Na Responsa #02

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out/2013

novos mestres Eles ensinam do jeito que querem aprender

prêmio de responsa Saiba como concorrer. Se liga nessa ideia e mão na massa!

ea grana? Descubra quanto do seu tênis é imposto


SALVE, SALVE

JOVENS DE RESPONSA!

- RODRIGO MOCCIA, GERENTE DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

RODRIGO.MOCCIA@AMBEV.COM.BR

C

omo todo adolescente que amadurece e quer ganhar o mundo, o programa Jovens de Responsa está em processo de expansão! Após pouco mais de 3 anos de atividades em parceria com 21 ONGs, ultrapassamos os muros de nossas comunidades em busca de jovens com consciência e atitude. E para dar o próximo passo, criamos um prêmio. Isso mesmo! Queremos que jovens do Brasil todo respondam essa pergunta: “O que pega bem para evitar o consumo de bebidas álcoolicas antes dos 18 anos?”. Esta edição de Na Responsa que está em suas mãos, veio para ajudá-lo nesse desafio. Nela, você encontrará dicas de como se divertir sem álcool, um infográfico sobre o perfil do jovem brasileiro – e sobre o que ele pensa e faz no seu dia a dia – e ainda reportagens com atividades que ONGs da rede estão desenvolvendo com seus grupos para pautar o consumo responsável. Na página 4, fizemos uma reportagem especial com um passo a passo sobre como participar do prêmio. Além disso, trazemos histórias inspiradoras para te fazer sonhar, e exemplos de jovens que buscam inovar na forma de educar e que acreditam que aprender pode ser diferente. Na Responsa existe porque sabemos que cultura, música, arte e informação são poderosas ferramentas de ensino. Por meio de textos, fotos, vídeos, músicas e ilustrações, acreditamos que, além de mostrar seu talento, você também é um jovem consciente que pode inspirar outros com sua atitude. Se liga nessa idéia! As inscrições estão abertas no facebook.com/naresponsa. A sorte está lançada, participe.

E a redação da Na Responsa só cresce – mas sem ficar mais velha. \o/ O conteúdo que você vai ler nas próximas páginas é inteirinho produzido por jovens capacitados pela Énois | Agência Escola de Conteúdo Jovem.

INICIATIVA: Ambev CONTEÚDO TÉCNICO: Ambev > Equipe: Ricardo Rolim, Rodrigo Moccia, Guilherme Mello | Lynx Consultoria > Equipe: Álvaro Real, Bettina Grajcer, Bruna de Paula, Fátima Viscarra, Márcia Gonçalves, Mariana Gholmia e Stella Pereira de Almeida PRODUÇÃO DE CONTEÚDO E PROJETO GRÁFICO: Énois Agência Escola de Conteúdo Jovem COORDENAÇÃO: Amanda Rahra e Nina Weingrill EDITORA DE TEXTO: Paula Desgualdo EDITOR DE ARTE: André Rodrigues REPÓRTERES: Karoline Maia, Kayam Mendes, Matheus Oliveira, Harrison Kobalski e Vanessa Ribeiro FOTÓGRAFA: Julia Motta COLABORADORES: Bernardo França, Juliana Mota, José Azevedo, Romolo e Ronah Carraro FOTO CAPA: Julia Motta

Foto: Helena Ramos


POR DENTRO_ Quem é e o que pensa o jovem brasileiro

ÉNOIS_ Eles acabaram de sair da escola, mas deram meia volta. E foi para mudar tudo.

E A GRANA?_ Tênis, celular, chiclete. Você sabe quanto paga de imposto em tudo o que compra?

NA LATA_ Por que o mundo precisa ser hackeado?

É MASSA_ Como fazer um cinema na quebrada e um hambúrguer na madruga.

PAPO KBEÇA_

JDR_ Confira o que

TESTE_ Você tem

Tá na hora de tirar a poeira dos livros e ocupar as bibliotecas.

rolou no Dia de Responsa e aprenda a fazer um evento bacana e responsável.

foco? Não disperse e vá direto responder o questionário.

“A revista dá dicas de coquetéis sem álcool, além de ter jogos divertidos, que podemos ensinar a outras pessoas. Pra mim a Na Responsa é nota dez.” Yaly Sacramento, 18 anos “Na Responsa fala o que é um consumo consciente e mostra como economizar grana. Ela nos estimula

primeiro a pensar na saúde, depois na diversão.” Lanai Raquiele Pereira Souza, 17 anos “A revista ajuda o adolescente a esclarecer várias dúvidas sobre o álcool. Tem uma linguagem jovial e possibilita que o leitor entenda quais são as reações da bebida no corpo do jovem.” Juuh Andrade, 18 anos

“As matérias da última edição foram muito legais, com linguagem de jovem para jovem. Achei muito interessante o E A GRANA, pois preocupa-se com o futuro de nossos JOVENS DE RESPONSA, com dicas muito bem pensadas para o amanhã.” Marinelza Padilha, educadora

FALE COM A GENTE! Acompanhe nossas redes e receba todos os dias novidades na sua linha do tempo! /naresponsa jovensderesponsa. tumblr.com @naresponsa


PRÊMIO JOVENS DE RESPONSA

SE LIGA NESSA IDEIA! O que pega bem para evitar o consumo de bebida alcoólica antes dos 18 anos? Você tem a resposta? Então participe do Prêmio Jovens de Responsa e concorra a prêmios irados.

START

1. ESCOLHA SUA CATEGORIA

Aposte naquilo que você mais curte fazer – e que também tem mais facilidade fazendo.

2. TIRE SUAS DÚVIDAS

Para criar uma peça bacana, é preciso se informar sobre o tema. • Você sabia que, quanto mais cedo alguém experimenta bebida alcoólica, maior é a chance de se tornar consumidor regular? Ou seja, quanto mais cedo a gente falar sobre prevenção, melhor!

