EMBANEWS Nº 391 - Outubro 2022

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ANO 33 | EDIÇÃO 391 | OUTUBRO 2022 #Legislação NOVA ROTULAGEM DE ALIMENTOS ENTRA EM VIGOR P.06 DOBRADEIRA-COLADEIRA BOBST FAZ 80 ANOS P.08 #TecnologiaDeEmbalagem P.14 passa pela busca por soluções para a economia circular do plástico e o combate às mudanças climáticas. Por Edison Terra, da Braskem A CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO POSSÍVEL GESTÃO P.10 POR DENTRO DAS CAIXAS DE PAPELÃO ACESSE A EMBANEWS TV
Av. Dr. Chucri Zaidan, 1550, conj 815 - São Paulo - SP - 11 3638-3300 / 11 5521-6693 - emplas@emplas.com.br

SUMÁRIO

FUNDADOR:

JUNTAMOS OS

OBJETIVOS: ALCANÇAR 1 MILHÃO DE TONELADAS

COM CONTEÚDO RECICLADO E DESVIAR 1,5

DE RESÍDUOS PLÁSTICOS DE ATERROS E DO MEIO

Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com

Publicidade: comercial@embanews.com

Assinaturas: assinatura@embanews.com

Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Cícero Mário, Fabiana Ramos, Fabio Mestriner

Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

2030, CHEGAREMOS AO MODELO QUE QUEREMOS

CIRCULAR COM NEUTRALIDADE DE CARBONO”

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS

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Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização.

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4 OUTUBRO 2022 06 #Legislação 08 #TecnologiaDeEmbalagem 10 GESTÃO 12 EMBALAGEM NO MARKETING 18 PESQUISA 20 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE 14
ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)
ENTRE EM CONTATO COM A EMBANEWS NO WHATSAPP
ENTREVISTA “SE
DOIS
DE PRODUTOS PLÁSTICOS
MILHÃO DE TONELADAS
AMBIENTE, ATÉ
CONSTRUIR: ECONOMIA
EDISON TERRA, DA BRASKEM

(crédito:

NOVA ROTULAGEM DE ALIMENTOS ENTRA EM VIGOR

Novas regras para rotulagem de alimentos entraram em vigor a partir de 9 de outubro. Além de mudanças que tornam mais claras as informações da tabela nutricional, a novidade é a adoção da Rotulagem Nutricional Frontal e o uso de selos de advertência na forma de lupas.

A compreensão sobre a importância das normas de rotulagem de alimentos como instrumento de educação alimentar e nutricional, e de sua contribuição para escolhas alimentares mais saudáveis e na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, está na base desse esforço para o constante aprimoramento da legislação.

Segundo a engenheira de alimentos Veridiana Vera de Rosso, professora livre-docente do Centro de Pesquisas e Práticas em Nutrição e Alimentação Coletiva da Universidade Federal de São

Paulo (Unifesp), Campus Baixada Santista, a rotulagem de alimentos tem o objetivo de ser um canal de comunicação entre o fabricante e o consumidor. “Mas, na maioria das vezes, o consumidor, que é o principal interessado, não conhece a importância da leitura do rótulo e não sabe quais informações deve levar em conta na sua avaliação. Em geral, observa somente a data de validade e o valor calórico do produto, declarado como valor da porção, muitas vezes desconsiderando que ele consome mais de uma porção daquele alimento”, pondera a pesquisadora, que também coordena o Observatório de Rotulagem de Alimentos da Unifesp.

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 429/2020) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para rotulagem de alimentos embalados traz uma novidade importante, que é a regulamentação da Rotula-

Exemplo da nova rotulagem de alimentos em produto fictício

gem Nutricional Frontal, ou seja, uma informação complementar à declaração nutricional existente, buscando de uma forma resumida e objetiva alertar sobre a presença de elevados teores de constituintes ou nutrientes de atenção que devem ser consumidos com moderação.

“Esses alertas serão apresentados na face frontal dos rótulos, na parte superior, e será constituído de um ícone de lupa acompanhado de advertências textuais informando sobre o alto teor de açúcares adicionados, alto teor de gordura saturada e alto teor de sódio”, detalha Veridiana.

Segundo a pesquisadora da Unifesp, os alimentos poderão usar 1, 2 ou 3 selos de advertência, caso alcancem os limites estabelecidos pela legislação, levando em conta uma base de 100g deExemplo da nova rotulagem de alimentos em produto fictício

(crédito: Observatório de Rotulagem de Alimentos / Unifesp)

#Legislação
6 OUTUBRO 2022
Observatório de Rotulagem de Alimentos / Unifesp)

alimento e se esse alimento é só lido ou líquido. Essa novidade nos rótulos de alimentos não é ex clusividade do Brasil. O tema do uso de alertas para a presença de constituintes ou nutrientes e a ele vada concentração nos alimentos teve um crescimento exponen cial nos últimos dez anos e foi acompanhado de um boom no surgimento de novos modelos de advertência. “É importante desta car que a intervenção regulatória utilizando a estratégia da Rotula gem Nutricional Frontal é uma di retriz defendida pela Organização Mundial da Saúde, que publicou em 2019 um documento orienta dor para que os países associados possam implementar, monitorar e avaliar a eficácia das estratégias de rotulagem nutricional frontal”, complementa Veridiana.

“No Brasil, o modelo de lupa é inédito, ainda não foi utilizado em outro país do mundo. Recen temente o Canadá regulamen tou um modelo bastante similar ao brasileiro, fazendo o uso do ícone de lupa. Portanto, esse mo delo ainda precisa ser testado quanto à eficácia em transmitir a mensagem desejada e que pos sa ser efetivamente compreen dida e assimilada pelo consumi dor”, alerta Veridiana.

O Observatório de Rotulagem de Alimentos da Unifesp tem o objetivo de monitorar todas as questões relacionadas à rotula gem de alimentos no Brasil e for necer subsídios para a discussão científica e política, emitir reco mendações e apontar lacunas no processo regulatório. “O monito ramento dos rótulos de alimen tos é parte do que chamamos de Avaliação do Impacto Regu latório e pode ser ampliado para outros níveis, inclusive acompa nhando os processos de refor mulação de diferentes grupos ali mentares por parte da indústria”, esclarece sua coordenadora.

