Emagazine - Edição 4

E MAGAZINE n.º 4 | 2020 | www.emagazine.pt

ENTREVISTA EXCLUSIVA A PEDRO DOMINGO • CO-FOUNDER E CEO DA NU BOYANA FX 'DEVO TER UMA LOJA ONLINE?' • HELENA SOUSA DA CHIBIOUS CONTA-NOS TUDO LLAYER, AS MALAS ECO-FASHION E CHEIAS DE ESTILO • ANA BERKELEY COTTER COMO EVITAR “DAR CAPITAL”? • RITA TRABULO - STARTINNOVATION TEAM BY CCA PEDRO BASTO E RAQUEL MARINHO • PROJETO BOLHINHAS DE SABÃO ZOURI - AS SAPATILHAS DO OCEANO • ADRIANA MANO LILIANE MACHADO • HOME OFFICE É PARA TOD@S? 3ª CONFERÊNCIA MARKETING DIGITAL CENTRO E NORTE DE PORTUGAL "CAPITAL SOCIAL: QUANTO, QUANDO E PORQUÊ" • LUÍS BARBOSA JOÃO FREITAS • TENDÊNCIAS DIGITAIS PARA A INDÚSTRIA HOTELEIRA 'ACREDITAR' • ARTIGO DE ANDREIA SANTOS JOÃO DA SILVA FERTUZINHOS • A HISTÓRIA DA CRISTEMA PHILLIPE LIMA • O PROJETO WASH IN PLACE A WEB SUMMIT EM NÚMEROS • WORLD BUSINESS FORUM TUDO SOBRE A QSP SUMMIT • ORADORES INTERNACIONAIS DE RENOME

E MAGAZINE

2020 ....

OUTUBRO 2019 - JANEIRO 2020 / N.º 4 / VoL. 1 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. TODAS AS INFORMAÇÕES PUBLICADAS SÃO PURAMENTE INFORMATIVAS E NÃO PODEM SER CONFUNDIDAS COM ACONSELHAMENTO. AS MARCAS REGISTADAS REFERIDAS PERTENCEM AOS SEUS RESPETIVOS PROPRIETÁRIOS. OS AUTORES DOS TEXTOS DESTA PUBLICAÇÃO PODEM ESCOLHER ESCREVER DE ACORDO COM O ACORDO ORTOGRÁFICO EM VIGOR. EMBORA RESPEITE OS PADRÕES PROFISSIONAIS, ESTE NÚMERO NÃO PRETENDE ATUAR COMO ORGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL OU MEDIA NEM APRESENTAR-SE COMO UM SERVIÇO. A EMAGAZINE FAZ PARTE INTEGRANTE DO BLOG 'O EMPREENDEDOR BRACARENSE' COORDENAÇÃO: RUI PINHEIRO COLABORADORES: ANDREIA SANTOS, LUÍS BARBOSA, HELENA SOUSA, JOÃO FREITAS, LILIANE MACHADO, RITA TRABULO FOTOS: CAPA - WALLPAPERCAVE.COM; LLAYER - ANA BERKELEY COTTER & PAULO JORGE MAGALHÃES/O MINHO; CRISTEMA UNIFY; PHILIPPE LIMA CONTACTO: INFO@EMAGAZINE.PT

EDITORIAL Ano novo, edição nova! E esta edição da E MAGAZINE traz novas e inspiradoras histórias!

Começamos com a entrevista exclusiva a Pedro Domingo, Co-Founder e CEO da Nu Boyana Fx, um estúdio de efeitos especiais de Braga que tem dado cartas em vários filmes internacionais.

Helena Sousa da agência de comunicação Chibious estreia-se na revista e falou-nos acerca da importância de ter uma loja online.

Elas vieram para ficar e são consideradas as malas com mais estilo de sempre, ecofashion e transformáveis, fomos falar com Ana Berkeley Cotter, designer e criadora da marca Llayer.

Seja qual o motivo, a entrada de um investidor na sociedade pode ser o passo certo para o sucesso - este é o tema do artigo de Rita Trabulo, da Startinnovation Team by CCA. Fomos ainda falar com o Pedro Basto e a Raquel Marinho, responsáveis pelo projeto Bolhinhas de sabão e damos a conhecer este projeto que tem provocado sorrisos a centenas de crianças do continente africano.

Artista, Criativa, EcoDesigner, de certeza que já ouviram falar da Adriana Mano, fundadora da Zouri shoes, fomos conhece-la e ficamos a saber tudo sobre as 'sapatilhas do oceano'.

Liliane Machado é criadora de conteúdo e estreia-se também nesta edição da Emagazine, as potencialidades do home office é o tema do artigo da autora que é também jornalista. É com uma nova identidade que surge a 3.ª Conferência Marketing Digital Centro e Norte de Portugal! O foco desta 3.ª edição são temas como Content Marketing, Online Advertising, Webanalytics e as novas tendências do marketing digital. A lista de convidados é de referência e nós contamos tudo nesta edição.

Participamos nos eventos e fazemos aqui um overview da nossa passagem pelo Web Summit e pelo World Business Forum. Trazemos ainda as novidades do QSP Summit, evento do qual a Emagazine é media partner, o evento vai ser brutal!

'Capital social: quanto, quando e porquê' é o tema que Luís Barbosa abordou nesta edição da Emagazine. Já o João Freitas, abordou as 'tendências digitais para a indústria hoteleira'. A sempre competente psicóloga e coach Andreia Santos escolheu como tema a importância do 'Acreditar' e o que significa realmente liderar para mudar.

A Cristema é uma empresa do ramo das Cutelarias com presença no mercado nacional há mais de 25 anos. Nós fomos conhecer a empresa e falamos com João da Silva Fertuzinhos, administrador que nos mostrou porque 'quer fazer sempre mais e cada vez melhor!' Terminamos esta edição com a história de Philippe Lima e do projeto Wash in Place.

Rui Pinheiro

EDITOR IN CHIEF DA EMAGAZINE

Prontos para mais uma edição inspiradora?

01

E MAGAZINE

SUMÁRIO

04

'EMOÇÕES FORTES' PEDRO DOMINGO

12

'NÃO PERDER TEMPO' ANA BERKELEY COTTER

08

18

22 18

28

DEVO TER UMA LOJA ONLINE?

O INVESTIMENTO À MEDIDA. COMO EVITAR “DAR CAPITAL”?

'BOLHINHAS DE SABÃO'

HOME OFFICE É PARA TOD@S?

Ter ou não ter uma loja online é uma questão que se coloca para o seu negócio?

Seja qual o motivo, a entrada de um investidor na sociedade pode ser o passo certo para o sucesso. Mas… Qual o investimento certo?

Um projeto sustentável e solidário que pretende fazer a diferencia nas condições de vida das crianças no continente Africano.

O termo em inglês home office tem sido utilizado cada vez mais nos últimos anos, mas será o home office para todos?

INFO@EMAGAZINE.PT WWW.EMAGAZINE.PT

A TUA REVISTA DIGITAL DE EMPREENDEDORISMO

26

ZOURI: AS SAPATILHAS DO OCEANO

34

37

"CAPITAL SOCIAL: QUANTO, QUANDO E PORQUÊ"

TENDÊNCIAS DIGITAIS QUE IRÃO INFLUENCIAR A INDÚSTRIA HOTELEIRA EM 2020

Capital Social. Qualquer empreendedor já ouviu falar deste termo, quer seja na fase mais inicial de ideia de negócio, mas será que sabe tudo sobre CS?

Como poderão os hoteleiros planear e definir o orçamento para 2020?

44

QUERER FAZER SEMPRE MAIS E CADA VEZ MELHOR!

40 A.CRE.DI.TAR

O que significa realmente liderar para mudar?

Os problemas globais, muitos dos episódios do país que temos e os nossos próprios planos levam-nos a indagar sobre as características a assumir enquanto líderes...

50 A HISTÓRIA DA WASH IN PLACE Criada por Philippe Lima, a empresa tem dado cartas no concelho de Guimarães.

Fomos falar com o empreendedor sobre o projeto.

04

E MAGAZINE

ENTREVISTA EXCLUSIVA

"SALTO NO PRECIPÍCIO. NÃO GOSTO DE DESPORTOS DE ADRENALINA, MAS SEM DÚVIDA, QUE EMPREENDEDORISMO É O MAIS PRÓXIMO QUE PODES ESTAR DISSO. E COMO O DESPORTO, AS EMOÇÕES SÃO IGUALMENTE FORTES E SATISFATÓRIAS." TXT RUI PINHEIRO PIC NU BOYANA FX PORTUGAL

PEDRO DOMINGO Em Braga existe um estúdio de efeitos especiais para filmes. Com mais de 30 pessoas, a equipa é bastante internacional e tornou-se já num dos maiores estúdio de efeitos visuais de Portugal.

A Emagazine foi falar com Pedro Domingo Co-Founder e CEO da Nu Boyana Fx Portugal.

Como tudo começou Foi quando começou a estudar Design & Multimédia que Pedro Domingo teve o seu primeiro contacto com o 3D, e pouco tempo depois teve a oportunidade de entrar na indústria do cinema: "há uns 10 anos, quando comecei a trabalhar na minha primeira longametragem de animação como Rigger, que é basicamente um perfil técnico que prepara os modelos 3D para poderem ser animados; criamos marionetas com bonecos digitais”.

05

E MAGAZINE

Depois de passar por várias empresas em Espanha, Reino Unido e Bulgária, Pedro decidiu dar o salto para a aventura e criar uma empresa por sua conta, em Portugal.

Influências Quisemos saber qual é a maior inspiração de Pedro e o apoio centrou-se, de acordo com o empreendedor, na família: "o maior apoio que tive foi, sem dúvida, por parte da minha família (...), deram-me apoio incondicional nas aventuras desta indústria louca do VFX. Sem o apoio da minha mulher, não teria dado o passo de deixar de trabalhar para outros e criar a minha própria empresa.

Pedro Domingo acrescenta ainda: "por outro lado, através dos diferentes projetos nos quais estive a trabalhar, conheci muita gente que me motivou não só em embarcar numa aventura deste estilo, mas também em fazê-lo de uma óptica diferente, passando de artista de produção a cofundador e gerente - usar toda a experiência adquirida durante estes anos para gerir da melhor maneira uma empresa focada no VFX"

06

A produção do filme Hellboy contou com a participação da Nu Boyana

Mas afinal, o que se faz num estúdio de efeitos especiais para filmes?

O empreendedor confessa que a sua equipa pode trabalhar em todas as fases de um projeto, do guião ao ecrã: "desde a criação da Concept Art de um projeto, criar pré-visualizações, matte paintings, modelação 3D, renderização fotorealista e composição, fazemos tudo isto (...).

Criamos VFX para ser integrado em filmes. Os VFX podem ser fumo, explosões, fluídos ou uma personagem criado do zero como um cão ou um monstro".

A participação da Nu Boyana na produção do filme Hellboy foi importante para o estúdio de produção de efeitos especiais, algo que Pedro Domingo considerou mesmo ter sido "uma prova de fogo para poderem começar e crescer como estúdio, até porque no início de 2018 éramos 3 pessoas e no fim desse mesmo ano, já éramos 20. Com este projeto pudemos evoluir tanto a nível humano como técnico".

A Nu Boyana Fx faz parte do Nu Boyana Film Studios, um grupo sediado na Bulgária com mais de 55 anos de experiência na indústria do cinema.

A cidade de Braga Quisemos saber o porquê da escolha da cidade de Braga para abrirem um estúdio de trabalho e o empreendedor confessou: "sempre que me fazem esta pergunta eu

E MAGAZINE

Depois de passar por várias empresas em Espanha, Reino Unido e Bulgária, Pedro decidiu dar o salto para a aventura e criar uma empresa por sua conta, em Portugal.