A. Fotografia

B. Música

C. Vídeo

D. Ilustração

3. FAÇA UMA “TEMPESTADE CEREBRAL” Um trabalho bacana é mais transpiração do que inspiração. Então fique ligado nessas dicas para colocar a cabeça pra funcionar.

PEGA BEM

PEGA MAL

Ser criativo e surpreender. Tipo: Fazer um talk-show em vídeo com jovens contando suas experiências.

Apontar dedos. Tipo: um depoimento caretão de um adulto dizendo que não pode beber.

Usar o bom humor pra tirar o glamour da bebida. Tipo: fazer um HQ mostrando que quem bebe queima o filme na balada.

Exagerar no lado negativo. Tipo: dizer que álcool é ruim e só faz mal, porque o jovem sabe que o álcool pode trazer prazer.

Foca no amor. Tipo: falar de relacionamento é sempre uma boa. Ainda mais se você mostrar o outro perde quando enche a cara.

Botar medo. Jovem é um cara que curte se arriscar. Tipo: dizer que beber vai acabar com a vida dele descredita a sua mensagem.

5. TUDO PRONTO? As inscrições devem ser feitas na fanpage Na Responsa (www.facebook.com/ naresponsa) no Facebook, onde também está disponível todo o regulamento do concurso. Só subir tudo lá e divulgar para os amigos se sua criação for selecionada. A escolha dos vencedores se dará por votação popular.

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• Por que o menor de 18 anos não pode beber? Porque seu sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento e o álcool pode interferir no amadurecimento. Tipo assim: pode diminuir a capacidade de concentração e também deixar com problemas de aprendizado. Isso quer dizer começar a ir mal na escola. • É proibido por lei vender bebida alcoólica para menores. O dono do lugar pode ser multado e ficar detido de dois a quatro anos. • Não vai achando que o jovem reage à bebida alcoólica como o adulto. A transformação do álcool em outras substâncias no corpo é diferente. Por isso ele se embriaga mais rápido.

4. AGORA É MÃO NA MASSA! Não se esqueça que você está falando de jovem pra jovem. A ideia é que sua criação artística fique divertida e que ajude os jovens a refletir sobre as consequências do uso indevido de bebidas alcoólicas.

NÃO PERCA AS DATAS! ETAPAS

INÍCIO

FIM

Inscrição

30/09

29/10

Banca julgadora

04/11

04/11

Anúncio dos finalistas

05/11

05/11

Votação popular

06/11

19/11

Anúncio dos ganhadores

20/11

20/11


COMO se

divertir seM

ressaca Nada de ficar de papo pro ar. Confira nas páginas a seguir dicas de como aproveitar seu tempo livre para passear, paquerar, viajar, cozinhar e, para quem é mais CDF, estudar – e de graça.


A gente se virA

cine galera Kayam mendes ROnaH CaRRaRO

Se as pessoas não podem ir até o filme, como levar o filme até as pessoas? Leo Villas Verde Cunha, da Associação Cipó Comunicação Interativa, em Salvador, conhece os atalhos. Ele organiza o Cine de Responsa, que exibe filmes e propõe debates nos lugares mais improváveis. “Imagine chegar numa ocupação cheia de barracos, esgoto a céu aberto, barulho e lixo, montar seu equipamento e chamar um monte de crianças para assistir a um vídeo. Isso é piração!”, conta. Tá a fim de organizar uma sessão dessas na sua comunidade? A gente dá uns toques.

o espaço_ Olhe ao redor e busque espaços acessíveis, tipo a sala de vídeo da escola ou das ONGs. E abuse da criatividade. O Cine Degrau, no Jardim Ângela, em São Paulo, conseguiu financiamento coletivo para montar um cinema em pleno escadão do bairro.

plateia_ Defina qual é o seu público. Não adianta passar um filme sobre a Revolução Francesa para uma turma de segundo ano, né? É fundamental pensar no que pode interessar a galera.

Boquinha_ Tem que rolar um lanchinho para acompanhar a sessão. Uma sugestão superbacana do Leo é preparar uma bacia gigante de pipoca e guaraná. Evite coisas que façam muito barulho, como salgadinhos com aqueles pacotes hiperescandalosos. O povo precisa se concentrar.

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TELONA_ A menos que você tenha um projetor ou uma baita TV, passar um filme para 30, 40 pessoas é um desafio. No YouYube, o canal Manual do Mundo ensina a montar um projetor caseiro usando o celular. Vale conferir: http://migre.me/g7BoU

faça você mesmo

DIGA XIS! VANESSA RIBEIRO

JULIANA MOTA

Você é do tipo que vive tirando foto? Que tal usar as suas preferidas para dar um up naquela parede vazia? Como? Aprenda aqui a fazer um mural. Seja criativo e mostre para os seus amigos que, além de mestre na fotografia, você manda bem na decoração.

1

Recorte uma folha de papelão em um círculo. Depois corte o miolo, deixando 10 centímetros de largura entre o centro e a borda.

3

Com cola quente, grude os pregadores em volta do papelão. Lembre-se de deixar o lado que prende virado para a borda.

4

Utilize fita dupla face para fixar tudo na parede. Fica melhor em superfícies sem textura.

ICa #fICaD

DICa #fICa Conversar sobre o filme também é importante. Seu colega pode ter tido uma sacada que você não captou, e vice-versa. Ter um mediador que entenda do tema e ajude a conduzir a conversa pode ser legal.

2

Com um pincel, passe quantas mãos de tinta acrílica colorida desejar no papelão e em pregadores de roupa de madeira. Espere secar.

5

Organize as fotos da forma que preferir. No centro, você pode colocar uma maior ou até um espelho.

Outra ideia é pintar os pregadores de diversas cores e posicioná-los como se fossem um arco- íris. Ou fazer colagens na base, com imagens de revista e papel de presente.

