Pasta e Papel n°69 15

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Ponto de vista

Tissue: desafios de um setor em grande desenvolvimento

É

este número da revista Pasta e Papel distribuído por ocasião da Tissue World São Paulo, evento centrado na indústria de papel tissue, quando esta verifica um crescimento significativo no Brasil e na América do Sul. Constituirá um ponto de encontro da indústria de papel tissue, nomeadamente da América do Sul, dos seus técnicos de produção e de transformação, dos fabricantes de equipamentos e de produtos químicos, dos armazenistas e dos compradores.

Tempo de encontro, tempo de reflexão! Setor da fabricação de papel que mantém um crescimento continuado na procura mundial, implicando a necessidade de modernização do equipamento produtivo, por um lado, e, por outro, o desenvolvimento de novas estratégias, passando pelo aumento da produção de produtos de maior valor acrescentado, investimento na inovação e na consolidação de marcas premium e aposta em relações comerciais de longo prazo. O setor em Portugal também se encontra numa nova fase de ativo crescimento, com o anúncio e a concretização de novos investimentos, nomeadamente: - A entrada do Grupo Portucel Soporcel no negócio do tissue, mediante a aquisição da AMS (onde está em montagem uma segunda máquina de produção de tissue) e a próxima integração da pasta produzida em Cacia com a instalação de linhas de produção de tissue a montar em sucessivas fases de desenvolvimento. - O arranque da nova fábrica de produção de tissue da Fortissue, em Viana do Castelo. - O anúncio da instalação de uma operação industrial da Renova, em França. Investimentos no Brasil, América Latina e Portugal num negócio em crescimento, mas extremamente competitivo, onde, cada vez mais, vai ser necessário a colocação de produtos que ofereçam um diferencial em relação à concorrência, criando mais-valias aos consumidores. Um mercado mundial em rápida mudança, surgindo novas ameaças, mais oportunidades, implicando a procura de inovações tecnológicas, o desenvolvimento de novos produtos e a inovação dos modelos de negócio. Estes os desafios ao setor, aos seus investidores, aos seus gestores, aos seus técnicos! João de Sá Nogueira Editor

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Indice A.Celli ........................................................................ 13 ABTCP 2015 ............................................................... Capa 3 Andritz ....................................................................... Capa 2 Biorrefinerias ............................................................... 21 Brunnschweiler ............................................................ 9 Buckman Laboratories Int. ............................................. Capa 4 Omya ......................................................................... 7

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PaperEx 2015 ............................................................. 41 PaperME 2015 ............................................................ 37 Papertech.................................................................... 27 Safem ......................................................................... 35 Sertec-20 .................................................................... 15 Wenrui Machinery (Shandong) ...................................... 17


Sumário N° 69 - Verão 2015 REVISTA PORTUGUESA PARA A INDÚSTRIA PAPELEIRA

REDAÇÃO em Portugal

JOÃO JOSÉ DE SÁ NOGUEIRA Rua Dr. Leonel Sotto Mayor, 50-3° A 2500-227 Caldas da Rainha - PORTUGAL Tél.: + (351) 918 432 627 Fax: + (351) 262 838 569 E-mail : joao.sa.nogueira@groupenp.com

REDACÇÃO & PUBLICIDADE no Brasil : ROBERTO T. SEBOK Av. Piassanguaba, 1046 04060-001 São Paulo, BRASIL Tel +5511 9964 2775 / +5511 5587 5750 Cel +55 11 9999 10 76 Email : roberto.sebok@groupenp.com

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Maqueta : SIMON

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PONTO DE VISTA por João de Sá Nogueira

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EM DESTAQUE

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Portugal - Portucel procura novos fornecedores para o seu plano de expansão - Toscotec entrega 2ª linha de produção à AMS - Portucel sensibiliza para a importância de cuidar da floresta - Escola Nacional de Bombeiros e Portucel juntas na proteção da floresta - Estudante de Design em Lisboa vence Concurso Internacional Inapa - Grupo Portucel Soporcel reforça crescimento no Médio Oriente com produtos Premium - Grupo Portucel Soporcel vai formar 100 novos colaboradores para Cacia - Renova investe em França - Tecnicelpa: Plano de atividades 2015 - Europac de Viana do Castelo atinge produção de nove milhões de toneladas - Arrancou a máquina de tissue da Fortissue - Valmet inaugurou a ampliação da produção de tecidos filtrantes e o centro de I & D em Ovar Brasil - A emtec Electronic estará na Tissue World em São Paulo - Andritz transforma máquina de papel da Suzano para produção de pasta fluff - Suzano anuncia entrada no segmento de pasta fluff de fibra curta Espanha - A Lecta patrocinou o “Global Packaging Summit 2015” - Nova depuradora na fábrica da Lecta em Saragoça - Creaset, o papel para etiquetas e embalagens flexíveis - Sertec20: Nova Imagem Corporativa E.U.A. - Portucel lança primeira pedra da Fábrica Colombo Energy nos EUA* - EUA: Ascensão de papel higiénico premium

ENTREVISTA

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EVENTOS

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TECNOLOGIAS

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Diogo da Silveira, o novo CEO do Grupo Portucel Soporcel, fala sobre o Plano de Desenvolvimento Estratégico 2015/25

PARTNER’S

TIRAGEM 5.500

Impressora : Graficas Piquer Portugal 2.200 Brasil 3.300 ENP S.A Capital 38.113 Euro RC Orléans FR 59343037735 36, rue Stanislas Julien - 45000 Orléans - França www.groupenp.com

Tissue World São Paulo 2015: Falta pouco mais de 1 mês para o maior evento de papel tissue no Brasil e América do Sul Aumentando a eficiência de produção e a qualidade do tissue com a última tecnologia TotalVision Hote fechada Brunnschweiler: mais produção, mais eficiência, menor consumo de energia e melhor qualidade de papel

Editor de La Papeterie, l’Annuaire de la Papeterie, La Carte Papetière France, El Mapa Ibérica de la Industria Papelera, El Papel, Anuário Ibérico da Industria Papelera, Turkiye Kagit Sanayii, Paper Middleast, Guia Latinoamericano

Otimização da máquina de papel tissue com soluções da Runtech de poupança de energia, operacionalidade e qualidade Tissue & prensas de sapata - dominar desafios cruciais com a PrimePress XT Evo

Official Media Partner 2015

Como reduzir o consumo de corantes

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Em destaque Portugal Portucel procura novos fornecedores para o seu plano de expansão

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Dr. Miguel Frasquilho, Presidente da AICEP

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grupo Portucel Soporcel reuniu-se com futuros fornecedores para lhes divulgar o seu plano de investimentos para os próximos 10 anos, de modo a apresentar-lhes oportunidades futuras de crescimento e conhecer a capacidade de resposta às suas necessidades por parte dessas empresas. Este encontro, que se enquadra na iniciativa promovida pela AICEP denominada “Rede de Fornecedores”, decorreu no dia 9 de Abril, em Setúbal, contando com a presença do Presidente da AICEP, Dr. Miguel Frasquilho, e do Presidente da Comissão Executiva do grupo Portucel Soporcel, Eng.º Diogo da Silveira. A “Rede de Fornecedores”, uma iniciativa promovida pela AICEP, tem como principal objetivo aumentar a competitividade das empresas portuguesas através do estreitamento das relações comerciais entre os vários sectores de atividade e da criação de novas oportunidades para captar negócios a nível nacional e internacional. Apostado no permanente reforço do relacionamento com os seus vários stakeholders, o grupo Portucel Soporcel correspondeu ao repto lançado pela AICEP e convidou para o evento um conjunto de empresas com reais capacidades para virem a tirar o máximo proveito deste esforço enquadrado pela AICEP no sentido de aumentar a competitividade da economia portuguesa. Neste encontro estiveram em destaque áreas tão diversificadas como produtos químicos para a pasta e papel, embalagem, petroquímicos, serviços/manutenção, tendo-se abordado a inovação/ e internacionalização do Grupo em todos os workshops. O grupo Portucel Soporcel acredita que este evento será duplamente benéfico para o tecido empresarial português, permitindo-lhes não só um conhecimento mais aprofundado da realidade do Grupo, mas transmitindo também aos responsáveis da AICEP um importante conjunto de dados sobre a qualidade e as valências de um vasto conjunto de empresas que poderão contribuir ainda mais para o desenvolvimento económico do País. Para o Presidente da AICEP “esta é uma oportunidade de desenvolvimento e expansão para os vários fornecedores participantes

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nesta iniciativa, bem como uma oportunidade para o grupo Portucel Soporcel aprofundar o relacionamento com uma rede de fornecedores que criam valor. Com este evento, muito objetivo e dirigido ao negócio, acreditamos que estamos a contribuir para mais e melhor economia. Porque acreditamos nas competências das empresas nacionais.”

Toscotec entrega 2ª linha de produção à AMS

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Toscotec forneceu uma segunda linha de produção de tissue para a AMS BR Star (agora adquirida pelo Grupo Portucel Soporcel). Atualmente, a fábrica de Vila Velha do Ródão já tem em operação uma linha AHEAD-2.0 S da Toscotec, com uma capacidade de 110 t/dia, cujo arranque se verificou em 2009. A nova máquina entrará em operação no terceiro trimestre de 2015. Este projeto da Toscotec para a TM 2, foi realizado “chave-na-mão” incluindo a preparação de pasta a partir de fibra virgem, a máquina de tissue AHEAD 2.0S com um cilindro Yankee em aço TT SYD-15FT, equipamento auxiliar da máquina, incluindo a hote e os sistemas de ar Milltech, a eletrificação e o controlo do sistema, linhas de preparação adicionais e toda a engenharia e a montagem. A velocidade da máquina será de 2000 m/min com uma largura útil de 2.820 milímetros e uma produção diária de 110 toneladas. O êxito da cooperação entre as duas empresas, demonstrado no projeto da TM 1, bem como a tecnologia Toscotec e a sua excelência e experiência em projetos complexos «chave-namão” em todo o mundo, foram o fator decisivo para a AMS escolher mais uma vez a empresa italiana para este projeto desafiador. A linha de produção AHEAD-2.0 é a gama de excelência da empresa, representando o state-ofthe-art da tecnologia Toscotec, sendo desenhada para satisfazer todas as necessidades de produção, quer em termos do tipo de matérias-primas utilizadas, quer da qualidade do produto final. A melhor tecnologia disponível e um design flexível com soluções sob medida, permitiram à Toscotec receber mais de 40 encomendas nos últimos quatro anos, tornando-a assim um fornecedor de referência de máquinas neste segmento. O último desenvolvimento da AHEAD-2.0, a lançar muito brevemente, é a PRODERGY. A


Em destaque

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nova PRODERGY é a primeira máquina de tissue que alia o melhor desempenho em termos de produção e qualidade do produto final com a máxima eficiência energética, como resultado da configuração especial da secaria. Com uma largura útil de 5.600 milímetro e uma velocidade de operação de 2.000 m/min está equipada com uma hote com vapor aquecido da Milltech e o maior cilindro em aço Yankee já construído para a produção de papel tissue. A PRODERGY eleva a linha AHEAD-2.0 para um novo patamar de produção de tissue de maneira sustentável.

Portucel sensibiliza para a importância de cuidar da floresta

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grupo Portucel Soporcel, o terceiro maior exportador português e o maior produtor nacional de plantas certificadas, voltou este ano a realizar a iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, através da qual distribuiu milhares de plantas provenientes dos viveiros do Grupo pelas populações de diferentes localidades do País. Lançada no Ano Internacional da Floresta, que se celebrou em 2011, conforme, na altura, sublinhou Joana Seixas, Diretora de Comunicação do grupo Portucel Soporcel, “Esta iniciativa reforça em 2015 a componente de educação para a Sustentabilidade. Iremos dinamizar, com milhares de crianças do 1º ciclo, e respetivos professores, novas atividades pedagógicas sobre as temáticas da proteção florestal e do ciclo sustentável do papel. Realçamos a disponibilização às escolas participantes do “Caderno da Floresta”, uma brochura com informação sobre as principais árvores da floresta portuguesa, que servirá de suporte à aprendizagem sobre este tema durante o ano letivo.” Realizada em parceria com as autarquias, e muito bem acolhida pelas comunidades locais, a ação “Dá a Mão à Floresta” constituiu uma excelente oportunidade de o Grupo reforçar o seu compromisso público com a geração de riqueza e bem-estar nas regiões onde está presente com as suas unidades produtivas e áreas florestais, constituindo-se como um parceiro relevante na construção de uma cultura de valorização e proteção da floresta.

