Psicologia e Educação: desafios da inclusão

seguintes temas: Psicanálise, Direitos Humanos, Violência de Estado e Instituições. Então esses dois especialistas, pesquisadores, vão trazer pra nós reflexões e contribuições pra gente pensar no que fazer. É uma pergunta já que a gente tem aí pros dois, mas mais pro final da roda da conversa, face à conjuntura, ao estado de coisas em que se apresenta a violência policial, os seus desdobramentos, também a saúde dos seus trabalhadores e o que fazer. Então, só pra gente alertar alguns pontos da dinâmica do nosso trabalho. Os nossos convidados terão 30 minutos cada um pra fazer a sua fala, então primeiro fala o Adilson, começar pela ordem alfabética, e depois o Paulo, depois nós vamos abrir para os nossos participantes aqui, aos quais eu agradeço imensamente a participação, pra gente botar a conversa pra rodar. Combinado?

ADILSON: Combinado.

GLORIA: Vamos lá, Adilson, a palavra é sua.

ADILSON: Deixa eu colocar um... Vou colocar um temporizador aqui pra eu não me perder.

GLORIA: Ah, eu também vou, funcionar como aquela pessoa de superego rígido, quando faltar alguns minutinhos eu vou lembrá-los.

ADILSON: Por favor.

GLORIA: A chata da rolê, como dizem os jovens ((risos)).

ADILSON: Alguém precisa controlar, senão fica complicado. GLORIA: É ((risos)).

ADILSON: Boa noite a todas as pessoas que se fazem presentes a esse evento. Pra mim é uma grande honra tá aqui com vocês compartilhando desse espaço, desse momento e dessas oportunidades de reflexão. E simbolicamente esse é o meu primeiro evento que eu participo 100% psico, então é minha estreia na área, digamos assim, das palestras e seminários, embora desde que eu defendi a tese eu incorporei definitivamente a Psicologia no estudo da letalidade e no... na tentativa de entendimento desse fenômeno que eu creio que a Psicologia forneceu uma chave e um olhar diferenciado e mais apropriado sobre essa catástrofe que é a letalidade policial e esse sofrimento que causa a todas as pessoas envolvidas e em todos os lados. Pra minha alegria imensa, eu me chamo Adilson Paes de Souza, como a Gloria Falou, eu desenvolvo pesquisas na área da violência, (formação 00:30:13), sofrimento. E a experiência minha como oficial da Polícia Militar aposentado, como alguém que era de dentro, contribuí muito nesse processo, posso dizer que o doutorado, em si, foi um processo de revisitar dores e reelaborar processos e ressignificar muito aspectos e acontecimentos da minha vida, que com os aportes da Psicologia, proporcionaram que eu pudesse ter novos caminhos, novos olhares e novas oportunidades de desenvolvimento dessa questão. Eu sou um homem branco, de olhos castanhos, cabelo da cor negra, curtos, lisos, sobrancelhas escuras, um discreto uso de óculos, com armação bem discreta, estou trajando uma caminha branca, uma blusa de lã azul marinho e uma calça jeans; no fundo, uma... as paredes de cor branca, uma es-