ELVIS KELVIN
A LIBERDADE CRISTÃ II um estudo sobre a relação do cristão com o consumo de bebida alcoólica e o uso de tatuagens
LIVRO II
O CRISTÃO E A BEBIDA ALCOÓLICA stories by alex streb
Nota sobre o primeiro e-book. No primeiro e-book falei sobre os limites da liberdade cristã abordado em 1 Coríntios 8, 9 e 10. Neste segundo livro vamos estudar sobre o mesmo assunto em relação ao consumo de bebida alcoólica. É importante que você entenda, antes de entrarmos no estudo, que esta série de estudos não é um passe livre para licenciosidade, uma vida desregrada. Somos cristão que amam a Bíblia. Confessamos que as Escrituras é a única regra de fé e prática do crente e que o que passar dela é heresia. Portanto, não estou ensinando pessoas a fazerem coisas, mas a terem uma mente cristã. Sendo assim, vamos ao estudo.
O CRISTÃO E O CONSUMO DE BEBIDA ALCOÓLICA
Vamos, em primeiro lugar, estudar sobre o que a Bíblia ensina sobre o consumo de bebida alcoólica. Muita dúvida surgir a respeito desse assunto. Tem pessoas que aceitam o crente consumir bebidas alcoólicas, embora que moderadamente, e outras que sentem raiva só de ouvir falar. Mas, podemos ou não tomar um vinho, ou quem sabe até cerveja ou whisky?
O uso de bebida forte no Antigo e no Novo Testamento (as bençãos do vinho)
O Antigo Testamento apresenta o que era correto e o que era errado para o povo de Israel. Alguns textos mostram a permissão de consumo de bebida fermentada, ou bebida forte. Já em outros textos é condenado o que o alto consumo dessas bebidas podem causar. A Bíblia apresenta dois tipos de vinho que era o vinho fermentado e o não fermentado (mosto). Vamos ver alguns textos que falam da permissão do consumido de bebida forte e de como isso era um certo tipo de benção.
1. Gênesis 43:26-34 mostra José, filho do patriarca Jacó, comendo e bebendo com os seus irmãos (a bebida no mínimo era forte). O versículo 34 diz que eles, os irmãos de José, beberam e se regalaram com ele naquele banquete (na história José era governador do Egito e ainda não tinha se revelado aos seus irmãos que o vendera aos midianitas e mentiram para o seu pai, Jacó, dizendo que um animal havia matado o irmão mais novo, José).
2. Em Deuteronômio 14:22-26 aprendemos que em uma parte das colheitas do fruto da terra donde se tiravam os dízimos do povo de Deus, que eram destinados aos levitas, ao estrangeiro, ao órfão e a viúva (Dt 14:28,29; Nm 18:21-24), envolvia o consumo de bebida forte para se alegrarem diante do Senhor. Esta parte do dízimo era para um momento de festa do povo e envolvia bebida alcoólica.
“22 Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo. 23 E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o SENHOR, teu Deus, todos os dias […] 26 Esse dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa;”.
3. O Salmo 104:15 fala do vinho como bebida que alegra (cf. Jz 9:13; Sl 23:5; Ec 10:19; Zc 10:7).
4. Numa das ofertas contínuas (que sempre eram oferecidas) continha o uso de bebida forte como libação (aspersão ou derramamento de um líquido) como vemos em: Números
28:6,7; cf. Êx 29:38-42.
5. Em Provérbios 31:6 vemos que a bebida alcoólica era usada como relaxamento e medicação. Assim como vemos em 1 Timóteo 5:23.
6. Passagens do Antigo Testamento como Gn 27:28 (fala do mosto que era o vinho); Ec 9:7; Is 25:6; Jl 2:19, 24; 3:18; Am 9:13; Zc 10:7); todos esses versículos falam do vinho como sinal de benção, festa, esperança futura, alegria física e espiritual e abundância.