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As características e pertinência desta iniciativa foram já reconhecidas pela Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE), que a distinguiu como a Melhor Campanha de Comunicação de Responsabilidade Social nas edições de 2013 e 2014 do Grande Prémio APCE. Este ano, a iniciativa decorreu entre 10 e 17 de Abril, nos centros urbanos de seis localidades – Monchique (dia 10), Setúbal (dia 13), Azambuja (dia 14), Figueira da Foz (dia 15), Aveiro (dia 16) e Paredes (dia 17) –, onde foram distribuídos, em estreita parceria com as autarquias locais, vários milhares de plantas características destas regiões, entre as quais pinheiros mansos, eucaliptos, sobreiros, carvalhos, azinheiras, Este ano, pela primeira vez, a iniciativa “Dá a Mão à Floresta” realizou-se nalgumas localidades em articulação com a ação “Floresta Segura”, desenvolvida em parceria com a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) desde 2012, procurando-se assim ampliar as mensagens de defesa da floresta e fazê-las chegar a um leque mais alargado de destinatários, nomeadamente os produtores florestais. O programa “Floresta Segura 2015” terá lugar nos concelhos de Monchique, Azambuja, Paredes, Cartaxo e Odemira com sessões a decorrer em várias aldeias destas localidades durante os meses de Abril e Maio. De realçar que esta ação visa, fundamentalmente, formar as comunidades rurais em práticas preventivas e seguras de uso do fogo (queimas e borralheiras). Com uma posição preponderante na fileira florestal do eucalipto, o grupo Portucel Soporcel tem sob sua responsabilidade a gestão de um património de 120 mil hectares de floresta, tendo sido a primeira entidade em Portugal a obter, em simultâneo, as licenças de uso das marcas de certificação da gestão florestal concedidas pelos sistemas internacionais FSC® (FSC C010852) e PEFC (PEFC/ 13-23-001). O Grupo é também o maior produtor de plantas certificadas em Portugal, já que os seus Viveiros possuem uma capacidade anual de produção de cerca de 12 milhões de plantas de diversas espécies, que contribuem para a renovação da floresta nacional. A aplicação das melhores práticas de silvicultura, a execução de um plano eficaz de defesa e proteção da floresta contra incêndios e a integração de uma estratégia de conservação da biodiversidade no


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modelo de gestão florestal, são elementos essenciais da forma como o Grupo gere o património natural sob sua responsabilidade e condição que garante a manutenção da certificação do seu sistema de gestão florestal. No âmbito da sua política de Responsabilidade Social, o grupo Portucel Soporcel investe cerca de 3 milhões de euros anuais na prevenção e apoio ao combate aos incêndios florestais, sendo destacadamente a maior participação privada no contexto nacional de proteção florestal.

Escola Nacional de Bombeiros e Portucel juntas na proteção da floresta

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projeto “Floresta Segura”, desenvolvido a nível nacional, desde 2012, pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB), em estreita parceria com o grupo Portucel Soporcel, volta este ano ao terreno com o objetivo central de reduzir a ocorrência de incêndios através da sensibilização para os princípios básicos de prevenção. O

programa “Floresta Segura 2015” foi lançado no mês de Abril nos concelhos de Azambuja, Paredes e Monchique, locais onde se realiza um maior número de ações. A sessão de lançamento do projeto “Floresta Segura” contou com a presença do Secretário de Estado da Administração Interna, João Pinho de Almeida, do Presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luis de Sousa, do Administrador da Portucel Soporcel Florestal, João Lé, e do Presidente da Escola Nacional de Bombeiros, José Ferreira. “Vamos continuar a sensibilizar as populações para a questão vital de que mais de metade dos incêndios florestais em Portugal resulta da prática de atos de pura negligência por parte dos cidadãos”, sublinhou José Ferreira, presidente da Escola Nacional de Bombeiros. Foi aliás com base nesta realidade que a ENB e o grupo Portucel Soporcel lançaram em 2012 o projeto-piloto “Floresta Segura”, conscientes da importância de alertar as populações, que habitam numa envolvente florestal, para a necessidade de adotarem boas práticas que conduzam à diminuição do número de incêndios.

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Este ano terão lugar, ao longo dos meses de Abril e Maio, 15 ações em aldeias dos concelhos referidos, bem como no Cartaxo e em Odemira, que visam ensinar os agricultores e a população rural a efetuar queimas e fogueiras seguras. Com o programa “Floresta Segura”, a ENB e o grupo Portucel Soporcel assumem assim um papel ativo na prevenção dos incêndios florestais e na proteção das populações, nomeadamente através da realização de ações teóricas e práticas em numerosas localidades, contando com o apoio fundamental das autarquias locais, Câmaras e Juntas de Freguesia, assim como do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), da Guarda Nacional Republicana (GNR), da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). O projeto “Floresta Segura” será este ano realizado em articulação com a iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, uma ação de Responsabilidade Social e Ambiental que o grupo Portucel Soporcel desenvolve pelo quinto ano consecutivo com o objetivo de sensibilizar para a importância de cuidar da floresta e valorizar os produtos de base florestal, onde está inserido o papel, como forma de promover o bem-estar das populações e contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso País. No âmbito da iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, dinamizada em estreita parceria com as autarquias locais, são oferecidas milhares de plantas florestais e ornamentais provenientes dos viveiros do Grupo, entre as quais, pinheiros mansos, eucaliptos, sobreiros, carvalhos, azinheiras, alfazemas, alecrins e medronheiros, acompanhadas de folhetos sobre as espécies e cuidados a ter na sua plantação. São também dinamizadas atividades de educação ambiental com crianças do pré-escolar e 1º ciclo sobre as temáticas da proteção florestal e do ciclo sustentável do papel. Sobre a Escola Nacional de Bombeiros A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) é uma entidade privada sem fins lucrativos e pessoa coletiva de utilidade pública que tem como associados a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A ENB é a autoridade pedagógica na formação técnica dos bombeiros portugueses que nos últimos 20 anos tem vindo a desenvolver as qualificações e especializações indispensáveis à missão cada vez

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mais exigente dos bombeiros e dos demais agentes de proteção e socorro. Inicialmente implantada na Quinta do Anjinho, em Sintra, a ENB desenvolveu-se aqui como um centro nacional da qualificação dos bombeiros portugueses. Uma posição que tem vindo a ser partilhada por meio de estratégias descentralizadoras da sua formação, primeiramente, através de uma rede nacional de formadores externos credenciados, mais tarde, com a fundação dos Centros de Formação da Lousã e S. João da Madeira. Recentemente, a ENB apostou na criação de uma rede de Unidades Locais de Formação aproximando, assim, a oferta formativa dos seus destinatários. Esta missão fundamental que a ENB desempenha no sistema nacional de proteção civil tem sido ampliada ao domínio autárquico através da formação de bombeiros e quadros municipais. Desde 2011, a ENB tem concretizado diversas atividades formativas, em parceria com a Fundação CEFA - Centro de Estudos e Formação Autárquica, entre as quais se destacam as formações iniciais para recrutas de bombeiros municipais, cursos de proteção civil e o curso de comandante operacional municipal.

Estudante de Design em Lisboa vence Concurso Internacional Inapa

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ofia Pêga foi a vencedora do Concurso Internacional de Design da Inapa. A proposta desta estudante de Design na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa reuniu 40% do total de votos desta iniciativa. O objetivo do Concurso foi a criação do logotipo de comemoração do 50º aniversário da Inapa, a ser utilizado em diferentes materiais de comunicação ao longo de 2015. O Concurso desenvolveu-se nos nove países onde a empresa opera, nomeadamente: Alemanha, França, Espanha, Portugal, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Turquia e Angola. Depois de receber quase 40 participações, foi selecionada uma shortlist com as 4 propostas (uma de França, duas de Portugal e uma da Suíça) que melhor responderam ao briefing, refletindo diferentes perspetivas visuais sobre este importante momento da Inapa. As propostas foram depois submetidas a um processo de votação interno aberto a todos os colaboradores da Inapa. Foi uma votação renhida


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com duas das propostas a registar valores muito aproximados até à última semana. A vencedora reuniu 40% dos votos ganhando um iMac de 27 polegadas e, assim, uma dose adicional de motivação para continuar a desenvolver o seu talento e competências na área de design.

Grupo Portucel Soporcel reforça crescimento no Médio Oriente com produtos Premium

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grupo Portucel Soporcel, líder europeu no sector de papéis finos de impressão e escrita não revestidos e segundo maior exportador português com presença em 127 países, voltou a participar, pelo terceiro ano consecutivo, entre 2 e 4 de Março, na Paperworld Middle East, no Dubai, com o principal objetivo de reforçar as relações comerciais que há muito se têm vindo a desenvolver na região, relações estas que foram consolidadas desde que o Grupo passou a marcar presença neste certame, a maior feira dedicada a papel e material de escritório realizada na região. “O Grupo tem revelado, nos últimos seis anos, uma capacidade de crescimento importante também nesta região e nos segmentos de maior valor acrescentado – nomeadamente em cut-size – sendo que o grupo Portucel Soporcel representa cerca de 50% das exportações europeias de papéis finos de impressão e escrita não revestido para a região”, explicou Hermano Mendonça, diretor de marketing do grupo Portucel Soporcel, para quem “o reforço da presença do Grupo em mercados emergentes, como o Médio Oriente, assume uma importância estratégica crescente, atendendo à focalização da empresa na comercialização de produtos premium e marcas de fábrica, para as quais esta região demonstra grande apetência”. De facto, nas edições anteriores da Paperworld Middle East, a recetividade concedida às marcas próprias do grupo Portucel Soporcel foi muito positiva, abrindo boas perspetivas de reforço da sua presença nos mercados de grande potencial como são os do Médio Oriente, África e Ásia. Diga-se que o crescente interesse por parte dos distribuidores de papel e clientes finais destes mercados assenta também no trabalho desenvolvido e na presença continuada do Grupo ao longo duas últimas décadas no Médio Oriente. Convicto de que a presença do grupo Portucel Soporcel nestes certames obedece a uma

estratégia de conquista de novas oportunidades de negócio e de consolidação de parcerias a nível internacional – recorde-se que as exportações do Grupo têm já como destino 127 países em todo o mundo –, Hermano Mendonça sublinhou que “a nossa terceira participação nesta feira do Dubai vai permitir reforçar o potencial de crescimento confirmado em anos anteriores em relação às nossas marcas próprias, as quais representam atualmente mais de 60% das vendas de produtos transformados em folhas, distinguindo-se pelos elevados padrões de qualidade, inovação e sustentabilidade ambiental”. O objetivo desta participação foi também aproveitar o contacto com todos os distribuidores locais para reforçar o desempenho comercial do Grupo, aprofundando assim os resultados assegurados em 2014, período em que o grupo Portucel Soporcel atingiu um novo máximo histórico de produção de papel, tendo aumentado o volume de vendas em 3% para mais de 1.564 milhões de toneladas. Este forte volume de vendas de papel permitiu atenuar o efeito negativo da evolução dos preços da pasta e papel neste período, possibilitando que o Grupo tenha alcançado um aumento do seu volume de negócios para € 1.542,3 milhões. Navigator em destaque Ao longo de três dias, no stand do grupo Portucel Soporcel foram expostas as principais marcas de papel de escritório do Grupo – Pioneer, Inacopia, Explorer, Target e Discovery – bem como o Navigator, líder mundial no segmento Premium. Aos visitantes foi também mostrada a extensão de gama da marca Navigator, disponível agora em bobinas para impressão plotter, com uma gama que vai do 75 g.m2 ao 120 g.m2. Este alargamento permitirá à marca reforçar a sua presença junto de um segmento de profissionais para os quais a qualidade do papel é fulcral para mostrar o seu trabalho junto dos seus clientes, tais como arquitetos e designers. A gama de bobinas de plotter vem complementar o já diversificado portfolio de produtos Navigator, que inclui papéis de escritório, papéis para aplicações de pré-impressão e envelopes, todos com os mesmos níveis qualitativos e garantindo assim uma consistência inigualável. Presente em mais de 110 países, o Navigator tem valores associados que continuam a ser fundamentais na comunicação da marca, tais como o elevado desempenho em todos os equipamentos

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de escritório, a espessura e opacidade elevadas para utilização frente e verso, a excelente qualidade de impressão em impressoras laser e a jato de tinta, o facto de ser um papel garantidamente 99,99% livre de encravamentos, desempenho certificado pelo Buyers Laboratory INC (BLI), o mais importante laboratório independente de testes a equipamentos de escritório e organismo de defesa do consumidor. Este é aliás um aspeto que será comunicado de forma mais intensa no futuro, pois as resmas da marca Navigator (e de outras marcas do grupo também testadas pelo BLI) passarão a incluir o logotipo desta entidade, por forma a reforçar o seu elevado nível de performance junto dos consumidores finais.

