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Psicólogo Judiciário nas Questões de Família
preensão por parte do público surdo. Já para a integração completa das pessoas com capacidade visual limitada, todos os participantes incluíam em sua apresentação uma descrição de suas características físicas e do ambiente que os cercava.
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Ivani Francisco de Oliveira
VIOLÊNCIA EM OLHARES E NÚMEROS
Um breve resgate histórico da tortura contra indígenas e negros no Brasil marcou a fala de abertura de Ivani Oliveira, que foi seguida por uma intervenção artística de Edinho Poesia, homem negro, surdo, arte-educador, ator, poeta, palestrante e apresentador. Após interpretar a poesia “Sistema”, o artista ressaltou a importância da inclusão, por meio principalmente da educação inclusiva das minorias, como os surdos, negros e indígenas. “Imagina um surdo ser algemado em uma batida policial. Precisamos das mãos para falar. Já pensou acabar encarcerados porque ‘não sabemos falar’”, argumentou Edinho, demonstrando a dificuldade de ser duplamente discriminado, como homem negro e surdo. Reiterou a importância da informação para que os falantes de libras tenham acesso aos debates sobre representatividade. “O sistema quer que eu escreva em português. O sistema quer que eu fale, que eu oralize em português. O sistema não quer que eu fale em libras. Eles não querem que eu fale a minha língua. Eles me vêem como um bicho. Os livros são feitos de canetas, armas. Parabéns para vocês que falam em português. Parabéns para todos vocês que falam em português. Eu tenho quatro versos de poesia. E eu as carrego, carrego e disparo palavras bonitas para você. Disparo palavras bonitas também. Disparo palavras bonitas para vocês, os meus versos. Eles são livres e ninguém me cancela, ninguém vai tirar a libras de mim, ninguém.”
Edinho Poesia
Para conduzir as falas do Seminário como mediador foi convidado o psicólogo Carlos Eduardo Mendes, que desenvolve pesquisas com jovens negras da periferia.
O primeiro debatedor foi o autor de uma pesquisa sobre a letalidade da Polícia de São Paulo em 2017 e secretário de Defesa Social da cidade de Diadema, Benedito Mariano, que ratificou a necessidade desse tipo de debate “A pesquisa reforçou a visão que eu já tinha há muito tempo: infelizmente as nossas polícias carregam um preconceito histórico contra pobres (...) esses são os corpos, são alvos da violência policial letal: pobres e negros, sobretudo pobres negros, jovens”. Ele revelou que a pesquisa demonstrou que apenas 3% dos inquéritos contra policiais