Congraf incorpora equipamento para criação de embalagens e rótulos de alto padrão
SUMÁRIO
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DESTAQUE
CONGRAF REFORÇA SUA ATUAÇÃO
NO MERCADO DE EMBALAGENS
PREMIUM COM INVESTIMENTO ESTRATÉGICO EM EQUIPAMENTO DE ALTO DESEMPENHO
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)
Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi
Administração: Rejane Doria
Redação: redacao@embanews.com
Publicidade: comercial@embanews.com
Colaboradores desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Clarice Fedosse Zornio, Fabio
Mestriner, Ricardo Sastre
Projeto Gráfico: FlyJabuti Design
A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.
Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.
As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização. Telefone: (11) 3060-8817 / WhatsApp 11 94721-4102
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CALENDÁRIO DE EVENTOS
BRASIL 2025
17 a 20 de MARÇO de 2025
FESPA BRASIL / DIGITAL PRINT
Expo Center Norte, Pavilhão Azul - São Paulo – SP https://fespabrasil.com.br
24 de MARÇO de 2025
PETtalk
Grand Hyatt Hotel - São Paulo – SP https://www.pettalk.org.br
24 a 28 de MARÇO de 2025
PLÁSTICO BRASIL
São Paulo Expo – São Paulo – SP https://plasticobrasil.com.br
08 a 10 de ABRIL de 2025
ANUGA SELECT BRAZIL
Distrito Anhembi - São Paulo – SP https://anuga-brazil.com.br
09 e 10 de ABRIL de 2025
CONGRESSO ABRE DE EMBALAGEM E CONSUMO
Vila dos Ipês - São Paulo - SP https://congressoabre.org.br
14 e 15 de ABRIL de 2025
21ª MARATONA SUPPLY CHAIN
Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo – SP https://inbrasc.liveuniversity.com/maratona-de-supply-chain
23 DE ABRIL 2025
32º PRÊMIO EMBANEWS 2025
Espaço Armazém SP - São Paulo – SP https://embanews.com/premio-embanews
24 de ABRIL de 2025 WORKSHOP EMBALAGEM E SUSTENTABILIDADE CNI - São Paulo – SP https://institutodeembalagens.com.br/workshop-embalagem-e-sustentabilidade
12 a 15 de MAIO de 2025
APAS SHOW Expo Center Norte - São Paulo – SP https://apasshow.com
21 a 23 de MAIO de 2025
LATAMCAN
Bourbon Atibaia Resort - Atibaia - São Paulo https://latamcan.com
27 e 28 de MAIO de 2025
FLEXO & LABELS EXPERIENCE
Centro de Convenções Rebouças - São Paulo – SP https://flexoelabelsexperience.com.br
27 a 30 de MAIO de 2025
FISPAL FOOD SERVICE / FISPAL SORVETES
Distrito Anhembi - São Paulo – SP https://fispalfoodservice.com.br
10 a 12 de JUNHO de 2025
FCE COSMETIQUE / FCE PHARMA
São Paulo Expo – São Paulo – SP https://fcecosmetique.com.br / https://fcepharma.com.br
11 a 14 de JUNHO de 2025
NATURALTECH / BIO BRAZIL FAIR AMERICA LATINA
Distrito Anhembi - São Paulo – SP https://naturaltech.com.br / https://biobrazilfair.com.br
24 a 27 de JUNHO de 2025
FISPAL TECNOLOGIA
São Paulo Expo – São Paulo – SP https://fispaltecnologia.com.br
25 e 26 de JUNHO de 2025
LATAMPAPER
Bourbon Atibaia Resort - Atibaia - São Paulo https://brasil.latampaper.com
02 a 05 de FEVEREIRO de 2025 ISM / PROSWEETS COLOGNE
Koeln Messe - Colônia – Alemanha https://ism-cologne.com / https://prosweets.com
05 a 07 de FEVEREIRO de 2025
FRUIT LOGISTICA
Messe Berlin – Berlim – Alemanha https://fruitlogistica.com
11 a 14 de MARÇO de 2025
PLASTIMAGEN MEXICO
Centro Citibanamex - Cidade do México - México https://plastimagen.com.mx
20 a 23 de MARÇO de 2025
COSMOPROF WORLDWIDE BOLOGNA
Quartiere Fieristico – Bolonha – Itália https://cosmoprof.com
15 a 18 de ABRIL de 2025
CHINAPLAS
Shenzhen World Exhibition & Convention Center (Bao’an)Shenzhen - China https://chinaplasonline.com
03 a 08 de MAIO de 2025
IFFA
