Pasta e Papel 59

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Ponto de vista

A valorização do setor da pasta e papel: da floresta ao produto final

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presente número de Pasta e Papel foi preparado nas vésperas da Conferência das Nações Unidas Rio+20, onde serão debatidos temas como o desempenho do setor florestal nas bio economias, a importância da sua certificação e o contributo da indústria florestal no desenvolvimento rural. Será, certamente, uma conferência que destacará o fortalecimento da economia baseada em florestas plantadas, obedecendo a sólidos critérios socio ambientais, e a sua importância na promoção do desenvolvimento sustentável, na integridade dos ecossistemas e na conservação da biodiversidade.

Florestas que teremos de continuar a plantar de modo que possamos ultrapassar “as novas tensões no uso da terra, no acesso a água, nas utilizações alternativas dos produtos““ como é referido, neste número, no artigo “Portugal, País de vocação florestal” do Eng. Luís Costa Leal. Paralelamente a esta atenção à questão da matéria-prima, a presente situação económica e financeira implica, mais do que nunca, a continuação da procura de poupanças na melhoria da eficiência da produção. A poupança de energia e a eficiência energética são exemplos do caminho a seguir, como se apresenta no artigo “A eficiência energética como parte da operação no dia-a-dia fabril”. E quando se verifica uma contenção, de um modo geral, na procura do papel, um setor mantém um crescimento continuado na procura mundial: o do papel tissue. Destacamos este importante mercado, apresentando a situação atual nas mais antiga e mais recente fábricas de papel produzindo papel tissue em Portugal (a Fapajal e a AMS Goma-Camps, respetivamente) e num exemplo de recente desenvolvimento e investimento no Brasil (a Mili). Mas o setor do papel não pode estagnar: investimentos bem ponderados e bem implementados são de destacar, como se verificou, no princípio deste ano, com a MP 11 da SAICA em Partington, uma máquina de grandes dimensões e um dos poucos investimentos na Europa, e que trazemos ao conhecimento dos nossos leitores. Uma floresta promotora do desenvolvimento sustentável, base de uma produção empenhada na sua eficiência, com investimentos certos no tempo certo, com a procura de novos mercados, satisfazendo os anseios dos clientes, os caminhos para a valorização do nosso setor industrial.

João de Sá Nogueira Editor

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Indice ABK . . . . . . . . . . . ABTCP 2012 . . . . . Ashland . . . . . . . . Brunnschweiler . . . . CTP . . . . . . . . . . . . IPX India (Adforum) . MIAC 2012 . . . . . . Orbinox. . . . . . . . . Roquette . . . . . . . . Safem . . . . . . . . . . Savcor . . . . . . . . . . Siemens . . . . . . . . . Zellcheming 2012. .

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Sumário N° 59 - Verão 2012 REVISTA PORTUGUESA PARA A INDÚSTRIA PAPELEIRA

REDACÇÃO em Portugal

JOÃO JOSÉ DE SÁ NOGUEIRA Rua Dr. Leonel Sotto Mayor, 50-3° A 2500-227 Caldas da Rainha - PORTUGAL Fax/Tel : (351) 262 838 569 E-mail : joao.sa.nogueira@groupenp.com

REDACÇÃO & PUBLICIDADE no Brasil : ROBERTO T. SEBOK Av. Piassanguaba, 1046 04060-001 São Paulo, BRASIL Tel +5511 9964 2775 / +5511 5587 5750 Cel +55 11 9999 10 76 Email : roberto.sebok@groupenp.com

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AUGUSTO GÓIS Alameda Um de Março, n° 39 - 1° Esq. 2300-431 Tomar - PORTUGAL Tel. 249 322 073 - Fax 249 321 537 Mobil : 917 22 30 42

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STÉPHANE RICHARD 36, rue Stanislas Julien - 45000 Orléans - França Tel : +33 238 42 29 00 Fax : +33 238 42 29 10 Email : stephane.richard@groupenp.com

Maqueta : SIMON

AND

PARTNER’S

PONTO DE VISTA por João de Sá Nogueira

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EM DESTAQUE Papel nacional brilha nos ecrãs de Cannes Grupo Portucel Soporcel marcou presença na DRUPA 2012 No âmbito da ação “Dá a Mão à Floresta”, Grupo Portucel Soporcel celebrou Dia do Ambiente Grupo Portucel Soporcel participou na Conferência RIO+20 Grupo Portucel Soporcel participou na IV edição da FICOR Feira Internacional da Cortiça Grupo Portucel Soporcel celebra Dia Mundial da Floresta: Navigator de mão dada com a floresta Grupo Portucel Soporcel contribui para reduzir o número de incêndios: Projeto-piloto “FLORESTA SEGURA“ em parceria com a Escola Nacional de Bombeiros A Torraspapel continua com o seu compromisso de obter a certificação ISO 50001 para todos os seus centros produtivos Lecta reinvidica os Direitos do Papel” na DRUPA 2012 Por iniciativa da Bracelpa, setor da celulose e papel na Rio+20 América Latina já responde por quase 20% das vendas globais do Grupo Pöyry Cenibra tem novos Diretores

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INDÚSTRIA FLORESTAL Portugal, País de vocação florestal O eucalipto e a indústria de pasta para papel

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INDÚSTRIA FLORESTAL Como Tirar o Máximo Valor em Plantação Florestal

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DOSSIER TISSUE Papel tissue: um mercado com procura crescente FAPAJAL: Uma história de mais de 250 anos Mili: No Brasil, Rumo ao Futuro AMS GOMA-CAMPS: A mais recente fábrica portuguesa de tissue

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CARTÃO CANELADO A MP11 de SAICA em Partington: Crónica de um projeto bem-sucedido

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TIRAGEM 5.500

Portugal 2.200 Brasil 3.300 ENP S.A Capital 38.113 Euro RC Orléans FR 59343037735 36, rue Stanislas Julien - 45000 Orléans - França www.groupenp.com

Editor de La Papeterie, l’Annuaire de la Papeterie 20092010, La Carte Papetière France 2010, El Mapa Ibérica de la Industria Papelera 2011, El Papel, Anuário Ibérico da Industria Papeleira 2009-2010, Turkiye Kagit Sanayii, Paper Middleast.

ENERGIA A eficiência energética como parte da operação no dia-a-dia fabril: Importância da automação e da supervisão de modelos 52 de operação previamente estabelecidos

Official Media Partner

PAPER CLASSIFIED

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Edição conforme o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa 2012

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Em destaque Portugal Papel nacional brilha nos ecrãs de Cannes

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campanha europeia da CELPA “Paper From Portugal - More Forests, Better Future” inspirou cineastas de todo o mundo a participarem no Concurso MOFILM, um projeto criativo e motivador associado ao mais emblemático dos concursos de publicidade, o Cannes Lions Internacional Advertising Festival. O papel nacional foi o grande protagonista nos ecrãs do concurso lançado pela Celpa em parceria com a MOFILM, uma iniciativa que está integrada na campanha internacional “Paper From Portugal”, a qual tem como principal objetivo promover os produtos papeleiros portugueses. “Ao usar papel de Portugal, está a contribuir para um futuro melhor” é a ideia base deste concurso dirigido a todos os realizadores da rede Mofilm para que, através do suporte audiovisual, criem vídeos que permitam contar a verdadeira história dos produtos papeleiros portugueses e a forma como contribuem para a sustentabilidade das florestas portuguesas. Um desafio à criatividade onde se pretende a conceção de filmes emocionais e com potencial de partilha no canal web, vídeos criativos, ousados, dinâmicos, constituindo um dos pontos altos da campanha “Paper From Portugal - More Forests, Better Future” – que decorre até Março de 2013 e cujos objetivos principais, recorde-se, são eliminar preconceitos sobre a indústria da pasta e do papel, clarificar o seu contributo para o crescimento da floresta e demonstrar a sustentabilidade dos produtos papeleiros portugueses. Fundada em 2007, a MOFILM representa uma comunidade de criativos e cineastas que são desafiados a criar filmes para grandes marcas e causas sociais. Trata-se de uma ideia original e revolucionária, que está a

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mudar o paradigma da produção publicitária: através da atribuição de bolsas, os candidatos podem conceber filmes (de 45 a 90 segundos) sobre as marcas e as campanhas que participam no projeto. No final de cada concurso, cada marca dispõe de pelo menos cinco filmes, que pode exibir e promover, contribuindo para aumentar a sua notoriedade ao mesmo tempo que impulsiona a carreira de novos realizadores e criadores. Estes, por seu lado, com produções inovadoras, ousadas, e criativas, têm a oportunidade de conceber trabalhos com elevados padrões de qualidade garantindo uma produção com a máxima independência e liberdade.

Grupo Portucel Soporcel marcou presença na DRUPA 2012

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grupo Portucel Soporcel teve uma forte presença na edição deste ano da DRUPA 2012, a mais emblemática feira europeia dedicada ao sector de artes gráficas e que decorreu de 3 a 16 de Maio em Dusseldorf, na Alemanha. Num stand com uma área superior a 300m², estiveram representadas as marcas do Grupo que têm uma posição de relevo no mercado gráfico. Para além das tradicionais aplicações de impressão offset e pre-print, o Grupo apresentou na Drupa o forte desenvolvimento que as suas


Em destaque

marcas apresentam no segmento digital. Teve assim particular destaque a Soporset, líder no mercado europeu de papéis gráficos não revestidos e a primeira em termos de qualidade percebida e notoriedade espontânea. Estiveram ainda representadas a Inaset, Pioneer Graphic, Explorer Graphic e Target Plus, bem como a Navigator pre-print, marcas de referência no mercado gráfico pela sua elevada qualidade. Devido ao seu estatuto de maior feira mundial do sector gráfico, a DRUPA constituiu uma excelente oportunidade para reforçar, a nível comercial, a posição de liderança que o grupo Portucel Soporcel detém actualmente no exigente mercado europeu, bem como consolidar a sua presença nos restantes mercados para onde exporta os seus produtos. Considerado o ponto de encontro da indústria gráfica, a DRUPA tem lugar de quatro em quatro anos, reunindo desde fabricantes de equipamentos de impressão a fornecedores de consumíveis. Nesta edição, acolheu cerca de 2000 empresas e marcas de relevo internacional, representando, para o grupo Portucel Soporcel, uma importante afirmação da sua forte dinâmica comercial. Atendendo à sua posição de liderança, a marca Soporset teve um lugar de relevo no stand do Grupo. O actual conceito de comunicação da marca, lançado em 2011, reforça a associação entre a elevada performance – principal valor da marca – e a inovação tecnológica e ambiental, através de conceitos vanguardistas. O papel Soporset foi pioneiro ao lançar a categoria pre-print no mercado, está presente em mais de 80 países e é actualmente a marca gráfica do segmento Premium mais utilizada pelos profissionais de artes gráficas europeus. A marca Inaset, uma vez mais, centrou a sua comunicação no conceito ligado à Arte. Desde sempre com um forte vínculo ao mundo artístico, sobretudo à pintura, a marca continuou a estabelecer a ligação entre o trabalho do artista plástico que pinta as suas obras-primas e o gráfico que usa o papel Inaset para a produção dos seus melhores trabalhos. No stand do Grupo esteve ainda presente a Gama Pioneer Graphic lançada no mercado em 2004, que assenta em valores como a qualidade, exigência e flexibilidade, know-how e brancura e está associada ao conceito “dar asas à imaginação”. Pioneer é uma marca com papéis

pré-print e offset com um conjunto de soluções que respondem às necessidades específicas do mercado gráfico e um posicionamento sofisticado e inovador. O Grupo também destacou o Explorer Graphic, cujo conceito de comunicação está ligado ao mundo da aventura, das viagens, do desporto e das emoções, a gama Target Plus, que conta com dois produtos distintos, o Target Plus pre-print e o Target Plus Offset, que utilizam como conceito comunicacional as viagens e o claim “nunca se irá esquecer de uma impressão de primeira classe”, e o Navigator pre-print, cuja comunicação está associada à importância da primeira impressão, fundamental para o sucesso nos negócios e no sector da pré-impressão.

No âmbito da ação “Dá a Mão à Floresta”, Grupo Portucel Soporcel celebrou Dia do Ambiente

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grupo Portucel Soporcel organizou, no dia 5 de Junho, uma iniciativa que reuniu cerca de 200 crianças do 1º ciclo do Ensino Básico provenientes de escolas de Cacia, Eixo e Figueira da Foz, num dia dedicado ao Ambiente. Dando continuidade à ação “Dá a Mão à Floresta”, que assinalou o Dia Mundial da Floresta, em Março deste ano, o Grupo reforçou a sua atuação com o público infantil, proporcionando uma jornada de aprendizagens e diversão em pleno contacto com a Natureza. Sensibilizar os mais jovens para a necessidade de cuidar da floresta e dos recursos naturais, clarificar a atuação do grupo Portucel Soporcel na gestão sustentável e valorização da floresta nacional e promover o papel como um produto ambientalmente responsável, foram alguns dos objetivos deste evento, que teve lugar na Quinta de S. Francisco, em Eixo, sede do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel do Grupo. Ao longo de todo o dia, foram desenvolvidas atividades não só para as crianças mas também para os professores. Quer a estampar uma t-shirt com tinta ecológica no “Atelier de Pintura”, a plantar uma árvore numa zona da Quinta ou a brincar ao Jogo da Floresta, os alunos puderam aprender mais sobre as nossas florestas de forma divertida e conhecer formas de cuidar e proteger a Natureza. Para os professores, foi planeada uma ação

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Em destaque

visando desmistificar ideias preconcebidas sobre a floresta industrial e o seu impacte ambiental, evidenciando que a utilização de papel contribui para renovar a floresta. Integrada na Política de Responsabilidade Corporativa do Grupo, esta iniciativa visa promover melhores práticas ambientais e incutir nos jovens, desde tenra idade, hábitos mais saudáveis no que respeita à proteção da floresta e à preservação dos recursos naturais.

