Estudo da Natureza
Guia de Campo Palmeiras Materia base para a especialidade
Instrutor: Edson Luiz
Palmeira é o nome comum para os membros da família Arecaceae, anteriormente conhecida como Palmae ou Palmaceae, a única família botânica da ordem Arecales. Pertencem a esta família plantas muito conhecidas, como o coqueiro e a tamareira, abrangendo cerca de 205 gêneros e 2.500 espécies. Se distribuem pelo mundo todo, mas estão centralizadas nas regiões tropicais e subtropicais. As palmeiras são plantas perenes, arborescentes, tipicamente com um caule cilíndrico não ramificado do tipo estipe, atingindo grandes alturas, mas por vezes se apresentando como acaule (caule subterrâneo). Não são consideradas árvores porque todas as árvores possuem o crescimento do diâmetro do seu caule para a formação do tronco, que produz a madeira, e tal não acontece com as palmeiras. Classificação: Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Arecales Família: Arecaceae
As palmeiras apresentam desenvolvimento perfeitamente individualizados, caracterizado quanto a forma e aspecto. Como inúmeras plantas possuem raízes, tronco, folhas e produzem flores, frutos e sementes. Tronco ou caule - os caules com troncos das palmeiras tem o nome especial de estípe ou estipíte podem ser chamados didática e popularmente de caules, são alongados cilíndricos ou colunares, geralmente sem ramificações e sustentam no ápice um tufo de folhas. O tronco das palmeiras é duro não possui casca no sentido que comumente se compreende como tal nas arvores. A medula central é esponjosa e cercada por um anel protetor, forte de fibras que formam numerosos feixes verticais de tecido condutos xilemas e floemas. Sendo, porem, destituído do tecido cambial, uma vez formado não haverá aumento de diâmetro; a região principal de crescimento esta situada no ápice do tronco onde localiza-se a gema terminal com o seu tecido meristematico. Pôr ela o tronco alonga e dilata-se na base das folhas mediante deposição de novas células de dentro para fora. Pôr essa razão muitas palmeiras alcançam o máximo de diâmetro do tronco quando são ainda jovens. As palmeias podem Ter um único tronco simples, solitário ou vários múltiplos, formando touceira. O tronco poderá ser subterrâneo, tornando-as aparentemente acules. A maioria das espécies possui tronco simples. Raízes - São cilíndricas distribuídas subterraneamente, do tipo de cabeleira no qual não se distingue uma raiz principal, sendo todas semelhantes. Outras raízes podem aparecer no caule acima do solo, principalmente quando nativas em matas úmidas. São raízes aéreas que podem ou não atingir o solo e complementar a função do sistema radicular. Folhas - As palmeiras apresentam uma grande diversidade de folhas quanto ao tamanho, forma e divisão em diversas espécies são muito grandes e constituem as maiores do reino vegetal. São formadas essencialmente por um eixo no qual são distinguidas três partes ou regiões: bainha, pecíolo e lamina. As folhas velhas morrem e são substituídas por outras novas, uma de cada vez. Em algumas palmeiras as folhas mortas persistem por longo tempo revestindo e escondendo o tronco, em outras as folhas caem deixando uma marca estreita semelhante a um anel, mostrando o lugar onde estavam fixadas Inflorescência - As inflorescencias juntamente com as flores constituem a parte reprodutiva das palmeiras. São formadas por um conjunto de flores localizadas numa estrutura ramificada ou não. Provem de gemas exclusivamente florais que formam-se respectivamente da base das folhas e na maioria das palmeiras são laterais e axilares. São formadas por três elementos: braquias, raque e espigas florais.
Frutas - Os frutos das palmeiras são muito variáveis, no tipo , cor, tamanho e forma a ponte de alguns serem dificilmente associados as palmaceas. Comumente são chamados cocos e devido ao tamanho menor, coquinhos. As plantas que os produzem são chamadas popularmente de coqueiros, os frutos típicos são formados por três camadas mais ou menos definidos: a externa ou casca é esocarpo, liso espinhecente ou escamoso, a do meio é o mesocarpo de natureza fibrosa suculenta ou fibrosa seca, a interna que protege a semente é o endocarpo fino, membranoso, celulósico espesso ou muito duro, de textura classificada como petria ou óssea. São tidos como do tipo d rupa, isto é, de consistência carnosa ou não e com uma única semente envolvida por endocarpo. Os frutos maduros tem grande variação de colorido não raro passam por diversas tonalidades durante o amadurecimento. No geral, são de forma globosa, ovalada, cônica ou alongada; o tamanho é variável, desde cerca de um grão de arroz ou uma ervilha ate excepcionalmente grande com peso de 20kg. Sementes - A cavidade dos frutos das palmeiras é preenchida geralmente por uma única semente, du-ra e densa. A forma é variada arredondada, ovalada e cônica, as vezes alongada. Consiste principalmente em endosperma ou albumem duro, que é uma massa de tecido nutritivo no qual esta embutido o embraio pequeno e mole. Paisagismo - As palmeiras são de grande utilidade na criação de ambientes de aspecto tropical. Há intei-ra liberdade na composição com espécies para áreas extremas, tirando proveito do contraste de fatores ornamentais que cada uma possui com extensa gradação na altura e porte, troncos colunares lisos e tron cos bojudos, revestidos de fibra ou pelos remanescentes das fo-lhas já caídas, folhas em leque, planas, armadas, pinadas, crespas, arqueadas ou rijas com inúmeros tons de verde, cinza-azulado ou amarelo-alaranjado.
