RE V I S TA DA SECRE TA RI A MUNICIPA L DE CULT UR A
S e temb ro 2 018 Ediç ão 121
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FESTIVAL FESTIVAL
70 70
Artistas veteranos mostram que talento não tem idade em apresentações gratuitas
Dança Balé da Cidade de São Paulo estreia nova concepção de A Sagração da Primavera Música Virgínia Rosa, Aíla e Filipe Catto fazem shows em espaços culturais
emcartaz | setembro 2018
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ilustração: Maria Carolina Marchi
A partir de setembro, as casas de cultura e o movimento SP Forró convidam a todos para dançarem ao som do bom e animado ritmo tipicamente nordestino. Neste mês, o projeto Circulação Forró chega às seguintes casas de cultura, sempre aos domingos:
TRIO SABIÁ discotecagem sj alê skt
Casa de Cultura M’Boi Mirim. Dia 16, 19h
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TRIO DA LUA discotecagem baile dos ratos
TRIO KABEÇA FRIA discotecagem dj pé de calçada
Casa de Cultura Freguesia do Ó Salvador Ligabue. Dia 23, 19h30
Casa de Cultura São Miguel Paulista - Antônio Marcos. Dia 30, 16h
editorial
S
etembro chega com a segunda edição de uma novidade que criamos com sucesso no ano passado: o Festival 70+. A programação traz artistas veteranos que continuam na ativa, mostrando que estão cada dia melhor. A inovação desta edição é o Baile dos 70+. Durante dois dias, casais com mais de 70 anos estão convidados a mostrarem seu talento e se continuam sendo “pés de valsa”, e os melhores serão coroados reis e rainhas do baile. Fico muito feliz também em anunciar o Arte na Praça. Nos últimos anos, tornou-se muito difícil a realização de eventos culturais na Praça Roosevelt em função de conflitos entre os moradores e os artistas. Depois de inúmeras reuniões e diálogos, conseguimos chegar num entendimento e, a partir do dia 1º de setembro, teremos lá apresentações de dança, teatro e atividades infantis em todos os fins de semana. O Balé da Cidade de São Paulo completa cinco décadas. Também em 2018, comemoram-se os 105 anos da estreia de um dos balés mais emblemáticos de todos os tempos, A Sagração da Primavera, com música de Stravinsky. Propus ao diretor da companhia, Ismael Ivo, que aceitasse o desafio de fazer uma releitura do espetáculo, com a música executada ao vivo pela Orquestra Sinfônica Municipal. Essas são algumas das atrações deste mês. Para saber de toda a programação, acesse cultura. prefeitura.sp.gov.br Boa leitura! André Sturm Secretário Municipal de Cultura
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Às segundas-feiras, acompanhe o programa TV EmCartaz no Facebook e Youtube. emcartaz | setembro 2018
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Gal Oppido
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Julia Rodrigues
índice
16 EM FOCO
SUA AGENDA: MARATONA CIRCUITO CAPA: FESTIVAL 70+ ESPECIAL: ARTE NA PRAÇA MÚSICA: VIRGÍNIA ROSA MÚSICA: AÍLA E FILIPE CATTO CASAS DE CULTURA: PROGRAMAÇÃO
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STIG
Ronaldo Gutierrez
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TEATRO: MATTEO PERDEU O EMPREGO / A MILIONÁRIA DANÇA: BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO LITERATURA: VESTIBULAR LITERATURA: 4ª FLICT NO MAPA DA CULTURA VEM AÍ NOSSOS ENDEREÇOS emcartaz | setembro 2018
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em foco
Duas novidades chegaram à Biblioteca Mário de Andrade em agosto último. No dia 11, foram inaugurados 16 equipamentos de ar-condicionado, doados, integralmente, pelas empresas EDP (Energias do Brasil S/A) e CISA Trading S/A. Também naquele dia, foi aberta, no salão oval, a ala infantil da Biblioteca. O local dispõe de 1.580 exemplares que podem ser emprestados ou consultados lá mesmo. O espaço foi ambientado segundo o padrão do programa Biblioteca Viva que já existe em outras unidades da Secretaria Municipal de Cultura.
CAMERATA OER na Praça das Artes Arthur Costa
BMA traz novidades
Veja a programação de setembro: Dia 1º, 15h Contos de Mistério, narração de histórias com a Cia. Pé do Ouvido Dias 7 e 8, 15h Palhaços em Ação, com o coletivo Cirkospício Dia 15, 15h Oficina de sticker (adesivo), com Mush
Aryanne Valgas
Dia 22, 15h Zingarella - Contos Ciganos, narração de histórias com Cris Miguel Dia 29, 15h Oficina de carimbos, com Ana Laura Estaregui
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A Camerata da Orquestra Experimental de Repertório apresenta trechos de Così Fan Tutte, de Mozart, dia 15, às 17h, na Praça das Artes. A ópera cômica enfoca a infidelidade feminina e acompanha dois jovens oficiais que, para ganharem a aposta de que suas noivas são fiéis, disfarçam-se e tentam conquistar um a noiva do outro. A apresentação tem direção musical de Gabriel Rhein-Schirato, cênica de Keila Bueno e coordenação geral do maestro Jamil Maluf. Participam o Coro Adulto da Escola Municipal de Música e cantores do Opera Studio, da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. O solistas são Mariana Álamos, Laiana Oliveira, Karen Stephanie, Felipe Bertol, Athos Teixeira e Vitor Mascarenhas. Grátis
Com direção de Nelson Baskerville, a Cia. Teatro Enlatado encena até novembro, em nove espaços culturais, o monólogo Deus Deve Estar Distraído. No palco, a atriz Maíra De Grandi utiliza textos de Caio Fernando Abreu para tratar de solidão, sexualidade, falta de fé no ser humano e incomunicabilidade. O clima denso e intimista se dá pela ambientação sonora e trilha musical executada, ao vivo, com Artistas do TIC Cultural baixo acústico. Integrando o apresentam, na Biblioteca Circuito Municipal de Cultura, Infantojuvenil Monteiro Lobato, atrações para todas as idades. Fazem o espetáculo chega, em setembro, ao Centro Cultural da parte dessa divertida programação Juventude, dia 2, às 18h; e ao oficinas artísticas e números Centro Cultural da Penha, dia circenses, entre eles de mágica close-up (aquela em que o ilusionista 29, às 20h. +16 anos. Grátis chega bem perto do público) e de palhaçaria dos Pernaltas Bolhadores e Bolhadores Palhaços. As apresentações ocorrem até dia 30 de setembro, às 3ªs, 5ªs, sábados e domingos, às 10h. Grátis
Daniel Swiek
Giba Freitas
DEUS DEVE ESTAR OCUPAÇÃO MONTEIRO LOBATO DISTRAÍDO leva circo à Biblioteca no Circuito
OFISA no Teatro Paulo Eiró A Ofisa (Orquestra Filarmônica de Santo Amaro) surgiu em 2004 a partir do convite que a maestrina Silvia Luisada fez aos seus alunos de música na Casa de Cultura Santo Amaro - Manoel Cardoso de Mendonça. Desde fevereiro de 2017, a orquestra, com aproximadamente 40 instrumentistas, tem como residência artística o Teatro Paulo Eiró e programa um concerto diferente no último domingo de cada mês, sempre às 11h. Em setembro, a apresentação acontece no dia 30. R$ 30 emcartaz | setembro 2018
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sua agenda Maratona Circuito
Passe o dia todo assistindo às atrações gratuitas da Maratona Circuito. Veja a programação de cinco casas de cultura.