Grupo Portucel Soporcel vai formar 100 novos colaboradores para Cacia

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Engº Adriano da Silveira (Administrador do grupo Portucel Soporcel)

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grupo Portucel Soporcel, o segundo maior exportador em Portugal e o maior em Valor Acrescentado Nacional, acaba de estabelecer um acordo de colaboração com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que visa ministrar formação profissional altamente qualificada a cerca de uma centena de candidatos a futuros colaboradores para o desenvolvimento, nos próximos três anos, do projeto de investimento que o Grupo tem em curso na sua unidade fabril de Cacia, em Aveiro, nomeadamente na nova área destinada à produção de tissue. Este acordo surge na sequência da necessidade de suprir a falta de mão-de-obra qualificada no mercado nacional para o desempenho de um conjunto de exigentes funções requeridas pelas novas operações a introduzir no Complexo Industrial de Cacia – unidade que, recorde-se, receberá um investimento no valor de 56,3 milhões de euros exclusivamente destinado à ampliação da área de pasta, permitindo ao Grupo aumentar a produção de pasta de eucalipto para 353 mil toneladas/ano e incrementar em 30 milhões de euros as exportações anuais para mais de 120 países. Nos termos do acordo firmado com o IEFP, esta entidade disponibiliza-se para, no âmbito da Medida Vida Ativa, colaborar com o Grupo no processo de recrutamento e formação dos futuros quadros de pessoal, dotando-os das competências técnicas que lhe permitam reunir as melhores

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condições de empregabilidade nas unidades fabris da empresa, especialmente na de Cacia e nas funções técnicas de controlo de potência, de manutenção mecânica e de produção industrial.

Engº Adriano da Silveira (Administrador do grupo Portucel Soporcel) e Drº. Jorge Gaspar (Presidente do Conselho Diretivo do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.)

Ao grupo Portucel Soporcel cumpre, entre outros aspetos, disponibilizar os espaços de formação e o acesso aos equipamentos considerados necessários; assegurar o desenvolvimento da formação prática em contexto de trabalho para todos os formandos nas suas instalações industriais, com nomeação de monitores responsáveis por essa formação; e assegurar que os formandos, com sucesso na avaliação da formação, sejam integrados no processo de seleção e recrutamento de futuros colaboradores do Grupo. Para além desta centena de postos de trabalho altamente qualificados, o projeto de investimento no Complexo Industrial de Cacia prevê a criação de cerca de 290 postos de trabalho indiretos devido ao aumento da atividade económica nos sectores da silvicultura e da logística portuária e rodoviária.

Renova investe em França

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Renova, marca portuguesa de produtos de grande consumo na categoria de papel Tissue, vai reforçar a atividade no mercado Francês, através da aquisição de infraestruturas que permitirão a instalação de uma operação industrial em França, em St. Yorre, Departamento Allier. Esta aquisição marca o início de um novo ciclo de expansão da Renova em França, onde já está presente nas principais cadeias de distribuição, e assegura a fabricação dos seus produtos para os mercados de França e Benelux. A Unidade fabril será inaugurada no último trimestre de 2015.


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A Renova, atualmente com duas fábricas localizadas em Portugal e escritórios em Portugal, Espanha, França e Bélgica, consegue, através deste investimento, flexibilizar e melhorar significativamente a sua capacidade de resposta nos mercados centro e norte da Europa. Segundo Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, “A internacionalização é uma estratégia da empresa, sendo a operação em França uma aposta essencial nessa estratégia”. A Renova entra na segunda década do século XXI consciente dos enormes desafios que o actual período da história apresenta. A empresa continua atenta à sociedade em que se insere e tentará sempre transformar ideias em soluções que respondam a expectativas e necessidades dos cidadãos. Tendo a inovação como base da sua estratégia, a Renova ambiciona ser cada vez mais uma marca do quotidiano, capaz de oferecer propostas exclusivas e diferenciadoras, disponíveis em todo o mundo.

Tecnicelpa: Plano de atividades 2015

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Tecnicelpa - Associação Portuguesa dos Técnicos das Indústrias de Celulose e Papel tem sido um parceiro fundamental das empresas na procura e transmissão do conhecimento, tendo sempre presente a necessidade de colaboração entre os técnicos, garantindo a ética e a integridade no seu comportamento e relacionamento. Com este fim, lançou para o ano de 2015 uma série de atividades técnicas e lúdicas, dando o seu contributo para mudar e melhorar comportamentos, conhecimentos, capacidades e atitudes entre os técnicos do setor. Assim já realizou, desde o início do ano, os seminários “Caustificação e forno de cal; processo e equipamentos”, em fevereiro, “Mind Maps aplicado á condução de reuniões”, em março e “Segurança no transporte, armazenamento e utilização de produtos químicos na Pasta e no Papel “ em abril. Até ao final do ano estão ainda previstos o seminário “Sensibilização ao Lean Management”, em maio, o lançamento do livro “Marcas d’Água” e visita ao Museu do Papel, em Paços de Brandão - Santa Maria da Feira e o seminário “Gestão integrada da água em contexto industrial – tratamento e (re)utilização”, ambos em junho, a

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visita aos Viveiros do Furadouro da Altri e ao Castelo de Óbidos, em setembro, o seminário “Comunicação Organizacional”, organizado conjuntamente com a Católica Lisbon, em outubro e o seminário “Refinação de Pasta” em novembro. Informação detalhada no site da associação http://www.tecnicelpa.com.

Europac de Viana do Castelo atinge produção de nove milhões de toneladas

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fábrica de papel kraftliner da Europac, em Viana do Castelo, atingiu, em Janeiro, uma produção de nove milhões de toneladas, anunciou a empresa. Atualmente, a fábrica de Viana do Castelo tem uma capacidade de produção de 425 mil toneladas de papel por ano e 95 mega watts de potência instalada para satisfazer as necessidades de energia associada ao processo de produção. Segundo o comunicado da Europac, traduzida em metros lineares, a capacidade de produção anual de papel da fábrica permitiria percorrer a distância entre Lisboa e Moscovo mais de 100 vezes, e os 95 MW de potência instalada poderiam fornecer eletricidade a uma cidade de 80 mil habitantes. O primeiro milhão de toneladas foi produzido em mais de oito anos enquanto o último milhão de toneladas demorou menos de três anos. A fábrica de Viana do Castelo, incorporada na Europac desde 2005, emprega 318 trabalhadores e 90% da produção segue para exportação, sobretudo para a Alemanha. A Europac Kraft Viana representa 21% das vendas do grupo e no plano estratégico desenvolvido entre 2007-2011 recebeu investimentos de 150 milhões de euros, nomeadamente para aumentar a capacidade instalada da máquina de papel e na central de energia.

Arrancou a máquina de tissue da Fortissue

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máquina de tissue AHEAD-2.0 fornecida pela Toscotec à Fortissue, S.A. arrancou com êxito no início de abril de 2015. A Fortissue é a nova divisão produtiva de Suavecel, S.A. com sede em Viana do Castelo. A máquina entrou facilmente em operação após o


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período de arranque e está agora a produzir tissue de alta qualidade de acordo com os parâmetros garantidos pela alta tecnologia utilizada. Devido à excelente cooperação entre a Fortissue e a Toscotec, a linha entrou em produção sem problemas, conforme o planeamento estabelecido, 18 meses após a assinatura do contrato chave na mão. A nova linha Toscotec, baseada na melhor tecnologia disponível, inclui uma máquina de tissue AHEAD-2.0 Crescent Former com uma caixa de chegada TT -MLT de dupla camada, um cilindro secador de aço Yankee TT SYD-16 pés, uma hote Milltech e sistemas de vapor e condensado e de remoção de poeira. A encomenda incluiu também a preparação de pasta virgem, o sistema de vácuo, a caldeira, compressores de ar e a parte elétrica e os sistemas de controlo. Três bobinadoras TT WIND-H e um sistema automático de movimentação de bobinas completaram a encomenda. A gestão do projeto foi totalmente realizada pela Toscotec numa base EPC (Engineering Procurement and Construction).

Com uma largura útil de folha de 2.820 milímetros e uma capacidade máxima de secagem de 120 t/ dia, a nova linha de produção de tissue tem uma capacidade de 35.000 t/ano, satisfazendo a necessidade de transformação da Suavecel. A combinação de conhecimentos técnicos com a utilização do equipamento certo e das ferramentas adequadas a uma produção eficiente, são as chaves do sucesso do projeto da empresa, explicando, em grande parte, o contínuo crescimento que Suavecel mantém desde 1996, ano de sua fundação. Já antes do início das operações desta nova máquina de produção de tissue, a empresa dedicava-se à transformação de tissue, nomeadamente produção de papel higiénico, toalhas de papel, lenços e guardanapos, disponibilizando também alguns produtos para o setor AFH. «Ao longo dos anos – diz Nuno Ribeiro, CEO da Fortissue e da Suavecel – a nossa empresa tem ultrapassado com êxito os desafios, baseando-se na sua capacidade para um crescimento sustentável, de acordo com políticas de desenvolvimento

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adequadas, já que a noção de crescimento não significa necessariamente melhoria. A empresa tem feito um esforço considerável de investimento em recursos financeiros e humanos, com o fim de obter uma combinação vencedora destes dois conceitos».

Valmet inaugurou a ampliação da produção de tecidos filtrantes e o centro de I & D em Ovar

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Valmet inaugurou a ampliação de sua unidade fabril em Ovar, que se tornou no centro de produção de tecidos filtrantes e de I & D da empresa. A unidade produz tecidos filtrantes (fabrics) para a filtração de sólidos e de líquidos e a filtração de poeiras, bem como os feltros e acessórios para a indústria de lavandaria. «Além da produção, estamos a concentrar a nossa I&D de filtração em Ovar, com o fim de ter o melhor conhecimento e equipamentos de I & D sob o mesmo teto. Este investimento agora finalizado garante a nossa competitividade futura no negócio da filtração», diz Jani P. Hämäläinen, Diretor da Unidade de Tecnologia de Filtração da Valmet. Além de Portugal, a Valmet produz tecidos filtrantes no Brasil, China, Polónia, EUA, e, em parte, na Finlândia. Boas oportunidades de crescimento em tecidos filtrantes O mercado dos tecidos filtrantes é versátil, pois os tecidos de filtração são usados em muitas indústrias diferentes. A Valmet está a concentrar-se em tecidos de filtração para a pasta, papel, energia, mineração e indústrias químicas, bem como as indústrias do alumínio, cimento e alimentos. O aperto das normas e da legislação de emissões em todo o mundo estão a impulsionar o crescimento do mercado de filtração. «O negócio de tecidos filtrantes é um bom exemplo de oferta de serviços generalizados da Valmet. Estamos a olhar para o desempenho dos nossos clientes, oferecendo soluções de energia confiáveis e de baixo custo, baseadas na nossa experiência comprovada na área de filtração», diz Jukka Tiitinen, Presidente da Linha de Negócios da Valmet.

