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Ano XVIII • Nº 210 • Fevereiro 2017 • R$ 15,00

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entrevista Cristiana Grether, diretora global de capacitação em design da Coca-Cola, diz como foi o trabalho de redesenho das embalagens da marca

Agrupamento Indústria aproveita possibilidades que multipacks oferecem para melhor se encaixar em diferentes estratégias



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Animação e motivação não são a mesma coisa Nunca, durante o longo tempo em que mantenho contato direto com o mundo empresarial, na condição de jornalista da área de negócios, vi tanta oferta de literatura e de palestras de auto-ajuda e motivação. Dá para compreender. As empresas de modo geral estão passando por dificuldades, as vendas andam fracas e o clima no trabalho não é bom. Quando as coisas ficam assim, palestras de motivação e seus penduricalhos, isto é, os livros estimulantes, surgem como um elixir salvador. Como não há pesquisas mostrando resultados positivos para quem consome esses remédios, o que se pode deduzir é que eles parecem ser um bom negócio sobretudo para quem os vende. Não por menos, nas livrarias o espaço para esse tipo de conteúdo se amplia seguidamente, ocupando dezenas de metros. Gurus consagrados da motivação são campeões de venda desses livros que lançam em ritmo frenético e, muito bem remunerados, lotam amplos auditórios de assistentes de suas animadas conferências. A atividade é de retroalimentação. Os livros estimulam a procura por palestras, as palestras estimulam as vendas dos livros. Isso sim é sucesso e fator de motivação, tanta que motiva a permanente multiplicação de um novo tipo de atividade profissional, a de palestrante. O crescente número de praticantes desse ofício demonstra que, pelo menos para eles, as coisas vão muito bem obrigado.

Não se põe em questão a competência e o talento desses profissionais em injetar ânimo no público que assiste a suas empolgantes palestras, mas cabe ponderar se a motivação no trabalho pode ser conseguida com um remédio de efeito passageiro, um “Viagra Empresarial” (como, aliás, é conhecida uma dessas conferencistas). As empresas parecem acreditar que sim, já que investem altos valores na crescente promoção desse tipo de evento. Porém, uma das mais frequentes queixas dos trabalhadores brasileiros é justamente a falta de motivação, pela qual, quase sempre, responsabilizam suas chefias. Descontado o recurso sistemático das pessoas de acharem que “o inferno são os outros”, é bem possível que, de fato, as chefias sejam em boa parte responsáveis pela desmotivação de seus subordinados. Sendo assim, investimentos em conferências de animação – que não é o mesmo que motivação – dificilmente trarão resultados. Mais indicado talvez fosse treinar melhor as pessoas, identificar e eliminar causas que as desmotivam e criar condições favoráveis a que se sintam motivadas. Nesse sentido, literatura e boas publicações especializadas em diferentes ramos de atividade, como, no caso de embalagens, esta revista é, podem ajudar muito. Mas esse é tema para futuras considerações. Até março.

Wilson Palhares

“Não se discute a competência e o talento de profissionais que em empolgantes palestras injetam ânimo no público que as assiste. No entanto, cabe ponderar se motivação no trabalho pode ser conseguida com remédios de efeito passageiro”


Edição 210 • Fevereiro 2017

Sumário

Reportagem de capa:

Multipacks

Para responder à crise e a mudanças no consumo, setor de bebidas adota novos modelos de multipacks, mais requintados e com atributos funcionais. Tendência, que torna o varejo brasileiro mais parecido com o de outros países, abre caminho para soluções arrojadas

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3 Editorial Não se discute a competência e o talento de profissionais que injetam ânimo no público durante palestras. No entanto, cabe ponderar se motivação no trabalho pode ser conseguida com remédios de efeito passageiro 6 Painel Novo equipamento resolveria problema de odores residuais na reciclagem de plásticos pós-consumo • WestRock vende divisão de sistemas de dispensadores para produtos de beleza para a Silgan • SIG Combibloc passa a utilizar “eletricidade verde” em suas fábricas • Em parceria com distribuidor, OwensIllinois desenvolve novo formato de garrafa

14 Artigo Experiências alemãs tentam contornar engessamento da data de validade em embalagens de alimentos Por Wilson Palhares 18 Entrevista Uma das líderes do projeto de redesenho das embalagens da Coca-Cola, brasileira Cristiana Grether, diretora Global de Capacitação em Design da companhia, explica como foi o trabalho 22 Equipamentos EFI reúne gráficas do mundo todo nos

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Estados Unidos durante o Connect 2017 para mostrar novidades no mercado de impressão digital

24 Artigo Dicas para melhor uso das embalagens cartonadas assépticas Por Maurício Speranzini

28 Internacional Água mineral estreia em bag-in-box nos

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Estados Unidos

30 Display Coffee bag chega ao mercado brasileiro • Coca-Cola tem latinha de 200 mililitros • Cerveja com lactose na lata • Cerveja tem ouro no rótulo • Pop Art no rótulo de Cortezano • KFC renova layout das embalagens • Adubo é vendido em lata de aço 34 Almanaque Queijo reino, a bola que resiste • Como a Ipiranga combateu mascotes de Shell e Esso • Zippo, o isqueiro que chegou para simplificar

Empresas que anunciam nesta edição Baumgarten.......................................... 16 e 17

Indexlabel.............................................2ª capa

Designful.........................................................35

Owens-Illinois.................................................. 5

Grandes Cases............................................. 29

The Packaging Academy............................27

Redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br Diretor de comercial: Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br Arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas: assinaturas@embalagemmarca.com.br

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

RECICLAGEM

Cheiro de solução Novo equipamento resolveria problema de odores residuais na reciclagem de plásticos pós-consumo Embalagens plásticas usadas nunca foram fáceis de reciclar, por conterem impurezas e grau variável de contaminação. Resíduos de produtos muitas vezes acarretam aos materiais reciclados um odor desagradável que cria inconvenientes para a utilização. A austríaca Erema promete acabar com esse problema. Referência em máquinas para reciclagem de plásticos, a empresa desenvolveu um equipamento que eliminaria odores na reciclagem de plásticos pós-consumo. O ReFresher foi projetado para ficar a jusante de linhas de extrusão, mantendo plásticos reciclados sob temperaturas apropriadas para filtragem e descarga de substâncias migradas que causam odores nos materiais, como resíduos de alimentos, produtos de limpeza e cosméticos. Segundo a Erema, a produção de reciclados pós-consumo totalmente inodoros é algo inédito no mercado. A companhia já possuía uma tecnologia para evitar odores desagradáveis capazes de surgir durante o processo de extrusão, como aqueles resultantes da queima de resíduos de madeira ou papel. “Odores causados por restos de produtos, porém, são mais persistentes”, explica Clemens Kitzberger, gerente de desenvolvimento de negócios da Erema. “O ReFresher surge como um passo adicional para neutralizar o problema, abrindo caminho para o uso dos materiais em produtos finais mais exigentes, como peças de automóveis e utensílios domésticos.” O equipamento seria adaptável a diversas capacidades de produção. Na Europa, a Erema já oferece uma versão móvel para testes em usinas de clientes, a fim de verificar o projeto adequado para cada aplicação. SUSTENTABILIDADE

A Unilever anunciou a meta de utilizar somente embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025. Entre outras medidas, a gigante anglo-holandesa em bens de consumo diz que divulgará toda a gama de plásticos utilizados em suas embalagens até 2020, além de investir

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no desenvolvimento de uma solução técnica para facilitar a reciclagem de embalagens multicamadas. A companhia já havia se comprometido a reduzir o peso de suas embalagens em um terço até 2020, e a aumentar o uso de plástico reciclado nos invólucros em pelo menos 25% até 2025.

fotos: divulgação

Plano audacioso


SUSTENTABILIDADE

FECHAMENTOS

Mais uma opção “verde”

Válvulas em novas mãos

A RPC Bebo, fabricante europeia de embalagens rígidas, apresenta um novo laminado “verde” para a termoformagem de cápsulas de café. Denominado B2nature, ele garantiria barreira elevada ao oxigênio e permitiria, após o uso, compostagem industrial. A decomposição das cápsulas vazias ocorreria em três meses. Segundo a transformadora, o laminado oferece resistência e desempenho similares ao de opções de plástico convencional, permitindo envase e selagem eficientes. A composição da novidade não é revelada, mas supõe-se que se baseie no ecovio, polímero biodegradável da Basf. Vale dizer que a canadense Club Coffee também anunciou recentemente a criação de uma cápsula de café biodegradável.

