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Natureza, cultura e educação para a ecologia
Palavra do Papa Natureza, cultura e educação para a ecologia
A relação entre natureza e cultura tem oscilado nas diferentes culturas. Nas mais simples, a natureza se impõe à cultura, e, diante do seu esplendor, o ser humano canta um maravilhoso hino: “Louvai o Senhor a lua, as estrelas” (Sl 148). Com a industrialização, homens e mulheres transformaram a natureza em obra de utilidade, resultando na questão da ecologia criando situações catastróficas naturais, assim a natureza grita por salvação. O movimento ecológico vai então além da proteção do meio ambiente e defende a criação com um novo modo de pensar a relação do ser humano com a natureza, com uma visão de totalidade do planeta, que se faz vulnerável, o que exige um novo modo de ser e de viver sobre o planeta. Hoje, defende-se a sustentabilidade do planeta, o que não se trata nem de simples contemplação da natureza nem de exploração à exaustão. Mas de uma intuição simples e ética responsável de que nossa geração não encerra a história e que outros que virão, com o mesmo direito de suprimento de suas necessidades, de produção de bens de consumo e exploração da Terra. Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Iniciativas pessoais, familiares e globais vêm surgindo, a fim de se alcançar clareza sobre o assunto. Novos caminhos surgem para pressionar o sistema econômico na linha ecológica: reduzir consumos, ser mais com menos, reutilizar, rejeitar práticas antiecológicas, rearborizar, racionalizar o uso da água, zelar pela pureza do ar e água, lutar contra a fúria destruidora das mineradoras e madeireiras, evitar o envenenamento dos rios e mares. A nova alternativa que se propõe é: em vez de se produzir e consumir sem mais, a produção e o consumo acontecerem pela harmonia com a natureza e entre os humanos. A esperança está na educação para a ética do cuidado: desde o próprio corpo até o corpo maior do planeta, nos limites da sustentabilidade, com a busca de um meio ótimo para a vida neste planeta. É preciso ir à raiz do ser e do agir humanos, pois cada um age conforme existe, e se existimos como máquina, agimos como máquina. Ou, se somos espírito e pensar, assim também agimos. Caso contrário, escapa-se da ética e do sentido e se parte a um materialismo com consequências perigosas para o convívio social. Deixamos a proposta de fazermos nossa oração conjugal e familiar com base em II Pd 1, 2-7 e na Laudato Si, p. 202237, para refletir sobre como entendemos a relação entre natureza e cultura, e que práticas culturais podemos exercitar para educar e educar-nos, para salvar o planeta e o ser humano.
Leila e Antônio Carlos Setor B - Região Brasília I Prov. Centro-Oeste