Existem palmeiras que crescem em um único estipe (o corpo da palmeira) e existem palmeiras que crescem em vários p erfilhos (como se fossem vários ramos, estipes da palmeira). Exemplos: Pupunha: Vários perfilhos Juçara: Um estipe solitário Se você cortar a coroa de uma palmeira como a Juçara, a Palmeira Real, por exemplo, vai arrancar a gema apical e ela vai morrer. Se você cortar a coroa de um ramo de uma palmeira de uma Pupunha ou Açaí, apenas o perfilho do qual você retirou a gema apical morre. Depende da gravidade do dano. se não for muito grande a planta se recupera, até com auxílio humano. Mas se o dano for muito grande ela morre.
PALMEIRAS NATIVAS DO BRASIL AÇAÍ (Euterpe oleracea) BABAÇU (Orbignya speciosa) BACURI (Attalea phalerata) BREJAÚVA (Astrocaryum aculeatissimum) BURITI (Mauritia flexuosa) BUTIÁ (Butia eriospatha) CARNAÚBA (Copernicia prunifera) COQUEIRO (Cocos nucifera) GUARIROBA (Syagrus oleracea)
INDAIÁ (Attalea dubia) JATAÍ (Butia purpurascens) JERIVÁ (Syagrus romanzoffiana) MACAÚBA (Acrocomia aculeata) PALMITO JUÇARA (Euterpe edulis) PIAÇAVA (Leopoldinia piassaba) PIAÇAVA DA BAHIA (Attalea funifera) PUPUNHA (Bactris gasipaes) TUCUMÃ (Astrocaryum vulgare)
AÇAÍ (Euterpe oleracea) Ocorrência : da região amazônica até a Bahia Outros nomes - palmito-açaí, açaizeiro, palmiteiro, piná, uaçaí, açaí-do-pará, juçara Características: altura de 20 a 25 m , tronco múltiplo (entouceirada), ligeiramente curvo, de 15 a 25 cm de diâmetro. A touceira chega a ter até 25 plantas. Folhas grandes, finamente recortadas em tiras, de coloração verde-escura, em número de 10 a 12 contemporâneas, de 2 m de comprimento. Flores pequenas, agrupadas em grandes cachos pendentes, de coloração amarelada. Cacho em número de 3 a 8 por planta, de coloração violáceo, quase negra quando maduro. A fruta é pequena, arredondada e muito roxa, quase preta, lembrando uma jaboticaba pequena. Tem uma caroço proporcionalmente grande e pouca polpa. Habitat: locais úmidos da floresta pluvial Propagação: sementes ou pela retirada de brotos da base Utilidade: a madeira é utilizada apenas localmente para construções rústicas, caibros, barrotes, ripas, etc. Os frutos são muito apreciados pelas populações amazônicas para o fabrico de "vinho de açaí" que é um complemente básico na alimentação das classes populares. A cabeça ou "palmito" é também muito apreciado, porém utilizado principalmente pela indústria de conservas. Os frutos são também avidamente consumidos por várias espécies de pássaros. É palmeira altamente ornamental, e muito utilizada em paisagismo na região norte do país. As folhas são usadas para cobertura de casas. As fibras das folhas para tecer chapéus, esteiras e ''rasas'', cestas utilizadas como medidapadrão no transporte e comércio da fruta.Os cachos secos são aproveitados como vassouras. Os frutos novos são utilizados no combate aos distúrbios intestinais; as raízes, empregadas como vermífugos; o palmito, em forma de pasta, atua como antihemorrágico, quando aplicado após extrações dentárias. Florescimento: setembro a janeiro Frutificação: julho a dezembro
BABAÇU (Orbignya speciosa) Ocorrência : região amazônica, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Mato Grosso Outros nomes : baguaçui, uauaçu, aguaçu, bauaçu, coco de macaco, coco de palmeira, coco naiá, coco pindoba, guaguaço Características: espécie elegante que pode atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas velhas que já caíram em seu ápice, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas em número de 15 a 20 contemporâneas, com até 8 m de comprimento, arqueadas, mantendo-se em posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo. Orientando-se para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá uma aparência bastante altiva. Flores creme-amareladas, aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, sustentados por pedúnculo de 70 a 90 cm de comprimento, surgindo de janeiro a abril. Frutos ovais alongados, de coloração castanha em cachos pêndulos. A polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de 3 a 4 sementes oleaginosas. Um Kg de frutos contém 10 unidades. Habitat :floresta pluvial Propagação: plantio direto dos frutos (côco-semente) Utilidade: é uma das mais importantes representantes das palmeiras brasileiras. O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas - de 3 a 5 em cada fruto - são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve o trabalho de mais de 300 mil familias. Em especial, mulheres acompanhadas de suas crianças: as "quebradeiras", como são chamadas. Não obstante, as inúmeras tentativas de se inventar e implementar a utilização de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto tem sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira. Sendo a casca do fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado é o seguinte: sobre o fio de um machado preso pelas pernas da "quebradeira", fica equilibrado o coco do babaçu. Depois de ser batido, com muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau, finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer suas preciosas amêndoas. O babaçu concentra altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicação alimentícia ou industrial. Assim, o principal destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível. Suas folhas servem de matéria-prima para a
fabricação de diversos utilitários como cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca, essas mesmas folhas servem de alimento para a criação. O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo. Se em boas condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jovens, quando derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente. As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de coco-da-bahia, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca. A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. A população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos. Outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão. Florescimento: janeiro a abril Frutificação - agosto a janeiro BACURI (Attalea phalerata)
Ocorrência: Acre, Rondônia, sul do Pará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo Outros nomes: acuri, ganguri, guacuri, coqueiro acuri, auacuri, cabeçudo Características: espécie com 3 a 7 m de altura, com estipe mantendo na parte superior os remanescentes dos pecíolos foliares, simples, curto, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas pinatífidas, pouco curvas, de 2 a 3 m de comprimento. Inicia o florescimento e frutificação quando ainda desprovida de caule visível, deixando os cachos de frutos encostarem no chão. Habitat: floresta latifoliada semidecídua Propagação:plantio direto dos frutos (côco-semente) Utilidade: a madeira é empregada localmente apenas para construções rurais. O palmito é comestível. Dos frutos extraise uma fécula alimentar. Também são comestíveis in natura, tanto a polpa como as amêndoas. A palmeira é muito ornamental podendo ser empregada em paisagismo. Florescimento: janeiro a maio Frutificação: outubro a dezembro
BREJAÚVA (Astrocaryum aculeatissimum) Ocorrência: do sul da Bahia a Santa Catarina Outros nomes: ariri, ariri açu, coco airi, brejaúba, iri, tucum verdadeiro Características: possui vários estipes agregados ou raramente solitários, com 4 a 8 m de altura e 12 a 15 cm de diâmetro, densamente revestidos de longos acúleos, fortes e pretos, com 6 a 8 cm de comprimento. Tais espinhos produzem um bonito desenho e conferem à brejaúva um aspecto ao mesmo tempo ornamental e agressivo. Coroa foliar com 10 a 20 folhas que medem de 2 a 3 m de comprimento, com folíolos são lanceolados, pinas regularmente distribuídas e inseridas no mesmo plano, com uma coloração verde-escura na face superior e verde-clara na face inferior. A bainha é fibrosa e aculeada. É uma planta monóica, com inflorescência interfoliar, pêndula, de 50 cm de comprimento e flores amarelo-creme, protegida por uma espata coriácea revestida de espinhos. Os frutos chegam até a 6 cm de comprimento por 3,5 cm de diâmetro, são ovóides, cobertos por uma pilosidade acastanhada e apresentam uma saliência apical bem definida, abrigando sementes de coloração vermelha. Habitat: Mata Atlântica exceto em áreas de manguezais Propagação: sementes ou divisão das touceiras Utilidade: As fibras das folhas são usadas na produção de vassouras e chapéus, e o estipe, muito duro, em ripas e bengalas. O endosperma líquido do fruto jovem tem propriedades medicinais, sendo usado como laxativo e contra a icterícia, e, no fruto maduro, o endosperma carnoso é indicado como vermífugo. Os frutos da brejaúva consistem em cocos pequenos que, quando consumidos ao natural, funcionam como uma espécie de brinquedo de comer, uma gostosa e nutritiva distração. Além disso, ficaram famosas as brincadeiras inventadas com piões de corda produzidos artesanalmente com o coco-brejaúva, o que faz dessa palmeira uma produtora natural de passatempos. A madeira é muito dura e resistente podendo ser utilizada na produção de pequenos objetos de marcenaria fina. Florescimento: dezembro a fevereiro Frutificação: julho a dezembro Ameaças: destruição do habitat