A WestRock vendeu sua divisão de sistemas dispensadores para produtos de saúde e beleza. Por 1 bilhão de dólares, a operação foi adquirida pelo grupo americano Silgan, de atuação diversificada na indústria de embalagens. O negócio compreende treze instalações, distribuídas por América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, que fabricam variadas válvulas atuadoras para invólucros de cosméticos, perfumes, medicamentos e artigos de limpeza. Presidente da WestRock, Steve Voorhees declarou que a saída do negócio de válvulas atende a uma estratégia de foco da companhia na fabricação de papéis e de soluções em embalagens celulósicas. Conhecida no passado

emb.bz/210capsulas Cápsula compostável teria plástico da Basf como base

como Calmar, a operação foi adquirida em 2006 junto à Saint-Gobain pela MeadWestvaco – que, juntamente com a RockTenn, deu origem à WestRock em 2015. No ano passado, a divisão de Saúde e Beleza obteve faturamento de 566 milhões de dólares. No lado da Silgan, a aquisição reforça o repertório da divisão de válvulas e tampas. “Ela nos traz novas tecnologias, principalmente no segmento de sistemas de dispensadores que envolvem engenharia complexa“, afirmou Tony Allott, diretor-presidente da multinacional americana. O negócio depende de acordos regulamentares, mas deve ser concluído até o final do primeiro trimestre deste ano.

VIDRO

Ação com a revenda Cooperações entre fabricantes e distribuidores de embalagens podem ser uma nova vertente para pequenos produtores de bebidas obterem garrafas de vidro especiais. É o que mostra uma recente parceria entre a Owens-Illinois e a distribuidora Aranha Indústria e Comércio. Notando em clientes o anseio pela adoção de garrafas de formatos diferentes das opções standard, a Aranha procurou a vidraria para o desenvolvimento de um novo exemplar. O projeto resultou na Spider, garrafa de 900 mililitros com cintura em formato cônico e base cilíndrica. O foco da novidade é o mercado de destilados, como vodca e rum, mas ela pode ser aproveitada para o envase de outros produtos. “O modelo é multiuso e cai muito bem para o mercado de vinho artesanal”, indica André Meirinho, diretor da Aranha.

Dispensadores da WestRock: negócio adquirido pela Silgan

Spider: modelo voltado a destilados e outras bebidas

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

equipamentos

PET

TNA celebra 35 anos

Toneladas a menos

A tna, fornecedora de soluções para o processamento e embalagem de alimentos, celebra 35 anos. Fundada em Sidney, Austrália, em fevereiro de 1982 por Alf e Nadia Taylor, a empresa transformou a indústria de salgadinhos ao lançar o primeiro sistema de preenchimento vertical de alta velocidade do mundo – o tna robag – em 1985. Desde então, a empresa evoluiu rapidamente de uma pioneira em embalagens para uma fornecedora global de soluções para o processamento e embalagem de alimentos que melhoram o desempenho em cada etapa da linha de produção. Com mais de 14 000 instalações em mais de 120 países, os equipamentos completos

da tna operam em quase todos os países do mundo, abrangendo desde fritadeiras, congeladores, esteiras de transporte, sistemas de tempero e coberturas até sistemas completos de embalagem com detectores de metais integrados, balanças, codificadores de datas, insertadoras, etiquetadores e tecnologias de emenda de filmes plásticos. emb.bz/210tna

GENTE

Brasileiro à frente Rodrigo Davoli (foto) é o novo presidente da operação brasileira da International Paper. Além do principal cargo executivo em âmbito nacional, ele assume a vice-presidência para a América Latina do negócio Papel para Imprimir e Escrever da multinacional americana. Natural de Mogi Mirim (SP), Davoli é formado em Direito, tem uma especialização em Administração dos Negócios pela Fundação Dom Cabral e um MBA pela Universidade de São Paulo. O executivo substitui o americano Glenn Landau, que, após três anos no Brasil, retorna para a sede da empresa, nos Estados Unidos.

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Vento, sol, água... A SIG Combibloc anunciou que suas plantas industriais na Europa, América do Sul, China e Ásia-Pacífico utilizarão somente a chamada “eletricidade verde”, proveniente de fontes renováveis como vento, sol, água, biomassa e biogás. Na Europa e América, o recurso será comprado no mercado livre. Na Ásia, será obtido de fornecedores locais certificados pelo padrão GoldPower – que engloba, por exemplo, usinas de biogás na Tailândia nas quais metano extraído de efluentes é transformado em energia elétrica. Segundo a SIG Combibloc, sua planta brasileira em Campo Largo (PR) já está alinhada à proposta.

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Planta de Campo Largo (PR) já utiliza energia “verde”

O aliviamento de peso de embalagens, para redução de custos e do impacto ambiental da produção, não é uma preocupação exclusiva dos grandes players em bens de consumo. Empresa de água mineral sediada em Dona Euzébia, na Zona da Mata mineira, a Hélios adotou uma garrafa de PET mais leve com capacidade de 500 mililitros. Graças a uma parceria com a Plastipak, a engarrafadora conseguiu substituir uma preforma de 13,9 gramas por uma de 9,7 gramas. A troca permitirá à Hélios consumir 200 toneladas a menos de plástico por ano. Esse volume de matéria-prima equivale a mais de 2 milhões de garrafas de água de 500 mililitros. “A otimização da geometria da garrafa e da preforma foram pensadas integradamente para atingir esse peso mais leve”, comenta Dinis Mota, diretor-geral da Plastipak Brasil. emb.bz/210pet

Hélios trocou preforma de 13,9 gramas por uma de 9,7 gramas. Mudança irá reduzir consumo de plástico


MARKETING

Toques de artistas

númeroS

Como ferramenta de apoio à divulgação da nova embalagem da água mineral Bonafont, a Danone recrutou artistas para a criação de vídeos baseados na imagem do produto. O primeiro fruto da iniciativa é assinado pelo artista Gwri Pennar, também conhecido pela alcunha GooRee, do estúdio britânico Vinewood Studios. A Danone promete publicar em breve, na internet, novos vídeos da campanha.

5,3%

http://emb.bz/210bonafont

GENTE

Prata da casa A americana Aptar, referência em sistemas dispensadores para embalagens, acaba de criar uma divisão dedicada ao fornecimento de soluções para produtos de cuidados domésticos na América Latina. Entre os focos da nova área estarão os segmentos de limpeza de banheiros, lavanderia, jardinagem, inseticidas, de artigos automotivos e de produtos para animais de estimação. A gerente regional de desenvolvimento da operação será Mirelle Orpinelli (foto). Especialista em marketing, ela atua há dez anos na Aptar, tendo passado anteriormente pela DuPont. “O objetivo é trazer soluções inovadoras, diferenciadas e que atendam às necessidades dos consumidores”, diz a profissional.

ADESIVOS

Hot melt aprimorado Um novo adesivo hot melt para fechamento de caixas e cartuchos acaba de ser lançado pela Henkel. O Technomelt Supra 175 apresentaria força de adesão extrema e baixo peso específico, para proporcionar maior produtividade a custos menores. O novo insumo garantiria redução na quantidade aplicada em embalagens celulósicas. A fornecedora não especifica o nível de economia, mas a família tecnológica da novidade se caracteriza pela diminuição média de 30% no consumo em relação a outros hot melt.

De acordo com a Henkel, a fórmula do Technomelt Supra 175 tem ótima estabilidade térmica (não carboniza), minimizando paradas de produção relacionadas a entupimentos de bicos aplicadores e limpezas do sistema aplicador. O produto atende às normas de segurança alimentar para embalagens da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e aquelas vigentes no Mercosul, na Europa e nos Estados Unidos. A novidade foi desenvolvida no Brasil, sendo produzida na fábrica de Jundiaí (SP) da multinacional alemã.

Foi a queda no consumo de refrigerantes no Brasil em 2016, conforme estudo da Euromonitor. “As vendas de refrigerantes continuam em retração, com o consumidor buscando alternativas proporcionalmente mais baratas, como os concentrados em pó”, explica Angelica Salado, analista da empresa de pesquisas de mercado.

5,1%

Foi o aumento, no ano passado, das vendas de água engarrafada no mercado nacional. Outra categoria de bebidas que se destacou em 2016, de acordo com a Euromonitor, foi a dos sucos. As vendas desses produtos avançaram 2,51%.

887 500 Era o número de robôs industriais em operação na Ásia ao final de 2015, segundo o mais recente balanço da Federação Internacional de Robótica (IFR). O número representaria um aumento de 70% nas unidades em funcionamento na região, numa comparação com 2010.

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reportagem de capa

Multiplicação Para responder à crise e a mudanças no consumo, setor de bebidas adota novos modelos de multipacks, mais requintados e com atributos funcionais. Tendência, que torna o varejo brasileiro mais parecido com o de outros países, abre caminho para soluções arrojadas Por Guilherme Kamio

Nunca houve tantas opções de multipacks no mercado brasileiro de bebidas. Voltadas à venda de múltiplas unidades de latas ou garrafas no varejo, essas embalagens cada vez mais incorporam atributos funcionais e exibem requinte crescente em formatos e acabamentos. É uma onda animadora, que evidencia a maior confiança da indústria nas chances de o recurso estimular vendas, enriquecer a experiência de consumo e fortalecer marcas. O momento favorável fica evidente, por exemplo, pela chegada recente ao varejo de uma série de modelos mais requintados de multipacks cartonados para cervejas. Muitos dos novos exemplares são feitos de papel cartão de alta resistência, mesmo ante a espessura reduzida. O material geralmente exibe base kraft (parda) que recebe cobertura de fibras branqueadas, assegurando 10 | Fevereiro 2017

impressão de alta qualidade por offset. Uma das primeiras empresas a apostar nessa nova classe de multipacks foi a Ambev, cerca de dois anos atrás, para a

venda de latas da cerveja Skol. A WestRock (ex-MWV) desenvolveu para a marca um pack que, graças à aplicação criativa de picotes, oferece ao consumi-

Heineken e Ambev têm multipacks com janela para leitura de códigos de barras


animadora dor uma alça e duas possibilidades de abertura, frontal ou lateral. Desse modo, o consumidor pode escolher a forma mais conveniente de armazenar o pack na geladeira. A solução teve uma versão contendo doze latas de 350 mililitros e outra com quinze latas de 269 mililitros.