Frankfurt am Main - Frankfurt - Alemanha https://iffa.messefrankfurt.com
15 a 19 de MAIO de 2025
CHINA PRINT
China International Exhibition Center (Shunyi Hall) - Pequim - China http://chinaprint.com.cn
27 a 30 de MAIO de 2025
IPACK IMA
Fiera Milano Rho - Milão - Itália https://www.ipackima.com
30 de MAIO de 2025
WORLDSTAR AWARD CEREMONY 2025
Fiera Milano Rho - Milão - Itália https://worldstar.org/registration
10 a 12 de JUNHO de 2025
EXPO PACK GUADALAJARA
Expo Guadalajara - Guadalajara-Jalisco - México https://expopackguadalajara.com.mx
11 a 14 de JUNHO de 2025
PROPAK ASIA
BITEC - Bangkok - Thailândia https://propakasia.com
25 a 27 de JUNHO de 2025
COSMOPROF CBE ASEAN BANGKOK
Queen Sirikit National Convention Center – Bangkok - Tailândia https://cosmoprofcbeasean.com
ACESSE O CALENDÁRIO COMPLETO através do link ou QR Code abaixo: https://embanews.com/eventos
Saco Valvulado Aluminizado
CONGRAF INVESTE EM
EQUIPAMENTO FOCANDO MERCADO PREMIUM
ACongraf Embalagens, referência em soluções inovadoras para embalagens, acaba de incorporar um equipamento de alto desempenho para atender à crescente demanda por acabamentos especiais e pela produção de embalagens ou rótulos de alta qualidade com Hot Stamping. O Promatrix 106 FC, fabricado pela Heidelberg / Masterwork, sua parceira de longa data, oferece recursos avançados, como o sistema de registro ótico e zonas de aquecimento de alta precisão. Com isso, a empresa otimiza sua produção, garantindo agilidade, excelência e acabamentos de altíssima qualidade, alinhados ao seu compromisso com o mercado de embalagens premium. O investimento de 705 mil euros fortalece a estratégia de inovação e crescimento da Congraf para 2025.
Além disso, o Promatrix 106 FC conta com um dispositivo para troca rápida de chassi, otimizando o processo de produção, e uma aplicação de foil na
transversal, permitindo maior flexibilidade e precisão nos acabamentos. A detecção ultrassônica de folha dupla e a cinta de sucção na mesa do alimentador garantem segurança e eficiência na operação, evitando erros e aumentando a produtividade. Com capacidade para produzir até 7.500 folhas por hora, o equipamento atende à demanda de um mercado que busca diferenciação no ponto de venda e amplia a capaci-
dade da empresa de atender tanto suas linhas de produtos atuais quanto novos desenvolvimentos.
Sidney Anversa Victor Junior, diretor de operações da Congraf, explica: “A procura por embalagens diferenciadas no Brasil aumentou consideravelmente, e investir em um equipamento de alta performance nos permite produzir com agilidade e qualidade, garantindo agilidade no atendimento
aos nossos clientes”. O executivo destaca que a nova aquisição beneficiará especialmente marcas que buscam destacar seus produtos com embalagens ou rótulos exclusivos e sofisticados. “Marcas que desejam personalizar embalagens para valorizar a qualidade, o produto e sua identidade terão excelentes resultados com essa tecnologia”, acrescenta.
A instalação do Promatrix 106 FC, prevista para fevereiro de 2025, incluirá o treinamento da equipe para garantir uma operação eficiente, consolidando ainda mais a liderança da Congraf no mercado de embalagens especiais e de alto valor agregado. Com a aquisição deste equipamento de elevado desempenho, a empresa reforça sua capacidade de oferecer soluções diferenciadas e inova-
doras, acompanhando as tendências do mercado. Essa compra reafirma a Congraf como líder na criação de soluções para embalagens e rótulos de produtos de alto padrão, fortalecendo sua competitividade e
garantindo o atendimento dos clientes em um setor cada vez mais dinâmico.