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Brasil A emtec Electronic estará na Tissue World em São Paulo

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esta primeira Feira Tissue World em São Paulo, a decorrer no período de 20 a 22 de maio, a empresa emtec Electronic estará presente com o stand nº 383, onde apresentará, conjuntamente com o seu representante brasileiro Elof Hansson Ltda, os seus equipamentos de medição aos visitantes de toda a América Latina. O TSA Tissue Softness Analyzer é um dos equipamentos inovadores que é apresentado na mesma feira. O equipamento é utilizado para obter uma medição confiável e objetiva do valor das propriedades sensíveis ao tato do papel tissue e outras propriedades tais como: macieza, lisura/rugosidade e rigidez. O facto de saber o valor destes três parâmetros abre um leque de possibilidades para a otimização do processo produtivo (fabricação do papel e conversão). Adicionalmente, a emtec Electronic apresenta outros equipamentos de medição para a parte húmida da máquina (wet end): o CAS (Charge Analyzing System) para determinação da carência iónica da água branca, o FPA (Fiber Potential Analyzer) para medição do Potencial Zeta das fibras celulósicas e o DFA (Dynamic Filtration Analyzer) para simulação da retenção e drenagem da máquina de papel.

Andritz transforma máquina de papel da Suzano para produção de pasta fluff

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Grupo Andritz recebeu uma encomenda da Suzano Papel e Celulose para transformar a máquina de papel na fábrica de Suzano, em São Paulo, de modo que, após a reconstrução, a fábrica possa produzir tanto pasta fluff de eucalipto como papel woodfree revestido / não revestido. O arranque está previsto para o quarto trimestre de 2015. A máquina irá produzir cerca de 100.000 toneladas de pasta fluff por ano. Devido a esta reconstrução, a Suzano será o primeiro produtor de pasta fluff no Brasil e o primeiro produtor mundial a fornecer pasta fluff baseada em fibra curta de eucalipto. (ver notícia sobre este investimento neste número).


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Suzano anuncia entrada no segmento de pasta fluff de fibra curta

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e olho nas principais tendências que movimentam o seu mercado de atuação, a Suzano Papel e Celulose anunciou um investimento de R$ 30 milhões que viabilizará a produção de pasta fluff de fibra curta em escala industrial. Com início de operação previsto para dezembro, a expectativa é fabricar 100 mil toneladas anuais. A iniciativa está em linha com o desenvolvimento de novas aplicações para a pasta de eucalipto e posiciona a empresa como primeira fornecedora nacional de fluff e a primeira fabricante mundial de fluff de fibra de eucalipto. O mercado brasileiro de pasta fluff, destinado principalmente aos segmentos de absorventes e fraldas descartáveis, é estimado em cerca de 400 mil toneladas anuais, sendo que esta procura é atendida apenas por importações tradicionalmente de fibra longa. Com 100 mil toneladas de produção anual, a Suzano entra no segmento com capacidade para dar resposta a 25% das necessidades nacionais. De acordo com a Pöyry, a procura global de fluff até 2025 deve alcançar as 6,2 milhões de toneladas por ano. Em desenvolvimento desde 2009, o novo produto envolveu três pesquisadores com dedicação exclusiva a este projeto de inovação, que tinha como objetivo criar novas aplicações para a pasta de eucalipto e, com isso, reduzir a exposição da companhia à volatilidade dos mercados tradicionais. Segundo Fabio Figliolino, gerente executivo de Inovação da Suzano Papel e Celulose, a nova matéria-prima desenvolvida pela empresa, que será entregue em bobinas ao cliente, mantém a alta capacidade de absorção apresentada pela pasta fluff de fibra longa. “É possível substituir parcialmente a pasta de fibra longa de acordo com o tipo de produto e sua composição. No caso do absorvente feminino, por exemplo, é viável substituir 70% pela pasta de eucalipto. Já em fraldas, a substituição é de no mínimo 30%”, diz. Os testes de desempenho do novo produto envolveram um grande cliente da Suzano no segmento de absorventes femininos e fraldas. A produção em escala industrial será realizada por meio da flexibilização de uma máquina de papel de impressão e escrita da Unidade Suzano, localizada no interior de São Paulo.

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Sobre a Suzano Papel e Celulose A Suzano Papel e Celulose é uma empresa de base florestal e uma das maiores produtoras verticalmente integradas de papel e pasta de eucalipto da América Latina. Controlada pela Suzano Holding e parte do Grupo Suzano, investe no setor de papel e celulose há mais de 90 anos, com operações globais em aproximadamente 60 países. Atualmente, possui seis unidades industriais: Suzano, Rio Verde, Limeira e Embu, no interior do Estado de São Paulo, Mucuri, na Bahia, e Imperatriz, no Maranhão. A sua capacidade de produção é de 4,7 milhões de toneladas de papel e celulose por ano.

Espanha A Lecta patrocinou o “Global Packaging Summit 2015”

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s profissionais mais relevantes da indústria de vasilhame e embalagem reuniramse em Barcelona para descobrir os novos desenvolvimentos num setor em contínua evolução O “Global Packaging Summit” é um evento anual onde se apresentam as soluções de embalagem mais recentes e se tratam temas de atualidade da indústria tais como os avanços em sustentabilidade, o impacto das novas normas, as estratégias inovadoras para redução de custos, os novos materiais e as ideais criativas para fazer crescer uma marca através da embalagem. Com o patrocínio deste evento, a Lecta, representada em Portugal pela Torraspapel, demonstrou uma vez mais a sua aposta em posicionar-se como líder em soluções em papel para o sector do vasilhame e embalagem. A Lecta apresentou os seus papéis metalizados METALVAC e revestido de uma face CREASET para etiquetas e embalagens flexíveis. Os papéis metalizados por alto vácuo METALVAC, 100% recicláveis, foram concebidos para etiquetas colantes de alta qualidade (wet-glue labels), com resistência à humidade, adequadas para garrafas recuperáveis e não recuperáveis, bem como para a sua transformação em etiquetas autoadesivas. Outras aplicações são os inner-liners para maços de tabaco, papel de embrulho e de invólucro de chocolates e de produtos alimentares em geral. CREASET, a gama de papéis revestidos de uma face da Lecta, apresenta importantes novidades


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como os papéis wet-strength, com alta e baixa resistência em húmido, específicos para águas, cervejas e todo o tipo de vasilhame com retorno e os papéis para película de embalagens de iogurte e sobremesas em embalagens termoformadas, desenvolvidos para a impressão em rotogravura ou os papéis especialmente pensados para sacos de compras. A Lecta é uma empresa europeia líder no fabrico e distribuição de papéis especiais para embalagem flexível e etiquetas, papel revestido para edição e impressão comercial e outros suportes de impressão de alto valor acrescentado. Uma vasta gama de produtos sustentáveis e inovadores com funcionalidades muito diversas fazem da Lecta um fornecedor global de referência de soluções em papel.

Nova depuradora na fábrica da Lecta em Saragoça

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Lecta completou com êxito uma nova fase do seu ambicioso plano de investimentos de mais de 23 milhões de euros na sua fábrica de Saragoça destinados a reduzir o impacto ambiental e fazer destas instalações uma referência de sustentabilidade no sector. Depois da instalação de dois novos electrofiltros nas caldeiras de recuperação da fábrica, que permitem reduzir em 74% as emissões de partículas sólidas para a atmosfera, a Lecta pôs em funcionamento uma nova depuradora biológica com excelentes resultados. Nos primeiros meses verificou-se uma redução drástica da carga contaminante das descargas efluentes, com valores muito abaixo dos limites legais. Os valores da Carência Química de Oxigénio (CQO) foram reduzidos quase para metade, os Sólidos em Suspensão (TSS) diminuíram 36% e no caso da Carência Biológica de Oxigénio (CBO5) a descida foi ainda superior: 72% face à média registada em 2013. A fábrica da Lecta em Saragoça é a única fábrica do Grupo que integra o fabrico de celulose e papel, dispondo de uma capacidade produtiva

total de 500.000 toneladas de celulose, papel revestido, papel não revestido e papel base para especialidades. A Lecta é uma empresa europeia líder no fabrico e distribuição de papéis especiais para embalagem flexível e etiquetas, papel revestido para edição e impressão comercial e outros suportes de impressão de alto valor acrescentado. Uma vasta gama de produtos sustentáveis e inovadores com funcionalidades muito diversas fazem da Lecta um fornecedor global de referência de soluções em papel. Todos os centros produtivos da Lecta possuem as certificações de gestão ambiental mais exigentes - ISO 14001 e EMAS -, de cadeia de custódia PEFC™ e FSC®, garantindo a origem sustentável da madeira e da celulose que utilizam como matériaprima, para além das certificações de eficiência energética ISO 50001, de qualidade ISO 9001 e de segurança e saúde no trabalho OHSAS 18001.

Creaset, o papel para etiquetas e embalagens flexíveis

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Lecta apresentou a gama Creaset Endless Possibilities com papéis revestidos de uma face, ideais para etiquetas e numerosas aplicações de embalagens flexíveis. Nesta gama, disponível em Portugal através da Torraspapel, apresentam-se novas qualidades para a indústria alimentar, FMCG* e para o setor de bebidas como é o caso dos papéis Creaset LWS e Creaset HWS com alta e baixa resistência à humidade e disponíveis em acabamento gofrado, para águas, cervejas e todo o tipo de vasilhames com retorno. Para além destas, estão também disponíveis as altas gramagens da qualidade Creaset High Gloss para as aplicações que necessitam de uma maior resistência e espessura. Destaca-se ainda o novo Creaset Bags concebido para sacos de compras com uma alta carga de rotura e o Creaset RG desenvolvido para a impressão em rotogravura, específico para todo o tipo de sobremesas em embalagens termoformadas. A nova gama Creaset está estruturada em dois principais segmentos de aplicação: • Labels: - Etiquetas padrão e envolventes para alimentação e bebidas.

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- Papéis para transformação em lâminas e suportes para etiquetas autoadesivas. • Flexible packaging: - Película para embalagens de iogurte e embalagens termoformadas. - Sacos de compras. - Maços de cigarros.

Sertec20: Nova Imagem Corporativa

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mbaixador de uma empresa, o logotipo é algo mais que visual, transmite os seus valores e projeta-a para o futuro. A Sertec20 realizou uma profunda mudança na sua imagem: redesenhando seu logotipo, formas, cores, etc. Desde a sua criação, a Sertec20 vem mudando e evoluindo: ampliou as suas linhas de negócios e desta maneira a sua gama de produtos, assim como projetou a empresa para os mercados internacionais. Todas estas melhorias devem ser refletidas na sua imagem, como uma empresa de vanguarda. É por isto, que a nova imagem da Sertec20 se baseia em simplicidade e num desenho limpo e atual. Paralelamente, em princípios de Fevereiro, a Sertec20 estreou a sua newsletter, a NewS20, com o objetivo de se aproximar mais dos seus clientes, abrir-se para ser mais conhecida, difundir os seus serviços e conseguir, através desta ferramenta, uma via de intercâmbio informativo.

E.U.A. Portucel lança primeira pedra da Fábrica Colombo Energy nos EUA

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grupo Portucel Soporcel promoveu no passado dia 27 de março a realização da cerimónia simbólica de lançamento da primeira pedra na construção da sua futura fábrica de pellets nos Estados Unidas da América (EUA), na Carolina do Sul, unidade que produzirá a marca Colombo Energy e deverá estar concluída no terceiro trimestre de 2016, representando um investimento global estimado em 110 milhões de USD (cerca de € 100 milhões). A cerimónia foi presidida pelo CEO do Grupo

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português, Diogo da Silveira, e contou com a presença de uma delegação de representantes das autoridades de Greenwood, nomeadamente do Lt. Governador do Estado da Carolina do Sul e Autoridades do Countie de Greenwood, SC. Na ocasião, Diogo da Silveira teve oportunidade de sublinhar que a aposta na Colombo Energy constitui uma oportunidade muito atrativa de investimento, através da qual o Grupo português pretende capitalizar toda a sua vasta experiência em matéria de transformação florestal e processos industriais. “Estamos a entrar num sector de elevado potencial e de grande crescimento, permitindo-nos também aprofundar o nosso processo de internacionalização e de diversificação da base industrial do Grupo”, disse o CEO do Grupo português. Refira-se que a futura Colombo Energy terá uma capacidade instalada de 460 mil toneladas e beneficiará de condições muito favoráveis em termos de matéria-prima florestal e de energia disponibilizadas pela região de Greenwood, tendo já assegurada a venda de 70% da sua produção através da celebração de contratos de fornecimento a preço fixo para um prazo de 10 anos, sendo estas vendas inteiramente dirigidas ao mercado industrial europeu.