Grupo Portucel Soporcel participou na Conferência RIO+20

O

grupo Portucel Soporcel participou na Conferência RIO+20, que decorreu entre 13 e 22 de Junho no Rio de Janeiro. Com o objetivo principal de assegurar um comprometimento político renovado para o desenvolvimento sustentável, a Conferência reuniu Chefes de Estado e de Governo para debater a Economia Verde no contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza. Atendendo à importância estratégica da gestão dos recursos florestais para o desenvolvimento económico, ambiental e social de Portugal, no dia 21 de Junho, Paula Guimarães, Responsável de Certificação Florestal do grupo Portucel Soporcel, realizou, no Pavilhão de Portugal, uma apresentação subordinada ao tema “Gestão e Certificação Florestal na Indústria Portuguesa do Papel”. Naquele que é o mais importante evento, a nível mundial, no debate dos desafios com que o planeta se defronta em matéria de Desenvolvimento Sustentável, o Grupo procurou chamar a atenção para o papel decisivo que as plantações florestais podem desempenhar na redução da pressão da extração de matéria-prima a partir de florestas naturais, proporcionando oportunidades em contextos em que estas são praticamente inexistentes e oferecendo uma solução para as necessidades da indústrias de base florestal. Com efeito, a Empresa defende que, através de uma gestão adequada, as plantações florestais são geradoras de riqueza, equilíbrio ambiental e bemestar social. É hoje reconhecido que o sector florestal é um player determinante na “economia verde”, à escala mundial, não só devido à sustentabilidade dos produtos florestais mas também pelo papel

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das florestas enquanto sumidouro de carbono. O grupo Portucel Soporcel realçou, no Rio de Janeiro, que a gestão florestal responsável praticada pelas empresas portuguesas da fileira da pasta e do papel (representando o Grupo perto de 70% dessa fileira), cuja área certificada representa 70% da área certificada total do País, é uma evidência de que plantações florestais bem geridas podem contribuir positivamente para a integridade dos ecossistemas à escala da paisagem, a conservação da biodiversidade e a promoção de um contexto social e económico favorável. Esta fileira representa mais de 5% das exportações de bens do País, liderando a contribuição global do sector florestal para a balança comercial. A nível global, é de salientar que mais de 50% das exportações europeias de papel de escritório e impressão offset provêm da indústria portuguesa, ou seja, do grupo Portucel Soporcel. Ocupando 38% do território, e fortemente direcionada para os mercados externos, a floresta portuguesa possui um elevado Valor Acrescentado Nacional (VAN) – 71,4% (valor superior à média nacional de 59,3%), contribuindo muito significativamente para o peso das exportações no PIB do País. Na fileira da pasta e do papel, Portugal é, através do grupo Portucel Soporcel, líder europeu na produção de papel fino de impressão e escrita não revestido e de pasta branqueada de eucalipto. A Empresa representa 0,7% do PIB nacional e 3% das exportações de bens gerando um elevadíssimo e ímpar VAN, pelo facto de os seus produtos serem obtidos, na quase totalidade, a partir de matérias-primas e recursos nacionais. Enquanto grupo florestal verticalmente integrado, cuja atividade se inicia com a Investigação aplicada à gestão responsável de um recurso natural e renovável - a floresta nacional - passando pela produção de celulose, energia e papel, o compromisso com a sustentabilidade faz parte integrante do seu modelo de negócio. Na qualidade de maior gestor florestal privado do País, o Grupo promove a valorização e proteção da floresta, acrescentando valor aos 120 000 hectares que gere em Portugal. Tendo sido a primeira entidade no País a usufruir da gestão florestal certificada simultaneamente pelos prestigiados sistemas FSC® (Forest Stewardship Council®)1 e PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification), a Empresa


Em destaque

aplica as melhores práticas de silvicultura, executa um plano eficaz de defesa e proteção da floresta contra incêndios e promove a gestão da biodiversidade. A presença do grupo Portucel Soporcel na Conferência RIO+20 demonstrou o compromisso no desenvolvimento sustentável da sua atividade, na crença de que as práticas sustentáveis são socialmente corretas, ambientalmente indispensáveis e economicamente vantajosas.

Grupo Portucel Soporcel participou na IV edição da FICOR Feira Internacional da Cortiça

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grupo Portucel S o p o r c e l participou na IV edição da FICOR Feira Internacional da Cortiça, que decorreu em Coruche, entre 24 e 27 e Maio de 2012. O Grupo marcou presença nesta iniciativa na sua qualidade de maior produtor nacional privado de eucalipto, de pinho e resinosas, e um dos maiores produtores e gestores certificados de sobro. Enquanto empresa determinante para o desenvolvimento da floresta nacional, reconhecida pelo uso diversificado do património florestal que tem sob a sua responsabilidade, o Grupo gere de forma responsável as plantações de eucalipto, matéria-prima para a sua atividade principal - o fabrico de pasta de celulose e papel – e também o montado de sobro, os povoamentos de pinheiro bravo e resinosas, folhosas diversas e, ainda, áreas agrícolas e pastagens. Dada a importância e dimensão dos proprietários florestais nesta região e à posição que ocupa como um dos principais produtores nacionais de cortiça, o Grupo participou na FICOR 2012 com um stand no espaço de exposições e uma apresentação na Conferência «Valorização Ambiental e Turística do Montado de Sobro», que se realizou no dia 24 de Maio no Observatório do Sobreiro e da Cortiça. Inserida num painel designado por Valorização Ambiental do Montado, a apresentação do Grupo, dedicada ao tema “Valorização do montado na indústria papeleira”, foi da responsabilidade de João Lé, Administrador da Portucel Soporcel Florestal. Para além de dar a conhecer a realidade

do grupo Portucel Soporcel no que se refere à sua atuação como promotor da floresta nacional, a intervenção centrou-se na gestão do montado, numa ótica de gestão florestal integrada de uma grande empresa da fileira florestal do eucalipto, evidenciando o facto de que é possível exercer as boas práticas florestais conciliando a produção com a preservação da Natureza. A FICOR 2012, uma iniciativa da Câmara Municipal de Coruche, tem como principais objetivos reforçar a importância do sector florestal, em especial a fileira da cortiça, como alavanca da economia nacional, fortalecer a liderança internacional de Portugal no sector florestal e afirmar Coruche como a capital mundial da cortiça. Grupo Portucel Soporcel promove ativamente a valorização da floresta portuguesa O grupo Portucel Soporcel é responsável pela valorização da floresta portuguesa contribuindo para a dinamização do sector florestal, a nível nacional e regional, e para a conservação da biodiversidade. O Grupo vê a floresta plantada como um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento da sua atividade e promove a gestão eficiente, competitiva e responsável das suas plantações e espaços agroflorestais. Atualmente gere cerca de 120 mil hectares de espaços silvestres, distribuídos por 158 concelhos de Portugal, onde se pode encontrar desde plantações de eucalipto, a montados de sobro, povoamentos de pinheiro bravo, áreas de resinosas ou folhosas diversas, e também manchas de habitats naturais e seminaturais, representativos das diferentes regiões do país, bem como áreas agrícolas e pastagens. Uma parte significativa da área gerida pelo grupo Portucel Soporcel localiza-se ou está adjacente a zonas protegidas ou zonas de alto índice de biodiversidade. O Grupo defende que as florestas, em geral, e as plantações, em particular, podem contribuir positivamente para a integridade dos ecossistemas à escala da paisagem e para o património sociocultural. Aposta num conceito global de Floresta Sustentável, pautando a sua ação com base num exigente Código de Conduta Florestal. A sua Política Florestal tem como objetivo garantir

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Em destaque

a gestão eficiente e competitiva das plantações e espaços agroflorestais e promover o respeito pela conservação dos recursos naturais. O Grupo é reconhecido como um forte impulsionador da expansão do processo de certificação florestal em Portugal, designadamente através dos protocolos de cooperação estabelecidos com as organizações de produtores florestais e de ações de sensibilização desenvolvidas com proprietários. Foi pioneiro a nível mundial na atribuição de um prémio na aquisição de madeira certificada. O seu modelo de gestão florestal é certificado pelos sistemas internacionais FSC® e PEFC. Parte integrante do compromisso assumido pelo Grupo é o investimento na prevenção e apoio ao combate aos incêndios florestais sendo a entidade privada que mais contribui para o esforço nacional de redução de risco de incêndio, com um investimento anual de 3 milhões de euros. Entre as iniciativas desenvolvidas merecem destaque o trabalho de identificação de zonas críticas e a gestão estratégica de combustíveis florestais, ao nível da paisagem, assim como as ações de sensibilização junto das populações em áreas de maior risco e o desenvolvimento de um seguro inovador destinado a garantir as replantações após sinistro. A produção de plantas florestais e ornamentais do grupo Portucel Soporcel, para utilização própria e para o mercado interno e externo, é assegurada pela Viveiros Aliança S.A.. Fruto de um recente investimento, os viveiros do Grupo têm uma capacidade anual de produção de cerca de 12 milhões de plantas certificadas de diversas espécies florestais, que se destinam à renovação da floresta nacional. Nestes viveiros é produzida uma grande diversidade de plantas, entre as quais mais de 30 espécies florestais diferentes e 130 espécies ornamentais e arbustivas, para além de 5 variedades de oliveira.

Grupo Portucel Soporcel celebra Dia Mundial da Floresta: Navigator de mão dada com a floresta

Grupo Portucel Soporcel contribui para reduzir o número de incêndios: Projeto-piloto “FLORESTA SEGURA“ em parceria com a Escola Nacional de Bombeiros

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o Dia Mundial da Floresta, a marca Navigator, líder mundial de vendas de papel de escritório Premium, ofereceu milhares de plantas em Lisboa e no Porto, além de diversos materiais Navigator. Esta ação, enquadrada na

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iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, decorreu no dia 21 de Março e teve como objetivo sensibilizar a população para a importância de cuidar da floresta e do papel ativo que a marca Navigator e o grupo Portucel Soporcel têm tido nesse âmbito. Diversas espécies de plantas, entre as quais eucaliptos, azinheiras e alfazemas, produzidas nos viveiros do grupo Portucel Soporcel, foram oferecidos durante todo o dia a quem passou junto das lojas Staples (Alfragide, Circunvalação e Gaia) e Continente (Centro Colombo), expressando assim junto do grande público o investimento que o Grupo tem realizado no domínio da gestão responsável da floresta nacional e da conservação da biodiversidade. Para o Grupo e para a marca Navigator, o Desenvolvimento Sustentável e a Responsabilidade Social são parte integrante do seu modelo de gestão. O papel produzido pelo Grupo é ambientalmente responsável, biodegradável e reciclável sendo obtido a partir de um recurso natural renovável, plantado especificamente para este fim. A Navigator é uma das marcas portuguesas de maior sucesso a nível mundial, estando presente em mais de 90 países com o Rótulo Ecológico da União Europeia. O Ecolabel promove produtos e serviços ecológicos que cumprem rigorosos critérios de desempenho ambiental. No segmento de papel para escritório e papel para usos gráficos, o Ecolabel obriga à utilização de madeira certificada e de origem controlada e inibe o uso de substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde. Promove igualmente a utilização de energia renovável, a implementação de um rigoroso sistema de gestão de resíduos e a redução das emissões de gases com efeito de estufa, bem como da poluição atmosférica e dos aquíferos.

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antendo para 2012 um orçamento de 3 milhões de euros para a proteção da floresta contra incêndios, o grupo Portucel Soporcel apoia também este ano um projeto-piloto, dinamizado pela Escola Nacional de Bombeiros. Este projeto,


Em destaque

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Em destaque

denominado “ F L O R E S TA SEGURA”, procura reduzir a ocorrência de incêndios através da sensibilização, formação e fornecimento de soluções neste domínio aos agricultores e outros habitantes do meio rural e periurbano. “FLORESTA SEGURA” visa ensinar os agricultores e população rural a fazer queimas, fogueiras e borralheiras com segurança e mobilizar as entidades locais (Bombeiros, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, organizações de agricultores e proprietários florestais, entre outras) para desenvolver processos que apoiem este públicoalvo na eliminação de sobrantes agrícolas sem risco de provocar incêndios com danos para as pessoas, bens e floresta. O programa consiste na realização de 20 sessões de formação levadas a cabo pela Escola Nacional de Bombeiros em 9 concelhos piloto dos distritos do Porto, Coimbra e Lisboa, a saber: Gondomar, Valongo, Paredes, Vila Nova de Poiares, Lousã, Góis, Mafra, Alenquer e Torres Vedras. O grupo Portucel Soporcel é parceiro deste projeto através do patrocínio das sessões de formação e apoio técnico à sua realização. Esta iniciativa conta ainda com o apoio das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia locais, assim como da AFN, ANPC e GNR. A 1ª sessão de sensibilização decorreu em maio passado na aldeia do Carvalho, no concelho de Vila Nova de Poiares, contando com forte adesão e entusiasmo dos participantes. Do programa previsto, estão já agendadas várias sessões para o mês de Junho, prevendo-se a sua conclusão em Novembro de 2012, salvaguardando o período crítico dos incêndios florestais e os dias nos quais é interdito o uso do fogo no espaço rural/florestal. O apoio do Grupo a este programa de formação insere-se numa estratégia de defesa da floresta contra incêndios assente na prevenção, fator essencial para reduzir o impacto dos incêndios florestais e diminuir o seu número. De facto, uma parte muito significativa destes incêndios poderia nunca ocorrer, não provocar danos ou aumentar os custos de combate. Peritos internacionais que realizaram trabalho em Portugal (Mark Beighley, 2009) e resultados preliminares de projetos em

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curso, no âmbito MIT Portugal, apelam para a adoção de uma estratégia de redução do risco de incêndios, focada na prevenção e resolução das causas deste grave problema. 97% dos fogos tem origem humana Atendendo a que mais de 90% dos incêndios florestais em Portugal resultam de práticas de uso do fogo negligente ou intencional, o grupo Portucel Soporcel mantém em 2012 o seu forte empenho na área da prevenção, daí a importância deste programa de formação da ENB. Os conteúdos transmitidos em cada sessão de formação serão adaptados às causas e motivações dos incêndios que caracterizam as várias localidades abrangidas e adequados ao público-alvo, privilegiando a transmissão oral de conhecimentos e a execução prática de exemplos. Em cada localidade serão apresentadas estatísticas relevantes, como a evolução do número de incêndios ou a área ardida, as causas e motivações associadas, a legislação aplicável e as técnicas de eliminação de matos e silvados. No final da ação, os participantes deverão estar conscientes de que, em conjunto com os bombeiros e outras entidades locais, podem ser uma parte importante da solução para o problema dos incêndios florestais, através da correta eliminação de sobrantes agrícolas, matos e lixo. Estas ações de formação destinam-se fundamentalmente a residentes permanentes ou temporários das localidades selecionadas, agricultores e utilizadores dos espaços rurais. No final de cada sessão, a Escola Nacional de Bombeiros emitirá certificados aos participantes nas ações de sensibilização. A maior contribuição prevenção de incêndios

privada

na

Defender a floresta contra incêndios é uma prioridade para o grupo Portucel Soporcel, que todos os anos investe um montante muito significativo na prevenção e apoio ao combate de incêndios florestais. Empregando o melhor conhecimento disponível no domínio da gestão do risco de incêndio florestal, no campo das políticas públicas, da gestão e da engenharia, e mobilizando os diversos intervenientes em torno de uma visão comum, o Grupo aposta fortemente na existência de um


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sistema nacional mais eficaz, assente na redução da probabilidade de ocorrência do evento fogo e na minimização da exposição e mitigação do risco. Entre as diversas iniciativas que o Grupo leva a cabo, destaca-se o projeto de investigação e desenvolvimento com o MIT Portugal, que se iniciou em 2011. Enquadrado no Programa MIT Portugal (http://www.mitportugal.org/research-overview/ research.html) o projeto FIRE-ENGINE - Flexible Design of Forest Fire Management Systems, tem como objetivo desenvolver métodos de desenho de soluções de proteção florestal (prevenção/ combate) gerando contributos importantes para a melhoria dos sistemas de gestão de incêndios florestais, nos domínios das políticas públicas, da gestão e da engenharia. Neste projeto, está mobilizada a experiência e conhecimento de gestão florestal, prevenção e combate a incêndios do grupo Portucel Soporcel, com as competências da Engineering Systems Division (ESD) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), do INESC Porto / Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD). Em áreas mais operacionais, salientam-se as participações ativas em mais de 35 comissões municipais de defesa da floresta contra incêndios, a atualização permanente de placas de informação do risco meteorológico, a manutenção de pontos de água e sua sinalização, para além do tratamento de combustíveis florestais numa área superior a 10 000 ha e a manutenção de mais de 5 000 km de rede viária.

