lisboa o padre Vasques. Às vezes, Afonso interrompia as lições do padre e agarrava na mão do Pedrinho para o levar, para correr com ele junto ao rio Tamisa. Mas a mamã vinha logo a correr, cheia de terror, para embrulhar o menino numa grande manta. Pedro, quando estava na rua, como estava acostumado ao colo das criadas e aos mimos da mamã, tinha medo do vento e das árvores. O pai ficava pensativo e triste por ver a fraqueza do filho…

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1. Afonso da Maia e a sua mulher, Maria Eduarda Runa, estão agora a viver em Inglaterra. 1.1.

Que fazia Afonso da Maia?

1.2.

Como passava os seus dias?

1.3.

A personagem feminina gozava de boa saúde? Justifique.

1.4.

A mulher de Afonso da Maia gostava da língua inglesa?

1.5.

Além da língua, há mais alguma coisa de que a pobre senhora não goste naquele país estranho?

2. O casal tinha um filho pequeno, o Pedrinho. 2.1.

Onde estudava o Pedrinho?

2.2.

Às vezes, Afonso da Maia tomava uma atitude em relação ao filho. Que fazia nessas ocasiões?

2.3.

Pedrinho gostava de ir passear com o pai?

2.4.

Como ficava Afonso da Maia ao ver as reacções do filho?

II 1. Em cada uma das séries dadas, indique o intruso: 1.1.

Interessar-se,

refugiar-se,

ocupar-se,

preocupar-se,

importar-se 1.2.

Pensativa, concentrada, meditativa, absorta, distraída

1.3.

Nostalgia, caridade, saudade, tristeza, melancolia

1.4.

Estranha, igual, esquisita, desconhecida, exótica

2. Preencha os espaços com as formas convenientes dos verbos: 2.1.

Afonso da Maia __________ (estudar) literatura inglesa.

2.2.

A pobre senhora, à noite __________ (sentar-se) junto do fogão e __________ (passar) a noite a suspirar.

2.3.

Afonso da Maia __________ (pegar) na mão do filho e __________-o (levar) a

passear pelas margens do

Tamisa.

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2.4.

O menino __________ (ir) todo embrulhado na grande manta da mãe.

3. Coloque a preposição adequada: 3.1.

O pai interrompia as lições __________ padre e segurava a

mão

__________

menino

__________

o

levar

__________ a rua. 3.2.

O menino era muito medroso, tinha medo __________ vento, e __________ barulhos __________ rua.

4. Preste atenção às frases: Pedro estava na rua. Pedro tinha medo do vento e das árvores. 4.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de tempo.

III Num texto bem estruturado, com um máximo de vinte linhas, escrever sobre o seu passatempo preferido (estar com amigos, ler, passear, praticar desporto, ver televisão, dançar, ir a museus, exposições,…).

Degas

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Pedro da Maia, rapaz mole e instável

Afonso da Maia e a mulher, Maria Eduarda Runa, regressam a Portugal e vão viver para a casa de Benfica. O Pedrinho estava quase um homem. Era pequenino e nervoso como a mãe; a sua face oval de um trigueiro suave, dois olhos maravilhosos e irresistíveis, prontos sempre a choramingar, faziam-no assemelhar a um árabe. Crescera sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a flores, a livros. Era em tudo um fraco; tinha crises de melancolia, que o traziam dias e dias mudo, murcho, amarelo, com as olheiras fundas como se fosse já um velho. O seu único sentimento vivo, intenso, era o da sua paixão pela mãe. Afonso tinha querido mandar o filho estudar para Coimbra, mas a pobre da mãe pusera-se de joelhos diante de Afonso, balbuciando e tremendo: e ele, mais uma vez, lá cedeu perante as súplicas daquelas mãos de mãe, cedeu perante as lágrimas que caiam quatro a quatro pela face da pobre senhora. Pedro continuou em Benfica, dando lentos passeios a cavalo, com o criado fardado sempre a acompanhá-lo. Quando a mãe morreu, Pedro teve uma dor tremenda. Durante muitos meses, vestido todo de negro, apenas saía para ir visitar a sepultura da mamã… Esta dor exagerada cessou por fim; e sucedeu-lhe, quase sem transição, um período de vida turbulenta, cheia de estroinice, em que Pedro procurava afogar em botequins as saudades da mamã. Mas essa exuberância ansiosa que tinha aparecido tão subitamente, tão tumultuosamente, na sua natureza desequilibrada, acabou-se também muito depressa. Também esta forma de vida não durou muito tempo.