7. Em Gn 9:20,21 lemos que Noé plantou uma vinha e se embriagou com o vinho que fez. Quanto a isto deixo três perguntas: 1) Noé podia beber vinho forte? E: 2) aquele vinho era suco de uva ou bebida forte? Óbvio que a embriagues dele trouxe consequências. Veremos isso mais a frente. 3) A Bíblia diz que Noé era um homem íntegro diante de Deus, ele perdeu sua integridade por ter bebido o vinho que o embriagou?
8. Em João 2:1-12 lemos a história do milagre da transformação da água em vinho. Jesus tinha ido a uma festa de casamento em Caná da Galileia e o vinho acaba. As festas de casamento naquela época duravam sete dias e nesta, no terceiro dia, o vinho já acabara (possivelmente a família fosse pobre e não tivesse dinheiro o suficiente para comprar muito vinho). A mãe de Jesus logo chega pra ele e lhe dá a má notícia, mas ele lhe diz que ainda não era a hora dele se manifestar. Mesmo assim fez o milagre. Aquela água se transformou em vinho forte ou suco de uva? Pode ser que aquele vinho era forte, pois era para um momento de festa e alegrar o povo. Um suco de uva não daria alegria ao povo e nem tinha razão de ser o melhor vinho, pois o melhor vinho era aquele que
alegrava o coração e é possível que Jesus tenha tomado deste vinho.
9. O vinho da páscoa era colhido sete meses antes, o que dá a entender que, pelo fato de não existir outro sistema naquela época de conservação ou pasteurização, se não que a fermentação, aquele vinho usado naquela ocasião era fermentado, pois havia sido engarrafado sete meses antes da páscoa começar. Como aquele vinho estaria bom sem algum tipo de conservação? E já que não existia outro tipo, o único tipo de conservante era a fermentação. A respeito disso podemos ver que em Atos 2:5-13 os discípulos foram acusados de estarem bêbados por falarem a mesma língua daqueles povos que estavam reunidos em Jerusalém. É óbvio que para aquelas pessoas acusarem os discípulos, mesmo que não compreendessem o que estava acontecendo, eles entendiam que não havia problema algum no consumo de bebida forte, embora que moderado.
10. Outros textos do Novo Testamento falam do uso do vinho. Vejamos alguns exemplos:
a) O momento em que Jesus ceia com os apóstolos e fala que vai tomar com os discípulos do fruto da vide no reino do Pai (consequentemente conosco também) lembra as passagens de Is 25:6; Jl 2:19, 24; 3:18; Am 9:13; Zc 10:7 que vimos que fala do vinho como sinal de várias coisas. Nesses textos vemos a palavra mosto, mas se formos analisar o relato do que aconteceu com Noé, que se embriagou com o seu vinho, veremos que aquele vinho também era semelhante ao dessas passagens aqui citadas.
b) Paulo instrui os presbíteros (pastores) a não serem dado ao vinho, mas não proíbe o consumo (1 Tm 3:3; Tt 1:7,8). Os
diáconos também deveriam ser moderados, não serem dado ao muito vinho (1 Tm 3:8). Paulo está alertando quanto ao quê? Não é que não podia tomar bebida forte, mas que os líderes devem ser pessoas controlados e moderadas, de boa fama e pessoa de mente equilibrada.
c) Tito 2:2-6 ensina que os velhos devem ser sóbrios, pessoas que tem domínio próprio; e as mulheres mais velhas que deveriam/devem ensinar as mais novas não poderiam ser dadas ao muito vinho, mas serem sóbrias, boas esposas e boas donas de casa, respeitosas, moderadas, temperantes, castas, exemplos para as mais jovens. Ambos, homem e mulher deveriam ser exemplos de pessoas não dominadas por coisa alguma, isso inclui o vinho.
d) Em 1 Tm 5:23 Paulo instrui a Timóteo que tome um pouco de vinho por causa de problemas de saúde (como a água daquela região e época não era boa, possivelmente ela estava causando um mal efeito em Timóteo).
e) Efésios 5:18 ensina que o crente não deve beber para se embriagar com vinho, mas não está proibindo o consumo. O versículo indica que não teria problema em beber moderadamente, mas se bebesse excessivamente. É evidente que Paulo não está falando de suco de uva, mas de vinho, bebida forte.