Influências Quisemos saber qual é a maior inspiração de Pedro e o apoio centrou-se, de acordo com o empreendedor, na família: "o maior apoio que tive foi, sem dúvida, por parte da minha família (...), deram-me apoio incondicional nas aventuras desta indústria louca do VFX. Sem o apoio da minha mulher, não teria dado o passo de deixar de trabalhar para outros e criar a minha própria empresa.

Pedro Domingo acrescenta ainda: "por outro lado, através dos diferentes projetos nos quais estive a trabalhar, conheci muita gente que me motivou não só em embarcar numa aventura deste estilo, mas também em fazê-lo de uma óptica diferente, passando de artista de produção a co-fundador e gerente - usar toda a experiência adquirida durante estes anos para gerir da melhor maneira uma empresa focada no VFX"

respondo o mesmo: e porque não?

Braga oferece qualidade de vida, todos os serviços numa cidade grande, ligação rápida ao aeroporto do Porto, um ecossistema de tecnologia de ponta, população jovem e com vontade de crescer profissionalmente.

Resumindo, uma cidade jovem e dinâmica em constante crescimento com um custo de vida razoável. Não há motivo para não ficar aqui!"

A equipa conta atualmente com 30 profissionais, sendo que o número de pessoas aumentou rapidamente, quando foi criada a Nu Boyana Portugal (em janeiro de 2018 eram apenas 3 pessoas). Pedro sublinha:" a Nu Boyana Portugal é agora um dos maiores estúdio de efeitos visuais de Portugal. A nossa equipa é internacional, reunimos talentos de 5 países diferentes (Portugal, Espanha, Itália, Lituânia e França).

Depois de Hellboy, a Nu Boyana Portugal tem vindo a trabalhar em projetos cada vez mais complexos: Assalto ao Poder, Rambo V - Last Blood, estando já a trabalhar em 2 produções internacionais que irão estrear em 2020.

Futuro Além de fazer parte de um grupo Internacional já consolidado, a equipa pretende continuar a promover a Nu Boyana Portugal como um estúdio independente na Península Ibérica: "a Nu Boyana Portugal não é apenas um estúdio de efeitos visuais de alta qualidade, mas também uma produtora que presta apoio para a realização de scouting e rodagens. A nossa ambição é combinar produções internacionais com o mercado português e expandir a nossa marca portuguesa, atraindo produções para filmar aqui em Portugal.#

07

E MAGAZINE

DEVO TER UMA LOJA ONLINE? Ter ou não ter uma loja online é uma questão que se coloca para o seu negócio? Quer esteja a começar e não saiba por onde, quer já tenha algo estabelecido e queira expandir ou reformular, se tem um produto para vender, uma loja E-commerce pode ser a resposta para si.

Helena Sousa

CO-FUNDADORA NA CHIBIOUS

08

E MAGAZINE

Ter ou não ter uma loja online é uma questão

seus clientes ao combinar as duas vertentes e,

que se coloca para o seu negócio? Quer esteja

assim, satisfazer também um público mais

a começar e não saiba por onde, quer já tenha

extenso: o que não tem acesso à sua localização.

algo estabelecido e queira expandir ou reformular, se tem um produto para vender,

Claro que o seu modelo de negócio pode ter

uma loja E-commerce pode ser a resposta para

especificidades que não se adequam a um

si.

modelo E-commerce, por exemplo, pelo tipo de produto ou pelo tipo de cliente. Mas, se quer ser

Comecemos pelos números: segundo o

encontrado, é na internet que deve estar.

European Ecommerce Report de 2019, relatório anual da Ecommerce Europe, só em Portugal, a

Com este artigo, não estou aqui para lhe dizer se

taxa de penetração de internet em 2018 era de

deve ou não ter uma loja online – nem posso,

75%, com 49% dos utilizadores a comprar online

porque cada negócio é um negócio e não tenho

e com previsão de crescimento até ao final de

nada a ver com o seu. Mas vou dar-lhe algumas

2019. Se olharmos para a Europa, o mesmo

razões que tornam vantajoso ter uma loja online

relatório revela uma taxa de penetração de 81%,

– não é só por estar na moda (pronto, só um

com percentagens de compradores online a

bocadinho…); se se aplicarem ao seu negócio, é

localizarem-se entre 22% e valores tão altos

melhor começar a pensar nisso!

como 88%.

A dimensão do público Não lhe será difícil, certamente, imaginar este

Uma das principais vantagens de ter um negócio

cenário. Veja bem: quando pensa em comprar

a vender online é a quantidade alargada de

um produto, por onde começa? A minha aposta

potenciais compradores. Ao ter uma loja

é que pega no seu telemóvel e faz uma pesquisa

E-commerce, as suas vendas não ficam

na Internet, mais especificamente, no nosso

dependentes dos clientes que lhe entram pela

amigo Google. Seja para ver ideias do que ou

porta, dos clientes de determinada localização;

onde pode comprar, seja para comparar preços,

ao estar online, os seus produtos chegam muito

é muito provável que algumas das mais de 3,5

facilmente a qualquer parte do pais, a qualquer

mil milhões de pesquisas diárias no Google

parte do mundo, não importa a que distância,

sejam suas. Não quer dizer que vá comprar

basta a plataforma estar preparada para tal.

imediatamente, mas se gostar mesmo de um produto que viu, até é provável que o faça.

Temos de concordar que o público é, sem dúvida

Assim fazem os seus clientes atuais e potenciais.

alguma, mais abrangente e, com certeza, vai precisar de estrutura para lá chegar, pelo que

Isto significa que hoje, mais do que nunca, é

fica o conselho: vá construindo a sua posição

imperativo estar online. Se está a arrancar com

passo a passo – Roma não se fez num dia!

o seu negócio, pode até começar por aí; se não

Sim, pode argumentar que, passo a passo,

é o seu caso, mesmo que tenha uma loja

também pode chegar a várias cidades e países

tradicional, pode oferecer mais vantagens aos

através de lojas físicas. É verdade e mais do que

09

E MAGAZINE

legítimo (a não ser que não cumpra as diversas

fusos horários não são fatores impeditivos à

legislações), mas… e os custos?

venda online.

O acesso aos produtos

Fica, no entanto, um alerta: o facto de ter a loja

Ter uma loja online significa que os seus clientes

aberta 24 horas não significa que tenha de ter

têm acesso permanente aos seus produtos,

alguém a dar apoio com essa permanência (e

onde quer que se encontrem. Além de dar

ninguém espera isso), mas se um cliente lhe

sempre acesso a mais e novos clientes, pode

enviar uma dúvida por chat ou e-mail, certifique-

tornar a vida mais confortável a quem já é fã da

se de que essa dúvida é atendida com a maior

sua marca. Quão frustrante seria sair da sua

brevidade possível. O cliente continua a ter de

cidade ou do seu país e não ter mais acesso aos

sentir segurança na sua compra.

produtos daquela marca/loja de que tanto gostava?

Os custos O custo de ter uma loja online não é tão alto

Este acesso permanente aos seus produtos

como se poderia esperar. É certo que há sempre

também implica que os seus clientes não se

os custos mínimos de a construir, de domínio e

verão impedidos de os adquirir por não terem

de alojamento. Se tiver, numa fase inicial, menos

paciência e/ou tempo para estarem numa fila

recursos, há plataformas que ajudam, com

enorme para pagamento ou por não quererem

poucos custos, a criar lojas E-commerce, mas

sair do conforto da sua casa para enfrentarem o

tenha sempre em atenção a usabilidade e a

frio ou a chuva.

velocidade do produto final.

Por outro lado, até podem estar a apanhar banhos de sol nas suas férias enquanto fazem

Numa loja física, não se livra de gastos com

compras na sua loja online. Não há desculpas.

rendas altas (se quiser estar numa zona com acessos), com segurança, com os serviços de

O carácter de permanência

água e de eletricidade e com todos os

Uma loja física dificilmente se pode manter

funcionários necessários para manter a loja

aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas

arrumada e limpa e dar apoio aos clientes,

uma loja online pode.

muitas vezes por turnos para a manter aberta o

Hoje em dia todos temos vidas muito ocupadas

máximo de tempo possível.

e não conseguimos fazer tudo o que queremos

10

em tempo útil. O facto de ter os seus produtos

Claro que, mesmo a vender online, precisa de um

disponíveis online significa que não há horário

local para armazenar os seus produtos com

de abertura ou fecho e, portanto, os seus

qualidade, mas este não precisa de ser numa

clientes podem comprá-los em qualquer

zona da cidade com visibilidade, o que acarreta

“buraquinho” do seu ocupado dia – intervalos do

encargos muito inferiores: com a devida licença,

trabalho, enquanto o jantar fica pronto, no fim

até pode transformar a sua garagem no seu

do dia antes de dormir… qualquer altura.

armazém. E precisa de funcionários para dar

Problemas de falta de tempo ou diferenças de

apoio ao cliente, para a embalagem e expedição

E MAGAZINE

de encomendas e, ocasionalmente, para tirar

Claro que, tendo uma loja física, pode sempre

fotografias aos produtos. Mas não se esqueça

fazer uso das redes sociais para criar uma maior

que, neste caso, o cliente faz maior parte do

conexão entre si e os seus clientes e até atrair

trabalho sozinho e que o seu espaço físico não

novos através de anúncios, mas não tem a

precisa de estar sempre a ser mudado

“página de destino” e, assim, entre o cliente ver o

esteticamente para agradar ao cliente.

produto e chegar a ele vai uma grande distância – no mínimo, a distância que vai da sua casa até à

Obviamente, quanto mais lojas físicas forem

loja.

necessárias, mais se vai notar este impacto: ao invés de multiplicar custos, online, num só local

Loja online: sim ou não?

(dado que a plataforma esteja adaptada), chega

Se o seu negócio for compatível, ter um

a vários locais ao mesmo tempo, por vezes, sem

E-commerce acarreta todo um conjunto de

ter sequer de aumentar o staff.

vantagens, desde a quantidade de potenciais clientes ao consequente aumento das suas

O marketing digital

vendas, a um custo bastante inferior. Se

No respeitante ao marketing, a forma mais

pretende expandir o seu negócio, esta é uma

económica de chegar a um maior número de

forma mais económica de “testar as águas” e

pessoas em menos tempo e com uma

aferir a receção do seu produto noutros

segmentação muito mais fina é a vertente

mercados; se ainda está a iniciar o seu negócio

digital.

e quer vender os seus produtos ao mínimo custo possível, aqui está uma forma de baixa

Quando tem uma loja online, tem uma “página

manutenção para começar.

de destino”, ou seja, uma página em o potencial cliente pode, no momento em que vê aquilo que

Se achar que esta é a resposta para o seu

procurava, concretizar o seu objetivo, neste

negócio, escolha a forma que escolher para o

caso, a compra do produto. Isto significa que

fazer, não o faça de ânimo leve. Há todo um

poderá utilizar ferramentas de marketing digital

conjunto de fatores essenciais necessários para

a seu favor. A otimização para motores de busca

maximizar o sucesso da sua plataforma online.

e o marketing nos motores de busca para que a

Mas isso é assunto para outros artigos.#

sua marca ou os seus produtos apareçam no topo dos resultados quando as pessoas estão à sua procura; poderá usar as segmentações avançadas do marketing nas redes sociais para ganhar novos visitantes com interesse ou fazer visitantes interessados retornarem; quando fizer uma publicação sobre um produto novo, os seus seguidores poderão, de imediato, ir à sua página, ver todas as informações e, se assim o entenderem, fazer a sua compra.