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1. Afonso e a mulher regressaram a Portugal. Indique as razões. 2. Para onde foi viver o casal? 3. Trace o retrato físico da personagem principal. 4. Elabore o retrato psicológico de Pedro da Maia. 5. Pedro foi estudar para Coimbra? Justifique a sua resposta. 6. Em Benfica, como ocupava Pedro o tempo? 7. Qual a causa da tremenda dor de Pedro? 8. Como foi a vida desta personagem depois de ter passado o período do luto? 9. Pedro teve uma vida agitada durante muito tempo? Justifique a resposta. II 1. Qual a palavra que, pelo seu significado, não pertence à série em que se encontra: 1.1.

regressaram, voltaram, retornaram, vieram, saíram

1.2.

nervoso, choroso, agitado, impaciente, excitado

1.3.

fraco, débil, gordo, frágil, delicado

1.4.

melancolia, abatimento, tristeza, intenso, mágoa

1.5.

suplicar, durar, pedir, rogar, solicitar

Van Gogh

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PEDRO DA MAIA APAIXONADO

Mas Pedro

da

um Maia

dia… amava!

Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbrante, dessas

uma

paixões

que

assaltam uma existência, a

assolam

furacão,

como

arrancando

um a

vontade, a razão. Numa tarde, estando no Marrare, viu parar, defronte à porta de Madame Levaillant, uma caleche azul onde vinha um velho de chapéu branco, e uma senhora loura, embrulhada num xale de Caxemira. O velho, baixote e gorducho, de barba muito grisalha talhada por baixo do queixo, uma face tisnada de antigo embarcadiço, desceu todo

encostado

ao

trintanário

como

se

um

reumatismo

o

incomodasse, entrou o portal da modista; e ela voltando devagar a cabeça olhou um momento para o Marrare. Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros ondeavam de leve sobre a testa curta; os olhos eram maravilhosos. Não a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento, de bigodes negros, vestido de negro, que fumava encostado à outra ombreira, vendo o interesse de Pedro murmurou-lhe:

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- Queres que te diga o nome, Pedro? E pagas ao teu amigo Alencar uma garrafa de champanhe? Veio o champanhe. E o Alencar, depois de passar os dedos magros pelos anéis da cabeleira e pelas pontas do bigode, começou, todo recostado e dando um puxão aos punhos: - Chama-se… A deusa que tu acabaste de ver chama-se… - André – gritou Pedro ao criado, martelando o mármore da mesa -, retira o champanhe! O Alencar bradou: - O quê? Sem eu saciar a minha tremenda e descomunal sede? Pedro disse-lhe que o champanhe poderia ficar se ele dissesse rapidamente o nome daquela encantadora mulher. - Pois… Eis o nome da deusa loura: Maria Monforte!

Os Cafés de Lisboa, Marina Tavares Dias

(visionamento

explicativo

-

época, contexto histórico e político).

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1. Um dia… Que aconteceu um dia à personagem principal? 1. Numa tarde, Pedro viu parar, defronte do café Marrare, uma caleche azul. Quem eram os ocupantes da caleche? 2. Descreva o ocupante masculino. 3. Faça, agora, a descrição da figura feminina. 4. Pedro não conhecia a senhora loura. Quem se ofereceu para dizer o nome da desconhecida? 5. O amigo era desinteressado? Justifique a resposta. 6. Elabore o retrato do amigo de Pedro. 7. Como se chamava a mulher desconhecida? 8. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão. 9. Indique um diminutivo presente no texto. II 1.

Qual a palavra que, pelo seu significado, não pertence à série em que se encontra: 1.1.

desordenado, caótico, confuso, desregrado, existência

1.2.

suspeitar, colocar, desconfiar, conjecturar, supor

1.3.

dirigir-se, ir, contar, caminhar, andar

1.4.

contrariado, irado, desagradado, aborrecido, descontente

2. Coloque a forma correcta do verbo indicado entre parêntesis: 2.1. Todos os dias Pedro………………… (escrever) cartas a Maria Monforte, depois ………………… (ficar) a conversar com os amigos. 2.2. Afonso da Maia não ………………… (conhecer) a família de Maria,

mas

não

…………………

(gostar)

………………… (contar) os amigos. Página 27 de 60

das

coisas

que

lhe


Releia os textos «Pedro da Maia apaixonado» e «Afonso da Maia vem viver no Ramalhete no Outono de 1875» Transcreva as comparações existentes nos dois textos. Escreva, agora, três frases, usando a figura de estilo chamada comparação.