Acredito que estes textos sejam o bastante. Este não é um estudo longo sobre o assunto. Pelo Antigo e Novo Testamentos vemos, então, que não era proibido o uso de bebida forte ou alcoólica. Se fosse, Deus não teria usado nas ofertas contínuas, pois o que estava sendo oferecido era bebida forte (Nm 28:7). Em Lucas 7:33,34 Jesus é acusado porque bebia vinho. Será que os fariseus e os interpretes da Lei reclamaram porque ele estava bebendo suco de
uva? Veja que no texto Jesus estava citando João Batista que não bebia vinho, mas foi chamado de endemoninhado, e ele, Jesus, bebia vinho e era chamado de “bebedor de vinho”. Eles queriam dizer que Jesus era bêbado, mas isso era por causa da inveja que sempre tiveram dele. Os fariseus o acusaram, não só porque bebia vinho, mas porque conversava e interagia com pessoas marginalizadas. Aprendemos, então, que o consumo da bebida alcoólica não era proibido.
Os males causados pela bebida alcoólica Até aqui falamos do uso do vinho no Antigo e Novo Testamentos e vimos que não é proibido o consumo de bebida alcoólica, mas, apesar disso, ambos os testamentos trazem exortações quanto ao uso excessivo de bebida forte. O álcool pode causar vários efeitos ruins tanto numa pessoa só quanto numa sociedade, família, igreja, fase da vida, etc.
O que a Bíblia proíbe em relação ao uso da bebida alcoólica? As Escrituras não proíbem o consumo, mas o excesso, o vício e os males causados por isso. O excesso de bebida alcoólica pode produzir efeitos de embriagues e este tipo de comportamento é condenado nas Escrituras, pois tira o homem do seu estado de sanidade levando-o a um estado de debilidade mental. A embriagues é proibida de forma clara na Bíblia. Vamos ver alguns textos.
1. 1 Sm 1:14 – fala de Ana, mulher de Elcana, que orava baixinho e chorava pedindo um filho a Deus, pois era estéril. O sacerdote Eli passa por perto dela e pensa que ela estava bêbada e a repreende, mas, na verdade, ela estava sã (veja o vs. 15). Uso este versículo para mostrar que a embriagues era condenada para os filhos de Deus, mas não para dizer que Ana bebia bebida forte.
2. Pv 20:1 – este versículo não está proibindo o consumo do vinho e da bebida forte, mas apenas está dizendo que os efeitos dessas bebidas podem tirar o homem de seu estado normal para um ruim.
3. Pv 23:20 – A dissolução é proibida na Bíblia. Os dissolutos são aqueles que vivem bêbados e não sabem o que fazem neste estado. Neste mesmo texto leia os versículos 31 a 35 que diz:
“Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber”.
O texto não está proibindo o consumo do vinho, mas alertando ao que pode acontecer quando a cobiça toma assento no coração do homem e o leva a fazer loucuras. Olhar para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente, significa desejar de forma errada, desejar um prazer escarnecedor; é a mesma explicação de Pv 20:1.
4. Dt 21:18-20 – O excesso de bebida alcoólica produz conflitos familiares. Paulo diz para os Efésios para que não se embriagassem com vinho, onde há contenda (Ef 5:18).
5. Gl 5:21 – A bebedice, ou seja, o vício é um fruto da carne.
6. 1 Co 6:9,10 – Os bêbados não herdarão o céu.
Outros problemas relacionados ao excesso de bebida alcoólica A bebida alcoólica em excesso ou o vício pode causar problemas de saúde. Quero listas aqui oito sintomas causados pelo alcoolismo [as informações abaixo são do Dr. Arthur Frazão (Clínico geral e especialista em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte com registro profissional no CRM/PE – 16878.) e foram extraídas do site https://www.tuasaude.com/doencasprovocadas-pelo-alcool/].