https://congraf.com.br
CAMARGO EMBALAGENS CONQUISTA PRÊMIO WORLDSTAR
Ao vencer o Prêmio
EMBANEWS, em que foi agraciada com o Troféu Roberto Hiraishi 2024, com seu case na categoria Sustentabilidade para a Dailus Lab, com as embalagens da linha de sabonetes, xampus e condicionadores em barra, a Camargo Embalagens teve o direito de participar da disputa ao Prêmio WPO, WorldStar Global Packaging Awards, uma competição que reconhece as embalagens mais inovadoras do mundo e que tem como organizadora a World Packaging Organization (WPO). E agora acabou de sair o resultado: a Camargo Embalagem foi novamente premiada, dessa vez com a premiação internacional!
O processo de julgamento do WorldStar 2025 foi conduzido por um conceituado painel de 51 juízes internacionais representando 50 países membros da WPO. Esses jurados analisaram diligentemente mais de 550 inscrições, aplicando critérios de avaliação rigorosos para selecionar as melhores. Os vencedores do WorldStar Packaging Awards 2025 acabam de ser anunciados e agora estão listados em www.worldstar.org.
As embalagens que puderam participar do WorldStar Global Packaging Awards foram aquelas que já receberam um prêmio nacional ou regional de uma competição reconhecida pela WPO nos últimos dois anos, como foi o caso da Dailus Lab.
O case da Dailus enaltece a linha que dispensa o uso de água na produção e na formulação da
Dailus Lab e as barras são embaladas em sachês biodegradáveis, produzidos pela Camargo Embalagens, para transportar as suas barrinhas em viagens ou guardar pequenos acessórios.
Além disso, a embalagem porque segue a tendência da beleza waterless com sabonetes, xampus e condicionadores em barra que dispensam o uso de água na produção e composição. Alinhada ao conceito do produto por utilizar filmes biodegradáveis em sua estrutura, eles possuem um aditivo de biodegradação denominado ‘’Go Green P-life’’ que é responsável por transformar os polímeros em biomassa mais CO2 e água em condições de aterro sanitário.
Ainda prima pela questão do menor impacto ambiental, pois utiliza materiais ecologicamente responsáveis que se biodegradam em 4 anos. A embalagem é impressa com tintas compostáveis à base de água. Quanto à arte, ela é mi-
nimalista (clean label), utilizando pouca tinta em seu design, conceito perfeitamente alinhado ao propósito sustentável da embalagem. As barras são acondicionadas em sachês biodegradáveis, que podem ser reutilizados, prolongando sua vida útil antes do descarte final. Para o diretor executivo da Camargo, Felipe Toledo, o case na categoria Sustentabilidade está alinhado com nossa estratégia. “Voltar a ser premiado no WPO é muito bom. Esta é nossa segunda conquista, e o reconhecimento internacional reforça que estamos no caminho certo!”, afirma o executivo.
A Cerimônia de Premiação WorldStar será realizada fisicamente em 30 de maio de 2025 em Milão, Itália, durante o IPACK-IMA Show (27 a 30 de maio de 2025). Para mais detalhes sobre o evento, visite http://www.ipackima.com
www.camargociaembalagens.com.br
OS 4 PONTOS CHAVE DA
INTELIGÊNCIA DE EMBALAGEM
Aembalagem que encontramos no mercado é o resultado da ação de uma cadeia complexa e multidisciplinar onde participam profissionais qualificados e especialistas em diversas áreas do conhecimento técnico e científico que resulta ao final do processo num item que desempenha uma série de funções com os objetivos básicos de conter, proteger o garantindo sua integridade até a entrega final em perfeitas condições de consumo.
Mas além das funções básicas, a embalagem dos produtos de consumo desempenha também as funções mercadológicas, ou seja, elas precisam chamara atenção dos consumidores através do seu design, comunicar as características e atributos do produto. Competir com seus concorrentes, agregar valore significado para vencer a barreira do preço e conquistara venda e, uma vez adquiro pelo consumidor ela precisa oferecer uma boa experiência de uso e promover a recompra identificando o produto para que ele possa ser encontrado novamente.
Para a imagem e construção da marca, a embalagem desempenha uma função primordial pois é ela o representante da marca que está presente no momento mágico em que o consumidor vive a experiência com o produto, associando seu valor e benefícios ao seu fabricante.