Num texto bem estruturado, com cerca de vinte e cinco linhas, narre as circunstâncias em que conheceu uma amiga, indicando: o local e o momento; as pessoas envolvidas; as primeiras impressões vividas; os sentimentos experimentados; …

Georges Seurat Página 28 de 60


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Namoro de Pedro da Maia

Passado pouco tempo, toda a Lisboa falava da paixão de Pedro da Maia por Maria Monforte. Pedro escrevia-lhe todos os dias duas cartas em seis folhas de papel – fazia-lhe poemas desordenados que ia compor para o Marrare. Se algum amigo vinha à porta do café perguntar por Pedro da Maia, os criados logo respondiam: - O Sr. Pedro? Está a escrever à menina. Os velhos amigos de Afonso da Maia que vinham fazer o seu joguinho de cartas a Benfica, sobretudo o Vilaça, o administrador dos Maias, não tardaram em lhe contar daqueles amores do Pedrinho pela Maria Monforte. Afonso já suspeitava da existência desses amores pois via todos os dias um criado da quinta partir com um grande ramo das melhores camélias do jardim; todas as manhãs cedo encontrava no corredor o criado, dirigindo-se ao quarto do menino, a cheirar regaladamente o perfume de um envelope com sinete de lacre dourado. Mas Afonso ignorava o nome e a maneira de viver dos Monfortes, porém, devido

às

coisas

que

os

amigos

iam

contando sobre essa família, Afonso da Maia estava contrariado com aquela paixão do filho.

Rodin Página 30 de 60


1. Pedro tinha agora uma ocupação diária que lhe agradava muito. Que fazia esta personagem todos os dias? 2. Pedro mantinha o seu namoro em segredo? Justifique a resposta. 3. O pai, Afonso da Maia, desconfiava que Pedro estava apaixonado? Fundamente a sua resposta. 4. Afonso da Maia estava de acordo com o namoro do filho? 5. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão. 6. No texto, o narrador exagera uma determinada realidade, usa, para isso, uma hipérbole. Transcreva a frase.

II

1. Qual a palavra que, pelo seu significado, não pertence à série em que se encontra: 1.1. desordenado, caótico, confuso, desregrado, existência 1.2. suspeitar, colocar, desconfiar, conjecturar, supor 1.3. dirigir-se, ir, contar, caminhar, andar 1.4. contrariado, irado, desagradado, aborrecido, descontente 2. Coloque a forma correcta do verbo indicado entre parêntesis: 2.1. Todos os dias Pedro………………… (escrever) cartas a Maria Monforte, depois …………………(ficar) a conversar com os amigos.

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2.2. Afonso da Maia não ………………… (conhecer) a família de Maria, mas

não

…………………(gostar)

das

coisas

que

lhe

…………………(contar) os amigos

Composição As mulheres gostam muito de receber flores.

Descreva uma situação em que tenha oferecido flores a alguém (mãe, irmã, amiga, …).

Renoir

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MODA

de ontem – de hoje .observar – reflectir – comparar

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Afonso da Maia vê Maria Monforte com Pedro

No verão, Pedro partiu

para

Afonso

soube

Monfortes

Sintra; que

os

tinham

alugado uma casa. Dias depois o Vilaça apareceu em

Benfica,

muito

preocupado: na véspera Pedro

visitara-o

no

cartório, pedira-lhe informações sobre as suas propriedades, sobre o meio de levantar dinheiro. Ele dissera que em Setembro, chegando à sua maioridade, tinha direito à herança da mamã… - Mas porquê, Vilaça? O rapaz quererá dinheiro, quererá dar presentes à rapariga… O amor é um luxo caro, Vilaça. - Deus queira que seja isso, senhor Afonso, Deus o ouça! Dias depois, Afonso da Maia viu Maria Monforte. Tinha jantado na quinta do Sequeira ao pé de Queluz, e tomavam ambos o seu café no mirante, quando entrou pelo caminho estreito a caleche azul. Maria, abrigada sob uma sombrinha escarlate, trazia um vestido cor-de-rosa cuja roda, toda em folhos, quase cobria os joelhos de Pedro, sentado a seu lado. As fitas do seu chapéu, apertadas num grande laço eram também cor-de-rosa, e a sua face era adorável, os olhos, de um azul sombrio eram luminosos. O Sequeira ficara com a chávena de café junto aos lábios, de olhos espantados, murmurou: - Caramba! É bonita! Afonso não respondeu. Página 34 de 60


1. Pedro partiu para Sintra. Explique o motivo da ida de Pedro para Sintra. 2. Vilaça apareceu em Benfica muito preocupado. Explique a razão da preocupação desta personagem. 3. Onde estava Afonso da Maia quando viu Maria Monforte pela primeira vez? 4. Faça a descrição de Maria Monforte – ter presente a simbologia das cores. 5. Qual foi a reacção de Sequeira quando viu Maria? 6. E o pai de Pedro como reagiu? Justifique a sua resposta com o texto. 7. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão.