EUA: Ascensão de papel higiénico premium

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s vendas nos Estados Unidos de papel higiénico de qualidade premium, variando de duas a quatro camadas, subiu para US $ 1,4 bilhões no ano passado, superando todos os outros tipos de papel higiénico. O mercado de tissue premium é um quarto do mercado de tissue padrão, mas o seu destaque e está a crescer mais rápidamente do que muitos analistas da indústria haviam esperado. As vendas de papel higiénico de luxo têm crescido mais de 70 por cento desde 2000, esperando-se que continue a crescer anualmente mais rapidamente do que todas as outras categorias, pelo menos até 2018.


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Entrevista

Diogo da Silveira, o novo CEO do Grupo Portucel Soporcel, fala sobre o Plano de Desenvolvimento Estratégico 2015/25 Diogo da Silveira é o novo CEO do Grupo Portucel Soporcel. Tem uma licenciatura em Engenharia da École Centrale de Lille, em França, foi research scholar na Berkely UC e completou o MBA no Insead. Iniciou a sua carreira profissional numa grande empresa Japonesa, foi Sócio da Mckinsey & Co e teve assento em vários Conselhos de Administração de empresas líderes portuguesas (Retalho, Telecoms, Seguros, Papel e Pasta de Papel). Desempenhando, há um ano, este novo cargo, desdobrou-se em contatos, ouvindo as pessoas do Grupo, quer individualmente quer em equipa, visitando clientes e concorrentes, procurando conhecer o melhor possível a cultura do Grupo e a realidade do negócio da pasta e do papel. Os resultados dessa profunda reflexão estão já presentes no Plano de Desenvolvimento Estratégico do Grupo para o período de 2015 a 2025, cujas linhas fundamentais publicámos no último número da revista Pasta e Papel. Um plano que aponta para um novo ciclo da vida do Grupo, apostando em novas oportunidades de crescimento, apoiado numa dinamização das capacidades internas de todos os colaboradores. Para conhecermos com mais detalhe este importante documento, fomos ouvir o Eng. Diogo da Silveira, que teve a amabilidade de nos receber no seu gabinete de trabalho no Complexo Industrial de Setúbal. Uma conversa extremamente cordial, que nos mostrou um gestor dominando a realidade do negócio e acreditando na capacidade interna do Grupo.

João de Sá Nogueira: O Plano de Desenvolvimento Estratégico 2015/25 do Grupo Portucel Soporcel aponta para a consolidação dos negócios atuais e para o desenvolvimento de novas áreas de negócio. Pode explicar aos leitores da revista Pasta e Papel o que o motivou ao coordenar a elaboração deste documento e quais são os seus objetivos?

Diogo da Silveira: De uma certa forma, o Plano Estratégico é uma resposta ao desafio lançado pelo nosso presidente do Conselho de Administração e acionista de referência, o Sr. Pedro Queirós Pereira, que, quando há um ano me juntei ao grupo, me transmitiu duas prioridades. A primeira prioridade foi, efetivamente, de

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encontrar oportunidades de crescimento, obviamente com níveis de rentabilidade similares aos do Grupo e, por outro lado, me disse Plano de que acreditava que havia Desenvolvimento oportunidade para alguma Estratégico: evolução cultural da Casa, Encontrar oportunidades de crescimento e de no sentido, digamos, de um evolução cultural do maior empowerment (vou Grupo. utilizar a palavra anglosaxónica que muito se adapta). Para tentar responder a estes dois desafios, entendi lançar uma reflexão estratégica cujo objetivo foi definir novas oportunidades de crescimento,


Entrevista

de uma forma que jå deveria refletir justamente a preocupação com a evolução cultural do Grupo. Foi uma reflexão estratÊgica que envolveu dezenas de colaboradores e, nomeadamente, todos os principais diretores que, em conjunto com uma empresa consultora de estratÊgia, ao longo de cinco meses, estudaram qual era a visão que tínhamos da projeção do nosso negócio atual para um horizonte de dez anos, tendo em conta a evolução prevista dos mercados.

significativa e que, dada a ausência de floresta adequada, as importaçþes de pasta teriam de crescer muito na China. Portanto confirmou-se que fazia sentido ter uma fåbrica de pasta para servir o mercado chinês.

A Europa e os Estados Unidos nĂŁo sĂŁo mercados em crescimento e, portanto, isso representa em si uma ameaça aos bons nĂ­veis de rentabilidade que aĂ­ temos e, sobretudo, nĂŁo apresentam oportunidades de crescimento reais. Fizemos primeiro essa projeção e depois, sem Ă prioris, sem tabus, tentĂĄmos analisar de uma forma neutra, todo um conjunto de setores e de mercados que, de uma forma ou de outra, estariam prĂłximos daquilo que nĂłs hoje fazemos; olhĂĄmos, por exemplo, para as energias eĂłlicas, porque como apostamos na energia hĂĄ alguma proximidade; olhĂĄmos para a agricultura, porque quem estĂĄ na silvicultura tambĂŠm pode olhar para a agricultura; olhĂĄmos para papel de embalagem porque quem estĂĄ no papel nĂŁo revestido tambĂŠm pode olhar para esse‌ Enfim, olhĂĄmos para muitos/todos os mercados/setores que tinham alguma proximidade com as nossas competĂŞncias ou com o nosso saber-fazer, ou com a nossa histĂłria e resultados‌ E fizemos isso - o que foi muito importante - com a participação de muitos quadros do Grupo: definimos subprojectos desenvolvidos por equipas sempre mistas, constituĂ­das por diretores e subdiretores do grupo Portucel Soporcel e por consultores. Fomos reportando, numa base regular, os resultados ao conjunto dos diretores que, agora, se reĂşnem no FĂłrum de Diretores, que realizou quatro reuniĂľes neste Ăşltimo ano. Saiu dessa reflexĂŁo, um primeiro conjunto de iniciativas que jĂĄ estavam encaminhadas e faziam todo o sentido, a confirmação de opçþes e reflexĂľes que jĂĄ existiam. Em primeiro lugar o projeto Moçambique. Confirmou-se que, por um lado, efetivamente o mercado asiĂĄtico e chinĂŞs, em particular, era um mercado que continuava a crescer de forma muito

TĂŁo importante como isso, #ONlRMOU SEÂ?QUEÂ?FAZIAÂ? confirmou-se que Moçambique SENTIDOÂ?TERÂ?UMAÂ?F¡BRICAÂ?DEÂ? parecia ser, uma das pasta para servir o mercado localizaçþes geogrĂĄficas em CHINžSÂ?EÂ?CONlRMOU SEÂ?QUEÂ? que faria sentido ter essa -O•AMBIQUEÂ?PARECIAÂ?SERÂ?UMAÂ? fĂĄbrica, na medida em que, DASÂ?LOCALIZA•ÊESÂ?GEOGR¡lCASÂ? acreditamos, poderemos ter EMÂ?QUEÂ?FARIAÂ?SENTIDOÂ?TERÂ?ESSAÂ? custos Ă saĂ­da da fĂĄbrica, tĂŁo F¡BRICA competitivos como Ă saĂ­da de uma fĂĄbrica do Uruguai, do Chile ou do Brasil. E como estamos bastante mais perto da China, acreditamos que vamos ter um custo de transporte claramente inferior e, portanto, combinando esses dois aspetos, acreditamos que vamos ter um custo de produto colocado na China inferior ao atual. Por isso acreditamos que ĂŠ um projeto que vai apresentar uma competitividade de custos fantĂĄstica no seu mercado alvo que ĂŠ a China. ConfirmĂĄmos tambĂŠm, que ĂŠ um projeto complexo de uma grande dimensĂŁo e, portanto, que farĂĄ sentido ser feito com parceiros, e nĂŁo um projeto para ser feito sozinho; o objetivo serĂĄ trabalhar em equipa no seio de um consĂłrcio que entendemos liderar. A primeira etapa fundamental foi atingida com a HQWUDGD GD ,)& Š ,QWHUQDWLRQDO )LQDQFH &RUSRUDWLRQ como acionista, tomando uma percentagem do capital. Na verdade tomou o mĂĄximo de percentagem de capital que os seus estatutos lhe

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Entrevista

permitiram, ou seja 20%. Por vezes tomam 5%, outras 10% e no máximo tomam 20% do projeto; no caso presente, decidiram tomar 20%, de tal maneira o projeto lhes pareceu aliciante.

O projeto de pellets PERMITE NOS hDESCOBRIRv os Estados Unidos, recrutar pessoas nos Estados Unidos, TRABALHAR NOS %STADOS 5NIDOS FABRICAR NOS Estados Unidos, comprar nos Estados Unidos.

Depois, o segundo aspeto foi o de o Grupo ter a flexibilidade para reagir a oportunidades de negócio que podem não ter origem em planos de muito longo prazo, mas que são oportunidades que aparecem. E realmente fomos sensibilizados, veio de fora a ideia, para fazermos uma fábrica de pellets nos Estados Unidos e acho que tivemos a sensatez de dizer “Porque não? Nós não tínhamos pensado nisso, mas já que nos está a falar disso, vamos olhar para isso”. E olhámos para isso com detalhe, com calma e sempre com o apoio do nosso Presidente do Conselho de Administração, que entende que os Estados Unidos, e bem, são um mercado muito importante e que seria bom para nós conhecê-lo melhor.

Portanto, com base nesse raciocínio, e depois de estudar, decidimos avançar com o projeto da fábrica de pellets nos Estados Unidos por duas razões: primeiro porque é um projeto que se insere num mercado em franco crescimento (o mercado das pellets) e que de uma certa forma a Carolina do Sul está para os pellets, como Moçambique está para a pasta. Ou seja, a competitividade do estado da Carolina do Sul para fabricar pellets é fantástica e dificilmente batível, ultrapassável, porque o custo da madeira lá e o custo da energia, que são as duas componentes fundamentais do

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mercado pellet, são baixíssimos e portanto ficou claro para nós que sob o ponto de vista dos custos, podíamos ter uma operação muito competitiva num mercado em crescimento; quisemos minimizar os riscos de execução e portanto só avançámos depois de ter assinado dois contratos de take or pay para vender as nossas pellets a industriais, o que assegura que 70% da capacidade esteja prévendida com preço pré definido, atualização de preço, quantidades, tudo! A segunda grande razão foi, que ao ter um projeto destes nos Estados Unidos, para além do negócio em si ter uma rentabilidade adequada, que é sempre um filtro (ao fim do dia, o filtro é sempre económico-financeiro…), permite-nos “descobrir” os Estados Unidos, recrutar pessoas nos Estados Unidos, trabalhar nos Estados Unidos, fabricar nos Estados Unidos, comprar nos Estados Unidos. Nós já lá vendemos muito; vendemos cerca de 150 milhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Mas uma coisa é vender, outra é produzir. Produzir e ter lá uma operação obriga a ter uma intimidade com o mercado totalmente distinta. Ora o mercado americano - diria com exagero - quase para tudo, é um mercado interessante. Vamos ficar a conhecer melhor este mercado e, quem sabe se, no futuro, poderemos ter outras ambições, noutros setores, na mesma geografia. Para já, pellets! Finalmente, em terceiro lugar, selecionámos por entre várias opções, o tissue, um mercado que nos parecia interessante por um conjunto de várias razões. Primeira razão: um mercado em crescimento mesmo na Europa. Não só, obviamente, em franco crescimento na Ásia (mas na Ásia quase tudo cresce, não é?), mas também em crescimento na Europa. Depois um mercado próximo, diria, do nosso mercado, na medida em que consome a mesma pasta que a nossa. Muitos dos fabricantes das máquinas de papel tissue são os mesmos fabricantes de máquinas de papel uncoated woodfree, portanto com uma grande proximidade, de certa forma, com o nosso negócio. Depois um aspeto muito interessante para nós, num mercado que não conhecemos. É um mercado que permite uma aproximação muito modular; enquanto que a máquina de papel da ATF em Setúbal custou 500 milhões, uma máquina das


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maiores de tissue custa 50 milhões, um décimo do valor, permitindo ir investindo pouco a pouco, aprendendo à medida que se vai investindo e possibilitando gerir o risco e a amplitude do negócio de uma forma muito adequada. Entendemos que, para quem souber fazer bem as coisas, este negócio tem uma rentabilidade, na verdade muito próxima da rentabilidade do uncoated woodfree. Isso, diria, foi uma surpresa porque de início, não eram as hipóteses de trabalho que tínhamos. Nós tínhamos, como hipótese para o tissue, um mercado claramente menos rentável (em média até pode ser), mas quando bem estruturado também é muito rentável. No uncoated woodfree, se formos ver as rentabilidades médias do mercado, são, mais ou menos, metade da rentabilidade conseguida pelo Grupo Portucel Soporcel. Nós ambicionamos também no tissue ter uma rentabilidade superior à média da rentabilidade. E acreditamos que um aspeto que nos poderá vir a diferenciar será, de uma certa forma, conseguirmos replicar a história de sucesso do woodfree, o que passou pela integração de todas as operações. Pensámos num dos aspetos em que o grupo foi mais pioneiro, que foi a integração da pasta com o papel. Ora na Europa, no tissue, só existe hoje uma fábrica integrada de pasta e papel tissue, uma pequena e antiga fábrica na Alemanha; o resto são operadores não integrados. Nós queremos ser um operador integrado de pasta e papel tissue! Acreditamos que isso pode fazer a diferença, porque, nomeadamente, nos irá permitir ser muito competitivos sob o ponto de vista dos custos.