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ROLÊ BARATO

JUNTE AS MOEDAS E CAIA NA ESTRADA HARRISON KOBALSKI

DICa #fICa

Para comer barato, pesquise o que o lugar oferece antes de ir e aposte nos restaurantes onde a população local come. O Guia Catraca Livre e o aplicativo Food Brasil também têm indicações. Mas o mais barato mesmo é fazer um supermercado e dividir os gastos com o pessoal.

Quer viajar nas férias, mas a grana tá curta? Calma! Dá para rodar por aí gastando bem pouco (ou ganhando, se for o caso). Tá pensando em ir de busão? Os sites Embarcou.com e o GuichêVirtual.com.br são alternativas para buscar tarifas baratas e também aceitam parcelamento da fatura. Se for para algum lugar longe, vá de madrugada e aproveite um dia a mais de viagem. De carro? O site Caroneiros.com tem motoristas dispostos a rachar o percurso. Hospedagem? Inscreva-se no Couchsurfing.com.br e procure um sofá amigo para te receber. Ou busque um hostel econômico no Hostelworld. com. Alguns servem café da manhã. Agora, se você quiser radicalizar e viajar de navio, tem a opção de trabalhar enquanto viaja – e, de quebra, fazer amigos. Veja vagas para tripulação no site Portsideagencia.com.br.

CURSOS ONLINE

EDUCAÇÃO GRÁTIS VANESSA RIBEIRO

Cada um tem seu jeito de aprender. Uns preferem ouvir, outros ler e tem aqueles que gostam mais de ver vídeos. Seja qual for o seu perfil, você pode encontrar um curso na Internet para aprender algo que tem vontade. E o melhor: sem colocar a mão no bolso. Mas fique esperto. Muitos cobram algum tipo de taxa depois que você já começou. Testamos a maior parte deles e listamos ao lado os que oferecem cursos grátis de verdade.

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Tirou nota baixa? Aqui é possível ter aulas de exatas. Os conteúdos são voltados para quem está no ensino fundamental, médio e vestibular. Os professores sempre ajudam e respondem as dúvidas dos alunos. O conteúdo é gratuito e dinâmico.

Tem interesse em experimentar cursos na área da comunicação? A Énois | Escola Livre de Conteúdo Jovem oferece seu primeiro curso de produção de videodocumentário. As aulas são em formato de vídeos tutoriais e dinâmicas.

Você só precisa se cadastrar e estudar. Durante o curso, há provas que valem nota. A única taxa que tem que pagar é a de R$ 19,90 no final do curso para pegar o certificado – mas não é obrigatório. Precisa ter 60% de aproveitamento para conseguir o certificado.

> MESALVA.COM

> UDEMY.COM/ENOISVIDEODOCUMENTARIO

> CURSOVIOLAO.MUS.BR

DICa #fICa O Você Aprende Agora tem lições de inglês para iniciantes e também para quem quer se aperfeiçoar. É preciso fazer cadastro. As aulas são todas em vídeo. O método de ensino é baseado na Universidade de Cambridge.

No site da Associação Brasileira de Ensino a Distancia dá para encontrar cursos de todas as áreas. E consultar se eles são livres, autorizados, grátis, pagos, credenciados ou não pelo MEC.

> VOCEAPRENDEAGORA.COM

> ABED.ORG.BR

Se, além de aprender, você gosta de ensinar, vai curtir o Cinese: você pode dar uma oficina do que quiser, é só marcar data e local de encontro. Interessou? Tem mais na página 14. Dá um pulo lá!


BOMBAR NO FACEBOOK

Gorventuras culinárias

- COM MATHEUS OLIVEIRA

PORQUE COZINHA NÃO É LUGAR DE GENTE SEM GRAÇA!

KAROLINE MAIA ANDRÉ RODRIGUES É importante que sua página tenha uma linguagem própria e uma identidade visual. Alguns sites ajudam. No Dafont. com dá para baixar fontes de letras bem legais. Programe o horário de publicação usando o relógio que aparece na hora de escrever. O melhor é postar às 11h, 15h ou 20h. Saiba mais nesta pesquisa: http://migre.me/g4h2b.

para virar a noite jogando videogame

Existe uma ferramenta para convidar os amigos para curtirem a página. Enviar para os seus contatos e pedir para que os mais íntimos compartilharem é a sua melhor propaganda ;) Acompanhe a interação do público no recurso de informações de página. Dá para saber exatamente quais os assuntos e dias da semana que funcionam melhor no seu caso. Sortear camisetas, amisetas, livros ou ingressos para eventos pode funcionar. Mas o fundamental é ter publicações diárias. Visite a página @naresponsa para saber mais.

queijo bacon hambúrguer pãozinho

BURGUINHO DA MADRUGA A situação é a seguinte: é tarde da noite, você está jogando videogame com os amigos e bateu aquela fome. O que fazer? Já pro fogão! Vamos começar pelo hambúrguer. Você vai precisar de maminha ou alcatra moída – um quilo custa entre R$ 10 e R$ 15 e rende uns 11 hambúrgueres. Com a carne em uma tigela, coloque sal e pimenta do reino a gosto e três colheres de sopa de molho barbecue para cada quilo de carne. Misture tudo com as mãos, amassando bem. Depois, é só modelar o hambúrguer e mandar para a frigideira quente. Em fogo baixo, doure cada lado de sete a dez minutos. Para acompanhar, três opções de molho. Creme de alho: amasse bem três dentes de alho junto com sal e azeite de oliva. Depois misture com maionese e um pouco de creme de leite. Molho de cheddar: derreta o queijo numa panela e adicione creme de leite até ficar cremoso. Finalize com um pouco de orégano. Molho rosê picante: misture ketchup, molho barbecue e creme de leite, adicione algumas gotas de molho de pimenta e misture tudo. Vai por mim: com essa receita, o jogo não vai ser a melhor parte da sua madrugada.