II 1. Qual a palavra que, pelo seu significado, não pertence à série em que se encontra: 1.1.

apareceu, veio, telefonou, surgiu, chegou

1.2.

informações, comunicações, notícias, esclarecimentos, trocas

1.3.

luminosos, brilhantes, resplandecentes, cintilantes, cadentes

1.4.

adorável, querida, admirável, encantadora, chorona

1.5.

sombrio,

húmido,

escurecido,

opaco,

enegrecido,

…………………… 2. Preencha com a preposição adequada: 2.1. Afonso ………… Maia comeu ………… casa ………… amigo Sequeira que ficava perto ………… Queluz e tomou café ………… o amigo ………… belo mirante.

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2.2. Maria estava protegida ………… uma sombrinha escarlate; a roda ………… saia tapava os joelhos ………… Pedro. 3. Escreva uma frase com o antónimo de: 3.1. preocupado 3.2. pedir 3.3. abrigada 3.4. sombrio 3.5. depois 3.6. levantar 3.7. estreito 3.8. trazer 3.9. apertar 4. Coloque

o

verbo

indicado

entre

parêntesis

no

tempo

conveniente: 4.1.

No dia anterior Afonso da Maia ………… (saber) que a família Monforte ………… (alugar) casa em Sintra.

4.2.

Na próxima semana Afonso da Maia ………… (regressar) à casa de Benfica e ………… (conversar) muito seriamente com o filho.

Composição Um encontro inesperado.

Um dia estava num café com os amigos e viu alguém muito interessante. Descreva essa visão.

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Pedro da Maia casa com Maria Monforte

O Outono passou, chegou o Inverno, frigidíssimo. Uma manhã, Pedro entrou na biblioteca onde o pai estava a ler junto ao fogão, passou um momento os olhos por um jornal aberto, e voltando-se bruscamente para ele disse-lhe: - Meu pai, venho pedir-lhe licença para casar com uma senhora que se chama Maria Monforte. Afonso pousou o livro aberto sobre os joelhos, e numa voz grave e lenta disse para o filho. - Não me tinhas falado disso… Creio que ela não é de boa família, é filha de um assassino, de um negreiro… - Meu pai!... Afonso ergueu-se diante dele, rígido e inflexível. - Que tens a dizer-me mais? Fazes-me corar de vergonha. Pedro, mais branco que o lenço que tinha na mão, exclamou todo a tremer, quase em soluços: - Pois pode estar certo, meu pai, que hei-de casar! Saiu, atirando furiosamente a porta. No

corredor

gritou

pelo

criado, muito alto para que o pai ouvisse

e

deu-lhe

ordem

para

levar as suas malas para o Hotel Europa. Dois dias depois Vilaça entrou em Benfica, com as lágrimas nos

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olhos, contando que o menino casara nessa manhã – e segundo lhe dissera o Sérgio, procurador do Monforte, ia partir com a noiva para a Itália.

1. Em que época do ano se situa o excerto de Os Maias que acabou de ler? 2. Pedro foi ter com o pai para lhe fazer um pedido. 2.1. Que pedido fez Pedro? 2.2. Qual foi a reacção de Afonso da Maia? 2.3. E Pedro, como reagiu Pedro à resposta do pai? 3. Pedro, depois de conversar com o progenitor, tomou, de imediato, uma decisão. 3.1. Explique, por palavras suas, qual foi a decisão de Pedro. 4. Dois dias depois, Vilaça, o procurador dos Maias, entrou em Benfica e deu uma novidade a Afonso da Maia. 4.1. Que disse Vilaça ao pai de Pedro? 5. O texto não conta a reacção de Afonso da Maia. Em sua opinião, que terá sentido Afonso da Maia ao ouvir aquela notícia? 6. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão.

II 1. Identifique o intruso: 1.1. junto, perto, próximo, brusco, vizinho 1.2. licença, autorização, permissão, consentimento, negação Página 38 de 60


1.3. pousar, içar, colocar, pôr, depor 1.4. inflexível, inabalável, nervoso, imperturbável, impassível 1.5. furioso, irritado, enfurecido, danado, meigo 2. Observe as seguintes frases: Afonso da Maia não gostava da família Monforte. Afonso da Maia não autorizou o casamento. 2.1. Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de conclusão. 3. Mude para o plural: 3.1. fogão; 3.2. inflexível; 3.3. voz; 3.4. assassino 4. Preencha os espaços com a preposição correcta: 4.1. Afonso _____ Maia passava os olhos _____ um jornal quando entrou _____ sala o seu filho. 4.2. Pedro saiu furioso, atirou _____ a porta e deu ordem _____ criado _____ levar as malas _____ a caleche. 5. Escreva os verbos indicados entre parêntesis no tempo adequado: 5.1. Afonso da Maia _____ (ler) o jornal quando o filho _____ (entrar) na sala. 5.2. Na semana seguinte, Pedro _____ (partir) para Itália com a sua noiva e só _____ (regressar) a Portugal muito tempo depois.

