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Natividade de Maria

A celebração da Natividade de Maria dia 8 de setembro tem suas raízes no Oriente, onde em um texto litúrgico do calendário do Imperador Basílio, em 985, temos uma recorrência desta festa ligada ao início do ano eclesiástico. Desta forma, interpretou-se um início de ano da Igreja celebrando a Mãe de Jesus como “a estrela da manhã”, ou seja, aquela que anuncia a chegada do Salvador. Esta mesma festa da Natividade de Maria está ligada ao dia da dedicação de uma basílica à Sant’Ana, em Jerusalém, no IV século. Já no Ocidente, esta festa de Maria foi introduzida no VII século pelo Papa Sérgio I, originário da Síria, seguindo as tradições orientais, a partir do protoevangelho de Tiago, texto apócrifo composto no ano 150 d.C., o qual descreve a vida de Maria e o nascimento de Jesus. Este texto é aquele que narra o nome dos pais de Maria, ou seja, Joaquim e Ana. Nele encontramos os acontecimentos da vida deste casal como, por exemplo, o sofrimento que viviam pelo fato de que eram estéreis e posteriormente foram agraciados pelo Senhor com o nascimento de Maria. Segundo os relatos deste protoevangelho, Joaquim teria vivido um autoexílio cujo retorno foi pintado em afresco pelo artista Giotto (1267-1337) na capela dos “escrovenhos” ou capela Arena, na cidade de Pádua. Nesta pintura vemos a figura de Sant’Ana que vem ao encontro do esposo São Joaquim e louva a Deus pelo seu retorno e as maravilhas operadas pelo Senhor. Não temos certeza sobre a data exata do nascimento de Maria, mas celebrar sua natividade nos ajuda a compreender a profundidade de um encontro entre Deus e a humanidade, dado que a partir do momento em que Ele cria para si um coração humano puro, imune a toda mancha de pecado, ocorre uma convergência de amor direcionado à humanidade inteira. É no seio puríssimo de Maria que Deus escolhe colocar a primeira morada terrena de seu Filho Unigênito. Em Maria, Deus escolhe derramar todo o bem do qual o homem se privou voluntariamente. Por isso é concebida sem pecado, é a Imaculada Conceição. A santidade da Virgem Maria é vista pela igreja como um reflexo da vinda do Salvador, cuja mãe é como um “templo” no qual abriga uma das respostas mais bonitas que um ser humano poderia dar a Deus, ou seja, a disponibilidade em acolher a “Palavra que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Celebrar a natividade de Maria é recordar com muita devoção aos seus pais, São Joaquim e Sant’Ana, um casal que viveu a vida conjugal de forma bonita e sincera, onde, mesmo em idade avançada e sem esperanças, receberam de Deus a recompensa da confiança e devoção que viveram. Peçamos a intercessão deste santo casal e de sua filha Maria Santíssima, a fim de que nossos casais das ENS vivam com intensidade o amor e a confiança plena em Deus.

Padre André Teles SCE Setor B - Belém Região Norte II Prov. Norte

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