11

E MAGAZINE

NÃO PERDER TEMPO SIGNIFICA PARA MIM UMA INEXPLICÁVEL NECESSIDADE DE CONCRETIZAR OS OBJETIVOS QUE ME PROPONHO, OS TAIS OBJETIVOS QUE FAZEM SENTIDO PARA QUE HAJA HARMONIA. É ALGO QUE SURGE NATURALMENTE; NÃO SÃO IDEIAS QUE PROCURO, SÃO SOLUÇÕES QUE ENCONTRO.

12

TXT RUI PINHEIRO PIC LLAYER & PAULO JORGE MAGALHÃES/O MINHO

ENTREVISTA A ANA BERKELEY COTTER ARQUITECTA, DESIGNER E CEO DA LLAYER

(*“EU NÃO PROCURO. EU ENCONTRO.” PABLO PICASSO)

E MAGAZINE

Eco-fashion, transformáveis e cheias de estilo, as malas Llayer tem dado que falar!

Fomos conhecer Ana Berkeley Cotter, designer e criadora da marca.

Foi bem no centro de Guimarães que Ana Berkeley Cotter nos mostrou o showroom onde apresenta a sua mais recente marca, a Llayer.

Nascida em 2018 com o apoio técnico da Escola de Moda do Porto e em consultoria com os programas IdeaLab e Laboratório de Empresas da TecMinho, a Llayer foi apresentada ao mercado em e desde essa altura tem dado cartas!

Para além de ser uma handmade de malas de senhora em pele natural é totalmente nacional e apresenta um design inovador, que se propõe a reduzir o desperdício de recursos sem comprometer a diversidade.

Para tal foi criada uma mala base à qual se vão adaptando capas exteriores, que alteram por completo o aspeto do produto. As layers (ou camadas) podem facilmente ser substituídas e prometem dar mais liberdade a quem as usa.

Ana nasceu em Guimarães onde viveu até ir para a Universidade. Estudou em cidades tão diversas como Évora, Milão e Barcelona, trabalhou em Lausanne, na Suíça e quando voltou para Portugal publicou o livro “Casa em Pardelhas. O Desenho de Fernando Távora na Arquitetura Popular”.

Ana considera que as malas foram pensadas

Já em Portugal, estudou ainda na Escola de

para pessoas com múltiplas atividades ao longo

Joalharia Contemporânea Engenho & Arte e

do dia: "as malas Llayer otimizam o tempo ao

fez o curso de Avaliadora Oficial na

oferecer soluções de personalização versáteis,

Imprensa Nacional Casa da Moeda – INCM –

ideais também para quem viaja"

no Porto. Foi em Guimarães que fez a sua primeira exposição de joalharia, no Museu

"Acompanhar ou criar tendências, esta

Alberto Sampaio e abri gabinete onde

possibilidade de alterar a própria mala

concilia várias atividades nomeadamente

torna-as intemporais e rompe barreiras na moda envolvendo todos na lógica de

de arquitectura, avaliação de arte, joalharia e design.

criação do produto"

13

E MAGAZINE

14

E MAGAZINE

A empreendedora admite ter diversos interesses e curiosidade sobre coisas que já existem mas confessa que nada a move como uma ideia!

"Algo que se possa criar, construir e

O início A empreendedora admite que nos últimos 5 anos aprendeu diversas artes e processos de transformação em diversas indústrias:

potenciar. Gosto sobretudo de organização, coordenação, estratégia, resolução de problemas, brainstorming… e,

"percebi que toda a aprendizagem e

por este motivo, tenho vindo ao longo dos

desenvolvimento de produto requer

anos a desenvolver know-how técnico em

muito tempo, equipamento e

diversas áreas, grande adaptabilidade

investimento, além

proactiva e empatia com quem trabalho. É

de ser muito difícil chegar ao mesmo

importante compreender diversos pontos

nível de pessoas já com anos de

de vista para ter resultados que mais

experiência.

pessoas possam apreciar" Estas constatações levaram Ana a desenvolver Influências Ana confessa que, talvez pelo facto da sua mãe ser bióloga fez com que estivesse, desde muito cedo, sensibilizada para a beleza, importância e cuidados a ter com a Natureza. O seu pai,

mecanismos que facilitam a criação sem ter que começar sempre tudo do zero: "a Llayer nasceu da vontade de proporcionar a todos a experiência de criar um produto sem exigir o know how (...)".

apreciador e colecionador de antiguidades, incutiu-lhe o espírito de valorização da Arte e potencialização através da recuperação e restauro: "neste sentido, a minha personalidade desenvolveu-se sempre numa lógica de respeito e paixão pela Natureza e pela Arte. Em arquitetura, por exemplo, interessei-me imediatamente pela história, recuperação e reabilitação de edifícios e a relação destes com a Natureza".

"Atualmente, com a Llayer, fortaleci a minha consciência ambiental de sustentabilidade ao criar algo que reduz o desperdício na indústria da Moda, impulsiona a economia circular e ainda assim consegue ter expressão artística no campo do design de produto".

"Alterações em peças de moda podem atualmente ser feitas, mas são bastante custosas, demoradas e as pessoas não têm interesse porque se sentem incapazes de o fazer sozinhas tendo normalmente que recorrer a trabalho especializado. A Llayer quer dar-lhes o poder de elas mesmas alterarem as peças. Isto vem aumentar a longevidade dos produtos no sentido em que vão acompanhar as nossas necessidades práticas e estéticas e, simultaneamente, reduzir o desperdício de recursos" A empreendedora afirma que a Llayer segue a lógica “less is more” (Mies van der Rohe) através de um minimalismo versátil.

15

E MAGAZINE

"Procurou-se uma forma mais justa de não condenar à partida a nossa necessidade de variedade. O exercício passou por repensar uma solução que não reprima a nossa necessidade de variedade, algo que nos permita ser livres e experimentar coisas novas com a consciência mais tranquila".

O futuro Relativamente aos objetivos a curto prazo, a empreendedora confessa que assentam na divulgação da marca através dos valores qualidade, sustentabilidade e de uma maior liberdade criativa no mundo da moda: "a Llayer promete soluções para que as pessoas possam ter cada vez mais liberdade de expressão e esse é o conceito intrínseco à marca. O objetivo é que a criação saia um pouco do espectro em que se encontra (mais limitada aos estilistas) e permita que toda a gente possa ser criador. O nosso lema é we design, you create, o que significa que nós damos as ferramentas para que as pessoas façam parte do processo de construção e seja protagonistas no processo criativo".

Ana Cotter refere ainda que ao longo do trajeto vão estabelecendo parcerias com aqueles que se aproximam da sua forma de pensar. Para além disso, a empreendedora confessa que a Llayer evoluirá naturalmente num sentido alémfronteiras "uma vez que as redes sociais "ajudam a encurtar distâncias e permitem um reconhecimento global".#

16

E MAGAZINE

Empreendedorismo “Não tenha pressa, mas não perca tempo” é uma frase de Saramago que me diz muito - não ter pressa para mim significa evitar erros, apesar de que algumas batalhas são perdidas.

Perguntaram-me um dia o que era a essência de ser arquiteta. Nunca tinha pensado muito sobre o assunto porque não há um momento em que nos tornamos arquitectos, simplesmente somos. Eu disse que era sobretudo a capacidade de previsão. Prever o que pode dar errado, o que pode trazer problemas/conflitos, como um espaço se pode transformar,… ver o que não está lá.

Mais do que ninguém somos aqueles que vêm com a mente.

Desenhamos com a nossa sensibilidade e atenção ao detalhe, independentemente do estilo arquitectónico, para que alguém sinta harmonia sem desconfiar porquê.

Se tudo parecer bem sem que nada lute pela nossa atenção é porque faz sentido.

As coisas que fazem sentido demoram o seu tempo, não fossem a Natureza e o Tempo os melhores arquitectos.

"Procurou-se uma forma mais justa de não condenar à partida a nossa necessidade de variedade. O exercício passou por repensar Não perder tempo significa para mim uma solução que não reprima a nossa uma inexplicável necessidade de necessidade de variedade, algo que nos concretizar os objetivos que me permita ser livres e experimentar coisas proponho, os tais objetivos que fazem novas com a consciência mais tranquila". sentido para que haja harmonia. É algo que surge naturalmente; não são ideias que procuro, são soluções que encontro. (*“Eu não procuro. Eu encontro.” Pablo Picasso)

A parte difícil de não perder tempo, para mim, é que sempre que vejo algo que me parece que poderia ser feito de uma forma mais harmoniosa tenho que ter muita disciplina para não ceder ao impulso de o fazer. Por não ser uma pessoa que se consegue desprender de algo facilmente, e nenhum empreendedor o é se não desistia e já não seria empreendedor, tenho que travar muitas soluções. Não há tempo para perder com algo dificilmente se consegue terminar.

Não tenho ainda uma resposta síntese sobre o que é ser empreendedor mas seguramente que todos os empreendedores sentem, profundamente, esta frase.

17

E MAGAZINE

O INVESTIMENTO À MEDIDA. COMO EVITAR “DAR CAPITAL”?

REVENUE-BASED FINANCING Durante a vida e crescimento de uma empresa é chegado o momento, ou momentos vários, em que se pergunta quando e como obter mais fundos e captar investimento. Seja qual o motivo, a entrada de um investidor na sociedade pode ser o passo certo para o sucesso.

Mas… Qual o investimento certo?

Rita Trabulo

ADVOGADA COORDENADORA DA STARTINNOVATION TEAM BY CCA

18

E MAGAZINE

Durante a vida e crescimento de uma empresa é chegado o momento, ou momentos vários, em que se pergunta quando e como obter mais fundos e captar investimento. O momento pode ser definido por inúmeros objetivos e necessidades, tais como acelerar o crescimento, obter mais talento e qualidade, dar resposta e liquidez à saída de um promotor (founder), financiar aquisições de ativos, registar a propriedade intelectual, contratar pessoas chave, etc. Seja qual o motivo, a entrada de um investidor na sociedade pode ser o passo certo para o sucesso.

E… qual o investimento certo?

Um dos pontos essenciais para os founders de uma startup é a identificação do investidor e a definição do modelo de investimento que mais se adequa à sua empresa, ao momento e ao objetivo pretendido.

Com o devido perdão à língua portuguesa pela adoção de expressões anglo-saxónicas cada vez mais embrenhadas no discurso corrente do ecossistema do empreendedorismo, o RevenueBased Financing (RBF) tornou-se uma forma de investimento rapidamente popular entre as startups, sem sacrificar o equity da empresa. Esta forma de investimento assume-se como uma alternativa, com mecanismos, regulação e perfis de reembolso diferentes do investimento de capital de risco baseado na entrada no capital da empresa (equity financing). Assim, o RBF não deixa de se inserir no leque dos investimentos de capital de risco, contudo separa-se do tradicional, por não implicar a entrada do investidor no capital social da sociedade. No tradicional (equity financing) o investidor recebe uma participação social na sociedade em troca do investimento, associado a outras prerrogativas (proteção de anti-diluição, liquidação preferencial, pagamento de dividendos prioritários, entre outros).

Diversamente, o RBF, muito usual em fases iniciais de empresas, implica que os Founders/Empresa paguem, aos seus

investidores, uma percentagem fixa sobre a receita gerada até ao efetivo reembolso do investimento realizado nos termos previamente acordados entre ambos (acrescido de um custo associado). Os founders “vendem” assim uma percentagem da receita da empresa a acrescer ao reembolso do investimento recebido e até ao seu total reembolso. Um exemplo: O investidor financia EUR 500k; Para efeitos do reembolso total do financiamento é acrescido do custo associado ao mesmo, sendo aplicado um coeficiente de 1.2, o que perfaz um pagamento ao investidor de EUR 600k.

O pagamento é feito numa base mensal por referência a uma percentagem da receita gerada pela sociedade.