Por todos esses motivos, o custo da embalagem não pode ser avaliado simplesmente como se ela fosse apenas um insumo de produção, pois, se isso ocorrer, toda a contribuição estratégica da embalagem será desperdiçada reservando a ela apenas o papel de “carregar” o produto até o mercado.
A inteligência de Embalagem propõe que um item tão valioso
não pode mais ser usado apenas para carregar o produto, mas precisa ajudar o negócio da empresa desempenhando as funções inteligentes apontadas a seguir:
1 - O Consumidor não separa a embalagem de seu conteúdo. O design da embalagem é ao mesmo tempo expressão e atributo do conteúdo sendo através dele que os consumidores avaliam e atribuem valor percebido capaz de diferenciar os produtos no momento da compra.
Lembrando que “coisas iguais não tem valor diferente”, sabemos que é a embalagem que torna diferente coisas iguais e por isso, seu design não pode ser “inferior” ao design de seus concorrentes pois se isso ocorrer, o produto estará em inferioridade na competição.
2 - 90% dos produtos encontrados num supermercado não tem apoio de marketing ou verba de comunicação e dependem exclusivamente da embalagem para competir.
A embalagem é uma poderosa ferramenta de marketing a custo praticamente zero pois ela já está embutida no custo final do produto.
Utilizar a embalagem como suporte para ações de marketing como promoções, oferecimento de Brindes, kits com descontos e a comunicação de outros produtos da marca ou da empresa no verso das embalagens são exemplos amplamente encontrados no mercado e que estão ao alcance de todas as empresas realizarem.
3 - A internet e as redes sociais são hoje formadoras de opinião e geradores de venda indispensáveis ao sucesso de qualquer produto e a embalagem se revelou o veículo mais eficiente para conectar o con-
sumidor, construir relacionamentos com seu público.
Com o QR Code, um novo horizonte se abriu para essa integração e no futuro, toda embalagem deverá trazer um Código desse para manter, ampliar relacionamentos e conquistar novos consumidores.
Ações de marketing conectando o consumidor com sites promocionais tem gerado resultados expressivos para as empresas que as realizam.
4 - É difícil, caro e demorado inovar no produto. Inovar na embalagem é a forma mais eficiente de comunicar diferencial e obter vantagem competitiva no ponto de venda, existe metodologia prática manualizada para orientar a criação de embalagens inovadoras que surgirão como algo novo ao lado de seus concorrentes tradicionais chamando a atenção dos consumidores e gerando experimentação do produto.
Utilizar o Design como diferencial sobre os concorrentes, a embalagem como ferramenta de Marketing e elo de Conexão com a WEB e incorporar a inovação como forma para andar na frente são ações permanentes do Programa de Inteligência de Embalagem cujo objetivo é elevar a embalagem a recurso estratégico de competitividade para ajudar o negócio da empresa e fazer com que ela pare de desperdiçar o investimento feito num item tão importante para seu sucesso.
FABIO MESTRINER
Designer professor e Escritor; Autor de Livros didáticos sobre embalagem adotados pelas universidades brasileiras. Foi Presidente da Abre, professor da ESPM e da Mauá
24 de março de 2025 | Grand Hyatt SP | Brasil
PATROCÍNIO DIAMANTE
PATROCINADORES
ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO PARA USO DE POLÍMEROS
RECICLADOS EM EMBALAGENS PARA ALIMENTOS – PARTE 1
1907 é considerado o ano em que a humanidade entrou na Idade dos Polímeros (ou Idade dos Plásticos). Isso significa que, assim como para a Idade dos Metais, agora são os polímeros que são os materiais dominantes, que vêm trazendo inovação tecnológica e melhorando a qualidade de vida da população em geral. De fato, o adjetivo que melhor pode definir os polímeros é “versatilidade”, em concordância ao descrito em 1945 por Yarsley e Couzens no livro “Plastic”, no qual afirmam que as possíveis aplicações dos plásticos são quase que inexauríveis (Mariano, Zornio, et al., 2017; Yarsley, 1941). No entanto, nem tudo são flores, e o uso dos polímeros tem se tornado um dos grandes problemas ambientais da atualidade. Dessa forma, a pesquisa focada em alternativas que diminuam o descarte e acúmulo de materiais poliméricos no meio ambiente tem crescido tanto na área acadêmica quanto na indústria, sendo a reciclagem uma das abordagens em voga.