A Budweiser foi outra cerveja da Ambev a ganhar multipacks de papel cartão projetados com dimensões apropriadas para o congelador e sistemas para fácil remoção das latas – conceito de embalagem conhecido como fridge pack. Assim como a Ambev, a Heineken colocou no mercado packs cartonados diferenciados para as cervejas Heineken e Amstel, com diferentes tipos

e quantidades de latas e garrafas long neck de vidro. Alguns dos modelos, como o adotado para a venda de dez latas de 269 mililitros de Amstel, agrega um padrão

diferente de alça. Picotes possibilitam ao consumidor introduzir dedos numa das faces principais da embalagem e segurá-la na horizontal. Nos packs mais difundidos, de doze latas standard

Conceito engradado A BeerPack é a nova solução criada pela Congraf para o mercado de bebidas. Sob o conceito de engradado, a embalagem visa facilitar o transporte de garrafas, de long necks de vidro a garrafas de PET de 1 ou 2 litros. É possível desenvolver variados modelos, para

acondicionamento de duas, quatro ou seis unidades. Os packs, feitos de papel cartão empastado, teriam alta resistência. De acordo com a Congraf, a BeerPack é de fácil montagem e pode receber diversos tipos de acabamentos especiais, tais como hot stamping e verniz UV. BeerPack: resistência e versatilidade para múltiplas garrafas

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(de 350 mililitros), o recurso geralmente baseia-se em recessos dobráveis nas laterais. Muitas dessas recém-lançadas embalagens têm um ponto em comum, que chama a atenção. Incorporam, numa das laterais, uma “janela” para permitir a visualização e a leitura do código de barras de uma das latas contidas no pack. Dificilmente o código fica alinhado ao visor, mas basta girar a lata com as mãos para obter o posicionamento adequado. Em um supermercado paulistano, a reportagem de EmbalagemMarca adquiriu um pack de Budweiser em que o alinhamento entre o código e a abertura ocorria graças a um arranjo específico das latas, conservado por meio da aplicação de um filete de adesivo hot melt nos recipientes metálicos. Em exemplares analisados posteriormente, o artifício não foi mais visto. Teria sido uma ação experimental? Procurada, a Ambev alegou indisponibilidade de porta-vozes para comentar a ação.

Supõe-se que a “janela” atenda a uma demanda do varejo. Não raro, multipacks são registrados em checkouts através da multiplicação do código de uma unidade do conjunto. É uma prática desaconselhada por especialistas. “O ideal é evitar digitações dos operadores de caixa, pois intervenções humanas trazem riscos de erros”, observa Alessandra de Castro Parisi, analista da GS1 Brasil, autoridade em automação de operações do varejo e da cadeia de abastecimento. Vale esclarecer que os

Cooler Box da Maniacs Brewing permite que a cerveja seja gelada dentro da caixa

packs com “janela” trazem estampado um código específico do conjunto, conforme determina a GS1. À parte discussões sobre venda, o importante é que as novas embalagens vêm alterar um quadro de estagnação. Mercados mais desenvolvidos, como o americano e o europeu, há muitos anos oferecem diversas variantes de multipacks para os consumidores. O Brasil sempre se pautou por poucas opções, com predomínio de shrinks (fardos de plástico termoencolhível) para doze latas. Por trás de toda a pluralização estariam transformações do hábito de consumo. No caso da cerveja, pesquisas apontam queda de consumo total e aumento no consumo de receitas mais nobres, como as pilsen premium e as do tipo lager. Seria um efeito da crise e de uma

disposição dos consumidores mais jovens a beber melhor e de forma mais comedida. Vejam-se os dados divulgados no final de 2016 pela revista Época Negócios: “Em 2015, o brasileiro bebeu, em média, 65,9 litros de cerveja nacional. Esse será o ápice pelos próximos cinco anos. Em 2020, a média cairá para 64,8 litros, segundo dados da Euromonitor. Quem arrasta os resultados para baixo são as cervejas tradicionais. No sentido contrário, a categoria de cervejas premium continua crescendo, partindo de 6,7 litros em 2015 para estimados 7,4 litros em 2020”. Logo, não surpreende a escalada da oferta de cervejas de apelo mais nobre em embalagens primárias de volume menor – latas de 269 mililitros, latas e garrafas de 250 mililitros – e em mul-

Versatilidade é o forte A diversificação dos tipos de multipacks no mercado fortalece a aposta da Krones num equipamento versátil de seu portfólio. A Varioline é uma espécie de faz tudo para finais de linha de indústrias de bebidas. “A solução oferece uma ampla gama de possibilidades”, diz Silvio Rotta, diretor comercial da Krones do Brasil. “Permite colocar garrafas em engradados plásticos, acomodar embalagens em bandejas decoradas, fazer caixa fechada com tampa,

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inserir divisórias... Isso dispensa a necessidade de se ter diversas máquinas no parque fabril, e interligadas por transportadores, que são caros”. A Varioline baseia-se em módulos, que podem ser adquiridos para cada necessidade de aplicação. Mesmo na configuração mais completa, com cinco módulos, ocupa 7 metros por 12 metros, espaço significativamente menor que o necessário para a instalação dos equipamentos individuais para cumprir as mesmas tarefas.

Varioline permitiria formatar diversos tipos de multipack nos finais de linha


tipacks muitas vezes também menores – com dez, oito ou seis unidades. A situação dos refrigerantes, outros grandes escoadouros para multipacks, é parecida: o consumo vem caindo, ao passo que as vendas de bebidas mais nobres, como sucos, aumentam (ver “Números” em Painel desta edição). É um movimento também positivo para as embalagens de múltiplas unidades, tornando oportuno o trabalho com packs mais enxutos, em refrigerantes, e abrindo novas frentes de uso, no caso das bebidas não alcoólicas em ascensão. Em cervejas, convém não esquecer que o consumo crescente de microcervejarias e de receitas artesanais representa outro campo promissor para inovações em multipacks. Um projeto interessante, nesse sentido, foi protagonizado recentemente pela paranaense Maniacs Brewing. Para a venda de doze latas de suas cervejas dos tipos pilsen e IPA, a cervejaria adotou um pack de papel cartão capaz de se transformar em receptáculo de gelo. A embalagem, denominada Cooler Box, foi desenvolvida pela Graphic Packaging International (GPI). O case foi detalhado em reportagem da edição anterior de EmbalagemMarca (nº 209, janeiro de 2017).

As mudanças de hábitos e demandas, bafejadas pela ascensão de um novo grupo de consumidores (a chamada geração Y), podem ser um empurrão para empregos, no mercado brasilei-

ro, de conceitos ainda mais arrojados em multipacks. Exemplo é o LitePac, da Krones. Trata-se de um conceito de agrupamento de garrafas de bebidas por meio de uma fita de arquear, tendo alça incorporada. “É uma quebra de paradigma”, classifica Silvio Rotta, diretor comercial da Krones do Brasil. Comparado aos shrinks, o LitePac consumiria 75% menos material e 90% menos energia. Embora implique investimento na compra de equipamento específico de aplicação, o chamado custo total da posse (Total Cost of Ownership, ou TCO) cairia pela metade, no mesmo cotejo. Já existem pelo menos três aplicações na Europa. “Houve consultas no Brasil, mas o ineditismo do conceito gera receio natural”, comenta Rotta. O executivo aponta que o apelo da redução de custos é complementado pelo do menor impacto ambiental, e torce para que tal fator seja mais valorizado por consumidores e engarrafadores. Na mesma linha de redução de material, a KHS anunciou meses atrás o Nature MultiPack. A ideia é viabilizar a venda de múltiplas garrafas de PET unidas por meio da aplicação de adesivos, sem qualquer material de envolvimento. Uma alça plástica agregada ao conjunto facilitaria o transporte pelo consumidor. O conceito permitiria quatro tipos de arranjos de garrafas (1x2, 1x3, 2x2 e 2x3) e o processamento de até 42 000 unidades por hora. Na Europa, a Danone já testou a solução na comercializa-

LitePac, da Krones, explora novo conceito, com agrupamento de garrafas por meio de uma fita de arquear, com alça incorporada

Solução da KHS para agrupamento de garrafas de PET é aplicação de adesivo com alça plástica para facilitar o transporte

ção de garrafas da água mineral Evian. Abdicar de multipacks convencionais obviamente traz desafios e aspectos a levar em conta. Há quem aponte, por exemplo, que os envoltórios tradicionais evitam o acúmulo de poeira nas embalagens primárias. E que, quando impressos, se tornam um instrumento poderoso de promoção de marcas nos pontos de venda. Mas será que a adoção de ideias fora da caixa – e do filme plástico – não poderia mesmo provocar um impacto mais positivo para o negócio? Convém pensar. E fazer contas.

