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Tema do ano – capítulo IV
Inimigos da Santidade: Gnosticismo e Pelagianismo
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Este capítulo nos desperta à reflexão de duas sutis correntes, obstáculos na nossa caminhada cristã na busca da santidade, o gnosticismo e o pelagianismo, como discorre o Papa Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate. O caminho à santidade é construído no cotidiano da nossa vida. É Deus que nos atrai para sua vida Divina, ser santo é viver na presença Dele, não ter medo dos desafios, transformar realidades, viver o Evangelho, testemunhando com atitudes cristãs onde quer que estejamos. Os santos nos ensinam esta verdade: santo é quem faz da sua vida um altar do amor. Eles atingiram a santidade porque viveram a vida com todas as consequências da caminhada: erros e acertos; alegrias e tristezas; luzes e trevas. Mas somente conseguiram viver isso porque primeiro se abriram à ação da graça de Deus em suas vidas e se deixaram conduzir por ela. O gnosticismo que tudo explica pelo conhecimento, pela racionalidade, sem se deixar guiar pelo Espírito, nega o mistério da encarnação. Sabemos que a perfeição não está no grau de conhecimento e sim no grau de caridade. A encarnação mostra que não é o
homem que sobe a Deus pela força do seu conhecimento, mas Deus que desce ao homem pela força do seu amor. São Francisco, preocupado com o gnosticismo, escreveu para Santo Antônio de Lisboa: “Apraz-me que interpreteis aos demais frades a sagrada teologia, contanto que este estudo não apague neles o espírito da santa oração e devoção”. O pelagianismo atribui a realização somente ao esforço humano, à autossuficiência, sobrepondo o mistério da graça de Deus, negando a ação salvífica de Jesus Cristo. A Igreja nos ensina que não somos justificados por nossas obras e por nossos esforços, mas pela graça do Senhor. As obras não alcançam a salvação, mas testemunham o acolhimento da salvação dada em Cristo. Sabemos que não existe santidade sem a ação de Deus e sem nosso combate espiritual, a exemplo do apóstolo Paulo que transformou sua vida pela graça de Deus: “já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim“(Gl2, 20). Precisamos construir nossa identidade cristã, viver a graça batismal, temos uma verdade, Jesus Cristo, “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6) edevolver ao mundo a esperança, frente a tantas dificuldades que se apresentam. Sejamos perseverantes na busca da santidade, sabendo que a misericórdia de Deus nos salva e santifica. Que assim seja!