BURITI (Mauritia flexuosa) Ocorrência: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins até São Paulo e Mato Grosso do Sul Outros nomes: coqueiro buriti, miriti, boriti, moriti, muriti, caradá guaçu carandaí guaçu, palmeira dos brejos, buritizeiro Características: espécie de porte elegante com estipe ereto, solitário, de até 35 m de altura, com 30 a 50 cm de diâmetro. Folhas grandes, dispostas em leque, em número de 20 a 30, com 3 a 5 m de comprimento por 2 a 3 m de largura. Flores em longos cachos de até 3 m de comprimento, de coloração amarelada. Fruto elipsóide-oblongo ou, ocasionalmente, globoso-oblongo, castanho-avermelhado, de superfície revestida por escamas córneas brilhantes, com 3,7 a 5,3 cm de comprimento e 3 a 5,2 cm de diâmetro. Polpa marcadamente amarela. Semente oval dura e amêndoa comestível. Habitat: solos alagados, igapós, beira de rios e igarapés e veredas dos cerrados, onde formam grandes concentrações. Propagação: sementes Utilidade: da polpa prepara-se doces, raspas de buriti, paçoca. A polpa também pode ser congelada e conservada por mais de ano, sendo utilizada praticamente da mesma forma que a polpa fresca. Com ela produzem-se, hoje em dia, diferentes tipos de sorvetes, cremes, geléias, licores e vitaminas de sabores exóticos e alta concentração de vitamina C, invenções e descobertas modernas. Da polpa também se extrai um óleo de cor vermelho-sangüínea utilizado contra queimaduras, de efeito aliviador e cicatrizante. Esse mesmo óleo é comestível, apresentando altos teores de vitamina A. Também comestível e, dizem, saboroso, é o palmito extraído do broto terminal da planta. Com as folhas crescidas - ou "palhas", como diz o homem regional -, com suas fibras e com seus brotos, pode-se fazer de tudo: a caroça de vedar chuva, o tapiti de espremer massa de mandioca, o paneiro de empaiolar farinha, uma gradação de balaios, esteiras, mantas, redes de dormir, cordas, abanos e chiconãs de carregar galinha. O estipe fornece, por incisão, um líquido adocicado e agradável com o qual se mata a sede. Fermentado, esse mesmo líquido se transforma em uma bebida conhecida por "vinho de buriti". A farinha de buriti, produzida a partir da parte interna do estipe da palmeira. O fruto é muito apreciado pela fauna integrando a dieta de mamíferos como a cutia, a capivara e a anta, e de aves como a arara. Da madeira produz-se tradicionais caixinhas de delicada marcenaria que embalam os tradicionais doces vendidos nas feiras regionais. Moderadamente pesada e dura, também é empregada em construções rurais e ranchos rústicos. O tronco rachado ao meio é muito utilizado na construção de calhas para bicas d'água. A palmeira pode ser utilizada em paisagismo. Florescimento: dezembro a abril Frutificação: dezembro a julho
BUTIÁ (Butia eriospatha) Ocorrência: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul Outros nomes: butiá da serra, butiazeiro, butiá veludo, butiá branco, butiá azedo, macumá Características: espécie de tronco simples, ereto, baixo, com altura de 4 a 6 m , 20 a 50 cm de diâmetro, revestido por pedaços velhos das folhas na região abaixo da coroa de folhas, o que o torna bonito e diferente. Possui uma espata revestida por uma lanugem bem felpuda de cor castanha. Folhas pinadas com 50 a 55 pares, distribuídas regularmente e inseridas em um só plano ao longo da raque, grandes, podendo chegar a 2 m de comprimento, com pequenos espinhos na base e de coloração azul-esverdeada. Planta monóica com inflorescência interfoliar, amarela que pode chegar a 1 m de comprimento densamente ramificada com até 150 ramos surgindo entre as folhas. Frutos, pequenos, globosos, suculentos, adocicados, sem fibras, de 1,8 a 2 cm de diâmetro, com epicarpo amarelado quando maduros. Habitat: mata de araucária e campos sulinos Propagação:sementes Utilidade: f rutos naturalmente comestíveis, possuindo um sabor azedinho e doce, e sua polpa é usada na produção de licor e vinho. Os frutos são muito apreciados pela fauna. Da semente extrai-se óleo usado como azeite comestível. Seu caule tem boa durabilidade, podendo ser utilizado em construções. Das folhas retiram-se as fibras usadas no artesanato para a fabricação de chapéus, cestos, cordas e enchimentos de colchões e estofados. Palmeira com grande potencial paisagístico. Florescimento: setembro a janeiro Frutificação:janeiro a março