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III Composição Os pais e os filhos nem sempre estão de acordo. Dê a sua opinião fundamentada sobre a atitude das personagens do texto.

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O regresso de Pedro da Maia e de Maria Monforte

Depois casamento,

do

Pedro

e

Maria vão em viagem de núpcias para Itália e para França. Em breve ficam cansados da vida agitada

de

Paris

e

decidem

regressar

a

Portugal.

Antes

regressarem,

de Pedro

escreve uma carta ao pai a tentar a reconciliação, dizendo-lhe que, logo que chegasse a Lisboa, se iria lançar a seus pés. Na verdade, logo que desembarcou, correu num trem a Benfica. Mas o pai tinha partido dois dias antes para Santa Olávia. Pedro ficou desfeito e muito magoado com a partida do pai. Entre o pai e o filho fez-se uma grande separação. Quando lhe nasceu uma filha, Pedro não disse nada ao pai. Era uma linda bebé, muito gorda, loura e cor-de-rosa, com os belos olhos negros dos Maias. Maria adorava a filha, passava dias de joelhos ao pé do berço. Afonso da Maia não os queria perdoar, não queria conhecer a neta, tanto pior para ele! E o próprio Vilaça, um dia que Pedro lhe mostrara a pequerrucha adormecida entre as rendas do seu berço, sensibilizouse, veio-lhe lagrimazita aos olhos, e declarou, com a mão no coração, que aquilo era teimosia do Sr. Afonso da Maia! Página 41 de 60


- Pois pior para ele! Não querer ver um anjo destes! – disse Maria, dando diante do espelho um jeito às flores do cabelo. – Também não faz cá falta…

1. Pedro e Maria partiram em viagem de núpcias. 1.1.

Que países visitaram durante essa viagem?

1.2.

A viagem de núpcias demorou muito tempo? Justifique a resposta.

2. Antes de regressar a Portugal, Pedro tentou a reconciliação com o pai. 2.1. Que fez Pedro? 3. Qual foi a primeira coisa que Pedro fez quando chegou a Portugal? 4. Pai e filho reconciliaram-se? Justifique a sua resposta. 5. Que aconteceu de novo nas vidas de Pedro e de Maria? 6. Faça o retrato da filha de Pedro e de Maria. 7. Afonso da Maia quis conhecer a neta? 8. Vilaça gostou de ver a pequerrucha? 9. Maria Monforte diz que se o sogro não quer ver a neta «tanto pior para ele». 9.1.

Dê a sua opinião sobre o desabafo desta personagem.

10. No texto há diminutivos. Indique-os. 11. Classifique, quanto à presença, o narrador deste texto. 12. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão. 13. «Maria adorava a filha, passava dias de joelhos ao pé do berço.» 13.1. Indique a figura de estilo que existe nesta frase.

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O nascimento do segundo filho

Quando teve

outro

Maria

filho,

pequeno, Pedro

um

sentiu

no coração a imagem do pai abandonado naquela tristeza do Douro. Falou, a

medo,

a

Maria

na

reconciliação. E a sua alegria

foi

grande

quando Maria, depois de ficar

um

momento

pensativa, respondeu: - Creio que me tornaria feliz se o teu pai estivesse connosco. Pedro, entusiasmado com o consentimento da mulher, pensou em ir a Santa Olávia. Mas Maria tinha um plano melhor. Quando Afonso da Maia regressasse a Benfica, o que, segundo Vilaça, estava para dentro de pouco tempo, ela iria lá com o pequeno e pediria perdão. Não podia falhar! Pedro para abrandar o papá quis dar ao pequeno o nome de Afonso, mas Maria não consentiu, preferiu chamar-lhe Carlos Eduardo da Maia. O

baptizado

teve

de

ser

retardado,

Maria

adoecera.