Longe de um abalo O maior uso de multipacks de papel cartão está longe de abalar os populares shrinks – fardos de filme termoencolhível para agrupamento de múltiplas unidades de embalagens de bebidas. De acordo com um estudo da consultoria MarketsandMarkets, o valor do mercado mundial desse tipo de envoltório alcançará 2,5 bilhões de dólares em 2020. O número resultará de um crescimento médio de 3,3% ao ano até a data projetada.

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ARTIGO » CONSUMO SEGURO

O que garante a garantia? Experiências alemãs tentam contornar o engessamento da data de validade em embalagens de alimentos Por Wilson Palhares

Rótulos inteligentes, que mudam de cor se as características biológicas do conteúdo se alteram, poderáo no futuro substituir a marcação de prazos de validade

Recentemente, um jornal e uma revista de grande circulação no Brasil publicaram duas notícias instigantes a respeito de formas de evitar o desperdício de alimentos, ambas originárias da Alemanha e ambas relacionadas a embalagens – mais exatamente, a prazos de validade nelas indicados. São notícias que podem entusiasmar o público adepto de soluções para procedimentos comprometedores do equilíbrio natural, social e político do planeta. Ao mesmo tempo, merecem atenção de provedores e usuários de embalagem, por envolverem aspectos que vêm sendo alvo de crescente discussão. A primeira delas dava conta de que foi inaugurado na cidade de Colonia um 14 | Fevereiro 2017

supermercado onde são vendidos apenas produtos com data de vencimento ultrapassada e que por isso seriam jogados fora. O estabelecimento, chamado The Good Food, é o primeiro do gênero na Alemanha e o terceiro na União Europeia (UE). Além do diferencial de que todos os itens à venda iriam para o lixo, um aspecto peculiar do negócio é que não há preços fixos para eles. Os consumidores decidem quanto acham que valem. De acordo com a notícia, ao contrário do objetivo tradicional de um supermercado – ter lucro – o The Good Food visa a impacto social. A outra notícia é que o Ministério do Alimento e da Agricultura daquele país está tentando levar fabricantes

de alimentos a substituir embalagens impressas com datas de shelf life por um tipo de recipiente com rótulo inteligente, que muda da cor verde para a vermelha quando o conteúdo começa a deteriorar, independentemente do prazo indicado como limite para o consumo. Não havia informação sobre o tipo de material dessas embalagens.

A motivação alegada nos dois casos é que são esforços para contribuir de forma prática contra o desperdício de comida no planeta, que segundo relatório da FAO, a organização mundial para agricultura e alimentação chega a 1,3 bilhão de toneladas por ano. É cerca de um terço de tudo que


se produz e se perde já na lavoura, no transporte, no processamento, na comercialização e no consumo inadequados. O documento, divulgado há alguns anos e não mais atualizado, dizia que isso representa algo em torno de 750 milhões de dólares. Daria para alimentar quase 1 bilhão de pessoas. Ante esse quadro, aquelas duas propostas de solução, ainda que não totalmente abrangentes, podem até ser vistas como panaceias de alto impacto. Mas, como recomendável sempre que se esteja diante de questões complexas (e mesmo das aparentemente simples, que nem sempre o são), convém ir com calma e refletir. Comecemos pelo caso do supermercado. É mais ou menos de conhecimento geral que os produtos com data de validade costumam ser adequados ao consumo mesmo depois do prazo. “Os prazos de validade dos produtos são apenas uma sugestão ao consumidor”, considera Nicole Klaski, a fundadora do The Good Food. “A maioria dos produtos dura muito mais tempo.” Os fabricantes usariam datas de validade menos alongadas em suas marcas por razões de segurança e de marketing: primeiro, para oferecer garantia de que não haverá danos aos consumidores ao ingerirem alimentos em boas condições; segundo, para transmitir a noção de que eles contêm menos conservantes e, portanto, são “mais naturais” do que os de duração muito prolongada. No entanto, há dúvidas. Quem se responsabilizará caso alguém consuma um alimento que lhe cause danos físicos ou use um detergente que estrague uma peça de roupa, por exemplo?

No caso do supermercado alemão, sua proprietária afirma que se algo acontecer assumirá a responsabilidade. É uma postura que vai claramente contra motivações mercadológicas mas que tem fundamento.

Embora não seja de conhecimento de todos, data de validade vencida não significa necessariamente alimento impróprio para consumo. Ela representa apenas o período em que gosto, cheiro, cor, consistência e valor nutricional permanecem iguais a quando o alimento foi processado. Fabricantes e comerciantes não oferecem essa garantia de segurança apenas em respeito à lei e à integridade física ou patrimonial dos compradores. Fazem isso por saber que as pessoas preferem comprar e consumir algo que parece perfeito. Dificilmente alguém compra legumes murchos, frutas manchadas, cereais com carunchos – ou pão, sucos e ovos fora das datas de validade. Nesse aspecto, estudos da FAO mostram que comida é desperdiçada principalmente porque deixa de ser atraente ou “garantida”, isto é, dentro da validade. Mesmo assim, qual a garantia que o consumidor tem quanto à data de validade dos ovos que está comprando se ela vem impressa na embalagem, não nos próprios ovos? Como todos sabem, no fundo as embalagens primárias desse alimento são suas cascas, constituindo-se os estojos plásticos ou celulósicos em que são comercializado meras embalagens de agrupamento. Ante essas e muitas outras questões que o tema pode suscitar, não é temerário prever que não é muito garantido o

futuro da experiência do supermercado alemão e de seus congêneres. Não significa que não haja consumo de produtos com validade perecida. Para ficarmos em nossos limites, cabe lembrar que no Brasil são correntes notícias da prática do varejo, quando pode, de colocar etiquetas com novas datas em produtos vencidos. Mesmo alguns fabricantes menos escrupulosos, depois de recolher das lojas produtos fora de validade, os reacondicionariam como se fossem novos. E não há garantia de que produtos congelados e resfriados estejam em boas condições depois de – em prática que seria corriqueira em lojas de varejo – terem os refrigeradores que os abrigam desligados à noite por economia de energia elétrica. Assim, parece que ações em tese protetoras do consumidor nos pontos de venda seriam mais eficazes se à frente de todas estivessem as de fiscalização pelas autoridades sanitárias. Ou, no que se refere especificamente a embalagens, para evitar práticas inadequadas como as citadas, uma saída segura é recorrer-se ao acondicionamento, na origem, do que é vendido de forma porcionada, como demonstrado na reportagem de capa de EmbalagemMarca 184, de dezembro de 2014. Em outras palavras, trata-se de utilização racional de tecnologia impeditiva de fraudes com embalagens. É o que as autoridades alemãs vêm procurando fazer – e que poderia, em princípio, motivar a tão decantada criatividade dos brasileiros envolvidos na cadeia de valor da embalagem, particularmente de alimentos. Fevereiro 2017 |

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fotos: divulgação

entrevista

“Designer é teimoso” Uma brasileira teve participação fundamental na maior mudança por que passaram as embalagens da Coca-Cola nos últimos 20 anos. Cristiana Grether, diretora Global de Capacitação em Design da marca, conta como foi o trabalho