A Plastics Europe elabora periodicamente um relatório focado no mercado europeu referente à produção, demanda, conversão e gestão da indústria de polímeros. Na sua última edição, “Plastics – The Fast Facts 2024”, é descrito também o panorama mundial da produção de polímeros, considerando o tipo de resina e o processo de produção. De acordo com os dados apresentados, das 413,8 megatoneladas de polímeros colocados no mercado, 90,4% são polímeros virgens obtidos a partir de matéria-prima de fonte fóssil, 8,8% são polímeros reciclados pós-consumo (PCR, sendo 8,8% obtidos a partir de processos de reciclagem mecânica e 0,1% por reciclagem química), e 0,7% são biopolímeros. Considerando apenas os polímeros pós-consumo, os dados mostram que 53% da produção mundial por reciclagem mecânica e química é realizada na Ásia (25,8% para a China e 27,2% para os demais países asiáticos), 19,8% nos países da comunidade europeia, 7,7% na América do Norte, 7,0% no Oriente Médio e África, 5,7% nas Américas do Sul e Central, 5,1% no Japão e 1,7% na Comunidade dos Estados In-
dependentes (CEI, formada por Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão). Isso mostra que a transição para uma economia circular para esses materiais necessita ainda de muito investimento e inovação que culminem em modelos de negócio interessantes com foco na reciclagem polímeros (Plastics Europe, 2024).
O investimento para o uso de polímeros PCR destinados ao contato direto com alimentos é ainda maior devido aos desafios relacionados à segurança desses materiais. Caso o processo de reciclagem não seja bem desenhado, as embalagens PCR podem carregar contaminantes, originados de contato prévio durante seu uso prévio e/ ou descarte. Se colocadas em contato direto com alimentos, esses contaminantes podem, eventualmente, migrar da embalagem para o alimento. Por isso, muitos países regulamentam o uso de polímeros PCR para a produção de embalagens para contato direto com alimentos.
Essas regulamentações, geralmente, consideram o tipo de processamento por reciclagem realizado para obtenção do material final. Dessa forma, é interessante ter uma melhor compreensão sobre as três categorias principais de reciclagem, como segue (Food And Drug Administration, 2023):
1. Reciclagem primária: reciclagem mecânica (física) do material pré-consumo, como a sucata industrial obtida durante a fabricação dos artigos para contato com alimentos. Esse tipo de processamento é, geralmente, aceito pelas agências reguladoras, já que se espera que o material não represente perigo para o consumidor. Para tanto, devem ser seguidas as boas práticas de fabricação e, mais importante, os materiais originais devem estar em conformidade para uso para contato direto com alimentos;
2. Reciclagem secundária: reciclagem mecânica (física) do material pós-consumo. Nesse caso, geralmente o processo de reciclagem desenvolvido por uma empresa deve ser submetido à aprovação de uma
agência reguladora, a fim de demonstrar que os níveis de contaminantes no material PCR são reduzidos a níveis suficientemente baixos, garantindo que a embalagem final tenha pureza adequada para seu uso pretendido. Em diversos casos, para que o polímero PCR apresente uma performance adequada, é necessário que sejam incorporados aditivos à resina, os quais devem estar, necessariamente, em conformidade com a regulamentação para contato com alimentos;
3. Reciclagem terciária: reciclagem química do material pós-consumo. Nesse caso, também é recomendada a aprovação de uma agência reguladora. O processamento por reciclagem química envolve a regeneração do material utilizado, ou seja, a obtenção do monômero original ou de oligômeros, por meio da despolimerização, seguido da repolimerização. Os monômeros e/ou polímero regenerados podem ser utilizados isoladamente ou misturados a materiais virgens (Food And Drug Administration, 2023).
Na próxima edição, serão apresentados alguns aspectos referentes ao uso de polímeros reciclados para contato direto com alimentos, considerando os mercados dos Estados Unidos da América (EUA), da comunidade europeia e do Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARIANO, M. et al. Influence of Natural Fillers Size and Shape into Mechanical and Barrier Properties of Biocomposites. In: THAKUR, V. K.; THAKUR, M. K.; KESSLER, M. R. Handbook of Composites from Renewable Materials. [S.l.]: John Wiley & Sons Inc, v. Volume 3: Physico-Chemical and Mechanical Characterization, 2017. p. 459-488. YARSLEY, V. E. . C. E. G. Plastics. [S.l.]: Penguin Books, 1941. PLASTICS EUROPE. Plastics – The Fast Facts 2024. Site da Plastics Europe, 2024. Disponível em: <https://plasticseurope.org/knowledge-hub/plastics-the-fast-facts-2024/>. Acesso em: 6 nov. 2024. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION.