1. Gastrite Uma inflamação da parede do estômago que causa sintomas como perda de apetite, azia, náuseas e vômitos.
2. Hepatite ou cirrose hepática O consumo excessivo de álcool pode provocar inflamação do fígado, conhecida como hepatite, que causa sinais como olhos e pele amarelados e abdômen inchado. Quando ocorrem episódios de hepatite repetidos, pode ocorrer cirrose hepática, que acontece quando as células do fígado são destruídas, deixando o fígado de funcionar e levando à morte do paciente.
3. Impotência ou infertilidade O excesso de álcool pode levar à lesão dos nervos do organismo, podendo provocar impotência no homem. Já na mulher o período menstrual pode se tornar irregular, podendo provocar infertilidade.
4. Infarto e trombose O consumo de bebidas alcoólicas em excesso durante um longo período de tempo pode provocar doenças cardiovasculares como infarto ou trombose. Geralmente, estas doenças ocorrem devido a elevadas taxas de colesterol e triglicerídeos, onde há excesso de gordura acumulada nas artérias e que impede a circulação normal
do sangue.
5. Câncer O consumo de álcool sempre foi um fator de risco para o câncer, porém novos estudos estão confirmando a ligação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e o surgimento de até 7 tipos de câncer, que incluem a faringe, laringe, esôfago, fígado, cólon, reto e mama.
6. Pelagra O consumo de bebidas alcoólicas de forma repetida e em quantidades elevadas pode provocar pelagra, uma doença conhecida como pelagra que é causada por falta de vitamina B3 (niacina) e que provoca pele acastanhada em diferentes partes do corpo, como face e mãos, e que geralmente provoca coceira frequente e diarreia constante.
7. Demência Quando o individuo consome bebidas alcoólicas em excesso, pode surgir demência, que se caracteriza pela perda de memória, dificuldade em falar e em mover-se. Geralmente, estes são os casos mais graves e o alcoólatra acaba ficando dependente para comer, vestir-se e tomar banho.
8. Anorexia Alcoólica Quando as bebidas alcoólicas passam a ser ingeridas no lugar de alimentos para evitar a ingestão de calorias e emagrecer, isso pode ser o primeiro indício de Anorexia Alcoólica. Este é um distúrbio alimentar, que facilmente pode levar ao surgimento da anorexia da bulimia, com a diferença de que nesse caso as bebidas alcoólicas são usadas para diminuir a fome.
Outros problemas relacionados ao alcoolismo é que ele perverte e corrompe princípios morais; acaba com sua capacidade vocacional – se você tem desejos ao ministério pastoral ou outras áreas da igreja e até mesmo fora do âmbito eclesiástico, se entregar ao álcool poderá atrapalhar suas vocações.
Os devidos cuidados com relação a bebida alcoólica Como aprendemos até aqui, o consumo de bebida alcoólica em si não é proibido na Bíblia, mas o excesso e alcoolismo sim, isso é proibido. As Escrituras dizem que devemos ser pessoas moderadas, que não têm do que se envergonhar. Sabendo todas estas coisas, o que nos falta saber é quais são os devidos cuidados que devemos tomar ao pensarmos em beber alguma bebida alcoólica. Desde já é importante que entendamos que não devemos ficar julgando mal aqueles que apreciam um pouco de vinho, ou tomam, moderadamente, outro tipo de bebida alcoólica. A respeito disso Paulo escreveu: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados […]” Colossenses 2:16.
1. Tenha a maturidade de não beber junto de pessoas que tem a consciência ferida – que foram alcoólatras – isso pode causar sérios problemas na consciência daquela pessoa por causa da sua ação diante dela. É importante compreender que devemos ser controlados e respeitosos.
2. Respeite o seu irmão mais fraco na fé que não compreende a sua atitude. O princípio da liberdade cristão é o amor ao próximo. Com isso não quero dizer que não possa existir um diálogo entre você e o seu amigo fraco na fé, pelo contrário, deve sim existir. É importante que você saiba respeitar e não induzir a beber alguma bebida alcoólica quem não compactua da mesma opinião que você.