Espanha A Torraspapel continua com o seu compromisso de obter a certificação ISO 50001 para todos os seus centros produtivos

A

s fábricas de Sant Joan les Fonts e Sarrià de Ter obtiveram a certificação de Sistemas de Gestão Energética ISO 50001. A referida certificação, baseada no ciclo de melhoria contínua, contribui para uma utilização eficiente das fontes energéticas disponíveis e, por conseguinte, para a redução das emissões de gases de efeito de estufa, entre outros aspetos. A fábrica de Sant Joan les Fonts, dedicada ao fabrico de papel revestido, está localizada no Parque Natural da Zona Vulcânica de Garrotxa, em Girona, Espanha. Por outro lado, o papel offset e o papel suporte são fabricados na fábrica de Sarrià de Ter, situada também em Girona. O meio ambiente tem sido desde sempre uma prioridade para a Torraspapel, o que a tem levado a adotar as melhores medidas para garantir um desenvolvimento industrial sustentável. Um exemplo disso são as certificações ambientais ISO 14001 e EMAS, as cadeias de custódia FSC e PEFC, a certificação de qualidade ISO 9001 e, agora, a certificação de Sistemas de Gestão Energética ISO 50001. Com esta notícia, o Grupo Lecta, ao qual pertence a Torraspapel, avança no compromisso assumido de obter esta certificação de eficiência energética

Grupo Portucel Soporcel participa no dispositivo de combate nacional Complementando uma estratégia focada na prevenção, o grupo Portucel Soporcel participa no dispositivo de combate nacional através da AFOCELCA, organização em que detém uma participação maioritária. De salientar que, em cada campanha, mais de 85% dos fogos que são combatidos pelas brigadas que compõem esta organização ocorrem em propriedades de vizinhos, apoiando de forma relevante a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Este facto reforça a evidência de que uma floresta bem gerida é muito menos vulnerável ao risco de incêndio.

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em todos os seus centros produtivos durante o ano de 2012.

Lecta reinvidica os Direitos do Papel” na DRUPA 2012

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L e c t a e s t e v e presente na Drupa 2012, a feira líder mundial das artes gráficas, que decorreu em Düsseldorf

de 3 a 16 de maio. Nesta edição, a Lecta reivindicou os direitos do papel e o valor do meio impresso com a sua campanha “Paper Rights”. O papel não é apenas um meio de comunicação, é muito mais que isso, evoca emoções, memórias e pensamentos positivos que possivelmente têm sido esquecidos. Apelando à consciência de cada um, o papel reclama os seus direitos de compromisso e responsabilidade com a sociedade, a cultura e o meio ambiente. “Paper Rights” é uma campanha humana, emotiva e surpreendente que pretende recuperar para o papel o lugar que lhe pertence. A Lecta é um dos maiores fabricantes de papel revestido com pasta química e um dos líderes europeus no mercado das especialidades. O Grupo Lecta é formado por três empresas de grande tradição nos seus mercados de origem: Cartiere del Garda em Itália, Condat em França e Torraspapel em Espanha. Todos os centros produtivos possuem as certificações ambientais ISO 14001 e EMAS, bem como da Cadeia de Custódia PEFC™ e FSC®. Na Drupa, a Cartiere del Garda apresentou tanto o seu novo livro de amostras como a “Simplexity”, a nova edição de “A Better Project”, o conceito editorial de uma visão contemporânea da vida através de livros conceptuais. Uma experiência emocional e multissensorial que só o papel impresso pode proporcionar. Para além disso, os visitantes puderam deleitar-se com a grande qualidade das amostras impressas na “The Excellent Collection”. Por seu lado, a Condat preparou uma surpresa para todos os seus visitantes. No stand da Lecta, descobriram um mundo onde os projetos criativos

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impressos em papéis desta marca se converteram em obras de arte. “Made for incredible stories, extraordinary images and glamorous ideas” foi a sua nova campanha. Uma exposição de objetos realizados em papel, uma excecional coleção de mostruários e incríveis livros impressos convenceram de que os papéis revestidos estão feitos para a Arte e que a Arte está feita para os papéis revestidos. Papéis revestidos que podem realçar a beleza das imagens e a claridade dos textos? Na Drupa, a Torraspapel mostrou a todos os que visitaram o seu stand como isto é possível, permitindo viver momentos únicos e incríveis com as suas amostras impressas e os seus catálogos. Acresce que, para esta feira, foi editada uma edição especial do seu conhecido catálogo Creator, onde imagens e amostras de papel partilham o mesmo espaço.

Brasil Por iniciativa da Bracelpa, setor da celulose e papel na Rio+20 A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA) e a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) promoveram, durante a Rio+20, o seminário Forests: the Heart of a Green Economy enquanto o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o International Chamber of Commerce (ICC) e o UN Global Compact promoveram o Busines Day. Em ambos os eventos, representantes das empresas de celulose e papel e da Bracelpa defenderam a adoção de mecanismos que visam à produção cada vez mais sustentável no setor, a partir da valorização do carbono florestal e da utilização da biotecnologia arbórea. Em relação ao primeiro ponto, estimativas indicam que o setor de base florestal brasileiro armazena aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (tCO2e), considerando somente o carbono das áreas de florestas plantadas, ou seja, em 7,0 milhões de hectares, dos quais 2,2 milhões de hectares são destinados à produção de celulose e papel. As estimativas não incluem as áreas de conservação mantidas pelo setor – reserva legal, áreas de preservação permanente,


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entre outras – de aproximadamente 2,9 milhões de hectares. Para se ter uma ideia, esse armazenamento equivale a mais da metade de todas as emissões do Brasil em 2005, que foram de cerca de 2,18 bilhões de tCO2e. Para promover a valorização económica dos benefícios climáticos e socio ambientais, o setor brasileiro de celulose e papel está desenvolvendo, em conjunto com diversas organizações da sociedade civil, a Iniciativa Brasil Florestas Sustentáveis. Trata-se da estruturação e implantação de um programa estratégico para o cultivo adicional e gestão sustentável de florestas industriais, de maneira integrada à proteção e à conservação de florestas nativas, como alternativa de mitigação das mudanças climáticas e de promoção do desenvolvimento territorial sustentável. Este projeto está de acordo com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do Protocolo de Kyoto, e poderá servir de base para iniciativaspiloto em larga escala, bem como para políticas e programas setoriais mais amplos. Além disso, poderá colaborar com os compromissos voluntários, assumidos pelo governo brasileiro em 2009, durante a COP-15, para mitigar os efeitos do aquecimento global. Assim, o setor espera conjugar a valorização dos benefícios climáticos e socio ambientais – inclusive por meio de créditos de carbono – com a necessidade e o desafio de expandir a base florestal brasileira no contexto da economia verde. “Não se trata apenas de ações potenciais ou necessidades brasileiras. Estimativas da FAO apontam que mais de 2 bilhões de pessoas em todo o planeta dependem de biomassa florestal para sobrevivência, o que deixa claro a necessidade de incrementar os esforços de coordenação e cooperação internacional nessa área”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Nesse sentido, o Brasil pode atuar como protagonista na difusão de experiências importantes para outros países em desenvolvimento, a fim de fomentar a economia verde com base nas sinergias entre a mitigação da mudança do clima e a promoção do desenvolvimento sustentável. Benefícios económicos, sociais e ambientais da biotecnologia arbórea

Em fase de testes desenvolvidos por académicos, cientistas e institutos de pesquisa de renome internacional, a biotecnologia arbórea ainda não é utilizada em escala comercial. No entanto, essa tecnologia vem se a destacar noutras áreas do agronegócio, e pode representar uma oportunidade para produzir mais sem esgotar as fontes de matéria-prima, destacando-se como alternativa para atender a procura da população mundial crescente por alimentos, biocombustíveis, fibras e florestas, os chamados 4Fs (food, fuel, fiber and forests). Segundo a International Service for the Acquisition of Agro-Biotech Application (Isaaa), a biotecnologia foi a tecnologia agrícola mais adotada nos últimos 10 anos, com área atual plantada 94 vezes maior do que a existente em 1996, distribuída em 29 países. Hoje já existem mais de 160 milhões de hectares de culturas agrícolas transgénicas cultivadas mundialmente, e o Brasil ocupa o segundo lugar do ranking de área plantada com organismos geneticamente modificados (OGMs), com mais de 30 milhões de hectares. Para a consultoria de valoração e precificação Ceteris, os benefícios da biotecnologia já quantificados e acumulados de 1996 a 2010 incluem aumento no volume e valor de produção, que atingiu € 56 bilhões; provisão de melhorias ambientais, por evitar o uso de 443 milhões de kg de ingrediente ativo de pesticidas; conservação da biodiversidade, por evitar que 91 milhões de hectares adicionais de terras fossem destinados à agricultura; redução da pobreza por meio de programas para 15 milhões de pequenos produtores; e redução de emissão de 19 milhões de toneladas de CO2, somente em 2010. No tripé da sustentabilidade, o setor de florestas plantadas, celulose e papel acredita que a contribuição da biotecnologia em plantações florestais virá principalmente em forma de estímulo a novos investimentos, redução de custos de produção e riscos de perdas, além de aumento de competitividade. No campo social, se dará no atendimento da procura, e geração de emprego e renda. Para o meio ambiente, facilitará o controle de pragas e doenças, com aumento potencial da produtividade da madeira e redução do consumo de recursos naturais, além de incentivar a implantação de sistemas agroflorestais. Diante desse cenário, o setor brasileiro de florestas plantadas, celulose e papel defendeu a inclusão

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do tema biotecnologia na agenda da Rio+20. “O Brasil tem muito a contribuir nesse debate, por sua reconhecida excelência na gestão florestal, por ser um grande produtor agrícola e possuir terras disponíveis para atender parte significativa da procura mundial por alimentos, biocombustíveis e produtos florestais”, declarou Elizabeth de Carvalhaes. O objetivo do setor era que governos e organizações participantes da Rio+20 reconhecessem os avanços científicos resultantes de estudos e pesquisas da aplicação da biotecnologia como uma das ferramentas essenciais para a solução dessas procuras futuras. “Além disso, é fundamental que avaliem, ampla e conjuntamente, os riscos e oportunidades do uso da biotecnologia no contexto das propostas para o desenvolvimento sustentável”, completou a presidente executiva da Bracelpa.

América Latina já responde por quase 20% das vendas globais do Grupo Pöyry

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Grupo Pöyry, multinacional finlandesa de consultoria e serviços de engenharia, registou, em 2011, um aumento de 16,8% em suas vendas globais em relação ao ano anterior, o equivalente a EUR 796,1 milhões. Desse total, 18% dizem respeito à América Latina, região na qual o Brasil é o principal mercado. “A importância do Brasil deve-se, em especial, aos grandes projetos que fechámos na área de celulose e papel, como Eldorado Brasil, Rigesa e Suzano. Por isso, a nossa expectativa é manter neste ano o patamar de vendas e melhorar a rentabilidade”, afirma Marcelo Cordaro, presidente da Pöyry. No início deste ano a empresa anunciou a inauguração de um novo escritório em Belo Horizonte para fortalecer sua atuação no setor de mineração, que hoje é o segundo principal mercado da Pöyry no Brasil. “O nosso objetivo é replicar, em mineração, a expertise de engenharia que desenvolvemos com sucesso no setor de celulose e papel, do qual somos líderes no País”, explica Cordaro, ao destacar que bioenergia é outro mercado no qual a empresa quer crescer. A metodologia de trabalho da Pöyry consiste em acompanhar o cliente em todas as fases de

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implementação de um projeto, com capacidade de entrega on-budget e on-time nas modalidades EPC (Engineering, Procurement and Construction) e EPCM (Engineering, Procurement and Construction Management). A Pöyry é uma empresa global de consultoria e engenharia, dedicada a um modelo de sustentabilidade equilibrada balanced sustainability – e gestão responsável. Com atuação focada em qualidade e integridade, oferece aos clientes serviços de excelência em consultoria, soluções completas, design e supervisão. A ampla experiência da empresa abrange os segmentos de energia, indústria, urbanismo e transporte, água e meio ambiente. A Pöyry conta com a experiência de 7.000 especialistas e uma rede de escritórios locais em cerca de 50 países. Empresa de capital aberto, com ações na Bolsa de Helsínquia, a Pöyry vem registando um crescimento médio de 12% ao ano nos últimos 10 anos. Em 2011, obteve uma faturação de 680 milhões de euros. No Brasil, a Pöyry iniciou atividades em 1974, tendo criado a sua subsidiária brasileira em 1999. Com uma posição de liderança na área de engenharia, a Pöyry aumentou a sua gama de atuação no ciclo de vida completo do investimento, ingressando ainda mais nas áreas de consultoria e gestão de projetos, além dos serviços de engenharia de fábrica. Atualmente, a Pöyry conta com mais de 700 colaboradores no País e atende mais de 50 diferentes clientes de diversos setores.

Cenibra tem novos Diretores

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o passado dia 1 de maio, a Direção da CENIBRA alterou a estrutura organizacional da Empresa com base nas deliberações dos

Da esquerda para a direita: Diretor Comercial, Kazuhiro Yoshida; Diretor Vice-Presidente, Naohiro Doi; Diretor-Presidente, Paulo Eduardo Rocha Brant e o Diretor Industrial e Técnico, Róbinson Félix


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Róbinson Félix, primeiro brasileiro a assumir o cargo de Diretor Técnico em toda a história da CENIBRA.

acionistas na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária de 30 de abril de 2012. Com esta alteração, a Direção ficou composta pelo atual Diretor-Presidente, Paulo Eduardo Rocha Brant; Diretor Vice-Presidente, Naohiro Doi; Diretor Industrial e Técnico, Róbinson Félix; e Diretor Comercial, Kazuhiro Yoshida. A Cerimónia de Posse aconteceu no dia 3 de maio na Casa de Hóspedes da CENIBRA. Durante o evento, os novos diretores discursaram confiantes na mudança que contribuirá para que a Empresa alcance os objetivos e se torne cada vez mais uma referência no setor de celulose. Crédito das fotos para João Rabelo

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Luís Costa Leal Diretor de Desenvolvimento da Altri Florestal

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ara quem percorra o nosso País, árvores e floresta são elementos constantes. Contrariamente a outros países e regiões onde existem vastas extensões de terras de uma enorme monotonia, as paisagens em Portugal sucedem-se, diversas e marcadas pela atividade humana, associadas a uma integração de usos agrícolas e florestais.

O Portugal florestal de hoje é o resultado de décadas de intervenção humana nos campos. A arborização de extensas áreas de pinhal, a condução e aproveitamento das áreas de sobro e azinho e, mais recentemente, a expansão do eucalipto, foram a base para a afirmação de sectores industriais vigorosos, de forte tendência exportadora, geradores de emprego e riqueza. Apesar da perceção de risco de fogo que nos habituámos a associar à floresta, a realidade é que o País com maior área florestal privada da Europa mantém interesse na atividade florestal como forma de gerar valor e de rentabilizar a terra.

Figura 1 – Distribuição geográfica das principais espécies florestais

Nota Biográfica Luís Filipe Gaspar da Costa Leal Engenheiro Silvicultor, desempenha as funções de Diretor de Desenvolvimento da Altri Florestal. Tendo iniciado a sua atividade profissional na CELBI – Celulose da Beira Industrial em 1981 onde desempenhou diversas funções nas áreas do planeamento estratégico, ambiente, inventário e mapeamento, estudos de crescimento e ‘project leader’ em várias áreas (viveiros, planeamento estratégico, e sistemas informáticos de planeamento e controlo operacional), foi posteriormente adjunto do Ministro da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas e Coordenador da Terceira Conferência Ministerial para a Proteção das Florestas na Europa, Adjunto do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Diretor Geral da CELPA – Associação da Indústria Papeleira. Para além da participação em vários grupos de trabalho em organizações nacionais e internacionais, foi membro do Conselho de Administração do PEFC Council e membro do Conselho de Administração do Centro de Biomassa para a Energia.