CARNAÚBA (Copernicia prunifera) Ocorrência: Nordeste Outros nomes: carnaíba, carnaíva, carnaúva, carnandaúba, carnaubeira Características: estipe reto e cilíndrico, atingindo de 10 a 15 m de altura, com 15 a 25 cm de diâmetro, formando saliências espiraladas em sua superfície, decorrentes dos restos das folhas que caíram. Folhas em forma de leque, de segmentos rígidos, divididos até a metade da lâmina, sustentadas por pecíolo espinhoso, com até 1 m de comprimento. Flores amarelas em cachos pendentes que surgem de julho a outubro. Cacho de 3 a 4 m de comprimento, com centenas de frutos ovóides a globosos, brilhantes, esverdeados quando jovens e roxos quando maduros, com cerca de 3 cm de comprimento. Um kg de frutos contém cerca de 91 unidades. Habitat: vales dos rios e terrenos salinizados e mal drenados Propagação: sementes Utilidade: os frutos da carnaúba, inteiros, são basicamente aproveitados pelos animais de criação. Da polpa, extrai-se uma espécie de farinha e um leite que, à semelhança do leite extraído do babaçu, pode substituir o leite do coco-da-bula. A amêndoa da carnaúba, quando torrada e moída, costuma até mesmo ser aproveitada localmente em substituição ao pó de café. O lenho da carnaúba é resistente, podendo ser usado no fabrico de moirões, na construção de edificações rústicas e como lenha pesada. Inteiro, o estipe da carnaúba costuma ser usado como poste. Fragmentado ou serrado, fornece ótimos caibros, barrotes ou ripas, podendo também ser aplicado na marcenaria de artefatos torneados, tais como bengalas e objetos de uso doméstico. No Nordeste brasileiro, habitações inteiras são construídas com materiais retirados da carnaúba. Também com suas folhas fazem-se telhados e coberturas de casas e abrigos. Com suas fibras confeccionam-se cordas, sacos, esteiras, chapéus, balaios, cestos, redes e mantas. Das folhas da carnaúba obtém-se uma cera de grande importância industrial. As folhas da palmeira carnaúba são revestidas externamente por uma cobertura cerífera. A cera, principal produto obtido da carnaúba, é, ainda hoje e na maioria dos carnaubais, extraída por processos manuais bastante rudimentares. É vendida para as indústrias e usinas como matéria- prima para a fabricação de uma variedade infinita de produtos: graxas para sapatos, lubrificantes, velas, vernizes, ácidos, sabonetes, fósforos, isolantes térmicos, matrizes de discos, lâmpadas incandescentes, papel carbono, batom, etc. O Piaui é o principal fornecedor, seguido pelo Ceará e pelo Rio Grande do Norte. Os maiores e mais densos carnaubais do pais encontram-se nessa região que, ano após ano, é sempre a mais atingida pelas secas no Brasil. Florescimento: julho a outubro Frutificação - novembro a março
COQUEIRO (Cocos nucifera) Ocorrência: do Pará a São Paulo Outros nomes: coco, coco da bahia, coqueiro da bahia, coqueiro da praia, coco da índia Características:espécie com estipe solitário de até 30 m de altura, curvado ou ereto, com 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas de até 3 m de comprimento, pêndulas, largas, com folíolos de coloração verdeamarelada, rígidas, em número de 20 a 25 contemporâneas. Espécie monóica, com flores numerosas brancas, pequenas, reunidas em cacho de até 1 m de comprimento. Fruto grande, fibroso, de forma ovóide, quase globoso, de coloração esverdeada a amarela, de casca lisa, com cerca de 25 cm de comprimento e 15 em de diâmetro, que demora a amadurecer, quando então torna-se castanho. Polpa abundante de até 2 cm de espessura. Cavidade central contendo a conhecida "água-decoco". Cada fruto pesa em média 1,2 Kg . Habitat: faixa litorânea Propagação: plantio do fruto seco (coco-semente) Utilidade: é a palmeira de maior importância econômica em todo o mundo. A polpa é usada como alimento e matéria-prima para numerosos produtos. As fibras do mesocarpo são usadas na indústria têxtil para fabricação de cordas, capachos, esteiras, estofados, etc. Do endosperma líquido, imaturo, se retira a água de coco. A espécie é amplamente usada em paisagismo e cultivada na fruticultura. Florescimento: janeiro a abril Frutificação: julho a fevereiro