3. Não busque tomar bebida alcoólica se você é uma pessoa fraca para este tipo de bebida e vem a tropeçar e se entristecer depois – este é o mesmo problema que estava acontecendo em Corinto e que levou Paulo explicar sobre os limites da liberdade do cristão e das tristezas que podem surgir por causa da fraqueza mental daqueles que não compreendem bem sobre certos assuntos (1 Co 8:7 – no lugar de “coisas sacrificadas”, que era a carne que sai do templo, como vimos no início desse estudo, pense na bebida alcoólica).
4. Não busque tomar bebida alcoólica se você tem tendências ao alcoolismo – não pense que você é tão forte quanto pensa que pode ser. Se você não consegue se segurar quando vê uma cerveja ou mesmo um vinho, é melhor que você faça um voto de abstinência. Ao invés disso tome suco ou água. Seja controlado. Não siga os apetites carnais do seu coração (Jr 17:9), isso pode ser uma porta aberta para uma vida desgraçada. Paulo, sendo apóstolo, preferiria se abster da carne por causa do irmão mais fraco que não compreendia o motivo de comer algo que, apesar de ser vendido no mercado, vinha de um templo pagão, porque não podemos se abster de uma bebida que poderá arruinar nossa vida?
5. Não beba por causa de amigos – isso pode ser uma boa armadilha do diabo para levá-lo a viver dissolutamente e ter um mau testemunho.
6. Tome cuidado com o pensamento sociocultural onde você mora. Às vezes problemas e escândalos surgem porque os crentes não são moderados e sensatos, pensam que não tem problema fazer isso ou aquilo porque sabem que não é pecado. Se essas pessoas atentassem para as palavras de Paulo em 1 Coríntios 8:9-12 nunca mais pensariam de forma tão rude e incoerente, pois o apóstolo diz: “Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum
modo, a ser tropeço para os fracos. Porque, se alguém te vir a ti, que és dotado de saber, à mesa, em templo de ídolo, não será a consciência do que é fraco induzida a participar de comidas sacrificadas a ídolos? E assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. E deste modo, pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais”.
7. Não faça certas comemorações que envolve muitas pessoas com o uso de bebida alcoólica, porque não é coerente fazer isso, pois isso geraria escândalos. Não é correto e sensato para o cristão que em festas como casamento, aniversário e outras comemorações seja usado bebida alcoólica – salvo em casos específicos onde existe ordem e decência. Casos específicos, por exemplo: você e sua esposa; entre amigos que você sabe que pode tomar um vinho junto deles, mesmo assim em lugares onde apresenta ordem e decência.
8. Conheço pessoas que saem de suas casas, se reúnem com os amigos e vão beber pra encher a cara. Óbvio, essas pessoas não tem vida santa de comunhão com Deus, são liberais. O liberalismo é visto como algo ruim, não só na Bíblia, mas também no meio social. O cristão não pode ser um liberal. A liberdade dele é guiada pela Palavra de Deus e não pelo seu insensato e desesperadamente corrupto coração.
9. O crente deve saber que não é um beberrão e descontrolado. Não é certo fazer o que os descrentes fazem. Seja sensato, se você aprecia algum tipo de bebida alcoólica faça isso sem causar danos à igreja ou a sociedade. Procure não fazer este tipo prática, embora com moderação, em público não apropriado. Existem ambientes e ambientes. Nem tudo convém, lembre-se disso.
10. Se você é pai ou mãe eduque seu filho no caminho do Senhor. Ensine-o sobre os limites da liberdade cristã de forma bíblica. Seja sincero com ele dentro da coerência. Não é bom que você sendo cristão induza seu filho a fazer algo que ele não têm capacidades mentais ainda para apreciar. Não é só sobre a bebida, mas sobre tudo. Portanto, jamais ofereça bebida alcoólica aos seus filhos. Cuidado, se você for um cristão incoerente, seu filho será uma tragédia para o seu lar por causa da sua incoerência e futuramente um péssimo cidadão, pai, educador, ele serão cristã nominal. As consequências disso pode partir de você, pois o que você plantar é o que também você vai colher (Gl 6:7).