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Figura 2 – Evolução da área florestal em Portugal (Fonte: DGRF, 2005)

serviços oficiais e com papel destacado de particulares. Na época, registavam-se com algum carinho as novas plantações e a boa saúde das plantas mais antigas. Essa experimentação teve entusiastas e protagonistas. Em 1871, Oliveira Júnior rejubilava: «Sentimos verdadeira alegria em saber que o nosso predileto Eucalyptus vai povoando encostas e vales e transformando as montanhas agrestes em belos e aprazíveis bosques que devem constituir uma riqueza aos nossos vindouros, se mão cruel lhes não tirar a vida».

Este estado de graça resultava de um grande conjunto de virtudes encontradas, desde as boas características da madeira quer para carpintaria quer para Figura 3 – Evolução da área de eucalipto e da produção de pasta para papel a indústria naval, à utilidade dos óleos para fins medicinais, (Fonte: Celpa 2011) à capacidade de exploração A existência de um sector industrial forte, a em talhadia, à utilidade para enxugar terrenos jusante da floresta, com solidez e competências alagadiços e à capacidade de gerar rendimento demonstradas é, seguramente, um fator de peso para os particulares na opção de investimento efetuada por agentes face ao porte que privados, muitos dos quais sem recursos a apoios atingia em curto espaço ou subvenções públicas. de tempo. Este clima positivo veio Este aspeto é aliás determinante no caso particular no entanto a alterar-se da fileira do eucalipto. A demonstrá-lo está a e no princípio do século dinâmica de evolução da espécie, bem marcada XX o eucalipto possuía pela evolução da capacidade industrial instalada. grupos de entusiastas e de detratores. Estes O Eucalipto – um caso de sucesso e apresentavam queixas de caminhos conturbados relativamente às qualidades da madeira, À data do último Inventário Florestal Nacional o dificuldades em resistir eucalipto ocupava cerca de 23% da área florestal ao frio e à secura, localizando-se fundamentalmente nas zonas albergar mosquitos costeiras do litoral e no vale do Tejo, áreas com na casca e propiciar melhor aptidão para a sua cultura. ambiente para pássaros que destruíam as Conhecido na Europa nos finais do século XVIII, culturas para além dos o eucalipto é introduzido em Portugal na década custos associados à sua de 1850, tendo sido considerado como ‘plantas plantação e ao corte úteis para a arborização’. Iniciou-se, assim, uma das volumosas árvores. Figura 4 –Áreas de maior aptidão para a cultura do fase de utilização experimental conduzida pelos Cerca do ano de Eucalyptus globulus

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O abandono da produção de pasta mecânica para a produção de papel de jornal em 1969 e os resultados dos trabalhos iniciados em 1956 para a utilização de eucalipto para pasta Kraft, foram determinantes para o crescimento contínuo da produção de pasta de eucalipto na Companhia Portuguesa de Celulose a partir de 1957.

Figura 5 – Mata Nacional do Urso, 1910 (foto arquivo ICNF,IP)

1930 o eucalipto, juntamente com as acácias, está reportado como ocupando cerca de 8.000 hectares sendo que as suas utilizações mais frequentes seriam para lenha e para alimentar a primeira fábrica de pasta para papel do mundo que utilizava a sua madeira para esse fim - a Caima Pulp Corporation. Esta empresa de Albergaria, instalada em 1888 a consumir madeira de pinho, iniciou o consumo de eucalipto em 1926 com uma produção de 5.000 toneladas por ano de pasta ‘ao sulfito’ das quais apenas 15% eram consumidas nacionalmente sendo o resto exportado. Foram precisos perto de 30 anos, um complexo processo político de decisão e o apoio financeiro do Plano Marshall para surgir um novo investimento para produção de pasta. Em 1953 surge a Companhia Portuguesa de Celulose dando início à produção de pasta química de pinho. A Companhia Portuguesa de Celulose tinha por base um projeto complexo e não era uma fábrica típica de pasta. Possuía um projeto florestal a montante assim como a produção de papel para suprir as necessidades nacionais sem recurso à importação, nomeadamente de papel de jornal.

Figura 6 – Registo de exemplares de eucaliptos (foto arquivo ICNF,IP)

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Na década de 50 a área florestada com eucalipto rondava os 50.000 hectares e estavam lançadas as bases para o aparecimento de novas capacidades industriais a partir dos anos 60. É o período de surgimento das unidades da Celbi na Leirosa, da Caima em Constância e da Socel em Setúbal. Este percurso industrial conduz a uma rápida expansão do eucaliptal. No início dos anos 80, quando o eucalipto ocupa então cerca de 250 mil hectares do território, assiste-se ao envolvimento mais ativo da indústria na florestação e, simultaneamente, ao crescimento do grupo de detratores da espécie. A expansão do eucaliptal e os potenciais problemas relacionados com essa expansão dominou o debate florestal na década de 80 e de alguma forma mobilizou tanto os meios sociais e industriais, como a comunidade científica que, mantendo-se à margem da polémica, reuniu esforços no sentido de estudar e avaliar os principais temas que eram emotivamente debatidos na sociedade: o consumo de água, o empobrecimento dos solos, a erosão e o impacte negativo sobre animais e plantas. No entanto pecou por defeito uma abordagem menos técnica e mais social. O muito respeitado colega e amigo Lucílio Martins utiliza frequentemente a expressão ‘a árvore não tem culpa do que os homens fazem com ela’. Na realidade as particularidades da árvore, do Eucalyptus globulus, têm uma importância mínima face ao modelo de silvicultura e às práticas e técnicas utilizadas. A associação do eucalipto à indústria penalizou fortemente a perceção pública acerca da espécie que por vezes ignora que os grandes detentores dos cerca de 750 mil hectares existentes são proprietários florestais não industriais. A evolução do debate e da confrontação de ideias, a adaptação das práticas culturais e o desenvolvimento mais recente dos processos de certificação voluntária da gestão florestal


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Figura 7 – Evolução recente das áreas de pinho, eucalipto e outras espécies (fonte: CELPA 2011)

Para a fileira florestal o seu sucesso passará por ter todos os elos da mesma cadeia empenhados, fortes e conscientes dos desafios. O insucesso de uns determinará, inevitavelmente, o insucesso dos outros. A complexidade da gestão florestal resulta das dimensões alargadas da floresta, no espaço e no tempo, e das relações do homem com a natureza, a sua conservação e seu uso.

Figura 8 – A certificação da GFS como fator de mudança

sustentável podem caracterizar a convivência dos diversos atores do panorama florestal português.

Reflexão final Ao longo dos anos, como em qualquer outra atividade, não há apenas ‘preto e branco’. Tendo iniciado a atividade profissional no início da década de 80, ao olhar para esses 30 anos, verifico os avanços extraordinários em torno do conhecimento e da evolução técnica na gestão dos eucaliptais, e nas relações da indústria com a sociedade e da sociedade com a indústria.

As próximas décadas irão assistir a novas ou mais fortes pressões sobre os recursos. Vamos ser mais, num clima em mudança, vamos estar mais concentrados em cidades, vamos consumir mais e exigir mais. Novas tensões no uso da terra, no acesso a água, nas utilizações alternativas dos produtos são apenas exemplos de questões a que à nossa escala temos de ultrapassar. É difícil, hoje, conceber uma sociedade sem papel. Talvez o seu uso venha a ser muito diferente do atual. Para tal as empresas deverão manter-se flexíveis, apostar na complementaridade, apostar em novas parcerias e desenvolver estratégias específicas antecipando problemas. Todas as mudanças vão ter impacte na floresta

Neste período foram construídas ‘pontes’ para ultrapassar muitas das ‘trincheiras’ e evitar outros tantos obstáculos que colocámos e encontrámos no caminho. Nem todas as questões estão resolvidas e muitas outras questões irão surgir. Se não fosse assim, concordando com Michel Godet, também não teria graça. O futuro estaria determinado e o percurso não tinha as “incertezas” que nos fazem crescer e estar mais bem preparados para o ir construindo à medida do tempo.

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Figura 9 – Previsão de evolução da população mundial e da taxa de fertilidade


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de hoje. A floresta de amanhã, essa, vai precisar de visão, conhecimento e empenho. Mesmo a amada e odiada floresta de eucalipto, apesar de ser muito resistente, vai precisar da

nossa ajuda sábia e interesseira. Sábia porque a margem para errar deverá ser mais pequena e interesseira porque o País precisa da floresta de eucalipto para gerar mais emprego, mais riqueza e proporcionar um melhor ambiente para um futuro melhor.

Bibliografia: Alves, Jorge Fernandes (2000) A estruturação de um sector industrial – a pasta de papel. História, IIIª série, Vol. 1:153-182 Radich, M. (1994) Uma exótica em Portugal. Ler História 25:11-26.

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Pasi Niemelainen, Savcor Forest Inc Lana Silva, Savcor Forest Ltda

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urante os últimos anos, o setor de silvicultura da América do Sul implementou tecnologias que nos permitem administrar não apenas os processos empresariais, mas principalmente o organismo vivo que é a base de nossa indústria, as florestas. De fato, o processo de modernização trouxe inteligência ao negócio e está profundamente ligado às mudanças no mercado global. Hoje em dia, grandes corporações com ativos florestais no Brasil e em outros países da América do Sul competem com empresas poderosas e igualmente capitalizadas em outros continentes. Para ganhar esta batalha, é de extrema importância contar com sistemas de informação avançados de administração florestal.

ativos florestais. Trabalhar com material genético é uma área de desenvolvimento de evolução rápida que objetiva produzir a matéria-prima de melhor qualidade para a produção de celulose e papel. Como a demanda de matéria-prima de uma fábrica de celulose é guiada pela indústria de papel e, por fim, pelo usuário final dos produtos de papel, é importante poder reagir proporcionando mudanças nessa cadeia. Na prática, isso significa que alguns materiais genéticos podem ficar obsoletos com o passar do tempo e precisam ser substituídos por outros que possam produzir a melhor fibra possível para satisfazer as necessidades específicas dos usuários finais.

Os melhores sistemas de informação em uso hoje são aqueles que integram processos operacionais, administrativos e estratégicos de forma contínua. Eles cobrem o processo empresarial desde a pesquisa genética e a produção de mudas até a colheita e o transporte. Muitas das empresas de silvicultura da América do Sul têm esses sistemas em uso e estão se beneficiando de poderem planejar e controlar suas operações florestais.

Outro exemplo de se tirar o máximo valor na plantação florestal está na distribuição de mudas. Geralmente, a produção de mudas nas operações em larga escala é planejada tendo como base um plano anual de colheita. Assim como todas as vezes nas quais estamos lidamos com a natureza, as áreas onde as colheitas foram feitas diferem do que estava planejado e isso traz à tona um dilema muito desafiador; como distribuir as mudas já produzidas da melhor forma possível, com o objetivo de maximizar o IAM (incremento anual médio). Vários parâmetros, desde material genético até solo e condições climáticas e custos operacionais, entre outros, precisam ser considerados. Se feito corretamente, esse é um processo que oferece possibilidades para ganhos consideráveis em produtividade.

O próximo passo lógico para se tirar o máximo valor das florestas é a otimização. É fato que cerca de 60% do custo da madeira vêm da colheita e da logística. Isso representa uma base de custo de centenas de milhões de dólares em florestas de plantação em larga escala e é o maior item no qual a otimização pode trazer uma economia enorme nos custos. Com ajuda da otimização, é possível economizar entre 5 e 10% nessa fase do processo sem sacrificar o uso sustentável dos

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A fibra é na maioria das vezes o fator que mais afeta o custo e a qualidade da celulose


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produzida. A qualidade da fibra, por sua vez, é influenciada por genótipos, fenótipos e condições operacionais, entre outros fatores. Ao otimizar toda a cadeia de valor florestal, precisamos considerar uma rede complexa de macroambiente, propriedades do grupo de árvores, da árvore e da fibra de madeira, propriedades da fibra de celulose, redes de fibra e propriedades da fibra de papel. Com o tempo, a cadeia de valor nos leva a perceber que é a exigência do usuário final que guia todo o processo. É aí que está o desafio final da otimização de cadeia de valor. Devemos considerar que as exigências do usuário final guiam as necessidades industriais para certos tipos de fibra e isso precisa ser considerado na obtenção de matéria-prima desde o desenvolvimento genético e a distribuição de mudas até o transporte e a mistura de cavaco. A indústria florestal da América do Sul deu saltos gigantescos nos últimos anos quanto à implementação de tecnologias para administrar seus ativos florestais. Integração contínua de sistemas de informação robustos de administração

florestal e ferramentas avançadas de otimização são a chave para desenvolver a competitividade da indústria floresta sul-americana e para aumentar ainda mais nossas capacidades de concorrência nos mercados internacionais. A Savcor Forest entrou no mercado da América do Sul no início dos anos 1990. Já nos primeiros anos no mercado, a companhia focalizou em sua força tradicional, prevenção de corrosão eletroquímica para indústrias de celulose e papel. Porém, desde cedo a Savcor Forest reconheceu a importância da indústria florestal sul-americana e trouxe soluções para esse mercado que influencia operações dessa escala e escopo. A Savcor Forest tem uma história forte na indústria florestal da Finlândia, onde a empresa desenvolveu soluções de software avançadas para operadores florestais. A competência fundamental está na administração de toda a cadeia de abastecimento e no oferecimento de soluções integradas para colheita, logística, inventário e venda.


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m dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da nossa sociedade moderna é a higiene. Boa saúde e qualidade de vida estão diretamente relacionados com uma boa higiene. Para tal, um dos produtos mais importantes é o papel tissue, desenvolvido para todos os tipos de higiene e de limpeza. Os rolos de papel higiénico existem desde o século XIX, mas é só mais recentemente (anos 1960) é que o papel para uso higiénico começou a oferecer os níveis de resistência, suavidade, absorção e preço razoável que as famílias anseiam. Mais de 20 bilhões de rolos de papel são consumidas anualmente na Europa.

Os primeiros lenços de papel foram propostos na década de 1920 e tiveram, de imediato, uma contribuição significativa para a higiene e a limpeza. Têm melhorado ao longo dos anos, atualmente, oferecendo, um alto nível de macieza e de resistência, mas o conceito básico permanece inalterado. Papéis tissue (ou papéis para fins sanitário) é o nome genérico dado a uma categoria de produtos que engloba os seguintes papéis: a) Higiénico Popular; b) Folha Simples de Boa Qualidade; c) Folha Simples de Alta Qualidade; d) Higiénico Folha Dupla; e) Toalha de Cozinha; f) Toalha de Mão; g) Guardanapo; h) Lenço; i) Lenço Hospitalar Os papéis tissue são assim chamados devido às suas propriedades físicas, que lembram as de um tecido: suavidade, espessura, capacidade de absorção de humidade e resistência. Estes papéis possuem baixas gramagens (15 a 50 g/m2) e são produzidos com base em diversos tipos de fibras, sendo as curtas e as recicladas as de maior utilização. As fibras curtas dão macieza ao papel enquanto as longas dão resistência. O mercado dos papéis tissue pode ser dividido em duas partes bem diferenciadas: s $W KRPH, ou mercado das famílias (doméstico), onde os produtos são usados no dia a dia dos lares; s :D\ IURP KRPH, que atende o mercado institucional/empresarial, incluindo bares, restaurantes, hotéis, hospitais, unidades industriais, linhas aéreas etc.