.ÆS QUEREMOS SER UM operador integrado de pasta e papel tissue. !CREDITAMOS QUE ISSO PODE FAZER A DIFEREN A PORQUE NOMEADAMENTE NOS IR· PERMITIR SER MUITO COMPETITIVOS SOB O PONTO de vista dos custos.

A base empresarial tem que ser sempre a competitividade de custos, depois acrescentase outras camadas de marketing, disto ou daquilo, mas a base tem de ser sempre primeiro a competitividade dos custos… E portanto, nós acreditamos que a integração nos levará para isso. Para conseguir essa integração, tomámos duas opções. Primeira opção: iremos instalar linhas de produção de tissue na nossa fábrica de Cacia,

que hoje em dia, ainda tem pasta disponível para ser integrada, uma vez que, quer Figueira da Foz, quer Setúbal, toda a produção de pasta já está integrada em papel. Na verdade a produtividade das máquinas de papel é tal que nós hoje em dia (não é segredo dizer) até já temos de importar pasta de Cacia para a Figueira da Foz e para Setúbal, para integrar em papel, de tal maneira as máquinas de papel têm funcionado bem. Temos, em curso, um investimento para aumentar a capacidade de Cacia em cerca de 60 mil toneladas/ano e iremos instalar linhas de fabrico de papel tissue para beneficiar dessa integração. Para entretanto aprender, pensámos que comprar um ativo de qualidade era a melhor forma de aprender sobre o negócio, porque se ganham pessoas com experiência, adquirem-se clientes, máquinas, relacionamentos; encontrámos um ativo de qualidade, e conseguimos chegar a um acordo com os proprietários (era preciso ultrapassar todos os “se’s”); tivemos a sorte/oportunidade de poder comprar a AMS, que entendemos ser o melhor operador de tissue da Península Ibérica e que já é, de uma certa forma, integrado, mesmo que não retire todos os benefícios da integração, porque os partilha com o fornecedor de pasta, que são os nossos amigos da Celtejo, da Altri. Mas no conceito já são integrados, uma vez que a pasta lhes chega líquida pelo pipeline que liga a Celtejo à AMS. Para já no tissue fizemos esta aquisição. Acreditamos que a todo o momento vamos ter todas as autorizações para fechar o negócio, fazer o que se chama o closing da operação, faltando o assentimento da autoridade da concorrência. Por outro lado, em paralelo, temos uma equipa de projeto já no campo, a trabalhar para preparar não só a montagem da segunda linha a Vila Velha de Ródão, que já estava encomendada, e que pretendemos arrancar no último trimestre deste ano.

João de Sá Nogueira: E é também uma máquina da Toscotec igual à que lá está? E em Cacia, o que irão instalar? Diogo da Silveira: É, na realidade, uma máquina Toscotec, com a mesma dimensão da já existente. Já para Cacia, estamos a trabalhar numa máquina com o dobro da capacidade das máquinas que

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Entrevista

estão em Vila Velha de Ródão na AMS. Estamos a planear para já uma, mas, como disse, poderão ser várias - espero que sejam várias - mas máquinas com o dobro da capacidade. Estamos a fazer a pré-engenharia das novas máquinas para Cacia e a trabalhar com vários eventuais fornecedores do equipamento.

João de Sá Nogueira: Outra pergunta ainda relativamente ao tissue. Enquanto a taxa de crescimento é de um dígito num tissue normal, num premium pode ir, nalguns mercados, a 14% ou 15%, segundo dizem alguns analistas… Estão a pensar na produção de premium ou estão só focados nos papéis da linha atual da AMS?

João de Sá Nogueira: Portanto, a produção por enquanto em Portugal. E a transformação?

Diogo da Silveira: Estamos a pensar também no premium, mas tem de ser por fases. Nós acreditamos que primeiro temos de adquirir experiência, legitimidade e, portanto, dominar bem o processo produtivo e dominar os custos. Depois, claro, temos como ambição ter um tipo de evolução similar ao que tivemos no papel.

Diogo da Silveira: A produção será, em princípio, nesta fase, toda em Portugal. A transformação não, porque, como sabe, transportar produto tissue acabado sai caro porque transportamos muito ar. A nossa ideia será transportar bobines e transformar perto dos mercados de consumo. João de Sá Nogueira: Mas transformação vossa?

Diogo da Silveira: À priori, nossa, pois consideramo-nos como industriais. Não digo que não possa surgir um caso, eventualmente, de algum outsourcing.

João de Sá Nogueira: O caso do Navigator é um bom exemplo!

Diogo da Silveira: Com certeza. São as nossas marcas premium que têm feito com que nós tenhamos conseguido aguentar preços e margens muito melhor que o resto do mercado, um mix que temos vindo a reforçar ano após ano. Consideramos que se isto é verdade no papel também o será no tissue, mas neste temos que ganhar primeiro essa legitimidade que ainda não temos. João de Sá Nogueira: A questão do papel para embalagens, isso está fora do horizonte atual? Há uma previsão de um bom crescimento. Diogo da Silveira: Está fora do horizonte atual. Não podemos ter “mais olhos que barriga.” Acho que para um grupo de 10 anos, que “só” fez papel uncoated woodfree, fazer agora papel uncoated woodfree, fazer pellets e fazer tissue, já é um alargar do âmbito da operação suficiente e portanto não me parece adequado dar, de momento, novos passos. Não é que não pareça interessante, não se pode é ir a tudo. E entendemos que fazia mais sentido o tissue para já, do que a embalagem. Daqui a uns anos quem sabe... João de Sá Nogueira: Este aumento da produção levanta o problema da falta de eucalipto em Portugal; o que pensam fazer?

Diogo da Silveira: Esse é o maior problema. Julgamos que vamos ter de “pegar o touro pelos cornos”…

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Entrevista

João de Sá Nogueira: Uma última pergunta: uma futura multinacional portuguesa de referência?

Diogo da Silveira: Eu sonho! Vamos todos

essa oportunidade. Vamos ver se sabemos agarrála, transformá-la com calma, com serenidade, sem exagero, sem arrogância, levando o nome de Portugal na vertente empresarial por este mundo fora. Esse é o nosso objetivo!

trabalhar nessa direção. Já houve outras oportunidades, em outros tempos, em outras épocas. Aqui há 10 anos atrás, penso que quem esteve mais perto dessa realidade foram instituições financeiras como o BCP e o BES, embora de formas diferentes. Depois tivemos a Portugal Telecom que também teve uma presença grande.

Agradecemos, em nome dos leitores da revista Pasta e Papel, a amabilidade do Eng. Diogo da Silveira em nos esclarecer sobre o futuro desenvolvimento do Grupo Portucel Soporcel. Desejamos o maior sucesso neste novo ciclo, sucesso que se traduzirá também numa consolidação do nosso setor e num grande contributo para a sustentabilidade do crescimento económico do nosso país.

De uma certa forma eu diria que a Portucel Soporcel agora tem esse testemunho. É a empresa em Portugal que tem essa possibilidade, que tem

João de Sá Nogueira

Aumente a qualidade do tissue e a OEE

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TotalVision™ oferece uma plataforma simples e unificada de monitorização e de inspeção da folha, utilizando câmaras digitais de alta velocidade sincronizadas com iluminação LED. Identifique e elimine todas as quebras e todos os defeitos ao longo do processo de produção de papel e tissue com um sistema TotalVision ™ de Papertech. Contacte-nos para mais detalhes.

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Por favor, visite-nos no stand # 120 na Tissue World em Sao Paulo, 20 al 22 de Mayo de 2015

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Eventos Tissue World São Paulo 2015: Falta pouco mais de 1 mês para o maior evento de papel tissue no Brasil e América do Sul estabilizando-se no ano passado. É possível notar a crescente relevância de países como Colômbia, Chile e Peru, que juntos, representam 18% do mercado. (Fonte: Fisher Solve, Fisher International, Inc.).

A

Tissue World tem o prazer de anunciar o lançamento da Tissue World São Paulo 2015, a feira de negócios e conferências que irá acontecer de 20 – 22 de maio de 2015 no Transamérica Expo Center. O mercado mundial de papel tissue está em mudança. Com base numa pesquisa de mercado e análise sistemática do crescimento do negócio de papel tissue, a Tissue World (evento que reúne há mais de 20 anos a cadeia produtiva do papel tissue), lança em São Paulo um novo evento ampliando o alcance e sucesso da sua carteira global para melhor atender os mercados mais desenvolvidos. O Brasil é o maior produtor de T & T na América Latina, sendo responsável por 32% (1.274 mil toneladas) da produção local. Esse aumento significativo teve início no final de 2007 a 2008, e manteve esse ritmo acelerado mesmo com o impacto da crise econômica recente,

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O evento dedicado à indústria sul-americana do tissue vai concentrar-se em São Paulo, no Brasil, que regista o um rápido crescimento de mercado e que ainda não possui uma feira dedicada ao papel tissue. O Brasil é um país vasto e único, com uma série de regras e regulamentos estritos a que os operadores devem obedecer para aproveitar seu potencial inegável. Durante a conferência, tópicos interessantes serão discutidos em profundidade, tendo a participação de expositores locais e internacionais.

Na Tissue World São Paulo serão discutidos temas sobre os crescentes e diversificados mercados de papel tissue da América do Sul, com um foco particular sobre o Brasil, Colômbia, Chile e Peru. Nas mesas redondas, relacionadas com a indústria, serão abordados, desde a produção de celulose (onde o Brasil é particularmente forte), até à sua distribuição e os seus canais de retalho. A Tissue World São Paulo vem, portanto, oferecer


Eventos

o desenvolvimento da crescente indústria de tissue destas regiões.

uma plataforma ideal dentro da indústria de papel tissue para empresas e fornecedores adquirirem conhecimentos, além de ser uma fonte de oportunidades de negócios em toda a América do Sul e muito mais.

Conferências Paulo

Tissue

World

São

A série de conferências reunirá os principais palestrantes nacionais e internacionais da indústria: fabricantes de papel tissue, transformadores e fornecedores, abrindo espaço para a difusão do conhecimento, discussões e também para apontar os possíveis caminhos para

A Tissue World é líder na promoção de uma série de eventos a nível global para divulgar a indústria do tissue em todo o mundo desde 1993. Uma plataforma integrada e interligada composta por exposições, conferências e a revista Tissue World Magazine, sendo um incomparável ponto de encontro (on-line e off-line), para fazer negócios, trocar ideias e aprender, durante todo o ano. Junte-se à primeira edição da Tissue World São Paulo! Para mais informações por favor entre em contato com Tissue World pelo email info@tissueworld. com - www.tissueworld.com/pt_saopaulo

Q

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Tecnologias Aumentando a eficiência de produção e a qualidade do tissue com a última tecnologia TotalVision* *Kari Hilden Scott Delzer Papertech Inc. Papertech Inc. Vancouver, Canadá Greenville, WI, EUA

Introdução A necessidade crescente de maior eficiência operacional (OEE), a segurança do operador, maior produção e melhor qualidade do produto, tornam imperativo haver uma boa visibilidade em toda a máquina de tissue e na inha de transformação. Câmaras megapixel combinados com a mais recente técnica de captação de defeitos (WMS) e software de inspeção da folha (WIS), proporcionam, não só uma completa visibilidade, como também a oportunidade de abordar as questões logo na origem, permitindo que a qualidade do produto e a eficiência da máquina possam ser maximizadas sem comprometer a segurança do operador.