A estrutura deste tipo de investimento é flexível.

Usualmente, os pagamentos são feitos até ocorrer um dos seguintes eventos: O investidor receber um pré-determinado múltiplo do financiamento (como no exemplo dado); O investidor receber uma pré-determinada taxa interna de rentabilidade (TIR); Atingir-se uma determinada data préacordada.

Com o RBF: não existem, portanto, alterações no controlo ou na estrutura societária/acionista da Sociedade; não existem preocupações de diluição; o custo associado ao investimento é médio, superior à contratação de uma dívida bancária e inferior ao custo associado ao investimento de capital de risco associado à entrada no capital (equity financing); não implica a definição de uma estratégia de exit; tem mais flexibilidade nos pagamentos ao investidor, relacionados com a receita, com um risco associado ao endividamento menor do que a dívida bancária.

Considerando o foco na receita, quando estiver a ponderar e a Considerando o foco na receita,

19

E MAGAZINE

"A VERDADE É QUE MUITAS STARTUPS NÃO SOBREVIVEM POR QUEREREM ESCALAR DEMASIADO RÁPIDO E COM INVESTIMENTO ACIMA DAS SUAS VERDADEIRAS NECESSIDADES"

20

E MAGAZINE

quando estiver a ponderar e a preparar um processo de RBF nunca deve esquecer a essencialidade de ter um bom relatório que inclua a descrição da atividade da sociedade, a natureza das suas operações, a justificação de recurso ao RBF e a aplicação dos fundos investidos. Complementarmente, as demonstrações financeiras são igualmente importantes, devendo as mesmas ter dados comparativos (pelo menos dos últimos 2 anos). É nesta informação que o investidor vai retirar os dados necessários à concretização ou não do investimento e em que moldes o quererá fazer.

Para rematar: um Business Plan com a previsão da evolução da sociedade.

Todos nós crescemos com mitos que se revelam verdades. Assim como não se deve regar demasiado as plantas e tudo o que é demais enjoa, será que investimento a mais também mata? A verdade é que muitas startups não sobrevivem por quererem escalar demasiado rápido e com investimento acima das suas verdadeiras necessidades. Startups com estruturas acionistas demasiado fragmentadas e dispersas são uma bomba-relógio. Por outro lado, startups com o tipo de investimento certo e adequado são um sucesso.

Posto isto, o RBF aparece assim nas alternativas às formas de investimento como uma opção apetecível para os founders que se preocupem com a manutenção do controlo da sociedade. A verdade é que o investimento de Capital de Risco tradicional (baseado na entrada no capital da empresa/ equity financing) não serve a todas as empresas e realidades. Com o foco na receita e no seu aumento, o RBF assume assim cada vez mais uma posição marcante nesta maratona ou corrida de estafetas de investimento em startups, deixando a cap table livre para outros propósitos#.

21

E MAGAZINE

UM PROJETO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO QUE PRETENDE FAZER A DIFERENCIA NAS CONDIÇÕES DE VIDA DAS CRIANÇAS NO CONTINENTE AFRICANO A PARTIR DA RECICLAGEM DE DESPERDÍCIOS DE SABONETES DAS CADEIAS HOTELEIRAS: EIS O PROJETO 'BOLHINHAS DE SABÃO'

TXT RUI PINHEIRO PIC BOLHINHAS DE SABÃO

Fomos falar com os responsáveis, o Pedro e a Raquel e damos a conhecer este projeto que tem provocado sorrisos a centenas de crianças do continente africano.

22

E MAGAZINE

Pedro Sousa Basto, impulsionador de vários

assim inúmeras doenças infecto-contagiosas. É

projetos de índole social, inspirou-se no

um projeto moroso que engloba diversas fases

movimento Global Soup para levar a cabo o mais

de atuação: primeiro a recolha de desperdícios

recente projeto solidário em portugal.

de sabonetes diretamente dos hotéis; em

Unindo forças e estratégias com Raquel

seguida, a reciclagem desses desperdícios

Marinho, mediadora cultural e dinamizadora de

(coletar, separar, esterilizar e moldar); segue-se

atividades infantojuvenis, juntos criaram o rojeto

o embalamento dos novos produtos e, por fim, a

“Bolhinhas de Sabão”.

sua distribuição pelas comunidades carenciadas

O "Bolhinhas de Sabão" é um projeto

do continente africano.

sustentável e solidário que pretende fazer a

Influências

diferencia nas condições de vida das crianças no

A equipa confessa que não pode destacar uma

continente Africano. Como? A partir da

pessoal em particular, que os tenha lançado

reciclagem de desperdícios de sabonetes das

para este caminho: "acima de qualquer

cadeias hoteleiras. Este projeto cria novos

referência, penso que a necessidade e a

sabonetes que, ao serem enviados para zonas

responsabilidade de ajudarmos o próximo, está

carenciadas de África, permite uma higiene

inerente em cada um de nós. Vem do berço,

completa, muitas vezes inexistente, combatendo

como se costuma dizer. Essa doação pode ser

23

E MAGAZINE

algo tão simples como uma simples palavra, uma partilha de página. Os nossos workshops de reciclagem e embalamento são prova da gratificação que nos traz a estarmos a doar o nosso tempo a uma causa. E quem não tem a ambição de mudar mundo?"

Cada vez mais voluntários se juntam ao projeto!

De acordo com os responsáveis, o projeto está em franca expansão, graças ao grande envolvimento de uma rede, cada vez maior, tanto de voluntários como de parceiros.

"A entrega da primeira remessa de sabonetes reciclados na Guiné Bissau, teve um enorme impacto na comunidade de destino. Pois, o que para quem preparou os sabonetes foi apenas um investimento alternativo de tempo, para quem os recebeu foi uma dádiva repleta de significado. E é isso que nos faz querer continuar a crescer e chegar a outros destinos carenciados" A equipa confessa que inicialmente o foco seria a Guiné Bissau, mas hoje já entraram em países como Moçambique, Senegal, Quénia e Angola.

Facilmente as pessoas se apercebem desse impacto e querem fazer parte, querem sentir-se responsáveis pelo impacto que o seu simples gesto pode causar na vida dessas crianças.

"Se pensarmos que grande parte das doenças infetocontagiosas se devem à falta de higiene - estamos a falar de crianças que apenas passam as mãos por água - o uso de um sabonete pode alterar este cenário.

Lavar as mãos com um sabonete permite uma higiene eficaz, combatendo inúmeras doenças como por exemplo a diarreia, viroses ou infeções respiratórias."

Mas como alertar a população para o uso de sabonetes na lavagem das mãos se este não existe?

24

E MAGAZINE

Os empreendedores sublinham que essa sensibilização, é um dos motivos pelo qual o projeto “Bolhinhas de sabão” pode ser um contributo crucial no processo de proteção da população, nomeadamente das crianças.

Os voluntários do projeto Pedro e Raquel afirmam que o projeto está aberto a toda a comunidade: "mensalmente agendamos e promovemos workshops de reciclagem e de embalamento de sabonetes e as pessoas vão-se associando e participando.

"Num primeiro encontro juntaram-se 10, no seguinte 20 e num crescendo somos hoje uma comunidade de algumas centenas de voluntários que vão desde a partilha da página do projeto até à entrega dos sabonetes reciclados nos países destino. Uma vez que os hotéis começam a aderir em massa na entrega dos seus resíduos, e na tentativa de conseguimos o seu escoamento, estamos a levar esta iniciativa a escolas, bibliotecas, juntas de freguesia e até mesmo aos próprios hotéis.

"No fundo, convertemos este projeto numa iniciativa lúdico-pedagógicas que pode ser dinamizada pelas crianças em idade escolar, pelos seniores em lares e instituições, pelos adultos, pelas famílias A partilha destes momentos representa uma excelente ação promotora do tempo de qualidade entre pais e filhos, avós e netos."

O futuro A dupla de fazedores ambiciona tornar o projeto 100% sustentável: "causar um impacto mínimo no ambiente e máximo nas pessoas. Estamos a fazer a ponte com outras entidades para atingir esse objetivo com maior eficácia"."

25

E MAGAZINE

ZOURI TXT RUI PINHEIRO PIC ZOURI

"A HISTÓRIA DA ZOURI É DAQUELAS QUE NASCE DOS SONHOS E QUE CUSTA A REALIZAR"

26

E MAGAZINE

AS SAPATILHAS DO OCEANO

ARTISTA, CRIATIVA, ECODESIGNER, FOMOS FALAR COM ADRIANA MANO, FUNDADORA DA ZOURI SHOES.

"A história da Zouri é daquelas que nasce dos sonhos e que custa a realizar" - é assim que Adriana Mano começou a entrevista - "há 3 anos e meio surge esta ideia louca de usarmos o plástico da praia na produção de calçado. Da ideia à prática foram uns anos mas com a ajuda de várias mentes e espíritos sonhadores conseguimos chegar a uma solução.

A empreendedora não esquece a ajuda dos parceiros, nomeadamente "na produção da sola, e de um designer incrível que é o Hugo Melo".

Adriana referiu ainda: "a Joana Monteiro que nos atura todos os dias, na sua gestão detalhada e rigorosa, a Maria Salgado faz as fotos que nos deixam rendidos e tanto nos levam para a frente e o Nuno Abreu o homem da imprensa e da gestão da comunicação". A este leque juntou ainda aquele que considera ser "um elemento de excelência: a Joana Faria Alves, a nossa designer gráfica que criou do logótipo a todas as expressões gráficas da marca. E para não faltar ninguém estou eu, a sonhadora que um dia pensou nesta ideia e com muita energia tenta orientar o leme do barco. É esta equipa que faz da Zouri um projecto pequenino mas com muita vontade de crescer".

Inspiração Perguntamos a Adriana quais são as suas referências e a empreendedora destacou áreas no ativismo como a Catarina Furtado e o Leonardo di Caprio e algumas referências de projeto como o CLEAN UP THE OCEAN: "seriam imensos a enumerar mas talvez se tivéssemos que indicar um talvez o Mandela que conseguiu sonhar sempre e que nos deixou um legado de igualdade e justiça.

Zouri Quisemos saber como tudo começou e a empreendedora confessou: "a ideia estava clara

queríamos reutilizar o lixo plástico do Oceano tínhamos conseguido encontrar uma forma de o incluir no calçado, mas faltava perceber como recolher e transportar (....). Queríamos também envolver a comunidade para gerar mais consciência foi então que pensamos na Câmara Municipal de Esposende". A equipa desafiou a Esposende Ambiente a fazer uma recolha selectiva dos resíduos que aceitou prontamente: "começamos assim o nosso protocolo onde nos apoiam na angariação do lixo marinho e nós visitamos as escolas a fazer ações de sensibilização, desde então tem sido um belo percurso conjunto".

No ano passado a Zouri começou a trabalhar também com a FOCA e a BRIGADA DO MAR, duas ONGs ambientais que estão com o mesmo objetivo de proteção do ambiente.

Este projeto recolheu já mais do que uma tonelada de plástico das praias portuguesas. No entanto, Adriana considera que "os números valem o que valem". Sendo apenas "um sinal que estamos a conseguir avançar mas devemos muito a todos os parceiros e apoiantes do projeto".

Futuro Quisemos saber mais acerca dos planos para o futuro e a empreendedora confessou - "sonhos temos muitos! Gostávamos de conseguir trabalhar com todos os municípios da costa portuguesa e visitar todas as escolas do préescolar e primeiro ciclo estimulando os para a reutilização e para a ideia de que: o lixo não é lixo, o lixo é um potencial de matéria-prima e que a criatividade é o principal ingrediente"

27

E MAGAZINE

HOME OFFICE É PARA TOD@S? O termo em inglês home office tem sido utilizado cada vez mais nos últimos anos, mas trabalhar a partir de casa não é algo novo, ao contrário do que muita gente pensa. Obviamente as novas tecnologias e o viver global aumentaram este tipo de atividade, principalmente para quem pode produzir e entregar resultados remotamente, tendo a internet como principal aliada.