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Enquanto no mercado at home a concorrência é centrada no estabelecimento de marcas, na qualidade dos produtos e no esforço inovador, no mercado institucional, away from home, os preços e as relações comerciais de longo prazo contribuem para o sucesso das empresas. Diferentemente de uma commodity, que geralmente possui mercado com preço único, os preços dos papéis tissue variam, significativamente, de acordo com as marcas e as qualidades intrínsecas de cada produto (cor, cheiro, macieza, capacidade de absorção da humidade, etc.). O consumo mundial de papéis tissue parece estar diretamente correlacionado com o rendimento per capita de cada país e com o tamanho e a taxa de crescimento da população. Além disso, nos países em desenvolvimento, os movimentos ascendentes nas classes sociais também influenciam a evolução do consumo, pela “popularização” de alguns tipos de produtos. A combinação desses fatores sugere as razões pelas quais os países em desenvolvimento apresentam elevadas taxas de crescimento do consumo.

Precisamente devido a este crescimento de consumo nos países em desenvolvimento, o papel tissue é o único tipo de papel que deve manter, a nível mundial, uma tendência sustentada de crescimento anual. Com efeito, após a procura mundial ter ultrapassado os 29.000 milhões de toneladas em 2011, com um crescimento de 3,3% em relação a 2010, prevê-se um crescimento médio de 3,4% ao ano, até 2014. Por essa razão, a oportunidade para, neste número de Pasta e Papel, nos determos sobre alguns exemplos da sua produção em Portugal e no Brasil: referimo-nos às fábricas da Fapajal e da AMS Goma-Camps, respetivamente a mais antiga e a mais recente fábrica de tissue em Portugal, e a Mili, um exemplo do recente desenvolvimento e investimento no Brasil.

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udo leva a crer que foi depois do grande sismo de 1 de Novembro de 1755 que os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, do Mosteiro de S. Vicente, tenham começado a fabricar papel na sua nova propriedade da Abelheira, à margem do rio Trancão, entre o Zambujal e o Tojal. Depois do Terramoto, é quase certo que os frades, como tantas outras Comunidades, tenham saído de Lisboa para os arredores, neste caso para a quinta da Abelheira, com sua casa senhorial e capela, reformada e engrandecida durante os 5 anos anteriores, e cercada por uma vasta propriedade.

Vista geral da Transformação

Os Vicentinos provavelmente fabricavam o chamado papel lombardo, rugoso e áspero, para embrulho, feito a partir de trapos de linho, como todo o papel na Europa. Quando vieram as invasões francesas, o Moinho da Abelheira, que já fabricava papel de escrever, parou, aliás como quase todas as oficinas da época. Em 1833, quando voltou, por pouco tempo, o país à normalidade, a fábrica tornou a funcionar, mas somente até a dissolução das ordens religiosas. Em 1835 o Barão, depois Conde, do Tojal, comprou a propriedade em hasta pública, e logo melhorou o engenho, transformando o velho moinho numa casa fabril, e encomendando no

estrangeiro máquinas modernas para fabrico em contínuo. Em 1841, a fábrica estava apetrechada para produzir papel de escrever, r papel almaço e papel de peso o (pardo). Por morte do Conde do Tojal, herdou a fábrica um seu cunhado inglês, Cônsul da Inglaterra em Lisboa, que mais tarde a vendeu à firma Graham. A firma William Graham & Co., proprietária de importantes fábricas no rio Clyde, foi fundada em Glasgow, na Escócia, em 1784. Durante as Guerras Napoleónicas, o filho do fundador do grupo estabeleceu-se em Lisboa, para promover a colocação de produtos de seu fabrico e, mais tarde, um seu sobrinho criava a filial do Porto. Além dos negócios comerciais, como a exportação de vinhos finos do Porto, a empresa Guilherme Graham Júnior e Cia. (como era denominada em Portugal) desenvolveu a sua atividade industrial, iniciada com a produção de vinhos do Porto. Na segunda metade do século XIX a família adquiriu uma fábrica de tecidos nas proximidades de Lisboa e outra nas proximidades do Porto. No último ano do século também adquiriu a Fábrica de Papel da Abelheira (Tojal), ao lado do Rio Trancão. Durante os anos que se seguiram foram introduzidos vários melhoramentos na fábrica, e em 1923 a casa Graham resolveu reconstruir e remodelar por completo a fábrica, à custa de enormes investimentos. Na casa das máquinas havia 3 máquinas de papel, produzindo papéis de impressão e escrita de alta e média qualidade

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numa grande Fourdrinier e noutra máquina mais pequena, e papéis de embrulho e krafts numa máquina tipo Yankee, calandrados só dum lado. A energia era gerada por um equipamento suíço topo de gama Sulzer e o vapor era fornecido por caldeiras Babcock & Wilcox. No antigo convento, transformado em verdadeiro palácio, residiam membros da família Graham, morando os executivos e engenheiros estrangeiros em boas casas no alto da colina em frente da fábrica, e a maioria do pessoal fabril em casas ou pertencentes à fábrica ou na aldeia próxima, o Zambujal. A fábrica chegou a empregar quase 800 funcionários; abrigava lojas que vendiam alimentos a esse “mundo” de gente, peixarias e refeitórios. O herói de O Mandarim de Eça de Queiroz (1880) é-nos apresentado, logo na primeira página do romance, a escrever “numa formosa letra cursiva sobre papel “Tojal”…” Em meados de 1964 um grupo de cidadãos austríacos adquiriu a maioria da empresa e 3 anos mais tarde a Guilherme Graham e Cia. desaparece definitivamente do corpo accionista. Na altura, a Máquina 1, com a capacidade de cerca de 9 toneladas por dia, fabricava papéis almaço e outros de escrita, a Máquina 2 papéis kraftt para sacos, a máquina 3 friccionados e sulfitos e na maior e mais moderna, a Máquina 4, uma Bertram com capacidade de 25 mil toneladas por ano, fabricava papéis de escrita. A empresa passou a denominar-se Graham - Indústria de Papel da Abelheira, S.A.R.L.

Quevedo Pessanha, além de outros com posições simbólicas. Em 1967 iniciou-se um vultuoso programa de investimentos no sentido de substituir a Máquina 3 por uma nova, tipo Yankee, de marca ErWePa, com capacidade de 11 tons por dia, para a produção de papéis leves. A máquina iniciou a produção em 1969 e passou a chamarse “Máquina 2”. A Máquina 4 foi reconstruída e instalou-se uma nova central de refinação. Havia planos ainda para uma instalação completa para a fabricação de cartão, que não foi concluída por ter sido uma máquina para esse fim instalada na Companhia do Papel do Prado. Em Novembro de 1967, um cataclismo abateuse sobre Lisboa e arredores, na forma de chuvas torrenciais que provocaram enchentes dos rios, o que resultou em enormes prejuízos, não totalmente cobertos pelas seguradoras. Lembram os funcionários antigos de ouvir dizer que se encontraram bobinas-mãe de papel a flutuar, semanas depois, na costa da Ilha da Madeira! Desde 1967/8 a Graham - Indústria de Papel da Abelheira passou a ser controlada pelo Grupo Champalimaud, interessado no fabrico de sacos de papel para a Companhia de Cimentos de Leiria. Iniciou-se, no entanto, um período muito problemático para a empresa, que reclamava de pessoal pouco qualificado, de problemas infindáveis com a reconstruída Máquina 4 e com a nova Máquina 2, de subidas de preço na pasta e quebras no preço do papel, da concorrência da Inapa nos papéis de escrita. Com um excesso de problemas, a fábrica de papel fechou em Janeiro de 1973, reabrindo, mais aligeirada em termos de custos, em Dezembro do mesmo ano, após a conversão da maioria dos créditos em capital da

Enrolador MP3

Já no início de 1965, na lista de accionistas, aparecem alguns portugueses, como o Sr. Albano Eduardo da Costa Lobo, e mais tarde o Prof. Dr. Armando Gonçalves Pereira, o Dr. Jorge Gonçalves Pereira, e em 1969, o Eng. Vasco

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empresa imobiliária da Portucel e, em 2002, foi vendida por esta a uma empresa de urbanização.

A situação actual

MP3 Bobinadora

nova empresa, cuja denominação passou a ser Fapajal – Fábrica de Papel do Tojal, Lda. Em decorrência das nacionalizações, em 1975 a Fapajal passou para o âmbito do Estado, tendo sido agrupada ao universo da Portucel, quando esta empresa foi criada mais tarde no mesmo ano. Os vultuosos investimentos efetuados para permitir o fabrico a partir de pasta de papéis reciclados e para reconverter a Máquina 4 de produtora de kraft em produtora de papéis de impressão e escrita, não tiveram sucesso. O papel resultante era de má qualidade, o preço de venda não cobria os custos, os clientes espanhóis não pagavam, e a dívida acumulou-se para um valor alarmante. Em termos ambientais pouco esforço foi feito no tratamento de águas, acabando por entrar no Rio Trancão todos os efluentes, a despeito da legislação ambiental portuguesa e europeia que já existia na altura. A produção de papéis tissue na Máquina 2 tinha boa aceitação no mercado nacional e espanhol, mas como a sua participação nas vendas era de menos de 1/4, não cobria os prejuízos originados na Máquina 4, e a dívida para com o accionista Portucel ia-se acumulando. Em Novembro de 1995 decidiu-se encerrar definitivamente a Máquina 4, passando a empresa a dedicar-se exclusivamente à produção de papel tissue, a partir de pasta virgem, em bobinas mãe, e vendidas a transformadores nacionais e espanhóis. Em 1997 o terreno envolvente, com o antigo palácio-convento, abandonado e muito degradado, apresentando apenas um esboço de sua glória dalgumas décadas anteriores, foi dado em dação da vultuosa dívida acumulada a uma

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Em meados de 1999 lançou-se um concurso público para a privatização da Fapajal, já transformada em sociedade anónima e despojada da envolvente Quinta da Abelheira. O concurso foi ganho por um grupo de accionistas privados nacionais, liderados pelo Dr. Luis Pereira da Cunha e pela Dra. Helen Gray de Castro, exAdministradores do Grupo Inapa e do Grupo Papelaria Fernandes. A nova Administração empreendeu em 2000 um grande projecto de investimento, apoiado pelo PEDIP, incluindo uma estação de tratamentos de efluentes industriais, a instalação de uma nova linha de destintagem para a produção de pasta reciclada, um gerador de cogeração e uma nova caldeira alimentada a gás natural, automatismos e sistemas de gestão. Apostou-se na integração a jusante, com a instalação gradual de uma área de transformação dentro da empresa, no sentido de melhorar e estabilizar as margens operacionais, como aliás fizeram as outras fábricas de referência que também produzem papel tissue. Um ano mais tarde, foi recondicionada a Máquina 1, que actualmente produz cerca de 1.700 toneladas por ano de papéis lisos para o fabrico de toalhas de mesa e toalhas de mão. A Máquina 2 foi beneficiada ao longo dos últimos 10 anos, produzindo actualmente cerca de 6.500 tons por ano de tissue a partir de fibra virgem e de fibra reciclada.

Armazém de bobinas


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2008 e 2010, com mais da metade destinada à exportação. A empresa hoje transforma uma crescente fatia do papel produzido em produto acabado destinado aos mercados institucional e da restauração (away-from-home). Os investimentos recentes em linhas adicionais na área da transformação irão permitir um aumento de 40% nas vendas previstas do produto transformado, em 2012, grande parte destinada à exportação.

Armazém de produtos transformados

A Fapajal foi a primeira empresa do sector de pasta e papel a conseguir a Licença Ambiental, há 7 anos, e desde então tem como objectivo seguir as soluções BAT (Best Available Technology). Em 2006 investiu-se num segundo motor de cogeração, e no ano seguinte a actividade de cogeração foi destacada para uma empresa de produção e venda de energia elétrica e térmica, ficando a Fapajal com o enfoque unicamente na produção e transformação de papel. Em 2008 foi decidido, após análise, investir num aumento significativo da produção, através de um investimento numa nova máquina de papel tissue e em acrescida capacidade na área da Transformação. Isso permitiria à empresa ultrapassar a sua condição de muito pequena produtora, com a resultante síndrome de altos custos fixos unitários e pouca flexibilidade. O investimento constituiu um grande passo para a Fapajal, e o apoio recebido dos financiadores, inclusive do programa QREN do Estado, atesta à boa relação existente com os parceiros financeiros e à cuidadosa gestão financeira.

A Fapajal aposta num alto padrão de qualidade de produto e serviço pós-venda, e numa procura constante, junto do grande cliente, de alternativas de produtos de boa relação qualidade-custo. Isso tem-lhe permitido servir clientes de referência tanto na área do papel em bobinas como do produto transformado, em Portugal e na Espanha, Alemanha, França, Reino Unido e Caraíbas. A capacidade que a empresa tem de fornecer todos os produtos do mercado away-from-home constitui um factor competitivo, pela facilidade do fornecimento a partir de um “one-stop-shop”. A empresa conta vender cerca de €26 milhões em 2012, estando, até ao momento em sintonia com o seu Business Plan. Desde o início da concessão do estatuto de PME Líder pelo IAPMEI/Ministério da Economia, em 2009, que a empresa tem mantido esse estatuto, e os resultados de auditorias recentes indicam que a certificação da qualidade pela norma ISO 90012008 será concedida até o final do primeiro semestre de 2012.

Movimentação de bobinas

A nova Máquina de Papel 3 arrancou no final de Julho 2009 e prevê-se para 2012 produzir 25 mil tons por ano de papéis tissue de fibra virgem. Com a entrada em produção dessa MP, as vendas consolidadas quase triplicaram entre

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No plano estratégico da empresa está a instalação de uma máquina de papel idêntica à MP3, para produzir papéis tissues a partir de fibra reciclada, mas por ora o investimento terá que esperar por um contexto económico-financeiro europeu mais favorável.

Equipamento produtivo A Fapajal dispõe actualmente da seguinte capacidade produtiva: MP 1 – marca desconhecida, de meados do séc. XIX, mesa plana (fourdrinier). Fabricava papel almaço. Talvez a mais antiga MP de mesa plana ainda em funcionamento em Portugal, foi remodelada em 2001. Largura 1800 mm, velocidade 110 m/min, papéis lisos entre 38 e 60 g/m2. Capacidade média de produção de 360 t/mês.

MP 2 – marca ErWePa, tipo Yankee. 1969. Ultima remodelação em 2007. Largura 2350 mm, velocidade 500 m/min, papéis crepados de 16 a 52 g/m2, lisos de 18 a 70g/m2. Capacidade média de produção de 600 t/mês. MP 3 – marca Toscotec, 2009. Largura 2750mm, velocidade 1300 m/min, papéis crepados de 12 a 35g/m2. Capacidade média de produção de 1800 t/mês. Transformados: toda a gama de away-fromhome, incluindo 3 bobinadoras, 4 linhas de toalhas de mão, 2 linhas de toalhas de mesa e 1 de toalhete de bandeja, 2 linhas de guardanapos, 2 linhas de guardanapos tipo “bar”, 2 linhas guardanapos tipo-L (miniservis).

Inovação No âmbito da preocupação constante com inovação e melhoria de qualidade, a equipa técnica da Fapajal em 2011 concretizou um projecto de fixação de carbonato de cálcio na folha de papéis tissue de pasta virgem Disso resulta acrescida suavidade e brancura do papel, além do efeito económico positivo de substituição de uma pequena percentagem da pasta virgem por carbonato de cálcio. O êxito desta nova aplicação levou a Fapajal a solicitar uma patente para o processo utilizado.

