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7. A literatura autobiográfica e auto-hagiográfica
7a A literatura autobiográfica e auto-hagiográfica
Todooser humanogosta dese conhecer para compreender queméeoquepodeser, bem como paraser estimado, respeitado, valorizado e,sobretudo, viver numaredesocial que contribuaparaoseu crescimento pessoal.Neste sentido, surgemosgénerosque,próximos dobiográfico e tendo também sido assumidos no contexto cristão, sedenominam de autobiográfico e, sobretudo emtal contexto, de auto-hagiográfico.
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Ditoisto, éimportante terpresenteque nestesdoisgéneros,oque contanão são tantoosaspetos exteriores dos eventosrelatados,mas a leituraespiritual que sefazdosmesmos. Emconsequência, oessencial nestes textos éa consideração decomoéqueoDeus-Amor terá agidonoautor, atravésdesses eventos passados por sirelatados, para o levar a uma relação deamorcomEle. Eisto também demodoaque o autor possa estar mais consciente daaçãode Deusnasuapessoa emsituações futu ras. Deentreosgrandestextos autobiográficos e(ou) auto-hagiográficos quesurgiram na história doCristianismo, pode-se mencionar: as Confissões dobispo Agostinho deHipona(354-439); o Livrode Margery Kempe, da leiga inglesahomón ima (ca.1373-ca.1438); a Segundorelação da monjaursulina francesa Mariada Incarnação (1599-1672); A Montanha dossetepatamares, domonge trapista norte-americano ThomasMerton (1915-1968). Deixa-se,aseguirecomo testemunho dos géneros apresentados, uma breve citação daprimeiraobraelencada no parágrafoprecedente (AGOSTINHODEHIPONA - Confessio nes, 10, 27, 38, in PL 32, 795).
T IIE B OOK 01' [v)i\ nc Env 1< 1:: ,\1 1'1: Manuscritodepágina do Livro de Margery Kempe, e capadeediçãomoderna em inglêsdessaobra. I
-o Verdade, estás em toda a parte à disposição de todos os que Te consultam, e respondes ao mesmo tempo atodos, ainda que sobre coisas distintas. Tu respondes claramente, mas nem todos Te ouvem claramente. Todos Te consultam sobre o quequerem , mas nem sempre ouvem o que querem. O melhor dos Teus servos é aquele quenãodá asua atenção a ouvir deTi aquilo queele quer, mas antes em querer aquilo queouvedeTi. Tarde Te amei, ó Belezatãoantiga e tãonova, tarde Te amei!Eisque habitavas dentro demim, e eu, láfora, a procurar-Te!".
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