M
8 Sábado
Roger Spack
aratona Circuito é o novo projeto da Secretaria Municipal de Cultura que leva, às casas de cultura, atrações de diversas linguagens artísticas que são apresentadas em sequência, dando ao público a oportunidade de permanecer mais tempo no local, assistindo a espetáculos para todos os gostos e idades. Veja a programação de cinco casas de cultura. Para saber sobre todas as atividades, consulte o site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br
20h30
A Casa de Cultura Freguesia do Ó Salvador Ligabue, localizada na zona norte, recebe a apresentação musical de Yassir Chediak. O instrumentista é um dos maiores virtuoses em viola de 10 cordas do Brasil e mostra, no seu show, as nuances sonoras do país. Antes, às 17h30, também faz parte desta Maratona Circuito Deisespera, atração circense do Núcleo Ares; às 18h, a contação Histórias que um Dia Eu Ouvi; às 18h30; Bora Brincar?, espetáculo de dança do coletivo A Trupé - Cia. de Artes; e, às 19h30, a peça para público adulto, com texto de Plínio Marcos, Quando as Máquinas Param.
Baccan Produções
16 Domingo 18h
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A Casa de Cultura Campo Limpo, na zona sul, recebe o espetáculo teatral Quando as Máquinas Param. Assinado por Plínio Marcos, o texto acompanha um casal, Nina (Carol Cashie) e Zé (Cesar Baccan), que fica desesperado quando a crise financeira bate à sua porta, já que ele perde o emprego, e ela é obrigada a fazer bicos e pedir dinheiro para a mãe. Uma gravidez inesperada piora ainda mais a situação. Completam a programação da Maratona Circuito a apresentação circense Deisespera, às 14h; e o show infantil Viagem de Brincar, às 16h. setembro 2018 | emcartaz
16 Domingo
19h
A Casa de Cultura São Miguel Paulista - Antônio Marcos, na zona leste, é palco para Isto é Bossa Nova, show de Jane Moraes em comemoração aos 60 anos de criação desse importante movimento musical. Ex-integrante da famosa dupla dos anos 80, Jane e Herondy, a cantora interpreta músicas e relembra histórias sobre a Bossa Nova. Também fazem parte desta Maratona Circuito a apresentação de O Fantástico Circo de Bonecos Brincantes, às 15h; a contação Histórias que um Dia Eu Ouvi, às 16h; o espetáculo A Ilha do Tesouro, às 16h30; e o Cabaré Circo 70+, às 17h30.
23 Domingo 14h A Casa de Cultura Hip-Hop Sul recebe o espetáculo O Sorriso da Rainha. Em cena, Cacau Merz interpreta a Rainha Elizabeth I e traça um paralelo entre a vida da monarca, as comédias de Shakespeare e as notícias caluniosas conhecidas, atualmente, como fake news. Também fazem parte desta programação da Maratona Circuito as apresentações da peça A Ilha do Tesouro, às 11h; do show de reggae do grupo Ambulantes, às 17h; e dos sambistas e compositores veteranos da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco, às 19h.
30 Domingo
19h
A Casa de Cultura Itaim Paulista será “sacudida” pelo som heavy metal da Vodu, uma das bandas pioneiras do rock brasileiro, que voltou aos palcos em 2015. O grupo leva para a zona leste sua turnê Heavy Metal Sampa 30 anos - Vodu & Bandas Convidadas. Antecedem esta apresentação a atração de circo Ciclistas Bonequeiros, às 11h; a contação Histórias que um Dia Eu Ouvi, às 14h; e os espetáculos A Ilha do Tesouro (teatro infantil), às 15h; e Bora Brincar? (dança), às 18h.
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Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | setembro 2018
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A VOZ VOZ DA DA A A I A I C C N N Ê Ê I I R R E E P P X X EE
+ 0 7 Festival 70+ chega à segunda edição e leva aos palcos trabalhos de artistas veteranos
Aryanne Valgas
A
palavra “experiência” pode ser usada para definir um nível de conhecimento ou aprendizado adquirido por meio da vivência. A verdade é que experiência é como talento: nunca é demais! Com o objetivo de unir as duas coisas e valorizar artistas veteranos que continuam na ativa, a Secretaria Municipal de Cultura realiza a segunda edição do Festival 70+. A programação reúne, entre os dias 27 e 30 de setembro, diversas atrações gratuitas em dois locais: Centro Cultural Olido e Teatro João Caetano. Veja algumas delas:
BAILE DOS Abre o Festival uma novidade, o Baile dos 70+. O encontro desafia duplas com mais de 70 anos a mostrarem como são boas em dança de salão. Serão dois dias de atividade e, no final, três casais serão coroados reis e rainhas.