GUARIROBA (Syagrus oleracea) Ocorrência: nordeste e sudeste até o Paraná Outros nomes:gueroba, gueiroba, palmito amargoso, catolé, coco babão, paty amargoso, coco amargoso, coco guariroba, gariroba, coco catolé Características: espécie com estipe simples, ereto, acinzentado, podendo atingir até 20 m de altura e 20 a 30 cm de diâmetro. Copa crispada e deflexa. Folhas grandes em número de 15 a 20, de até 3 m de comprimento, dispostas em espiral e levemente arqueadas. Folíolos em número de 100 a 150, em grupos de 2 a 5, dispostos em diferentes planos. Espécie monóica. Flores surgem em cachos. Frutos elipsóides, lisos, com 4 a 5 cm de comprimento, mesocarpo espesso, carnoso, adocicado e fibroso, verde-amarelados, com uma amêndoa branca, oleaginosa e comestível. Habitat: floresta semidecídua em altitudes entre 400 e 1.200 m, tanto na caatinga como no cerrado. Propagação:sementes Utilidade: seus coquinhos, quando amadurecem e caem, são importante complemento na alimentação do gado. Deles, também, a população nativa retira as amêndoas, aproveitadas na produção de doces caseiros. Além disso, dessa amêndoa, que contém mais de 60% de matérias graxas, extrai-se um abundante e excelente óleo comestível e de notada utilidade na indústria de sabões. Porém, entre todos os produtos extraídos da guariroba, destaca-se o seu palmito ou broto terminal. Considerado por muitos como verdura de sabor amargo - o que de fato é quando comparado aos palmitos doces das espécies da Mata Atlântica -, o palmito da guariroba é uma iguaria de largo aproveitamento culinário. Especialmente em algumas regiões de Minas Gerais e de Goiás. A madeira é empregada para estacas, moirões, ripas e calhas d'água. As folhas são usadas para confecção de vassouras. Palmeira ornamental e indicada para regeneração de áreas degradadas. Florescimento:setembro a maio Frutificação - outubro a fevereiro Ameaças - nos últimos 30 anos, com a transformação das matas em terras para cultivo e pastagens, essas palmeiras foram se tornando mais escassas, mesmo com a fiscalização do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que proíbe a extração do palmito nativo.
INDAIÁ (Attalea dubia) Ocorrência: do espírito Santo à Santa Catarina Outros nomes: coqueiro indaiá, palmeira indaiá, indaiá guaçu, palmito de chão, inaiá, naiá, camarinha, anajá, indaiá açu Características: espécie com altura de 10 a 20 m , tronco simples com 20 a 35 cm de diâmetro. Folhas com pinas irregularmente arranjadas e inseridas em diferentes planos ao longo da raque, em número de 20 a 30 contemporâneas, de 2 a 3 m de comprimento. Cacho com 1 a 1,5 m de comprimento. Frutos com 1 a 2 sementes, oblongos, medindo de 6 a 6,5 cm de comprimento por 3 cm de diâmetro. Habitat - floresta pluvial da encosta atlântica Propagação: coco-semente ou a semente despolpada Utilidade: a madeira é empregada localmente para construções rústicas. As folhas são empregadas para cobertura de pequenas construções rurais. Os f rutos e amêndoas comestíveis e consumidos por várias espécies de animais. Palmeira bastante ornamental e indicada para regeneração de áreas degradadas. Florescimento: agosto a dezembro Frutificação - junho a novembro
JATAÍ (Butia purpurascens)
Ocorrência: endêmica do estado de Goiás Outros nomes - palmeira jataí, butiá Características: espécie com tronco simples, com até 4 m de altura e 18 cm de diâmetro, revestido por remanescentes dos pecíolos de folhas já caídas.. Folhas fortemente arqueadas, com as margens dos pecíolos densamente fibrosas na base e diminuindo em direção à lâmina foliar. Raque sem dentes ou espinhos. Pinas com número variável, de 52 a 58 de cada lado, uniformemente espaçadas. Frutos ovóides, de 2 a 3 cm de comprimento, de cor amarelada ou arroxeada, com polpa suculenta e aromática. Habitat - cerrado Propagação: sementes Utilidade: palmeira indicada para paisagismo. Fruto muito apreciado pela fauna silvestre, animais domésticos e pelo homem. Frutificação: outubro a dezembro Ameaças: ameaçada de extinção
JERIVÁ (Syagrus romanzoffiana)