Felizmente daí a duas semanas estava curada e Pedro podia já sair Página 43 de 60


para a caçada na quinta da Tojeira. Devia demorar-se dois dias. A caçada era para prestar homenagem a um italiano, sobrinho dos príncipes de Sória e com quem Pedro simpatizara vivamente. O Alencar e D. João Coutinho também iam à caçada – e a partida foi de madrugada. Nessa tarde, Maria jantava só no seu quarto, quando sentiu carruagens parando à porta, um grande barulho pelas escadas. Quase imediatamente Pedro aparecia trémulo e pálido… - Uma grande desgraça, Maria! - Jesus! - Feri o rapaz, feri o italiano!... O Tancredo.

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1. Quando nasceu o segundo filho, a personagem masculina ficou contente, mas também sentiu tristeza. Explique a razão destes dois sentimentos. 2. Depois de Maria ter falado, Pedro ficou muito contente. Por que razão ficou Pedro feliz? 3. Pedro tomou uma decisão. Que decidiu? 4. Quem escolheu o nome do bebé? 5. Pedro foi a uma caçada na quinta da Tojeira. Para que serviu a caçada? 6. Quem estaria presente nessa caça? 7. A que horas foi a partida para a caçada? 8. A caçada decorreu bem ou houve algum acidente? Justifique a resposta. 9. Indique os diminutivos que se encontram no texto. 10.

Classifique o narrador deste excerto de Os Maias.

11.

Divida o texto em partes, justificando a sua divisão.

II

1. Observe as seguintes frases: Pedro da Maia estava triste. O pai de Pedro estava longe. 1.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de casa. Página 45 de 60


2. Observe agora as frases que se seguem: Pedro da Maia queria dar ao pequeno o nome de Afonso. Maria preferiu chamar-lhe Carlos Eduardo. 2.1. transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de oposição. 3. Indique o intruso: 3.1.

entusiasmado,

estimulado,

encorajado,

excitado,

enjoado 3.2. consentimento,

autorização,

razão,

permissão,

assentimento, 3.3. falhar, desacertar, encaminhar, perder, errar 4. Escreva o antónimo de: 4.1. abandonado; 4.2. feliz; 4.3. tristeza; 4.4. regressasse; 4.5. dentro; 4.6. dentro; 4.7. pouco; 4.8. pequeno; 4.9. retardar; 4.10. felizmente; 4.11. sobrinho; 4.12. simpatizar; 4.13. grande.

Composição

- Uma grande desgraça, Maria! - Jesus! - Feri o rapaz, feri o italiano!... O Tancredo.

Imagine a continuação deste diálogo.

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Maria Monforte foge com o italiano

Uma sombria tarde de Dezembro, de grande chuva, Afonso da Maia estava no seu escritório a ler, quando a porta se abriu violentamente, e, levantando os olhos do livro, viu Pedro à sua frente. Vinha todo enlameado, desalinhado, e na sua face pálida, sob os cabelos revoltos, luzia um olhar de loucura. O velho ergueu-se aterrado. E Pedro sem uma palavra atirou-se aos braços do pai, rompeu a chorar perdidamente. - Pedro! Que sucedeu, filho? - Sossega, filho, que foi? Pedro então caiu para o canapé, como cai um corpo morto; e levantando para o pai um rosto envelhecido, disse, muito lentamente, numa voz muito baixa. - Estive fora de Lisboa dois dias… Voltei esta manhã…. A Maria tinha fugido com a pequena… Partiu com um homem, o italiano… E eu estou aqui! Afonso da Maia ouvia, ali ao seu lado, aquele soluçar de funda dor; via tremer aquele corpo desgraçado que outrora embalara nos braços… Parou junto de Pedro, colocou-lhe as mãos na cabeça, e beijou-o na testa várias vezes, como se ele fosse ainda criança, dando-lhe a sua inteira ternura. Então Afonso perguntou: - Mas para onde fugiram, Pedro? Que sabes tu, filho? Não é só chorar…

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- Não sei nada – respondeu Pedro num longo esforço. – Sei que fugiu. Eu saí de Lisboa na segunda-feira. Nessa mesma noite, ela partiu

de

casa

numa

carruagem, com uma maleta, o cofre

de

jóias,

uma

criada

italiana que tinha agora, e a pequena. Quando voltei tinha esta carta. «É parto

para

uma

fatalidade,

sempre

com

o

Tancredo, esquece-me, porque não sou digna de ti, e levo a Maria, não posso separar-me dela.»

1. «Uma sombria tarde de Dezembro.» 1.1. Explique por palavras suas o que aconteceu nessa tarde. 2. Faça o retrato de Pedro da Maia no momento em que foi ter com o pai ao escritório. 3. Descreva o estado psicológico da personagem. 4. Aconteceu alguma coisa de muito grave a Pedro da Maia? Explique o que lhe sucedeu. 5. Qual foi a reacção do pai, Afonso da Maia. Recorde que pai e filho estavam há muito tempo zangados um com o outro. 6. Maria Monforte fugiu sozinha? Justifique a sua resposta.