+

Acompanhe o Instagram do Gorventuras Culinárias!

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engrossa

o caldo aê! Algumas bibliotecas são espaços públicos. Logo, elas pertencem a você. Tem gente que já se deu conta disso e está ocupando o vão das prateleiras com vozes, música e atitude. paula desgualdo

N

julia motta

o segundo sábado de cada mês, a biblioteca municipal Cora Coralina, em Guianases, no extremo leste de São Paulo, vira palco de poetas, dançarinos, instrumentistas, escritores e rappers. Tem varal poético, performance e caldinho de feijão – com cuidado para não sujar os livros. E tem, principalmente, gente que entende o espaço público como um lugar que deve ser ocupado pelas pessoas. É assim o Sarau de Arte Maloqueira, ou só Sarau da Maloca, organizado pelo coletivo de mesmo nome. “Nossa proposta é a apropriação dos espaços públicos, institucionais e alternativos, e a biblioteca é mais um deles”, explica Renildo Oliveira, 27 anos, integrante do grupo e jovem ativo da comunidade (como quis se apresentar nesta reportagem). Nas últimas décadas, a relação dos jovens com a biblioteca vem passando por transformações importantes. “Por muito tempo, foi algo sufocante, porque ir à biblioteca significava fazer consultas solicitadas pelos professores para algum trabalho ou prova”, lembra William Okubo, coordenador da Coleção de Literatura e Humanidades da Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo. Basta uma visita à biblioteca estadual Parque de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, para ver que algo está mudando. Inaugurada em 2010, no meio de um complexo com cerca de 15 favelas, ela é toda feita de vidro e não segue à risca aquela história de manter silêncio. “Mais que um local para leitura, é uma área para estar junto”, conta o diretor Alexandre Pimentel. Pensar

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“por muito tempo, a biblioteca foi algo sufocante, porque significava fazer consultas para trabalhos e provas”


Tirando a poeira: Renildo e Richard, do Arte Maloqueira ocuparam a biblioteca Cora Coralina, em Guaianases, SP.

em um espaço que dialoga com o território parece ter aproximado o público. Vários projetos foram propostos pelos jovens da própria comunidade, que começaram a aproveitar o lugar para realizar outras atividades. Todas as noites, depois das 20h, rola um ensaio do pessoal do hip hop, e o sarau que já existia na região há 12 anos agora acontece na biblioteca. “São duas questões fundamentais: o que fazer na região de periferia e qual é o papel da biblioteca moderna”, coloca Alexandre. Embora já tenha nascido com uma proposta de integração, a Manguinhos

não é a única que se preocupa com a interação com a galera. Dê um passeio pela programação de outras bibliotecas e você vai encontrar atrações como teatro, oficinas, dança e cinema. Na Viriato Corrêa, na Vila Mariana, em São Paulo, tem a Fantástica Jornada Noite Adentro, uma sequência de atividades que acontece durante a madrugada. “A tendência é que a biblioteca se torne, além de fonte de informação, um lugar para trocar ideias, fazer críticas e dar sugestões”, conclui Okubo. Agora que caretice não é mais desculpa, cola na biblioteca. \o/

DICa #fICa Na real, oferecer opções de lazer e cultura é dever do poder público. Suprir a ausência delas na região onde você vive pode não ser tarefa das mais fáceis, mas sem dúvida começa com o diálogo. Se você tem uma ideia legal para a biblioteca do seu bairro, o primeiro passo é organizar a proposta e conversar com o coordenador local.

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O BRASIL COM

100

JOVENS EQUIPE NA RESPONSA

ANDRÉ RODRIGUES

SEXO

quem são?

81 já transaram

PERFIL

61usaram camisinha na última vez

20 têm entre 15 e 17 anos 47 têm entre 18 e 24 33 têm entre 25 e 29 50 são homens 50 são mulheres 85 moram na cidade 15 no campo 66 são solteiros 61 vivem com os pais

ALIMENTAÇÃO

41 70

comem porcaria 5 dias por semana ou mais

comem feijão 5 dias por semana ou mais

ATIVIDADE FÍSICA

30

podem ser considerados ativos

POLÍTICA

VIOLÊNCIA

TECNOLOGIA

7 12_NA RESPONSA

54 16

sofrem bullying

acham um tema muito importante

consideram nada importante

40 91

tiraram o título de eleitor aos 16 anos

acreditam que podem mudar o mundo

89 têm telefone celular

80

usam computador e/ ou Internet


Se você acha que o jovem brasileiro é acomodado, desinteressado, desocupado e transgressor, errou feio. A verdade é que, segundo pesquisas recentes feitas com pessoas entre 13 e 29 anos, somos trabalhadores, superconectados e acreditamos num futuro mehor para o país. E, apesar de muitos fugirem da roda quando o assunto é política, a maioria ainda acredita que ela pode melhorar a nossa vida. UFA! Os dados abaixo (imaginados como se o Brasil tivesse apenas 100 jovens) comprovam que, na real, a maior parte das pessoas é mais parecida com a gente do que imaginamos.

ÁLCOOL

66 10 24

INFORMAÇÃO

83 56 23

não consome bebidas alcoólicas consome raramente consome bebidas alcoólicas

Nos últimos 10 anos, o número de estudantes adolescentes que experimentou bebidas alcoólicas diminui significativamente.

1

88

75

1993

1997

na Internet em jornais impressos

ESCOLA/TRABALHO

63

74 trabalham ou estão 38

1989

se informam pela TV aberta

2004

procurando emprego

37 vão à escola 22 trabalham e

25 2010

Os dados foram arredondados para demostração gráfica

2

estudam

33 pararam de estudar antes do que gostariam

o que pensam?