RESUMO HISTÓRICO 1755 – Após o grande terramoto de Lisboa, os monges de São Vicente fixam residência na Quinta da Abelheira, doada pelo Rei, e aí começam a produzir papel de impressão e escrita 1836 – O negócio é adquirido pelos produtores de vinho do Porto William Graham & Co., de nacionalidade inglesa 1923 – Remodelação total da fábrica – produção de papel de I&E em 2 MP’s e de kraft noutra 1964/7 – Venda a accionistas austríacos e depois a nacionais 1967 – Introdução da actual MP2 para fabrico de papéis tissue. Produção de papéis de I&E na MP1, tissue na MP2 e kraft na então MP3 1973/5 – Insolvência pós-revolução, empresa nacionalizada sob a então estatal Portucel. Paragem da MP1 e transformação da MP3 de kraft para I&E, resultando em enormes prejuízos 1999 – Venda em concurso público, ganho por accionistas nacionais privados, liderados por Luís Pereira da Cunha e por Helen Gray de Castro. Nessa altura só existe produção de 20 t/dia de papéis tissue na MP2 2000/1 – Projeto importante de investimento, com introdução de uma linha de reciclado, de cogeração a gás natural, de uma estação de tratamento de águas residuais industriais, de sistemas e automatizações, de um sector de produto transformado 2001 – Recondicionamento da MP1 para fabrico de papel para toalhas de mesa e mãos 2003 – Recondicionamento da MP2 2008/9 – Projecto importante de investimento na MP3 – 60 t/dia - start-up final Julho 2009 2011/12 – Investimentos na capacidade produtiva da área da Transformação.

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Fundada em 1983, a Mili conta hoje com mais de 1200 colaboradores, distribuídos por três unidades fabris e duas centrais de distribuição. As suas fábricas estão localizadas em Santa Catarina, Paraná e Alagoas. As centrais de distribuição encontram-se em Curitiba (PR) e Maceió (AL). A Mili é uma das maiores fabricantes brasileiras no segmento de higiene e limpeza. Os seus produtos - papel higiénico, toalhas de papel, guardanapos, fraldas descartáveis e absorventes higiênicos - estão entre os líderes nacionais de mercado. A linha de produtos ainda é composta por mais uma série de itens de limpeza doméstica. Os produtos Mili estão presentes em todo o território brasileiro e no Mercosul, através de um sistema próprio de distribuição totalmente focado nas necessidades dos clientes. A Mili preocupa-se com seu papel junto à sociedade e desenvolve uma série de iniciativas dentro do conceito de Responsabilidade Social. As ações envolvem, principalmente, a preservação do meio ambiente.

História

A

história da Mili começou em 1983, em Três Barras (Santa Catarina). Em 1985 a sede mudou para Curitiba (PR). Nesta fase a Mili produzia o papel em Santa Catarina e fazia o acabamento em Curitiba, num edifício alugado. Em 1996 ficou pronta a sede própria na capital paranaense, que hoje abriga a administração e a produção de fraldas e absorventes. A produção e a transformação nas linhas de produtos de papel encontram-se em Três Barras. É também em Santa Catarina que a Mili mantém uma fazenda de reflorestamento.

acabamento, tudo controlado eletronicamente e atestado por um laboratório próprio funcionando 24 horas por dia. A Mili Inaugurou em novembro de 2008, a sua fábrica em Maceió. Ali são fabricadas algumas das duas linhas de papel higiênico. No mesmo local também funciona a sua central de distribuição para a região Nordeste, concentrando todo o mix de produtos da empresa: papel higiénico, toalhas e guardanapos de papel, fraldas descartáveis, absorventes higiénicos e mais uma série de itens de higiene pessoal e limpeza doméstica. A nova MP7 da Mili será instalada na fábrica de Três Barras, no estado de Santa Catarina

Em 2001, a Mili inaugurou a sua Central de Distribuição, em Curitiba. São mais de nove mil metros quadrados de área construída, que concentram a expedição de produtos para todo o Brasil e Mercosul. Na Mili todos os estágios da fabricação de um produto seguem rigorosos padrões de qualidade. Em todas as linhas de produção, cada detalhe é minuciosamente cuidado e estudado, desde a escolha da matéria-prima, até ao processo final de

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Produtos Mili

8QLGDGHV LQGXVWULDLV 7UÇV %DUUDV O complexo industrial de TrĂŞs Barras, no planalto catarinense, ĂŠ responsĂĄvel pela produção do papel a partir da reciclagem de aparas selecionadas. A unidade conta com destacados processos de preservação ambiental e uma subestação prĂłpria de energia elĂŠtrica. &XULWLED Em Curitiba, capital do ParanĂĄ, sĂŁo produzidas fraldas descartĂĄveis e absorventes higiĂŠnicos. Junto a esta unidade encontra-se tambĂŠm a sede da empresa. 0DFHLĂ? A mais moderna unidade industrial, inaugurada HP 3URGX] SDSHO KLJLÆQLFR IROKD VLPSOHV no mesmo local funciona tambĂŠm uma das centrais de distribuição.

/RJĂŠVWLFD H 'LVWULEXLĂ„Ă€R A Mili possui um sistema moderno e exclusivo de logĂ­stica, aliado a uma frota eficiente, garantindo a agilidade e a confiança nas entregas por todo o paĂ­s e exterior. Para atender a todas as regiĂľes, as Centrais de Distribuição estĂŁo localizadas em pontos geogrĂĄficos estratĂŠgicos (Curitiba e MaceiĂł), junto Ă s principais rodovias e portos, onde se concentram o armazenamento e a expedição dos produtos para os pontos de venda.

&RQWUROR GH 4XDOLGDGH Na Mili, todos os estågios da fabricação dos produtos seguem rigorosos padrþes de qualidade. Em todas as linhas de produção, cada detalhe Ê acompanhado desde a receção da matÊria-prima atÊ ao produto final. As unidades industriais contam com os seus próprios laboratórios de Controle de Qualidade e profissionais especializados.

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Anualmente as principais publicaçþes brasileiras dos setores de Economia e de ComĂŠrcio a Retalho publicam os seus rankings, classificando as empresas conforme o seu desempenho no mercado e financeiro. A Mili vem, ano apĂłs ano, aparecendo muito positivamente nestas revistas. Indicamos, de seguida, o resumo do seu desempenho em 2011: s 5HYLVWD ([DPH 0HOKRUHV H 0DLRUHV Nesta edição de 2011 a Mili ocupa posição de destaque no setor Papel e Celulose, classificandose como “A melhor fabricante de papel higiĂŠnico do Brasilâ€?, com destaque para: s — PDLRU &UHVFLPHQWR HP 9HQGDV s ‡ PHOKRU 5HQWDELOLGDGH s ‡ PHOKRU UHODĂ„Ă€R 5LTXH]D (PSUHJDGR s ‡ PHOKRU /LTXLGH] &RUUHQWH s ‡ PDLRU FUHVFLPHQWR HP /LGHUDQĂ„D GH 0HUFDGR (o maior entre as fabricantes de papel higiĂŞnico). s 5HYLVWD 6XSHU +LSHU /ĂŠGHUHV GH 9HQGDV Segundo pesquisa Nielsen: s ‡ PDUFD PDLV YHQGLGD GH SDSHO KLJLÇQLFR IROKD VLPSOHV QR %UDVLO s ‡ PDUFD PDLV YHQGLGD QR PHVPR VHJPHQWR QD regiĂŁo Sul. s 5HYLVWD 'LVWULEXLĂ„Ă€R 0DUFDV HP GHVWDTXH Pesquisa realizada com exclusividade pela $%$' 1LHOVHQ QR UHWDOKR GH D FKHFNRXWV DSRQWD TXH D PDUFD 0LOL Æ r/ĂŠGHU GH 0HUFDGRr s ‡ PDUFD PDLV YHQGLGD GH SDSHO KLJLÇQLFR IROKD VLPSOHV QR %UDVLO s ‡ PDUFD PDLV YHQGLGD QR PHVPR VHJPHQWR QD regiĂŁo Sul. s ‡ PDUFD GH IUDOGD GHVFDUWžYHO PDLV YHQGLGD QR %UDVLO s ‡ PDUFD PDLV YHQGLGD QR PHVPR VHJPHQWR QDV UHJLĂ’HV 6XO H ,QWHULRU /LWRUDO GH 63 s 5HYLVWD 6XSHUPHUFDGR 0RGHUQR 7RS )LYH A Mili foi novamente escolhida pelos leitores da revista como uma das melhores fornecedoras de: s 3DSHO +LJLÇQLFR )ROKD 6LPSOHV s 3DSHO +LJLÇQLFR )ROKD 'XSOD s 7RDOKDV GH 3DSHO s *XDUGDQDSRV GH 3DSHO s )UDOGDV 'HVFDUWžYHLV


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s $EVRUYHQWHV +LJLÆQLFRV s /HQĂ„RV +XPHGHFLGRV s /HQĂ„RV GH 3DSHO s 5HYLVWD 9DORU 0DLRUHV (PSUHVDV A Mili foi classificada entre as 10 melhores no segmento de Papel e Celulose: s — HP JLUR GR DWLYR s — HP OLTXLGH] FRUUHQWH s — HP UHQWDELOLGDGH s — HP PDUJHP GD DWLYLGDGH s — HP FUHVFLPHQWR VXVWHQWžYHO s — HP JHUDĂ„Ă€R GH YDORU

5HVSRQVDELOLGDGH VRFLDO A Mili Ê uma empresa preocupada com seu papel junto à sociedade e ao planeta. Os seus projetos sociais têm como propósito o despertar para as questþes ambientais, educativas e de cidadania. Promovendo melhores condiçþes de vida e novas oportunidades, a Mili, atravÊs destes projetos e uma sÊrie de açþes de mobilização, sensibilização, educação e qualidade de vida, envolve funcionårios, familiares, prestadores de serviço e a comunidade. Atua em consonância com as necessidades e anseios da empresa, buscando os resultados de forma a contribuir para o bem-estar dos funcionårios, a sua qualidade de vida, saúde e educação, vendo o ser humano de forma integral.

5XPR DR IXWXUR A Mili comemora agora mais uma etapa no seu caminho de crescimento constante: o investimento de perto de 80 milhĂľes de euros na sua sĂŠtima mĂĄquina de papel tissue. O novo equipamento propiciarĂĄ Ă empresa um aumento de produção GH WRQHODGDV DQR ˆ(QWUDUž HP RSHUDĂ„Ă€R no segundo semestre de 2013, justamente quando a Mili, uma empresa de capital 100% brasileiro, estarĂĄ a comemorar os seus 30 anos de existĂŞnciaÂť, apontou o Diretor-Presidente, 9DOGHPDU /LVVRQL 3DUFHLUD GD 9RLWK 3DSHU GHVGH D 0LOL decidiu-se, de novo, por este fornecedor na encomenda desta moderna mĂĄquina de tissue, a VXD 03 'R WLSR 970 WHUž P GH ODUJXUD GH papel no enrolador e velocidade de operação de

9DOGHPDU /LVVRQL IXQGDGRU GD 0LOL

P PLQ $ 03 VHUž LQVWDODGD QD IžEULFD GH TrĂŞs Barras, em Santa Catarina, onde jĂĄ existem GXDV PžTXLQDV 9RLWK 03 H 03 O fornecimento contarĂĄ com as mais modernas WHFQRORJLDV GD 9RLWK 3DSHU SDUD D IDEULFDĂ„Ă€R de papel tissue de alta qualidade, com a menor utilização de recursos naturais: caixa de entrada MasterJet Pro T de duplo fluxo com ModuleJet (sistema de controle de diluição), formador FUHVFHQW IRUPHU QRYD SUHQVD GH VDSDWD 1LSFR)OH[ T, Yankee T-Rib de 5,4 m de diâmetro, hote de alta eficiĂŞncia para 510 °C, enrolador MasterReel com retorno automĂĄtico dos veios dos mandris e automação completa para a operação da PžTXLQD 0&6 '&6 H 4&6 7HFR6HQV — VFDQQHU sem fonte radioativa para a fabricação de papel tissue no Brasil. Com mais esse projeto, a Mili visa responder Ă crescente procura de papĂŠis tissue no Brasil, por meio da produção de mais de cerca de 70 mil WRQHODGDV DQR FRP DOWD TXDOLGDGH XWLOL]DQGR fibras recicladas na sua composição e baixo consumo de energia, visando cumprir com seu objetivo central de manter um crescimento sustentĂĄvel. “Para a Voith ĂŠ uma satisfação muito grande ser escolhida, por uma das empresas que mais crescem no Brasil, para fazer parte desse novo e ousado projeto. Este ĂŠ o quinto trabalho que realizamos em parceria desde o ano de 2000 e o terceiro somente em 2011â€?, afirmou RogĂŠrio %HUDUGL 'LUHWRU GH 9HQGDV GH SDSÆLV WLVVXH GD 9RLWK 3DSHU %UDVLO

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Dossier Tissue

A

jovem empresa AMS-GC terminou no início do presente ano a segunda fase do projeto, tendo na inauguração contado com a presença do Ministro da Economia, Dr. Álvaro Santos Pereira.

financeiros, levou a criação da empresa AMSPaper Mill and Converting SA, tendo mais tarde e devido a parceria criada com o Grupo Goma Camps, alterado a sua designação para AMS-Goma Camps SA. O Governo Português através da AICEP atribuiu ao projeto o estatuto PIN- Projeto de Potencial Interesse Nacional, o que acabou por ser um marco importante para a celeridade da implementação de todo o projeto, o qual decorreu em tempo record e com um rigoroso cumprimento orçamental, tendo o mesmo ficado 5% abaixo do previsto. Desde a assinatura de compra da máquina de papel até ao seu start up, decorreram 14 meses. Os edifícios iniciais com 30.000m2 foram construídos num tempo record de 7 meses. A fabricação de papel foi projeto turn keyy da responsabilidade da Toscotec. O “start up”” da máquina de papel ocorreu a 10/8/2009, 5 dias antes da data prevista.

AMS-GC é um playerr no mercado tissue, tendo iniciado a sua produção em Agosto de 2009. Com um investimento total a rondar os 50 milhões de euros, a empresa construiu uma unidade “green field”” em Vila Velha de Ródão ocupando uma área de 150.000 m2. O projeto nasceu de uma oportunidade detetada no mercado, a qual e depois de analisada com a elaboração do estudo de mercado e estudos

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são alcançados cinco anos depois do start up, e o departamento de converting, regista já eficiências acima da média do sector. Forte enfoque na qualidade de produto e serviço, tem permitido uma excelente aceitação do mercado aos produtos produzidos o que tem permitido a empresa registar crescimentos assinaláveis nas suas vendas as quais cresceram 16% de 2010 para 2011.