BREVE HISTÓRICO DA ROTULAGEM

Os primeiros rótulos de ali mentos surgiram nos séculos XVIII e XIX e tinham como úni ca função identificar produto e marca. Somente em 1990 foi publicada nos Estados Unidos a lei que tornou obrigatória a rotu lagem nutricional padronizada e detalhada e, em 1994, o Nutrition

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Facts fez sua estreia. No Brasil, o primeiro regulamento só foi lan çado em 1998 e em 2003 tornou -se obrigatória a rotulagem nu tricional para todos os alimentos embalados, comercializados no Brasil, sendo produzidos aqui ou importados. https://www.unifesp.br

O futuro começa em nossas cabeças

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HÁ 80 ANOS, A BOBST INICIAVA UMA HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO NA

PRODUÇÃO DE EMBALAGENS

Em 1942, a BOBST entregou sua primeira dobradeira-coladeira, a PCR 382, para clientes na Suíça e na França. Hoje, a empresa comemora oito décadas históricas de progresso e desenvolvimento na produção de embalagens de papelcartão.

Naquele tempo, a PCR 382 possibilitou alcançar continuamente cartuchos de alta qualidade em escala industrial. Juntamente com a corte e vinco BOBST AP900, recém-lançada à época, criou uma linha de conversão completa para embalagens de papelcartão. Hoje, mui-

tos dos clientes que investiram nas primeiras dobradeiras-coladeiras do mercado, ainda estão trabalhando com equipamentos BOBST.

“Estamos muito orgulhosos do que conseguimos nesses últimos 80 anos”, diz Pierre Binggeli, Diretor da Linhas de Produtos Dobradeiras-Coladeiras da BOBST. Pierre está na empresa há mais de 20 anos e testemunhou evoluções importantes.

“O elemento humano sempre será um fator importante no processo de dobra e cola, mas as máquinas atuais são muito mais produtivas, precisas e flexíveis, ao mesmo tempo em que oferecem um nível cada vez maior de automação, facilidade de uso e segurança do operador.”

Tendo adicionado diferentes dispositivos, módulos e periféricos às dobradeiras-coladeiras ao longo dos anos, quase todas as máquinas entregues são diferentes, correspondendo às necessidades particulares de cada cliente.

#TecnologiaDeEmbalagem
8 OUTUBRO 2022
Pierre Binggeli, Diretor da Linha de Produtos, em frente a uma linha de produção de dobradeiras-coladeiras no Centro de Competência BOBST em Mex

Hoje, os desenvolvimentos mais recentes nas máquinas tam bém incluem a digitalização e a conectividade necessárias para permitir que os clientes en trem para a Indústria 4.0.

“Embora a BOBST esteja co memorando o 80º aniversário das dobradeiras-coladeiras hoje, estamos totalmente focados no que está por vir e comprometidos com os 4 pilares da visão BOBST: conectividade, digitalização, automação e sustentabilidade.

Os desafios econômicos e ecoló gicos de hoje são enormes. Mas estamos determinados a conti nuar inovando, nos mantendo na vanguarda e formando o futuro da indústria de embalagens.”

A EVOLUÇÃO DAS MÁQUINAS EM SINTONIA COM A NECESSIDADE DOS CLIENTES

A Säuberlin & Pfeiffer SA, membro do grupo Autajon, com sede em Châtel-St-Denis, Suíça, embora esteja equipada com a última geração de dobradeiras -coladeiras BOBST, possui uma antiga PCR 382, em uso até hoje.

Hoje, as trocas de trabalhos mais rápidas se tornaram uma

etapa crucial na produção de embalagens. Além de oferecer a qualidade e consistência que os clientes esperam, a Säuberlin & Pfeiffer tem que lidar com o fato de que as tiragens se tornaram menores e mais frequentes, colo cando o foco em trabalhos mais rápidos e mais curtos. “Assim, estar equipado com máquinas amigáveis ao operador, altamen te automatizadas e que permi tem reduzir os tempos de troca, é, portanto, essencial”, afirma o Diretor da Säuberlin & Pfeiffer.

Outra empresa, a Envase Grá fico Industrial SA (EGISA), com sede em Barcelona, foi uma das primeiras na Espanha a inves tir em uma dobradeira-coladei ra BOBST na década de 1960.

Sua PCR 800 foi substituída por tecnologias BOBST mais novas, e a EGISA é parceira da BOBST até hoje. “Das suas muitas grandes qualidades, agradecemos parti cularmente sua confiabilidade, durabilidade e modularidade”, diz Carlos Labori. A empresa é espe cializada em embalagens sofis ticadas para marcas de luxo, em que a precisão é imprescindível.

Certamente, são muitas em presas espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil, que têm uma história para contar com as do bradeiras-coladeiras BOBST. https://www.bobst.com

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PCR 382, primeira dobradeira-coladeira BOBST

Por dentro das caixas de papelão

COMO SE MANTER NUM MERCADO ALTAMENTE COMPETITIVO

Praticamente tudo no nosso dia a dia envolve algo relacionado ao consumo.

Vamos imaginar desde a hora que acordamos até a hora que vamos dormir. Da higiene bucal às refeições, da roupa do escritório ao pijama, do jornal passando na TV ao café esquentando no fogão, até os brinquedos espalhados pela sala.

Nesse contexto, foram abordados itens alimentícios, de vestuário, eletrônicos, entre outros. Entre itens essenciais e de lazer, todos eles pertencem à rotina diária das pessoas. No entanto, para esses produtos chegarem em perfeitas condições aos lares, tais itens devem ser bem acomodados, a fim de não danificá-los no trajeto. Tudo que vem e tudo que vai tem papelão envolvido.

Em 1817, na Inglaterra, foi produzida a primeira caixa de papelão. No mesmo ano, na Alemanha, foi criada a caixa de papelão para embalagem. Naquela época, os materiais eram somente lisos e sem ondulações. Posteriormente, em 1871, o papelão ondulado – ideal para produzir materiais de embalagem – surgiu em Nova York.

Voltando ao Brasil, atualmente, para atender a tudo que precisa ser embalado, em termos de volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado alcançou 367.160 toneladas em agosto deste ano, segundo dados da Empapel – Associação Brasileira das Embalagens de Papel. Dessa forma, foi registrado o maior volume expedido para os meses de agosto.

Ressalta-se, porém, nesse segmento, que as cartonagens devem ter parcerias fortes com fabricantes no fornecimento de matéria-pri-

ma, pois estas são elementos-chave para o cumprimento dos prazos acordados. A data de entrega é um dos principais fatores que conferem qualidade a uma empresa.