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7. Maria Monforte, ao fugir, deixou uma carta para Pedro. Que diz a carta? 8. Divida o texto em partes, justificando a sua divisรฃo. II 1. Elabore frases com o antรณnimo de: 1.1. violentamente 1.2. levantando 1.3. pรกlida 1.4. chorar 1.5. envelhecido 1.6. baixa 1.7. nada 1.8. esquecer 1.9. longo 1.10. saber 1.11. morto 1.12. abriu 1.13. desalinhado 1.14. sem 1.15. cair 1.16. lentamente 1.17. junto de

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1.18. partir 1.19. levar 1.20. perguntou 1.21. manhã 1.22. criança

2. Observe as seguintes frases: Pedro da Maia estava triste. Maria Monforte tinha fugido. 2.1. Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de causa. 3. Veja as frases que se seguem: Pedro da Maia queria estar calmo. Pedro da Maia não conseguia parar de tremer. 3.1. Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de oposição. 4. Observe as seguintes frases: Maria Monforte fugiu. Pedro da Maia ficou profundamente abalado. 5.1. Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de tempo.

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Composição

Escreva a sua opinião sobre a fuga de Maria Monforte.

PESQUISA: Recolher informações sobre Rodin. Escolher uma obra. Explicar a razão dessa escolha.

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Pedro da Maia pensa no que aconteceu

O bebé de Pedro, Carlos Eduardo, estava junto do avô.

Pedro,

meio

enlouquecido, disse para o pai que o melhor é ir para muito longe, talvez para a América. O

estado

do

filho

sobressalta o velho pai que tentou acalmá-lo. - Sim, mais tarde, depois pensarás nisso, filho – disse o velho assustado. Estava na hora do jantar, o pai quis que fossem para a mesa. Não havia motivo para não jantarem. Carlos, já impaciente com a insistência do pai, repetiu: - Vá jantar, meu pai, vá jantar, pelo amor de Deus… Saiu. O pai ouviu-lhe os passos no andar de cima, e o barulho das janelas violentamente abertas. Afonso sentou-se à mesa só, tomou uma colher de sopa, depois foi sentar-se na poltrona junto do fogão. O pai, já inquieto, subiu ao quarto do filho; estava tudo negro e silencioso. Pedro, completamente enregelado, chorava. O pai quis consolá-lo, mas Pedro não consentiu, afastou-se, impaciente com aquela ternura do pai.

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1.

As

duas

personagens

estão

muito

emocionadas

e

psicologicamente perturbadas. 1.1.

Faça a caracterização psicológica de:

1.1.1.

Pedro da Maia

1.1.2.

Afonso da Maia

2.

Dê a sua opinião sobre a atitude de Pedro da Maia.

3.

Divida o texto em partes, justificando a sua divisão.

II 1. Identifique o intruso: 1.1.

pensar, dialogar, reflectir, meditar, matutar

1.2.

motivo, razão, causa, origem, margem

1.3.

impaciente, nervoso, chuvoso, exaltado, inquieto

1.4.

insistência, recusa, teimosia, perseverança, obstinação

1.5.

consolar, acalmar, sobressaltar, aquietar, tranquilizar

2. Coloque a preposição correcta: 2.1.

O filho …………….. Pedro estava …………….. berço.

2.2.

Afonso

……………..

Maia

ouvia

o

filho

……………..

andar

…………….. cima. 3. Escreva o verbo indicado entre parêntesis no tempo conveniente: 3.1.

Ontem Pedro …………….. (chegar) a Benfica e …………….. (contar) ao pai a sua desgraça.

3.2.

O pai disse-lhe: «Amanhã tu …………….. (pensar) mais calmamente e depois …………….. (decidir).

4. Preste atenção às frases: O bebé estava junto do avô. O bebé começou a chorar. 4.1. Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de tempo. Página 53 de 60


5. Observe as frases: O pai disse-lhe para se acalmar. Pedro continuou muito agitado. 5.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de oposição.