Trata-se de uma máquina Crescente Former, com velocidade de produção de 1.900m/minutos, velocidade já alcançada e na qual a máquina tem estado a laborar. Na área de “converting” a empresa tem instalado três linhas que produzem produtos para os dois segmentos de mercado “consumer” e “AFH”. A empresa foi oficialmente inaugurada em 15/5/2006 com a presença do primeiro-ministro Engº Jose Sócrates, o qual enalteceu o espirito empreendedor dos promotores do projeto. Perto dos três anos de atividade, a empresa tem registado um crescimento significativo, obtido de forma sustentada. A máquina de papel está a alcançar resultados que normalmente

O êxito do sucesso alcançado, alicerça-se numa gestão profissional e simples. Enfoque particular no principal ativo da empresa, as pessoas; trabalho de equipa; delegação de competências e formação adequada; permanente processo de melhorias continua e enfoque nos resultados, são as chaves do sucesso. A empresa adota uma estratégia de crescimento sustentado, tendo sempre presente a sua responsabilidade social, a qual é encarada não como “Marketing Social”” mas sim como a visão empreendedora mais preocupada com a envolvente social onde a empresa se insere, com a criação do lucro como meio para se conseguir um desenvolvimento sustentado e com mais qualidade de vida. Procura um comportamento ético, que contribua para o desenvolvimento económico, social e ambiental. As decisões devem permitir a solidez do crescimento, sendo as mesmas

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avaliadas em termos do respetivo impacto no médio e longo prazo. A instalação da unidade em Vila Velha de Ródão, teve um significativo impacto social, fazendo com que este concelho tenha hoje a 2ª mais baixa taxa de desemprego do país. Num estudo recentemente elaborado no universo de 10 empresas do sector de Pasta, Papel e Impressão e relativamente ao posicionamento ao nível da responsabilidade Social, Capital Psicológico, Empenhamento e Desempenho, a AMS-GC e em 15 fatores dos 17 avaliados, foi classificada acima da média do sector, o que é assinalável para uma empresa com uma idade tão jovem. O reconhecido bom desempenho desde o start up, aumenta a responsabilidade da AMSGC para o futuro, pretendendo continuar a consolidar a posição no sector e conjuntamente com as adequadas práticas de gestão, garantir o crescimento sustentado e desta forma permitir a empresa cumprir o seu papel na vida.

O PROJETO Em 10 de agosto de 2009, a AMS Goma-Camps iniciou a produção na nova fábrica situada em Vila Velha de Ródão, dispondo de uma máquina de papel tissue da Toscotec, uma AHEAD 2.0, com uma capacidade total de 110t/dia. A AMS Goma-Camps é uma empresa privada, propriedade do grupo português Mateus Rocha e Simão e da empresa espanhola Goma-Camps. A fábrica, projetada para operar com pasta virgem e desperdícios de papel, produz quer bobinas jumbo para transformadores locais, quer produtos acabados, fornecendo os mercados ibérico e do Norte de África com uma vasta gama de produtos, incluindo lenços, guardanapos, papel higiénico e toalhas. A fábrica também fornece alguns países africanos de língua oficial portuguesa, estando ativa tanto no mercado consumidor, como no setor de AFH. O projeto «turn-key» da Toscotec incluiu o fornecimento da preparação de pastas virgens, da máquina de papel tissue AHEAD 2.0, com cilindro secador Yankee TT SYD 15FT em aço, dos equipamentos auxiliares da máquina, de uma bobinadora de 3 folhas (TT WIND-H), com calandra, eletrificação e sistema de controlo, e toda a montagem. A velocidade da máquina é de 1900 m/min, com uma largura útil de 2.820 milímetros e uma produção diária de 110 toneladas. O projeto AMS Goma-Camps foi baseado na B.A.T. (melhor tecnologia disponível) para a produção de tissue e, graças à combinação de um secador de Yankee de aço e prensa aspirante TT

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pelo Estado Português o estatuto de PIN-Projeto de Potencial Interesse Nacional. Em dezembro desse ano é assinada a parceria estratégica com a Goma Camps e é alterada a designação para AMS – Goma Camps, SA. Em janeiro de 2009 inicia-se a construção da fábrica, que será inaugurada em Agosto pelo Primeiro-ministro José Sócrates.

de grande diâmetro, foi grandemente orientado para a poupança de energia.

A HISTÓRIA Em 2007 e depois de concluídos o estudo de mercado e os estudos económicos e financeiros, é criada com a designação de AMS- Papermill and Converting, SA. Em 2008 é assinado o protocolo com a Câmara Municipal de Vila Velha de Rodão e é atribuído

Em Agosto de 2009 arranca a máquina de papel e as linhas de transformação Em 2011 a empresa obtêm a certificação integrada, qualidade, ambiente e segurança e em 2012 é atribuído a certificação “Ecolabel” a parte do seu portfolio. Representando um investimento de 50 milhões de euros, criou até 2011, 120 postos de trabalho e prevê terminar 2012 com 137 colaboradores. Produziu em 2011 26.560 toneladas, atingindo um volume de vendas de 40,2 milhões de euros.

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Sophie Ozanne

A MP 11 da SAICA em Partington, perto de Manchester, arrancou em janeiro deste ano. Para além de ser uma máquina de grandes dimensões e um dos poucos investimentos na Europa neste momento, é interessante destacar que o projeto, em si, se desenvolveu de uma forma admirável, graças a uma gestão perfeita e à anterior experiência obtida em Espanha. O Grupo ENP (de que a revista Pasta e Papel faz parte), através da editora da revista El Papel, Sophie Ozanne, teve oportunidade de se encontrar com Federico Asencio, subdiretor geral da SAICA Paper e seu diretor industrial, que relatou porquê e como foi concluído este macro projeto. Uma visita à MP 10 de Burgo de Ebro, por ele guiada, serviu de ilustração perfeita ao relato, já que as duas máquinas são muito semelhantes.

E O

projeto da MP 11 não só inclui a linha de produção de papel, mas também contempla uma unidade de captação e tratamento de água para o processo e para as caldeiras, uma unidade de cogeração dispondo de uma turbina a gás e outra a vapor, uma unidade de recuperação energética dos desperdícios do processo e uma estação de tratamento de águas do processo.

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m 1998, o peso mínimo que, tecnicamente, se podia considerar para o papel fluting era de 105 g/m2. Tentava-se baixar o peso até 75 g/m2 para oferecer aos clientes - os fabricantes de embalagens de cartão - produtos mais leves e mais rentáveis. No entanto, isso exigia aumentar a velocidade das máquinas, de modo a manter a mesma capacidade produtiva

O desafio era conseguir um papel mais leve, com menor peso - e, portanto, frágil - mas com resistência física idêntica. A SAICA lançou, então, um projeto que tinha este duplo objetivo. Os fornecedores alemão Voith, finlandesa Metso e americana Beloit, hoje desaparecida, trabalharam em paralelo com o departamento de projeto de SAICA. Após alguns meses de trabalho, a Voith conseguiu apresentar uma máquina capaz de produzir papel de 75gr/m2 a uma velocidade de 1.450 metros por minuto, o que representava um aumento de velocidade de 25%, que compensava a diminuição do peso.

Investimentos calculados e progressivos Devido ao resultado da experimentação e ao trabalho em conjunto com a Voith, o salto tecnológico alcançado pela MP9, transformou a

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SAICA no primeiro produtor mundial de papel leve para a produção de caixas de cartão canelado. A MP9 arrancou em Outubro de 1999. O projeto foi um sucesso e a SAICA ficou muito satisfeito com o trabalho da Voith. Em 2004, SAICA tomou a decisão de construir uma nova máquina em Burgo de Ebro, que seria o MP10. Três construtores foram consultados: Metso, Mitsubishi e Voith. Acabou por ser a Voith a vencer o concurso, o que reduziu o tempo do projeto, pela experiência adquirida, visto a MP10 ser muito parecida com o MP9 anteriormente fornecida. Em março de 2010, a MP10 começou a produzir papel para canelar fluiting e teste-liner. A máquina, com uma largura de 8,55 m e uma largura útil na teia de 7,90 m, tem dois circuitos de caixa de chegada, que permitem produzir papel de duas camadas, a uma velocidade de projeto de 1800 m/min. Os pesos vão de 65 a 175 g/m2. Na SAICA, os planos estratégicos são desenvolvidos para dez anos. Há muitos anos que a empresa aragonesa planeava fazer uma expansão na Europa Ocidental. A Inglaterra representava grande oportunidade por duas razões principais: primeiro, pela disponibilidade de matérias-primas, visto ser um país densamente


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povoado (70 milhões) e, segundo, porque havia um deficit de máquinas de papel instaladas.

O desenvolvimento do projeto da MP11

O primeiro passo foi a aquisição de fabricantes de cartão canelado, a IP em 2006 e a SCA em 2008. «Tratava-se de prever a relação adequada de integração entre os três negócios: papel, recuperação e embalagens», diz Federico Asensio. O segundo passo foi dado no final de 2010 e início de 2011, com a aquisição de quatro empresas para a recuperação e gestão de resíduos, a Futur Ltd em outubro de 2010, a Cutts Reciclagem em julho de 2011, a Stirling Fibre em setembro de 2011, e, finalmente, a Houghton início de abril de 2012, com o fim de garantir a disponibilidade de matéria-prima na futura fábrica de papel.

O projeto da MP11 foi lançado em 2007. Em 2008 foi alcançado um acordo com o proprietário dos terrenos e foi apresentada a documentação necessária para obter as licenças de construção. No entanto, os acionistas, perante a iminência da crise que viria a tornar-se mais profunda do que se pensava a princípio, decidiram congelar o projeto, aproveitando-se o tempo para reduzir o custo do investimento. Francisco Carilla, diretor da divisão de projetos industriais, trabalhou com sua equipa e apresentou ao Conselho de Administração um projeto que foi finalmente aprovado em dezembro de 2009. Os necessários trabalhos prévios começaram em março de 2010. Devido às características do terreno, foi necessário realizar um tratamento físico-químico de estabilização do solo e a execução de 7.000 estacas de fundação, com um comprimento total de 112 km, a fim de evitar assentamentos dos edifícios, equipamentos e instalações.

A vocação da máquina nova, explica Federico Asensio, é « fornecer papel para o Reino Unido e Irlanda e ser o líder em papéis de alto desempenho em qualidade e serviço». Dentro do plano estratégico, 65% da produção é destinada para fábricas de cartão canelado da SAICA. Porque escolheu Manchester? Simplesmente por uma questão de logística: é uma localização central, numa área densamente povoada no Reino Unido, perto dos locais de consumo. Por outro lado, para permitir uma alimentação fluida da matéria-prima – o papel recuperado - graças à boa rede de autoestradas na área.

Uma equipa experiente projetou uma fábrica muito compacta A equipa do projeto e operações, totalizando mais de 20 pessoas, trabalhou em estreita colaboração durante meses para realizar o projeto, desde a definição das máquinas, à seleção dos fornecedores e das equipas, até à direção de

O

Grupo SAICA é o número 1 em Espanha na fabricação de papel para cartão canelado, com uma capacidade de quase dois milhões de toneladas de papel. Com mais de 8.000 colaboradores e a presença em Espanha, França, Irlanda, Itália, Portugal e Reino Unido, o Grupo tem três linhas de negócio: s 6$,&$ 3$3(5 t fabricação de papel s 6$,&$ 1$785 t UHFXSHUDÄÀR GH materiais recicláveis s 6$,&$ 3$&. t embalagens de cartão canelado com um volume de negócios que ultrapassa os 1.900 milhões de euros.

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MP11 s 7HFQRORJLD GH ponta. Máquina com 7,5 m de largura s 9HORFLGDGH GH 1.500m/min. s W DQR produzidas a partir de 100% de papel recuperado.

obras, à organização da fábrica, à formação do pessoal e ao arranque da fábrica. Um aspeto positivo do projeto foi que, neste caso, se partia de zero, o que permitiu planear uma fábrica muito compacta, cujos custos operacionais foram otimizados ao máximo. A partir de uma única sala de controlo, dirige-se a central de energia, a estação de tratamento de água, a preparação de pastas e a máquina de papel. Esta configuração oferece uma grande flexibilidade e versatilidade à organização.

A Metso foi escolhida, desta vez, principalmente pela sua tecnologia Depois de uma boa parceria com a Voith, com «relação sempre fantástica», nas palavras de Federico Asensio, e a experiência com a MP9, onde, com o salto tecnológico alcançado, a Voith mostrou ao mundo o seu know-how, foi uma grande surpresa para muitas pessoas saberem que, no caso de MP11,a Metso tinha sido escolhida. Asensio explica que se realizou um concurso e que os três finalistas foram a Voith, a Metso e a Andritz. Finalmente a Metso foi selecionado para uma série de razões, inclusive porque o fabricante foi muito aberto em ouvir a experiência papeleira da SAICA, porque, ao longo dos anos, tinha recuperado o nível tecnológico, pelo preço, pela eficiência da máquina, e, também, pela necessidade, por parte da SAICA, avaliar outro fornecedor, com vista aos investimentos futuros nas possíveis MP12 e MP13 na Europa Ocidental, previstas no plano estratégico da empresa.

O projeto de Partington foi uma experiência muito positiva Perguntando a Federico Asensio quais foram os pontos fortes do projeto, diz-nos que está «muito satisfeito com a forma como se desenvolveu o projeto». «Principalmente porque foi um esforço de equipa. Foi um projeto de toda a empresa». Começando com o departamento de compras. Em particular, Asensio menciona «o extraordinário trabalho da SAICA Natur, que assegurou o fornecimento de matéria-prima». As equipas de projetos, de operações e da SAICA Partington funcionaram perfeitamente. A máquina arrancou com uma antecedência de 15 dias, e a capacidade produtiva da fábrica superou as expectativas. Em 15 de janeiro, a máquina tinha papel no enrolador. No caso da MP10, quatro dias depois, produziu-se papel vendável. Na MP11, demorou apenas dois dias. Outra boa novidade foi a aplicação de amido, que neste caso foi realizada em apenas três dias. Iste foi, seguramente, em grande parte devido «ao trabalho excelente da Metso em todas as etapas», acrescentou o diretor. Por outro lado, a SAICA, durante a formação das equipas, reuniu esforços e recursos com que obteve resultados muito bons. De junho 2010 até setembro de 2011 mudaram-se gradualmente para Zaragoza 75 pessoas para seguir um treino teórico e prático, com o apoio da escola de papel da Alemanha, desenvolvido nos postos de trabalho da MP10. Também equipas espanholas foram enviados para Partington. Os funcionários tiveram a oportunidade de, forma voluntária, se deslocarem com as suas famílias, durante alguns meses, para Inglaterra; a boa surpresa foi que apareceram mais voluntários do que postos de trabalho. De tudo isto resultou um espírito de aprendizagem, de compreensão mútua entre as culturas, e, claro, foi conseguida uma técnica de preparação perfeita. Este projeto é inovador em vários aspetos. O que fez a diferença foi o fato de realizá-lo num país diferente, com diferentes fornecedores: a Metso em vez da Voith para a máquina principal, a Siemens, em vez da General Electric, para a turbina a gás na central de cogeração, a Voith em

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vez da Paques na estação de tratamento de água do processo, etc.

Um contrato de manutenção integral

Além disso, foi dada muita atenção à energia. Foi instalado um sofisticado sistema de recuperação na hote da secaria da máquina, etc.

Além da construção das peças principais da máquina, à Metso foi confiada a manutenção geral de toda a fábrica. Obviamente, antes de tomar essa decisão, procedeu-se a um concurso entre empresas especializadas em manutenção. Em 11 de janeiro de 2011 foi assinado o contrato com o fornecedor escolhido, a Metso, após avaliar várias propostas, incluindo a Voith e a ABB.

No entanto, as grandes mudanças em relação às fábricas anteriores foram, acima de tudo, o fato de ter uma equipa pequena, um armazém automático com veículos autónomos e, finalmente, o contrato de manutenção integral assinado com a MMS (Metso Mill Services).