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A nova estratégia de marca da Coca-Cola, anunciada na segunda quinzena de janeiro, unificou em todo o mundo as versões de Coca-Cola. O novo posicionamento global integra Coca-Cola sabor original, Coca-Cola zero açúcar e Coca-Cola com stevia e 50% menos açúcares sob a órbita da marca Coca-Cola. A comunicação deixa de ser feita com marcas independentes e passa a ter apenas uma grande marca, a Coca-Cola, com diversas variantes. As três versões do refrigerante têm os valores comuns da marca, a mesma identidade e a mesma iconografia, como a famosa garrafa contour. Além disso, os produtos da marca ganham nova identidade visual para suas embalagens. O disco vermelho está no centro da identidade visual, acompanhado da cor de cada versão: sabor original, toda vermelha; zero açúcar, com preto; e stevia e 50% menos açúcares, com verde. Foram dezoito meses de processo criativo para a equipe global de design, em parceria com uma rede em todo o mundo, até se chegar ao novo visual. O trabalho de redesenho das embalagens contou com a participação fundamental de uma brasileira. A designer carioca Cristiana Grether é a diretora Global de Capacitação em Design, braço-direito de James Sommerville, vice-presidente Global de Design da The Coca-Cola Company. Coube a ela liderar, ao lado do chefe, a maior transformação pelo qual passou o visual do refrigerante em duas décadas. Cristiana organizou todo o trabalho de agências e equipes internas das mais variadas áreas para traduzir, nas embalagens, a nova estratégia mundial da Coca-Cola. Nesta entrevista a EmbalagemMarca, ela fala um pouco de sua trajetória dentro da multinacional de bebidas e conta como foi trabalhar em um cenário complexo no universo de embalagens, com diversos tamanhos e materiais, tintas, processos industriais e diferentes quantidades de informações legais – dependendo de qual dos 207 países em que a Coca-Cola está presente. Essa foi uma das mudanças mais radicais nas embalagens da Coca-Cola nos últimos anos. Qual o novo conceito das


embalagens de Coca-Cola? O uso de cores diferentes do vermelho, em outras variantes da Coca-Cola regular, causava nos consumidores algum tipo de desvio de imagem? É uma mudança radical porque não se trata apenas de uma mudança de embalagens. É uma mudança de estratégia global que integra Coca-Cola original, Coca-Cola zero açúcar e Coca-Cola com stevia e 50% menos açúcares sob o posicionamento da marca icônica Coca-Cola. O portfólio deixa de ter três marcas independentes e passa a ter apenas uma grande marca “Coca-Cola” com diferentes versões. Independentemente das variantes que o consumidor escolher, ele terá a mesma experiência de marca e o sabor de uma Coca-Cola. Com esta estratégia de marca única, Coca-

Foram criadas várias alternativas de design para as novas embalagens da CocaCola. Escritório de design da companhia em Atlanta (EUA), centralizou os trabalhos

Nas novas latas, predomina o fundo vermelho e desaparece o Dynamic Ribbon, a tradicional “onda” da Coca-Cola

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Foram muitas experimentações, tentativas e erros até chegar ao resultado final

-Cola reforça o compromisso de contribuir para as pessoas fazerem escolhas conscientes: estamos levando a força da marca Coca-Cola para todas as suas versões – seja com açúcar, menos açúcar ou sem calorias. Desta forma ele poderá escolher a que mais se adequa a seu momento. A tradicional “onda”, presente nas latas há anos, desapareceu. Por quê? Dependendo da embalagem, a onda ficava distorcida. Tiramos e vimos que, além de resolver esse problema, ela ficava mais clean. Bingo! Porém, o Dynamic Ribbon, que é o nome dessa onda, ainda é um elemento essencial da nossa marca e continua sendo usado em diversos pontos de contato – se você reparar até nas embalagens (pequenino no código de barras). Quanto tempo durou o processo de redesenho das embalagens da Coca-Cola? Foram dezoito meses de processo criativo em parceria com agências de design pelo mundo. Diversos esquetes, protótipos, tentativas e erros. A gente gosta de ouvir os consumidores, sentar no banco da praça e ficar observando o comportamento das pessoas. Partimos da premissa de que todas as embalagens deveriam ficar mais vermelhas, e um dos insights foi que o vermelho ficasse de baixo para cima, por conta de como ele aparece na gôndola e como é mais fácil para os consumidores acharem a sua versão. O nosso problema não era a estratégia de marca única, isso já estava definido. Nossa questão era como traduzir essa estratégia para o sistema de embalagens da Coca-Cola. A receita ideal era considerar essa infinidade de variáveis, mas priorizando a melhor experiência para o consumidor. O que será importante para ele no corredor do supermercado? O que ele vai sentir ao segurar a nossa embalagem nas mãos? É o processo de

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trabalho conhecido no mercado como Design Thinking. No começo eu nem sabia o que era isso. Na faculdade, estudei Design Gráfico e meu mestrado foi em Comunicação Visual. Para mim só existia uma forma de se trabalhar. A gente era exposto a um problema e depois resolvia. Mas designer é teimoso, ficamos sempre pensando se aquele é o certo a ser resolvido. E nós não fazemos isso de forma convencional. Vamos ao lugar em questão, seja na farmácia ou na favela. Observamos tudo, entrevistamos, priorizamos as pessoas. Em seu entendimento, em que medida o novo design altera a imagem de valor e as expectativas do consumidor em relação à Coca-Cola? O consumidor possui uma relação muito emocional com a Coca-Cola Original e a magia da marca, porém tem uma relação funcional com as outras versões da bebida. Com a mudança de identidade visual, todas as versões de Coca-Cola ficam mais próximas (através da cor vermelha e do uso do nosso tradicional disco). É como se Coca-Cola original emprestasse sua imagem para Coca-Cola zero açúcar e Coca-Cola com stevia e 50% menos açúcares. Testamos esta identidade com diversos consumidores e eles, com a nova embalagem, agora entendem que as versões são pro-

dutos de uma mesma marca, e não marcas distintas. A Coca-Cola tem dezenas de SKUs diferentes, com variações regionais nos países onde atua. Como foi unificar o design de todo o sistema de embalagens da marca? A mudança de estratégia é global e afeta todos os 207 países, e todos os SKUs existentes. Tudo que a gente faz com Coca-Cola demanda uma inteligência holística que funcione para tudo. Não podemos nos dar ao luxo de nos encantar com uma ideia inovadora que só funcione em latas, por exemplo. E a nova identidade tem esse perfil: partindo do disco vermelho no centro, sempre ancorado embaixo do script em branco, tendo de fundo a cor da versão. Dai em diante, esse “conjunto de elementos” se move nas diversas SKUs (mais para cima, menos centralizado etc), para atingir o local perfeito para cada formato. Como é o processo criativo? Quem participa das primeiras etapas? Definição da estratégia, coleta de insights observando os consumidores nos pontos de venda e muitas experimentações, tentativas e erros até chegar ao resultado final. Montamos uma sala dedicada ao projeto, que recebia todas as ideias, tudo era colado nas paredes,

Primeiros desenhos que deram origem ao novo conceito das embalagens da Coca-Cola


e todo time podia passar por lá e deixar suas impressões. Foram muitas experimentações, tentativas e erros até chegar ao resultado final. Quantas agências de design participaram do projeto? Foram seis agências: Tátil, do Rio de Janeiro (Brasil), BVD e SDL, de Estocolmo (Suécia), Moniker e United Design, de São Francisco (Estados Unidos), e Hey Estúdio, de Barcelona (Espanha). Como é feito o gerenciamento e a interface entra as agências de diversos países envolvidas no processo? Trabalhamos de forma bem colaborativa. Papos abertos, um construindo em cima das ideias dos outros, sempre em busca do melhor resultado. Temos sorte de ter parceiros que acolheram esta forma de trabalhar. Nosso time interno também coloca a mão na massa. O pulo do gato dessa identidade saiu de um desenho do meu chefe! Qual foi a sua participação no processo de reformulação das embalagens? Co-coordenei com o meu chefe, James Sommerville, vice-presidente global de design, uma equipe de dez pessoas mais as seis agências. Trabalhamos juntos no processo e foi tudo feito a muitas mãos. Como é a relação da sua área com o desenvolvimento de embalagens? Como o design se concilia com as demandas técnicas? Estamos em constante interação. Da mesma forma que para nós, designers, é fundamental o contato direto com consumidores, o mesmo se aplica aos especialistas de todas as mídias em que a nossa marca aparece: embalagens, ambientes, espaço virtual, impressos, merchandising etc. Por exemplo: em um projeto como esse trabalhamos lado a lado com toda a área da cadeia produtiva, até os fabricantes e as equipes de arrumação de embalagens nas prateleiras. E continuamos aprendendo e aperfeiçoando o sistema em tempo real. Campanhas regionais com embalagens, como a “Nomes”, que começou na Aus-

trália, depois veio ao Brasil e se espalhou por outros países, passam pela aprovação do escritório central de design, em Atlanta, ou as unidades dos países têm autonomia? Nenhuma grande mudança acontece sem passar por aprovação. No caso da campanha “Nomes”, foi um projeto global a que a maioria dos países aderiu. Além disso, existem comitês de “marca” que trabalham diretamente com cada mercado avaliando quais ativações locais valem a pena. Agora fale um pouco de você. Qual a sua formação, há quanto tempo está na Coca-Cola e qual foi sua trajetória dentro da empresa? Sou formada em design gráfico pela PUC-RJ, fiz mestrado em comunicação visual no Pratt Institute em Nova York e passei por alguns escritórios de design no Rio de Janeiro e em Londres, onde minha filha nasceu. Em 2011, fui convidada a inaugurar a primeira área de design na Coca-Cola Brasil, no Rio de Janeiro.Em 2015, juntei-me ao time global, na sede da companhia, em Atlanta (EUA), onde estou agora, com o objetivo de disseminar a cultura do design para todas as unidades do negócio. Que áreas estão subordinadas à sua diretoria? A nossa área é bem horizontal, sem muita hierarquia. Cada diretor monta uma equipe específica para cada projeto apostando nos talentos individuais de cada membro do time. Quais são os próximos desafios em termos de embalagem na Coca-Cola? Na Coca-Cola Company os desafios fazem parte do nosso dia a dia. Às vezes brinco que aqui na Coca-Cola trabalhamos como se a marca estivesse nascendo e precisasse de toda atenção de uma principiante. Mas, em geral, não focamos em alterar embalagens. Focamos em problemas que precisam de ajuda pra melhorar, sempre, a interação dos consumidores com as nossas marcas. Se a melhor solução para esse problema por acaso for algo referente à mudança de embalagens, ótimo.