6. Escreva frases com sinónimos de: 6.1. junto 6.2. longe 6.3. acalmar 6.4. impaciente 6.5. cima 6.6. só 6.7. subir 6.8. negro

Composição

Imagine a viagem, que Pedro não chega a efectuar, à América. (ter presente a personalidade desta personagem)

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O fim de Pedro da Maia

- Desce um momento. Deixa arranjar o quarto. Vai apanhar ar. Pedro obedeceu e seguiu o pai até à biblioteca. Sentou-se longe da luz, ao canto do sofá e ali ficou como se estivesse adormecido. Lá fora a noite estava tempestuosa, a água batia

contra

vidraças,

o

as vento

abanava as árvores. Passado pouco tempo, Pedro

disse

para

o

pai: -

Estou

realmente

cansado, meu pai, vou-me deitar. Boa noite… Amanhã conversaremos mais. Beijou respeitosamente a mão do pai e saiu devagar. Afonso demorou-se ainda ali, com o livro na mão, sem ler, atento só a algum rumor que viesse do andar de cima; mas tudo estava em silêncio. Deram dez horas. Antes de se recolher, foi ao quarto onde fizeram a cama da ama. No vasto leito o pequeno dormia como um Menino Jesus, com o seu pequeno guizo apertado na mão. Afonso não ousou beijá-lo, para não acordar a criança com as barbas ásperas. Depois, sem ruído, subiu ao quarto de Pedro. Entreabriu a porta. O filho escrevia, à luz de duas velas. Pareceu espantado de ver o pai.

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- Estou a escrever – disse ele. Esfregou as mãos, como que arrepiado da friagem do quarto, e acrescentou: - Amanhã cedo é necessário que o Vilaça vá a Arroios… Boas noites, papá, boas noites. No seu quarto, ao lado da biblioteca, Afonso não pôde sossegar, ouvia, no silêncio da casa, os passos lentos e contínuos de Pedro. A madrugada clareava, Afonso ia adormecendo – quando de repente um tiro atroou a casa. Precipitou-se do leito, despido e gritando: um criado aparecia com a lanterna na mão. Do quarto de Pedro vinha um cheiro de pólvora e aos pés da cama, caído de bruços, numa poça de sangue que se ensopava no tapete, Afonso encontrou o seu filho morto, apertando uma pistola na mão. Entre as duas velas, Afonso viu uma carta lacrada com estas palavras sobre o envelope: Para o papá. Daí a dias fechou-se a casa de Benfica. Afonso da Maia partia com o neto e com todos os criados para a quinta de Santa Olávia.

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1. Divida o texto em partes, justificando a sua divisão. 2. Faça o resumo do texto. 3. Afonso da Maia convenceu o filho a sair do quarto? Justifique a resposta. 4. Descreva o estado do tempo naquela noite. 5. Pedro demorou-se muito tempo na biblioteca? 6. Quando eram 10 horas, Afonso da Maia decidiu ir para o seu quarto. 6.1.

Antes de se deitar, que fez esta personagem?

7. Quando a madrugada clareava, um tiro atroou a casa. 7.1.

Quem deu o tiro?

7.2.

Que viu Afonso da Maia quando chegou ao quarto do filho?

8. Depois da morte de Pedro, Afonso da Maia partiu para santa Olávia. 8.1.

Afonso da Maia partiu sozinho?

9. Identifique a figura de estilo existente na frase: «No vasto leito, o pequeno dormia como um Menino Jesus…»

II

1. Identifique o intruso: 1.1.

Arranjar, ordenar, regular, harmonizar, matutar

1.2.

Obedecer, empalidecer, cumprir, satisfazer, acatar

1.3.

Respeito, consideração, teimosia, estima, apreço

1.4.

Abanar, tramar, tremer, oscilar, vacilar

1.5.

Tempestade, intempérie, vendaval, soalheira, temporal

2. Coloque a preposição adequada: 2.1.

Pedro estava sentado longe ………….. candeeiro, ………….. canto ………….. sofá.

2.2.

O bebé dormia ………….. o guizo apertado ………….. mão. Página 57 de 60


3. Preste atenção às frases: Pedro da Maia queria ajudar o filho. Pedro não consentiu. 3.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de oposição.

4. Observe as frases: Afonso da Maia não adormecia. Afonso da Maia estava preocupado. 4.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de causa.

5. Veja as frases: Afonso estava quase a dormir. Afonso ouviu um tiro. 5.1.

Transforme as duas frases simples numa frase complexa, estabelecendo entre elas uma relação de tempo.

6. Escreva frases em que use: 6.1.

arranjar

6.2.

pouco

6.3.

respeito

6.4.

silêncio

6.5.

clarear

6.6.

fazer

6.7.

sem

6.8.

frio

6.9.

lento

6.10. morto

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Composição

Pedro antes de morrer escreveu uma carta. O envelope lacrado tinha escrito: «Para o papá». Imagine o conteúdo dessa carta.

Munch, O Grito

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Fazer o ÍNDICE:

Bom trabalho! (*_*) Prof.ª Eli Página 60 de 60


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