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Nancy e Pedro Moncau, “em saída”
Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa convoca a Igreja a uma sincera conversão pastoral, a superar o comodismo e o fechamento, para ser uma Igreja “em saída”. Na sua visão, uma Igreja fechada em seus muros e dogmas, não corresponde às exigências do Evangelho. Para ele, é preferível “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”. Muito se pode escrever sobre o casal Nancy e Pedro Moncau, que viveram no século passado e que já tinham esse espírito “em saída” proclamado pelo Papa, um século depois. Como sabemos, foram eles que, após diversos contatos através de cartas, manuscritas, com o Pe. Caffarel, na França, trouxeram para o Brasil as Equipes de Nossa Senhora. Dr. Pedro Moncau faleceu com 83 anos de idade, em 17/08/1982. Nessa época, de porte franzino e já arqueada pelo peso dos anos, D. Nancy continuava “em saída” trabalhando pelas ENS. Ela era uma mulher de fibra. Ao se decidir por uma coisa, não havia obstáculo que a fizesse desistir. Tinha a profunda convicção de que não podia decepcionar as pessoas, e que não poderia faltar à palavra empenhada. Devido a esse seu jeito, ficou conhecida em todo o Brasil e um fato, em especial, fez com que todos os equipistas passassem a rezar por ela: um filho seu, casado, que residia em Salvador (BA), ficou doente e acabou voltando para a casa do Pai. Após o falecimento dele, sua nora, ao ver tamanho empenho dos equipistas, disse que ela poderia montar um Movimento destinado às viúvas equipistas. Ela refutou por algum tempo, porém, após amadurecer e ter a certeza de que era Deus quem lhe falava através de sua nora, foi mais uma vez “em saída”. Desta vez foi ela quem fez contatos com Paris, a respeito de um Movimento similar que já existia desde os idos de 1940, criado pelo próprio Pe. Caffarel, voltado às viúvas equipistas francesas, cujos maridos haviam caído em campo de batalha, na 2ª Guerra Mundial. No entanto, por ser uma mulher além de sua época, em fevereiro de 2003, e ela já com 93 anos, criou as Comunidades Nossa Senhora da Esperança. O grande mérito da D. Nancy foi intuir que deveria adotar no Brasil a mesma linha metodológica das ENS e acolher, além de quem vive o estado de vida da viuvez, também as pessoas sós, entendendo-se como tal as solteiras (já com certa idade) e também as separadas ou divorciadas que continuam sós. Era D. Nancy “saindo” em direção aos excluídos e afastados das periferias humanas. Ela veio a falecer em 15/08/2006, após deixar esse Movimento devidamente organizado e legalizado.
Ana Rita e Manoel Eq.13D - S. J. Rio Preto Região SP Norte II Prov. Sul II