Use of Recycled Plastics in Food Packaging (Chemistry Considerations): Guidance for Industry. Site da Food and Drug Administration, 2023. Disponível em: <https://www. fda.gov/regulatory-information/search-fda-guidance-documents/guidance-industry-use-recycled-plastics-food-packaging-chemistry-considerations>. Acesso em: 23 nov. 2023.
Artigo original completo foi publicado no Informativo Cetea Vol. 36 nº 3
Foto: Antonio Carriero/Ital
Pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital/Apta/SAA
CLARICE FEDOSSE ZORNIO
EMBALAGENS QUE AGREGAM VALOR E DESTACAM O MELHOR DE PRODUTOS SIMPLES
OCamboja, apesar de sua rica cultura, apresenta uma economia fragilizada, com uma indústria ainda em estágio inicial. A agricultura é a base econômica do país, focada em commodities como arroz, palmeiras, pimentas, entre outros.
As pimentas cambojanas, reconhecidas mundialmente por sua qualidade superior, destacam-se pela atenção dedicada às embalagens. A marca Kirum, por exemplo, utiliza potes de PET envoltos em uma “caixinha” de palha, complementados por uma cinta de papelcartão, conferindo sofisticação ao produto. Já a Rural Support opta por potes de vidro com sistemas de moagem integrados. Por outro lado, marcas como L&M e Two Parrots adotam embalagens mais simples, como flow-packs para pimenta preta moída e frascos de PET para pimenta chili.
O chá de pimenta da Kirum ganha destaque com uma lata de aço decorada, que inclui um rótulo autoadesivo recortado no corpo e na tampa, além de um lacre, agregando sofisticação. Em contrapar-
tida, o chá de capim-limão utiliza uma embalagem mais simples: um stand-up pouch de papel laminado com zíper e selagem.
Outro produto icônico do Camboja, as sementes de lótus secas, são embaladas em potes de PET selados com recrave de alumínio, permitindo abertura de 360 graus, acompanhados por uma sobre-tampa plástica. O mel cambojano, amplamente usado na culinária local, é comercializado em frascos simples, porém atraentes. Um exemplo é o modelo padrão que remete a um favo de mel, com tampa dourada e rótulo em papel kraft. Já a marca Sabará utiliza embalagens flexíveis com quatro soldas.
O país é abundante em frutas, muitas desconhecidas no Ocidente, como a dragon fruit (pitaia). Enquanto são consumidas frescas localmente, para exportação, as frutas geralmente são desidratadas e embaladas com design gráfico que realça sua beleza natural, frequentemente utilizando ícones como o templo de Angkor para reforçar a identidade cultural.
O açúcar de palma, amplamente usado no Sudeste Asiático, é
uma importante opção econômica para o Camboja, especialmente no mercado de exportação. A marca Sovannak opta por embalagens individuais em sticks, acondicionados em cartuchos que promovem a origem e a sustentabilidade do produto.
Outro produto relevante é o coco, utilizado tanto para bebidas quanto para cosméticos, como o óleo de coco para hidratação e massagem.
Esses exemplos demonstram como o Camboja busca agregar valor a seus produtos tradicionais, conciliando design e funcionalidade para competir no mercado global.
Embalagens melhores mundo afora, mundo melhor.
Diretora do Instituto de Embalagens atendimento@institutodeembalagens.com.br
ASSUNTA NAPOLITANA CAMILO
COMO RESOLVER UM PROBLEMA COMPLEXO?
Ao desenvolver pesquisas sobre embalagem na área acadêmica, surgiu a necessidade de ampliar e publicar um novo conceito sobre o que é uma embalagem. Diante dos novos requisitos relacionados a hábitos de consumo e sustentabilidade, a embalagem agregou novas funções e características.