SOBRE O QUE ELES QUEREM FALAR COM OS AMIGOS

O QUE OS PREOCUPA 43%

42%

Segurança/ violência

Desigualdade entre ricos e pobres

34%

46%

Emprego/ profissão

41% 31% 30% Drogas

Sexo

Violência

O QUE MAIS INCOMODA NO BRASIL

26% Saúde

O QUE EXISTE DE MAIS POSITIVO NO PAÍS

Poder dos traficantes

67%

Corrupção

Fontes: Os dados dos gráficos são uma adaptação ilustrativa baseada na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar PENSE 2012 (IBGE) e na Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião da Juventude Brasileira 2013 (Participatório) / 1 - Relatório brasileiro sobre drogas: SENAD IME USP - Brasília 2009. / 2 - Levantamento sobre o uso de substâncias psicoativas entre estudantes da rede pública e particular das 26 capitais e Distrito Federal. CEBRID, 2010

63%

Possibilidade de estudo

55%

Liberdade de expressão

46%

Estabilidade econômica

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deixa que

eu ensino Bruno, Camila, Vanessa e Kaue saíram da escola, questionaram o modelo de ensino tradiconal e resolveram inovar na forma de ensinar. Acreditaram que aprender pode ser divertido, democrático, instigante e, acima de tudo, transformador – principalmente para eles mesmos. vanessa ribeiro e Harrison KobalsKi

josé azevedo

julia motta

Sintonia fina

Q

uando Bruno Correia, 22 anos, era aluno, jamais passou pela sua cabeça a possibilidade de se tornar um educador. “Eu simplesmente achava que aquilo não era para mim”, conta. Em 2006, ele entrou para a UNAS – União de Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis e Região, em São Paulo, e começou a participar de projetos sociais. Ali, sem perceber, já estava se deixando seduzir pelo prazer de ensinar e compartilhar. “Fiz muitos amigos e aprendi muitas coisas novas. Mas o mais interessante foi perceber o impacto dos projetos na vida das pessoas, que se reuniam para tentar melhorar o lugar onde vivem”, lembra. Em 2010, ele foi chamado para o projeto Jovens Alconscientes, de conscientização sobre o consumo de bebidas alcóolicas. Nos dois anos de formação, saía pela comunidade replicando conhecimento, além de acompanhar ações como a Balada Black, a Blitz Heliópolis e o Festival Helipa Music.

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Até que, no ano passado, Bruno queria descolar uma grana e acabou topando ser educador nesse mesmo projeto. “Recebi o convite e aceitei sem pensar”, diz. Com o tempo, foi ganhando confiança e se soltando. Hoje, em suas oficinas, ele fala com naturalidade sobre álcool e sexo com jovens de 14 a 18 anos. O segredo? Transmitir conteúdos sérios de uma forma engraçada. O fato de ter passado exatamente pela mesma formação que seus alunos ajuda bastante. “Sei como eles pensam e o que querem que aconteça numa aula para que o clima não fique rígido como na escola”, explica. O sorriso no rosto denuncia o sentimento de realização. A responsabilidade é grande. O que ele leva aos seus 20 alunos é replicado para mais de 6 mil pessoas da comunidade. Ensinar, ele diz, é aprender duas vezes. “Acho que fui atraído pela transformação que podemos fazer na vida dos outros. Se uma ou duas pessoas saírem daqui com mais consciência, já é uma vitória”. Uma mudança e tanto para quem nem sonhava em dar aula.


“Acho que fui atraído pela transformação que podemos fazer na vida dos outros”, diz Bruno Correia.


Mantra da turma do Cinese: Todo mundo pode ensinar e aprender.

Democratize já! As irmãs CAmilA, 26 Anos, e AnnA HAddAd, 27, buscavam alternativas legais de aprendizagem e troca de conhecimento quando decidiram criar, em agosto de 2012, uma plataforma de crowdlearning, ou aprendizado colaborativo: o Cinese. A ideia é simples: todo mundo pode ensinar, todo mundo pode aprender. “Quem quer ensinar cria um evento, que pode ser pago ou não, e reúne os interessados em saber mais sobre o assunto”, explica Camila. A possibilidade de temas é infinita. Vale culinária, fotografia, meditação, matemática ou programação. Ninguém precisa ter formação para dar uma aula, um workshop ou uma oficina. O site é um dos poucos no Brasil que servem de ponte para o aprendizado dessa maneira. Em pouco mais de um ano de existência, mais de 1600 pessoas trocaram conhecimentos pelo Cinese. Os encontros rolam em diversos locais, como casas, parques, estúdios e onde mais as pesso-

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as estiverem dispostas a ir. Camila e Anna acreditam em um aprendizado livre, sem barreiras. Para elas, as cidades são por natureza um espaço educativo. Hoje, além das duas, mais três pessoas fazem parte da equipe cinética: a Giovana, de 23 anos, cuida de relacionamentos e comunidade; o Rafael, 27, é designer, fotógrafo e videomaker; e o Kenzo, 33, é o programador da equipe. Camila conta que agora eles já conseguem se sustentar com o dinheiro que o Cinese ganha – quando um curso é pago, parte dessa grana vai para o bolso –, com projetos paralelos e também com oficinas que eles mesmos oferecerem. As mensagens por e-mail e Facebook que recebem são um incentivo para que continuem empenhados em promover esse tipo de encontro. “É muito bacana perceber que, embora de forma tímida, o que a gente faz impacta positivamente na vida de outras pessoas”, orgulha-se Camila.