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O baile acontece na quinta-feira, 27, das 18h às 20h30, e domingo, 30, das 14h às 17h, na Sala Olido (Centro Cultural Olido). Para poder participar, deve-se fazer inscrição prévia por meio do email obaile70mais@mesa2.com.br
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capa
er esth ÓES
Reconhecida por interpretar papéis femininos de destaque em novelas, filmes e peças de teatro, a atriz Esther Góes surpreende ao integrar um elenco essencialmente masculino em A Estrada de Wolokolamsk. No palco, ela interpreta três comandantes homens: um soviético, um alemão debochado e outro alemão confuso. Escrita pelo dramaturgo alemão Heiner Müller, a peça acompanha o desaparecimento da República Democrática Alemã (RDA) a partir de acontecimentos reais e imaginários, permeados por um tom melancólico. “O olhar do Müller é o mais interessante. Não é cínico, não é envolvido. Procura simplesmente compreender e mostrar. Só não é isento de compaixão. Demonstra que nenhum de nós escapa de estar dentro de um sistema”, explica a atriz. O espetáculo é apresentado nos dias 27 e 28, às 21h, no Teatro João Caetano. Também nessa sala, volta à cena a comédia Amigas, Pero no Mucho. Sucesso de público e crítica, o espetáculo completou dez anos em 2017 e, sempre que é reencenado, atrai um público enorme para se divertir com as quatro amigas, interpretadas por homens, que se amam e odeiam, não necessariamente nessa ordem. As apresentações acontecem no dia 29, às 21h, e 30, às 19h. emcartaz | setembro 2018
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A t O r T u U b B TRI h a r a h bac
Murilo Alvesso
Gravada por grandes cantoras, como Aretha Franklin, Dionne Warwick e Diana King, I Say a Little Prayer tem como refrão icônico a frase Forever and Ever. A música fala de pessoas apaixonadas e está no repertório de Amor! É do que o Mundo Mais Precisa: Tributo a Burt Bacharach, show da cantora Jane Duboc, com acompanhamento do pianista Ogair Júnior. “O compositor está há mais de cinco décadas no inconsciente coletivo da humanidade. Ele embeleza a vida, valoriza o lado encantador do ser humano e consegue imprimir isso nas suas músicas”, afirma Jane. Autor de outros clássicos como Raindrops Keep Fallin’On My Head, I´ll Never Fall in Love Again e Close to You, Bacharach traz grandes expectativas para a cantora. “O público vai cantar junto, fazer coro, lembrar e chorar um pouco”, afirma. “Porque a vida de muita gente foi embalada pelas canções de Burt”. A apresentação ocorre no dia 27, às 21h, na Sala Olido.
J A N EB O C DU 10
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M A R II A A A LC N
a t i z Ine CANTA,
Misturando diferentes intérpretes, estilos e gerações, o show Canta, Inezita reúne As Galvão, Maria Alcina, Consuelo de Paula e Cláudio Lacerda, no dia 29, às 17h, na Sala Olido. Nessa homenagem à cantora e compositora Inezita Barroso, referência na música caipira, os artistas fazem novas leituras de sucessos dela, como Lampião de Gás, Moda da Pinga, Tristeza do Jeca e Ronda, música de Paulo Vanzolini que teve Inezita como sua primeira intérprete. A direção musical é de Paulo Serau, violonista e arranjador que acompanhou a cantora durante seus últimos anos de carreira.
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o c n a r f MOACYR
Com mais de 50 anos de carreira, o cantor, ator e humorista Moacyr Franco se apresenta no dia 28, às 20h, na Sala Olido. Trazendo mais de 20 canções no repertório, o show lembra sucessos seus, como Doce Amargura e Seu Amor Ainda é Tudo”, esse último gravado também por diversos artistas, entre eles João Mineiro & Marciano e Bruno & Marrone. Durante a apresentação, Moacyr promete também brincar e se divertir junto com o público, contando piadas, histórias e lembranças.
CIA. CLARIN (DANÇA)
e ELIANA PITTMAN
A E L I ATNM A N PIT 12
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A cantora Eliana Pittman é a convidada da Cia. Clarin para interpretar, ao vivo, as músicas do espetáculo de dança Cebolas - Cascas de um Todo. Embalada por canções como O Morro Não Tem Vez e Drão, a coreografia faz uma reflexão sobre as diversas camadas do amor, daí as cebolas do título. A apresentação acontece no dia 29, às 20h, na Sala Olido.
capa
a s u e d COMO UMA
O Amor e o Poder é o nome da música que marca gerações desde os anos 80. Gravada pela cantora Rosanah, foi canção-tema da personagem Jocasta, interpretada pela atriz Vera Fischer na novela Mandala (TV Globo). A música permaneceu 31 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso do Brasil. “Em qualquer canto do país, todos se emocionam e cantam em uma só voz”, afirma Rosanah. Com um repertório lembrando as décadas de 80 e 90, a intérprete promete cantar também sucessos como Custe o que Custar e Nem um Toque, além de homenagear grandes artistas, entre eles Djavan, Elis Regina e Tina Turner. “O ecletismo sempre foi uma característica pulsante do meu trabalho. Essas homenagens formam um momento muito divertido do show, acima de tudo porque remetem à minha infância e adolescência”, conta a cantora. A apresentação acontece no dia 30, às 18h, na Sala Olido.
H A N A S O R
especial Giovanna Longo
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ercada por edifícios residenciais, bares e teatros de rua, a Praça Roosevelt é um espaço único na cidade. “É a nossa verdadeira Sé”, pontua Ivam Cabral, um dos fundadores da companhia teatral Os Satyros que, juntamente com o grupo Os Parlapatões, é uma das responsáveis pela faceta cultural que a região assumiu há alguns anos. A partir do dia 1º de setembro, ao longo de oito fins de semanas, acontece o Arte na Praça, projeto que marca o início de uma nova proposta cultural para a Praça Roosevelt, resultado de uma parceria entre artistas da região, moradores do entorno e mediação da Secretaria Municipal de Cultura. Haverá atrações gratuitas aos sábados e domingos. Para evitar barulho, os artistas não utilizarão amplificadores. “Essa ação legitima a apropriação da Praça pelos artistas do próprio entorno”, destaca o Secretário Municipal de Cultura, André Sturm.
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Marta Lilia Porta, moradora da Roosevelt há 18 anos, teve um papel de mediação entre os moradores. “Neste processo de diálogo, minha função foi a de mostrar que é melhor quando a Praça funciona com atividades culturais.” Inicialmente, a parceria será com o grupo Os Satyros, mas outros podem entrar à medida em que o projeto seja abraçado pelos moradores e frequentadores da Praça Roosevelt. Aos sábados, às 16h, acontecem apresentações de dança circular, comandadas por Hannah Perez. Às 18h, ocorre um encontro de palhaçaria para crianças, comandado pelos atores Eduardo Chagas e Sabrina Denonile. Encerrando o dia, às 21h, acontece a apresentação de Vida Baldia. Nela, atores do espetáculo O Incrível Mundo dos Baldios, dos Satyros, se revezam em uma performance que exalta a vida e a existência. Aos domingos, também haverá apresentações.
Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br
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música
SEDUÇÃO DA MÚSICA NEGRA Show da cantora Virgínia Rosa homenageia grandes compositores negros
“B
Juliana Pithon rilhante cantora, intérprete prodigiosa, intensa e vibrante”. O instrumentista brasileiro Swami Jr. não economiza adjetivos ao definir a cantora Virgínia Rosa. Nascida em São Paulo, a artista cresceu ouvindo os clássicos do samba e da música popular brasileira dos anos 70. Além de cantarolar Clara Nunes com sua mãe, acompanhava o repertório seresteiro de seu pai, que tinha sempre uma viola à mão. Esse vasto conhecimento musical construído em casa, deu origem à capacidade das múltiplas interpretações de Virgínia. E isso se expressa em sua carreira. Para homenagear os compositores negros e influentes em seu trabalho, a cantora preparou o show Nêga Música. O repertório passa por sucessos de Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Chico César, Jorge Ben Jor, Tim Maia, entre outros. Acompanhada pelo pianista Ogair Junior, ela se apresenta entre
Gal Oppido
os dias 2 e 22 de setembro, nos Teatros Décio de Almeida Prado e Zanoni Ferrite e na Casa de Cultura Vila Guilherme - Casarão. O nome Nêga Música foi inspirado na canção homônima de Itamar Assumpção, que faz parte do disco Beleléu, Léu, Eu. “Nós fizemos uma seleção de composições adaptáveis ao piano e que, além de contarem um pouco da história da música negra, mostram o poder de sedução que elas nos causam”, conta Virgínia. Eclética, a trajetória artística da cantora conta com participação na banda Isca de Polícia, a convite de seu vocalista e compositor Itamar Assumpção. Juntos, despontaram na cena musical brasileira nos anos 1980 por meio do movimento underground conhecido como Vanguarda Paulista. Mais recentemente, em 2017, interpretou Dona Zica no musical Cartola - A Vida é um Moinho, que percorreu com sucesso diversas cidades brasileiras.
Apresentações Teatro Décio de Almeida Prado - Espaço Cultural Itaim. Dia 2, 18h Teatro Zanoni Ferrite. Dia 8, 20h Casa de Cultura Vila Guilherme - Casarão. Dia 22, 20h | Grátis
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Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | setembro 2018 15
DE NORTE A SUL
Lorena Dini
Vindos de extremos do Brasil, Aíla e Filipe Catto fazem shows no CCJ
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m setembro, dois nomes que representam a cena da nova música popular brasileira se apresentam no Centro Cultural da Juventude – Ruth Cardoso. São duas vozes fortes e autênticas, vindas de extremos do Brasil: Filipe Catto, do Rio Grande do Sul, e Aíla, do Pará.
FILIPE CATTO Filipe Catto nasceu no interior do Rio Grande do Sul, mas foi em Porto Alegre, quando ainda era adolescente, que começou a cantar em bares. Já no início da carreira profissional, aos 22 anos, sua música Saga fez parte da trilha sonora da novela Cordel Encantado, na TV Globo. Até hoje, a trajetória artística do cantor soma três álbuns lançados, 16
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Juliana Pithon
turnês internacionais e diversos prêmios. Em 2017, como marco dos dez anos de carreira e 30 de idade, lançou o álbum CATTO, que mostra uma proposta de estética musical diferente. “O disco nasceu do meu novo percurso de experimentação do mundo, quando muitas mudanças estavam aparecendo na minha vida. Ele é dedicado à criança que fui e ao velho que serei. Durante o processo de criação, eu descobri que o que eu estava buscando estava dentro de mim”, explica o cantor. No dia 16, ele leva ao CCJ sua turnê O Nascimento de Vênus. Dançante, com sons eletrônicos e sintetizados, além de passar pelas canções do álbum recémlançado, o repertório também inclui sucessos anteriores, como Adoração e Do Fundo do Coração.
música Julia Rodrigues
AÍLA Aíla nasceu em Belém do Pará e cresceu ouvindo música brasileira. Assim como Filipe, a cantora começou a carreira em bares e, aos 20 anos, lançou o primeiro disco, Trelêlê, que mistura ritmos populares nortistas, como carimbó e brega, a uma sonoridade mais moderna. Ao se mudar para São Paulo, arriscou novas criações e conexões quando lançou seu segundo álbum, Em Cada Verso um Contra-Ataque. “O disco reflete minha origem, meus anseios, minhas inquietações, minha vontade de mostrar um Pará mais político, mais ‘artivista’, que cutuca, faz dançar, é pop e é reflexivo também”, conta a cantora. No meio das novas experimentações, o Pará sempre está presente. Um dos sucessos do disco é a lambada eletrônica Lesbigay, feita em parceria com Dona Onete, que fala sobre amor e amor próprio. No dia 27, Aíla se
apresenta no CCJ e canta tanto essa música como todas as outras do álbum recém-lançado.
UM SOBRE O OUTRO Catto e Aíla se conheceram em 2016, em Belém do Pará, no Se Rasgum, um dos maiores festivais de música do Brasil. Para ele, a cantora é uma artista requintada e intérprete maravilhosa. “Aíla é uma mulher de muita garra. Ela usa o dom, a voz, a arte e a sofisticação em nome de uma coisa muito nobre, que é o bem comum e o amor.” Já para ela, Catto é um grande intérprete. “Tem uma energia avassaladora no palco e fora deste. Gosto de artistas inquietos como ele, que estão sempre em busca de reinvenções, é atento, cuidadoso, exuberante. A gente representa uma geração que não se cala, que causa incômodo por não ser óbvia. Fico muito feliz e honrada de sermos contemporâneos. Um ser de luz, mutante e transformador.”
APRESENTAÇÕES
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Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso. Filipe Catto. Arena. Dia 16, 18h. Aíla. Anfiteatro. Dia 27, 20h30. Grátis Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | setembro 2018 17
RECEBEM ATRAÇÕES ARTÍSTICAS
CASAS DE CULTURA
Juliana Cerchiari
Projetos De Palco em Palco e Giro da Cultura promovem a circulação de artistas pelas casas de cultura Victor Kiyoshi Matsumura 18
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ocalizadas nos mais diversos pontos da cidade, as 17 casas de cultura já se tornaram ponto de encontro dos moradores das regiões onde se localizam. Além de muitas oficinas culturais, fazem parte da programação gratuita atrações artísticas locais ou vindas de bairros distantes. Para atrair um número ainda maior de público, a Secretaria Municipal de Cultura lançou, recentemente, dois projetos que promovem a circulação de artistas: De Palco em Palco e Giro da Cultura.