O papelão ondulado é composto por elementos ondulados (miolo) fixado a elementos plano (capas), por meio de cola no topo das ondas. Baseado nesta composição, os tipos de chapas de papelão mais comuns são:

Onda E: Estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado em ambos os lados a elementos planos (capas), tendo 1,80 mm de espessura.

Onda B: Estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado em ambos os lados a elementos planos (capas), tendo 2,80 mm de espessura.

Onda C: Estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado em ambos os lados a elementos planos (capas), tendo 3,80 mm de espessura.

Onda BB: Estrutura formada por três elementos planos (capas) colados a dois elementos ondulados (miolo) intercalados, tendo 5,5 mm de espessura.

Onda BC: Estrutura formada por três elementos planos (capas) colados a dois elementos ondulados (miolo) intercalados, tendo 6,5 mm de espessura.

A chapa de papelão é a matéria-prima para a fabricação das caixas e, a partir dessa chapa, são realiza-

dos processos de conversão (cartonagem) que permitem a confecção e personalização das caixas de acordo com a necessidade de cada cliente, resultando no produto final.

Dada as circunstâncias dos processos, destaca-se a empresa que cumpre rigorosamente a data de entrega, usando sua expertise em toda a cadeia de processos. O cumprimento da data, previamente combinada com o cliente, vem da otimização de cada etapa – o que considera, principalmente, cenários externos, como eventual falta de matéria-prima por parte de terceiros.

Contudo, para se chegar nesse nível de excelência, a indústria deve estar emergida no seu propósito principal: o cliente. Num mercado como este, altamente competitivo, a rapidez na amostra, no prazo de entrega, na cotação e a agilidade no orçamento são quesitos indispensáveis que conferem qualidade a uma empresa, e que ditam quem fica no meio do caminho e as que seguem prosperando.

Diretor Comercial da Delta Indústria de Caixas de Papelão deltacaixaspapelao.com.br

GESTÃO
10 OUTUBRO 2022

Aembalagem é um componente obrigatório do custo de 80% dos produtos existentes que não podem ser comercializados sem ela. Portanto, a inovação na embalagem pode, em muitos casos, ser obtida a custos reduzidos quando a mudança que promove mantém as características da sua versão anterior.

O método de inovação de embalagem que descrevemos a seguir se baseia no princípio enunciado na lei do movimento pela linha de menor resistência e apresenta como sustentação de suas propostas as seguintes razões:

1. Hiper-competição e similaridade tecnológica

Os produtos estão cada vez mais semelhantes e o número de concorrentes numa mesma categoria está aumentando... (um hipermercado oferece mais de 100 mil itens). Isso faz com que a escolha do consumidor fique cada vez mais complicada e incerta. A embalagem é uma poderosa ferramenta de marketing e competitividade e a inovação a faz diferenciar de produtos semelhantes.

2. É muito difícil e caro inovar no produto Pesquisa & Desenvolvimento é uma área que exige investimento, pessoal especializado, pesquisas, moldes, protótipos, lotes piloto e tempo... Inovar na embalagem pode ser mais rápido e muito mais barato e algumas vezes é como se obtém maior impacto. Além disso, produtos inovadores exigem embalagens, idem.

3. O consumidor não separa a embalagem de seu conteúdo

O consumidor não separa o produto de sua embalagem. Para ele, os dois constituem uma única entidade indivisível. Muitas categorias apresentam embalagens idênticas ou bastante parecidas que acabam se misturando nas gôndolas. Se a embalagem é igual, o produto não é diferente... e o preço também não deve ser.

4. A inovação é a melhor forma de comunicar diferencial

Existem diversas formas de comunicar o diferencial de um produto. A inovação é a melhor delas. Inovar

na embalagem faz com que já na primeira impressão, mesmo antes de adquirir ou usar o produto, o consumidor perceba que ele tem algo diferente.

5. Produto sem diferencial se perde na paisagem da gôndola

As pessoas têm cada vez menos tempo para fazer compras prolongadas, boa parte dos produtos existentes nas gôndolas nem sequer são vistos pelos consumidores. Se o produto não tiver algum destaque, a chance dele se perder na paisagem aumenta. As inovações na embalagem fazem com que o produto não passe desapercebido.

mais baixos que destroem as margens e fazem a categoria toda perder valor.

8. A inovação é percebida pelo consumidor como valor

Já está comprovado em pesquisas que a inovação é percebida pelo consumidor como valor. Produtos e embalagens inovadoras “valem mais” aos olhos dos consumidores e acabam gerando receitas bem maiores para seus fabricantes em relação aos produtos convencionais sem inovação.

9. A inovação na embalagem pode ser feita pelos funcionários, parceiros e fornecedores da empresa com os recursos que ela dispõe

A inovação na embalagem pode ser obtida com os recursos que a empresa tem dentro de casa. Funcionários, parceiros e fornecedores podem contribuir na busca de soluções. Muitas embalagens inovadoras foram propostas pela indústria que as fornece e elas podem ser acionadas para apresentar novas proposições.

10. Inovar na embalagem é uma forma eficaz de obter vantagem competitiva no ponto de venda.

6. A inovação na embalagem pode compensar em parte a falta de investimento em marketing

Um dos principais objetivos do investimento em marketing é chamar a atenção dos consumidores para o produto e fazer com que eles o encontrem no ponto de venda. Mas na maioria das vezes não há recurso suficiente para cumprir este objetivo. A embalagem inovadora cumpre esta função de forma bastante eficiente.

7. Se não tem outro assunto, o assunto é o preço

Os produtos estão cada vez mais semelhantes, é difícil e caro inovar no produto.