11. O líder cristão não deve ser nem um glutão, nem um, como diz nosso ditado popular nordestino, cachaceiro. Os pastores devem ser pessoas sóbrias, moderadas, um perfil para as pessoas (1 Tm 3:2,3; Tt 1:7-9). Imagina você um pastor com bafo de vinho ou de cerveja na igreja, prestes a ir para o púlpito. Isso seria uma falta de respeito tanto com Deus quanto com as pessoas.
12. Por último, se fazer isso vai atrapalhar a pregação/anúncio do evangelho, pare por aí, faça o mesmo que Paulo faria: “se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo” (1 Co 8:13). Ler todo o capítulo de Romanos 14 vai ajudá-lo ainda mais neste assunto.
Conclusão Estudamos de forma séria e simples sobre esta questão tão mal interpretada em nosso meio. O cristão deve ser livre, mas livre de acordo com a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12:1, 2). Você não pode pensar que é livre de acordo com os padrões mundanos, mas se for de acordo com o padrão do Senhor, aprenderá que a liberdade é um presente almejado por todos, mas
que amar o próximo é tão importante quanto ser livre. Tome cuidado, você pode estar usando sua liberdade de forma errada. Antes de tudo pense na bondade e vontade de Deus e no seu próximo. Seja uma pessoa livre, mas livre também do conceito diabólico de que você pode fazer tudo o que quiser e desejar a sua alma de forma errada. O pensamento cristão é bíblico e não hedonista. Você é livre para tomar um vinho, uma cerveja, ou outra bebida alcoólica, qual é o problema em tomar este tipo de bebida? Nenhum, quando isso é feito de acordo com os princípios e moderação cristã.
Os próprios crentes veem pecado onde não existe pecado e rótula seu pensamento como o certo. O que a Bíblia diz é o que deve nortear o pensamento do crente. É verdade que os exageros são condenados, mas é mentira que provar um pouco de bebida alcoólica é pecado. Precisamos urgentemente resgatar a cosmovisão bíblica. Muitos pastores têm falado desses assuntos de maneira errada. Eles falam que isso ou aquilo é errado porque causa isso ou aquilo. De fato, se não formos sóbrios e não termos domínio próprio, sérios problemas surgiram em nossa família, igreja, sociedade, escola, onde quer que estivermos. Mas se formos pensar assim, que tudo é pecado, então o crente não poderá fazer nada. Não pode ir a um teatro ver uma peça teatral, a ir uma apresentação musical porque é de um grupo mundano [é óbvio que existem limites para isto], trabalhar com música secular (música secular coerente), pois é secular, entre tantas coisas. Como poderemos ensinar a igreja sobre o pensamento cristão a respeito de tudo se a maioria dos pastores estão pensando e ensinando por si mesmos e não pelo pensamento bíblico? Nunca tivemos tanta necessidade de uma cosmovisão bíblica em nossas igrejas como em nossos dias. Os crentes não sabem os limites da liberdade cristã, não sabem distinguir o certo do errado. Estamos perecendo por
falta de conhecimento e ensinamento correto.
Precisamos ser sábios. Tudo me é lícito, mas nem tudo convém e eu não posso ser dominado pelas coisas (1 Co 6:12). A única coisa pelo que um cristão deve ser dominado é a Palavra de Deus. Então sejamos dominados por esta Palavra a tal ponto de nossa língua e mente estar regada dela.
Concluo esta segunda parte do estudo sobre os limites da liberdade cristã lhe aconselhando que seja um cristão moderado em tudo. Não deixe ser dominado por bebida, comida, ou qualquer coisa, pois “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17). Busque a vontade de Deus e não a sua própria. Muitas vezes querer fazer nossas vontades atrapalhará até nossos melhores relacionamentos. Seja moderado e um cristão bíblico.
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