Equipamentos

Grande encontro gráfico EFI reúne gráficas do mundo inteiro nos Estados Unidos e apresenta novidades no mercado de impressão digital Por Flávio Palhares, de Las Vegas (EUA)

fotos: divulgação

Clientes da EFI do mundo inteiro se reuniram em Las Vegas, entre os dias 17 e 19 de janeiro, para a edição 2017 do EFI Connect, conferência de usuários do setor de impressão que reuniu mais de 1 500 assistentes de 37 países, superando o recorde de participações do ano passado. O Connect deste ano apresentou avanços tecnológicos importantes da EFI, como a estreia da maior impressora de sinalização eletrônica da empresa e novas impressoras LED e bobina a bobina. Em sua 17ª edição anual, a conferência, que atende às crescentes necessidades dos clientes em relação a tendências de mercado e tecnoloEFI Connect 2017 teve número recorde de participantes

“Inteligência Artificial é o futuro” Na abertura do EFI Connect, conferência internacional de usuário das soluções EFI realizada em janeiro no hotel Wynn, em Las Vegas (EUA), o CEO da EFI, Guy Gecht, abordou o tema Inteligência Artificial, destacando os impactos dessa tecnologia na indústria de impressão. Gecht afirmou que a Inteligência Artificial será o próximo grande acontecimento no mundo da tecnologia. Prova disso, segundo o executivo, é o avanço dos dispositivos móveis no dia-a-dia, e o quanto cada vez mais as pessoas passam mais tempo conectadas à internet. De acordo com Gecht, o avanço da Inteligência Artificial se deve principalmente a três fatores: consolidação do Big Data,

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que consegue armazenar de maneira eficiente uma quantidade gigantesca de informações; grande poder de armazenamento de dados na nuvem (cloud computing), que acelera os acessos à internet; e o rápido poder de processamento dos atuais dispositivos. Um smartphone hoje executa ações antes impossíveis até para grandes computadores. A automatização dos processos na indústria gráfica com a Inteligência Artificial vem trazendo resultados positivos e maior lucratividade. Com ela, há uma diminuição de erros e de mão de obra. Gecht destacou exemplos de empresas que conseguiram reduzir o tempo de entrega em 30% e o trabalho administrativo em 50%.

Guy Gecht, CEO da EFI, fala sobre o avanço cada vez mais rápido da inteligência artificial


gias, apresentou oito novos cursos em uma agenda de mais de 200 aulas. As sessões especiais incluíram palestras com o CEO da Quad/Graphics, Joel Quadracci, e com Jeff Jacobson, que abriu a conferência em uma de suas primeiras apresentações públicas desde que se tornou CEO da Xerox, no início deste ano. Além das novas impressoras, a EFI divulgou a versão 5 das ofertas do fluxo de trabalho completo do Productivity Suite. A empresa destacou também as tecnologias de última geração de produção de DFE (front-end digital) Fiery da EFI para impressão digital. O CEO da EFI, Guy Gecht, abordou no discurso de abertura do evento a inteligência artificial e o impacto que a próxima onda de tecnologia avançada

terá no mercado gráfico (ver quadro). “Assim como vimos o desenvolvimento decorrente do uso dos computadores pessoais e da tecnologia móvel, a inteligência artificial promete criar mais oportunidades”, disse Guy Gecht, CEO

da EFI em seu discurso de abertura. “Na impressão, este tipo de tecnologia pode impulsionar diagnósticos preventivos e a manutenção preditiva, o que ajuda nossos clientes a melhorar suas receitas e resultados financeiros”.

Primeira Nozomi, impressora para papelão, será instalada na Espanha A EFI anunciou durante o Connect 2017 que o acordo para a instalação da primeira impressora EFI Nozomi C18000 para papelão corrugado no mundo foi assinado com o grupo espanhol Hinojosa, gráfica líder no setor de embalagens no país. A impressora é a grande aposta da EFI para a área de corrugados. Apresentada na drupa 2016, a Nozomi é uma impressora a jato de tinta LED com 8 metros de largura de passagem única para papelão corrugado e com alimentação por folhas avulsas. É hoje o maior equipamento a jato de tinta da EFI para o segmento de embalagens e corrugados. Seus recursos possibilitam imagens com cores precisas e brilhantes, em praticamente todos os substratos de papelão, inclusive

Chegou a quinta edição do Almanaque Especial EmbalagemMarca Peça o seu através do site: embalagemmarca.com.br/almanaque

Empresas que viabilizaram esta edição especial

em materiais tradicionais como kemi, modelo, branqueado e kraft. O setor de corrugados ganhou maior relevância para a EFI por conta do aumento da demanda mundial de papelão, especialmente para embalagens. A previsão da empresa de crescimento desse mercado é de mais de 4% ao ano, nos próximos cinco anos. A instalação da nova máquina está prevista para acontecer entre os meses de março e abril, e representam a mais recente inovação em impressão digital do grupo Hinojosa, uma das primeiras empresas europeias a instalar, em 2013, os sistemas de impressão de papelão ondulado em passagem única.


artigo

Embalagens cartonadas, solução Contrariando a ideia de comoditização, fornecedores inovam sem parar em for Por Maurício Speranzini (*)

Próximo de

completar trinta anos de atividades no setor de embalagens, é cada vez maior meu encantamento com a capacidade desta atividade de proteger, transportar, comunicar e viabilizar produtos e até mercados, como mostra, no quadro, o case da água de coco. Dentre tantas tecnologias e materiais, cada qual com seus objetivos e viabilidades, as embalagens assépticas cartonadas me surpreendem por sua praticidade e alta tecnologia. Na contramão da ideia de que elas têm formato comoditizado, cabe lembrar que no Brasil as duas indústrias atuantes nesse segmento, a SIG Combibloc e a Tetra Pak, inovam sem parar em novos formatos, processos e sistemas de fechamento. Essas embalagens têm presença garantida no varejo em

todo o planeta justamente por oferecerem versatilidade, mas também confiabilidade, segurança e conservação das características nutricionais dos alimentos, com extenso prazo de validade (de até doze meses sem refrigeração, mas dispondo também de alternativas para a cadeia do frio). Especificamente no Brasil, onde crescem à razão de dois dígitos anuais, é em boa parte a impossibilidade de manter a temperatura ideal de conservação dos produtos desde o solo até a mesa do consumidor final a razão básica do sucesso das embalagens cartonadas assépticas. São elas que garantem a chegada de produtos até as localidades mais distantes como carga seca, ampla e mais barata, sem necessidade de grandes cuidados no manuseio.

Dicas para melhor uso das caixinhas Sugestões para maximizar o aproveitamento de embalagens cartonadas Com forte atuação no desenvolvimento de embalagens cartonadas assépticas destinadas a diferentes produtos, Maurício Speranzini, diretor da Speranzini Design, oferece aqui três sugestões que podem contribuir para maximizar o aproveitamento desse sistema de acondicionamento. No artigo, faz algumas considerações nem sempre lembradas a respeito dos atributos desse tipo de recipiente.

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Apesar da alta proteção propiciada pela embalagem cartonada, durante seu transporte pode haver problemas que não são detectados numa análise superficial. Pode acontecer no manuseio e estoque. Algumas situações muito intrigantes sobre bebida acondicionada em caixinhas eram relatados ao serviço de atendimento ao consumidor (SAC) de um usuário. Acontecia mesmo sendo rigorosos os controles de qualidade e rastreamento dos produtos. Unidades de variados lotes e localidades apresentavam algum problema. Equipes foram verificar para entender as ra-

zões das reclamações de clientes e visitaram alguns pontos de venda, desde a entrada de mercadorias até sua exposição nas gôndolas do autosserviço. Foi constatado que os caminhões de entrega ficavam muito tempo nas docas para ser descarregados. No escopo de cumprir metas ocorriam problemas no descarregamento das empilhadeiras, com o amassamento de embalagens. Em outras palavras, podem acontecer microperfurações, não visíveis a olho nu, que irão desproteger a embalagem, abrindo a possibilidade de ataques biológicos à bebida, deixando-a imprópria ao consumo.


para envase asséptico matos, processos e fechamentos

Além dessas vantagens, seu formato retangular permite a estocagem no refrigerador na posição vertical ou horizontal e oferece muita conveniência e boa exposição nas gôndolas do autosserviço (e também nas casas dos consumidores finais). No descarte podem ser amassadas, e todos seus componentes – caixa de transporte, todas as camadas da embalagem e tampa – são recicláveis.