Se não conseguir criar um assunto novo, ou seja, algo diferente na gôndola, o produto competirá pelo preço, se expondo à concorrência de predadores que têm como única alternativa praticar preços cada vez

Não importa o tamanho da empresa, se ela utiliza embalagens e atua no segmento de consumo, pode implementar inovações que beneficiarão seus produtos e sua marca. Todo produto concorre numa categoria, a vantagem competitiva no ponto de venda pode ser obtida mais facilmente por embalagens inovadoras. Produtos líderes podem manter sua liderança, grandes empresas que não são líderes podem buscar a liderança e mesmo sem ter grandes recursos para investir em marketing, pequenas empresas podem inovar na embalagem e fazer diferença aos olhos dos consumidores.

fabio@mestriner.com.br

FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM
EMBALAGEM NO MARKETING 12 OUTUBRO 2022
A INOVAÇÃO NA EMBALAGEM PODE, EM MUITOS CASOS, SER OBTIDA A CUSTOS REDUZIDOS
10 RAZÕES PARA INOVAR NA EMBALAGEM
“A INOVAÇÃO É A FORMA MAIS EFICIENTE DE COMUNICAR DIFERENCIAL E OBTER VANTAGEM COMPETITIVA NO PONTO DE VENDA”

BISNAGAS PLÁSTICAS PRODUZIDAS COM RESINA RECICLADA PÓS-CONSUMO (PCR)

MENOR IMPACTO AMBIENTAL COM REDUÇÃO DO USO DE RECURSOS NATURAIS

Na Globoplast, sabemos da responsabilidade pelo impacto ambiental durante todo o ciclo de vida de nossos produtos. Por isso, nossos esforços são contínuos em tecnologia para ampliar, cada vez mais, o volume de resina reciclada utilizada em sua produção.

Nesse sentido, lançamos a bisnaga plástica produzida com resina reciclada pósconsumo (PCR) A utilização de matériaprima renovável causa um impacto positivo na economia circular por meio de fabricação, distribuição e descarte adequado de embalagens sustentáveis.

A Globoplast produz bisnagas plásticas de máxima qualidade para os segmentos cosmético, farmacêutico e veterinário, químico e de alimentos, com grande variedade de acabamentos e diâmetros.

fone: +55 11 4156-8400 | www.globoplast.com.br

A CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO POSSÍVEL

LIDERANÇA DA BRASKEM PASSA POR COMPROMISSOS E AÇÕES VOLTADAS PARA A ECONOMIA CIRCULAR DE CARBONO NEUTRO

Nos últimos anos, a Braskem vem imprimindo um ritmo forte na busca por soluções para a economia circular do plástico e o combate às mudanças climáticas, elencados entre seus principais compromissos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030, e com as melhores práticas globais com foco em ESG.

Posicionada como a maior produtora de resinas termoplásticas nas Américas e a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos, a Braskem é uma petroquímica integrada de primeira e segunda gerações de resinas termoplásticas no Brasil, produzindo tanto os petroquímicos básicos, como eteno e propeno, quanto as resinas termoplásticas, como PE, PP e PVC, incluindo também o bioplástico I’m green™, produzido a partir da cana-de-açúcar, de origem 100% renovável.

A Braskem possui 40 unidades industriais: 29 estão instaladas no Brasil, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo e cinco, nos Estados Unidos, duas, na Alemanha, e quatro, no México, com clientes em mais de 70 países, em todos os continentes.

Para alcançar suas metas no esforço pela eliminação de resíduos plásticos e no combate às mudanças climáticas, a Braskem está investindo R$ 250 milhões este ano e colocando em curso diversas ações que passam pelo desenvolvimento de novas resinas e aplica-

ções, parcerias com recicladores no Brasil e no mundo, aquisição de empresas de reciclagem, como a Wise, e a criação de ecossistemas que favoreçam o intercâmbio de ideias e conhecimento para a aceleração do desenvolvimento da circularidade.

Entre eles, a recente inauguração do Cazoolo, o 1º Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular do Brasil, na cidade de São Paulo, resultado de um investimento de R$ 20 milhões, é um hub de inovação para promover melhorias nas embalagens, desde a sua concepção até o pós-consumo. Nele, todos os elos da cadeia produtiva, clientes, brand owners, designers, startups e universidades podem criar e cocriar projetos visando a completa circularidade e o menor impacto ambiental de seus produtos.

Mais recente ainda, é o lançamento de Wenew, novo ecossistema global de circularidade da Braskem, que passa a identificar a partir de agora, resinas termoplásticas e produtos químicos da empresa que possuem conteúdo reciclado em sua composição, assim como as iniciativas de educação sobre consumo consciente e descarte adequado e as tecnologias que apoiam a Braskem em sua jornada em prol da economia circular. Engloba quatro pilares – produtos, educação, tecnologia e design circular– e vai aproximar a empresa de um futuro mais circular, investindo na construção conjunta com a cadeia produtiva e a sociedade para um mundo cada vez mais circular e sustentável.

14 ENTREVISTA OUTUBRO 2022

Edison Terra, vice-presidente de Olefinas e Poliole finas da Braskem na América do Sul, em entrevista à EMBANEWS, comentou sobre os preceitos que mo vem a companhia nessa área e as principais iniciativas. O executivo completa 20 anos de trabalho na Braskem neste mês de outubro, mesmo ano em que a compa nhia também comemorou 20 anos, no mês de agosto. Formado na Politécnica da USP, é engenheiro de pro dução com atuação em administração, e trabalhou por 10 anos na Rhodia antes de ingressar na Braskem.

“Alguns valores estavam presentes desde o início na Braskem. A empresa tem um lado muito grande de confiança nas pessoas, de compromissos com o meio ambiente e com sistemas de segurança, e isso foi evo luindo com o tempo. Eu não tenho dúvida em dizer que a Braskem é hoje a empresa que mais está com prometida com a cadeia de transformação no Brasil”, disse Edison Terra.

EMBANEWS: Como avalia o mercado de polietilenos e polipropileno no Brasil?

EDISON TERRA: Houve um período de forte deman da por resinas, que ocorreu no primeiro momento da pandemia e no decurso da restrição na circulação de pessoas, quando a cadeia de suprimentos foi levada ao limite de suas capacidades, incluindo a cadeia de plásticos. Com a reabertura, vimos uma migração para os padrões de consumo mais próximos ao período an terior à pandemia. A parcela da renda antes gasta em bens de consumo voltou para o setor de serviços, com um arrefecimento natural daquela demanda por pro dutos, que está ligada ao consumo de resinas. Ainda temos algumas restrições de fluxo de produtos entre as regiões, mas começamos a ver a sua normalização, mesmo a um custo logístico mais alto.

Na nossa visão e em conversas com os nossos clientes, não constatamos problemas generalizados de abaste cimento no mercado brasileiro de resinas em nenhum momento. Houve, entre o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021, em alguns clientes, em alguns segmentos, uma fase em que a demanda triplicou, ocasionando a falta de um produto específi co, de um grade específico, em uma data específica. Então, por mais que as plantas tenham rodado em pro dutividade máxima, ou que tenhamos reduzido de ma neira bastante relevante as nossas exportações, ainda assim houve certa dificuldade de atendimento. Naque le momento, também ficou difícil trazer produto im portado, porque o mundo inteiro estava mais ou menos na mesma situação. Hoje o fluxo está absolutamente normal e o mercado está plenamente abastecido.