Resultados comprovados A boa visibilidade em todo o processo de produção é fundamental para o sucesso geral de qualquer operação de tissue, mas, no entanto, a maioria dos operadores não é capaz de responder com um convincente «sim» às seguintes perguntas: • Consegue ver com segurança o que se passa no interior da sua máquina de tissue e da linha de transformação? • Tem um meio de detetar visualmente uma anomalia ou um defeito para encontrar de imediato a causa do problema? • Tem um meio de visualização em vídeo das anomalias das últimas 48 horas ou mais? Estas perguntas podem ser respondidas com um «sim» se for instalado um sistema de câmara

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TotalVision, de altas velocidade e resolução, para a captação de anomalias e inspeção da folha. Centenas de sistemas TotalVision aplicados na produção de tissue provam que oferecem uma visibilidade total, com os benefícios de uma análise automática e contínua análise de anomalias e de defeitos permitido a resolução dos problemas, sincronizada com a análise da folha de papel. Os resultados foram: • Redução das quebras por motivo desconhecido de 50% a 90%. • Redução das quebras por motivo desconhecido na linha de transformação de 50% a 90%. • 5% a 15% de aumento de velocidade da máquina de tissue e na linha de transformação. • Muito maior eficiência operacional nos processos de dobragem e embalagem. • Redução das reclamações dos clientes. Para mais detalhes entre em contato com Papertech Inc. em info@papertech.ca, e visite a nossa website em www.papertech.ca.


Tecnologias Hote fechada Brunnschweiler: mais produção, mais eficiência, menor consumo de energia e melhor qualidade de papel

N

os últimos tempos, o consumo de energia nas máquinas de papel tem provocado impactos cada vez mais significativos na composição dos custos de produção.

Um dos problemas mais severos encontrados em máquinas multicilíndricas, e que se refletem diretamente nos consumos de energia tanto térmica quanto elétrica, está relacionado com o mau desempenho das hotes de secagem. Provocado na grande maioria das vezes pelo desbalanceamento dos sistemas de ventilação, conjuntamente com a ineficiência ou a inexistência de grupos de pocket ventilation, este tipo de ocorrência com muita frequência acaba por não receber a devida atenção. O desbalanceamento da hote provoca, entre outros fatores, a elevação da percentagem de humidade no interior da hote, ocasionando condensações e picos de humidade no perfil transversal do papel. Os bolsões de ar aproximam-se do ponto de saturação, reduzindo a taxa de transferência de massa e calor na folha de papel, e por consequência reduz a capacidade de secagem dos mesmos. Este facto acaba por influenciar diretamente o consumo de vapor. Pensando nisso, recentemente a Brunnschweiler Latina desenvolveu e forneceu um projeto

completo de recuperação de energia térmica e rebalanceamento de uma hote multicilíndrica, para um dos maiores grupos fabricantes de papel de embalagem no mundo. Fazendo uso das mais modernas ferramentas de cálculo e atendendo às mais recentes normas brasileiras de segurança (NR 12), a Brunnschweiler projetou, fabricou e instalou uma hote fechada em conjunto com um novo sistema de pocket ventilation mais racional e eficiente, além de novos grupos de insuflação e exaustão compostos por recuperadores de calor do tipo ar/ ar. Com foco na redução do consumo de vapor e desperdício de energia, os quais impactavam severamente os custos de produção, este projeto proporcionou um aumento na capacidade de produção da ordem dos 10%, além de promover uma economia de vapor específico de cerca de 16%. Com o novo arranjo nos grupos de ventilação da hote, também foi possível atingir uma redução de 27% na potência elétrica instalada nos ventiladores. A implantação desse projeto trouxe inúmeros benefícios ao processo fabril. Pudemos comprovar uma significativa melhoria na runabilidade da máquina, diminuição das quebras, eliminação dos defeitos oriundos de condensação e perfil transversal de humidade significativamente superior. Além disso, os custos com manutenção foram reduzidos por conta de equipamentos menos numerosos, mais compactos e mais eficientes. Um dos pontos mais relevantes e mais atrativo desse projeto, o qual acabou viabilizando a sua implementação, foi o alcance do prazo de payback em menos de 18 meses.

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Tecnologias Otimização da máquina de papel tissue com soluções da Runtech de poupança de energia, operacionalidade e qualidade

A

o longo de sua história a Sistemas Runtech tem focado o seu trabalho em soluções de produtividade para a indústria de papel. Quando se trata de economia de energia, otimização da operação ou da qualidade ou o rápido recomeço da marcha após as quebras de papel por meio de uma rápida passagem da folha, a Runtech pode fornecer uma solução com retorno garantido. A Runtech fornece sistemas de vácuo Ecopump Turbo™ para as máquinas de tissue, uma tecnologia revolucionária que permite economias substanciais dos custos operacionais no sistema de vácuo da máquina de papel. A Runtech também é um bem conhecido fornecedor de diferentes tipos de soluções de extração de água para as secções de formação e de prensas de qualquer tipo de máquinas de papel tissue.

Figura 1. Ecopump compacta EP500-700-S Turbo e nova geração do separador de água Ecodrop.

Por que devemos otimizar os sistemas de vácuo e de drenagem nas máquinas de tissue? Na máquina de tissue, é necessário vácuo para remover a água da teia, para limpar as teias e os feltros e para controlar a folha na máquina de papel tissue. Cada elemento de vácuo na máquina, tais como a caixa de sucção e o rolo aspirante, precisa de uma certa capacidade de vácuo e de

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caudal. A capacidade necessária, na verdade, muda de acordo com a vida e tipo de feltros, tipos de papel, gramagens, velocidade da máquina, etc. As bombas de anel líquido tradicionais e os ventiladores de velocidade fixa não se podem adaptar às necessidades dinâmicas de vácuo e de caudal, daí resultando sempre desperdício de energia, que pode ser enorme em alguns casos. Para além da água, existem sempre fibras, produtos químicos, cargas e aditivos no ambiente da máquina de tissue. Se não forem separados completamente, esses produtos químicos, juntamente com fibras, finos e água, vão acumular-se nas tubagens das bombas e rotores e irão corroer as bombas, e, eventualmente, reduzir a eficiência ou até mesmo causar danos nas bombas de vácuo. A produção de tissue é uma atividade industrial de grande consumo de água e energia. O uso sustentável de energia e água está altamente relacionado com a rentabilidade e a competitividade do produtor. É evidente que todos os produtores de tecidos com menor consumo de energia e água serão mais competitivos no mercado global. Essa é a principal razão pela qual se deve sempre tentar otimizar o consumo de energia e água. Sem dúvida, o sistema de vácuo numa máquina de papel tissue, que consome uma muito elevada quota da energia total da máquina e enormes quantidades de água, deve ser um dos primeiros itens na lista de otimizações.

Sistema de vácuo Runtech auditorias de drenagem

e

Como mencionado anteriormente, a necessidade de vácuo varia de acordo com os diferentes tipos de tissue, feltros e velocidades de máquina, portanto, uma solução feita sob medida com


Tecnologias

capacidade flexível e variável pode equilibrar a oferta com as necessidades, daí resultando uma drenagem otimizada e um consumo de energia minimizado. Por essas razões a Runtech está a oferecer sistemas profissionais de vácuo e auditorias de drenagem aos seus clientes.

Turbo é um sistema de vácuo totalmente livre de água. A remodelação do sistema de vácuo com a instalação do sistema Ecopump Turbo™ pode ser feita durante a paragem normal da máquina ou até mesmo durante a operação da máquina para evitar perdas desnecessárias motivadas por paragens extras. Poupanças adicionais podem ser alcançadas a partir da recuperação de calor, porque a temperatura dos gases de escape da Ecopump Turbo™ pode chegar aos 160 graus. O ar quente pode ser utilizado para aquecer a água de processo, o edifício (isto é, o teto falso) ou para pré-aquecer o ar do queimador de gás.

Figura 2. Um estudo do sistema de vácuo no local é a chave para o sucesso da otimização de energia e de drenagem. Após o estudo, o retorno do projeto pode ser calculado de forma precisa e a poupança de energia é sempre garantida.

Os engenheiros da Runtech realizaram centenas de diferentes tipos de sistema de vácuo e estudos de drenagem e auditorias para a indústria de tissue ao longo dos últimos 20 anos. Os resultados desses estudos e auditorias em conjunto com os resultados das medições on line, em tempo real, da drenagem com os Ecoflow™ dão as informações necessárias sobre a condição dos equipamentos de drenagem, elementos de aspiração, teias e feltros.

Figura 3. Diagrama do sistema de vácuo para uma máquina de tissue nova é muito simples com um sistema total de backup.

Sistemas de vácuo Ecopump TURBOTM para remodelações e projetos novos Com base na auditoria do sistema de vácuo a Runtech pode dar recomendações sobre os sistemas de vácuo Ecopump Turbo™. A Ecopump Turbo™ é a primeira bomba de vácuo de velocidade variável que torna mais fácil corresponder às necessidades de vácuo e de caudal para uma determinada posição, num determinado período de tempo. Com o Ecoflow™, pode facilmente identificar-se os níveis de vácuo e caudal exatos que levam à secura maximizada da folha com menos quebras, melhores perfis e menor consumo de energia, numa determinada posição e num determinado período de tempo. Com a solução Runtech, os fabricantes de tissue podem poupar 30-70% de energia em comparação com as bombas de anel líquido tradicionais. Além da economia significativa de energia, a Ecopump

Figura 4. Exemplo de remodelação. A EcoPump Turbo substitui três bombas de vácuo, com uma economia de energia de 30-60% e 100% de economia de água.

Considerando uma análise cuidadosa dos depósitos e dos problemas de corrosão por água, fibras, finos, produtos químicos, etc, o separador Runtech EcoDrop™ foi especialmente desenvolvido para os separar efetivamente garantindo uma produção de vácuo confiável e eficaz. O processo RunEco™ típico para um projeto de

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Tecnologias

remodelação do sistema de vácuo com vista à otimização e economia é:

O processo RunEco™ típico para um projeto novo para poupança de energia é:

Soluções de drenagem e raspas para máquinas de tissue Demasiada água na folha de tissue origina uma baixa secura depois das prensas e, portanto, um maior consumo de energia na secagem. Maximizando a secura depois da teia e da secção de prensas, melhora a eficiência da máquina de tissue e reduz o consumo de energia na secagem. Um sistema de raspas otimizado e a funcionar bem contribui em grande escala para a eficiência da drenagem e sequente maximização da secura depois das prensas.

Figura 5. Otimização das raspas nos rolos das prensas possibilita a otimização dos níveis de vácuo. Raspas e caleiras bem concebidas irão minimizar a rehumidificação (rewetting), depósitos e nebulização.

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É amplamente aceite que a drenagem no nip é a maneira mais eficiente e económica para extrair a água nas prensas. No entanto, com o fim de obter o benefício integral da drenagem no nip, as raspas e as caleiras da seção de prensas precisam de ser devidamente desenhadas para lidar com o aumento dos caudais de água. É também muito importante para o nip das prensas que os rolos tenham um alto volume de ranhuras ou furos para facilitar um caudal maior de água e permitirem que a água seja removida por esses espaços vazios. Hoje, não só nas máquinas de tissue com velocidades altas, mas também nas máquinas de tissue de média e baixa velocidades, a combinação da drenagem no nip com o trabalho das raspas está a tornar-se uma solução cada vez mais utilizada para a obtenção de maior secura, economia de energia e melhor perfil.

Figura 6. Otimização da drenagem do feltro usando medições com Ecoflow. Drenagem total no feltro aumenta 10% quando o nível de vácuo foi reduzido de 42kPa para 30 kPa.

Em resumo, a drenagem e o trabalho das raspas não só estão relacionados com o consumo de energia, mas também têm um grande efeito sobre a operacionalidade de toda a máquina, a eficiência e a rentabilidade, bem como nos perfis da folha. Por isso, um sistema de drenagem e de raspas bem concebido e operado é muito procurado. A Runtech é um dos principais fornecedores para a melhoria das soluções de drenagem e sistemas de raspas para as máquinas de tissue de todos os tipos. Em muitos casos, as soluções da Runtech podem levar a um aumento de 1-3% na secura após as prensas, o que economiza uma quantidade considerável de energia na secagem (4-12% menos de energia).


