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Um tempo muito especial para todos os cristãos

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Esperar em Deus

Esperar em Deus

Participamos de um tempo especial da história humana, marcado por grandes dificuldades e desafios e que, no sentido religioso, para nós, cristãos equipistas, é percebido como tempo de provação e purificação. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) desafia toda a humanidade a olhar-se, questionar-se e a repensar estratégias para vencer o isolamento ao qual a doença nos forçou, superar as fragilidades econômicas a que fomos submetidos, construirmos uma solidariedade especial diante das graves desigualdades sociais que temos. Toda a humanidade foi atingida, e nós, cristãos, também, pois, como membros da sociedade humana, experimentamos todos os desafios e provações como as demais pessoas. Nossa vida humana cristã realiza-se nos mesmos contextos que a vida das demais, porém nós a compreendemos como um chamado diferenciado a partir da fé. Ainda no século II recordava o autor da Carta a Diogneto: “Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e à especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros”. 1 O modo de viver dos cristãos é considerado paradoxal e admirável porque neles, a partir do batismo, aconteceu um morrer para uma realidade (do pecado) e um nascer para outra realidade (da Graça, da vida divina). Aquele que aderiu a Cristo, pelo batismo, recebeu sobrenaturalmente uma nova vida que o conduz, na vida natural, a uma transformação do modo de ser, de pensar e de estar no mundo, como nos atesta Colossenses 3,2-4 “… Pensai nos objetivos do alto, e não nas coisas terrenas; pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, for manifestado, também vos manifestareis com Ele em glória”. O cristão possui, então, em certas situações, como a desta pandemia, uma grande responsabilidade de viver e testemunhar a fé, a caridade e a

esperança por palavras e ações. Viver e testemunhar a FÉ pelo seu ser igreja doméstica, manifestando, no lar e em seus relacionamentos, a certeza da presença de Cristo e da ação de Deus na Sua Igreja, da qual cada família faz parte e a manifesta. Viver e testemunhar a CARIDADE, por meio de gestos concretos de solidariedade com os que mais sofrem, devido às desigualdades sociais e fragilidades diversas, através de: doações, contribuições, envolvimento em ações solidárias. Viver e testemunhar a ESPERANÇA, contrapondo-se aos profetas do apocalipse e do pessimismo; oferecendo sua escuta e sua atenção amorosa aos que estão desanimados, deprimidos, amedrontados; fomentando opiniões equilibradas que promovam a paz, a união, a concórdia e a defesa do bem comum e da vida (e não de interesses meramente particulares, políticos, econômicos ou de poder). Em resumo: é tempo de viver eficazmente a ENTREAJUDA! Os cristãos, equipistas ou não, possuem uma sublime missão: transmitir ao mundo a fé, o amor, a esperança em Deus e manifestar a fé, o amor e a esperança de Deus na humanidade. Assim, poderíamos concretizar aquilo que o autor da Carta supracitada enxerga em nós, quando diz: “Em poucas palavras, assim como a alma está no corpo, assim estão os cristãos no

D. Moacir Arantes SCE Super-Região mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo, e os cristãos estão em todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível está contida num corpo visível; os cristãos são vistos no mundo, mas sua religião é invisível”. 2 Sejamos, portanto, para o mundo, o que a alma é para o corpo, fonte de vida e de ânimo. Nossa vida, unida a Cristo e por ele redimida, pode ser um verdadeiro remédio para um mundo que adoece fisicamente, mas também para enfermidades maiores na mente, no coração e no espírito. Coragem e fé! Deus é bom! Vamos caminhar juntos!

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