Mas será o home office para todos?

Liliane Machado

JORNALISTA E CRIADORA DE CONTEÚDO EM TEXTOS E VÍDEOS ONLINE

28

E MAGAZINE

Atender a uma chamada, fazer um orçamento,

atendente de vídeo locadora. Desde então fui

aceitar uma encomenda, entregar o pedido ao

vendedora, consultora de beleza, representante

cliente. Esta rotina pode ser utilizada por um

de laboratório, gerente de loja de calçados até

alfaiate, um analista de marketing ou um

finalmente me formar e trabalhar com o que eu

consultor de empresas, e em todas estas

sempre quis, jornalismo. Consegui entrar na

atividades o trabalho pode começar e ser

área e desde então trabalhei em redações de TV

concluído na casa do profissional.

e rádio, coordenei o setor de comunicação de

um órgão do governo, mergulhei na assessoria

O termo em inglês home office tem sido utilizado

de imprensa, mas sempre e em todas estas

cada vez mais nos últimos anos, mas trabalhar a

atividades me deslocava ao local de trabalho.

partir de casa não é algo novo, ao contrário do

que muita gente pensa. Obviamente as novas

Em dezembro de 2018 uma oportunidade

tecnologias e o viver global aumentaram este

diferente bateu à minha porta, eu a deixei entrar

tipo de atividade, principalmente para quem

e desde então ela mora em minha sala de estar -

pode produzir e entregar resultados

o trabalho home office. No começo estranhei,

remotamente, tendo a internet como principal

pois como sempre gostei de barulho, gente

aliada. Ok, mas o home office não nasceu com a

perto, trocas de ideias e interrupções positivas,

internet, basta olhar algumas décadas atrás,

foi um início solitário.

quando costureiras, advogados, engenheiros e

Estava ali sozinha e precisava me adaptar a uma

outros profissionais já trabalhavam desta forma.

nova rotina, novas regras e diferentes processos.

A questão é: trabalhar a partir de casa é um

Me surpreendi, consegui me (re)organizar,

formato que rende igualmente para todos? Nem

aprendi a não me distrair com a roupa que

sempre, e eu achava que não era para mim.

precisava ser recolhida do estendal ou dos intermináveis convites da vista da minha janela.

Uma nova rotina Trabalho desde os 15 anos de idade, quando

O ambiente de trabalho ideal também fez

provei para meus pais que eu era capaz de

diferença. Uma cadeira confortável e uma boa

estudar pela manhã e trabalhar a tarde. A

conexão wi-fi, são profundas aliadas para quem

primeira função que exerci já nem existe mais,

passa horas trabalhando online. Organizar o ambiente e deixá-lo com cara de trabalho deixa o desempenho mais funcional e produtivo.

Prós e contras Como tudo na vida trabalhar a partir de casa tem pontos positivos e negativos. Para mim um dos principais benefícios é a economia de tempo e de dinheiro com transporte e deslocamento. Já trabalhei em empresas em que gastava quase quatro horas por dia e cerca

29

E MAGAZINE

por exemplo, dedicar uma hora e meia no planejamento de um projeto, fazer o relatório sempre ao fim do dia, responder e-mails no período da manhã.

Fazer pausas também é importante, independentemente do local de trabalho, afinal de 80 euros por mês em locomoção.Hoje valorizo o fato de acordar, tomar o pequeno almoço e estar pronta para trabalhar em menos de meia hora. Outros pontos positivos são a economia na alimentação e reorganizar horários de última hora se necessário.

Por outro lado, trabalhar em casa requer um esforço para não cair nas tentações que em um escritório convencional ou empresa não teríamos. O sofá para se esticar está a dois passos, a cozinha está cheia de atrativos saborosos para preparar, o desleixo com a aparência pode começar a aparecer, afinal se estamos em casa porque não podemos trabalhar de pijama? Ora essa, não podemos pelo simples fato de que estamos trabalhando e precisamos respeitar nosso trabalho, além disso o seu cliente pode fazer uma chamada de vídeo a qualquer momento ou pode aparecer uma reunião importante sem aviso prévio, e a não ser

se tornar um workaholic não é a meta. Parar para tomar um café, passar cinco minutos ao sol na varanda ou mesmo levantar da cadeira para fazer alongamento, podem ser pílulas de relaxamento que vão fazer uma grande diferença no desempenho do trabalho.

Preguiça não e uma opção. Sabe aqueles dias de chuva, com tempo fechado, frio e que ninguém gosta de sair de casa para trabalhar, mas todo mundo vai? Pois é, eles também existem mesmo para quem não sai de casa para desempenhar suas funções profissionais. São nestes dias que precisamos ser fortes para não continuar na cama, afinal os compromissos continuam os mesmos. Então tenha o foco no trabalho para realizar suas tarefas com assertividade, e quem sabe você consegue encerrar o expediente um tempinho mais cedo para entrar no modo off.

que você seja o Mark Zuckerberg ou o Bill Gates,

Diversifique

não vai ser muito bem visto trabalhando de

Trabalhar em home office não quer dizer que o

pijama.

profissional esteja exclusivamente em casa.

Afinal para quem depende apenas de conexão

30

Gestão de tempo e agenda Ter uma agenda pré definida ou uma lista de

wi-fi, um portátil, ou até mesmo somente um

tarefas diária é importante para quem faz home

Seja em um café, um parque ao ar livre, ou na

office. Especialistas em carreira orientam fazer

área de restauração de um shopping center, o

uma lista e realizar as tarefas a partir das

resultado do trabalho precisa ser atingido. E a

consideradas mais difíceis. Delimitar tempos

depender do trabalho, mudar de ares é positivo

específicos para cada tarefa também é uma boa,

para se inspirar e produzir melhor. O

E MAGAZINE

telemóvel, o local físico pode ser qualquer lugar.

crescimento de espaços de coworking tem crescido exponencialmente, são ambientes criativos, que proporcionam conforto, bem estar e podem ser locais ricos para o networking.

Mercado e Preconceito Há quem ainda não perceba como é possível trabalhar em casa de forma séria. Infelizmente.

Já ouvi frases do tipo: “Você fica em casa o dia todo no computador, que tipo de trabalho é esse?”. Ou então: “Não vai encontrar os amigos, mas fica em casa sem fazer nada”. É um preconceito comum, principalmente de algumas pessoas que por toda vida tiveram empregos tradicionais. Por outro lado, há empreendedores que enxergam neste formato de trabalho uma oportunidade de crescimento.

O trabalho home office possibilita vantagens para quem o faz mas também para quem contrata os serviços. Pois o colaborador trabalha com prazos e resultados, e não requer supervisão nem cobranças constantes. Prova disso, é o fato de grandes companhias entenderem este formato como mais produtivo para algumas atividades.

Gigantes mundiais como a holandesa Phillips e a

norte-americana Dell tem contratado muitos profissionais que trabalham a distância e produzem tanto ou mais do que outros que batem cartão todos os dias em empresas do mesmo setor. A Amazon é considerada como uma das três empresas que mais contrata funcionários para trabalhar em regime home office no mundo.

Home office é para você?

Afinal essa nova onda de profissionais que trabalham a partir de casa veio mesmo para ficar? Tudo leva a crer que sim, pois os resultados dos trabalhos a distância tem se mostrado positivos e as soluções tecnológicas tem auxiliado nesse propósito.

Se calhar, questionar se o home office é para todos não seja o principal, pois o modo de trabalho está disponível para todos em todo lugar do mundo, mas a questão definitiva é: você é para o home office? E esta é uma pergunta que só você pode responder se experimentar. Bom trabalho.

31

E MAGAZINE

SANTA MARIA DA FEIRA ACOLHE 3ª CONFERÊNCIA DE MARKETING DIGITAL

ELA ESTÁ DE REGRESSO...

E VEM MELHOR DO QUE NUNCA! TXT E PIC RUI PINHEIRO & CONFERÊNCIA MARKETING DIGITAL CENTRO E NORTE DE PORTUGAL

É com uma nova identidade que surge a 3ª Conferência Marketing Digital Centro e Norte de Portugal! O foco desta 3ª edição são temas como Content Marketing, Online Advertising, Webanalytics e as novas tendências do marketing digital. A lista de convidados é de referência e nós contamos tudo nas linhas seguintes. É com uma nova identidade que surge a 3ª

CEO da Adclick, SA; João Henrique Costa

Conferência Marketing Digital Centro e Norte de

Sénior Marketing Manager da Ubiwhere; João

Portugal, onde se destaca a restruturada

Pintado, Head of Digital Marketing na PECOL,

imagem figurativa. O foco desta 3ª edição

S.A.; Márcio Miranda, Digital Marketing Manager

centrar-se-á nos seguintes temas: Content

na DELTA Q e Marco Brandão, Diretor Técnico

Marketing, Online Advertising, Webanalytics e as

de Marketing Digital na LOBA.cx são outros dos

novas tendências do marketing digital, tendo

oradores convidados desta 3ª edição, que terá

sido convidados oradores de referência.

lugar no auditório do Isvouga, no dia 21 de fevereiro de 2020.

Um dos nomes já confirmados é Paulo Henrique

32

Ferreira, fundador e diretor executivo da

O evento conta com o envolvimento dos alunos

empresa brasileira, Barões Digital Publishing.

e docentes na sua organização e divulgação e é

Formado em jornalismo, com mestrado em

dirigido não só a estes como também a toda a

Ciências da Comunicação pela ECA-USP e MBA

comunidade académica, profissionais, empresas

em Gestão Empresarial pela FGV e com larga

e público em geral. Os bilhetes podem ser

experiência no ramo digital.

adquiridos na plataforma Eventbrite com

Alexandra Carreira, Head of Marketing and

vantagem early bird até ao dia 13 de janeiro de

Communications at JP Sá Couto; Ana Bicho,

2020. Mais info em www.isvougadigital.net!#

E MAGAZINE

DESCODIFICAR O MARKETING DIGITAL 'Marketing Digital de A a Z'. Um manual que se destina a quem está a iniciar no mundo do Marketing Digital e pretende adquirir rapidamente competências estratégicas ou táticas.

De acordo com o autor, Vasco Marques: "é um livro que se destina não só ao empresário ou ao diretor que pretende saber os caminhos mais acertados e para estar apto a comunicar com proficiência com os colaboradores, como ao ao profissional que pretende desbravar caminho ou ao estudante que está a iniciarse no marketing digital" Um manual a cores, com 243 páginas, de fácil consulta e com imensos exemplos dados por Vasco Marques ao longo de cada um dos capítulos.

Este livro é também um guia que permite descodificar terminologias e ajudar a conhecer as principais possibilidades do Marketing Digital no mundo profissional.

Mas quem tem conhecimentos avançados, irá beneficiar de dicas práticas nos capítulos e do glossário que abrange desde o inicial ao avançado.

Sobre o autor: Vasco Marques (www.vascomarques.eu) tem mais de 15 anos de experiência, já realizou e participou em centenas de eventos relacionados com Marketing Digital, Vídeo Marketing, Empreendedorismo e Redes Sociais, disponíveis no seu site. Formou mais de 20 mil profissionais em seminários, workshops, formações e consultorias.

Mais info sobre o livro em www.guiamktdigital.com.

33

E MAGAZINE

"CAPITAL SOCIAL: QUANTO, QUANDO E PORQUÊ" Capital Social.