Papo reto “Eu lEmbro quE Estava trEmEndo demais, aí eu escondi as mãos atrás das costas, porque eu pensei: pô, meu, se eu passar insegurança, já era.” Assim, Vanessa Oliveira, 20 anos, conta como foi entrar na sala de aula pela primeira vez no papel de professora. Mesmo com tudo preparado, ela sentiu ali a pressão que é estar diante de 46 alunos. Vanessa está no segundo ano da faculdade de comunicação e já trabalha como professora de filosofia e sociologia para três turmas. Mas isso não é o mais surpreendente. Quando percebeu o desinteresse dos seus alunos em sala de aula, foi em busca de alguma coisa que pudesse chamar a atenção dos jovens e retomar neles a vontade de aprender. “Descobri que seria possível ensinar temas importantes por meio da prática jornalística”, diz. Então escreveu um projeto para dar oficinas de produção de fanzine nas suas horas vagas – voluntariamente – e apresentou a proposta para a direção da escola. “Eles ficaram surpresos, porque não estavam acostumados a receber pedidos desse tipo. Mas toparam. Juntamos 20 alunos e começamos em abril”, lembra. O impacto foi grande. No começo, nenhum dos jovens tinha ideia do que era jornalismo. Agora alguns já consideram trabalhar com isso. “Sinto que eles são mais questionadores na oficina. Anotam as coisas e fazem perguntas. Criamos um ambiente em que o jovem pode escolher e conversar, e isso o motiva”, diz Vanessa. Apesar de ter seis professores na família, incluindo a própria mãe, que dá aula há 23 anos, ela conta que o interesse em dar aula surgiu na faculdade, observando o jeito de um professor. “Aí eu pensei: é isso que eu quero”, conta. A insegurança não atrapalhou a tão temida primeira aula, que foi um sucesso. A tática que ela usou para entreter os alunos foi simples: levou música e fotografia, tudo muito familiar para os adolescentes. Isso só fez com que curtisse ainda mais a experiência. “Eles se interessaram de imediato, foi muito legal. Eu saí de lá flutuando, parecia que eu estava em outra dimensão”, lembra.

“Saí da sala flutuando. Parecia que estava em outra dimensão”, conta Vanessa sobre sua primeira aula.


Em sala de aula, Kaue Lima faz de tudo para questionar o jovem e fugir do clรกssico GLS (giz, lousa e saliva).


Aprendendo a ensinar Um belo dia, a mãe de KaUe lima, que é professora de matemática, fez a seguinte proposta: “Por que você não vai dar aula?” Ele topou. Na verdade, seu sonho era outro. “Eu queria me formar em direito, só que eu sou da periferia, não tenho muitas condições financeiras”, conta. No começo, dar aulas seria algo temporário. O plano era juntar dinheiro para poder cursar direito. Enquanto isso, foi fazer faculdade de história, outra paixão. Hoje, o jovem professor dá aulas para o ensino regular e para o EJA (Educação de Jovens Adultos) no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. Seus alunos o elogiam no Facebook e ele comenta: “É fundamental enxergar o aluno como pessoa, não só como parte do trabalho”, afirma. Mas sua relação com os estudantes tem regras. Uma delas é nunca revelar a idade – rola um receio de acharem no EJA que ele é novo demais. E, no ensino médio, teme que os alunos ultrapassem os limites por terem quase a mesma idade. A propósito, ele tem 22 anos. E é por isso que tenta fugir do estilo GLS (giz, lousa e saliva). “Quando eu era aluno, achava que passar texto era uma coisa antiquada.” Então resolveu tratar o jovem como gostaria de ser tratado: instigando-o a pensar fora da caixa. Kaue tem nada menos que 660 alunos. A cada ano leciona em uma escola diferente, porque não tem cargo efetivo. Nos dias difíceis, quando a sala está agitada, faz questão de provocar: “Homens que viviam acorrentados em uma caverna acreditavam que as sombras que enxergavam na parede eram a realidade. Aqueles que conseguiram sair descobriram que as sombras eram, na verdade, de homens como eles. E mais, que fora havia um mundo inteiro para ser descoberto. Cabe a cada um escolher ficar dentro ou fora da caverna”, diz, citando Platão para chamar a atenção. Ele curtiu tanto essa história de ensinar que deixou o sonho de ser advogado para trás e descobriu que sonhar é bom, mas a realidade pode ser ainda melhor.

DICa #fICa

Ficou a fim de dar aula mas não sabe se tem jeito pra coisa? Teste sua oratória – e conhecimento – no Escola Livre. O projeto, do site Catraca Livre, recebe vídeos de jovens que querem ensinar temas que podem cair no vestibular. E ainda vai premiar com tablets os vídeos mais votados pelo público. Acesse para participar: www.escolalivre.me. Fique ligado também no Educ.Ação, coletivo que está dando a volta ao mundo para descobrir escolas que inovam na educação: www.educ-acao.com.


SE LIGA NO

IMPOSTO KAYAM MENDES

ANDRÉ RODRIGUES

O Brasil está entre as 30 nações que mais cobram impostos no mundo. Se você nunca deu muita bola para isso, dá uma olhada em quanto se paga nos produtos mais consumidos pela galera jovem. Depois responda: pesa ou não pesa no seu bolso?

V

amos simplificar: imposto é uma grana que o governo recolhe para pagar suas contas. Isso deveria voltar para a gente em forma serviços públicos, tipo escola e hospital. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o Brasil está entre os países com maior carga tributária – só neste ano, trabalhamos até o dia 31 de maio para bancar tarifas. E ainda sim, temos dificuldades em bancar os gastos públicos. O contador Alexandre Akira Goma, professor na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), explica que o tipo de produto faz diferença. “Cobra-se menos pelos essenciais, como o arroz e o feijão. Já os produtos importados costumam ser um pouco mais caros para proteger a economia local, ou seja, favorecer a indústria nacional”, diz. Uma lei aprovada em junho tornou obrigatória a divulgação dos impostos dos produtos na nota. “É fundamental saber quanto pagamos, isso torna o preço mais transparente”, opina Alexandre. Antes de torrar sua grana, saca quanto vai de imposto no que você consome.