Para viabilizar o uso do sistema, os fornecedores oferecem “pacotes” completos de suprimento e assessoria que permitem soluções específicas, desde as destinadas ao processamento de alimentos e embalagens até o maquinário, a impressão dos recipientes e a aplicação de acessórios, como tampas

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e canudinhos. O processo é totalmente automatizado, não sofrendo interferência humana. Assim, à garantia de saudabilidade do conteúdo somam-se benefícios de produtividade – que, aliás, se estendem para além das linhas de processamento: a automação alcança o setor de despachos, com a produção das caixas de embarque e seu acondicionamento e montagem em paletes. Vale dizer que para os brand owners se trata de um sofisticado sistema de produção in house, isto é, seu produto é transformado e envasado no mesmo local reduzindo tempo, espaço e armazenagem já que o espaço necessário será aumentado quando as embalagens estiverem prontas para ser despachadas. O desperdício é próximo de zero, do envase ao transporte. As embalagens

A coprodução, isto é, colocar no mesmo processo outros produtos da mesma marca e assim viabilizar menores tiragens, é uma alternativa viável quando a empresa decide fazer a edição especial ou teste de um produto. Neste caso pode haver uma compensação no uso de cores para a média dos projetos. Exemplo: uma bobina de certo volume pode fazer cinco produtos – fazer parte do principal e conjugar com outros, ou fazer a compensação de cores pelo principal ou pela média dos produtos a ser produzidos. Isso resulta em economia e diminuição de riscos.

cartonadas também facilitam o desenvolvimento dos projetos de design. Seu formato padronizado não impede a diferenciação com variantes de formatos, tampas e propósitos. Como as caixinhas possuem quatro faces para ser exploradas, o espaço útil para o trabalho visual se amplia, tornando possível a técnica de formação de painéis com maior apelo visual. Pode-se com elas obter uma comunicação diferenciada, imagens que cativem e despertem appetite appeal e reconhecimento pelos consumidores. Especialmente para empresas que possuem ferramentas promocionais eletrônicas, como mídias sociais e QR Code, a praticidade deste tipo de embalagem permite ampliar os canais de vendas tradicionais, conveniência e e-commerce.

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Em muitas ocasiões os fornecedores apresentam provas impressas no desenvolvimento em substratos diferentes ao da impressão final. São impressas em material liso, ideal e de grande definição, o cromalim. Mesmo sendo supercalibrado ele pode ter uma vantagem visual que não acontece quando o brand owner recebe suas bobinas impressas e prontas para a produção. Em nosso escritório mantemos os procedimentos do fabricante, mas fazemos impressões no substrato da embalagem. Apresentamos as lâminas abertas e com elas fazemos a montagem dos mockups. Isso dá ao brande user a possibilidade de visualizar com segurança a embalagem ou utilizar para apresentações a suas equipes e em eventos.

Maurício Speranzini é diretor da Speranzini Design, administrador de empresas e especialista em Marketing pela FGV. É redator, foi integrante do Conselho de Administração e Coordenador do Comitê de Design da ABRE, recebeu Prêmio Tetra Pak de Qualidade Gráfica nas categorias Ouro e Prata

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CASE

O que se perdia virou produto Por falta de sistema de acondicionamento, produtores de derivados de coco jogavam fora a água. A caixinha acabou com isso e criou um mercado Por maurício speranzini

Até o início de 2010, como era comum no segmento, a Coco do Vale, um dos principais players de derivados de coco (coco ralado, flocos de coco e leite de coco), descartava 150 mil litros de água daquela fruta todos os meses. Aquele subproduto, ou não-produto, não era comerciável, e sequer existia o processamento com tecnologia de embalagem destinada ao consumidor final adequado para ele. A Coco do Vale vendia o produto em bombonas de 1 000 litros para outros agentes, que não dispunham de processo para aproveitar o excesso de produção na região do nordeste, onde têm suas fazendas-fábrica, para exportar para o Sudeste, mercado consumidor hegemônico. Foi o uso de embalagens cartonadas assépticas que então viabilizou o mercado para essa bebida saudável que, só nos dois anos seguintes, cresceu mais de 100% no caso daquela empresa. Quando houve a decisão

Leite de coco pronto para beber sabor chocolate usa personagens diferentes na frente e no verso para formação de painel lúdico para atrair o público alvo do produto, que são as crianças

de investimento para adotar o sistema de acondicionamento, desenvolvemos para a empresa a linha de água de coco nas versões 200ml, 330ml e 1 litro. Naquele ano redesenhamos a linha de embalagens de leite de coco, coco ralado e em flocos, cujo desempenho foi contundente: a partir do primeiro mês foi fechado um contrato de exportação aos Estados Unidos com o produto

Linha de água saborizada com blend de frutas para Central Market, Grupo HEB, Estados Unidos

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tradicional e uma linha com blend de frutas (versões abacaxi, açaí com romã e manga com pêssego). Posteriormente foram adicionados ao portfólio água de coco com frutas brasileiras, chás e, finalmente, leite de coco com chocolate pronto para beber, atendendo uma demanda firme dos alérgicos a lactose e consumidores que buscam inovação. Hoje a linha de água de coco é o carro-chefe da empresa. Com ela a empresa passou a fazer marcas próprias para terceiros, nos mercados interno e de exportação, aumentando volume e rentabilidade. Para citar um exemplo, desenvolvemos as embalagens para uma linha desse produto para a rede de supermercados americana Central Market (grupo HEB). O único questionamento que se faz internamente na Coco do Vale quanto às embalagens cartonadas assépticas é por que o sistema não foi adotado mais cedo.



internacional

Água mineral estreia em bag-in-box nos Estados Unidos Distribuidora mira exemplo de outras categorias, como sucos e vinhos, e aposta em crescimento A engarrafadora

Water Event acaba de lançar no mercado americano a marca de água mineral AquaViBox em bag-in-box, com o objetivo de conquistar espaço com esse tipo de embalagem entre outros produtos que a utilizam, como vinho, sucos e chás. O sistema, isto é, o recipiente de papelão corrugado com uma bolsa de EVOH em seu interior, nos volumes de 10, 15 e 20 litros, dotado de torneira dispensadora, é fornecido pela Smurfit Kappa. Dave Clark, gerente de desenvolvimento de negócios da Water Event, diz que a fornecedora foi um parceiro fundamental no que chama de aliança estratégica, pelo fato de durante mais de dez anos vir fornecendo bags-in-boxes para distribuidores de bebidas fora dos Estados Unidos. Ele conta que água mineral é comercializada nessas embalagens há muito tempo na Europa, na China, na Austrála e na África do Sul. Segundo Clark, a Smurfit Kappa contribuiu com um avanço significativo para a viabilização do produto: um adaptador que permite conservar e servir-se da Aqua ViBox em qualquer modelo de refrigerador. O dispositivo foi desenvolvido em 2015, e a Aqua ViBox começou a utilizá-lo em setembro de 2016, no que Clark diz ter sido o primeiro lançamento comercial de água mineral em bag-in-box nos Estados Unidos. A intenção da empresa é competir com os garrafões plásticos de 5 litros, geralmente

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feitos de policarbonato e, mais recentemente, de PET que se tornaram padrão durante décadas em escritórios e outros estabelecimentos equipados com bebedouros. Mas, no modo de ver um tanto paradoxal do executivo, por ser descartável após a primeira utilização, seu produto deixaria de gerar desperdício de material, o que não ocorreria com embalagens reutilizáveis. Em sua opinião, o produto traria vantagens ambientais em relação a outros materiais descartados por oferecer redução de peso no transporte. Isso porque seu peso seria menor (“metade do peso dos garrafões de policarbonato) e pelo fato de o formato cúbico proporcionar maior eficácia no armazenamento, no transporte (não levaria de volta embalagens vazias e sua paletização seria otimizada) e por dispensar a necessidade de higienização para utilizações posteriores à inicial. Atualmente a AquaViBox é vendida basicamente em praças do Estado do Texas, e um distribuidor de Chicago a fornece para serviços de emergência, como postos de bombeiros e hospitais. Clark adianta que “entendimentos” estão adiantados para o início da comercialização em várias redes de supermercados. O executivo afirma que as vendas estão indo muito bem junto a consumidores residenciais e clientes comerciais. “O maior desafio é introduzir a Aqua ViBox como alternativa às garrafas plásticas e mudar o hábito dos consumidores”, ele diz. “Mas o fato de o vinho em bag-in-box já ter-se tornado praticamente

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uma commodity no mercado americano é um apoio para esse esforço”. Dave Clark está tão confiante no possível êxito do lançamento que não hesita em afirmar ser esse “o futuro do acondicionamento de água”.

Embalagem tem adaptador que permite encaixe em qualquer bebedouro



Display

Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Informações adicionais sobre fornecedores das embalagens estão nos links em vermelho no final dos textos.