Ocorrência: sul da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul Outros nomes - gerivá, coqueiro jerivá, jeribá, coqueiro, coco de catarro, coco catarro, coco babão, baba de boi, coco de cachorro, cheribão, coco de Santa Catarina, coqueiro de juvena, pindó, imburí de cachorro, patí Características: espécie com 7 a 15 m de altura, estipe liso, anelado, com 30 a 50 cm de diâmetro. Folhas pinadas, em número de 8 a 15, arqueadas, pinas dispostas em diferentes planos sobre a raque, pendentes, com 2 a 3 m de comprimento. Planta monóica. Inflorescências interfoliares em cacho de até 1,5 m de comprimento, bráctea peduncular lenhosa, profundamente frisada na parte externa de coloração creme. Frutos globosos ou ovóides, amarelos ou alaranjados, com 2 a 3 cm de comprimento, mesocarpo fibro-carnoso e adocicado. Habitat: quase todas as formações florestais Propagação: coco-semente Utilidade: o s frutos proporcionam alimento farto para muitos pássaros, principalmente para os psitacídeos. De igual modo os frutos são comestíveis para o homem. As flores são muito visitadas por abelhas. As folhas têm 16% de proteína bruta, em algumas regiões constituem um ótimo alimento para cavalos, tendo sido outrora utilizada para cavalos de corrida, devido ao seu alto valor energético. Indicada para recomposição vegetal e paisagismo. Florescimento: setembro a março Frutificação: fevereiro a agosto
MACAÚBA (Acrocomia aculeata)
Ocorrência: do Pará a São Paulo Outros nomes - mucajá, mocujá, mocajá, macaíba, macaiúva, bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, macaúva, coco de catarro, bacaiuveira, coco de espinho, coco baboso, macacaúba, macajuba, macaibeira, mucaiá, mucajuba Características: espécie com até 15 m de altura, com estipe ereto, simples, com 20 a 30 cm de diâmetro, recoberto pelos restos das folhas velhas apresentando muitos espinhos escuros em sua superfície. Folhas em número de 20 a 30 contemporâneas, espinhentas, de 4 a 5 m de comprimento, de coloração verde-escuro. Espécie monóica. Flores agrupadas em cachos de até 80 em de comprimento, pequenas, amareladas. Fruto globoso, liso, de coloração marrom-amarelada quando maduro. Polpa amarelada com uma amêndoa oleaginosa. Habitat: floresta latifoliada semidecúdua Propagação: sementes Utilidade: seu estipe é empregado em construções rústicas e as folhas, além de forrageiras, fornecem fibras têxteis para confecção de redes e linhas de pescar. O fruto com polpa consumida ao natural. A semente fornece óleo comestível de boa qualidade. Devido ao seu valor ornamental, pode ser empregada no paisagismo em geral. È ornamental podendo ser empregada em paisagismo. Florescimento: outubro a janeiro Frutificação: setembro a janeiro
PALMITO JUÇARA (Euterpe edulis) Ocorrência: da Bahia ao Rio Grande do Sul Outros nomes: jiçara, juçara, palmito doce, içara, ripeira, ensarova, palmiteiro, ripa, palmiteiro, inçara, iiçara, palmito branco, palmito vermelho, açaí do sul Características: espécie com estipe simples, reto, com 10 a 20 m de altura e 10 a 20 cm de diâmetro. Folhas de 1 a 1,5 m de comprimento, em número de 20 contemporâneas, pinadas, com bainhas de coloração acastanhada e folíolos longos, estreitos e geralmente pendentes, com a base das folhas formando o palmito. Esta palmeira monóica possui uma inflorescência infrafoliar muito ramificada, de 60 cm de comprimento, e espata acanoada que se desprende da planta com a inflorescência ainda jovem. Depois de maduros, os frutos esféricos são de coloração preta. Raízes bem visíveis na base do tronco. Sua dispersão natural é feita por vários mamíferos (morcegos, porcos-do-mato, serelepes) e aves (sabiás, jacus, tucanos, macucos, jacutingas). Habitat: locais úmidos e sombreados da Mata Atlântica exceto em áreas de manguezais Propagação: sementes Utilidade: o estipe pode ser usado em construções rústicas e suas fibras na fabricação de vassouras. As folhas podem servir de alimentação para o gado e coberturas. O principal produto é o palmito, alimento requintado, saboroso e valioso, preparado em conserva e consumido no mercado interno e externo. A palmeira é esbelta com ótimo potencial para paisagismo. Seus frutos são muito apreciados pela fauna silvestres. Florescimento: setembro a dezembro Frutificação: abril a agosto Cuidados - para que não haja nenhum prejuízo à regeneração natural dessa espécie, deve ser mantido, no mínimo, 1 palmiteiro, em fase de frutificação, a cada 200 m 2 de mata. Ameaças: extração indiscriminada e destruição do habitat apesar da proteção da legislação ambiental. A extração do palmito, que resulta na morte da planta, é feita, na maioria das vezes, de maneira predatória, eliminando-se inclusive plantas muito jovens.