DE PALCO EM PALCO
Proporcionar um amplo intercâmbio cultural e artístico pelas casas de cultura é o que propõe De Palco em Palco. Em determinado dia, o artista conhecido em uma região da cidade convida um de outro local. Depois, é a vez do convidado
Os Lavadores de Histórias
se tornar o anfitrião em sua região de atuação. Dessa forma, artistas de diversas linguagens têm a oportunidade de se tornarem conhecidos em mais de um ponto da cidade. Partindo dessa ideia de circulação artística, shows de reggae chegam a dois espaços culturais. Nas Casas de Cultura Freguesia do Ó - Salvador Ligabue, na zona norte, e Ipiranga - Chico Science, na sul, o cantor Deko e sua banda apresentam o EP Vou Rezar, e o grupo Alma Livre traz seu projeto Regando Vidas. Já as Casas de Cultura São Rafael, na zona leste, e Butantã, na oeste, são agitadas pelo show contagiante Cantinho do Samba Rock, que une as batidas do DJ Aluísio Martins e a dança de Débora Regina. Também dividem esses palcos o Boteco do Tim com Tia Cida, matriarca
GIRANDO CULTURA
Artistas de diversos bairros vizinhos às casas de cultura podem agora se apresentar nelas. Essa é a ideia do Giro da Cultura. Entre as atrações deste mês, está o espetáculo teatral Os Lavadores de Histórias. Com inspiração na estética do poeta Manoel de Barros, a peça reúne fatos vividos por pessoas do bairro de São Mateus, na zona leste, e resgata memórias da infância dos integrantes do grupo. A apresentação chega às Casas de Cultura Itaquera - Raul Seixas e Hip-Hop Leste. Na zona norte, o rock APRESENTAÇÕES Banda Imigrantes Italianos do Século XXI Casa de Cultura Vila Guilherme - Casarão. Dia 1º, 16h Casa de Cultura Freguesia do Ó Salvador Ligabue. Dia 29, 20h30 Cantinho do Samba Rock, Boteco do Tim e Tia Cida Casa de Cultura São Rafael. Dia 2, 14h Casa de Cultura Butantã. Dia 16, 14h Deko e Alma Livre Casa de Cultura
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paulistano faz parte da programação. Com 13 anos de estrada, a banda de garagem Imigrantes Italianos do Século XXI leva seu som às Casas de Cultura Vila Guilherme - Casarão e Freguesia do Ó - Salvador Ligabue. O repertório traz canções do disco de 2015.
casas de cultura
da roda musical Berço de Samba de São Mateus, que resgata as tradições do samba raiz.
CONTANDO HISTÓRIAS
Por valorizar a arte de contar histórias, a Casa de Cultura Itaim Paulista já se tornou referência nessa forma de expressão oral. Neste mês, a contadora Tassy Anjos, da Cia. Mar, narra para as crianças Senta Que Lá Vem História, seleção de contos que falam de fadas, dragões e duendes. A contação chega também à Casa de Cultura Vila Guilherme.
Freguesia do Ó Salvador Ligabue. Dia 8, 20h Casa de Cultura Ipiranga - Chico Science. Dia 30, 18h Os Lavadores de Histórias Casa de Cultura Itaquera - Raul Seixas. Dia 13, 10h Casa de Cultura HipHop Leste. Dia 14, 9h Tassy Anjos, da Cia. Mar Casa de Cultura Vila Guilherme - Casarão. Dia 13, 15h Casa de Cultura Itaim Paulista. Dia 14, 15h
ANIVERSÁRIO CASA DE CULTURA HIPHOP SUL Para comemorar dois anos dedicados ao hiphop, a Casa de Cultura Hip-Hop Sul fez uma programação especial durante todo o sábado, 15 de setembro. Confira algumas das atrações: Liga do Vinil, DJ Gordo, DJ Fox 10h às 21h Arena do Flow e Batalha de MCs da São Pedro 16h Lino Krizz 19h Posse Mente Zulú 20h
Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | setembro 2018 19
GRANDES AUTORES EM CENA
Textos do inglês Bernard Shaw e do português Gonçalo Tavares são encenados nos Teatros João Caetano e Cacilda Becker
Gabriel Fabri
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ma mulher rica e apaixonada que planeja seu suicídio e uma barata. Esses são alguns dos personagens intrigantes que fazem parte de duas peças em cartaz nos teatros municipais. A primeira é protagonista de A Milionária, peça dirigida por Thiago Ledier com texto do dramaturgo inglês Bernard Shaw, vencedor do Nobel da Literatura. O espetáculo está em cartaz no Teatro João Caetano. A outra compõe o mosaico de 26 personagens da peça Matteo Perdeu o Emprego, dirigida por André Abujamra e baseada no livro de mesmo nome do escritor português Gonçalo Tavares. A encenação pode ser vista no Teatro Cacilda Becker.
MATTEO PERDEU O EMPREGO “Um soco no peito”. É como Abujamra define Matteo Perdeu o Emprego, da Cia. dos Tios. “Tem alguma comédia embutida dentro dessa tragédia, sim, mas para mim chega a ser triste”, explica o diretor. “O homem é uma experiência que não deu certo”, reflete. Nessa adaptação, três atores têm que dar conta de um total de 26 personagens, que vão se encadeando na narrativa – o que não significa que eles estão conectados, ao contrário. “Quanto mais conexão a gente tem e mais velocidade de internet, menos conexão temos com a vida real”, conclui o diretor. No palco, Armando Liguori Jr., Paulo de Moraes e Ricardo Sequeira interpretam as manias e neuroses de seus personagens, que vão do desempregado do título ao homem que visita um bordel com uma bateria de 40 quilos conectada ao coração. Mas se o texto original já era “maluco”, nas palavras de Abujamra, a montagem 20
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teatro acabou mergulhando nesse espírito e, ao narrar a história de um colecionador de baratas, por exemplo, a opção foi contá-la a partir do ponto de vista do inseto. “O autor já foi considerado por revistas especializadas o Kafka português, então a ideia era pertinente”, explica Liguori Jr., que interpreta a barata. Na peça, optou-se por retratar o inseto como o único sobrevivente após o colecionador, em um ataque de fúria, matar todos os outros. “Ela é racional, retórica e, ao contrário dos outros personagens da peça, focada e sem nenhuma neurose em particular”, conta o ator. “Ela é puro raciocínio e uma narradora de mão cheia. Talvez tenha sido esse o grande desafio”, finaliza.
Estrelada por Chris Couto, a peça A Milionária mostra que pessoas endinheiradas também têm seus problemas. “Tudo isso travestido de uma comédia romântica, da busca de uma mulher rica por aquilo que não se pode comprar: o afeto”, explica o diretor Thiago Ledier. Escrito após a crise de 1929, o texto de Shaw encontra ecos na atualidade. “A percepção aguda de como nosso sistema estava fadado a cair nas mãos dos chamados ‘1%’, a camada mais rica da população, e da irresistível atração que acompanha o dinheiro, foram elementos sedutores demais para que me apaixonasse pelo texto”, afirma Ledier. O diretor destacou ainda os diálogos afiados como um ponto alto da obra. “O enorme humor que emana de cada fala me deixou com a sensação de estar no meio de um furacão”, conclui.