Qualquer empreendedor já ouviu falar deste termo. Quer seja na fase mais inicial de ideia de negócio, quer na fase mais avançada...

Luís Barbosa

CONTABILISTA CERTIFICADO CEO DA BUSINESS SKILLS

34

E MAGAZINE

Capital Social… qualquer empreendedor já

resultados, mas também dita o seu direito de

ouviu falar deste termo. Quer seja na fase mais

voto sobre algum assunto que seja colocado à

inicial de ideia de negócio, quer na fase mais

discussão.

avançada, é um termo que certamente já esteve presente como resultado de alguma pesquisa

Até 2011, em Portugal, as sociedades tinham

feita.

que ser constituídas com um Capital Social mínimo de 5.000€. Ora este montante era por

De uma forma muito redutora, o Capital Social é

vezes castrador de iniciativa empreendedora,

o risco que o sócio ou sócios assumem no seu

uma vez que não uma grande parte dos

negócio, ou seja, é o montante de investimento,

empreendedores não possuíam este montante

quer seja em dinheiro ou em espécie, quando

para arriscar no seu negócio. Em boa verdade,

constituem a sociedade.

5.000€ é muito pouco valor de Capital Social nos

casos em que as empresas a serem constituídas

Este montante investido simboliza a principal

sejam de cariz industrial. Para este tipo de

fonte de recursos próprios do arranque do

empresas normalmente basta a aquisição de

negócio, sendo a partir deste que são feitos os

uma só máquina para o investimento ser muito

primeiros investimentos e assumidos os

superior a esse montante, mas se analisarmos

primeiros gastos da atividade até que a empresa

algumas empresas de prestação de serviços em

consiga gerar receita para garantir a

que o único ativo que iram adquirir para

sustentabilidade.

desenvolver a sua atividade seja um computador

e um telefone (ou pouco mais), não

É importante que o empreendedor tenha total

necessitariam de tanto valor de Capital Social

consciência dos gastos e investimentos que vai

inicial.

ter de assumir até que o seu negócio comece a

obter rendimentos. Desta forma, antes da

Também pelos motivos atrás referidos, mas

constituição da empresa, é preponderante que

essencialmente para estimular a economia a

exista um plano de negócios que detalhe a

crescer, nomeadamente através da facilidade de

quantidade de dinheiro necessário e o tempo

criação de micro-empresas e

que demorará até que se obtenha a primeira

consequentemente estimular a criação de

receita proveniente de vendas ou de prestação

emprego, a exigência de Capital Social foi

de serviços.

alterada em 2011 pelo Decreto-Lei n.º 33/2011, de 7 de Março passando o valor mínimo de

O Capital Social é também uma garantia da

Capital Social para 1€ por sócio nos casos de

responsabilidade assumida pelos sócios perante

sociedades por quotas ou sociedades

fornecedores, clientes, funcionários e

unipessoais por quotas.

inclusivamente para a própria sociedade constituída, isto porque o montante investido

Se estivermos a falar de sociedades anónimas

por cada sócio na sociedade é que dita a sua

aí o valor é mais expressivo, tendo os acionistas

quota-parte numa eventual distribuição de

de garantir um Capital Social inicial de 50.000€.

35

E MAGAZINE

Em determinadas situações, na constituição de

proporcionalmente com a sua quota na

algumas sociedades com um tipo de atividade

empresa, por entrada de novos sócios ou por

específico, pode existir a obrigatoriedade de um

incorporação de reservas da empresa.

montante de Capital Social mínimo diferente dos montantes atrás elencados. A título de exemplo,

A redução de Capital Social acontece em casos

uma sociedade por quotas que tenha como

mais específicos para cobertura de prejuízos ou

objeto o transporte rodoviário de mercadorias

para reorganização e reestruturação

terá que ter um capital social de 50.000€ nos

empresarial, por exemplo redução de Capital

casos em que a atividade seja exclusivamente

Social por amortização de quota.

prestada através de viaturas ligeiras de

mercadorias, ou de 125.000€ para os restantes

Para finalizar, será importante relembrar que

casos (DL nº 257/2007 de 16 de Julho). Esta

quando falamos em Capital Social não falamos

especificidade de montantes de Capital Social

exclusivamente em dinheiro. Há a possibilidade

mínimo superiores ao praticado pela

das entradas de Capital Social, quer para

generalidade das empresas prende-se com o

constituição, quer para aumento de Capital,

facto de garantir a sustentabilidade financeira

serem feitas através da entrega de bens para a

para suportar os custos específicos com as

sociedade, ou seja, entradas em espécie. Esta

características da atividade empresarial.

modalidade de realização de Capital tem

algumas características especificas,

A realização do Capital Social pode ser efetuada,

nomeadamente o facto de o apuramento do real

no limite, até ao final do primeiro exercício

valor dos bens a serem entregues à sociedade

económico da empresa, no entanto, no ato de

terem que ser avaliados e valorizados por um

constituição da empresa pode ser assumido

Revisor Oficial de Contas.

pelos sócios a exigência desse Capital Social ser depositado na conta bancária da empresa num prazo de cinco dias úteis.

O Capital Social não é estanque, este pode ser aumentado ou reduzido durante a vida da empresa.

O aumento de Capital Social é normalmente uma consequência natural do avanço para novos projetos empresariais ou por necessidade de melhorar rácios de solvabilidade e autonomia financeira (por exemplo para melhorar a “imagem” contabilística perante a banca). Este aumento pode ser feito através do reforço de capital pelos sócios existentes

36

E MAGAZINE

TENDÊNCIAS DIGITAIS QUE IRÃO INFLUENCIAR A INDÚSTRIA HOTELEIRA EM 2020 Em plena época baixa para a maior parte das indústrias, os hoteleiros enfrentam uma das épocas mais importantes: planear e definir o orçamento para 2020.

Mas que tecnologias utilizar para ajudar neste processo?

O João Freitas escreveu acerca das tendências digitais que o setor hoteleiro deve ter em conta para enfrentar um 2020 desafiante!

João Freitas

HEAD OF BUSINESS DEVELOPMENT DA HIJIFFY

37

E MAGAZINE

Em plena época baixa para a maior parte das

isso, o design deve estar otimizado, deve ser fácil

indústrias, os hoteleiros enfrentam uma das

de navegar e encontrar as informações

épocas mais importantes: planear e definir o

necessárias, bem como contar com um motor

orçamento para 2020. É tempo de rever tudo

de reservas fiável. Tendo um website otimizado,

aquilo que de melhor e pior aconteceu durante

o website estará também melhor posicionado ao

o último ano, definir quais os principais objetivos

nível do SEO. Saliente-se que o uso de

para o próximo e também quais as principais

inteligência artificial no website posiciona-se

tecnologias que deverão ser tidas em conta.

como umas principais tendência para o próximo ano, nomeadamente a utilização de chatbots

Relativamente às tecnologias a implementar,

bem como de soluções de upselling.

existem diversas tendências digitais que certamente impactarão positivamente a

2.Metasearch

indústria hoteleira em 2020 e que qualquer

As plataformas Metasearch apresentam-se como

hoteleiro deverá ter em conta no seu

uma das áreas em que deve incidir o budget para

orçamento.

2020. De forma resumida, as plataformas metasearch apresentam preços e

1.Foco nas reservas diretas

disponibilidades de hotéis que se encontram

Atualmente, os hotéis estão a trabalhar para

disponíveis em OTAs como o Expedia e

diminuir a dependência dos OTAs (online travel

Booking.com, bem como aqueles

agencies), nomeadamente da Expedia e do

disponibilizados pelo website oficial do hotel,

Booking.com. Para isso, precisam de ter seus

ajudando os utilizadores a planear as suas férias

canais diretos com uma alta taxa de conversão,

da melhor forma.. De forma a garantir um

nomeadamente o website ou até mesmo as

contínuo crescimento das reservas diretas, o

redes sociais como o Facebook, de forma a

metasearch deverá ser certamente

diferenciar-se das OTAs, oferecendo um

umaprioridade, tendo como principais

melhor atendimento ao cliente.

plataformas a Google Hotel Ads, a Trivago ou a Kayak.

38

O website do hotel deve ter a capacidade de

Dentro da estratégia de aposta no metasearch,

capturar a atenção e converter reservas. Para

deverá selecionar cuidadosamente quais os

E MAGAZINE

canais metasearch a utilizar, devendo priorizar

4.Plataforma de comunicação unificada

plataformas como Kayak, Google Hotel Ads e

A importância de estar presente em cada vez

Trivago. No caso da plataforma Google Hotel Ads

mais canais de comunicação, nomeadamente

não esquecer que existe a necessidade de ter

WhatsApp, Facebook Messenger, Website,

uma conta verificada Google My Business - que é

Booking.com e Expedia ou até mesmo o e-mail

gratuita. Não se esqueça que as estratégias para

torna a vida das equipas de reservas cada vez

cada uma das plataformas poderão não ser

mais complexa.

iguais, fruto de terem diferentes custos por clique e taxas de conversão necessariamente

Dar respostas instantâneas a todas as questões

diferentes.

e assertivas a cada segundo torna-se complexo pelo que é essencial garantir que em 2020

3.Remarketing

organiza todas as suas conversas, em qualquer

A importância do remarketing mantém-se como

um dos canais mencionados acima, apenas

ma das principais trends digitais de 2019 que

numa inbox.

não deverá ser esquecida durante 2020. O remarketing permite, de uma forma resumida,

Idealmente, opte por um fornecedor que

voltar a interagir com os utilizadores que

também lhe garanta um assistente virtual no

tenham estado algum tempo no website oficial

máximo dos seus canais de comunicação.

do hotel, mas que não tenham efetuado a sua

Existem opções com a HiJiffy, que lhe garante

reserva. O principal objetivo passa por garantir

uma taxa de automação superior a 70%, através

que estes mesmos utilizadores voltam a entrar

de mais de 120 tópicos que o assistente virtual

no website e concluam as suas reservas. Existem

terá capacidade de responder. Para além disso,

diversas mais-valias desta estratégia,

estando este assistente virtual diretamente

nomeadamente o facto de permitir exibir

integrado com os diversos motores de reservas,

anúncios personalizados em diferentes canais

permite ao utilizar verificar instantaneamente

bem como apenas anunciar aos utilizadores que

disponibilidades, preços e até mesmo a reserva

efetivamente já demonstraram interesse no

de um quarto no chatbot.#

hotel ou quarto específico.

39

E MAGAZINE

a.cre. di.tar

Estamos também, deitado fora o cinismo, hoje como em outros momentos, a refletir sobre o que significa realmente liderar para mudar. Os problemas globais, muitos dos episódios do país que temos e os nossos próprios planos levam-nos a indagar sobre as características a assumir enquanto líderes.

Começo por te contar isto: um líder a sério acredita no Natal.

Andreia Santos

PSICÓLOGA, TRAINER, COACH

40

E MAGAZINE

Estou sentada a escrever-te, com o meu carioca

aqui reside a chave que abre todas as portas até

de limão, que vou bebendo aos goles

ti: ver-te, compreender-te, escutar e validar oque

pequeninos, que entretanto irá esfriar sem que

sentes. Sem mentir. Muito para além de tudo o

o chegue a terminar. Tomo-o em vez do café,

que está escrito, e de todos os estilos de

para prevenir o stress. Estamos no fim do ano

liderança possíveis no contexto em que se opera

que globalmente foi exigente... é quase Natal.

e que dita as coordenadas para agir, existem

Deves ouvir dizê-lo muitas vezes, mas repito na

líderes que são “uma base segura”, outros não,

mesma porquegosto da época e, acima de tudo,

atributos que não podem faltar. Existe algo muito

porque tenho a felicidade de te poder falar

básico nos seres humanos: a necessidade de

sobre o que acredito que importa nesta altura.

conexão emocional entre o que somos e os outros. Simples assim e sagrado.