Cafés

Coado na hora O Grupo Café do Moço, formado pela microtorrefação Café do Moço e pela cafeteria Barista Coffee Bar, acaba de lançar sua versão para a Coffee Bag. O saquinho que acondiciona o café serve como um coador. Basta encaixas as abas na xícara, abrir a parte de cima e colocar a água quente. A embalagem, exclusiva da marca, é importada do Japão. Cada sachê traz 10 gramas do Blend Red Foot. emb.bz/210cafe

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Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br


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Cachaças

Refrigerantes

Atomatados

Bricolagem

Snacks

Doces

Cores chamativas

Nova medida

Elefante na caixinha 3

Fita na bisnaga

fosco com brilho 5

mistura fina 6

O extrato de tomate Elefante, marca que faz parte do portfólio da Cargill, agora pode ser encontrado em mais uma opção de embalagem. A marca lança o produto em embalagens cartonadas assépticas de 140 gramas e de 280 gramas. emb.bz/210elefante

A Quimatic Tapmatic lança embalagem econômica para a Fita Isolante Líquida. O produto passa a ser comercializado em bisnaga de alumínio de 16 gramas com bico aplicador. A nova embalagem possui linhas mais modernas e sofisticadas, com design temático relacionado à manutenção elétrica. A fita líquida pode ser usada em locais que a fita isolante adesiva não alcança. emb.bz/210fita

Os snacks Roots to Go!, chips naturais da KB Foods, ganham novos sabores: Platano Chips salgada e Platano Chips. Os produtos são acondicionados em embalagens flexíveis de BOPP, impressas em flexografia com verniz fosco e brilho. emb.bz/210roots

A Santa Helena coloca no mercado a Paçoquita Cremosa com Chocolate, uma edição limitada que será comercializada em todo o país. A ideia surgiu após o sucesso da Paçoquita Cremosa. O produto é comercializado em embalagem de PET de 150 gramas. emb.bz/210pacoquita

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A Sagatiba apresenta uma nova categoria de saborizadas no mercado nacional: Sagatiba Mel, Lima e Limão. O produto tem como base a cachaça Sagatiba Cristalina, que é multidestilada. A novidade faz parte da estratégia de reposicionamento da marca iniciado em 2016 com a reformulação das embalagens dos produtos Sagatiba Envelhecida e Sagatiba Cristalina. A garrafa tem rótulo colorido e chamativo. emb.bz/210sagatiba

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A Coca-Cola lança no Brasil novas latas de 220 mililitros. O novo formato estará disponível para as linhas Coca Zero, Coca Life, Coca-Cola, Fanta, Fanta Uva, Sprite e Guaraná Kuat e se junta às latas de 355 mililitros e de 250 mililitros. emb.bz/210coca

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Fevereiro 2017 |

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Cervejas

proibida prateada

com lactose

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A Proibida lança a cerveja Puro Malte Leve. A novidade chega aos pontos de venda de todo o Brasil com um rótulo prateado que facilita a identificação dentro da família de cervejas Proibida Puro Malte. A cerveja está disponível em garrafas de 600 mililitros e long neck de 330 mililitros e em latas de 473 mililitros, 350 mililitros e 269 mililitros. emb.bz/210proibida

A Urbana lança comercialmente uma de suas mais clássicas receitas: a Teta, cerveja do estilo Milk Brown Ale, que já fazia sucesso entre os apreciadores da marca no formato de chope artesanal. Elaborada com malte de cevada, lúpulo e lactose, a Teta conta com flocos de milho e tem final levemente adocicado. A lata de 473 mililitros é decorada com rótulo termoencolhível. emb.bz/210urbana

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32 | Fevereiro 2017

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Ouro no rótulo 3

GOIABA NA GARRAFA 4

A cervejaria Krug Bier, de Nova Lima (MG), lançou nesta semana a cerveja Pretensão, sexta da sua linha “Expressionista”. A bebida é elaborada com uísque puro malte e envelhecida em barril carvalho francês. “Escolhemos uma garrafa de champanhe de 375 mililitros, com rótulo em alto relevo, detalhes em ouro e numeradas”, diz Herwig Gangl, sócio diretor da Krug Bier. emb.bz/210krug

A A cervejaria paranaense Way Beer lança sua mais nova criação: a Sour Me Not – Goiaba, disponível no mercado brasileiro e que será distribuída também nos Estados Unidos. Disponível em garrafas de vidro de 355 mililitros, serigrafadas, a novidade faz parte da linha Sour da Way Beer. emb.bz/210goiaba

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Adubos

Fast food

Conteúdo nobre 5

Visual clean

O empresário Leonardo de Matos aposta em um produto de nome curioso: um adubo orgânico chamado “Bosta em Lata”. A Bosta em Lata é um adubo orgânico composto por esterco bovino (cerca de 10%), turfa e terra. É indicada para uso doméstico, em todos os tipos de planta e em qualquer fase. O diferencial do produto, além do nome que chama a atenção, é a embalagem, pois outros adubos do mercado são acondicionados em sacos plásticos. O produto é acondicionado em lata de aço. emb.bz/210bosta 5

Bebidas 6

A KFC, uma das maiores redes de fast food do mundo e especializada em frango frito, apresenta novas embalagens. A nova identidade visual tem design mais clean e marcante para toda a linha de produtos emb.bz/210kfc

Pop Art no rótulo

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O vermute Cortezano, da CRS Brands, lança uma edição especial inspirada na Pop Art, movimento artístico pós-moderno criado nos anos 50, que chamou a atenção ao ironizar o mundo consumista, utilizando cores vibrantes e elementos da cultura de massa. Os rótulos de Cortezano Pop Art Bianco e Rosso são ilustrados com grafismos multicoloridos e elementos geométricos, inspirados na arte de Andy Warhol, Peter Blake e Romero Brito. emb.bz/210cortezano


APOIO

Almanaque Bola do reino resiste Conhecido por ser acondicionado em inconfundíveis latas esféricas de duas partes, o queijo reino, ou do reino, é consumido no Brasil principalmente em Pernambuco, cujos moradores respondem por cerca de metade das compras da produção nacional do produto, feita basicamente em Minas Gerais. Pernambucanos de menor poder aquisitivo chegam a fazer consórcios para adquirir uma unidade nas festas natalinas, nas quais a iguaria dificilmente pode faltar à mesa. É um produto caro: para a fabricação de um quilo dele são necessários, em média, 14 litros de leite. A palavra “reino” que faz parte do produto se

deve aos portugueses que, no período colonial, o importavam da Holanda, onde era classificado como “queijo edam”. Ao chegar aqui em navios vindos da metrópole (e também depois da chegada da corte portuguesa, em 1808), virava “do reino”. A razão de ser acondicionado em lata é que, na viagem pelo Atlântico, o produto, facilmente perecível, demandava proteção hermética. Atualmente, várias marcas são apresentadas também em embalagens a vácuo, mas por tradição e possivelmente por serem do agrado da maioria dos consumidores, as latas em forma de bola ainda predominam.

Marca com chama e eficácia garantidas

zippo (acima) foi criado por george g. blaisdell depois de ver amigo com dificuldades de usar o pesado insqueiro austríaco imco (ao lado)

34 | Fevereiro 2017

O inconfundível isqueiro metálico recarregável Zippo, um dos ícones da cultura americana e uma das marcas mais conhecidas (e mais falsificadas) do mundo, tem uma história que reforça as afirmações de que eficácia, praticidade, satisfação do usuário e garantia do produto pelo fabricante são fatores de sucesso garantido. A história do utensílio produzido pela Zippo Manufacturing Company, de Bradford, na Pensylvania, começou em 1932, no Country Club daquela cidade. Ali, George G. Blaisdell (1895-1978), viu um amigo atrapalhado no ato de acender um pesado isqueiro austríaco. O resultado foi bom, mesmo ao vento, devido ao desenho da chaminé do objeto. Mas para acendê-lo era necessário usar as duas mãos. Inspirado naquele isqueiro, da marca Imco, em 1933 Baisdell aperfeiçoou o design e produziu o primeiro Zippo. Desde então, mais de quatrocentos milhões de Zippos já foram fabricados. Na raiz desse êxito estão, entre os fatores citados, o preço acessível, a dificuldade de a chama ser apagada mesmo com muito vento e a garantia incondicional dada pela empresa. “Ou ele funciona ou nós consertamos gratuitamente”, é o lema da fábrica, não importando a data de produção nem o número de donos que o isqueiro tenha tido. O nome Zippo foi criado por Blaisdell com base na palavra “zipper”, a partir da qual formou diferentes variações até chegar em Zippo, cujo som achou “moderno”.

A bela e as feras Na década de 1960, as duas grandes companhias multinacionais de distribuição de combustíveis presentes no Brasil, Shell e Esso, travavam uma guerra pela preferência do consumidor. A Esso usava sua famosa mascote, o tigre, enquanto a Shell apelava para seu cordial elefantinho de macacão e boné amarelos. Para concorrer com as multinacionais, a MPM, uma das maiores agências de publicidade do País na época, criou um símbolo moderno e sexy para a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga: a Ipirela, inspirada na personagem de histórias em quadrinhos Barbarella, imortalizada no cinema pela atriz Jane Fonda.



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