“(...) as embalagens são recipientes ou invólucros, que têm como funções primárias conter, proteger e transportar mercadorias, e podem ser classificadas como complexas e sistêmicas, abrangendo interações previsíveis e/ou inesperadas entre suas partes e processos, devendo, portanto, ser consideradas sob a perspectiva de todo o seu ciclo de vida (SASTRE et al., 2020).
O grande desafio encontrado pelos projetistas de embalagens é conseguir fazer com que a embalagem cumpra todas as suas funções de maneira satisfatória, atendendo a cadeia de stakeholders envolvidos e interligados, contemplando a interação da embalagem com o produto, seu usuário, a indústria convertedora e de envase, com foco em uma solução sustentável que não agrida o meio ambiente.
Por onde começar?
Um bom projeto de design utiliza um método claro e objetivo, transcorrendo por etapas e a utilização de ferramentas auxiliares para dar conta dos objetivos gerais e específicos.
A partir do método, recomenda-se algumas dicas importantes para resolver um problema complexo, descritas em forma de tópicos para facilitar a comunicação:
• O ponto de partida é o entendimento sobre o problema, busque informações claras e precisas sobre o projeto antes de iniciá-lo;
• Forme um time multidisciplinar, uma visão plural contribui para soluções distintas e minimiza imprevisibilidades;
• Observe o ciclo de vida da embalagem e do produto;
• Entenda as necessidades de todos os envolvidos no projeto e faça uma priorização dos requisitos mandatórios;
• Desenhe, mapeie os possíveis caminhos, faça mapas mentais, esquemas, esboços. Ferramentas visuais auxiliam no entendimento do problema;
• Resolva uma etapa de cada vez, olhar apenas para o todo pode trazer ansiedade na equipe e gerar bloqueios mentais;
• Busque ferramentas auxi-
liares, a área acadêmica possui uma variedade de opções para resolver problemas específicos, explore;
• Gere alternativas, faça mockups físicos, teste, corte, dobre, faça trabalhos manuais, experimente;
• Teste as soluções nas fases do ciclo de vida e valide com as áreas envolvidas;
• Antes de produzir em escala, faça um lote piloto e valide com os responsáveis pelo projeto;
Estas recomendações não esgotam as possibilidades, mas trazem insights para o time de projetos desenvolver uma embalagem assertiva, evitando retrabalho e desperdícios. Ter um olhar sistêmico é essencial para o desenvolvimento de embalagens. Muitos autores e especialistas já escreveram sobre a força que uma embalagem pode trazer ao produto, para tanto, é necessário desenvolver projetos eficazes.
RICARDO SASTRE
Publicitário, Mestre em Design, Doutor em Engenharia de Produção e Pós-Doutor em Design Sustentável, Pesquisador, Consultor e Professor. Presidente da APdesign e Diretor da Mudrá Design.
WORKSHOP EVENTO
A mudança começa com o conhecimento.
ESCANEIE
CONFIGURAÇÃO DIFERENCIADA NO MÓDULO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO EM EMBALAGEM
Apartir da análise cuidadosa de sugestões, críticas, comentários e depoimentos de cada um dos profissionais ligados a indústrias fabricantes e usuárias de embalagem e a associações de classe, participantes de workshop realizado no Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia em 3 de outubro de 2024, foram implementadas alterações no Curso de Pós-graduação em Engenharia de Embalagem (https://maua.br/pos-graduacao/especializacao-360h/engenharia-de-embalagem). O evento buscou entender o momento atual das organizações onde se nota falta de profissionais para ocupar cargos técnicos e gerenciais relevantes.
Uma das importantes alterações realizadas foi o redesenho do Módulo Gestão Sistêmica de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Produto e de Embalagem (https://maua.br/pos-graduacao/atualizacao-120h/gestao-sistemica-de-pesquisa-desenvolvimento-e-inovacao-de-produto-e-de-embalagem), com início em março de 2025, que compartilho com o leitor.
Os três pontos chave (ou “mantras” como costumo dizer) do módulo são: a) ter visão sistêmica é essencial para inovar; b) inovar é fazer acontecer; e c) informação gera conhecimento que, por sua vez forma a competência que é essencial para inovar e desenvolver a vantagem competitiva, como pode ser observado na Figura 1. Nela, além da representação gráfica dessa sequência, pode-se observar um pequeno retângulo em amarelo que é um Ambiente BA no qual existem células de geração do conhecimento. Esse conceito foi criado por Takeuchi e Nonaka1 para descrever um lugar “em movimento, no qual o conhecimento é partilhado, criado e utilizado” e se transforma em competência, que é um bem intangível da organização. Cada aula deve ser um Ambiente BA!