EMBANEWS: Qual é o atual direcionamento dos inves timentos para a estratégia ESG da companhia?

EDISON TERRA: Temos dois grandes compromissos hoje na Braskem voltados principalmente ao combate às mu danças climáticas e à eliminação de resíduos plásticos.

Em relação às mudanças climáticas temos duas me tas: primeira, até 2030, reduzir 15% das nossas emis sões de CO2, emissões escopos 1 e 2, e uma segunda meta, de até 2050, atingir a neutralidade de carbono, e aí se incluem não só a redução de emissões, mas as atividades de compensação. O programa de investi mentos para a redução de emissões envolve parcerias com fornecedores de energia renovável, a exemplo da Casa dos Ventos.

Adotamos a prerrogativa de que qualquer novo inves timento que venha a aumentar nossa capacidade de produção e de geração de emissões tem que conside rar também o custo da mitigação dessa emissão adi cional. E acreditamos que o PE Verde e outros produ tos de origem renovável, terão um impacto relevante nessa questão. Temos a meta de até 2030 chegar a um milhão de toneladas de capacidade de eteno verde. Começamos com uma planta de 200 mil toneladas no Sul, em Triunfo (RS), e estamos ampliando essa unida de para 260 mil toneladas.

Estamos discutindo uma parceria com a SCG Che micals para ter uma planta para produzir PE verde e eteno verde na Tailândia. Temos a parceria com a em presa dinamarquesa Haldor Topsoe - para a produção do MEG verde, e queremos evoluir na parceria com a Sojitz, para a possibilidade de construir a primeira planta de MEG verde, com escala comercial. A Lummus e a Braskem também estão em entendi mento para licenciamento em conjunto da tecnolo gia para a produção de eteno verde a partir de etanol, com base no processo executado pela Braskem em sua planta de Triunfo (RS). O licenciamento da tecnologia de eteno verde, de propriedade da Braskem, iria inicial mente para dois projetos de conversão de etanol para eteno em desenvolvimento na América do Norte e na Ásia, sinalizando o interesse global nesta tecnologia.

15OUTUBRO 2022
EMBANEWS: E quais são os compromissos com a re dução dos resíduos?
EDISON TERRA: Nesse campo, temos três objetivos
Sala de prototipagem do Cazoolo, em São Paulo
Foto: João José Carneil

quantitativos: dois relacionados com a nossa comercia lização de produtos reciclados, que são o de vender 300 mil toneladas de plásticos com conteúdo reciclado até 2025, elevando para 1 milhão de toneladas em 2030. O terceiro objetivo para 2030 é desviar - e essa é a me dida de impacto para ajudar naquilo que é a dor da so ciedade - seja de aterro, de incineração e do meio am biente, 1,5 milhão de toneladas de resíduos plásticos, que não seriam reciclados, e que iriam para o aterro ou para destinação indevida, para que eles sejam re vertidos para a economia circular. Se juntamos os dois objetivos chegaremos ao modelo que queremos cons truir: economia circular com neutralidade de carbono.

EMBANEWS: Quais são as principais iniciativas já reali zadas em direção às metas?

EDISON TERRA: As iniciativas são várias. Vale destacar quatro iniciativas este ano. O start de nossa 1ª planta de reciclagem mecânica em parceria com a Valoren, em Indaiatuba (SP), deve transformar, anualmente, 250 mi lhões de embalagens pós-consumo feitas de polietile no e polipropileno em 14 mil toneladas de resina recicla da com alta qualidade. Foi feita uma segunda parceria com a Valoren para a construção de uma planta de re ciclagem avançada, por pirólise. As duas iniciativas são complementares entre si. A prioridade é para a recicla gem mecânica, no caso dos resíduos com condições para tal. Já os demais resíduos vão para a reciclagem avançada e voltam para a cadeia como matéria-prima. A ideia é partir a planta de reciclagem avançada com a Valoren em 2023. Temos outras parcerias semelhantes que também estão em desenvolvimento. Uma terceira iniciativa foi o Cazoolo. A ideia partiu de um questionamento: como podemos ajudar a redese nhar produtos que não foram concebidos para serem reciclados? Como eu faço um hub de inovação unin do a academia, startups, designers, os nossos conhe cimentos e o de nossos clientes, com esse objetivo?

Essas três iniciativas totalizaram 130 milhões de reais de investimentos, anunciados no começo do ano.

Em julho anunciamos a aquisição de 61,1% do capital da Wise, empresa de reciclagem mecânica, em um aporte de mais 121 milhões de reais. O conjunto de in vestimentos nas iniciativas no Brasil, até aqui, atinge 250 milhões de reais. No caso específico da Wise, te mos que aguardar a aprovação do CADE.

EMBANEWS: Qual é o princípio que move a Braskem na área de reciclagem mecânica?

EDISON TERRA: Priorizamos o desenvolvimento de aplicações em que o produto reciclado ainda tenha al guma limitação e no qual possamos contribuir com o nosso conhecimento para obter um produto final de melhor qualidade. E isso envolve desde obter um resí duo de melhor qualidade a melhorias em cada etapa do processamento, da separação do material à lavagem e secagem dos peletes, à eliminação de contaminantes e odor. Para isso, a Braskem conta com uma estrutura de ponta - a Ilha de Economia Circular - para desen volver, testar e aprimorar o desempenho de produtos circulares, instalada no Centro de Tecnologia e Inova ção da Braskem, em Triunfo (RS), que atua de forma integrada com outros centros de desenvolvimento da companhia pelo mundo. Com isso o produto reciclado pode ser utilizado em aplicações de maior valor agre gado, criando demanda para puxar toda a cadeia e as sim valorizar o resíduo. O que mais me anima é que há um esforço de toda a petroquímica, não só da Braskem, nesse sentido, pois tem muito a ser feito ainda.

EMBANEWS: A Braskem atua de diversas formas na área da reciclagem mecânica. Pode nos explicar?

EDISON TERRA: A Braskem entrou no mercado de re ciclagem com parceiros recicladores, que continuam como nossos parceiros hoje, na busca do resíduo e em transformar a resina reciclada de acordo com especifi cações de mercados em que há demanda e queremos desenvolver.