Olhando para o mundo que temos, porque a

Being social animals, connecting

quadra também é sinónima desta contemplação

emotionally with other people is apart of

(ou poderia ser...), para dificuldades humanas

being human.”

que vivemos, para a normalização de processos

(Brené Brown, 2010)

que nada têm de bom, (que nos lembram de não esquecer o que já se viveu historicamente), e para o empreendedorismo, ocorreu-me falarte do que naturalmente procuramos enquanto “donos” das nossas vidas e em busca de modelos de inspiração. Escuto mais a expressão “liderança transformadora” e percebo, sobretudo quando visito líderes ou empreendedores, mulheres e homens, que há nesta realidade a expetativa de a exercitar...

Estamos também, deitado fora o cinismo, hoje como em outros momentos, a refletir sobre o que significa realmente liderar para mudar. Os problemas globais, muitos dos episódios do país que temos e os nossos próprios planos levamnos a indagar sobre as características a assumir enquanto líderes. Começo por te contar isto: um líder a sério acredita no Natal.

Este tema daria uma extraordinária tertúlia, com direito à alegria de te ver sorrir porque és o que és. Não há segredos, somos todos pessoas. E

É o facto de estarmos ligados emocionalmente a alguém que nos dá propósito e significado. As relações profundas começam por ser importantes ao nível familiar, mas e à medida que crescemos passam a ser relevantes nos domínios da amizade, das parcerias, das mentorias e das relações profissionais, incluindo patrões e líderes. Schutz, dá o mote certo para a colaboração feliz: “Existo, sou competente e sou digno de ser amado”.

Assim, o que é fundamental? Creio que já traduziste o que leste, mas confirmo: ser vulnerável está na primeira linha da eficácia na liderança. Dito de outro modo, não ter medo de mostrar afeto e apreciação pelas nossas pessoas/equipas dita o caminho a seguir. Será bastante diferente seguir uma decisão porque alguém me pede de querer estar de facto ao lado de quem toma a decisão. A vulnerabilidade é a base da construção dos relacionamentos fortes e transformadores. Estar próximo, saber estar

41

E MAGAZINE

mesmo. É óbvio que isto implica dar, partilhar

“Being free of what I hide behind... means more

emoções, as boas e as más. Ser-se imperfeito,

joy, connection and intimacy”, só mantendo

diria, humano/a.Isto é mais determinante ainda

fidelidade em primeiro lugar a nós próprios/as

nos momentos piores, nas dificuldades: os

poderemos ter a fidelidade dos outros. E isto é

líderes transformadores podem ter o

ser vulnerável.

sentimento gerado nas relações emocionais verdadeiras do seu lado para motivar, para que

Nestes tempos, nossos, só os líderes que de

avancem todos, mesmo quando dói,porque a

facto entregam a autenticidade e fazem os

missão é “nossa”.

outros sentir-se importantes o são. Converso com muitas pessoas. Nos seus desabafos e

42

Já percebeste que não sublinho a ideia de que

relatos a falta de reconhecimento e a

as relações humanas são complicadas, o que

exploração, o foco no dinheiro a todo o custo,

torna tudo muito difícil são as nossas

continua a existir. São cada vez mais as

circunstâncias e faltas, tendo todo o direito a

situações de burnout que atendo e o aumento

elas, podemos superá-las na maioria dos casos.

dos riscos psicossociais é nacional. Não posso,

Reconhecer o que sentimos, não recusar o

nem eu, nem tu,ignorar que os melhores

conflito e ser verdadeiro/a na expressão

resultados se baseiam nos processos, na

emocional perante desacordos e confrontos, (só

possibilidade de ajudar o outro a crescer,

a verdade resolve e fortalece), ser honesto/a

fazendo assim com que o nosso negócio dure e

para construir a confiança, (ingrediente 0 de

saiba sair da garagem. Confio plenamente na

quaisquer boa relação), são de acordo com Inbal

nossa competência para acreditar e agir no que

Arieli, 2019, e com muitos outros, algumas das

é para sempre, (mesmo se numa empresa

regras de ouro a cumprir.

diferente). Bom ano!#

E MAGAZINE

EVENTOS WORLD BUSINESS FORUM | MADRID TXT RUI PINHEIRO PIC RUI PINHEIRO

COMPREENDER A LIDERANÇA Foi durante a Web Summit que nos deslocamos a Madrid para participar no World Business Forum. O evento juntou várias centenas de participantes e foi incrível!

Organizado anualmente em diferentes cidades da América, Europa e Oceania o World Business Forum reúne os oradores mais influentes da atualidade. A edição de Madrid juntou nomes como Simon Sinek, Gary Hamel, Whitney Johnson, Nicholas Negroponte, Don Peppers, Zoe Chance, Ian Williamson, Victoria Roos-Olsson e Felipe Gómez, que falaram sobre a importância do capital humano e a sua relação com o tecnológico.

Sinek foi uma das estrelas e falou a importância de desvendar a ligação entre biologia, antropologia e grande liderança e da relação entre comportamentos, valores e características dos verdadeiros líderes.

43

E MAGAZINE

QUERER FAZER SEMPRE MAIS E CADA VEZ MELHOR A Cristema é uma empresa do ramo das Cutelarias com presença no mercado nacional há mais de 25 anos. Nós fomos conhecer a empresa e falamos com João da Silva Fertuzinhos, administrador da mesma.

TXT RUI PINHEIRO PIC UNIFY

O início A Cristema iniciou a sua atividade no ano de

do seu pai, o que lhe permitiu desenvolver

1993. Desde muito cedo que João da Silva

aptidões ao nível da produção de moldes,

Fertuzinhos está ligado à indústria das

manutenção mecânica e todo o processo de

cutelarias. Um dia decidiu desenvolver um

produção de tesouras e navalhas.

pequeno projeto industrial em nome próprio, com a produção de utilidades domésticas e de

"Ao longo dos anos foi necessária muita

jardinagem. O projeto tomou maior expressão,

perseverança para que a Cristema

anos mais tarde, com a criação de uma unidade

evoluísse e se fosse continuamente

fabril destinada à produção de talheres.

adaptando às necessidades do mercado, inovando nas técnicas de produção, no

44

João confessa que a sua formação profissional

design e na qualidade dos produtos,

foi adquirida no ceio da indústria, na empresa

tornando-se naquilo que é hoje".

E MAGAZINE

Uma empresa de referência com mais de 60

Em janeiro de 2018, nas comemorações dos 25

colaboradores

anos, a Cristema cumpriu um dos seus objetivos

Quisemos saber os fatores que levaram ao

estratégicos e lançou duas novas marcas, NEFER

crescimento da Cristema, tornando-a numa

e ROXA, segmentando o mercado ao qual se

empresa de referência nacional e internacional

destina e direcionando as repostas perante as

e João salientou o forte investimento que tem

necessidades dos seus clientes. De acordo com

sido feito em vários domínios: "nomeadamente

o empreendedor, "a marca NEFER – Netos

na sua imagem, nos recursos humanos, no

Fertuzinhos - representa os talheres da linha

parque de máquinas, na formação, na qualidade

económica, aliando a tradição familiar ao

e na segurança no trabalho".

empreendedorismo das novas gerações. A marca ROXA, criada em 1908 por António

"Atualmente a Cristema conta com mais de 60 colaboradores que formam um grupo de trabalho coeso e dinâmico que permite consolidar a nossa posição no mercado nacional e internacional e adotamos uma política de compromisso e lealdade para com os nossos clientes, fornecedores e concorrentes"

Fertuzinhos, o meu avô, é um revivalismo das novas gerações que dão continuidade ao seu legado e apresenta uma vasta gama de produtos de utilidade doméstica".

Presença em mais de 6 países... E o futuro?

João da Silva Fertuzinhos confessa que o futuro passa, claramente, pela expansão da Cristema, sendo e o mercado internacional extremamente importante nesse crescimento.

"Atualmente, estamos em vários mercados, entre os quais, Espanha, França, Marrocos, Argélia, mas queremos, a longo prazo, apostar noutros mercados e com isto levar a qualidade dos nossos talheres a mais mesas internacionais" A par dessa conquista de novos mercados a empresa pretende reforçar a sua posição nos mercados nos quais já está presente e em Portugal. O empreendedor admite ainda que a empresa está continuamente a desenvolver novos produtos e a melhorar a forma como comunica a sua marca para chegar a um público cada vez mais abrangente.

45

E MAGAZINE

"É importante referir que tudo isto está

nossos clientes e, por conseguinte, o consumidor.

aliado à nossa política de investimento, a uma contínua aposta na melhoria dos nossos processos de fabrico, na aquisição de tecnologia de ponta e na formação.

Neste ponto, a tecnologia é uma grande aliada: "temos procurado inovar as nossas técnicas e os equipamentos utilizados. Desenvolvemos, por

Acreditamos que só assim iremos

exemplo, uma ferramenta única no país que

progressivamente melhorar o nosso

permite produzir 4 colheres de café num só

posicionamento no mercado nacional e internacional"

golpe" - uma ideia encarada pelos colaboradores "como um desafio e foi continuamente estudada e melhorada até ao resultado final".

De acordo com João, inovação e atualização são palavras que estão presentes desde a fundação até ao dia de hoje e continuará a ser uma aposta forte da Cristema: "acreditamos que apenas com uma ambição constante de melhoria e de atualização é que conseguiremos melhorar os nossos produtos, satisfazer os

46

E MAGAZINE

"Usamos esta ferramenta desde 2015, o que nos possibilitou produzir, em média, 100 mil colheres de café por dia. Esta capacidade de produção sem precedentes permite-nos responder com brevidade a todos os pedidos que recebemos"

As instalações da Cristema estão ainda dotadas de tecnologia robótica de apoio à produção, um "investimento que permiti aumentar o volume de produção sem perder o rigor e a qualidade (...), para dar um último exemplo, estivemos a cooperar recentemente com a Universidade Nova de Lisboa, a Escola de Engenharia da Universidade do Minho e o Politécnico de Milão no projeto BeinCPPS - "um projeto no qual estivemos envolvidos e que nos permitiu implementar e otimizar uma plataforma para acompanhamento de todo o processo de produção, em tempo real, utilizando um smartphone ou tablet". Atualmente, a plataforma é uma ferramenta crucial na monitorização de toda a produção permitindo melhorar recursos e processos, ajudando a aumentar a rentabilidade e a produtividade.

De acordo com o empreendedor, este foi um passo fundamental para colocar a Cristema totalmente integrada na era da indústria 4.0 respondendo aos desafios que a mudança de paradigma nas empresas e indústrias exigiu.

A responsabilidade social Mesmo a gerir uma empresa, a administração não esquece a responsabilidade social, considerada mesmo e "cada vez mais, uma das

maiores preocupações da empresa".

"Temos assumido ao longo dos anos uma postura interventiva que concilia o desenvolvimento económico, a responsabilidade social e a proteção do ambiente, procurando que a nossa atuação tenha um impacto positivo na sociedade e no meio envolvente" "Para dar alguns exemplos, posso referir o envolvimento dos nossos colaboradores na recolha de alimentos em benefício da associação vimaranense dedicada ao acolhimento e inserção social de crianças e jovens - Centro Juvenil S. José".

Na estratégia da empresa estão ainda incluídas duas ações que envolvem os colaboradores e as suas famílias: o Projeto Chicco – Funcionários, Pais e Crianças Felizes, que permite às famílias dos colaboradores usufruírem de descontos em todas as lojas Chicco. Aliada a esta iniciativa, a Cristema instituiu ainda a oferta de um vale de nascimento permitindo que os nossos colaboradores possam adquirir produtos Chicco.