Tênis nacional

30% ,75

O QUE É CADA TARIFA

As taxas por trás dos produtos ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, cobrado sobre a movimentação dos produtos

Tênis importado

45%

ISS – Imposto sobre Serviços IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IOF – Imposto sobre operação de crédito – ou seja, sobre transações de dinheiro PIS/CONFINS – Ferramenta

,90

do governo para pagar o INSS e o seguro-desemprego Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, taxa combústivel e redes de comunicação, como celular e computador


perfume nacional

chiclete

perfume importado

34%

57% 66 % ,66

,82

videogame

62% , 10

celular e câmera

38% ,77

DICa #fICa Já ouviu falar do Na real? É um aplicativo de celular para sistema operacional IOS e Galaxy que mostra o valor dos impostos que pagamos em cada produto. Olho aberto!

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)

NA RESPONSA_21


RESPONSA NA PRÁTICA

Uma seleção do que a nossa rede está aprontado por aí, para você replicar na sua comunidade. EQUIPE NA RESPONSA

COMO FAZER... UM EVENTO DE RESPONSA

Em agosto, o Instituto de Compromisso do Desenvolvimento Humano (ICDH) realizou, mais uma vez, uma intervenção na festa de peão de Barretos para pautar o consumo consciente. Juntamos algumas dicas para você usar no seu.

18 DIA_ Para economizar energia, o ideal é realizar seu evento durante o dia, em espaços abertos que aproveitem a iluminação natural. Parques, praças e ruas são ótimas opções.

JOVENS_ Para incentivar os jovens a se divertir com responsabilidade, pense em atividades especiais para esse público, mostrando que é possível curtir sem ter que consumir bebida alcóolica.

GAMES DE RESPONSA A ONG Bom Samaritano e a Associação Cristã de Moços (ACM) desenvolveram, com suas equipes, jogos para trabalhar com os jovens a temática do álcool. Inspirese nessas ideias.

22_NA RESPONSA

TRANSPORTE_ Escolha lugares onde o acesso ao transporte público é fácil. Se esse não for seu caso, providencie ônibus ou vans que possam levar as pessoas para casa em segurança.

CANECA_ Ao usar canecas de plástico, daquelas que se pode levar para casa, você diminui o lixo do evento e ainda deixa o público feliz por ter ganhado um brinde bem legal ;)

MEMÓRIA_ A turma elaborou perguntas e respostas sobre o álcool e, com cada dupla (de pergunta e resposta), criou cartões usando papel, imagens, tesoura e cola. Vence quem tiver descoberto o maior número de pares – e souber mais sobre o tema. Contato: (51) 3493-7073

LIXO_ Promova oficinas de reciclagem de lixo e, durante o evento, espalhe cestos de coleta seletiva que indiquem que tipo de material deve ser descartado ali.

CAMPANHA_ Pendure cartazes de consumo responsável pelo espaço, faça drinks sem álcool para os menores de idade e dê pulseiras para identificar os maiores de 18 anos.

TABULEIRO_ Para avançar no tabuleiro, o jogador precisa responder a uma pergunta que testa seu conhecimento sobre o álcool. Se acertar, avança casas – e regride caso erre a resposta. O jogo foi a forma ecnontrada pelo grupo para revisar o tema. Contato: (51) 3261-9744


DIA DE RESPONSA no dia 20 de setembro, rolou uma megamobilização pelo consumo consciente de álcool no mundo todo. as 21 ongs brasileiras que participam do programa Jovem de responsa fizeram bonito.

só cresce! Os números do Dia de Responsa da Ambev só aumentam. Confira essas conquistas.

10 25 21

16 120

anos

mil

ongs

times

mil

de programa de consumo responsável

pessoas mobilizadas no brasil

em cinco estados do brasil

de futebol aderiram à campanha

participaram no mundo

na responsa_23


você tem

co? fo

1

Olhe para a área de trabalho do seu computador. Quantas janelas estão minimizadas? a Não liguei o computador, agora estou lendo a Na Responsa.

3

O mundo atrai os seus sentidos o tempo todo, por todos os lados. E você, se rende? Faça o teste e veja se a falta de concentração anda atrapalhando a sua vida. HARRISON KOBALSKI

Na aula daquele professor chato, você?

a Presta atenção e faz anotações, afinal o conteúdo vai cair na prova.

b Uma só, deixo a caixa de entrada do meu e-mail sempre aberta.

b Até fica atento, mas de vez em quando dá uma espiada pela janela para ver o movimento lá fora.

C Umas dez. Ok, tem algumas que eu

C Aproveita para fazer o trabalho da aula

não lembro mais por que abri.

seguinte, que ainda não ficou pronto.

D Trocentas. Se for contar o número de abas no meu navegador, então, esquece.

D Passa a aula inteira desenhando o cara que senta ao seu lado.

2

4

Sabe as promessas que você fez no início do ano? Agora que ele está chegando ao fim, você... a Está feliz e satisfeito por ter cumprido todas e faz os planos para o ano que vem.

b Estudou mais e começou a fazer esporte, mas sente que poderia ter se empenhado mais. C Lembrou delas só no primeiro trimestre, depois renovou tudo. D Que promessas?

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS A MONGE Vem cá, como você consegue ser tão focado em um mundo onde acontece tanta coisa ao mesmo tempo? Sua concentração é invejável! Diz aí o segredo, vai.

24_NA RESPONSA

Pense no último livro que você leu. Como foi?

a Era uma série de três livros, li um pouco todos os dias até chegar ao fim. b Faltou só o último capítulo.

5

No ônibus, a caminho do trabalho ou da escola, você...

a Vai olhando pela janela e pensando mentalmente no caminho, calculando o tempo que falta para chegar.

b Coloca o fone e vai curtindo um som, mas confere de tempos em tempos em que parte do caminho o busão está. C Vai ouvindo música e enviando SMS, às vezes passa um ponto e volta andando. D Fica batendo papo com algum desconhecido, perde o ponto e só se dá conta umas cinco paradas depois.

6

Enquanto fazia esse teste, você...

a Só fazia este teste, ué. b Parou para cumprimentar um conhecido, depois voltou a ler.