Um segundo modelo é aquele em que construímos a nossa capacidade de reciclagem, começamos a ope rar, e passamos pela curva de aprendizado. E um terceiro modelo, para acelerar esse aprendiza do, é nos unirmos a quem já está no mercado. Foi essa oportunidade que vimos na Wise, que tem uma atua ção reconhecida de liderança, principalmente quanto à qualidade do reciclado. A nossa intenção é aportar conhecimentos complementares e capital para que possamos acelerar o projeto de crescimento da Wise e usar parte do conhecimento da Wise também para aumentar o aprendizado da Braskem. Esse é o conjun to de iniciativas aqui no Brasil.

Estas são iniciativas que envolvem nossa produção direta. Temos outras, que se relacionam à nossa par ticipação no desenvolvimento da cadeia e da socie dade nesse tema. Já atuamos há bastante tempo, por exemplo, no suporte às cooperativas de catadores e nas iniciativas de educação para o consumo conscien te (box ao lado).

16 ENTREVISTA OUTUBRO 2022
Planta de PE Verde da Braskem em Triunfo, no Rio Grande do Sul

Outras ações como a participação no Rock In Rio, em parceria com a Heineken, Coca-Cola e Natura, são vol tadas a um público formador de opinião, e demons tram que é possível ter uma agenda de economia cir cular do plástico. Na primeira semana do evento foram coletados cerca de 300 mil embalagens e itens des cartáveis.

EMBANEWS: E quais são as iniciativas no mercado in ternacional?

EDISON TERRA: No México, a Braskem Idesa tem uma parceria importante com a Alcamare para o desenvol vimento de reciclagem mecânica. Temos um contrato de cooperação de longo prazo para produzir resinas de material reciclado food grade em aplicações para mer cados de produtos alimentícios. É um passo à frente no uso de reciclados e requer a aprovação do FDA.

Na Europa, fechamos uma parceria chamada Terra Cir cular, para a reciclagem mecânica de produtos plásti cos de baixíssimo valor agregado, utilizados para fazer insumos para construção, pavimentação temporária, paletes de plástico, etc., uma tecnologia que também temos interesse em desenvolver.

Nos Estados Unidos, temos uma parceria recente com a Nexus, em reciclagem avançada, para a construção de uma unidade de 30 mil toneladas de processamen to de resíduo plástico nos EUA, a partir de tecnologia de pirólise, com capacidade de expansão para 120 mil toneladas.

E há ainda todas aquelas parcerias voltadas para a ma téria prima renovável, de PE verde e MEG verde, que mencionei anteriormente.

EMBANEWS: Como vê a procura pela resina de mate rial renovável da Braskem no mercado internacional?

EDISON TERRA: Esse é um mercado mais maduro na Europa e Ásia, principalmente no Japão. Os bioplásti cos renováveis I’m Green, da Braskem, que são carbono negativo e preservam todas as condições de reciclabili dade, têm um apelo muito grande para as marcas que assumiram o compromisso da redução de emissões, e que buscam soluções. E temos a crença que a matéria prima renovável é um desses fatores que possibilitam chegar ao Carbono Neutro.

EMBANEWS: Qual a importância do engajamento dos convertedores de embalagens e brand owners na bus ca por soluções para a circularidade do plástico?

EDISON TERRA: Todas as soluções ligadas à economia circular de carbono neutro são complexas, e num pro blema complexo, quanto maior for o envolvimento de todos os elos da cadeia para tentar resolvê-lo, melhor. Por isso, está em nossa visão, sempre estendermos o convite a cada um dos envolvidos para fazermos juntos essa jornada. A Braskem não vai ter todas as soluções, mas podemos ajudar numa construção conjunta, que envolva a Braskem, o transformador, o brand owner e eventualmente quem mais tiver conhecimento para nos ajudar. Eu não tenho dúvidas de quem mais sofre a pressão da sociedade é o brand owner, e é por isso que ele tem assumido todos os compromissos para a circularidade e o carbono neutro. Agora é missão nos sa, como parte dessa cadeia, buscar junto com eles as soluções, nessa equação da redução de CO2 e da utili zação de conteúdo reciclado.

www.braskem.com

17OUTUBRO 2022
Parceiras da Braskem voltadas para descarte adequado e educação ambiental: l Plastianguis (México) em parceria com Associação Nacional da Indústria Química (ANIQ) l Philadelphia Eagles (time da liga de futebol americano) l Instituto Akatu l Ser+ l Plastitroque l Braskem Recicla l Startup Molécoola l Ambipar Triciclo l Ambipar Triciclo e Metrô RJ l Coletando l Dinâmica Ambiental, com apoio da Copobras, Altacoppo, Unigel e Innova
Unidade de reciclagem mecânica em Indaiatuba

EMBALAGENS PARA ACONDICIONAMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

AS MUDANÇAS NOS REQUISITOS SANITÁRIOS PROMOVIDAS PELA RDC Nº 717/2022 DA ANVISA

Oproduto final que chega até o consumidor inclui embalagem e a interação dela com o alimento a ser acondicionado é foco de vários regulamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em busca do controle da contaminação química acidental, que pode ocorrer através dessa interação. Para garantir que o alimento a ser consumido atenda aos níveis especificados como seguros para o consumo humano, é necessário observar as restrições das substâncias que apresentam limites tanto para o alimento quanto para o material de embalagem.

Em julho deste ano foram publicadas pela Anvisa 18 Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) e quatro Instruções Normativas (IN) relacionadas à regulação de alimentos. Dentre elas está a RDC nº 717, que revoga a RDC nº 274 de 22 de setembro de 2005 e a RDC nº 316 de 17 de outubro de 2019, e dispõe sobre os requisitos sanitários para água mineral e gelo para consumo humano, estabelecendo limites máximos para contaminantes microbiológicos, substâncias orgânicas e inorgânicas. Algumas substâncias que apresentam limites máximos permitidos na água mineral natural e na água natural possuem também limite de migração específica nas resoluções que tratam de materiais destinados ao contato direto com alimentos, como a RDC nº 52 de 26 de novembro de 2010 e a RDC nº 326 de 3 de dezembro de 2019.