PIAÇAVA (Leopoldinia piassaba)
Ocorrência: Amazonas e Roraima Outros nomes - piaçaba Características: espécie com estipe simples, com 4 a 5 m de altura e 20 a 50 cm de diâmetro, coroado por cerca de 14 a 16 folhas regularmente pinadas com 4 a 5 m de comprimento, As folhas emitem, a partir das bainhas persistentes no caule, muitas fibras de coloração marron, com mais de 1 m de comprimento, envolvendo a parte superior. Pinas lineares em número de 60, regularmente dispostas, formando um único plano, as do meio com 70 a 80 cm de comprimento. Inflorescência interfoliar muito ramificada. Frutos irregularmente globosos, achatados, com 3 a 3,5 cm de diâmetro, de coloração castanho-purpurácea quando maturos. Habitat: igapós e igarapés de águas negras de solos arenosos Propagação: sementes Utilidade: as fibras das bainhas que se encontram envoltas no tronco são empregadas na fabricação de vassouras, escovas e cordas. O valor de mercado de produtos artesanais feitos com a piaçava tende a aumentar. Dos frutos se prepara uma bebida chamada xiqui-xiqui. Indicada para paisagismo. PIAÇAVA DA BAHIA (Attalea funifera) Ocorrência: Alagoas, Bahia e Sergipe Outros nomes: piassava, piassaveira, piassaba da bahia Características: espécie com até 15 m de altura. Folhas com longos pecíolos, eretas e ligeiramente dobradas na parte apical, dando à copa forma afunilada. Suas fibras são impermeáveis, conservam a elasticidade quando umedecidas e são longas, alcançando 3,5 metros de comprimento por 1,1 milímetro de espessura. Apresenta polinização principalmente por insetos. Dispersão natural de sementes por cutias . Habitat: floresta costeira e restinga Propagação: sementes Utilidade: o produto principal é a fibra ou simplesmente piassaba, usada para a fabricação de vassouras e cobertura de casas. Outros produtos das fibras são: cordas para amarrar navios, cordões, cestos, alçapões de pesca, balaios, invólucros para garrafões, moringas etc., funcionando também como excelente isolante térmico. As folhas são usadas para fazer chapéus de palha e bolsas, e a borra, além da serventia citada acima, pode atingir valor comercial maior que o da própria fibra, dependendo da época e da região. A amêndoa é oleosa e comestível, é aproveitada pela população costeira da Bahia como alimento (canjica, por exemplo), também presta-se à produção de óleo, embora seu rendimento seja menor que o de outros produtos de origem vegetal. No entanto, pode ser uma excelente opção como
carvão vegetal. O bagaço (o que sobra do beneficiamento) é destinado à indústria de papelão, e da casca do coco faz-se "farinha de satim", utilizada no preparo de cuscuz e mingaus. Tem grande potencial ornamental. A Bahia responde por cerca de 90% da produção nacional de fibra. PUPUNHA (Bactris gasipaes) Ocorrência: região amazônica Outros nomes:pupunheira, pirajá pupunha, pupunha marajá Características: espécie monóica com troncos múltiplos (touceira) com 10 a 20 m de altura, de 15 a 25 cm de diâmetro, cilíndricos, divididos por anéis com espinhos (os entrenós) e anéis sem espinhos (os nós), que são cicatrizes deixadas pela queda das folhas. Os espinhos, geralmente largos, pretos e fortes. Há grande variação quanto à presença de espinhos, existindo plantas completamente desprovidas dos mesmos. Folhas pinadas, em número de 20 a 30 contemporâneas, de 3 a 4 m de comprimento e de coloração verde-clara, os folíolos apresentam o terço final pendente, podendo ou não apresentar espinhos menores, em ambos os lados. A inflorescência é infrafoliar, com cerca de 50 cm de comprimento, podendo ter espata espinhosa ou não, e flores de coloração creme. Frutos ovóides, amarelo-avermelhados, nutritivos e muito procurados por várias espécies de animais. Habitat: mata de terra firme Propagação: sementes Utilidade: palmeira elegante de grande valor paisagístico, tem sido muito cultivada para extração de palmito. Seu estipe pode ser empregado na confecção de bengalas e os frutos são usados na fabricação de farinhas ou consumidos após o cozimento. Florescimento: agosto a dezembro Frutificação - dezembro a julho
TUCUMÃ (Astrocaryum vulgare) Ocorrência: Pará, Piauí, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Maranhão e Tocantins Outros nomes: tucumã do pará, tucum bravo, tucum piutanga Características:palmeira dom tronco múltiplo em número de 4 a 6, raramente, simples, chegando a 10 m de altura e 10 a 20 cm de diâmetro, cobertos por espinhos pretos com cerca de 20 cm de comprimento. Folhas eretas com folíolos agrupadas irregularmente formando vários planos. Cacho não pendente, com cerca de 1560 sementes de cor laranja-amarelada quando maduros. Habitat: floresta de terra firme e invasora de pastagens e áreas degradadas Propagação: sementes Utilidade: a madeira é empregada localmente para construções rurais. Os frutos são comestíveis e muito ricos em vitamina A. O palmito é comestível. As folhas são usadas na confecção de cordas e redes. A amêndoa fornece óleo branco comestível e desse óleo se obtém sabão, cosméticos e medicamentos. Os frutos são muito apreciados pela fauna. Florescimento: agosto a novembro Frutificação: novembro a maio
Fontes bibliográficas: Cultura das palmaceas apostila retirada do site ehow Palmeiras nativas do Brasil www.vivaterra.com.br Imagens retiradas da internet