A sequência das disciplinas ao longo do semestre é a seguinte:
• Visão Sistêmica da Inovação: apresenta o conceito de sistemas, aplicado às cadeias produtivas e à embalagem e deixa claro que as inovações precisam ter seus benefícios tangíveis e intangíveis expostos de forma clara;
• Conhecimento e Inovação: explora os mecanismos de criação e gestão do conhecimento num sistema produtivo que precisa inovar continuamente e analisa criticamente a "falta de talentos" alardeada mundialmente por empresas e consultorias;
• Inteligência do Produto e da Embalagem, focada em explicitar a importância de compreender e aplicar cotidianamente conceito de inteligência da embalagem e do produto na gestão de sistemas produtivos;
• Design e Inovações Sustentáveis em Produto e em Embalagem, em que os alunos desenvolvem projeto de inovação sustentável de produto e/ou embalagem;
• Design Thinking para Inovação de Produto e de Embalagem; apresenta a ferramenta que pode ser usada em todas as situações da vida profissional e pessoal e explora possibilidades para explorar um projeto inovador que tenha um objetivo bem definido;
• Gestão das Atividades de P&D: Identificação de Oportunidades de Inovação e de Uso da Lei-do-bem: identifica, na atual situação brasileira, um mar de oportunidades para inovar mesmo com as conhecidas dificuldades para formar talentos. Além disso, analisa o perfil de projetos e questiona: são mesmo inovadores?
• Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na Prática - Transferência de Conhecimento e de Escala: apresenta os conceitos TRL2 e RRI3 na seleção e gestão de projetos de inovação e analisa criticamente a responsabilidade dos pesquisadores lotados em indústrias e em Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT's);
• Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) - Conceito de Planejamento de Experimentos: explicita a importância de redigir corretamente o objetivo da pesquisa, numa só
frase, para planejar cada experimento com o mínimo possível de variáveis e cenários. Alerta para erros comuns em desenvolvimentos realizados nos ambientes empresariais quando essas recomendações não são seguidas e nenhum resultado confiável é obtido;
• Priorização de Projetos Inovadores: Indicadores e Resultados: é disciplina com aplicação imediata na vida profissional e pessoal e que também requer conhecimento das variáveis e dos cenários onde os projetos serão desenvolvidos;
• Negociação Colaborativa para Inovação Sistêmica Sustentável: explora as habilidades, competências, atitudes e a ética de um bom negociador de projetos;
• Patente como Ferramenta Estratégica na Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos: enfatiza a importância das patentes e os reflexos da situação atual brasileira que requer ações focadas na adição de valor aos produtos aqui produzidos. Também explora ideias dos alunos que poderiam ser patenteadas;
• Oportunidades da Inovação Aberta - Startups, Hubs de Inovação e Consultorias: traz à tona as oportunidades disponíveis no Brasil para suporte a investimentos em inovação e enfatizar a importância de estar aberto para inovações de modo a buscar contatos nacionais e internacionais para troca de informações e de ideias.
Todos os professores são orientados a explorar casos de sucesso e, especialmente, de insucesso, para auxiliar na formação do espírito crítico dos alunos e fortalecer sua capacidade de enfrentar os desafios profissionais que 2025 inevitavelmente apresentará. Afinal, ser capaz de inovar também significa estar bem preparado para enfrentar reveses."
1 Takeuchi, T. e Nonaka, I. Gestão do Conhecimento. Tradução Ana Thorel. Porto Alegre : Bookman, 2008.
2 A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adotou a norma NBR ISO 16290:2015 Technology Readiness Level (Nível de Maturidade Tecnológica) – Uma escala usada para medir o nível de desenvolvimento de uma tecnologia, variando de TRL 1 (pesquisa básica) até TRL 9 (tecnologia totalmente operacional).
3 Responsible Research and Innovation (Pesquisa e Inovação Responsáveis) – Um conceito que visa garantir que a inovação científica e tecnológica esteja alinhada com valores sociais, éticos e sustentáveis.
ANTONIO CABRAL Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)
antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com
Figura 1: Visão sistêmica da inovação
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