"Estas ações permitem-nos reforçar o vínculo entre os funcionários e os órgãos de gestão da empresa. A curto prazo, temos o objetivo de colocação de painéis solares, reduzindo desta forma a nossa pegada ecológica e criando condições de sustentabilidade energética"

47

E MAGAZINE

O QUE SIGNIFICA EMPREENDEDORISMO? Para João da Silva Fertuzinhos, empreendedorismo significa querer fazer sempre mais e cada vez melhor.

"Atualmente, a Cristema é uma empresa autónoma e sustentável, com capacidade de produzir os seus talheres desde o molde até ao embalamento do produto final.

Desenvolvemos ainda várias máquinas que pretendem dar respostas específicas às nossas necessidades, permitindo maior capacidade produtiva e maior controlo da qualidade.

Fomos também distinguidos como PME de Excelência pela 3ª vez consecutiva. Na Cristema não pensamos que tudo já foi conquistado e que não há pontos onde possamos evoluir.

Existem sempre e continuarão a existir! Não podemos estagnar e ambicionamos sempre mais e temos sempre novos objetivos a alcançar para que possamos melhorar o nosso posicionamento no mercado nacional e internacional".

48

E MAGAZINE

EVENTOS WEB SUMMIT 2019 TXT RUI PINHEIRO PIC RUI PINHEIRO

70.469 PARTICIPANTES Estivemos na Web Summit e trazemos alguns números deste evento considerado pela Forbes como "The best technology conference on the planet”!

Participaram mais de 2.150 startups Participaram mais de 240 parceiros 46.3% dos participantes era do género feminino os participantes vieram de 163 países diferentes o participante que veio de mais longe percorreu 19,584 km e veio de Wellington, Nova Zelândia o evento contou com 1206 oradores o evento contou com 1,221 investidores registados estiveram presentes 2,526 agentes de media/imprensa participaram 8,500 developers

49

E MAGAZINE

'EMPREENDEDORISMO SIGNIFICA MAIS DO QUE MONTAR UM NEGÓCIO É QUANDO ALGUÉM VENDE OU FORNECE ALGO QUE OUTRA PRECISA...

ESSE ALGO PODE SER CONHECIMENTO, RECONHECIMENTO, TEMPO...

Nasceu em França, foi relações públicas, militar e hoje gere um negócio que está em ascensão. A Wash in Place proporciona aos seus clientes limpezas auto, no local que os clientes pretenderem e de uma forma totalmente ecológica.

Fomos falar com o empreendedor Philippe Lima sobre este projeto.

TXT RUI PINHEIRO PIC WASH IN PLACE

50

E MAGAZINE

A Wash in Place proporciona aos clientes limpezas auto, no local que os clientes pretenderem e de uma forma totalmente ecológica. Criada por Philippe Lima, a empresa tem dado cartas no concelho de Guimarães.

Fomos falar com o empreendedor sobre o

"Ingressei no exército e como qualquer militar, a probabilidade de ficar perto de casa era baixa. Fui parar a Lisboa 4 anos e depois mais 3 em Aveiro.

Só em 2016 quando saí do exercito comecei a pensar: ok e agora ?"

projeto.

Havia surgido a oportunidade de Philippe trabalhar como “gerente/relações publicas” numa discoteca e foi por essa altura que começaram a surgir na sua cabeça algumas questões, nas palavras do empreendedor: "questões simples, mas cujas respostas eram complicadas (...) como porque é que A funciona e B não, entre tantas outras. E começou a nascer a vontade de ter algo em meu nome, um negócio próprio".

O empreendedor assume não ter ninguém que o tenha influenciado para começar, mas admite hoje ter várias pessoas que admira, como "empreendedores que começaram do 0 e hoje todos os invejam". Philippe admite também que "o facto de ter trabalhado com pessoas que tinham os recursos necessários para ter grandes negócios mas não tiveram essa capacidade" lhe Um percurso multifacetado

permitiram aprender através da observação para

Philippe Lima nasceu em França e desde então

não cometer os mesmos erros.

a sua vida foi um corrido de locais: "vivi em França até aos 8 anos depois, felizmente os

O início da Wash in Place

meus pais decidiram voltar para Portugal

Quisemos saber como é que tudo começou e

vivemos 2 anos em Esposende até o meu pai

Philippe sublinhou a altura em que "sem querer já

montar negócio em Guimarães e desde então

tinha decidido que queria desenvolver algo, só

fui “ficando” por aqui.

não sabia o que era".

Para 'fugir' à disciplina de matemática Philippe

O empreendedor confessa que começou a estar

resolveu ingressar no exército, corria o ano de

atento à vida das pessoas e às necessidades que

2009, um contexto em que o empreendedor

precisavam de ser satisfeitas, ao mercado. "Tal

sentia a "crise do mercado de trabalho":.

como quando apareceram na internet as

51

E MAGAZINE

plataformas de streaming, que vieram substituir

Depois, o facto de ser feita de forma a não se

os vídeo-clubes.

desperdiçar a água, ou seja aquilo que a Wash in Place faz é dar tempo para os clientes fazerem o

"Eu vejo que as pessoas hoje, felizmente, têm mais liquidez e com isso melhores

que mais gostam, com uma pegada ecológica muito reduzida.

carros, mas para ter mais dinheiro tem menos tempo, logo eu pensei em vender

Futuro

algo que lhes desse mais tempo que são

Para o futuro o empreendedor pretende

lavagens de carros no local definido pelos clientes, isto tudo com um serviço amigo do ambiente "

multiplicar e chegar a todas as cidades do país, para isso submeteu o projeto a alguns apoios do Portugal 2020 para poder alavancar de forma mais acelerada, "mas sempre sem perder o foco e

As vantagens são imensas, em primeiro lugar, pela comodidade do serviço: "saber que podes estar em casa ou a trabalhar e sem te deslocares, sem ficares privado do carro, ter alguém que vai ter contigo para lavar o teu carro"

os sinais que o mercado nos dá".

Empreendedorismo "Empreendedorismo para mim significa mais do que montar um negócio, é quando alguém vende ou fornece algo que outra pessoa precisa. Esse algo pode ser conhecimento, reconhecimento, tempo..."

52

E MAGAZINE

“FACING THE UNKNOWN” 14.A EDIÇÃO DO QSP SUMMIT CONTA COM 50 ORADORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS! TXT QSP SUMMIT PIC QSP SUMMIT

O evento, que decorre a 26 e 27 de março, na

O tema da edição de 2020 – ‘Facing the

Exponor, marca a estreia do norte-americano

Unknown’ – marca atualmente a agenda dos

Malcolm Gladwell no QSP SUMMIT, colunista

gestores em todo o mundo e contaremos

regular do New York Times e autor de cinco

com alguns dos mais reputados oradores

best-sellers. Malcolm Gladwell, que lançou

mundiais".

recentemente o livro Talking to Strangers, já editado em Portugal, foi nomeado uma das 100

De acordo com a organização, os conteúdos do

personalidades mais influentes do mundo pela

evento são transversais e do interesse de todo o

revista TIME e um dos “Top Global Thinkers” pela

tecido empresarial, bem como de todos os

Foreign Policy.

profissionais de topo”.

No QSP SUMMIT, Malcolm Gladwell vai estar no palco principal para uma apresentação sobre

O QSP SUMMIT 2020 irá ocupar uma área com

inovação e, no Thinkers Hall, para falar sobre o

mais de 20 000 m2, com 7 palcos e uma zona de

seu último trabalho.

exposição com mais de 120 empresas, que vão colocar à disposição dos conferencistas um

Os dois dias do QSP SUMMIT reúnem 50

conjunto de experiências dinâmicas, concursos e

oradores nacionais e internacionais naquele que

alimentação gratuita disponível em 25

é considerado um dos maiores e melhores

restaurantes durante os dois dias.

eventos de Management e Marketing na Europa.

Rui Ribeiro, CEO e Fundador do QSP SUMMIT,

Os 8 oradores do palco principal vão abordar o

revela que “a edição de 2020 vai observar

tema “Facing the Unknown”. Ainda dentro da

um incremento, quer na qualidade – que já

temática, as worklabs vão-se focar em temas mais

é uma marca do evento –, quer na

específicos da atualidade e desafios da gestão,

dimensão: "contamos reunir mais de 2 500

marketing, inovação, formação, recursos

quadros de topo nacionais e internacionais.

humanos, luxo, tecnologia, liderança, media, entre

53

E MAGAZINE

outros.

specializing in Emotional Intelligence (EQ) and Mindfulness) e Duarte Araújo

O palco principal contará com Keith Weed,

(Companies Administrator); “The Right

Independent Director, President of the

Performance for All Levels of Leadership” com

Advertising Association e reconhecido como

Elizabeth van Geerestein (Papillon & Partners) e

“The Most Influential Chief Marketing Office of

Rosa Silva (Abylos); “Digitalization in the Luxury

the World” pela revista Forbes e “Global

Industry” com Maria von Scheel-Plessen

Marketer of the Year” pela World Federation of

(Montblanc) e Ana Sousa (Farfetch); “Building a

Advertisers; Martin Wezowski, Chief Designer &

Voice Strategy With Alexa” com David Kaiser

Futurist responsável pela estratégia de

(Amazon) e Carla Pereira (DPD) e, também, “How

tecnologia e inovação da SAP; Jennifer Petriglieri,

Technology is Changing the Way We Learn – The

Associate Professor of Organisational Behaviour

Opportunities Ahead of Us” com Mohanna

no INSEAD; e, ainda, Rob Campbell, Head of

Azarmandi (Microsoft) e Ana Valentim (L’Oréal).

Strategy na R/GA EMEA. No segundo dia do evento, dá-se destaque para No segundo dia, o QSP SUMMIT vai receber

Damian Slattery (Fast Company) e José Alexandre

Arun Sundararajan, Business Professor na New

Silva (Mondelēz) no painel “How Brands Can Drive

York University (NYU); Lauren deLisa Coleman,

Impact Through Purpose”; um debate sobre “The

Digi-Cultural Trend Analyst; e Scott Morrison,

Industry Challenge” com Luís Onofre (Founder &

Founder e Bringer do The Boom!.

Designer), José Alexandre Oliveira (Riopele), Manuel Violas (Grupo Violas), Agatha Ruiz de La

Em ambos os dias, o evento terá diversos

Prada (Designer) e José Carlos Pereira (Business

painéis de debate, entre os quais o Trends

Expert, Developer & Consultant); “Future of

Forum com Ana Pinho (Fundação Serralves),

Content” com Piet-Hein Bakker (SP Entertainment),

Isabel Furtado (TMG Automotive), Isabel Vaz

Mark Melling (Verizon Media), Phil Robinson

(Grupo Luz Saúde), Paula Amorim (Galp) e

(Bloomberg Media Group), James Hunt (CNN) e

António Lobo Xavier (MLGTS) e o Thinkers Hall

Gonçalo Madail (RTP); e “The Sustainability of

com Malcolm Gladwell e Frederico Santos

Tourism” com Nico Mulder (amsterdam&partners)

(Sonae MC).

e Luís Pedro Martins (Turismo do Porto e Norte de Portugal).

54

As worklabs do primeiro dia vão debater temas

A cerimónia de abertura do QSP realiza-se no

como “Empowering Organizations” com Juliet

Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no dia 25

Rausch (Lever) e Inês Veloso (Randstad);

de março, e terá uma apresentação de Vítor

“Developing EQ to help Face the Unknown” com

Bento, um dos mais reputados economistas

Martyn Newman (Clinical Psychologist

nacionais#

E MAGAZINE

INFO@EMAGAZINE.PT WWW.EMAGAZINE.PT

POWERED BY Blog

O EMPREENDEDOR BRACARENSE