A RDC nº 52/2010 determina que uma substância presente na embalagem não pode migrar para o alimento ou simulante numa concentração maior do que a permitida para o próprio alimento. O Anexo I da RDC nº 717/2022 apresenta uma lista de substâncias e seus limites máximos permitidos para água mineral natural e água natural e a RDC nº 52/2010 apresenta no item 3.2 os limites de migração específica (LME) dos elementos que devem ser avaliados na embalagem final em função do pigmento utilizado na embalagem, de algum aditivo que possa conter esses elementos ou ainda da tinta de impressão, quando essa fica em contato direto com o alimento. Na avaliação desses elementos no material de embalagem o menor limite deve ser atendido.

Considerando a relação entre as resoluções que tratam de alimentos e as que estabelecem critérios de aprovação para materiais de embalagem para contato direto com alimentos, a RDC nº 487/2021 e a IN nº 88 de 26 de março de 2021 devem ser consideradas na aprovação de uma embalagem para contato com alimentos. Os elementos arsênio (As), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobre (Cu), cromo (Cr), mercúrio (Hg) e estanho (Sn) estão descritos na IN nº 88/2016, que estabelece limites máximos tolerados (LMT) de contaminantes em alimentos ou categorias de alimentos. Vale ressaltar que os LMT para metais apresentados no Anexo I da IN 88/2021, em sua maio-

ria, são maiores ou iguais aos estabelecidos na regulamentação de embalagens, mas algumas exceções devem ser observadas, como a aprovação de embalagens destinadas para um grupo de alimentos específicos, aos quais os LMT de cobre (Cu), por exemplo, podem ser menores do que o LME estabelecido na RDC nº 52/2010.

Um artigo completo sobre esse assunto foi publicado no Informativo Cetea e pode ser acessado na íntegra através do QR Code:

REFERÊNCIAS

Regulamentação de alimentos: consolidação de atos normativos: https://www.gov.br/ anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/ regulacao-de-alimentos-consolidacao-de-atos-normativos

RDC nº 717/2022: http://antigo.anvisa.gov.br/ documents/10181/2718376/RDC_717_2022_. pdf/46974199-1976-43d8-8a0d-565152cbeada

RDC nº 487/2021: https://www.in.gov.br/web/ dou/-/resolucao-rdc-n-487-de-26-de-marco-de-2021-311593455

IN nº 88/2021: https://www.in.gov.br/en/web/ dou/-/instrucao-normativa-in-n-88-de-26-de-marco-de-2021-311655598

FABIANA RAMOS Pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

PESQUISA 18 OUTUBRO 2022

São Bernardo

A Embaquim agora está com Sede Própria. Localizada em
do Campo, contamos com um terreno de mais de 20 mil m², proporcionando 10 mil m² apenas de fábrica para toda qualidade e segurança de nossos produtos. A sede está repleta de área verde valorizada com árvores frutíferas, painéis solares, logística integrada e conforto, seguindo todas as Normas de Boas Práticas de Fabricação. EMBAQUIM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. R. Gen. Bertoldo Klinger, 277 - Paulicéia São Bernardo do Campo - SP - CEP 09688-900 Tel.: +55 11 2066-2333 vendas@embaquim.com.br - www.embaquim.com.br /Embaquim @embaquim

ECODESIGN É A CHAVE PARA O MUNDO MELHOR QUE DESEJAMOS

AHolanda é conhecida pelas belas tulipas, moinhos de ventos, os famosos tamancos coloridos de madeira, pelos deliciosos queijos (Gouda e Edam), porcelana azul e branca. Também é famosa pela liberdade e tolerância. Em todo país existe um clima de extrema segurança e respeito. As pessoas se vestem como querem, comem nas ruas, passeiam e são livres.

Um país diferente do restante da Europa, talvez pela sua história e por ter vencido o mar. Foi praticamente “construído” sobre o mar. Esta situação peculiar dá aos holandeses maior consciência em relação ao respeito e o cuidado com o meio ambiente.

Em minha última visita aos pontos de venda holandeses, notei que os varejistas estão seguindo os mesmos passos dos alemães em relação às embalagens, valorizando claims ou atributos que fazem referência à questão ambiental, sejam eles verdadeiros ou questionáveis. Ali também há muito greenwashing ou empresas e marcas querendo parecer ser.

Até as marcas próprias, como a ETOS, que oferece ao seu público fraldas em embalagens de papel kraft com selo Carbono Neutro da EU Ecolabel.

A rede Albert Heijn tem usado embalagens que parecem melhores ao meio ambiente. As amêndoas são embaladas em um cartucho aparentemente com conteúdo PCR, porém manteve a embalagem flexível interna. Assim sendo, a marca usou mais embalagem do que realmente precisava.

O desodorante sólido da Lekker é apresentado em um tubete de papel (fibralata), porém a marca utilizou um cartucho de papelcartão bem maior para destacar o produto na gôndola. Creio que o impacto ambiental deste cartucho extra foi esquecido!

Já a Seepje entrega seu sabonete numa embalagem de papelcartão com conteúdo pós-consumo, mas este cartucho é aberto, o que vai comprometer o shelf-life deste produto.

A embalagem da linha de produtos infantis da Zwitsal traz uma identidade visual de linhas simples e diretas e a cor amarela que é um

patrimônio holandês. Com design tradicional e contemporâneo, a embalagem estampa a foto de um bebê há muitos anos. No entanto, estão usando luvas, sobre as embalagens, orientando para comunicar os consumidores como fazer o descarte correto. A questão é: precisava desta luva?

O momento pede consciência verdadeira, atitude correta e uso das ferramentas do EcoDesign para caminharmos para a Economia Circular.

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO

Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

Embalagem Melhor, Mundo Melhor!
FRONTEIRAS OUTUBRO 202220
O GREENWASHING PODE ATRAPALHAR O CAMINHO PARA A ECONOMIA CIRCULAR
FOTO: FUTUREPACK

AS QUESTÕES CENTRAIS

Com preços em alta, distúrbios nas cadeias de entrega, mudanças climáticas e uma população crescente, o mundo enfrenta uma crise alimentar.

Ao mesmo tempo, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogados fora todos os anos. Até 2030, esse número deverá subir para 2,1 bilhões. SAVE FOOD, a iniciativa fundada pela Messe Düsseldorf, interpack e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), se propõe a mudar exatamente isso.

Como uma feira líder internacional, a interpack desempenha um papel fundamental para a SAVE FOOD. “Contribuímos com o que nos torna especiais: somos uma rede internacional, incentivamos a inovação e chamamos a atenção para questões em todo o mundo”, diz Bernd Jablonowski, Diretor Executivo da Messe Düsseldorf. “SAVE FOOD é uma parte importante do compromisso da Messe Düsseldorf com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU com foco no meio ambiente e na sociedade. SAVE FOOD é a nossa contribuição muito direta para alcançar o ODS 12.3 – reduzir e combater o desperdício de alimentos.”

