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A solidão acompanhada

Fazendo uma reflexão, daqueles dias que estive com Covid-19, percebi que realmente somos seres que não conseguimos viver sós. Isso me faz escutar com o coração a palavra de Deus: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 18) e Jesus também nos diz: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mt 18,20). Refleti também que quando estamos doentes, fragilizados, o carinho e a presença do outro aliviam a nossa dor, mas o que não é possível acontecer, nessa doença, pois podemos infectar o outro. Fico pensando no tempo de Jesus como viviam os leprosos, marginalizados. Aí me vem, na hora, como somos privilegiados, temos várias ferramentas no mundo atual, temos a medicina, temos a comunicação, que de um jeito ou de outro nos faz menos frágeis! Vivemos também uma carga de culpa de estarmos doentes, de perceber que, às vezes, estamos dando trabalho, atrapalhando uma coisa ou outra e sentimos a carga que nos tornamos para o outro. Tudo isso me faz refletir: o que é a solidão? Há alguns anos atrás sofremos um grave acidente de carro em família, e considerando a gravidade passei uma noite na UTI e senti, ou melhor, achei que vivi a verdadeira solidão. Não, não era solidão, pois havia a atenção dos profissionais que lá estavam e, assim que fui para o quarto do hospital, tinha um monte de gente para me acarinhar. Hoje com Covid, na “UTI” do meu quarto, mesmo estando com muito mais saúde do que naquele dia fatídico, o carinho que posso receber e dar é o isolamento! Isolamento que significa carinho, significa amor, significa oração!!! Quanto aprendizado!!! E aqui agradeço a Deus o meu companheiro, o amor que colocou em minha vida, que não mediu esforços para me dar atenção e gestos de carinhos com comidinhas enfeitadas, ofertadas na porta do quarto. Quanto carinho e amor, que me fez sentir essa solidão, acompanhada de amor e de carinho. E peço forças para suportar tanta saudade do nosso neto Antônio, que ele possa entender tudo o que está acontecendo. Não podemos desanimar de modo algum, pois tudo passa, só o amor de Deus não passa! Temos que sair dessa “época” mais fortalecidos, menos reclamões, menos infantis! Como sempre nos diz Dom Moacir Arantes: “Deus é bom, Deus é bom sempre!” Sigamos em frente com amor renovado e transformados!!

Eliana e Odelmo CRP Sul II

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