O conceito, no entanto, é diferente dos clássicos

SAICA Paper, uma empresa líder na fabricação de papel canelado Começando a sua atividade em 1943, na fábrica de San Juan de la Peña (Saragoça) a SAICA, é líder na fabricação de cartão canelado, com uma capacidade de produção de quase 2 milhões de toneladas / ano. As suas unidades de produção situam-se em Saragoça, Burgo de Ebro, Venizel (França) e Partington (Reino Unido). A fábrica de Saragoça, situada mesmo no centro da cidade, tem duas máquinas de papel, as MP6 e MP7, com uma capacidade de produção conjunta de 500.000 toneladas /ano. A de Burgo de Ebro, a cerca de 25 quilómetros de Saragoça, tem três máquinas de papel (a MP8 com 7,20 m de largura útil e uma capacidade de produção de 350.000 toneladas /ano; a MP9 com 7,50 m de largura útil e uma capacidade de produção de 400.000 toneladas /ano e a MP10 com 7,80 m de largura útil e uma capacidade de produção de 425.000 toneladas /ano). A fábrica de Venizel , localizada a 100 km a norte de Paris e a 50 km de Reims, tem uma máquina de papel com uma capacidade de produção de 250.000 toneladas /ano. A fábrica de Partington, localizada perto de Manchester, dispõe da MP11 com 7,50 m de largura útil e uma capacidade de produção de 425.000 toneladas /ano.

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contratos de manutenção. Asensio confessounos: «Estamos satisfeitos por estarmos na direção certa. Percorremos um longo caminho em várias etapas». Ao princípio subcontratavam-se pessoas individualmente quando havia um pico de trabalho, como é o caso da manutenção anual da máquina. Depois, deu-se mais um passo ao terceirizar os serviços de manutenção a equipas ou por seções, com um preço fixo. O passo seguinte foi terceirizar uma manutenção completa ou global. A Metso é responsável pela definição de intervir onde e quando, de modo que a fábrica tenha o melhor desempenho. A MMS realiza a manutenção preventiva e a corretiva em todas as áreas e em todas as disciplinas, desde a preparação da pasta – embora, neste caso, seja de outro fabricante, a Voith – até à bobinadora e às expedições. A Metso é quem tem que decidir sobre a manutenção necessária. Para tal, utiliza ferramentas clássicas, tais como KPIs (Key Performance Indicators). «O objetivo final é comum: produzir papel na maior quantidade possível, ao custo de produção mais baixo possível», disse Asensio. O negócio nuclear da SAICA é a fabricação de papel. O

negócio da Metso Mill Services, por seu lado, é a manutenção: tem à sua disposição a capacidade para introduzir novas tecnologias que permitam melhorar a eficiência da fábrica. Podemos estabelecer a analogia com outro setor estratégico onde se subcontratam especialistas: a gestão de dados, os Data Centers, que representam um valor especialmente estratégico para qualquer cliente, dada a elevada dependência das empresas dos seus sistemas de IT. A esses sistemas não se podem permitir qualquer paralisação ou falha de disponibilidade (downtime). O conceito do Uptime Institute *, que garante aos seus clientes uma disponibilidade ótima e total do equipamento é semelhante ao que a SAICA procurou com o contrato de manutenção global com a Metso. Os dois lados trabalham em conjunto e contribuem com o seu conhecimento. Alcançar 100% de ocupação da máquina e uma segurança perfeita é uma responsabilidade coletiva, já que as paragens são extremamente caros. *http://uptimeinstitute.com

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Energia

Tiina Stenvik, Pasi Airikka, Alpo Tuomi, Kirsi Koukkari-Halme

Os processos de produção aplicados nas fábricas modernas cumprem os seus objetivos quase na íntegra, e não há, portanto, praticamente melhorias significativas a serem feitas nesta área. Hoje, outros objetivos são procurados para encontrar poupança ou impactos indiretos na melhoria da eficiência da produção. A poupança de energia e a eficiência energética é geralmente considerada como uma das medidas possíveis, especialmente quando nos referimos a unidades produtoras de energia ou a indústrias de energia intensiva.

A UE exige eficiência energética

C

omo parte do Pacote do Clima e da Energia da UE, foi definida uma meta de melhoria de 20% na eficiência energética até 2020. A melhoria da eficiência energética é uma das medidas mais importantes que os Estados membros estão a adotar para cumprir os requisitos deste pacote de energia. Na Finlândia, as ferramentas aplicadas incluem auditorias de energia compatível com o modelo Motiva, bem como subsídios ao investimento atribuídos pelos Centros de Desenvolvimento Económico, dos Transportes e do Ambiente e do Ministério do Trabalho e da Economia. O principal foco é em projetos que fazem uso da nova tecnologia. Em janeiro de 2010, uma norma europeia entrou em vigor, que é baseada em normas nacionais anteriores e tem como objetivo ajudar as organizações a construir sistemas necessários para melhorar a eficiência energética. A Metso está preparada para este desafio com o seu próprio serviço de eficiência energética, dirigido às indústrias de energia e de processo.

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Serviço Metso energética

de

eficiência

As bases para melhorar a eficiência energética incluem o controlo fiável e métodos de análise de fluxos de energia, com o fim de descobrir o estado inicial de eficiência energética e para identificar eventuais estrangulamentos. Estes métodos fazem parte dos serviços de eficiência energética da Metso, cujas fases essenciais, por uma ordem cronológica, incluem a auditoria da eficiência energética, a monitorização, a identificação de alvos para a melhoria e a implementação dos projetos (Fig. 1). A melhoria da eficiência energética é um projeto contínuo de longo prazo, onde, todavia, as fases do serviço podem ser repetidas. Todas as fases exigem uma cooperação estreita entre o cliente e o fornecedor.

1. Auditorias de energética e pesquisas

eficiência

O serviço de eficiência energética começa com um levantamento da situação inicial, em que o nível de


Energia

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Energia

Numa pesquisa da situação inicial, a atenção é dada, por exemplo, ao uso eficiente dos fluxos de energia, à energia desperdiçada, aos vários tipos de interrupções da produção e aos fatores que limitam a produção. Usando dados históricos e vários métodos de análise, tais como análises de correlação e regressão, juntamente com estatísticas multivariáveis, é possível determinar as dependências mais distintas relacionadas com as operações de uma determinada fábrica. Estudando essas dependências, é possível desvendar as causas e os mecanismos que influenciam as situações operacionais que comprometem a eficiência energética. Figura 1. O serviço de eficiência energética da Metso começa com a auditoria de eficiência energética, ou seja, uma pesquisa da situação inicial.

gestão de processos, o consumo de energia, bem como dos fluxos de energia e matérias-primas, são pesquisados, sendo definidos os indicadores relacionados. Uma pesquisa da situação inicial exige forte competência no controlo do processos e na gestão, e acima de tudo, conhecer o processo de produção em estudo. As áreas de foco de uma pesquisa da situação inicial incluem a automação do processo, controlo do projeto e a análise dos métodos de operação da fábrica em questão. Numa pesquisa da situação inicial, as informações que descrevem as operações da fábrica são recolhidas através da entrevista do pessoal operacional, estudando as fases do processo, e analisando os dados históricos registados pelo sistema de dados. Tipicamente, uma pesquisa da situação inicial numa fábrica é levada a cabo durante uma semana. Segue-se uma fase de análise e de reporte que leva várias semanas.

O resultado final de uma pesquisa da situação inicial é um relatório, que inclui metas preliminares da melhoria da eficiência energética e indicadores para a monitorização da eficiência energética. Nesta fase do serviço, é possível implementar as mudanças mais visíveis do processo de controlo que irá melhorar a eficiência energética. O mais essencial, porém, é determinar as figuraschave que descrevem a eficiência energética e os indicadores para os diversos níveis do processo, de modo a estabelecer as bases para o acompanhamento a longo prazo.

Um exemplo A fábrica de pasta da Cenibra produz mais de um milhão de toneladas de pasta de eucalipto por ano (Fig. 2). Uma pesquisa da situação inicial foi realizada na central de energia, tendo como objetivo identificar os estrangulamentos da produção de energia e avaliar o potencial de melhoria atingível através de técnicas de controlo de processos. A pesquisa foi realizada

Figura 2. A fábrica brasileira de celulose produz mais de um milhão de toneladas de celulose de eucalipto.

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Energia

em cooperação entre o cliente e os especialistas da Metso em controlo de processo e produção de energia. O problema mais significativo detetado na produção de energia foi o excesso de vapor perdido entre a central e o processo na fábrica. Foi acordado que este volume de produção, ‘toneladas por hora «, seria usado como o único indicador da eficiência energética. Um objetivo da melhoria da eficiência energética foi estabelecida e usado também como o objetivo mais visível para o projeto de eficiência energética que mais tarde foi implementada.

2. Implementação da monitorização da eficiência energética A monitorização é a base da gestão de energia. Quando bem aplicada, produz informações em tempo real para a tomada de decisão diária e afeta diariamente os métodos de operação. A monitorização ajuda a manter e desenvolver práticas de boa eficiência energética através, por exemplo, da padronização de métodos de boas práticas na operação. Ao implementar a monitorização, os indicadores que descrevem a eficiência energética de um processo são estabelecidos e acordados em conjunto, e com base no relatório de avaliação da situação, o acompanhamento da eficiência está configurado como outra parte da supervisão do processo. São selecionados indicadores inequívocos e inteligíveis e objetivos de modo que só possam ser afetados através da sua própria ação. Na prática, os indicadores baseados em dinheiro são muitas vezes aqueles que tornam o potencial de poupança mais concreto.

Na fase de implementação, são tomadas medidas para descobrir quais as medidas e variáveis calculadas já existem em termos dos sistemas de automação e o que pode e deve ser acrescentado, de modo a acompanhar os indicadores e índices definidos na fase de levantamento da situação inicial. Possíveis ligações com outros sistemas também são pesquisadas. Os indicadores de eficiência energética e os relatórios devem ser configurados de modo a permitir avaliar, com uma rápida leitura, o estado de eficiência da central de energia. Os dados históricos e tendências relacionadas, por sua vez, ajudam a descobrir o comportamento, a mais longo prazo, dos indicadores de eficiência energética. Os indicadores podem ser definidos quer para a totalidade do processo de produção, quer para processos parciais ou unidades específicas. A figura apresenta indicadores de eficiência típicos de energia para todo o processo produtivo que podem ser relacionados com, por exemplo, volumes de produção.

Outro exemplo A monitorização da eficiência energética das fábricas da Botnia em Joutseno, Rauma e Äänekoski foi implementada no mesmo sistema de supervisão e reporte das emissões das fábricas. Esta decisão foi tomada por as fábricas já terem boas experiências com relatórios conjuntos das emissões do grupo, baseados num projeto que a Metso entregou em 2008. A monitorização da eficiência energética das fábricas cobre todas as fases principais da fabricação de celulose, e os valores chave mais essenciais, que descrevem a eficiência energética nas fábricas, podem agora ser seguidos num sistema único a nível de grupo.

3. Identificação de objetivos de melhoria

Figura 3. Indicadores de eficiência energética.

Após o período estabelecido para o acompanhamento da monitorização da eficiência energética, os indicadores são aperfeiçoados e podem ser alteradas com base na experiência adquirida. A monitorização torna a eficiência energética dum processo mais transparente e facilita a identificação do objetivo de melhoria. No seu melhor, a gestão da energia é incorporada noutra gestão, significando que

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Energia

a eficiência energética é gerida como parte da eficiência global e de qualidade de um processo. A busca da melhoria contínua incentiva o pessoal a encontrar novas práticas e métodos de trabalho para melhorar a eficiência energética. É importante reunir as propostas de melhoria tão cuidadosamente quanto possível, a fim de facilitar as medidas de melhoria potenciais que ocorrerão mais tarde. Ao catalogar e processar as propostas de melhoria, por exemplo, uma listagem eletrónica das operações pode ser usada para reuni-las todas num único local e torná-las acessíveis. Isto irá, entre outros benefícios, fomentar, de forma mais eficaz, a cooperação e o diálogo entre o cliente e o fornecedor, que é de extrema importância para identificar as metas de melhoria que ainda não foram detetadas ou classificadas como essenciais na fase de levantamento da situação inicial.

conteúdo do projeto é determinado pelo cliente. O cliente seleciona as suas medidas preferidas entre as recomendadas na pesquisa da situação inicial, com base no que considera adequado considerando os investimentos e o potencial previsto na melhoria de processos. A tarefa da Metso envolve o cálculo da estimativa dos ganhos potenciais das várias medidas, e, portanto, também em conjunto com o cliente, finalmente o retorno do investimento. Dependendo do processo e da natureza da atividade, alguns indicadores de eficiência energética e objetivos podem ser assumidos como parte do contrato de serviço entre a Metso e o cliente. Além disso, também podem ser consideradas no acordo de serviço, a verificação regular dos objetivos de melhoria, bem como propostas sobre projetos futuros de eficiência energética. Por sua vez, isto ajudará a garantir que a melhoria da eficiência energética se torne num processo contínuo na fábrica.

Ainda um outro exemplo

Tabela 1. Objetivos para os níveis gerais de melhoria típicos para o controlo do processo e da operação.

Os objetivos identificados para a melhoria podem variar, mas, em termos de controlo de processo e de gestão, muitas vezes podem ser isolados dentro dos requisitos do processo de automação relacionados com a mudança apresentados na

Um projeto de automação foi implementada na fábrica brasileira de celulose Cenibra para melhorar a eficiência energética. No projeto, o chamado controle inteligente de nível superior foi instalado no topo da automação existente nas instalações, com base no modelo multivariável de controlo preditivo no sistema de automação Metso DNA. A solução destinava-se a estabilizar a produção de vapor da central de energia da fábrica, de modo que o consumo e a produção de vapor fossem perfeitamente equilibrados, tanto nas mudanças de operação como, até mesmo, em

4. A implementação de um projeto de eficiência energética Num projeto de eficiência energética, são concretizadas as vantagens geradas pela cadeia de serviços de eficiência energética. O

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Tabela 2. Resultados do projeto de eficiência energética implementadas na central da fábrica de celulose.


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casos de alterações de consumo. Isto exige um controlo coordenado dos vários dispositivos que operam como equalizadores de vapor de rede, vários valores objetivos simultâneos e a gestão eficaz da pressão de vapor nos vários níveis da rede de vapor. Foi mencionado já que, durante a pesquisa da situação inicial, o indicador de sucesso para a implementação do projeto de eficiência energética fosse o volume de vapor desperdiçado. Após o projeto, o indicador de eficiência energética em questão ilustrou uma redução de 90% no volume mensal de desperdício de vapor. Isso traduziu-se numa redução de mais de 700 toneladas de fuel no consumo mensal, e uma diminuição da pegada de carbono de 2.200 toneladas no mesmo período de tempo (Tabela 2).

Resumo Melhorar e manter a eficiência energética exige uma abordagem sistemática. Esta começa com uma pesquisa que especifica o nível de eficiência, os indicadores que melhor descrevem a eficiência,

os estrangulamentos, os potenciais de melhoria e os objetivos preliminares de melhoria. Depois da pesquisa, um conjunto de indicadores de eficiência energética é configurado no sistema de fábrica para permitir a monitorização contínua, a compreensão e a aprendizagem. Depois da monitorização ser realizada durante um tempo razoável, as observações recolhidas são utilizadas para justificar os objetivos preliminares de melhoria apurados no levantamento da situação inicial. Após a identificação dos objetivos, as medidas de melhoria especificadas são implementadas para aumentar a eficiência energética. A melhoria da eficiência energética é um processo contínuo e parte integrante da gestão da fábrica, sendo suportado por um conjunto de indicadores práticos e pelo sistema de monitorização estabelecido durante o serviço de eficiência energética. A prestação de serviço relacionada com a eficiência energética pode ser repetida se necessário, ou pode ser incorporada como parte de outro acordo de prestação de serviços por especialistas.

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