O tema estará entre as questões centrais para a próxima interpack, de 4 a 10 de maio de 2023 em Düsseldorf, que demonstrará como as novas tecnologias ajudam a reduzir a perda de alimentos e a tornar os produtos mais seguros.

No Brasil, os contatos são através da Emme Brasil, representante da Messe Düsseldorf no País.

https://emmebrasil.com.br / www.interpack.com

Av. Cachoeira, 1059

Vila Industrial Barueri/SP - 06413-000

Fone: (11) 4161-8610

WhatsApp: 11 93920-4747 embaclass@embaclass.com.br www.embaclass.com.br

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O Prêmio EMBANEWS

está de volta!

Esta é uma edição muito especial: a trigésima edição de uma premiação que tem história! São embalagens que marcaram e mudaram o mercado por sua inovação, design, tecnologia, sustentabilidade. E sabemos que, mais do que nunca, está havendo uma grande evolução neste exato momento no mundo das embalagens.

Muitas novas tecnologias estão surgindo, impulsionadas pela busca de soluções para a Economia Circular e o combate às mudanças climáticas, a luta contra o desperdício de alimentos, e por todos os desafios que se colocam para o futuro da humanidade. Mas não são apenas os exemplos disruptivos que têm espaço. Pequenas inovações, um novo olhar para o design, uma nova proposta de consumo, uma nova forma de armazenar e transportar, uma tecnologia capaz de trazer mais produtividade e reduzir custos, um material mais sustentável, todos são muito bem-vindos!

Por isso fazemos um convite a todos os que fazem parte dessa grande cadeia da embalagem: tragam seus projetos e participem dessa grande festa! Consultem o regulamento e façam a sua inscrição! E boa sorte!

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EXCELENTE EXEMPLO A SEGUIR

JORNADA RUMO À INDÚSTRIA 4.0 E ADIÇÃO DE VALOR

Muito se escreve, fala e lê sobre competitividade e sobre procedimentos que devem ser seguidos por empresas que pretendem se destacar no mercado em que atuam e gerar resultados positivos para todos os stakeholders. São frequentes e, por vezes, traumáticos os processos de redução de custos, muitas vezes orientados por empresas de consultoria. A busca pela adição de valor, por sua vez, é trabalhosa, exige participação intensa dos gestores e dos funcionários e, ainda que mais lentamente, chega a melhores resultados. Pode-se dizer que o Mundo dos Custos é finito e seu limite (leia-se custo zero) acontece quando a empresa encerra suas operações. Por outro lado, o universo do Mundo dos Ganhos é ilimitado. Essas empresas, nas palavras de Noreen e colaboradores1, “têm como meta ganhar mais dinheiro, agora e no futuro, sem violar as condições necessárias para satisfazer clientes e garantir emprego para o seu pessoal, agora e no futuro”.

Uma maneira segura de adicionar valor é iniciar a jornada rumo à Indústria 4.0, nos termos preconizados pela ACATECH2, como foi abordado em outras edições da EMBANEWS. O ponto de partida é ter seus processos mapeados e, neles, reduzir perdas e desperdícios, ou seja, adotar as práticas Lean. Depois, há que instalar mecanismos e procedimentos para coletar, armazenar e processar dados de maneira integrada para que, no ambiente organizacional, exista uma única fonte de verdade. Não é concebível ter, em cada turno, uma planilha que, posteriormente, alimentará o sistema.

O tema é objeto de estudo e de aulas na Pós-graduação em Engenharia de Embalagem da Mauá3. Professores e alunos são incentivados a relatar e discutir suas principais constatações em eventos a ele relacionados. Os fatos que se seguem ilustram um excelente exemplo a seguir.

Em junho de 2022, durante o 3º Encontro da Indústria de Autopeças, evento on-line promovido pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e VDI (Associação de Engenheiros Brasil – Alemanha), tive a oportunidade de assistir a uma breve apresentação do Eng. Luiz Gustavo Kass Mwosa, que mostrou como iniciou a transformação digital na Paranoá e, como fruto dos resultados que obteve e da experiência adquirida, fundou a DataWake (http://datawake.com.br/). É uma evidência clara do verdadeiro início da Jornada rumo à Indústria 4.0, com processos mapeados, excelentes procedimentos de coleta (via sensores) e análise de dados operacionais, investimento razoável, alta participação dos funcionários e sem as habituais confusões com as tecnologias habilitadoras.

Em agosto de 2022, no evento Plástico Brasil, assisti à palestra “Digitalização na Prática: Como Maximizar a Capacidade Humana e das Máquinas” proferida pelo Eng. Luiz Gustavo. A gravação está disponível no endereço https://www.plasticobrasil.com.br/pt/plasticobrasilxperience.html. É necessária a inscrição. O caminho a seguir no site é: Assista “on demand” > TV Plástico Brasil > Transformação digital > clicar na palestra. Recomendo!!!

Peço que observem os procedimentos adotados e os resultados obtidos.

Em setembro de 2022, nas instalações da Paranoá e da DataWake, o Engº Luiz Gustavo e o Engº Carlos Santos ministraram uma ótima aula sobre o assunto para os alunos da Pós-graduação da Mauá. Nela foram mostrados, in loco, os procedimentos de gerenciamento e controle de processo e enfatizada a participação dos funcionários no cotidiano da empresa. Além disso, enfatiza o correto entendimento da Indústria 4.0 como um modelo de gestão que adiciona valor à organização.

Esse breve relato mostra um excelente exemplo que os fabricantes e usuários de embalagem podem seguir para aumentar a produtividade e a competitividade.

1 NOREEN, E.; SMITH, D.; MACKEY, J.T. A teoria das restrições e suas implicações na contabilidade gerencial: um relatório independente. Trad. Claudinei Fullmann. São Paulo: Educator, 1996.

2 ACATECH - Academia Alemã de Ciências e Engenharia.

3 https://maua.br/pos-graduacao/engenharia/ engenharia-de-embalagem

4 https://www.vdibrasil.com/eventos/3-encontro-da-industria-de-autopecas

ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0

Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)

antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com

COMPETITIVIDADE
26 OUTUBRO 2022

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