Ronaldo Gutierrez
A MILIONÁRIA
APRESENTAÇÕES
Matteo Perdeu o Emprego. Teatro Cacilda Becker. +14 anos. 70 min. Até dia 30/9. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 30 A Milionária. Teatro João Caetano. +14 anos. 95 min. Até dia 23/9. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis
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Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | setembro 2018 21
O Ã Ç A R G A S A A R E V A M I R P DA Gabrie
l Fabri
BALÉ DA CIDADE FESTEJA SEUS 50 ANOS COM NOVA CONCEPÇÃO DA OBRA ICÔNICA DE 1913
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STIG
dança
U
ma das obras mais impactantes do século passado, o balé A Sagração da Primavera ganha uma nova concepção cênica, criada por Ismael Ivo, diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo, para comemorar os 50 anos da companhia. A estreia ocorre dia 15 de setembro, no Theatro Municipal. A coreografia original foi concebida há 105 anos pela lenda do balé russo, Vaslav Nijinsky, e rompeu regras. É o que conta Ivo. “As pessoas vinham de um balé mais comportado, conservador, e Ninjisky começou a quebrar formas e ritmos, como na música composta por Igor Stravinsky”, explica. “Os bailarinos clássicos daquela época começaram a enfrentar um vocabulário corporal a que não estavam acostumados.” Tanto a música quanto a coreografia original têm inspiração em rituais para a obtenção de uma boa colheita. No palco, vários deles se sucedem para celebrar a chegada da primavera, finalizando com a escolha de uma mulher para dançar até a morte em um ato de sacrifício. O maestro Roberto Minczuk, que estará à frente da Orquestra Sinfônica Municipal, afirma ser uma das obras mais importantes da história. “Foi uma inovação jamais vista e consagrou Stravinsky como o compositor mais ousado de seu tempo.” “A Sagração rompeu com todas as tradições até então, e o resultado foi uma música completamente original e inusitada”, explica Minczuk. Um exemplo: com mais de 100 músicos na orquestra, Stravinsky utilizou os mais diversos instrumentos, mas subvertendo em alguns momentos o seu uso, tocando instrumentos de corda, metal ou madeira como se fossem de percussão, ou seja, cujo som vem do impacto, lembrando tambores. “Assim, ele criou figuras rítmicas que tornaram a peça intensa, como nada que se ouviu antes”, conta o maestro. “A escrita é menos baseada na harmonia tradicional e mais em reproduzir sons primitivos, o que tem a ver com a ideia do rito do sacrifício”. Para Minczuk, a música de A Sagração possui certa agressividade por conta de seus ritmos quebrados e não tradicionais. “Ela tem uma força que soa ao mesmo tempo algo muito moderno e muito primitivo”, comenta. emcartaz | setembro 2018 23
dança
CHUVA DE PÉTALAS Para esta montagem, Ivo trouxe um questionamento a respeito do aquecimento global. A partir da indagação sobre a possibilidade de não haver uma próxima primavera, diante das mudanças climáticas e da interferência humana no meio ambiente, o palco do Municipal se transforma em um campo de batalha pela vida. Com o intuito de gerar esse alerta para um futuro apocalíptico, é executada no prólogo uma gravação de Andreas Bick chamada Fire and Frost Pattern (Padrões de Fogo e Gelo). Nela, o músico alemão registrou sons da natureza, como atividades vulcânicas e degelos. “Esse prólogo serve como um prenúncio da catástrofe”, afirma Ivo. “Nesse momento, a comunidade se reúne para realizar o ritual da primavera. Mas agora, neste espetáculo, o ritual é de sobrevivência”, completa. Nessa gravação, escuta-se também o barulho de insetos, que seriam os únicos seres a sobreviver a essa catástrofe. Uma das principais referências do coreógrafo para sua criação foi a pintura As Rosas de Heliogábalo, do holandês Lawrence Alma-Tadema. A obra retrata uma lenda na qual o imperador romano Heliogábalo teria tentado sufocar os convidados de uma festa, despejando pétalas de rosa sobre eles. A ideia é reproduzida no palco do Municipal. O que começa com uma leve chuva de pétalas, logo se torna uma tempestade. “Os bailarinos têm que, literalmente, lutar para fazer a coreografia”, afirma Ivo. “Eu disse para eles: quem falsificar, eu vou cortar a cabeça! (risos)”. Ao todo, 400 mil pétalas de rosa feitas em tecido são despejadas a cada apresentação. “O que era lindo, acaba sendo uma tortura, e o que era belo e suave, começa a sufocar, então eu vou da beleza a essa ação física da resistência”, explica. No palco, a tempestade de pétalas representa um sinal do desequilíbrio do planeta. “Nesse contexto, celebrar a primavera é sobreviver”, conclui.
A P R E S E N TAÇÕ E S
Theatro Municipal de São Paulo. +14 anos. 60 min. Dias 15, 18, 19, 21 e 22, 20h. Dia 16, 18h. R$ 12 a R$ 80
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literatura
NA MIRA DO VESTIBULAR Centro Cultural São Paulo e Biblioteca Mário de Andrade realizam encontros sobre os livros exigidos no vestibular
Luísa Bittencourt
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ara auxiliar a preparação dos estudantes que irão prestar vestibular no fim do ano, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) e a Biblioteca Mário de Andrade (BMA) promovem encontros para analisar os livros de leitura obrigatória exigidos nas provas seletivas. Em sua 5ª edição, o projeto Livros do Vestibular, do CCSP, acontece até outubro. A novidade deste ano é que, além das obras selecionadas pela Fuvest (processo seletivo da Universidade de São Paulo), serão abordadas aquelas exigidas pela Unicamp (Universidade de Campinas). Os encontros ocorrem na Sala Jardel Filho, sempre aos sábados, às 10h30. Professores das duas universidades fazem palestras sobre cada um dos títulos. No sábado, dia 1º, Vagner Camilo discute Claro Enigma, livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade. Dia 8, é a vez do romance A Relíquia, do português Eça de Queirós, com Helder Garmes. O também romance Iracema, de José de
Alencar, é tema do encontro do dia 15, com Mário César Lugarinho. A professora Yudith Rosenbaum é a convidada do dia 22 para falar sobre o clássico Sagarana, de João Guimarães Rosa; e Ricardo de Souza Carvalho, no dia 29, analisa Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Espelho, ambos de Machado de Assis. Para participar, os interessados devem pegar ingresso a partir das 10h.
VESTIBULAR NA MÁRIO Projeto semelhante ao do CCSP, Vestibular na Mário aborda os livros selecionados pela Fuvest. Os encontros acontecem, até outubro, no auditório da BMA, quintas-feiras, às 19h. Em setembro, são analisadas as obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, no dia 6; Sagarana, no dia 13; Vidas Secas, de Graciliano Ramos, no dia 20, e A Relíquia, no dia 27. Para poder assistir aos encontros, deve-se retirar senha a partir das 18h.