Tecnologias

Figura 7. Todas as caleiras Runtech são projetadas para medições Ecoflow. Os caudais de água na caixa aspirante e na caleira devem ser medidos para obter uma compreensão clara sobre a drenagem da seção de prensas.

A Runtech está a combinar o seu conhecimento da fabricação de tissue com o de materiais e tecnologias emergentes que estão bem representados nas suas mais recentes soluções de drenagem e de otimização do trabalho das raspas. Com uma grande capacidade de produção

de compostos de carbono, ar comprimido e gestão de vácuo, a Runtech desenvolveu a tecnologia exclusiva AirBlade™ para melhorar a limpeza dos rolos, secura da folha e perfis da folha. A fim de obter todos os benefícios do aumento da drenagem, são necessários a sua monitorização on-line, uma descarga de água eficiente e a prevenção do rehumedecimento (rewet). A caleira e a dupla raspa do Runtech Ecoflow™ podem responder perfeitamente a essas necessidades.

Com a sua grande experiência na fabricação de materiais compostos, a Runtech pode fornecer soluções compactas, confiáveis e quase sem manutenção, mesmo nas posições mais desafiadoras. O suporte de raspa CompoAdapt™, a viga CompoDoc™ e a lâmina WingBlade™ são as mais recentes inovações.

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Tecnologias

O processo típico para um projeto otimização de drenagem e de raspas é:

Figura 8. As lâminas ProfiVane™ podem ser produzidas em todos os modelos e tamanhos.

Um apropriado sistema de vácuo e de eficientes raspas como soluções de drenagem para as secções de formação e de secagem são a base fundamental para a boa eficiência energética e para a produção de tissue a baixo custo.

Lâminas ProfiVaneTM em material composto para os lábios da caixa de chegada Para além dos sistemas de vácuo energeticamente eficientes e de excelentes soluções de caleiras e raspas, a Runtech desenvolveu vários outros produtos state-of-art em compostos de carbono na sua fábrica de compósitos avançados, totalmente dedicados às necessidades dos fabricantes de papel. Devido à experiência na fabricação de composto de carbono, a Runtech é um dos poucos fornecedores no mundo que podem fornecer lâminas para os lábios de qualquer caixa de entrada de uma máquina de papel tissue. Devido a essa especialização multidisciplinar na indústria tanto de papel como da tecnologia de compósitos, a Runtech desenvolveu o seu último produto ProfiVane™ como uma lâmina livre de problemas para a caixa de entrada, oferecendo vários benefícios em comparação com os materiais antigos. Comparação entre lâminas em policarbonato comum e de carbono composto:

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PoliCarbonato

Carbono Composto

Absorção de água

0.18-0.35

0.022

Resistência à tração, Mpa

62

>1,500

Módulo de tensão, Gpa

2.4

>75

Resistência química

Não a substâncias alcalinas ou solventes

Excelente

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Comparando com lâminas de policarbonato tradicional e de outras materiais tradicionais, a ProfiVane ™ possui várias vantagens competitivas: excelente estabilidade dimensional, perfis rígidos e direitos, excelente qualidade de superfície e muito alta resistência ao desgaste. Além disso, graças à excelente resistência química do composto, não é necessário desmontar e reinstalar as lâminas ProfiVane ™ durante a lavagem da caixa de chegada, o que elimina o risco de danos no lábio durante o seu manuseio. As lâminas ProfiVane™ dão as seguintes vantagens aos fabricantes de tissue: operação sem problemas com excelente formação da folha e melhoria dos perfis longitudinal e transversal e, claramente, mais longo tempo de vida das lâminas dos lábios do que as lâminas tradicionais.

Figura 9. Alguns exemplos das aplicações das lâminas ProfiVane ™ para máquinas de tissue.



Tecnologias Tissue & prensas de sapata dominar desafios cruciais com a PrimePress XT Evo* *AUTOR: Dr. Andreas Anzel

P

aralelamente à otimização do projeto da prensa de sapata para um patamar mais elevado de desempenho, a Andritz coloca o foco principal na operacionalidade e na eficiência, pois um alto nível de produção líquida é o objetivo mais importante para todo o fabricante de papel. Desde o final da década de 90 que a Andritz tem sido um dos pioneiros neste exigente campo da tecnologia do tissue. Desde essa data - através da recolha de conhecimentos e experiência operacional e ouvindo os papeleiros - a tecnologia evoluiu e culminou com a PrimePress XT Evo. Vista interna da PrimePress XT A diferença fundamental entre a prensa de sapata e as prensas com tecnologias convencionais é claramente demonstrada na Figura 01, que mostra uma curva de pressão típica de uma prensa de rolos convencionais e a mesma curva para uma prensa de sapata. A prensa de rolos convencionais atinge a média pressão de trabalho a máxima pressão no nip e uma notável re-humidificação (rewetting) devido à curva de pressão simétrica e quase estática (linha cinzenta). Por outro lado, a prensa de sapata, dá uma

Figura 01: Perfis típicos de pressão no nip

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flexibilidade total: quando o foco é a obtenção de um volume máximo, a pressão máxima no nip de uma prensa de sapata é mantida com uma pressão de trabalho baixa (linha azul). Quando a ênfase é a obtenção de máxima secura, a pressão máxima no nip da prensa de sapata desloca-se para cima (linha vermelha). Típico para ambos os modos de operação da prensa de sapata (volume máximo ou secura máxima) é a diminuição abrupta da pressão no final da zona de aperto (nip), possibilitando efeitos de re-humidificação menores e alta eficiência da drenagem. Em resumo, as prensas de sapata na fabricação de tissue oferecem duas vantagens principais: • Primeiro - maior secura a seguir à secção de prensas. • Isto pode ser conseguido através do funcionamento da prensa de sapata no modo de «secura», obtendo uma secura alta a seguir às prensas devido a uma curva de pressão correta e menor re-humidificação. A secura máxima observada numa prensa de sapata para tissue Andritz foi 48%. • Geralmente, um fabricante de papel pode optar por reduzir o consumo de energia térmica ou aumentar a velocidade da máquina, elevando a produção para um dado nível de consumo de energia térmica. • Em segundo lugar - uma folha com mais volume. • A prensa de sapata operando em modo «volume» produz uma folha mais volumosa. São permitidas pressões máximas no nip mais baixas, apesar de ainda ser obtida uma boa secura após as prensas. Tipicamente, uma prensa de sapata permite um ganho até 10% no volume. Esta vantagem da prensa de sapata pode ser usada para produzir uma folha com volume, em comparação com a produzida


Tecnologias

com «uma prensa com rolos aspirantes convencionais», mas necessitando menos fibra virgem, permitindo a substituição de matériaprima de menor custo por uma matéria-prima de maior qualidade, ainda com redução do custo total da matéria-prima. Em resumo, as prensas de sapata oferecem ao papeleiro uma interessante versatilidade e flexibilidade: capacidade de reduzir o consumo de energia, melhorar a qualidade da folha, e obter uma melhor produtividade. Então, que mais queremos? Há máquinas de tissue a trabalhar com prensas convencionais operando a 2050 m / min e com uma eficiência de tempo perto de 97%. Estes números não se referem a exemplos obtidos num curto espaço de tempo; na realidade, esta é a eficiência média de sistemas de alta eficácia ao longo de um extenso período de tempo. Assim, o próximo desafio crucial para a tecnologia da prensa de sapata é fazer frente a esses benchmarks reais. Determinada na evolução da tecnologia da prensa de sapata, a Andritz também está focada em melhorar a operacionalidade e a eficiência. Os típicos requisitos dos papeleiros compreendem: • Razoável tempo de vida do feltro • Comparando-se um tempo de vida de 30 dias versus um de 60 dias, o tempo de vida mais baixo já dá uma perda de eficiência de tempo de 0,5% ao longo de um ano. Além disso, o papeleiro enfrenta o dobro dos custos anuais dos feltros, quando trabalha com um tempo de vida pobre. • Prensagem uniforme e perfis transversais iguais. • Várias ações foram tomadas nesse sentido, nomeadamente: • - Desenvolvimento de um novo sistema de pressão com patente pendente. • Uma pressão uniforme ao longo de toda a largura da máquina é o fator chave para levar a eficiência operacional ao limite. A pressão na sapata é transmitida por meio de dois tubos em forma de U, o que proporciona várias vantagens. O desenho da tubagem em forma de U é perfeito para se obter uma pressão uniforme no nip ao longo de toda a largura da folha, independentemente da pressão na tubagem ou no Yankee. Existe uma vantagem sistemática

relativamente a tubagens redondas ou ovais, que pode ser facilmente demonstrada. • - Otimização do desenho da sapata flexível • A sapata é projetada para ser muito flexível e melhor seguir um verdadeiro contorno do Yankee. Em números, isso significa que a rigidez à flexão da sapata foi reduzida em mais de 60% em comparação com o desenho anterior. Com esta sapata mais flexível, por um lado, a forma do Yankee é seguida perfeitamente, mas ainda assim esta sapata é suficientemente firme para dar o perfil da pressão adequado a uma boa drenagem. • - E por último mas não menos importante - um sistema exclusivo de controlo das beiras (ver Figura 02)

Figura 02: Uma característica única – o sistema de controlo das beiras.

A nossa filosofia é oferecer um desenho da sapata mais flexível, para poder acompanhar constantemente a forma real do Yankee e além disso ter um sistema de controlo das beiras, dando ao papeleiro o controlo total das zonas críticas das beiras. Num mundo ideal, a sapata flexível deverá ajustar-se ao contorno do Yankee e dar as condições ideais de prensagem; mas no mundo real, o sistema de controlo das beiras será uma ferramenta valiosa para responder às questões de operacionalidade, como o despegamento da folha, a questão das cambas, beiras mais leves ou mais pesadas, etc. Aliviar ou aumentar a pressão nas beiras... o sistema de controle das beiras vai permitir que o papeleiro defina a sua pressão ideal no nip. A nova PrimePress XT Evo traz uma longa lista de melhorias e avanços para as aplicações da prensa de sapata para a fabricação de tissue. É mais um exemplo da Andritz a aceitar o desafio e a desenvolver um produto superior.

pasta e papel - Verão 2015

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Tecnologias Como reduzir o consumo de corantes* *Josep Bartrolí Gerente Comercial SERTEC20

A

tecnologia enzimática da SERTEC20 permite, além de reduzir o consumo energético da refinação, uma redução importante no consumo de corantes, na ordem dos 10 a 20%. Ao refinar-se a fibra na presença do produto Serzym 50, melhora-se a sua fibrilação e como consequência aumenta-se os pontos de união da mesma. Com isso, as fibras apresentam uma maior superfície específica, os corantes passam a ter uma melhor fixação e melhora-se desta maneira o rendimento da coloração, resultando num menor

consumo para uma mesma intensidade/matiz de cor.

Resultados • Com pastas químicas branqueadas obtémse reduções entre 10 a 20% do consumo de corantes. • Com menos doses de corantes, as águas de circuito são mais facilmente clarificadas. Em consequência, menores consumos químicos e melhor qualidade de água de recirculação.

CASES HISTORY 1 - Aplicação de SERZYM 50 Qualidade do Papel

Cartolinas e suporte de coloridos

Composição de Fibras

100 % pasta química branqueada

Gramagens

De 120 a 350 g/m2

Produção

50 t /dia

Tipo de máquina

Mesa plana. Com size press

Ponto de dosagem

Água de diluição do desintegrador

Doses de Serzym 50

100 g/t de pasta

Corantes Utilizados

Diretos

BENEFÍCIOS > Redução de 10 % no consumo de corantes. > Redução de 30 % da potência específica de refinação.

CASES HISTORY 2 - Aplicação de SERZYM 50 Qualidade do Papel

Cartolinas de cores intensas

Composição de Fibras

100 % pasta química branqueada

Gramagens

De 130 a 390 g/m2

Produção

25 t /dia

Tipo de máquina

Formas redondas. Sem size press.

Ponto de dosagem

Água de diluição do desintegrador

Doses de Serzym 50

75 g/t de pasta

Corantes Utilizados

Diretos

BENEFÍCIOS > Redução de 17 % no consumo de corantes. > Redução de 20 % da potência específica de refinação.

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