C Cheguei na metade, deixei ao lado da cama por meses, comecei outros dois livros e acabei não terminando.

C Respondeu uma pergunta, foi até a geladeira, olhou o Face e terminou.

D Cada vez que abria, lembrava de algo que precisava fazer. Não saí da primeira página – isso faz uns dois anos.

D Começou anteontem, esqueceu a revista no banheiro e, agora que voltou, caiu direto nesta pergunta. Oi?

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS B BALANÇA Você encontrou um equilíbrio. Não desliga por completo quando vai realizar suas tarefas, mas consegue manter a concentração que cada situação exige.

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS C QUARENTENA Seu caso ainda não é preocupante, mas merece um período de observação. Desligue o que não é importante e veja como pode ganhar tempo com isso.

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS D POLVO MENTAL Sua cabeça pensa que tem pelo menos oito braços e que dá conta de usar todos ao mesmo tempo, cada um para uma tarefa. Cuidado, vai dar bug!


E SE...

NÃO EXISTISSE MAIS ÁGUA Tome esse balde de água fria: em 2030, quase metade da população mundial pode ficar sem água. Já pensou nisso? Imaginamos como seriam algumas situações do nosso cotidiano se esse dia chegar – e aproveitamos para calcular os litros que desperdiçamos em cada uma delas. VANESSA RIBEIRO

louça

banho

COMO É: Uma chuveirada de 5 minutos, fechando o registro na hora de se ensaboar, consome uma média de 45 litros de água. COMO PODE SER: Com uma geleca que seca na pele e absorve a sujeira. Na África do Sul, um universitário já criou um gel que substitui a água e o sabão.

Escovar os dentes

COMO É: 5 minutos de escovação levam 12 litros de água pelo ralo. COMO PODE SER: Engoliremos a pasta de dente. Nos Estados Unidos, já existe uma escova que libera o creme e dispensa água.

BERNARDO FRANÇA

COMO É: 15 minutos lavando pratos desperdiçam 117 litros de água. COMO PODE SER: Teremos pratos e talheres comestíveis. Assim, quando acabar a refeição, não precisa lavar louça. Os pratos já existem. Foram desenvolvidos por designers do instituto holandês Piet Zwart, em Rotterdam.

Privada

COMO É: Uma única descarga também gasta cerca de 12 litros de água. COMO PODE SER: Vamos enterrar o cocô, igual cachorro. O Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (GO) transforma os dejetos em adubo.

Fonte: Albano Araújo, coordenador da estratégia de Água Doce da TNC – The Nature Conservancy

Lavar roupa

COMO É: 15 minutos de torneira do tanque aberta levam embora 279 litros de água. COMO PODE SER: Teremos roupas descartáveis e biodegradáveis. Tipo aquelas de TNT que são usadas por médicos e enfermeiros.

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HACKEAR

A POLÍTICA Esqueça o terno e a gravata. Política se faz o tempo todo, com tecnologia, transparência e sem burocracia. É o que defende o hacker Pedro Markun, 27 anos, que conversou com a equipe Na Responsa, representada pelo repórter Kayam Mendes.

PEDrO MarKUN Hacker, 27 anos, membro fundador do Transparência Hacker e do Ônibus Hacker, que ocupa cidades para falar sobre política. Kayam: O que é um hacker? Pedro: Hacker é um cara que entende muito de um sistema a ponto de transformá-lo. Um chef de cozinha pode ser hacker em um determinado ingrediente, por exemplo. Eu quis entender como funcionam os sistemas políticos para poder transformá-los.

TRABALHO PARA TRANSFORMAR A POLÍTICA, PARA QUE AS PESSOAS POSSAM PARTICIPAR DELA”

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K: Como é isso na prática? P: Há alguns anos, um deputado nos chamou para participar da elaboração da lei de acesso à informação. Começamos a escrever a lei, mesmo sem entender disso, e ela foi aprovada. Hoje, toda informação pública deve ser liberada em formatos abertos, para que as pessoas possam utilizar esses dados depois. K: Como os políticos veem esse trabalho? P: Tem um monte de político que não quer compartilhar o poder. Mas a coisa mais incrível que eu aprendi é que tem um monte de gente dentro da política que quer mudar o Brasil. K: O que é política, afinal? P: A gente colabora politicamente com os outros o tempo todo, sem perceber. A ideia do mutirão, por exemplo: alguém precisa subir a casa, todo mundo tira o sábado para ajudar e, depois, quando fica pronto, participa do churrasco. Eu entendo que isso é fazer política de habitação. Quem disse que política não tem que ter feijoada e samba? Acho que a gente tem que desburocratizar.

kayam mendes Estudante, 17 anos, morador do bairro Capão Redondo, em São Paulo. Pedro: O que é um hacker para você? Kayam: Para mim, ele é um detetive virtual que consegue analisar informações. E, com senso de justiça, pode consertar aquilo usando as informações que pegou antes. Ou pode ser um bandido que usa as informações para prejudicar alguém. É um bandido virtual, se aproveitando de alguma coisa que não é dele. P: Em uma palavra, o que é política? K: Encaixar. P: Eu queria entender um pouco porque as pessoas não participam da política... K: Eu não conheço um único político. Talvez por isso, participar efetivamente pareça algo muito distante. Política parece ser chato e burocrático. Nós não somos familiarizados com o tema: não ouvimos falar na escola, em casa, na rua. Somos estimulados a querer coisas individuais, acho que falta a sensação do coletivo. Não sei se é um problema mundial ou se é do Brasil. P: A visão mundial que se tem do Brasil é justamente o contrário, que é um país da coletividade... K: A gente vê muitas coisas com as quais não concorda, mas acho que tem muita gente que fica satisfeita em não concordar. Como dizem em uma série que assisto, as pessoas não se preocupam com quem joga, elas só querem ver os filhos crescerem e ter comida na mesa.




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