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CIDA DE LITERÁRIA Luísa Bittencourt
4ª Flict - Festa Literária de Cidade Tiradentes - reúne feira de livros, encontro com escritores e atividades culturais
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ilustração Viviane Lopes
á quatro anos, o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes promove a Flict Festa Literária de Cidade Tiradentes. Em 2018, o evento acontece entre os dias 24 e 29 de setembro e traz mais de 50 atividades espalhadas pelo Centro Cultural e seu entorno, incluindo bibliotecas, escolas, parques, CEUs e outros espaços do bairro. A programação conta com atividades culturais e uma feira de livros, oportunidade para os moradores da região comprarem obras literárias a bom preço.
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LITERATURA EM DEBATE
A programação da Flict traz encontros com escritores, que participam de bate-papos com o público para falar sobre suas obras. No dia 27, o poeta, setembro 2018 | emcartaz
professor e folclorista Marco Haurélio é o convidado para abordar a literatura de cordel. O autor é especialista no gênero e em estudos sobre folclore brasileiro, além de idealizador da coleção Fábulas do Brasil em Cordel, da Editora Leya. No mesmo dia, a escritora Cristina Porto conversa sobre literatura infantil. Seu primeiro livro foi Se, Será, Serafina?, da editora Ática. Hoje, a autora tem mais de 50 títulos publicados, entre eles Serafina e a Criança que Trabalha, ganhador do prêmio de Melhor Livro Infantil Informativo, conferido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 1996; e O Diário Escondido de Serafina, escolhido o Melhor Livro Infantil pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1997, ambos publicados pela Editora Ática.
Ainda no clima de interação e de trocas com o público, uma das mesas-redondas de destaque deste ano é Quadrinhos e Inclusão, com a artista Juliana Loyola. Deficiente auditiva, ela desenha histórias em quadrinhos na forma de narrativa visual sem roteiro, técnica conhecida como “história muda”. Entre seus trabalhos publicados, estão The Witch Who Loved, Perdida na Floresta e The Imagination.
CRIAÇÃO
Buscando despertar iniciativas de produção literária, a programação também conta com uma série de oficinas. No dia 28, acontece o encontro sobre Photopoesia, com Carlos Torres. A atividade propõe mesclar poesia e fotografia. A ideia é que os participantes escrevam poemas com papel e caneta, explorando técnicas como a fotocolagem, e produzam fotografias em cima desses trabalhos. As imagens podem ser feitas com celulares, coolpix, câmeras simples ou profissionais. Ao fim do curso, será diagramado e impresso um livro, os trabalhos serão expostos e haverá um sarau. Com o nome de seu livro recém-lançado, 99 Brincadeiras Cantadas, escrito junto com a Cia. Malas Portam, Marlon Fabiano Jimenez, mais conhecido como Marlon Chucruts, coordena uma oficina para educadores que ensina brincadeiras cantadas de roda, de mão e com corda.
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literatura
PROGRAMAÇÃO Oficina com Marlon Chucruts Para educadores. Biblioteca. Dia 26, 10h Esperando Gordô Teatro infantil. Área do Circo. Dia 26, 15h Mulheres Escritoras Biblioteca. Dia 26, 15h Encontro de Poesia para Slam Teatro. Dia 26, 19h Oficina com Tininha Calazans Nas Terras da Memória e da Experiência. Biblioteca. Dia 27, 14h Encontro com autora Cristina Porto Literatura infantil. Biblioteca. Dia 27, 15h Encontro com autor Marco Haurélio Cordel. Teatro. Dia 27, 19h Oficina com Juliana Loiola Quadrinhos e Inclusão. Biblioteca. Dia 28, 10h Oficina com Carlos Torres Photopoesia. Biblioteca. Dia 28, 14h Encontro com autor Rodrigo Ciríaco Com Coletivo Mesquiteiros. Biblioteca. Dia 28, 15h Sarau Jazz & Poesia Biblioteca. Dia 28, 19h Sarau Escambinho Coletivo Makulelê. Biblioteca. Dia 29, 10h Bate-Papo de Boteco Teatro. Dia 29, 19h
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NO MAPA DA CULTURA
CONHEÇA RENATO DE CARA
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enato de Cara é o diretor do Museu da Cidade de São Paulo. Assumiu esse cargo em 2017, quando foi convidado pelo Secretário Municipal de Cultura, André Sturm. Até então, comandou por 12 anos com sucesso a Galeria Mezanino, onde fez a produção e a curadoria de exposições individuais e coletivas, apresentando novos nomes e resgatando artistas conhecidos do mercado da arte contemporânea. Formado em Jornalismo pela PUC-SP, Renato é apreciador de arte, cultura, moda e se especializou em estética contemporânea. Também criou e dirigiu casas noturnas entre 1994 a 2000; foi coordenador do estúdio fotográfico da agência DPZ em 1993 e do estúdio de criação Giovanni Bianco em 2001; e esteve à frente do marketing da marca de moda Cavalera em 2008. No seu vasto currículo profissional, colaborou ainda com jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e revistas como Bravo, Select, Vogue e World Fashion. “Trabalhar com cultura sempre foi o meu interesse. Sempre fui muito curioso e quis frequentar a cena da arte, a cena musical.
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Eu acho que a cultura é onde a gente consegue viver, interpretar e eternizar um determinado momento da nossa vida”, conta Renato. Assumir a direção do Museu da Cidade revelou-se um novo desafio para ele. “Foi um impacto muito grande para mim por ser minha primeira experiência institucional e pública. Aceitei o desafio e estou feliz por, a cada dia, entender como funciona esta dinâmica de trabalho”, diz. O Museu da Cidade é composto pelo Beco do Pinto, Capela do Morumbi, Casas do Bandeirante, do Sertanista, da Imagem, do Grito, do Tatuapé, Monumento à Independência, Chácara Lane, Solar da Marquesa de Santos, Sítios Morrinhos e da Ressaca, além da Oca e do Pavilhão das Culturas Brasileiras, ambos no Parque Ibirapuera. “A experiência de trabalhar numa instituição pública é complexa e bem diferente de uma privada. É preciso entender e saber lidar com questões burocráticas”. Desde a gestão de Renato, a programação das casas históricas tem sido bastante dinâmica. “Conseguimos isso com exposições de arte contemporânea de artistas convidados,
Sylvia Masini
Cidy Dionísio
mostras de nosso acervo, além de apresentações musicais e infantis realizadas pela própria Secretaria Municipal de Cultura. É uma relação que envolve muito mais gente, então temos que ter o cuidado de saber transformar o dia a dia e lidar com as dificuldades de uma maneira positiva”, diz o diretor. Ele comanda uma equipe de 30 funcionários, com núcleos de curadoria, museologia, educativo e administrativo, além de empresas terceirizadas que cuidam da segurança e limpeza dos locais que englobam a rede. “Eu acho que cuidar da cultura é de uma responsabilidade muito grande para a perpetuação da nossa história. A gente
tem a cultura erudita, a popular, a contemporânea, a de época, e acho que, com um pouco de sensibilidade, misturar tudo isso é o que faz um bom conteúdo, uma boa programação”, conclui. No dia 1º de setembro, o público poderá ter contato com parte dessa diversidade artística proposta por Renato. É quando abre a mostra Morumbi, Caxingui, Butantã. Com curadoria de Douglas de Freitas, a exposição conecta três unidades do Museu da Cidade: a Capela do Morumbi, a Casa do Sertanista e a Casa do Bandeirante, que recebem, respectivamente, instalações dos artistas Marcius Galan, Matheus Rocha Pitta e Cinthia Marcelle.
Video completo da entrevista www.youtube.com/user/smcsaopaulo emcartaz | setembro 2018 29
vem aí vem Aí
Em OUTUBRO
Entre os dias 8 e 21 de outubro, a cidade se agita com o C.U.C.A (Culturas Urbanas, Conexões Artísticas), novo projeto da Secretaria Municipal de Cultura que chama a atenção do público para múltiplas formas de artes urbanas e colaborativas. Um dos destaques é o SP na Rua. Neste grande encontro, coletivos de audiovisual, performance e música mostram sua arte durante 24 horas. A programação é totalmente gratuita. 30
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gostou da programação? Veja onde vai acontecer BIBLIOTECAS PÚBLICAS Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato R. General Jardim, 485, Vila Buarque, Centro | tel. 3256-4122 e 3256-4438 Biblioteca Mário de Andrade R. da Consolação, 94, Consolação. Centro | tel. 3775-0002 CASAS DE CULTURA Casa de Cultura Butantã Av. Junta Mizumoto, 13, Jardim Peri Peri. Zona Oeste | tel.: 3742-6218 Casa de Cultura Campo Limpo R. Aroldo de Azevedo, 100, Campo Limpo. Zona Sul | tel. 5841-8164 Casa de Cultura Freguesia do Ó – Salvador Ligabue Lgo. da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215, Freguesia do Ó. Zona Norte | Tel.: 3931-8266 Casa de Cultura Hip-Hop Leste Av. Sarah Kubitschek, 165, Cidade Tiradentes. Zona Leste. Casa de Cultura Hip-Hop Sul R. Sant’Ana, 201, Vila São Pedro. Zona Sul | Tel.: 5631 0740 Casa de Cultura Itaim Paulista R. Monte Camberela, 490, Vila Silva Teles. Zona Leste | tel.: 2963-2742
Casa de Cultura Ipiranga – Chico Science Av. Tancredo Neves, 1265, Moinho Velho. Zona Sul | Tel.: 2969-7066 Casa de Cultura Itaquera – Raul Seixas R. Murmúrios da Tarde, 211, Cohab 2 José Bonifácio. Itaquera (Parque Raul Seixas) Zona Leste | tel. 2521-6411 Casa de Cultura M’Boi Mirim Av. Inácio Dias da Silva, s/nº, M’Boi Mirim. Zona Sul | tel.: 5514-3408 Casa de Cultura São Miguel Paulista – Antônio Marcos R. Irineu Bonardi, 169, Vila Pedroso. Zona Leste | tel.: 2297-9177 Casa de Cultura São Rafael R. Quaresma Delgado, 376, Parque São Rafael. Zona Leste Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão Pça. Oscar Silva, 111, Vila Guilherme, Zona Norte CASAS HISTÓRICAS Capela do Morumbi Av. Morumbi, 5.387, Morumbi. Zona Sul | tel. 3772-4301 Casa do Bandeirante Praça Monteiro Lobato, s/nº. Butantã. Zona Oeste | tel. 3031-0920 emcartaz | setembro 2018 31
Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato | Sylvia Masini
Casa do Sertanista Pça. Dr. Ênio Barbato, s/nº, Caxingui. Zona Oeste | tel. 3726-6348 CENTROS CULTURAIS Centro Cultural da Juventude Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte | tel. 3984-2466 Centro Cultural Olido Av. São João, 473, Centro | tel. 3331-8399 e 3397-0171 Centro Cultural da Penha Lgo. do Rosário, 20, Penha. Zona Leste | tel. 2295-0401 Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes R. Inácio Monteiro, alt. do nº 6.900, Cidade Tiradentes. Zona Leste | tel.: 3343-8900 Praça das Artes Av. São João, 281. Centro. | tel.: 4571-0401
TEATROS MUNICIPAIS Teatro Cacilda Becker R. Tito, 295, Lapa. Zona Oeste | tel. 3864-4513 Teatro Décio de Almeida Prado Espaço Cultural Itaim R. Lopes Neto, 206, Itaim Bibi. Zona Oeste | tel. 3079-3438 Teatro João Caetano R. Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. Zona Sul | tel. 5573-3774 e 5549-1744 Teatro Zanoni Ferrite Av. Renata, 163, Vila Formosa. Zona Leste. | tel. 2216-1520 Theatro Municipal de São Paulo Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, Centro | tel. 3053-2090 A relação completa dos espaços culturais está no site: www.cultura. prefeitura.sp.gov.br
A relação completa dos espaços culturais está no site: www.cultura.prefeitura.sp.gov.br 32
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expediente
RE V I S TA DA SECRE TA RI A MUNICIPA L DE CULT UR A
S e temb ro 2 018 Ediç ão 121
Secretário de Cultura André Sturm Secretária adjunta Marilia Barbour
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FESTIVAL
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Artistas veteranos mostram que talento não tem idade em apresentações gratuitas
Dança Balé da Cidade de São Paulo estreia nova concepção de A Sagração da Primavera Música Virgínia Rosa, Aíla e Filipe Catto fazem shows em espaços culturais
Arte Gráfica Paulo Dodson
Chefe de Gabinete Juliana Velho Redação Fotografia Sylvia Masini
Secretária de redação Ivani Yara dos Santos
Coordenação editorial André Sturm Editor-chefe Luiz Quesada Editora-assistente Giovanna Longo Redação Aryanne Valgas Cidy Dionisio (+redes sociais) Gabriel Fabri Gilberto De Nichile Isabela Almeida (audiovisual) Juliana Pithon Luísa Bittencourt Paulo Vinícius (design) Projeto gráfico e design Viviane Lopes Isoda
Estagiários Victor Kiyoshi Matsumura (redação) Isabel Sachetti (audiovisual) Maria Carolina Marchi (design) Impressão QuadBR Tiragem 60.000 exemplares Em Cartaz é uma publicação da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Endereço: Av. São João, 473 10º andar. São Paulo | SP CEP. 01035-000 Tel: 3397-0000 | Fax: 3224-0628 e-mail leitoremcartaz@prefeitura. sp.gov.br Site da Secretaria Municipal de Cultura www.cultura.prefeitura. sp.gov.br
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